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Epidemiologia

Atinge aproximadamente 30 milhões de pessoas em todo o mundo, estando entre as maiores causas de
incapacidade.

Dados mundiais mostraram que o TB afeta homens e mulheres de forma diferente. Verificou-se que as taxas de
prevalência do TB-I e do TB-sub ao longo da vida foram maiores nos homens, enquanto as mulheres apresentaram
taxas mais elevadas do TB-II.

No que se refere a outras características sociodemográficas, cabe acrescentar que não foram encontradas diferenças
significativas ao se correlacionar o EB com o estado civil, a ocupação e a renda familiar.

As comorbidades mais frequentes ao EB são: os transtornos de ansiedade (62,9%), os transtornos comportamentais


(44,8%) e os transtornos relacionados ao abuso de substâncias (36,6%).

Fisiopatologia

A fisiopatologia do TB não está completamente elucidada.

Fatores Genéticos

O estudo de associação do amplo genoma, considerado como “padrão ouro”, já começou a produzir consistente
resultados na via genética para o TB.

Alguns estudos de caso-controle relataram que o TB está associado a uma variante rara, com uma adenina (A) na
posição -308 do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α ) do gene que está relacionada com a maior produção TNF- α.

Foi realizado um estudo com quatorze pacientes que sofrem de TB, esses foram recrutados no Instituto de Saúde
Mental, Cingapura. Para a identificação do gene GRIN2B, que regula a transmissão de glutamato. As imagens do
cérebro foram captadas pela ressonância nuclear magnética. Neste estudo verificou-se que o GRIN2B foi associado
com reduções da substância branca no cérebro, nas regiões corticais fronto-parietal-occipital em pacientes com TB.

No estudo realizado por Smalheiser et al., caracterizou-se a expressão de 377 miRNAs no controle do
sequenciamento profundo humano, os quais foram obtidos a partir do alto rendimento da PCR placas. As mudanças
no miRNA expressas foram parcialmente compartilhadas entre esquizofrenia e TB, e entre TB e depressão. Isto
corrobora com outros estudos de sequenciamento e expressão gênica, que documentaram determinantes de risco
compartilhado e anormalidades fenotípicas.

Em geral, o estudo de associação do amplo genoma sugere que tanto TB e a esquizofrenia são caracterizados pela
herança poligênica, de tal forma que muitas variantes comuns, cada uma com um tamanho muito pequeno efeito,
contribuem para os transtornos. Estes riscos genéticos parecem não estar espalhados aleatoriamente através do
genoma, mas sim a se aglutinar em vias funcionais. Por exemplo, um recente estudo de associação do amplo genoma
encontrou evidências de enriquecimento dos fatores de risco relacionados as seguintes vias: liberador de
corticotropina sinalização hormonal, sinalização β-adrenérgica cardíaca, fosfolipase C sinalização, sinalização do
receptor de glutamato, endotelina 1, sinalização e sinalização de hipertrofia cardíaca.

Fatores neurobiológicos

Em um estudo foram avaliados os níveis periféricos de citocinas em pacientes com TB em comparação com os
controles, portanto, verificou-se as concentrações de IL-4, TNF- α, sTNFR1 e sIL-2R, as quais foram significativamente
maiores em pacientes com TB em comparação com os controles. Outro fator observado pelos autores, foi que os
pacientes com TB em mania exibiram aumento dos níveis circulantes de IL-6, TNF- α, RFNT1s, IL-ra, e também
CXCL10, CXCL11, e IL-4. Já os pacientes com TB em depressão tinham níveis aumentados de sTNFR1 e CXCL10
circulação.
Outro estudo com pacientes com TB, verificou o aumento do nível sérico de IL-6 e TNF entre os estados maníacos,
eutímicos e depressivos, mas o IL-2, IL-4 e IL-8, estavam particularmente elevados no estado mania.

O glutamato é um aminoácido essencial e abundante amina que está envolvida com várias funções do cérebro
notavelmente como um neurotransmissor excitatório e um precursor do GABA. A liberação excessiva de glutamato
pode causar danos cerebrais devido a excitotoxicidade. Para a neurotransmissão adequada de glutamato, neurônios
glutamatérgicos e os astrócitos são indispensáveis. Com efeito, os astrócitos são essenciais em atividades
glutamatérgicos incluindo recaptação de glutamato, a síntese de precursores de glutamato, e remoção do excesso de
glutamato.

No entanto, a importância do sistema glutamatérgico tem sido cada vez mais enfatizada no estudo de transtornos de
humor. Como o glutamato desempenha um papel crucial na transmissão sináptica e plasticidade, perturbação do
sistema glutamatérgico é considerado parcialmente envolvido em anormalidades sinápticas encontrados em
transtornos de humor. Por exemplo, um nível elevado de glutamato foi identificado no córtex frontal post-mortem
de pacientes com TB.

Em estudo com pacientes acometidos pelo TB, verificaram níveis plasmáticos do metabólito da noradrenalina, o 3-
metoxi-4-hidroxifenilmetil-glicol (MHPG), que é considerado o principal metabólito da noradrenalina no cérebro. O
MHPG foi dosado por cromatografia líquida de alta performance com detecção eletroquímica. Os autores relataram
uma redução significativa nos níveis plasmáticos de MHPG naqueles pacientes.

Estes dados sugerem que o nível de MHPG periférica, que está associada com níveis de noradrenalina no cérebro,
poderá ser utilizado como um biomarcador para estados maníacos em TB. O nível MHPG é susceptível de refletir a
gravidade do estado maníaco no TBI, e a noradrenalina pode refletir a fisiopatologia do TB. Mas por outro lado, o
nível de MHPG pode ser muito diferente de indivíduo para indivíduo. Portanto, é importante que o nível de MHPG de
um paciente seja conhecido, porque pode mudar ao longo do tempo.

Alguns autores acreditam que a disfunção mitocondrial está relacionada com a fisiopatologia do TB. Sendo que, a
Cérebro espectroscopia de ressonância magnética cerebral demonstrou a diminuição dos níveis de N-acetil-aspartato
(um marcador de produção de energia mitocondrial) no córtex pré-frontal de pacientes com TB em comparação com
controles saudáveis, indicando alterações do neurodesenvolvimento no TB.

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