Secretaria Executiva de Educação Literatura Unidade Seduc na Escola 2º ano manhã_2021 Escola Estadual de Ens. Fund. e Médio Augusto Montenegro
Assunto: Parnasianismo (Europa e Brasil) – 1º Período /Aula 6 — 2º Bimestre 10 a 30/05/2021 – TEORIA
Parnasianismo. Foi um movimento literário que surgiu Aspectos formais:
na França no final do século XIX, tendo como principal bandeira a oposição ao realismo e ao naturalismo, Linguagem objetiva, em oposição à linguagem mais movimentos que ocorriam nesse contexto. No Brasil, subjetiva do romantismo; esse movimento opunha-se principalmente ao Predomínio de vocabulários e estrutura sintática romantismo, já que, apesar dos ideais românticos terem cultos; dado lugar ao realismo e ao naturalismo na prosa, ainda Busca pelo equilíbrio formal; eram fortes suas características na poesia. Assim, os Predileção pelo soneto. poetas parnasianos incorporaram em suas produções poéticas traços que se opunham diretamente à poesia Aspectos conteudísticos: romântica. Paganismo greco-latino, em oposição ao Contexto histórico e origem do parnasianismo. A 2ª cristianismo e ao misticismo do simbolismo; metade do século XIX foi um período em que a Retomada de elementos da tradição clássica; literatura europeia buscou novas formas de expressão, Materialismo e racionalismo; as quais estavam em sintonia com as mudanças que Contenção de sentimentos, em oposição à ocorriam em diferentes esferas da sociedade e em externalização amorosa romântica; diferentes áreas do conhecimento. A busca da arte pela arte. Nesse contexto, por exemplo, teses científicas e sociológicas eram desenvolvidas e difundidas, como o determinismo social. Parnasianismo em Portugal. Em Portugal, o O parnasianismo, então, surgiu como um parnasianismo, movimento introduzido pelo poeta João movimento concomitante ao realismo e ao naturalismo, Penha (1838-1919), coexistiu com o movimento realista e com o movimento simbolista, opondo-se, porém tendo o gênero lírico como sua principal principalmente, ao romantismo, movimento anterior, no manifestação. Parnasianismo advém da palavra que dizia respeito ao sentimentalismo e ao egocentrismo “Parnaso”, que, segundo a mitologia grega, refere-se a tão típicos dos escritores românticos. As poesias dos um lugar, um monte, consagrado a Apolo e às musas, em que os poetas, inspirados pela aura do lugar, principais poetas parnasianos portugueses foram reunidas, por Teófilo Braga, no livro Parnasso compunham. Além dessa origem mítica, o parnasianismo foi o português moderno, publicado em 1877. nome designado para intitular o movimento literário surgido na França na segunda metade do século XIX, Principais autores e obras do parnasianismo em também em razão de uma antologia, publicada em três Portugal volumes, sendo o primeiro em 1866, intitulada Parnasse contemporain (Parnaso João Penha (1838-1919): Poeta e jurista, notabilizou- contemporâneo). se por ter fundado o jornal literário A Folha, sendo considerado um dos principais escritores parnasianos Características do parnasianismo. O próprio nome portugueses. Escreveu os seguintes livros de poesia: Rimas (1882), que designa o movimento parnasiano já é um indicativo de sua principal característica: o forte interesse pela Novas rimas (1905), Ecos do passado (1914), cultura greco-latina. Esse interesse temático e formal em relação à cultura clássica opunha-se diretamente à Últimas rimas (1919) e estética vigente no romantismo, movimento rechaçado O canto do cisne (1923). pelos parnasianos, uma vez que não interessava aos artistas românticos uma volta à Grécia Antiga, mas Gonçalves Crespo (1846-1883): Poeta e jurista, nasceu antes uma representação capaz de ir ao encontro da burguesia crescente. Eis as características do no Rio de Janeiro, mas fixou residência ainda criança parnasianismo, divididas em aspectos formais e em Portugal. Filho de mãe escrava, destacou-se no meio literário português, tendo colaborado no jornal A conteudísticos: Folha, principal meio de difusão da poesia parnasiana. Seu primeiro livro foi a coletânea Miniaturas, publicada em 1870. Olavo Bilac (1865-1918): foi jornalista, inspetor de ensino e poeta. Foi também um dos fundadores da António Feijó (1859-1917): Poeta e diplomata, atuou Academia Brasileira de Letras. Publicou as seguintes no Brasil como embaixador nos consulados situados nos obras: estados de Pernambuco e do Rio Grande do Sul. Poesias (1888), Publicou as seguintes obras poéticas: Crônicas e novelas (1894), Transfigurações (1862), Sagres (1898), Líricas e bucólicas (1884), Crítica e fantasia (1904), Cancioneiro chinês (1890), Poesias infantis (1904), Ilha dos amores (1897), Conferências literárias (1906), Bailatas (1907), Tratado de versificação (1910), Sol de inverno (coletânea escrita entre 1915-1917), e Dicionário de rimas (1913), Novas Bailatas (editada postumamente em 1926). Ironia e piedade (1916), Tarde (1919).
Cesário Verde (1855-1886): poeta e comerciante,
escreveu muitas de suas poesias em periódicos da época, destacando-se: Branco e Negro (1896-1898) O Occidente (1878-1915), Renascença (1878-1879) e Azeitonense (1919-1922). Após sua morte, suas poesias foram reunidas, por Silva Pinto, na obra O livro de Cesário Verde (1887).
Parnasianismo no Brasil. O parnasianismo
brasileiro começou a ser difundido no país a partir de 1870, pois, no final dessa década, criou-se uma polêmica no jornal Diário do Rio de Janeiro, que reuniu, de um lado, os adeptos do romantismo e, de outro, os adeptos do realismo e do parnasianismo. Como resultado dessa querela literária, desenvolvida em artigos, conhecida como “Batalha do Parnaso”, houve uma difusão das ideias e das características do parnasianismo nos meios artísticos e intelectuais.
Principais autores e obras do parnasianismo no
Brasil
Alberto de Oliveira (1857-1937): foi farmacêutico,
professor e poeta, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo sido, inclusive, eleito o “Príncipe dos Poetas” em 1924. Escreveu as seguintes obras poéticas: Canções românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e poemas (1885), Versos e rimas (1895), Poesias escolhidas (1933), Póstumas (1944).
Raimundo Correia (1859-1911): foi magistrado,
professor, diplomata e poeta. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, escreveu os livros: Primeiros sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).