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O parnasianismo, então, surgiu como um

movimento concomitante ao realismo e ao


naturalismo, porém tendo o gênero lírico como
sua principal manifestação. Parnasianismo advém
da palavra “Parnaso”, que, segundo a mitologia
grega, refere-se a um lugar, um monte,
consagrado a Apolo e às musas, em que os
poetas, inspirados pela aura do lugar,
compunham.
Também de forma marcante, os temas da
antiguidade clássica são observados
nessa escola literária
Seu nome surge de Parnase Contemporain,
antologias publicadas em Paris a partir de
1866. Parnaso é como se chama a montanha
consagrada a Apolo e às musas da poesia na
mitologia grega.
*Idealização da arte pela arte

*Busca da perfeição formal


*Preferência pelo soneto

*Preferência pela descrição


*Rimas raras
*Vocabulário culto
*Objetivismo
*Racionalismo
*Universalismo
*Apego à tradição clássica
*Gosto pela mitologia greco-latina
(Rejeição do lirismo
Belle Époque” é uma expressão origem francesa que
significa literalmente “Bela Época”. Esta expressão
criada para designar um período da história na Europa
marcado pela paz aproximadamente entre 1871 quando
a 1914 quando começou a primeira Guerra Mundial,
compreendendo um total de 43 anos. Este período
ficou caracterizado sobretudo pela expansão e
progresso tecnológico, científico e cultural.
Os governantes das potências europeias,
principalmente da França, adotaram uma política
de estabilidade econômica que impulsionou o
crescimento do comércio, a urbanização e o
êxodo rural em muitas cidades.
O período da Belle Époque foi uma fase de
grande otimismo entre a população de países
como França, Alemanha, Itália, Reino Unido
entre outros que aproveitaram este período
para se desenvolver em âmbito econômico,
tecnológico e cultural. Todos esses avanços
fizeram com que as populações desses países
restaurassem a crença em dias.
No âmbito tecnológico surgiram inovações como o
telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, o automóvel, o
avião, a fotografia, os bondes elétricos, o fonógrafo, o
gramofone além de maquinas de diversas ordens que
contribuíram para transformar o habito de vida e
pensamentos das pessoas. Todo esse desenvolvimento
possibilitou a mecanização do trabalho que antes era
manual em sua maior parte. Consequentemente facilitou
a produção em série de bens de consumo,
especialmente.
Aos poucos as novidades advindas do progresso
começaram a envolver a vida cotidiana da população.
Paris tornou-se o centro urbano e cultural referência
nesse sentido. Foi nessa cidade que aconteceu a
chamada Exposição Universal (Exposition Universalle)
realizada em 1900. Esta exposição foi um marco para a
Belle Époque, ocorrendo em vários pontos da cidade,
visando apresentar a população as últimas novidades
tecnológicas e artísticas, como por exemplo as mostras
das fabricas de roupas que podiam apresentar os últimos
lançamentos da moda.
Todo esse entusiasmo, do qual até os dias atuais
colhemos frutos, também, rendeu muitas
disputas por dinheiro e poder, culminando na
primeira Guerra Mundial em 1914. Infelizmente,
muitas invenções desse período de ouro foram
utilizadas como tecnologia de armamento.
A beleza poesia deveria ser alcançada por um
trabalho obstinado, incansável, que buscasse o
rigor da forma, descartando a inspiração.
Desse ideal nasce a teoria da “arte pela arte”.
Assim, a poesia se torna descritiva com
poucas figuras de linguagem, com verso
rebuscado comparado à joia lapidada.
Autores do Parnasianismo em Portugal:
Embora tenha sido mais representativo no
Brasil, alguns autores se destacam no
Parnasianismo em Portugal. São exemplos
António Feijó (1859-1917), Cesário Verde
(1855-1886), Gonçalves Crespo (1846-1883) e
João Penha (1838-1919).
Em 1882, Fanfarras, de Teófilo Dias, é
a obra que inaugura o parnasianismo
brasileiro, movimento que se prolonga
até a Semana de Arte Moderna, em
1922.
Os autores parnasianos criticavam a
simplicidade da linguagem, a
valorização da paisagem nacional e o
sentimentalismo. Para eles, essa era
uma forma de subjugar os valores da
poesia.
A proposta inovadora era de uma poesia de
linguagem rebuscada, racional e perfeita do
ponto de vista formal. Acreditavam que, se
estivesse apoiados no modelo clássico
poderiam contrapor os exageros e a
fantasia típica do movimento literário
Romantismo.
Autores do Parnasianismo no Brasil
Os principais autores do Parnasianismo no Brasil foram
Olavo Bilac (1865- 1918), Raimundo Corrêa (1859-1911) e
Alberto de Oliveira (1857-1937). Os três formavam a chamada
tríade parnasiana.

Além deles, outros autores também merecem destaque: Augusto


de Lima (1859-1937), Bernardino Lopes (1859-1916), Fontoura
Xavier (1856-1922), Francisca Júlia (1871-1920) e Múcio Teixeira
(1857-1926).
Sua temática, como de todo poeta parnasiano,
estava concentrada na exaltação das formas
estruturais na composição do poema, na
contemplação da natureza, na perfeição dos
objetos, na métrica rígida. Enfocava também um
forte pessimismo marcado por desilusão dos
sonhos que podem não ser realizados.

Veja a poesia “As pombas”, na qual há presença


da exaltação das formas, da métrica perfeita e da
natureza:
“Vai-se a primeira pomba despertada ...
Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim
dezenas
De pombas vão-se dos pombais,
apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada ...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas,
serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas
soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas
voltam,
E eles aos corações não voltam mais...”
O tema do soneto é inicialmente o revoar das pombas que
acaba por estabelecer uma comparação com as fases da
vida humana.

A pomba, animal escolhido por Raimundo Correia para


protagonizar seu soneto, é símbolo da pureza, da paz e da
elevação espiritual.

Assim como todos os pássaros, a pomba pode ser lida


como sinônimo de liberdade e de conexão do céu e da
terra, visto que frequenta os dois ambientes.

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