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São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Casa própria
"Com a nova medida da Caixa Econômica Federal quanto ao
financiamento de imóveis, fica claro que a opção do governo
FHC é pelos ricos. Como entender um governo que dá
bilhões de dólares a banqueiros e empresas privadas,
incluindo-se estrangeiras (vide privatizações), e não tem
dinheiro para nem sequer dar o mínimo ao povo brasileiro?
FHC é o pai dos ricos. E o povo não aprende. No ano que
vem liberam verbas, e o povo elege mais um que vai pisar
nele mesmo."
Rodrigo Carvalho (Belo Horizonte, MG)

Discurso vazio
Em seu artigo "Quebrar pedras" (Opinião, pág. A3, 9/9), a
prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), mantém a
coerência: fala, fala, mas não diz nada. É como faz na
administração municipal. Merece, com o artigo, um passe
livre em ônibus (com seus colegas empresários), com a tarifa
reajustada acima da inflação, ou a alegre companhia dos
perueiros por um mês.
Oscar Eustachio, (São Paulo, SP)

Bocejos oficiais
"Ao ler a Primeira Página de sábado (8/9) deste prestigioso
jornal, deparei com as fotos de mandatários do Brasil
bocejando ao assistir às comemorações do dia da pátria.
Gostaria de saber em que isso contribui para o progresso
deste país e para manter aceso o já desfalecido sentimento de
cidadania, tão necessário a todos nós."
Paulo Roberto Olivato (São Paulo, SP)

Exemplo de professora
"Admirável em todos os aspectos a atitude da professora
Aparecida Maria dos Santos Vecchi, baleada em plena sala
de aula por um de seus alunos, ao separar a sua função de
educadora -feita com amor e dignidade- da violência e do
descaso social dos quais é vítima. Nesse sentido, a
professora dá uma lição a todos os professores: chega de
maldizermos nossa profissão e nossos alunos -igualmente
vítimas. Canalizemos as nossas reclamações para o governo
estadual (absolutamente omisso em relação à situação
vexatória da maioria de suas escolas); para a sociedade
(igualmente omissa diante da situação da escola pública); e
também para a mídia (que nem sequer está percebendo a
falta de profissionais de apoio nas escolas -sobretudo
inspetores de alunos- absolutamente indispensáveis para um
funcionamento mínimo de uma instituição educacional).
Como um governo que está há sete anos no poder permite
que as suas escolas funcionem com um quadro desses? Não é
um escândalo?!"
José Alves da Silva (São Paulo, SP)

Medindo o cinismo
"Se existisse um Índice de Cinismo Humano (ICH), o Brasil
teria alcançado o topo da lista por conta do quadro patético
em que o sr. Pedro Malan comemora o "Brasil Day", na
bolsa de Nova York, exatamente num 7 de Setembro, em que
nosso país comemora, também, seu dia da "independência"."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Ambiente ameaçado
"É incrível como o Senado Federal foi incapaz de enxergar
que o feroz desmatamento é o principal fator determinante
da diminuição do volume dos rios e lagos que está
ocasionando a falta de energia. Ou será que tornar esse fato
público desagradaria aos madeireiros destruidores do
patrimônio florestal e aos ruralistas que estão defendendo um
novo Código Florestal que permitirá a total dizimação das
floresta e encostas ? Alheia ao bom senso e a todos os
conhecimentos científicos acumulados, a Comissão do
Senado aprovou por maioria as propostas de larga destruição
de florestas e da biodiversidade."
Hélcio R. Gil Santana (Niterói, RJ)

Britânicos e indígenas
"Com respeito a reportagem sobre Reino Unido e indígenas
(Mundo, 7/9), é lamentável que tenhamos entrado na
conversa desse mesmo reino, quando o príncipe Charles e
sua princesa Diana, fizeram até excursão no Amazonas para
defender as terras dos ianomâmis. Agora ficou realmente
claro que o interesse deles era sepultar sob as terras
demarcadas aos índios, a maior jazida mundial de estanho
que nelas se encontram, produto estratégico e
importantíssimo nas exportações inglesas."
Vladimir Perez (Santos, SP)
Reforma política
"Já que os senhores senadores e os senhores deputados
federais não estão conseguindo fazer a reforma político-
partidária, vamos nós, cidadãos comuns, eleitores, fazê-la, e
para tanto proponho que a redação do artigo 1º seja a
seguinte: "Não se vota em candidatos ligados -por afiliação
ou apoio- a partidos políticos que afiliam corruptores,
corruptos ou quaisquer outros criminosos."
James Moitinho (São Vicente, SP)

Mobilização elétrica
"Em uma bela tarde, notei todos os meus vizinhos em suas
portas. Percebi que todos os olhares e atenção estavam
voltados para um rapaz que vinha cabisbaixo na esquina. Ele
era nada mais, nada menos do que o medidor de luz. Em
meio a alguns cálculos, ouviam-se alguns gritinhos de
satisfação daqueles que provavelmente atingiram sua meta e
uns suspiros de insatisfação. Pensei sobre toda aquela
mobilização. Se todas aquelas pessoas se comprometessem
da mesma maneira em fazer um mundo melhor, com menos
poluição, mais gentileza, mais amor, menos violência e mais
honestidade, não conseguiríamos tornar nosso país um lugar
melhor?"
Paula Cavalcante (São Paulo, SP)

Fundações universitárias
"Em relação a reportagem sobre a manifestação contra a
regulamentação das fundações universitárias (Cotidiano,
edição de 5/9), gostaríamos de expressar o nosso
descontentamento. Em primeiro lugar, pela banalização da
ideologia estudantil. Não somos um bando de extremistas
alienados promovendo desordem, dizendo que a USP está
sendo privatizada, queremos apenas ter voz ativa na política
da universidade. Será que um assunto de tamanha
importância deve ser decidido por um pequeno grupo em
grande parte formado pelos próprios associados às
fundações? Afinal, apenas 8 dentre os 105 conselheiros são
alunos da USP. É importante que se saiba também que a
Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras) administra cursos privados e
pretendia montar um curso de graduação. Propomos aos
senhores conselheiros que promovam um plebiscito para
saber o que pensam funcionários, professores e
principalmente alunos."
Gilmar Pereira Neves (São Paulo, SP)

Seleção derrotada
"Tanto quanto a derrota, doeu a percepção da distância entre
nós e eles. Às vezes, um simples gesto ou atitude valem mais
do que uma conquista. Refiro-me à frase escrita na camisa
vestida pelos argentinos quando ingressaram em campo:
"Em defesa do ensino público e gratuito". Dos 22 em campo,
metade se posicionou claramente em defesa de um valor
fundamental. A outra metade, cujo último gesto de que se
tem lembrança é a parafascista entrada de mãos dadas, posou
como se estivesse no melhor dos mundos. Podiam ter usado
a mesma frase ou outras também apropriadas a nossa
conjuntura como: "Ética e decência já!", "Salvem os nossos
rios e florestas", "Terra para quem trabalha". Ao contrário,
pensaram em homenagear Ricardo Teixeira! Parece até
castigo."
Antônio Fernando Guerreiro (Salvador, BA)

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