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Teletrabalho:

Carlos Henrique Bezerra Leite:

Curso de direito do trabalho / Carlos Henrique Bezerra Leite. – 9. ed. – São


Paulo : Saraiva Educação, 2018. Páginas: 197 - 200

Vantagem:

‘’O teletrabalho é uma espécie de trabalho a distância, e não de trabalho em


domicílio. A razão é simples: o teletrabalho não se limita ao domicílio, podendo
ser prestado em qualquer lugar. Na verdade, o teletrabalho ocorre em ambiente
virtual e, como tal, é situado no espaço, não se alterando, portanto, a definição
de localidade que, no Direito do Trabalho, é estabelecida segundo a eficácia da
lei trabalhista no espaço.’’

A própria não limitação do que séria considerado o espaço de trabalho, trata –


se de uma vantagem para o chamado teletrabalho, pois permite que o
trabalhador faça a suas atividades laborais em ambientais que não
necessariamente são o seu trabalho ou a sua residência, isso se dá
exatamente porque no teletrabalho não teremos a consideração da localidade
em si, mas o controle por meio do ambiente virtual que será considerado o
espaço de efetivação da atividade laboral.

Desvantagem:

‘’A subordinação jurídica no teletrabalho é mais tênue e é efetivada por meio de


câmeras, sistema de login e logoff, computadores, relatórios, bem como
ligações por celulares, rádios etc. Por isso houve evolução do entendimento
contido na Súmula 428 do TST que passou a assegurar, no caso de ofensa à
desconexão do trabalho e ao direito fundamental ao lazer, o pagamento de
horas de sobreaviso. Trata-se de interpretação que se coaduna com a eficácia
horizontal e imediata dos direitos fundamentais (direito ao lazer e à
desconexão).’’

Aqui trata-se de uma desvantagem que ocorreu principalmente quando teve


inicio a utilização do teletrabalho, essa desvantagem diz respeito a falta de
controle que o empregador tinha acerca do trabalho realizado pelo trabalhador,
que passou de forma posterior a ser aplicado, como afirmado no texto
doutrinário, por meio de sistemas de login, computadores, relatórios, além do
controle por meio de celulares e rádios, a desvantagem para ocorria no fato
que não havia inicialmente um controle efetivo das horas trabalhadas,
exatamente por essa questão que o TST em sua Súmula 428, busca
assegurar, nos casos que haja ofensa à desconexão do trabalho e ao direto
fundamental ao lazer, o pagamento de horas de sobreaviso, isso se dá
exatamente para que o trabalhador que esteja trabalhando em regime de
teletrabalho, fique limitado apenas ao seu trabalho, mas que possa também
usufruir dos seus direitos.

Carla Teresa Martins Romar:

ireito do trabalho arla eresa artins omar coorde-nador edro


en a.– . ed.– ão aulo arai a ducação, . oleção es uemati ado
Páginas 192 – 193.

Desvantagem:

‘’As disposições relativas à responsabilidade por aquisição, manutenção ou


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e
adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de
despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito, sendo
que tais utilidades, se fornecidas pelo empregador, não integram a
remuneração do empregado (art. 75‐D, CLT).’’

Trata – se da transferência dos riscos da atividade econômica para o


trabalhador, o que caracteriza uma contradição com o modo capitalista de
produção consagrado no art.2 da CLT, cuja definição diz que o empregador é
aquele que assume a responsabilidade da atividade econômica. Pode ser
caracterizado aqui também, que em momentos de crise e desemprego
estrutural, o empregador acabará por invocar o art.75 – D da CLT como
condição para contratação de empregado, o que acaba por violar e ir de
encontro com os princípios fundamentais da valorização do trabalhado e da
própria livre iniciativa.

Vantagem:

‘’O regime de teletrabalho não exclui a responsabilidade do empregador por


doenças e acidentes decorrentes do trabalho exercido pelo empregado. Por
essa razão, é dever do empregador instruir os empregados, de maneira
expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e
acidentes de trabalho, sendo obrigação do empregado assinar termo de
responsabilidade, comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo
empregador (art. 75‐ , .’’

Caracteriza – se a garantia que os direitos inerentes ao trabalhador, em


especial, os que garantem a responsabilidade do empregador por doenças e
acidentes decorrentes do trabalho estarão garantidos a aqueles que prestam o
seu labor por meio do teletrabalho, esse fato acaba por garantir que haja uma
segurança ao trabalhador que seus direitos trabalhistas, no que trata essa
questão tão importante serão garantidos, gerando assim uma maior segurança
ao trabalhador.

Trabalho Intermitente:
Carlos Henrique Bezerra Leite:

curso de direito do trabalho / Carlos Henrique Bezerra Leite. – 9. ed. – São


Paulo : Saraiva Educação, 2018. Páginas 394 - 398

‘’ ste no el contrato de trabalho intermitente, a nosso sentir, é uma clara


tendência do entendimento dos empresários que fomentaram a chamada
Reforma Trabalhista que, por meio dele, intentam transferir os riscos da sua
atividade econômica para o empregado.

Além disso, o novel art. 425-A da CLT é, segundo pensamos, manifestamente


inconstitucional, porque o trabalhador só receberá remuneração quando
chamado pela empresa, que utiliza o seu serviço e depois o descarta como se
fosse uma mercadoria, violando, assim, os princípios da dignidade da pessoa
humana do cidadão trabalhador, do valor social do seu trabalho, da busca do
pleno emprego, da correção das desigualdades sociais e da função social da
empresa (CF, arts. 1º, III e IV, 170, caput, III, VII e VIII), sendo certo, ainda, que
esse “trabalhador intermitente” poderá nada receber durante um mês ou meses
ou auferir remuneração inferior ao salário mínimo, o que fere o disposto no art.
7º, IV, da CF.

Essa modalidade contratual é, seguramente, uma das mais claras


manifestações da superexploração do trabalho humano, pois equipara o
trabalhador a uma máquina descartável, colocando, pois, em xeque o projeto
constitucional brasileiro de construção da cidadania, da melhoria das condições
sociais dos trabalhadores e de uma sociedade mais li re, justa e solidária.’’

A crítica construída pelo autor busca tratar de modo inicial, o objetivo do


estabelecimento desse tipo de contrato, ou seja, que trata – se de uma
modalidade contratual cujo objetivo principal é dar segurança ao empregador,
através da transferência dos riscos da atividade econômica para a parte
hipossuficiente da relação, no caso o empregado. Trata – se de uma
modalidade que vai de encontro ao texto constitucional, em especial, o principio
da dignidade da pessoa humana, essencial para o direito do trabalho, essa
violação se dar através da equiparação do cidadão trabalhador à uma
mercadoria, que pode ser facilmente descartada, com o estabelecimento dessa
modalidade contratual que viola ainda outros princípios essenciais
constitucionais como o do valor social do seu trabalho, da busca do pleno
emprego, da correção das desigualdades sociais e da função social da
empresa. Por fim, chegasse a conclusão que trata – se de uma modalidade de
superexploração do trabalho humano, pois ocorre uma equiparação entre o
trabalhador e uma maquina descartável, atingindo dessa forma à própria busca
constitucional da melhorias das condições sociais dos trabalhadores, além da
própria cidadania e de uma sociedade mais justa, livre e solidária.
Franscisco Ferreira Jorge Neto e Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante:

Direito do trabalho / Francisco Ferreira Jorge Neto, Jouberto de Quadros


Pessoa Cavalcante. – 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. Páginas: 1081 - 1082

‘’No contrato de trabalho intermitente, em que a prestação de serviços, com


subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
não há previsão de jornada fixa nem de quantidade de horas a serem
trabalhadas diárias, semanal ou mensalmente. Portanto, o trabalhador não
possui uma previsão de dias a serem trabalhados, nem horário de entrada e
saída.

Essa condição de trabalho afronta a dignidade humana (art. 1º, III, CF), pois a
norma jurídica que o prevê coloca o trabalhador numa condição de mero
objeto, como ferramenta, equipamento, maquinário, à disposição da atividade
econômica empresarial. Esse rebaixamento de status civilizatório contraria, ao
mesmo tempo, a vedação de tratamento desumano (art. 5º, III) e a finalidade
constitucional do direito do trabalho da melhoria da condição social do
trabalhador (art. 7º, caput).

A ausência de jornada prefixada contraria a disposição do art. 7º, XIII, que


limita a duração do trabalho normal. Se há um limite de duração do trabalho
normal, é porque o pressuposto essencial do direito do trabalho é ter uma
jornada normal. Ademais, a ausência de jornada normal nega a aplicação do
inciso XVI, que prevê a remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em 50% à do normal.

A pretensão legislativa no tocante à remuneração do contrato de trabalho


intermitente é inconstitucional, ao prever o pagamento apenas das horas
efetivamente trabalhadas, ressignificando o conceito de tempo de trabalho. Isso
porque a ausência de garantia de jornada e, por conseguinte, de salário não
garante a subsistência do trabalhador e de sua família com pagamento do
salário mínimo mensal constitucional (art. 7º, IV e VII) nem o acesso a direitos
sociais como trabalho, moradia, alimentação, saúde, segurança (art. 6º, caput).

Além disso, ao transferir ao trabalhador parte hipossuficiente da relação de


emprego, os riscos da atividade econômica, atenta também contra a
valorização social do trabalho e a função social da propriedade (arts. 1º, IV;
170, caput; 5º, XXIII; 170, III).

Nada obstante, o pagamento parcelado do 13º salário e férias acrescidas de


1/3, incorporado ao baixo salário, não confere uma maior proteção ao
trabalhador.
Trata-se sim de extinção de direitos por via indireta, pois ao parcelar seu
pagamento, o empregado nada teria a receber no final do ano a título de 13º
salário, tampouco a título de férias quando estas lhe forem concedidas.

Sobre as férias do trabalhador intermitente, a redação do § 9º preserva apenas


o direito de não ser convocado, o que não corresponde a descanso
remunerado, como são as férias ordinárias. Assim, o trabalhador ficaria um
mês sem ser acionado e sem nada receber.

A Constituição Federal, ao prever em seu art. 7º, XVII, o gozo de férias anuais
remuneradas acrescidas de um terço, teve como objetivo, além de promover o
descanso ao trabalhador, o direito ao lazer, instituído em seu art. 6º. Nesse
sentido, e considerando ainda o art. 129, CLT, que também dispõe sobre gozo
anual de férias sem prejuízo à remuneração, é que se entende que o art. 452-
A, § 9º, CLT não pode ser interpretado como mero gozo de férias sem
remuneração, visto que viola a Constituição e se encontra em dissonância com
a própria CLT.

Assim, tendo em vista o art. 7º, XVII, CF, que dispõe sobre o direito às férias
anuais remuneradas, ou seja, pagas no momento do gozo do período de
descanso (art. 452-A, § 9º), o pagamento de férias proporcionais ao fim de
cada período de prestação de serviço (art. 452-A, § 6º, II) não encontra
aplicabilidade. Portanto, no trabalho intermitente, as férias devem ser
remuneradas quando da sua efetiva fruição.

Por seu turno, ao diluir o pagamento do 13º salário, o efeito concreto do


contrato de trabalho intermitente é o fulminar o direito previsto no art. 7º, VIII,
que perde seu caráter de salário extrapago no final do ano. Outro direito
constitucional atingido é o das férias remuneradas acrescidas de um terço (art.
7º, XVII), que também restará consumido pelo pagamento indenizado
fragmentado durante o período aquisitivo. O trabalhador ficará um mês sem ser
convocado para o trabalho sem nada receber e isso não pode ser considerado
o go o de férias, nos termos da F.’’

A crítica feita pelos autores gira em torno da inconstitucionalidade das regras


quanto ao pagamento do 13º salário e das férias, entretanto, o enfoque
apresentado não trata apenas dessas questões apresentado inicialmente uma
introdução que inicia – se com a afirmação de que o trabalho intermitente não
possui uma previsão de dias, muito menos horário de entrada e de saida os
quais será submetido o trabalhador, essa situação fere a dignidade da pessoa
humana, pois acabar por ter um olhar sobre o trabalhador como mero objeto,
ou seja, acaba por rebaixar o seu status de ser humano. Além disso, a própria
não previsões dos dias que serão trabalhados, horários de entrada e saída
ferem a constituição, que em seu art. 7º, XIII, limita a duração do trabalho
normal. Portanto, se há um limite de duração do trabalho normal, é porque o
pressuposto essencial do direito do trabalho é ter uma jornada normal.
Aliado a essa questão, a própria legislação que aborda o trabalho intermitente
no sentido da remuneração apresenta caráter inscontitucional, pois
o pagamento apenas das horas efetivamente trabalhadas, acabar por gerar um
ressignificando o conceito de tempo de trabalho, afetando inclusive a própria
subsistência do trabalhador e de sua família com o não pagamento do salário
mínimo constitucional e nem o acesso aos direitos sociais, atingindo inclusive,
os próprios princípios constitucionais da valorização social do trabalho e a
função social da propriedade, ocasionados pela transferência dos riscos da
atividade econômica para a parte hipossuficiente da relação, ou seja, o
trabalhador.

Portanto, o próprio pagamento parcelado do 13º salário e férias acrescidas de


1/3, incorporado ao baixo salário, acaba por não conferir uma maior proteção
ao trabalhador, pelo contrario, trata – se de uma extinção por via indireta, pois
o parcelamento acabar por zerar os valores que o empregado teria a receber
no final do ano, indo inclusive, de encontro ao texto constitucional que veda a
instituição do período de férias sem remuneração, buscando garantir o direito
ao lazer e ao descanso que o trabalhador possui. Sendo assim, o efeito
concreto do contrato de trabalho intermitente é exatamente fulminar o direito
previsto no art. 7º, VIII, que passa, a partir da adoção desse contrato de
trabalho a perder seu caráter de salário extrapago no final do ano. Por fim,
podemos afirmar que outro direito constitucional atingido é o das férias
remuneradas acrescidas de um terço (art. 7º, XVII), que também restará
consumido pelo pagamento indenizado fragmentado durante o período
aquisitivo, ou seja, o trabalhador ficará um mês sem ser convocado para o
trabalho sem nada receber e isso não pode ser considerado o gozo de férias,
nos termos da CF.

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