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Disciplina: Estágio Supervisionado Básico em Psicopatologia

Docente: Edivâna Almeida


Alunx: Elaine Matias Damacena,
Turma: Noturno

MODOS DE INSERÇÃO DOS PSICÓLOGOS NA SAÚDE MENTAL E SUAS


IMPLICAÇÕES NO COMPROMETIMENTO COM A REFORMA PSIQUIÁTRICA?
Revista Mal-estaR e subjetividade - FoRtaleza - vol. Xii - Nº 1-2 - p. 419 - 456 - MaR/juN 2012

A pesquisa qualitativa realizada em Piauí retratando a prática dos profissionais


piauíenses na rede de atenção a saúde mental, trata-se de um, objeto de estudo
que recorta e representa a população de profissionais psicólogos atuantes em
saúde mental no Brasil, apontando que a inserção desses profissionais neste setor
retrata o despreparo da formação acadêmica para
profissionais para comporem a equipe multiprofissional que ofertem os serviços de
cuidados continuados de maneira extra-hospitalares e uma base comunitária,
substituindo assim, o modelo de hospital psiquiátrico.

Dentre os psicólogos que atuam na Saúde Mental do município Teresina/PI. D foram entrevistados
29 profissionais com a orientação de um roteiro semiestruturado. Quanto aos resultados, observou-
se que os profissionais são jovens, formados há 10 anos, com pouca experiência na área. Além
disso, convivem com trabalhos precarizados, baixos salários,razão pela qual mantêm vários
empregos, tendo como destaque o consultório privado. Identificou-se que os profissionais
demonstram forte vinculação com os modos radicionais de atuação e pouco comprometimento com
o desenvolvimento de novas práticas em saúde mental. Isso produz efeitos diretos na organização
dos processos de trabalho e nos modos de funcionamento das equipes,mantendo o psicólogo
afastado da perspectiva psicossocial, bem como das lutas para efetivar a Política de Saúde Mental
em curso no País. Além disso, observou-se oagenciamento de um modo de ser psicólogo operador
de práticas governamentais de gestão/controle de subjetividades e da vida

O artigo Modos de Inserção dos Psicólogos na Saúde Mental e suas Implicações no


Comprometimento com a Reforma Psiquiátrica? tem como objetivo analisar a
presença dos psicólogos na saúde mental,as técnicas empregadas na atuação
desta categoria, visto que a reforma psiquiátrica é um fenômeno demasiadamente
recente, sendo que os profissionais em sua formação acadêmica não têm sido
preparados para uma atuação que vise o conhecimento em políticas públicas de
atenção psicossocial que encontram-se vigente nas propostas de atenção à saúde
mental no Brasil, deparando-se muitas vezes com a prática profissional em saúde
mental sem que antes tenham acesso a experiências curriculares, extracurriculares
que os coloquem o mais próximo possível da realidade neste contexto de atuação.

As políticas públicas, seria o reflexo da probletizacao e debates sobre as


dificuldades e disfunções que ocorrem no contexto social as quais fomentam a
produção de leis e que quando a lei está pronta em vigor na sociedade provocando
movimentos. As forças que compõem este campo são compostas por entidades
participantes de movimentos sociais, políticas, jurídicas, institucionais. Neste caso,
a reforma psiquiátrica, a micropolítica está nas diretrizes que chegam em cada
atuação nos espaços de atenção psicossociais locais, como a interpretação de uma
legislação que vai regular as práticas profissionais.
Tais diretrizes comprimem e organizarm o processo em uma configuração,
legislada e demarcada, que apontam a necessidade, em contra proposta as práticas
asilares do contexto psiquiátrico hospitalar, de Implantar serviços abertos e de base
territorial que supram as funções de moradia, alimentação, trabalho/ocupação,
lazer, as relações de amizade e os vínculos sociais que o hospital, desde o seu
nascimento, estrutura e materializa por meio de sua existência.

Para vencer os desafios do processo de reforma psiquiátrica no Brasil, em todo o


País foram criados o dispositivo das Residências Terapêuticas (SRT) e o Programa
de Volta para Casa (PVC). Tais dispositivos garantem a desinstitucionalização de
usuários de longa permanência dos hospitais, cujas internações, na maioria das
vezes, se justificam muito mais por questões familiares, sociais e econômicas, do
que efetivamente clínicas. As ações de saúde mental na atenção primária foram
implantadas Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Para a população em
situação de rua disponibilizaram-se, Consultórios de Rua que, em conjunto com
Casas de Acolhimento Transitório (CAT), oferecem cuidados básicos em saúde e
ações de redução de danos para dependentes do álcool e outras drogas, incluindo o
crack.

A Saúde Mental, segundo MACEDO E DIMENSTEI (2012) é o reflexo da inserção,


Expansão e Interiorização dos Psicólogos no Brasil.

O próprio processo de expansão das políticas públicas, especialmente na saúde, saúde mental e
assistência social, contemporâneo ao crescimento da profissão em todo o País, tem configurado o
setor público como um dos maiores empregadores da categoria.

Muitos profissionais da rede de saúde mental foram contratados como primeiro emprego, a maioria
não escolheu trabalhar especificamente na Saúde Mental quando ingressou no serviço público, E
mesmo aqueles que se mostraram inicialmente interessados assim o fizeram devido à simpatia com
a área em função das experiências com as disciplinas de psicopatologia, clínica psicológica e teorias
e técnicas psicoterápicas.

No geral, defrontou-se com um quadro que revela uma série de dificuldades e incertezas que
grassam entre os entrevistados, além de evidenciar certo despreparo para atuar na Saúde Mental.
Dentre as dificuldades relatadas, emergem a questão salarial e as fragilidades quanto às
condições de trabalho, a exemplo da falta de material e estrutura (testes psicológicos, material
lúdico e sala de atendimento adequada, dentre outros), além da baixa capacidade dos serviços de
atenderem à demanda, ocasionando filas de espera. Ademais, poucos profissionais cumprem a
carga horária para a qual foram contratados, e priorizam somente a realização daquelas atividades
que aumentam o seu vínculo ou comprometimento afetivo com o modo clássico de serem
psicólogos.
Os autores fomentam sobre os Modos de Inserção Profissional dos Psicólogos na
Política de Saúde Mental. Uma das questões que estão atreladas a eficácia do
funcionamento do modelo de atenção psicossocial, a atuação da nossa categoria
profissional, os psicólogos, problematizando a maneira como cada profissional
utiliza conhecimentos teórico- científicos, os quais precisam ser atrelados a prática,
adaptando e levando em consideração o público alvo, o contexto sócio -histórico e
as peculiaridades da população, organizando. Desta forma os referênciais teóricos
que profissionais utilizam precisam sustentar-se e tornar-se congruentes com a
prática profissional, com o fazer teórico político, fazendo valer propostas das
mudanças problematizadoras que compõe a reforma psiquiátrica, a promoção de
saúde visando a autonomia e reinserção dos indivíduos na sociedade.

Torna-se necessário, para que seja atingido um número cada vez mais crescente de
individios que utilize os serviços de atenção psicossocial, a integração articulada do
plano, que seria as políticas públicas em saúde mental, com outras políticas
públicas, efetivando, assim as ações de cuidados necessários a população.

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