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CAPÍTULO 10
Responsabilidade e Acidentes
- Responsabilidades
- Acidentes de origem elétrica
CAPÍTULO 10
Responsabilidade e Acidentes
É vedada a distribuição ou reprodução desta apostila sem autorização, conforme Lei 9.610/98.
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Índice
Responsabilidade
Aspectos legais 3
Responsabilidade
Aspectos legais
Da NR-10 temos:
Geralmente a relação entre contratada e contratantes é firmada através de contrato, que determina a quem
competem as ações referente às questões de segurança durante a prestação do serviço. Como pode ser
verificado na NR-10, tanto a contratada quanto a contratante são responsáveis pela aplicação da NR-10.
Além das atribuições da NR-10, temos compromissos com a constituição federal, com a CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) e com os códigos civil e penal.
De acordo com os artigos 1521 e 1522 do código civil, qualquer empresa ou seus prepostos podem
responder quando da ocorrência de um acidente de trabalho, caso seja comprovada culpa devido à
imperícia, imprudência ou negligência, de acordo com o artigo 159 do Código Civil.
Da NR-10 temos:
Código Civil
“10.13.2. É de responsabilidade dos contratantes manter
os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão Art. 1521 – São também responsáveis
expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e pela reparação civil:
medidas de controle contra os riscos elétricos a serem III – o patrão, amo ou comitente,
adotados.” por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho
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Imperícia é a incapacidade, a falta de habilidade específica que lhes competir, ou por ocasião
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para a realização de uma atividade técnica ou científica, não dele (art. 1522)
levando o agente em consideração o que sabe ou deveria
saber. Art. 1522 – A responsabilidade
estabelecida no artigo antecedente,
Imprudência é um comportamento de precipitação, n° III, abrange as pessoas jurídicas,
de falta de cuidados. Consiste na violação da regras que exercem exploração industrial.
de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar sem
precaução, precipitado, imponderado. Art. 159 – Aquele que por ação ou
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Cabe às empresas:
Para o item 10.13.3 da NR-10, é indicado o dever da empresa de implantar ações preventivas e corretivas na
ocorrência de acidente de trabalho. Normalmente estas atividades são executadas pela Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes (CIPA) em parceria com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT).
De acordo com o item 10.13.4 os empregados também têm responsabilidades por suas ações e omissões,
pelo cumprimento dos procedimentos de segurança e a necessidade de comunicar situações de risco,
conforme determina o item 10.13.4
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou
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omissões no trabalho;
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b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares,
inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e
Os trabalhadores tem o direito de recusa na execução de determinada tarefa, caso encontrem uma situação
de risco que não consigam eliminar ou controlar, conforme o item 10.14.1 da NR-10. Na ocorrência destas
situações deve-se comunicar o superior hierárquico do trabalhador de forma imediata.
“10.14.1. Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre
que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas
cabíveis.”
DIREITO DE RECUSA - NR 10
No item 10.14.2, é estabelecido as responsabilidades das empresas na atuação de promoções para ações
de controle dos riscos originados por outrem.
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“10.14.2. As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas
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instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes.”
É de responsabilidade das empresas manter o livre acesso dos trabalhadores e das autoridades competentes
a toda documentação conforme exposto na NR-10.
10.14.5. A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição das autoridades
competentes.”
Atribuições do SESMT
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um documento de revisão anual, que visa identificar,
avaliar, registrar, controlar e mitigar os riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, promovendo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, tendo em consideração
a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
É fundamental a verificação da existência dos aspectos estruturais no documento base do PPRA, que
dentre todos legalmente estabelecidos, cabe especial atenção para os seguintes:
ruído, produtos químicos, agentes biológicos, dentre outros), contendo descrição de metodologia
adotada nas avaliações, resultados das avaliações, limites de tolerância estabelecidos na NR15 e
medidas de controle sugeridas, devendo ser assinado por profissional legalmente habilitado;
• Descrição das medidas de controle coletivas adotadas;
• Cronograma das ações a serem adotadas no período de vigência do programa.
É fundamental que o PCMSO seja elaborado e planejado anualmente com base em um preciso
reconhecimento e avaliação dos riscos presentes em cada ambiente de trabalho, em conformidade com
os riscos levantados e avaliados no PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, no PCMAT –
Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, bem como em outros
documentos de saúde e segurança, e inclusive no mapa de riscos desenvolvido pela Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA).
• De ordem psicossocial relacionados à presença do risco de vida no trabalho com eletricidade e dos
trabalhos em altura, seja no poste urbano quanto nas atividades em linhas de transmissão, como: “stress”
associado a tais riscos, grande exigência cognitiva e de atenção, necessidade de condicionamento
psíquico e emocional para execução dessas tarefas, entre outros fatores estressores;
• De natureza biomecânica relacionados às atividades em posturas pouco fisiológicas e inadequadas
(em postes, torres, plataformas), com exigências extremas de condicionamento físico;
• De natureza organizacional relacionados às tarefas planejadas sem critérios de respeito aos limites
técnicos e humanos, levando a premência de tempo, atendimento emergencial, pressão produtiva.
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Além dos fatores citados, evidentemente o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) deverá levar em conta os demais riscos presentes nas atividades executadas conforme cada caso
especificamente.
• Avaliação de aspectos físicos do trabalhador pertinentes a outros riscos levantados, incluindo ruído,
calor ambiente e exposição a produtos químicos;
• Avaliação psicológica voltada para o tipo de atividade a desenvolver;
• Avaliação de acuidade visual, (trabalho muitas vezes à distância, e com percepção de detalhes).
Exames complementares poderão ser solicitados, a critério médico, conforme cada caso.
Ainda, ações preventivas para situações especiais devem ser previstas, como vacinação contra Tétano e
Hepatite, no caso de atividades em caixas subterrâneas próximas à rede de esgoto.
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), além da avaliação individual de cada
trabalhador envolvido, periodicamente, tem o caráter de um estudo de corte, longitudinal, onde o médico
do trabalho tem oportunidade de acompanhar uma determinada população de trabalhadores ao longo
de sua vida laboral, estudando o possível aparecimento de sintomas ou patologias, a partir da exposição
conhecida a fatores agressores.
É fundamental que os relatórios anuais sejam detalhados, com a guarda judiciosa dos prontuários médicos,
sendo a implementação do programa verificada pelo Auditor Fiscal do Trabalho por meio da correção
dos Atestados de Saúde Ocupacionais, quanto a dados obrigatórios e periodicidade, disponibilidade dos
relatórios anuais e, caso necessário, por meio das análises dos prontuários médicos.
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.
Atribuições da CIPA
• Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
• Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e
saúde no trabalho;
• Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem
como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
• Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação
de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
• Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixada sem seu plano de trabalho e
discutir as situações de risco que foram identificadas;
• Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
• Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;
• Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde
considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
• Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados
à segurança e saúde no trabalho;
• Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos
e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
• Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
• Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na
segurança e saúde dos trabalhadores;
• Requisitar à empresa as cópias das CAT’s emitidas;
• Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho – SIPAT;
• Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.
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Eletricista se acidenta durante medições realizadas com um multímetro sem certificação de categoria de
sobretensão pela IEC 61010.
Disjuntor
Multímetro utilizado Disjuntor
Transiente é um surto de tensão elétrica que ocorre num intervalo de tempo muito pequeno. Existem duas
formas de os transientes chegarem a um equipamento eletrônico:
• Indução eletromagnética. É geralmente causada por raios que caem perto da rede elétrica e
induzem uma tensão muito alta na rede. Essa indução acontece quando uma corrente elétrica varia
rapidamente, criando um campo eletromagnético que é absorvido pelos fios da rede elétrica ou
telefônica, que atuam como antenas.
• Condução pela rede. O chaveamento de cargas fortemente indutivas, como os motores elétricos,
gera transientes que são causados pela força contra eletromotriz. Isso ocorre porque um indutor
opõe-se à variação de corrente elétrica. Quando ocorre o desligamento de uma chave - eletrônica
ou não - a energia armazenada sob a forma de campo magnético força a passagem de corrente em
sentido inverso ao sentido original. O resultado é um pulso rápido de alta tensão, conhecido como
“spike”.
Ocorrem quando:
• Transiente na alta tensão (chaveamentos);
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O acidente ocorreu em município do interior do estado do Rio Grande do Sul. A estrutura (poste de madeira
em altura padrão), com o religador A, onde o acidentado executava sua atividade, está situada em área
rural, numa propriedade particular. Segundo informado, no dia do acidente, as condições climáticas para a
realização da atividade eram satisfatórias.
Por outro lado, o mesmo CO, também via AutoTrac, envia mensagem à equipe Y, formada pelo Sr. A,
Eletricista, e por seu colega, Sr.B, Auxiliar de Eletricista, para deslocaram-se até o local do “religador” A.
Às 9h8min, a equipe Y chega ao local. Ficam aguardando nova determinação. Às 9h29min recebem
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O CO também envia mensagem à equipe X, informando que iria ligar o “religador”. A equipe Y, ao tentar
fechar uma das chaves-faca, do lado carga, constata que ela está danificada, tendo, inclusive, uma de suas
lâminas caído.
A equipe Y, às 9h31min, informa, via AutoTrac, ao CO que uma das chaves-faca, do lado carga do equipamento
está quebrada. O CO solicita à Subestação NP a desenergização do alimentador 01, por necessidade de
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No entanto, é desligado o alimentador 02. Este não corresponde à rede da chave-faca quebrada, não
ocorrendo, portanto, o desligamento de seus componentes. O CO da empresa entende que sua solicitação
foi atendida.
Estes informam que o sistema eletrônico de detecção de tensão disponibilizado pela empresa não
é confiável, pois possuiria um excesso de sensibilidade, “bipando” de forma muito frequente. Também
apresentaria dificuldades operacionais sob a ação da umidade. O Sr. B informa ao CO, via AutoTrac, que a
rede está testada e aterrada. O sistema de aterramento foi recentemente alterado. Foi adotado um sistema
denominado “por sela”, disponibilizado para a equipe Y a apenas uma semana. Ambos os componentes
desta equipe receberam, havia aproximadamente um ano, treinamento sobre o novo sistema de
aterramento, mas sem a prática.
Somente está disponibilizado, na camionete da equipe, o novo sistema de aterramento. A equipe Y não
realiza o aterramento prescrito no Manual do Eletricista (ME) da empresa. É fornecida uma cópia deste
manual para cada equipe. No ME estão estabelecidos tempos médios para a execução das tarefas prescritas.
A chave-faca situada na posição central, em face de sua posição e ângulo, apresenta dificuldade em ser
aberta com a vara de manobra.
Após a mensagem do CO, o Sr. A reposiciona-se e tenta manobrar a chave faca central, do lado fonte, com a
mão. Esta chave e componentes estão energizados, com uma tensão aproximada de 13 kV. O Sr. B procura
avisar que poderiam tentar executar esta atividade do solo, mas não houve tempo. Ocorre um forte ruído,
e o Sr. B observa que o Sr. A está sofrendo choque elétrico, com contato pela sua mão direita. Tenta desligar
a mesma chave do solo, com o auxílio da vara de manobra, mas não consegue. Volta para a camionete e
aciona o “botão de pânico” presente no painel. Volta para a área contínua ao poste e observa que a vítima
não mais apresenta reação. Sobe na escada e retira o corpo do colega com a ajuda do cabo. A vítima sofre
graves queimaduras e mutilações em diversas partes do corpo, características de forte contato elétrico. O
Sr. B ainda tenta socorrê-lo. É constatado o óbito do Sr. A pelas equipes de socorro que acorrem ao local.
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• Falta de aterramento.
Verifica-se que neste acidente vários fatores contribuiram para a fatalidade. Podemos considerar como o
principal a falta de treinamento fornecido pela empresa, já que todos os procedimentos existentes na NR-
10 com relação à desenergização de um circuito não foram executados.
SÃO LUÍS/MA - O eletricista Claudionor da Silva Monteiro, de 35 anos, morreu ontem à tarde, vítima de
um choque elétrico. Ele tentava trocar lâmpadas da placa luminosa de um motel, quando foi atingido.
(08/02/2006).
A vítima, que era eletricista autônomo, estava em um andaime com seu colega de serviço, Francisco das
Chagas Sousa, que também foi atingido pela descarga elétrica, mas em pequena proporção.
Os dois portavam apenas o cinto de segurança, sem qualquer outro equipamento de proteção para o
trabalho com eletricidade.
Quando sofreu a descarga elétrica, Claudionor caiu sobre Francisco, que ainda tentou salvá-lo, puxando a
sua língua, que enrolava, mas não obteve sucesso.
O fato foi comunicado à polícia, que esteve no local providenciando a remoção do corpo para o Instituto
Médico Legal.