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Cadernos PDE
UNIDADE DIDÁTICA
CURITIBA
2013
EVANGELINE FATIMA SANTOS
CURITIBA
2013
VOCÊ TEM MEDO DE QUÊ?
???
Sumário
Introdução ............................................................................................................. 6
1. MÉTODO RECEPCIONAL ................................................................................. 7
2. AS VÍTIMAS ..................................................................................................... 10
2.1- Determinação do horizonte de expectativas ............................................ 10
3. CAINDO NA ARMADILHA .............................................................................. 14
3.1-Atendimento do horizonte de expectativas ............................................... 14
4. O CRIME .......................................................................................................... 17
4.1-Ruptura do horizonte de expectativas ....................................................... 17
5. AS PISTAS ...................................................................................................... 23
5.1-Questionamento do horizonte de expectativas ......................................... 23
6. SOLUCIONANDO O CASO ............................................................................. 27
6.1-Ampliação do horizonte de expectativas ................................................... 27
Referências ......................................................................................................... 37
6
Introdução
CONVERSANDO COM O PROFESSOR
Histórias de terror ou de acontecimentos sobrenaturais e aquilo que escapa
à explicação racional parecem sempre fascinar e atrair os adolescentes que,
apreciam a leitura de algo diferente das situações já encontradas nos textos lidos
habitualmente e se identificam com textos que fogem à realidade aparente.
Verdade ou mentira, real ou irreal, não se sabe ao certo; fato é que o mistério e a
incerteza de algumas histórias nos prendem e foi apostando nesse fascínio
provocado pelas histórias de terror que desenvolvi o projeto “Sem Medo de Ler e
Escrever: a literatura fantástica de Edgar Allan Poe como incentivo à leitura e
escrita”, no transcorrer do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
Para muitos jovens, a escola é o único local onde podem ter acesso à
leitura literária. Dessa forma, cabe ao professor de literatura tentar proporcionar
esse contato, aprofundando o conhecimento estético do aluno. Ainda que um
grande número de estudantes tenha acesso à internet, à informação, à pesquisa
em sala de aula, quando solicitados a ler, a escrever ou a interpretar, não
conseguem desempenhar tais tarefas, pois lhe faltam principalmente o
conhecimento e a capacidade de análise que o letramento literário proporciona.
1. MÉTODO RECEPCIONAL
De acordo com sistematização feita pelas autoras Bordini e Aguiar (1993),
o método recepcional se dá com a aproximação entre o texto e o leitor, em que
toda a historicidade de ambos vem à tona.
O método está dividido em cinco etapas distintas, mas articuladas entre si,
trabalhando a recepção do leitor diante do texto literário, horizontes de
expectativas que podem ser ampliados ou refutados, conforme os textos vão
sendo apresentados. Para melhor entendimento do método recepcional, é preciso
ter clareza de cada uma das seguintes etapas:
Nesta etapa, novos textos são apresentados aos alunos de forma a abalar
suas certezas e convicções. Deve-se, necessariamente, partir de textos que deem
continuidade aos já trabalhados na etapa anterior em termos de linguagem, tema,
tratamento e estrutura. A diferença residirá em que os textos agora apresentados,
possibilitarão perceber que ingressam em um terreno novo, onde talvez os alunos
sintam-se inseguros, mas não a ponto de rejeitarem a experiência .
2. AS VÍTIMAS
ATIVIDADE I
Dinâmica de grupo: Caixa do Medo
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Objetivos:
Materiais:
Caixa;
Tiras de papel.
Procedimento:
O aluno receberá uma tira de papel na qual escreverá seu “maior medo”. Depois colocará
seu medo em uma caixa. Sentados em círculo, cada aluno pega um papel com um medo escrito e
comenta sobre ele. Após os comentários, o professor poderá fazer uma explicação sobre “o
medo”. Texto indicado para leitura “Você tem medo de quê?” de André Bernardo, publicado na
“Revista Saúde” e disponível no endereço http://revistasaude.uol.com.br/saude-nutricao/81/
ATIVIDADE II
Análise das músicas:
Medo, Pitty (2009): É um rock cuja letra fala que todas as pessoas têm medo, e
que é necessário conviver com ele. A música Medo faz parte do CD Chiaroescuro
que, segundo explicação oficial, tem esse título por tentar ilustrar o contraste entre
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as músicas do CD que são ora “mais sutis e sensoriais”, ora “mais soturnas e
densas”, como é o caso da música em análise.
Medo, Titãs (1989): É um rock que faz parte do álbum Õ Blésq Blom e foi escrito
por Toni Bellotto e Arnaldo Antunes. Fala da superação dos medos, da
necessidade de enfrentá-los.
ATIVIDADE III
A partir da imagem apresentada na TV Multimídia de “O Grito” de Edvard
Munch pedir para os alunos criarem uma paródia sobre o tema medo.
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FONTE: http://en.wikipedia.org
http://skatecuriosidade.com/bizarro/obra
http://colunas.revistamarieclaire.globo.com/ralstonites
http://jblog.com.br/quadrinhos
http://super.abril.com.br/blogs/nerdices/tag/parodias
ATIVIDADE IV
No final dessa primeira etapa, por meio de um debate informal, os alunos
deverão comentar as diversas abordagens sobre o tema medo. Nesse momento
também irão contar histórias de terror que conheçam ou o professor pode sugerir
que peçam ajuda para pais, avós e familiares (primeira produção oral).
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3. CAINDO NA ARMADILHA
ATIVIDADE I
Leitura do conto “A dona da pensão” de Roald Dahl.
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Após a leitura dos contos, levantar algumas questões a respeito dos seus
próprios “Medos”:
Você acha que o medo faz parte da vida e serve para nos proteger dos
perigos e do sofrimento?
Existem locais que provocam mais medo que outros? Quais? Por quê?
Você gosta de histórias de terror?
Em uma lista de palavras associadas ao medo, terror, quais não
poderiam faltar?
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ATIVIDADE II
Passar na TV Multimídia várias imagens associadas ao medo, suspense
e terror, analisando juntamente com os alunos os elementos que as
compõem, as sensações que as imagens provocam neles, as cores, os
cenários, etc.
www.girovirtual.com
www.c7nema.net
http://o-sobrenatural.spaceblog.com.br
www.wallsave.com
www.erepublick.com
http://contosehorror.blogspot.com.br
ATIVIDADE III
Assistir ao filme “Coraline e o Mundo Secreto” (EUA, 2009), direção de
Henry Selick. Animação baseada em livro de Neil Gaiman. Coraline encontra em
sua casa, uma porta secreta que dá acesso a outra versão de sua própria vida,
parecida com a que leva, porém melhor. Ela se empolga com a descoberta, mas
percebe que há algo errado quando seus pais alternativos tentam aprisioná-la
nesse novo mundo.
4. O CRIME
ATIVIDADE I
O objetivo de um conto de suspense e terror é despertar no leitor
sensações e horror diante do medo, da morte, da loucura e do mal que se
escondem na mente humana. Para atingir esse objetivo, alguns contos
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apresentam para o leitor elementos pelos quais não se deixa dúvida: são
sobrenaturais. Assim, as personagens são assombradas por fantasmas e
monstros e vivem experiências extraordinárias. Em outros a causa do terror se
encontra na mente humana. Partindo dessa explicação será proposta a leitura dos
contos “O quadro do palhaço” de Fernando Ferric e “O retrato oval” de Edgar
Allan Poe.
[...] André não tinha mais tranquilidade para brincar no seu quarto, se
sentia vigiado pelo estranho quadro pendurado na cabeceira da cama. Ele tinha a
impressão que o palhaço se mexia enquanto ele brincava. [...]
O conto “O retrato oval” de Edgar Allan Poe fala de um homem ferido e seu
criado que decidem passar a noite em um castelo que havia sido abandonado há
pouco tempo. Quando o viajante preparava-se para dormir, percebeu que
existiam diversas obras de arte naquele quarto juntamente com um guia que
explicava cada uma daquelas obras. No momento em que o homem ajustava a
luz das velas para conseguir ler o guia, encontra o lindo retrato de uma jovem em
uma moldura oval. Imediatamente, o homem fica encantado pela pintura e busca
no livro a origem daquele retrato:
[...] Assim, vi sob a luz vívida um quadro não notado antes. Era o retrato de
uma jovem, quase mulher feita. Olhei a pintura apressadamente e fechei os olhos.
Não foi a princípio claro para minha própria percepção por que fiz isso. Todavia,
enquanto minhas pálpebras permaneciam dessa forma fechadas, revi na mente a
reação de fechá-las. Foi um movimento impulsivo para ganhar tempo para pensar
– para me certificar de que minha vista não me enganara – para acalmar e
dominar minha fantasia para uma observação mais calma e segura. Momentos
depois, novamente olhei fixamente a pintura. [...]
Neste momento, também será apresentado aos alunos Edgar Allan Poe,
vida, obra e sua importância dentro da literatura de suspense e terror.
Seu estilo desregrado levou-o ao rompimento com seus pais adotivos. Em 1835,
casou-se com sua prima Virgínia Clemm e assumiu a editoria da revista Southern
Literary Messenger, na qual produziu contundentes críticas literárias.
Mas foram seus contos de terror que lhe trouxeram maior reconhecimento, sendo
considerado o precursor da literatura policial ao inventar a figura do detetive antes
mesmo de o termo existir, precedendo Sherlock Holmes.
Foi muito criticado, sobretudo por sua conduta. Depois da morte da esposa se
entregou definitivamente à bebida. Em 1849, foi encontrado inconsciente em uma
Rua de Baltimore e morreu três dias depois.
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SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
O Quadro do Palhaço O Retrato Oval O Quadro do Palhaço O Retrato Oval
ATIVIDADE II
Nesta atividade, o aluno vai produzir um conto que será trocado entre os
colegas de classe para leitura.
Antes de começar, o aluno irá ler o início de conto de Edgar Allan Poe, “A
queda da casa de Usher”, que é conhecido por sua ambientação e pelo clima de
terror que envolve as personagens.
Edgar Allan Poe. A queda da casa dos Usher. In: ____. Assassinatos na rua Morgue e outras histórias. São
Paulo: Saraiva, 2006.
ATIVIDADE III
Neste momento, os alunos já tiveram contato com elementos importantes
dentro dos contos de suspense e terror, que lhe dão uma “fisionomia”
peculiar. Os aspectos da oralidade e da leitura trabalhados anteriormente já
poderão, a essa altura, convergir para o trabalho escrito. Portanto, chega a
hora de realizar a produção dos seus próprios contos. Eles poderão contar
uma história de suspense e terror que conheçam, inventar uma, ou ainda
utilizar aquelas contadas por eles ou colhidas dos seus familiares e expostas
na primeira etapa.
IMPORTANTE
5. AS PISTAS
ATIVIDADE I
Leitura do conto “Venha ver o pôr do sol” de Lygia Fagundes Telles.
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cemitério. No entanto, ele tranquiliza o leitor. Que argumentos ele usou para
convencê-lo de que o passeio poderia ser bom?
4. Como Ricardo convence a ex-namorada a entrar na catacumba? O que essa
Para fechar a análise com um toque criativo, pode ser passado para a
classe o vídeo de Leonardo Marks com a música “Por te conhecer”, da banda
Catedral, e disponível em http://www.youtube.com
ATIVIDADE II
Leitura de “O Barril de Amontillado” de Edgar Allan Poe, conto que
possivelmente inspirou Lygia Fagundes Telles a escrever “Venha ver o pôr do
sol”.
Conto simples e curto, O Barril de Amontillado, é a narrativa da história de
um homem imbuído do desejo de vingança de emparedar vivo seu desafeto,
Fortunato. No meio, há indícios de como será a vingança; no fim, o protagonista
exerce sua vingança lentamente. O leitor acompanha a narrativa duvidando do
desfecho anunciado exatamente porque é algo extremamente simples e cruel e,
no fim, linha após linha o protagonista simplesmente deleita-se ouvindo os últimos
suspiros de seu desafeto.
ATIVIDADE III
Na 3ª Etapa foi sugerida a atividade de finalização do conto “A Queda da
Casa de Usher” de Edgar Allan Poe. Agora, será proposta a leitura completa
desse conto.
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ATIVIDADE IV
Filme “A Queda da Casa de Usher”, baseado no conto de mesmo título de
Edgar Allan Poe.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
FILME:
Título em Português: A Queda da Casa de Usher
Diretor do filme: Roger Corman
Gênero: Terror
Principais intérpretes: Vincent Price, Mark Damon
Ano: 1960
Duração: 75
Cor / PB: Colorido
Áudio: Inglês - Dolby Digital 2.0
Legendas: Português
Formato de tela: Widescreen Anamórfico 2.35:1
Extras:"A Queda da Casa de Usher" (La chute de la Maison
Usher /França/1928), de Jean Epstein (66 min) - Trailer (2 min)
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6. SOLUCIONANDO O CASO
ATIVIDADE I
A obra selecionada para esta etapa foi “Histórias Extraordinárias” de Edgar
Allan Poe. O livro, publicado entre os anos de 1833 e 1845, é composto por
contos e é considerado um clássico da literatura de horror e policial. As histórias
não estão interligadas. Representam o horror com personagens que vivem entre a
lucidez e a loucura, e o pensamento analítico que se prevalece da lógica e da
dedução intelectual do escritor a fim de solucionar crimes, os dois temas
abordados pelo autor. Os contos escolhidos para leitura são:
O GATO PRETO
E
dgar Alan Poe narra a história de um homem que adorava animais
e acaba encontrando uma esposa que desfruta do mesmo gosto
do marido. Eles se casam e convivem com diversos tipos de
animais, mas o preferido da casa era um gato preto que acompanhava o dono em
todos os lugares que ele costumava ir, só que este adquire o péssimo hábito de
beber e assim, começa a desprezar e maltratar o gato. Um dia durante um ataque
de fúria ele fura um dos olhos do bichano, não satisfeito com a maldade ele
enforca o gato, mas como consequência (castigo) ocorre um incêndio em sua
casa e só uma parede fica semi-erguida com uma terrível figura de um gato
enforcado desenhada pelas labaredas que consumiram a casa. Arrependido,
cheio de remorso com seu ato e também angustiado com o recado sombrio que o
gato havia lhe deixado o homem passa a procurar outro gato com as
características do anterior. Numa noite, acaba encontrando um que era muito
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parecido, pois era negro e também era cego de um olho e possuía uma
característica singular: trazia no peito desenhado em branco a figura de uma forca
em meio ao seu pelo negro. O homem passa a odiar esse gato também, mas sua
esposa passa a ter uma predileção especial pelo animal. Um dia ao visitar a
adega que ficava no sótão da casa, o gato quase derruba o homem escada
abaixo e esse num ato de fúria se apossa do machado e só não mata o gato
porque sua esposa o impede de desferir o golpe. Sem pensar muito e cheio de
ódio o homem lança o machado na cabeça de sua esposa que cai morta sem
gritar. O homem resolve esconder o corpo atrás de uma parede na adega e sai à
procura do gato que por quatro dias não aparece, para seu alívio. Mas sob as
suspeitas da polícia o homem recebe a visita de investigadores que pedem para
ver a casa; o homem acompanha-os por todos os cômodos e ao chegar à adega
com expressão tranquila mostra o cômodo aos policiais que nada encontram. Já
estavam de saída quando o homem resolve falar da construção maciça da casa e
um tijolo da parede onde estava a sua mulher cai, e ouve-se um grito incomum e
inumano. Os policias logo se apressam em derrubar a parede e descobrem o
corpo da mulher já em estado avançado de decomposição e sobre sua cabeça a
figura de um gato preto com a boca entreaberta e um olho faiscando de raiva.
O CASO DO VALDEMAR
O
protagonista estudou teorias de hipnose e pretende fazer um
experimento ainda não realizado. Sua intenção é a de hipnotizar
um homem que está à beira da morte. Esta pessoa é o Sr.
Valdemar, um homem que sofre de tuberculose, e que teve sua morte
diagnosticada pelos doutores para antes da meia-noite. O paciente permanece
hipnotizado sete meses, mas finalmente o homem que o hipnotizou decide
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acordá-lo. Mas grande é a surpresa dos médicos e do hipnotizador, uma vez que,
ao ser acordado Valdemar se torna uma massa podre e decai.
O
narrador fala de uma de suas viagens de barco, a última. Em
determinado momento do percurso, o personagem percebe que as
condições do tempo e do mar começam a mudar, e passa a temer
pelo que está por vir. Ele avisa a tripulação a respeito dos riscos iminentes, mas
não é ouvido em nenhum momento. Algum tempo depois, enquanto (quase) todos
dormiam, um vagalhão (grandes ondas que se formam em alto-mar) atinge o
navio que é totalmente invadido pelas águas. Restam somente dois sobreviventes
que navegam por vários dias com a embarcação avariada. Uma sequência de
vagalhões faz com que outro navio se choque com o deles. Somente o narrador
sobrevive e passa secretamente ao barco desconhecido. Ele permanece
escondido durante muito tempo, mas acaba por perceber que não precisa se
esquivar dos tripulantes, pois estes não dão conta de sua presença ainda que
compartilhassem o mesmo recinto. A impressão que se tem é a de que todos
estão mortos e que aquela viagem é uma espécie de purgatório antes do fim
derradeiro.
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ENTERRO PREMATURO
C
onta a história de um homem cujo maior medo era ser enterrado
vivo. E ele tinha mesmo razões para temer, pois sofria de uma
doença misteriosa (catalepsia, segundo alguns dos muitos
doutores que consultou) que o fazia cair, de tempos em tempos, em estados de
coma profundo, que podiam ser confundidos com a morte. Até que, um dia, seu
pesadelo vira realidade: ele de repente se vê despertando num lugar escuro,
fechado, cheirando a terra úmida, um caixão. Mas para sua felicidade, quando
grita lá de dentro é ouvido, e logo é arrancado de dentro do caixão. Depois disso,
sua saúde veio a melhorar, ou sua mente parou de imaginar coisas.
O
narrador conhece Monsieur C. Auguste Dupin em uma livraria e
os dois acabam se tornando amigos. O narrador, homem de
posses, aluga uma mansão deserta que, segundo reza a lenda, é
assombrada. Ele e Monsieur Dupin concordam em morar juntos pelo tempo em
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que o narrador ficar em Paris. Monsieur Dupin é um homem muito inteligente com
um enorme talento para análise, capaz de saber até o que narrador está
pensando, baseando sua analise somente nos fatos que aconteceram durante o
dia. Num dia de caminhada pela rua deparam-se com uma notícia perturbadora
nos jornais sobre um assassinato duplo com extrema violência e sem razão
aparente, mãe e filha, na rua Morgue, uma viela deserta de Paris. A polícia
francesa não tem nenhuma pista sobre o assassino, mas eles prendem um
funcionário do banco. Então Monsieur Dupin acredita que pode libertar o homem,
encontrando o assassino verdadeiro. Com a permissão do chefe de polícia,
Monsieur Dupin investiga a cena do crime e chega a uma conclusão com extrema
capacidade de raciocínio e descobre que o crime fora cometido por um
orangotango que, com medo de apanhar do chicote do seu dono, foge e vai parar
na rua Morgue, onde é atraído pelas luzes vindas do quarto de Madame
L’Espanaye. Ele escala a janela e agarra a Madame com intenção de lhe fazer a
barba. Sua filha desmaia. Quando a Madame começa a chutar e gritar para se
livrar do macaco, ele se torna violento e corta sua garganta. Depois estrangula a
filha. Quando começa a se acalmar, entra em pânico, porque se o seu dono
ficasse sabendo de tudo iria lhe castigar, então ele começa a quebrar coisas e
finalmente esconde o corpo da Mademoiselle L’Esapanaye na chaminé e joga o
corpo da Madame pela janela, fugindo logo depois.
OS DENTES DE BERENICE
A
narrativa conta a história de um homem chamado Egeu, que
está prestes a se casar com sua prima Berenice. Ele possui
tendências a cair em períodos de intenso foco - períodos de
"intensidade de interesse" - que parecem separá-lo do mundo exterior. Berenice
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começa a padecer de uma doença desconhecida até que a única parte do seu
corpo a permancer saudável são os seus dentes, com os quais Egeu desenvolve
uma obsessão. Berenice é enterrada, e Egeu continua a contemplar seus dentes.
Um dia, Egeu acorda de um período de foco sentindo-se intranquilo, e com o som
de gritos nos ouvidos. Um criado o assusta contando a ele que o túmulo de
Berenice fora violado, e que ela continuava viva. Ao lado de Egeu, entretanto,
encontra-se uma caixa contendo 32 dentes manchados de sangue e um poema
sobre "visitar o túmulo da minha amada".
WILLIAN WILSON
É
a história de um rapaz que encontra, logo no primeiro dia de escola,
um colega com o mesmo nome que o seu. Mas as semelhanças não
se limitam ao nome, em tudo eles são iguais: na forma de agir, na
forma de andar, na forma de falar e de se vestir, sendo a única diferença palpável
(ou, mais corretamente, indicada pelo narrador) a voz deste duplo, que era
sempre sussurrada. No princípio da história, o narrador e seu doppelganger eram
apenas colegas de escola, que se detestavam por serem tão parecidos.
Interessantemente, a coisa que mais causava asco e desprezo do narrador pelo
seu sósia era a maneira protetora com que ele o tratava. O duplo sempre dava
conselhos para o narrador, que os desprezava, mas que admite que, se tivesse
os seguido, não teria caído na desgraça que caiu. Após concluir o ensino
fundamental, o narrador entra em uma espiral de decadência moral e espiritual,
envolvendo-se em traições e jogos de azar, enredando-se cada vez mais neste
mundo sombrio. Porém, certa vez, quando iria tirar todo o dinheiro de um colega
de universidade num jogo de cartas, um certo estranho, que se vestia da mesma
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maneira que o narrador, interveio, e denunciou o golpe armado por este. Depois
disto, o narrador fugiu da Inglaterra para o continente europeu, e toda vez que iria
praticar um crime ou atentado à ética, seu sósia apareceria e o entregava.
O CORAÇÃO DENUNCIADOR
A
história começa com um homem narrando os fatos do passado
do lugar onde ele está no presente, que provavelmente é uma
prisão. Ele conta que trabalhava para um velho que tinha um
olho azul envolvido por uma membrana, de uma cor diferente de seu outro olho. O
velho nunca tinha feito mal ao homem, no entanto, ele ficava cada vez mais
perturbado e fascinado com seu olho branco. Uma noite, enquanto o velho dorme,
ele vai ao seu quarto com uma lanterna e faz barulho sem querer, acordando-o. A
tensão no quarto escuro só aumenta e o homem consegue ouvir as batidas de
seu coração. Isso o perturba e ele acende a lanterna, conseguindo ver apenas o
olho branco do velho. Furioso, ele se lança sobre a cama e o derruba no chão,
matando-o. Depois, quando o coração para de bater, ele esquarteja o cadáver e o
enterra. No dia seguinte, os policiais vão até sua casa para investigar o sumiço do
velho. O homem está tranquilo, até que começa a ouvir novamente as batidas do
coração do velho, e isso o aflige. Os policiais não ouvem o coração bater, sua
aflição só aumenta, até que ele revela o crime que cometeu.
ATIVIDADE II
Nesta atividade, os alunos receberão os textos produzidos na Etapa 3, para
que, em princípio, sejam feitas as correções levantadas pelo professor referentes
a problemas textuais encontrados, como coesão, coerência e ortografia. Em
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ATIVIDADE III
Leitura dos contos pela classe com a intenção de que sejam feitas
ilustrações para os mesmos. Não é necessário que cada aluno ilustre o seu
próprio conto. Ele poderá fazer um desenho para o texto do colega, se assim
quiser.
ATIVIDADE IV
Escolha dos textos e das ilustrações que farão parte do livro de contos de
suspense e de terror dos alunos que será publicado. Juntamente com a escolha
dos textos e ilustrações será definido o nome do livro.
No fim dessa Etapa, espera-se abrir mais um ciclo, permitindo uma nova
aplicação do método que possibilitará aos alunos uma postura mais reflexiva e
crítica com relação à literatura.
FIM
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REFERÊNCIAS
DAHL, Roald. A dona da pensão. In:______. Beijo. São Paulo: Barracuda, 2007.
POE, Edgar Allan Poe. A queda da casa dos Usher. In:______. Assassinatos da
rua Morgue e outras histórias. São Paulo: Saraiva, 2006.
TELLES, Lygia Fagundes. Venha ver o por do sol e outros contos. São Paulo:
Ática, 2007.