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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESEVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA

ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Brasília, DF
JUNHO – 2013
Diretoria Geral
Diretoria Acadêmica
Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa
Coordenação Geral de Trabalho de Conclusão de Curso

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA


ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho apresentado para Conclusão de


Curso - TCC do Programa do Curso de
Graduação em Pedagogia das
Faculdades Integradas PROMOVE de
Brasília e do Instituto Superior de
Educação do ICESP.

Orientadora:

Prof. MSc. Elizene Maria Caliman de


Sousa

Avaliadores:

Prof. MSc Sônia Regina Basili Amoroso

Prof. Nilson Gomes de Lima

BRASÍLIA, DF
JUNHO – 2013
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA
ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Marinalva Ribeiro1
Renata Silva da Conceição 2

Resumo

Este estudo pretende refletir a respeito da leitura e a sua importância no desenvolvimento e


aprendizagem da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental e da relação entre a leitura
e a escrita. Aponta também diversas formas para o aluno aprender a ouvir e praticar o hábito
da leitura no seu dia a dia. Quando se pensa em leitura, não se pode deixar de pensar na
escrita, esses são os primeiros passos da criança na escola, e este deve ser tranquilo,
prazeroso e significativo para que a criança possa adquirir com qualidade todo o processo
de ensino aprendizagem. O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre a importância da
leitura no processo de ensino e aprendizagem da escrita, como também a relação da leitura
com a escrita. E como objetivos específicos identificar as etapas da leitura e investigar a
relevância da leitura no desenvolvimento cognitivo dos alunos e sua importância no
processo ensino aprendizagem. Neste trabalho foi utilizada a pesquisa qualitativa, descritiva
e pesquisa de campo. A pesquisa ampliou a percepção de como o trabalho com este tema é
desenvolvido em sala de aula e de que maneira o professor age diante de alguns alunos
que tem dificuldades em relação à escrita.

Palavras chaves: Leitura; Escrita; Aprendizagem.

Abstract
Study aims to reflect on reading and its importance in the development and learning of
writing in the early years of elementary education and the relationship between reading and
writing. Also points out several ways for students to learn to hear and practice the reading
habit in their daily lives. When thinking about reading, you can not stop thinking about the
writing, these are the first steps into school, and this should be quiet, pleasurable and
meaningful to the child to acquire quality throughout the learning process. The aim of this
paper is to discuss the importance of reading in the teaching and learning of writing, as well
as the relationship of reading and writing. And the specific objectives identified stages of
reading and investigating the relevance of reading in the cognitive development of students
and its importance in the learning process. In this paper we used the qualitative, descriptive
and field research. The research has extended the understanding of how to work with this
theme is developed in the classroom and the teacher acts that way in front of some students
who have difficulty with writing.

Keywords: reading; writing; learning

1
Marinalva Ribeiro, graduanda do curso de licenciatura em pedagogia pelas Faculdades Integradas
Promove de Brasília.
2
Renata Silva da Conceição, graduanda do curso de licenciatura em pedagogia pelas Faculdades
Integradas Promove de Brasília.
INTRODUÇÃO

O presente estudo aborda a importância da leitura no desenvolvimento e


aprendizagem da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental. Embora os anos
iniciais sejam uma etapa, ou seja, a primeira etapa do ensino fundamental, a forma e
a intensidade com que a leitura é trabalhada em sala, são fundamentais para um
melhor desempenho da escrita dos alunos. É importante que a leitura se constitua
como uma prática social e que os alunos desde os primeiros anos percebam que a
leitura influencia diretamente na comunicação.
A maioria dos alunos ainda não tem consciência da importância e da
necessidade da leitura em seu processo de ensino e aprendizagem, isto é, na
maioria das vezes leem por obrigação, leem somente o que lhes é determinado, sem
dar à leitura o seu real valor. É função da escola, ensinar aos alunos a importância
de se praticar a leitura e a compreensão da mesma, pois a prática da leitura além de
contribuir para a formação intelectual do individuo como um todo, também contribui
para a formação moral e cultural.
Entende-se que os anos iniciais são a etapa fundamental da educação
básica, pois é o pilar, é onde os alunos precisam aprender a escrever com fluência,
ler com maestria, interpretar, resumir. E esse domínio e autonomia só serão
garantidos se a leitura fizer parte das atividades diárias da sala de aula. É sabido
que a boa escrita se dá para aquele aluno que tem o hábito diário da leitura. Aí sim,
escreverá com facilidade, ampliará o seu vocabulário, desenvolverá a sua
autoestima e autonomia e desenvolverá o gosto pela leitura.
A prática da leitura nos anos iniciais ainda acontece de forma tímida, com
pouca frequência e muitas vezes descontextualizada do conteúdo que está sendo
trabalhado. Embora a leitura seja uma prática necessária, sabe-se que a forma e a
intensidade como é usada ainda é insuficiente para contribuir para o processo da
escrita. Qual a importância da leitura no processo de ensino e aprendizagem da
escrita? De que forma e com qual frequência a leitura acontece em sala de aula? Os
professores têm consciência e utilizam desse recurso como ferramenta para sanar a
dificuldade na escrita?
A leitura é um dos principais instrumentos para que o indivíduo construa seu
conhecimento e aprenda a exercer cidadania, daí a importância de despertar o
prazer pela leitura nas crianças das séries iniciais.
Levando em consideração a dificuldade dos alunos na escrita nos anos
iniciais do ensino fundamental e a importância da leitura como instrumento para
sanar esta dificuldade impulsionou este estudo.
Como objetivo geral buscou-se analisar a importância da leitura no processo
de desenvolvimento e aprendizagem da escrita, identificando as etapas da leitura e
investigando a relevância da leitura no desenvolvimento cognitivo dos alunos e sua
importância no processo ensino aprendizagem. Os objetivos específicos foram:
analisar a relação do desenvolvimento da leitura com o processo de ensino
aprendizagem da escrita, identificar as etapas da leitura e investigar a relevância da
leitura no desenvolvimento cognitivo dos alunos e sua importância no processo
ensino aprendizagem.

REFERENCIAL TEÓRICO

1. A relação entre a leitura e a escrita

O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda o texto para que
possa ir construindo uma ideia sobre o seu conteúdo e extrair dele o que lhe
interessa no momento. Assim, quanto mais o leitor se deparar com o mesmo
assunto, mais poderá relacionar as informações novas com o conhecimento
anteriormente adquirido.

Nos dias atuais se admite que a leitura é um processo de interação entre o


texto e o leitor; que não se esgota meramente no sentido literal. Nesse aspecto, a
leitura passa a ser entendida como um ato social entre leitor e autor que participam
de um processo interativo. Através da leitura é preciso entender o que o autor
escreve, ou seja, a mensagem que ele quer repassar, mas para isso é necessário
saber o significado das palavras, o que elas significam dentro do contexto. Todo
esse processo se torna mais fácil e prazeroso, quando se tem um prévio
conhecimento do assunto lido.
Kuenzer (2002), afirma que: “leitura, escrita e fala não são tarefas escolares
que se esgotam em si mesmas; que terminam com a nota bimestral. Leitura escrita e
fala – repetindo – são atividades sociais, entre sujeitos históricos, realizadas sob
condições concretas”. (Kuenzer, 2002, p.101)

Mas, para se ter conhecimento de mundo é preciso leitura, e quanto maior a


variedade, a quantidade e principalmente a qualidade, a qual se lê, mais ampla será
a sabedoria de quem lê. Sabe-se da grande importância que a leitura exerce no
cotidiano do ser humano e consequentemente na escrita.

A escrita é uma forma de comprovar o conhecimento, bem como o que


falamos também fica registrado como o nosso saber. No ato de escrever é que tudo
se torna mais complicado, pois não falamos da mesma forma a qual escrevemos,
pois é preciso encontrar as palavras certas, uma forma mais culta, boa
argumentação e um vocabulário adequado para que os fatos não sejam distorcidos
e mal compreendidos pelo leitor.

A leitura e a escrita são atos individuais, mas que têm um caráter


sociocultural. Tanto a leitura quanto a produção de textos, não são processos
simples realizados só pelo leitor ou só pelo escritor, mas pressupõe uma transação
entre o leitor, escritor e o texto.

A leitura não é só um meio para interagir com os semelhantes e com as


formas de cultura da sociedade, mas também uma forma de o homem se tornar mais
consciente, através do conhecimento, compreensão e da interpretação do mundo
em que vive.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN)


(BRASIL,1998), a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
construção do significado do texto, ou seja, é o próprio leitor por meio da leitura que
vai construir seu texto a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o
assunto, sobre o autor, e de tudo o que sabe sobre a língua.
Não se trata simplesmente de extrair da escrita, decodificando-a letra por
letra, palavra por palavra. Trata de uma atividade que implica, necessariamente,
compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura
propriamente dita.

O conhecimento atualmente disponível a respeito do processo de leitura é


que não se deve ler por meio de práticas centradas na decodificação. Ao contrário, é
preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprender a ler usando os
procedimentos que os bons leitores utilizam. É preciso que antecipem, que façam
inferências a partir do contexto ou do conhecimento prévio que possuam e que
verifiquem suas posições.

De certa forma, é preciso agir como se o aluno já soubesse aquilo que deve
aprender. Para aprender a ler, portanto, é preciso interagir com a diversidade de
textos escritos, testemunhar a utilização que os já leitores fazem deles e participar
de atos de leitura de fato; é preciso negociar o conhecimento que já se tem e que é
apresentado pelo texto, o que já está diante dos olhos, recebendo incentivo e ajuda
de leitores experientes. (FREIRE,1986, p. 53, 55 e 56).

A leitura do mundo precede a da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquela. Linguagem e realidade se
prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura
crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Freire(1986)

De acordo com Martins (2006, p 46);

A aprendizagem da leitura da escrita significa uma conquista de autonomia,


permite a ampliação dos horizontes, implica um comprometimento, uma
ruptura com a passividade em relação ao uso dos códigos da sociedade
atual. A prática da leitura pode contribuir para mudar a vida do leitor, no
sentido de que ela pode proporcionar a ampliação do seu repertório e a
aquisição de uma visão crítica diante da sua realidade social.

A leitura mexe com a imaginação da criança e ajuda a desenvolver a sua


criatividade. Mas, infelizmente nem todas as crianças têm o mesmo acesso a bons
livros infantis. Cabe à escola a tarefa de oportunizar ao estudante, situações de
ensino-aprendizagem que contextualizem os conhecimentos adquiridos fora da vida
acadêmica e os que irão adquirir nas aulas, sem a separação. Devemos usar
estratégias para que os leitores possam buscar o conhecimento por meio de leituras,
onde vão auxiliar no processo de escrita.

Freire (2009) diz: [...] inseri enquanto ia escrevendo este texto que agora leio,
processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na
decodificação pura da palavra escrita e ou da linguagem escrita, mas que se
antecipa e se alonga na inteligência do mundo. (Freire, 2009 p.11).

Os momentos iniciais da relação da criança com o mundo ilustram a leitura


sensorial. A leitura sensorial utiliza a visão, o tato, a audição, o olfato e o gosto que
são os referenciais mais elementares do ato de ler. Essa leitura começa muito cedo
e nos acompanha por toda a vida. A leitura sensorial vai dando a conhecer ao leitor
aquilo de que ele gosta ou não gosta, porque impressiona a vista, o ouvido, o tato, o
olfato ou o paladar.

Mas como ler assim um livro? Antes de ser um texto escrito, um livro é um
objeto; tem forma, cor, textura, volume, cheiro. Para muitos adultos e especialmente
crianças não alfabetizadas essa é a leitura que conta. Esses primeiros contatos
propiciam à criança a descoberta do livro como um objeto especial. Motivam-na para
a concretização do ato de ler o texto escrito, a partir do processo de alfabetização.

Assim, quando uma leitura propicia alegria ou tristeza, desperta a curiosidade,


estimula a fantasia, provoca descobertas, lembranças e outros sentimentos, aí então
deixa de ser leitura apenas com os sentidos para entrar no nível de leitura
emocional.

A leitura emocional lida com os sentimentos, o que necessariamente


implicaria falta de objetividade, subjetivismo. Essa é a leitura mais comum de quem
diz gostar de ler, talvez a que lhe dê maior prazer. E é pouco revelada e muito
menos valorizada. Na leitura emocional emerge a empatia, tendência de sentir o que
se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outro.
A criança tende a ter maior disponibilidade que o adulto a esse tipo de leitura
pelo fato de, em princípio, tudo lhe ser novo e desconhecido e ela precisar conhecer
o mais possível a fim de aprender a conviver com esse mundo. Assim sendo, não só
é mais receptiva como mais espontânea quanto a manifestar emoções.

A leitura deve ser vista como um processo de compreensão abrangente, no


qual o leitor participa com todas as suas capacidades a fim de apreender as mais
diversas formas de expressão. A leitura racional acrescenta à sensorial e à
emocional o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento, a
reflexão, a reordenação do mundo objetivo, possibilitando-lhe, no ato de ler, atribuir
significado ao texto e questionar tanto a própria individualidade como o universo das
relações sociais. E ela não é importante por ser racional, mas por aquilo que o seu
processo permite, alargando os horizontes de expectativa do leitor e ampliando as
possibilidades de leitura do texto e da própria realidade social.

Na leitura emocional o leitor se deixa envolver pelos sentimentos que o texto


nele desperta. Sua atitude é opiniática, tende ao irracional. Já na leitura racional o
leitor visa mais o texto, quer mais compreendê-lo, dialogar com ele. Isso nos leva a
considerar a leitura racional como especialmente exigente, pois a disponibilidade
emocional, o processo de identificação agora, se transforma em desprendimento do
leitor, em vontade de apreender um processo de criação.

O ato de ler não é a simples decodificação de sinais – questão do


analfabetismo funcional que o país enfrenta na atualidade. Para ler é necessário
apreensão, apropriação e transformação dos significados a partir do texto. É preciso
que o leitor se aproprie e traga significados a partir do que e ler.

2. A importância da leitura nos Anos Iniciais

O ensino da leitura e, particularmente, a importância da literatura na formação


pessoal e intelectual do ser humano ainda nas séries iniciais, encontra pouco
espaço nos programas de formação inicial e continuada das escolas brasileiras.
Bamberger (2000) afirma que:

Identifica a leitura como um processo mental de vários níveis, que muito


contribui para o desenvolvimento do intelecto. É também uma forma
exemplar de aprendizagem. É um dos meios mais eficazes de
desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade.
(BAMBERGER, 2000, p.10).

É por meio da leitura que se faz a internalização e se adquire habilidades ao


ver coisas novas com seus diversos significados. A leitura é uma forma de recreação
muito importante para a criança, principalmente para o seu desenvolvimento
intelectual, psicológico e afetivo. Esta desempenha papel fundamental na vida da
criança, pela riqueza de motivações, sugestões e de recursos que oferece ao seu
desenvolvimento.

A leitura infantil é um dos fatores para que a criança consiga buscar a sua
realização, fazendo com que as novas gerações criem uma responsabilidade quanto
à mudanças de seus hábitos, de maneira que o hábito da leitura seja realizado
desde os primeiros anos de idade, contribuindo em sua formação sob todos os
aspectos.

A escola torna-se fator fundamental na aquisição do hábito da leitura e


formação do leitor, pois mesmo com suas limitações, ela é o espaço destinado ao
aprendizado da leitura. Essas leituras, guiadas por diferentes objetivos, produzem
efeitos diferentes, que modificam a ação do leitor diante do texto.

Os alunos, se incentivados na caminhada escolar, estarão dispostos a novos


conhecimentos, pois se encontram em um período de descobertas, de experimentar
algo novo. E é neste momento que os professores têm que aproveitar e oferecer a
eles o que procuram, o novo, a leitura, o saber ler.

O ensino da escrita e da leitura deve partir de toda a sociedade,


especificamente no sistema educacional, ou seja, o campo escolar como já citado
anteriormente, a escola destina essa função ao professor que está no posto de
mediação do conhecimento, para isso o professor deve chamar a atenção dos
alunos, para esses conteúdos, que são básicos, porém essenciais para a vida.
A leitura abre “mundos” a qualquer pessoa, podendo conquistar conteúdos,
cultura, lazer e principalmente satisfação e prazer ao fazer uma boa leitura. Aliado a
isto, a leitura amplia o raciocínio, a verbalização, a formalidade das palavras, dos
textos escritos, dos diálogos formais e informais, enfim, auxilia numa infinidade de
objetivos, que podem ser conquistados por meio da leitura.

Segundo Martins (1984):


As investigações interdisciplinares vêm evidenciando, mesmo na leitura do
texto escrito, não ser apenas o conhecimento da língua que conta, e sim
todo um sistema de relações interpessoais e entre as várias áreas do
conhecimento e da expressão do homem e de suas circunstâncias de vida.
Enfim, dizem os pesquisadores da linguagem, em crescente convicção:
aprendemos a ler lendo. (MARTINS, 1984 p.12).

A leitura não é um trabalho fácil, pelo contrário, ler e saber ler é uma tarefa
difícil, que exige disciplina, ela tem que ser praticada e vivenciada. Para que se inicie
o prazer pela leitura, é preciso que haja no ambiente familiar uma interação com a
leitura de forma a despertar na criança esse gosto tão necessário e importante.

Toda a aprendizagem está diretamente envolvida com a leitura e a escrita,


tanto que já está entre os conteúdos a serem ensinados desde as séries iniciais, ou
seja, as crianças entram na escola e o primeiro contado que terão com este mundo
de estudos é a escrita e a leitura.

METODOLOGIA

Este estudo realizado teve fases de pesquisa de qualitativa e descritiva,


caracterizada como pesquisa bibliográfica onde foi analisado material escrito que
versa sobre o tema em questão. Para conhecer um pouco mais a realidade da sala
de aula foi realizada a pesquisa de campo, quando foi aplicado um questionário aos
professores do ensino fundamental dos anos iniciais.

A pesquisa bibliográfica toma por base o estudo de um conjunto de livros de


variados autores sobre um tema específico. Segundo Ruiz “a pesquisa bibliográfica
consiste no exame desse manancial, para levantamento e análise do que já se
produziu sobre determinado assuntos que assumimos como tema de pesquisa
científica”. (2003, p.58)
Sobre a pesquisa de campo, Marconi e Lakatos (apud Pessoa, 2007, p.38)
esclarecem: é usada com o objetivo de obter informações e/ou conhecimentos sobre
o problema levantado para o qual se procura uma resposta, ou para a hipótese que
se quer comprovar. Outro objetivo dessa fase é descobrir novos fenômenos ou as
relações entre eles.

O instrumento utilizado para a realização da pesquisa de campo foi o


questionário com nove questões fechadas para os professores. Para Marconi e
Lakatos (apud Pessoa, 2007, p. 40): o questionário “é um instrumento de coleta de
dados, constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser
respondidas, por escrito, e sem a presença do entrevistador”.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A pesquisa foi realizada com a participação de treze professores da escola


pública e particular que teve como pressuposto perceber a importância da leitura nos
anos iniciais do ensino fundamental.
A formação acadêmica dos entrevistados está ligada a suas práticas
pedagógicas. Com relação à faixa etária, os entrevistados têm idade entre 20 a 40
anos, o que aponta que os entrevistados fazem parte de uma classe trabalhadora
com maturidade e consciência da importância de seu papel no processo de ensino e
aprendizagem das pessoas.
A formação de uma elite intelectual no Brasil evidenciou-se uma preocupação
na melhoria da educação que só aconteceria com formação adequada do professor,
segundo a LDB (Lei nº. 9.394/96) que prescreve que todos os docentes deverão
cursar o nível superior até o ano de 2020.
Dos professores participantes 60% tem curso superior, sendo que 20% têm
pós-graduação e 20% tem graduação incompleta. Percebe-se a preocupação dos
professores em investir em sua formação, atendendo ao Plano Nacional de
Educação que tem como meta que todos os professores da educação básica
tenham curso superior. (BRASIL, ANOXXX)
O tempo de docência dos entrevistados é de 1 a 15 anos de práticas
educacionais no magistério.
O questionário aplicado, com perguntas abertas para serem levadas em
consideração as opiniões dos professores sobre a influência dos recursos
pedagógicos para facilitar a aprendizagem, foram dadas as seguintes respostas:
O incentivo à prática da leitura é um tema frequentemente abordado na
literatura, e em especial, na discussão acerca do processo de alfabetização, e tem
sido apontado, como imprescindível para o desenvolvimento do educando em todos
os aspectos, social, pessoal, emocional e escolar.
Sobre isso Carvalho (2006) cita que :

(...) é uma atividade que se realiza individualmente, mas que se insere num
contexto social, envolvendo disposições atitudinais e capacidades que vão
desde a decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a
produção de sentido para o texto lido. Abrange, pois, desde as capacidades
desenvolvidas no processo de alfabetização “stricto sensu” até capacidades
que habilitam à participação ativa nas práticas sociais letradas que
contribuem para o seu letramento. Carvalho (2006. p.21)

Para os entrevistados é de grande importância realizar atividades com leitura


este trabalho deve ser diário. Há inúmeras possibilidades para isso, pois a leitura
pode ser realizada: de forma silenciosa, individualmente; em voz alta
(individualmente ou em grupo) quando fizer sentido dentro da atividade; e pela
escrita de alguém.
Portanto, o que se espera da instituição escolar é a realização da prática da
leitura como veículo de acesso ao mundo real de maneira significativa. E para atingir
tais fins é preciso segundo Martins “despertar na criança a noção de leitura como um
processo abrangente de compreensão de sentido, fruto de diálogo com o que é lido.
Algo muito vivo e desafiante, ao mesmo tempo, exigente e compensador”. (1989,
p.35)
Dos entrevistados todos presenciam nas crianças o entusiasmo pela leitura.
Cada educador deve buscar no seu aluno uma forma de entusiasmá-lo para que
obtenham um bom resultado.
Segundo Abramovich (1993) “ouvir histórias é muito importante na formação
de qualquer criança, é o inicio da aprendizagem para ser um leitor e, tornar-se um
leitor é começar a compreender e interpretar o mundo. Por isso precisamos “ler
histórias para as crianças, sempre, sempre...” (ABRAMOVICH, 1993, p.17).
Evidenciam-se através dos docentes que quase a maioria encontra em sua
turma alunos com déficit na escrita. Quando a criança começa a escrever, ninguém
explica para ela o que significa tantas letras, formas alfabéticas. Ela fica admirada
diante das coisas que os adultos fazem com as letras, com o tempo acaba
aprendendo de forma inadequada o que a escola pretende. Cagliari (1998) “diz que
o grande problema nesse caso é que a escola ensina a escrever, sem ensinar o que
é escrever, joga com a criança sem lhe dizer as regras do jogo”.
Estimular o aluno é atribuir-lhe uma condição de autonomia e
desenvolvimento. No que se concerne à pesquisa, a maioria dos entrevistados usa
estratégias para sanar as dificuldades na escrita. Cagliari (1998, p 38), “define que o
professor não precisa de um método específico, ele faz seu próprio método, usando
sua criatividade e experiência”.
A biblioteca é um espaço criado para dar apoio aos objetivos, metas, e
atividades fins da escola. Acerca desta, deveria ser o lugar mais procurado pelos
alunos.
Quadro 1 – Sobre a biblioteca ser o local mais procurado pelos alunos.
Alternativa Nº de respostas
Sim 8

Não 5

Total 13

Santos (2005) afirma:

A biblioteca escolar, sua organização, acervo e uso constituem-se talvez no


testemunho mais real do efetivo compromisso da comunidade escolar com
a educação e a cultura. Podemos considerá-la como o espaço da cultura
dentro da escola, oportunizando e estimulando o contato e o convívio
interativo entre os alunos, professores, pais e responsáveis, na mediação
do conhecimento que trazem os livros, revistas, jornais e outras fontes de
pesquisa e cultura. (SANTOS, 2005. p. 37).

Ao falar da forma que é trabalhada a leitura com os alunos, obtivemos


resultados diversificados na qual são utilizados vários recursos como apoio para a
prática da leitura.
Quadro 2 – Sobre os principais recursos usados como apoio à prática da
leitura.
Alternativa Nº de respostas
Jogos, gibis e produção de textos 9
Roda de conversa 4
Total 13

Segundo Smith (2006), que diz;

(...) A leitura contribui para ampliar a visão de mundo, estimular o desejo de


outras leituras, exercitar a fantasia e a imaginação, compreender o
funcionamento comunicativo da escrita, compreender a relação fala/ escrita,
desenvolver estratégias de leitura, ampliar a familiaridade com os textos,
desenvolver a capacidade de aprender, ampliar o repertório textual para a
produção dos próprios textos, conhecer as especificidades dos diferentes
tipos do texto, favorecer a aprendizagem das convenções da escrita, só
para citar algumas possibilidades. (SMITH, 2006, p.36).

Quanto à experiência de trabalho com leitura, a maioria dos respondentes


disseram que é necessário e indispensável para a formação da competência leitora
do indivíduo, que a criança tenha o contato com os diversos materiais textuais, como
revistas, jornais, guias turísticos, livros, textos publicitários, para que assim, desde a
alfabetização, adquiram o gosto pela leitura e aprendam que o ato de ler está
presente em sua realidade sobre os diversos materiais de leitura.
De acordo com Ferreiro (1997):
Quanto mais variado é esse material, mais adequado para realizar diversas
atividades de exploração, classificação, busca de semelhanças ou
diferenças e para que o professor, ao lê-los em voz alta, dê informações
sobre “o que se pode esperar de um texto” em função da categorização do
objeto que o veicula. Insisto: a veracidade de materiais não só é
recomendável (melhor dizendo, indispensável) no meio rural, mas em
qualquer lugar onde se realize uma ação alfabetizadora. Ferreiro (1997; p.
33).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização deste estudo, que teve como objetivo analisar a
importância da leitura no desenvolvimento da aprendizagem na escrita, constatou-se
a relevante contribuição junto aos alunos no desenvolvimento do domínio da
competência leitora e consequentemente para a sua formação enquanto cidadãos.
Foi constatado que a leitura, quando estimulada e evidenciada desde a
alfabetização, contribui para a formação de um sujeito apto para atuar em seu meio
social, favorecendo plenamente o desenvolvimento integral do educando.
Uma vez que a leitura trabalhada de forma mais atrativa, ampla e próxima à
realidade dos alunos, permite aflorar neles o gosto e o hábito por tal prática, o que
futuramente, em um processo gradativo, contribuirá para a formação de um cidadão
letrado.
Desta forma, entende-se que é fundamental na alfabetização, que a leitura
seja trabalhada de forma significativa, a partir dos diversos tipos de materiais
textuais presentes no contexto social, ou seja, com materiais diversificados, para
que os alunos se aproximem da leitura, e tomem gosto desde a menor idade desta
prática que é vital para o seu desenvolvimento futuro.
É natural e desejável pensarmos que, por ser um elemento básico do ensino,
a prática da leitura seja exercida sem complicações. Contudo, isso não expressa a
realidade vivenciada nos espaços escolares onde se observa momento de crise com
relação à formação de leitores.
A escola deve considerar a leitura como meio imprescindível para a
conscientização e construção de saberes, devendo buscar estratégias para que
todas as crianças tenham o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita, não
fazendo da leitura uma prática constante apenas na alfabetização e nas séries
iniciais, mas uma prática diária em todas as fases da vida escolar.
A leitura e a escrita apresentam características que fazem emergir
preocupação linguística e pedagógica e por isso, a escola precisa trabalhar a
fruição, mas também deve cuidar dos modos de produção da leitura e da maneira
pela qual o sujeito a constrói, deixando de lado o pedagogismo exagerado,
observado em grande parte das atividades didáticas formais. E isso se tornará
possível com plenitude. Quando tais ações estiverem recobertas e ampliadas pelas
dimensões políticas, históricas e sociais que presidem o ato de ler.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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