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DE CALOR EM
SOLDAGEM
Aquece Aquece
⎯⎯ ⎯ ⎯→ ⎯⎯ ⎯ ⎯→
⎯ ⎯⎯⎯ ⎯ ⎯⎯⎯
Re sfria Re sfria
Temperatura: Noção intuitiva
Grandeza física que indica o estado (grau de agitação) das
partículas de um corpo, caracterizando o seu estado
térmico.
T1 T2 T T
contato
Calor e sua propagação
Calor (uma definição):
“Calor é a energia térmica em trânsito, devido a uma
diferença de temperatura entre os corpos”.
A caloria é definida
como a quantidade de
calor necessária para se
elevar de 14,5°C para
15,5°C uma quantidade
de 1g de água.
Convenção para a Troca de calor
Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn = 0
• Termodinâmica:
Estuda as interações (trocas de energia) entre um sistema
e suas vizinhanças.
• Transferência de calor:
Indica como ocorre e qual a velocidade com que o calor é
transportado.
O que ocorre com a temperatura de um corpo
quando se transfere calor a ele??
A temperatura pode
aumentar ou não.
Calor sensível
Quando o calor é utilizado pela substância apenas para variar sua
temperatura, sem alterar seu estado físico.
Q = C DT = m c DT
Q = quantidade de calor trocado [J, cal, kcal, BTU
etc];
C = capacidade calorífica do corpo [J/ºC];
m = massa do corpo [g, kg];
c = calor específico da substância [J/(kg ºC)];
DT = variação da temperatura (Tfinal - Tinicial) [K, ºC].
Calor específico e capacidade
calorífica
H2O Barra de Calores específicos
ferro
(a 25ºC e 1 atm) [J/(kg ºC]:
H2O = 4200; Gelo (0ºC) =2040
Etanol = 2400;Alumínio = 900;
Cobre = 390;Latão = 380;
Ferro = 450; Vidro = 840.
Valores de c (25ºC e 1 atm)
Calor Específico Calor Específico Molar
Substância cal/(g.K) J/(kg.K) J/(mol.K)
Sólidos Elementares
Chumbo 0,0305 128 26,5
Tungstênio 0,0321 134 24,8
Prata 0,0564 236 25,5
Cobre 0,0923 386 24,5
Alumínio 0,215 900 24,4
Outros Sólidos
Latão 0,092 380
Granito 0,19 790
Vidro 0,20 840
Gelo (-10°C) 0,530 2.220
Líquidos
Mercúrio 0,033 140
Álcool etílico 0,58 2.430
Água do mar 0,93 3.900
Água doce 1,00 4.190
Fonte: Halliday
Qual a velocidade de uma Troca de Calor?
Velocidade Fluxo de calor
T1 >
T2
Q
• Quantidade de calor que atravessa uma área A Q
q= =
Intervalo de tempo Dt
estacionários.
Condução de Calor
Condução
Calor
T1 > T2
Convecção natural
Convecção natural e forçada
Na convecção forçada o fluido é forçado a circular sobre a
superfície por meios externos, como uma bomba, um
ventilador, ventos atmosféricos.
Transporte forçado
de fluidos
Convecção forçada
Fluxo de Calor na Convecção
• “Lei de Newton do Resfriamento”:
•
qconv = h A (Ts − T )
Área A
Convecção forçada
Gases 25 – 250
Líquidos 50 – 20.000
Os diferentes mecanismos de
troca térmica ocorrem
simultaneamente nas mais
diversas situações.
Trocador de Calor
Introdução
IMPORTÂNCIA
Weld penetration in GMAW and laser-assisted GMAW using CO2 laser at 5.7kW.
Considerações
Soldagem a Arco
E = V.I / v E = V.I / v
PROCESSO DE SOLDAGEM
Eletrodo revestido (SMAW) 0,70 - 0,85
MIG/MAG (GMAW) 0,75 - 0,95
Arco Submerso (SAW) 0,85 - 0,98
TIG (GTAW) – CA 0,20 - 0,50
– CC- 0,50 - 0,80
Feixe eletrônico (EBW) 0,80 - 0,95
LASER (LBW) 0,003 - 0,70
Measurement of arc efficiency in GTAW; (a) calorimeter; (b) rise in cooling water temperature as a function of time.
110A, 10V 15 IPM, Water flow rate= 495 ml/min, welding time= 23,1 sec
Eficiência Térmica
➢Saídas de calor:
•Condução através da peça;
•Condução através do eletrodo;
•Perdas por radiação e convecção e
•Reações endotérmicas.
Balanço Térmico na Soldagem por Fusão
ESCOAMENTO DE CALOR EM SOLDAGEM
VALOR VALOR
ENTRADAS DE CALOR SAÍDAS DE CALOR
(%) (%)
1. Arco elétrico 94 1. Perdas no arco e 20
2. Reações 6 no eletrodo
exotérmicas 2. Condução através 78
da peça
3. Perdas na 2
superfície da peça
Cordão de solda
Eletrodo revestido de 3,2mm de diâmetro
Velocidade de 2,5mm/s
Corrente de 150A
Tensão de 23V
Área do cordão: 25mm2 (seção transversal)
Repartição Térmica
Extensão máxima é
determinada pela mínima
temperatura que afeta a
microestrutura
Repartição Térmica
Considerações:
1. Fonte de calor pontual;
2. Não ocorre fusão e o calor de fusão é
negligenciado;
3. Propriedades térmicas constantes,
4. Não há perda de calor na superfície da
peça;
5. A peça é infinitamente larga.
Rosenthal
Fluxo de Calor na Soldagem
Tridimensional
R=
Fluxo de Calor na Soldagem
Fluxo de Calor na Soldagem
Fluxo de Calor na Soldagem
1. Temperatura no centro
próximo ao infinito,
apesar da potência da
fonte ser finita.
Considera fonte pontual.
Fluxo de Calor na Soldagem
2. Propriedades
térmicas não são
constantes, mas
tendem a variar com
a temperatura.
Fluxo de Calor na Soldagem
3. Negligência do calor
de fusão da poça.
Ciclo Térmico de Soldagem
Métodos Experimentais
A análise experimental do fluxo de calor é dificultada pelas
grandes variações de temperatura, em um pequeno volume
e em um pequeno intervalo de tempo, que
caracterizam a maioria dos processos de soldagem.
Obs.: Os termopares devem ser adequados para temperaturas elevadas e terem pequeno diâmetro
( 0,01 mm), para acompanhar as variações bruscas de temperatura.
Ciclo Térmico de Soldagem
Ciclo Térmico de Soldagem
b) Análise metalográfica
b) Análise metalográfica
Ciclo Térmico de Soldagem
c) Simulação
Os CTS podem ser simulados de maneira controlada em um CP com o
uso de máquinas especiais.
Um ex. deste tipo de equipamento é a máquina “Gleeble”, onde um
CP, geralmente com as dimensões de um CP Charpy, preso por
garras de cobre refrigeradas a água, é aquecido pela passagem de
corrente elétrica. A temperatura do centro do CP é medida por um
termopar e controlada por um programa.
1 k ρc h y 1
= +
T −T E T −T
p o f o
k - constante adimensional (4,13)
ρ - densidade do material
c - calor específico do material
h - coeficiente de transmissão de calor por convecção e radiação
y - distância do ponto considerado à linha de fusão
E - energia líquida de soldagem
Tf - temperatura de fusão do material
To - temperatura inicial (ambiente)
Ciclo Térmico de Soldagem
A figura abaixo mostra esquematicamente a variação de Tp
com a distância da linha de fusão e a energia de soldagem:
Ciclo Térmico de Soldagem
b) Tempo de permanência (tp)
Tempo em que o ponto fica submetido a temperaturas
superiores a uma temperatura mínima para ocorrer uma
alteração de interesse, chamada de temperatura crítica
(Tc).
= h C(T − T0 ) H
Onde, T0 – temperatura de pré-aquecimento (inicial)
T – temperatura de interesse
– densidade do material
> 0,9 “Grossa”
C – calor específico do material < 0,6 “Fina”
h – espessura
HL – energia de soldagem Portanto, > 0,75 – Chapa grossa
<= 0,75 – Chapa fina
Exemplo
Chapa de 10mm – Aço carbono
TIG: H= 400 J/mm MAG: H= 700 J/mm
C= 4,44 106 J/m3K
T= 550 ºC
= h C(T − T0 ) / H
Onde, T0 – temperatura de pré-aquecimento (inicial)
T – temperatura de interesse
– densidade do material
C – calor específico do material
h – espessura Portanto, > 0,75 – Chapa grossa
HL – energia de soldagem <= 0,75 – Chapa fina
Ciclo Térmico de Soldagem
Velocidade de resfriamento
.. T T
T = = −v
t x
Ciclo Térmico de Soldagem
Velocidade de resfriamento
.
2 k (TC − Tpré ) 2 (chapa espessa)
. Equação de Adams
T =
H
Ciclo Térmico de Soldagem
Velocidade de resfriamento
Para a soldagem de penetração total, com fluxo de calor
essencialmente bidimensional (chapa fina), tem-se:
.
. e 2
T = 2 k C ( ) (TC − Tpré ) 3
H
(chapa fina)
Tpré – temperatura de pré-aquecimento (inicial) Equação de Adams
TC – temperatura de interesse ou crítica
– densidade do material
C – calor específico do material
k – condutividade térmica
e – espessura
H – energia de soldagem
Ciclo Térmico de Soldagem
Velocidade de resfriamento
Em termos gerais, a microestrutura na solda e regiões
adjacentes de uma liga transformável (ex. aço carbono), será
determinada em parte pela VR após a soldagem. Esta entretanto
varia com a temperatura na qual foi determinada.
Assim, um parâmetro para o estudo das transformações durante
a soldagem de aços ao carbono e aços de baixa liga pode ser a
VR a uma temperatura fixa, tipicamente 300°C.
Atualmente, é mais comum a adoção do parâmetro tempo de
resfriamento entre duas temperaturas (Dt), comumente entre 800
e 500°C (Dt800-500), ou entre 700 e 300°C (Dt700-300), para
representar a VR após soldagem.
O parâmetro Dt é inversamente proporcional a VR, isto é, quanto
maior for esta, menor será Dt.
Fluxo de calor bi-dimensional (chapa fina) durante a soldagem.
Exemplo
Aço carbono 1018
Processo: TIG
Velocidade= 2 mm/s .
Corrente=200A
. 2 k (TC − Tpré ) 2
Tensão= 10V T =
TC= 500ºC H
Calcular T pre= zero e 250ºC ?
Rendimento= 70%
k= 35W/mºC
Temperatura ambiente= 25ºC
Ciclo Térmico de Soldagem
Efeito dos Parâmetros Operacionais
Comparação da condutividade térmica de aços ao carbono, ligas de cobre, ligas de alumínio e aços inoxidáveis.
Efeito dos Parâmetros Operacionais
(a) (b)
Comparação do coeficiente de expansão térmica (a) e resistividade elétrica (b) de aços ao carbono, ligas de
cobre, ligas de alumínio e aços inoxidáveis.
Efeito dos Parâmetros Operacionais
Distribuição teórica de temperatura no plano xz em torno da poça de fusão para (a) um metal de
alta condutividade térmica (cobre) e (b) um de baixa (aço inoxidável austenítico). Espessura:
10mm. Energia de soldagem: 0,6kJ/mm.
Efeito dos Parâmetros Operacionais
b) Espessura da junta
Para uma mesma condição de soldagem, uma junta de maior
espessura permite um escoamento mais fácil do calor por
condução. Assim, quanto maior a espessura da junta maior
será a VR após soldagem.
..
Variação da velocidade de resfriamento com a espessura de chapa.
h 2
A VR segue a equação: T = 2 k C ( ) (T − T0 )3
HL
variando com o quadrado da espessura, enquanto o fluxo de calor bidimensional predomina,
isto é, enquanto a solda tem penetração total.
Efeito dos Parâmetros Operacionais
b) Espessura da junta
. e 2
T = 2 k C ( ) (TC − Tpré ) 3
H
variando com o quadrado da espessura, enquanto o fluxo de
calor bidimensional predomina, isto é, enquanto a solda tem
penetração total.
.
. 2 k (TC − Tpré ) 2
T =
H
Quando a espessura da peça torna-se muito maior que as
dimensões da poça de fusão, o fluxo de calor tridimensional
predomina e a VR torna-se praticamente independente da
espessura.
Efeito dos Parâmetros Operacionais
b) Espessura da junta
800ºC-500ºC
C: 0,17%
Mn: 1,34%
Determinação
Efeito dos Parâmetros Operacionais
b) Espessura da junta
Efeito dos Parâmetros Operacionais
b) Espessura da junta
Efeito dos Parâmetros Operacionais
b) Espessura da junta
(junta em T)
Efeito dos Parâmetros Operacionais
c) Geometria da junta
Efeito dos Parâmetros Operacionais
d) Energia de soldagem
Em uma primeira aproximação, a VR no centro da solda e o
gradiente térmico diminuem com a utilização de uma maior
energia de soldagem.
Ciclo térmicos no centro do cordão para a soldagem de chapa grossa com diferentes
energias de soldagem.
Efeito dos Parâmetros Operacionais
d) Energia de soldagem
Efeito dos Parâmetros Operacionais
e) Temperatura de pré-aquecimento
Define-se a temperatura de pré-aquecimento a temperatura em
que toda a peça ou a região desta em que será realizada a
solda é colocada no instante da soldagem.
O pré-aquecimento tem efeito semelhante a E, causando uma
diminuição na VR e nos gradientes térmicos.
ZF MB
ZTA
MB
Aço API XL-65 soldado pelo processo arco elétrico com eletrodo revestido; tubulação de um mineroduto (região de reparos).
a1 a2 a3
(a) Aço C-Mn soldado com arco elétrico gás/metal – GMAW, com atmosfera de 100% CO2 (a1),
argônio + 25% CO2 (a2), argônio + 2% O2 (a2).
b1 b2 b3
(b) solda realizada com arco elétrico, processo arco submerso (SAW); aporte de calor de 90 (b1), 60 (b2) e 30 (b3) kJ/in.
A plasma arc weld made in 13-mm-thick AISI/SAE 304 stainless steel with keyholing.
Ciclos térmicos na soldagem em vários passes
O ciclo térmico de soldagem determina, em grande parte, as alterações estruturais que uma
dada região pode sofrer devido ao processo de soldagem. A figura abaixo mostra
esquematicamente estas alterações na soldagem de um aço doce, para um ponto situado na ZF.
Estrutura da ZF e ZTA na soldagem com um passe (a) e com vários passes (b).
Typical multipass arc welds in steels used in structural applications.; (a) Submerged Arc Weld on a 25 mm thick A36
structural steel; The mushroom shape of the last bead is typical of welds produced by this process. (b) Flux-Cored
Arc Weld on a 50 mm thick A537 steel used in pressure vessel and structure applications (the last layer was made
with several small passes to improve mechanical properties).
(a) Potência específica dos processos de soldagem TIG e MIG (1) e oxigás (2); em (b) a relação com
a extensão da ZAC (ou ZTA).
Effect of power density distribution on weld shape in GTAW of 3.2mm; 6061 aluminum with 880W and 4.23 mm/s.
Bibliografia
1. Lancaster, J.F. The Phisics of Welding, 2nd Edition, Pergamon Press, 1986,
ISBN: 0-08-030554-7
2. AWS, Welding Handbook, Vol I; Welding Technology, ISBN 0-87171-281-
4, 8th Edition, 1991;
3. AWS, Welding Handbook, Vol II; Welding Processes, ISBN 0-87171-354-
3, 8th Edition, 1991;
4. Taniguchi, Célio; Okumura, Toshie - Engenharia de Soldagem e
Aplicações- Livros Técnicos e Científicos Editora S.A;
5. Wainer, Emílio - Soldagem: processos e metalurgia - Editora Edgard
Blucher;
6. Metals Handbook. Welding, Brazing and Solderig. Ohio: ASM;
7. The Lincoln Eletric Co. The Procedure Handbook of Arc Welding. 12 ed.
Cleveland: The Lincoln Co., 1973.
8. Soldagem – Coleção Tecnologia Senai – Diversos autores
9. Adams, C.M.Jr; Weld J., 37, 210s, 1958.