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O que é Parnasianismo?

O Parnasianismo é uma escola literária – ou movimento literário – que surgiu


em oposição ao Realismo e Naturalismo, representando a valorização do
positivismo e da ciência.

O nome Parnasianismo vem do termo “Parnaso”, que na mitologia grega significa o


nome da montanha consagrada pelo deus Apolo e de suas musas da poesia. O
nome desse movimento literário se deve também a sua primeira publicação
chamada de “Le parnasse contemporain” pelo autor Alphonse Lemerre, sendo um
dos parnasianos.

O Parnasianismo foi considerado o movimento “realista em poesia”, mas


diferente do Realismo que utilizava a ficção como base cientificas para sociedade, o
Parnasianismo não faz questão de utilizar essas bases para seu movimento, já a
influência do cientificismo e do positivismo foi a base para a estética da poesia no
parnasianismo.

Contexto histórico do Parnasianismo

A origem do Parnasianismo

O Parnasianismo surgiu na França durante o século XIX, com o objetivo na


criação de “poesias perfeitas” em oposição aos movimentos literários

Realismo e naturalismo, contrariando totalmente à prosa, já que o movimento foi


essencialmente poético.

•valorizavam o positivismo e a ciência

•uso do vocabulário culto


Os primeiros parnasianos da língua francesa foram poetas de diversas tendências,
que são: Théopile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville, José Maria de
Heredia – de origem cubana – e Sully Prudhomme.

Parnasianismo em Portugal

Em Portugal o Parnasianismo não foi um movimento muito importante, as


características mais significativas foram somente no Brasil e na própria França,
onde se originou o movimento literário.

Os autores portugueses desse movimento foram Gonçaves Crespo – nascido no


Brasil, mas foi criado em Portugal desde os seus 10 anos de idade -, João Penha,
Césario Verde e António Feijó.

Parnasianismo no Brasil
Em 1882, Fanfarras, de Teófilo Dias, é a obra que inaugura o parnasianismo
brasileiro, movimento que se prolonga até a Semana de Arte Moderna, em
1922.

No Brasil foi a partir da década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista
e a realista, as primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar
para o chamado Parnasianismo. O movimento parnasianismo no Brasil teve maior
destaque do que nos países da Europa, sendo que no Brasil o parnasianismo não
seguiu todas as características do parnasianismo francês.

A diferença foi que a subjetividade e o nacionalismo, estavam presentes nos


poemas de autores brasileiros. Já na estética parnasiana francesa, esses aspectos
eram deixados de lados por questão da própria cultura parnasiana europeia.

Tríade parnasiana

Os pioneiros do parnasianismo no Brasil foram os poetas Alberto de Oliveira, Olavo


Bilac e Raimundo Correia, formando um grupo que ficou conhecido como a “Tríada
Brasileira do Parnasianismo”.
Principais características do Parnasianismo

● Objetividade: oposição ao subjetivismo e sentimentalismo exagerado;


● Impessoalidade: ausência do “eu”; negação do sentimentalismo romântico;
● Estética ou Culto a forma: correção gramatical, estrutura e perfeccionismo
na construção da poesia;
● Arte pela arte: A poesia não tem nenhum compromisso, realidade não é uma
influência para a poesia;
● Descritivismo: preocupação com a descrição bem detalhada da forma física
e estética dos objetos;
● Uso de figuras de linguagem: Os poemas parnasianos têm preferência pelo
hipérbato, recurso que estiliza os textos contribuindo para os objetivos das
obras;
● Preciosismo: linguagem culta e de difícil compreensão, focaliza-se no
detalhe, cada objeto deve ser singular;
● Universalismo temático: o nacionalismo era explorado mais pelos
parnasianos brasileiros, sendo sempre com moderação.

Principais autores do Parnasianismo no Brasil

Olavo Bilac

Obras

Poesias (1888), Via Láctea (1888), Sarças de Fogo (1888), Crônicas e Novelas
(1894), O Caçador de Esmeraldas (1902), As Viagens (1902), Alma Inquieta (1902),
Poesias Infantis (1904), Crítica e Fantasia (1904), Tratado de Versificação (1905),
Conferências Literárias (1906), Ironia e Piedade (1916) e Tarde (1919).

Alberto de Oliveira
Obras

Canções Românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e Poemas (1885), Versos


e Rimas (1895), Poesias (1900), Poesias – segunda série – (1905), Poesias –
terceira série – (1913), Poesias – quarta série – (1927) e Poesias Escolhidas (1933).

Raimundo Correia

Obras

Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias


(1891) e Poesias (1898).

Francisca Júlia da Silva

Obras

Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfinges (1903), A Feitiçaria Sob o


Ponto de Vista Científico (1908), Alma Infantil com Júlio César da Silva (1912),
Esfinges – Segunda edição – (1921), e Poesias – organizadas por Péricles Eugênio
da Silva Ramos – (1962).

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