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CONTEÚDO

CONFORME
Portaria 598/04

N R -1 0 B Á S I C O
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CAPÍTULO 10
Responsabilidade e Acidentes
- Responsabilidades
- Acidentes de origem elétrica

CAPÍTULO 10

Responsabilidade e Acidentes
É vedada a distribuição ou reprodução desta apostila sem autorização, conforme Lei 9.610/98.
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Índice
Responsabilidade
Aspectos legais 3

Acidentes de Origem Elétrica


Discussão de casos 11
Responsabilidade e Acidentes

Responsabilidade
Aspectos legais

Neste capitulo trataremos sobre as responsabilidades referentes às disposições da NR-10, identificando


exatamente as atribuições aplicadas a cada profissional, bem como às empresas.

Da NR-10 temos:

“10.13.1. As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias aos contratantes e


contratados envolvidos.”

Geralmente a relação entre contratada e contratantes é firmada através de contrato, que determina a quem
competem as ações referente às questões de segurança durante a prestação do serviço. Como pode ser
verificado na NR-10, tanto a contratada quanto a contratante são responsáveis pela aplicação da NR-10.

Além das atribuições da NR-10, temos compromissos com a constituição federal, com a CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) e com os códigos civil e penal.

De acordo com os artigos 1521 e 1522 do código civil, qualquer empresa ou seus prepostos podem
responder quando da ocorrência de um acidente de trabalho, caso seja comprovada culpa devido à
imperícia, imprudência ou negligência, de acordo com o artigo 159 do Código Civil.

Da NR-10 temos:
Código Civil
“10.13.2. É de responsabilidade dos contratantes manter
os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão Art. 1521 – São também responsáveis
expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e pela reparação civil:
medidas de controle contra os riscos elétricos a serem III – o patrão, amo ou comitente,
adotados.” por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho
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Imperícia é a incapacidade, a falta de habilidade específica que lhes competir, ou por ocasião
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para a realização de uma atividade técnica ou científica, não dele (art. 1522)
levando o agente em consideração o que sabe ou deveria
saber. Art. 1522 – A responsabilidade
estabelecida no artigo antecedente,
Imprudência é um comportamento de precipitação, n° III, abrange as pessoas jurídicas,
de falta de cuidados. Consiste na violação da regras que exercem exploração industrial.
de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar sem
precaução, precipitado, imponderado. Art. 159 – Aquele que por ação ou
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omissão voluntária, negligência,


Negligência é o termo que designa falta de cuidado imprudência ou imperícia causar
ou de aplicação numa determinada situação, tarefa ou dano a outra pessoa, obriga-se a
ocorrência. É frequentemente utilizado como sinónimo indenizar o prejuízo.
dos termos “descuido”, “incúria”, “desleixo”, “desmazelo”

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O ítem 10.13.2 da NR-10 reforça a responsabilidade dos contratantes com relação a responsabilidade
técnica da instalação, incluindo a integridade física dos trabalhadores. Sendo assim é comum a realização
da integração com os profissionais das contratadas antes do início da prestação de serviços, afim de se
repassar todas as informações referentes à segurança.

Conforme o Art. 157 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas

Cabe às empresas:

• Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do


trabalho;
• Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais;
• Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelos órgãos
competentes;
• Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Para o item 10.13.3 da NR-10, é indicado o dever da empresa de implantar ações preventivas e corretivas na
ocorrência de acidente de trabalho. Normalmente estas atividades são executadas pela Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes (CIPA) em parceria com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT).

“10.13.3. Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços


em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.”

De acordo com o item 10.13.4 os empregados também têm responsabilidades por suas ações e omissões,
pelo cumprimento dos procedimentos de segurança e a necessidade de comunicar situações de risco,
conforme determina o item 10.13.4

“ 10.13.4. Cabe aos trabalhadores:

a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou
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omissões no trabalho;
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b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares,
inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e

c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de


risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.”
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Segundo o Art. 158 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas:

Cabe aos empregados:

• Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, bem como as


instruções dadas pelo empregador;
• Colaborar com a empresa na aplicação das leis sobre segurança e medicina
do trabalho;
• Usar corretamente o EPI quando necessário.

Os trabalhadores tem o direito de recusa na execução de determinada tarefa, caso encontrem uma situação
de risco que não consigam eliminar ou controlar, conforme o item 10.14.1 da NR-10. Na ocorrência destas
situações deve-se comunicar o superior hierárquico do trabalhador de forma imediata.

“10.14.1. Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre
que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas
cabíveis.”

DIREITO DE RECUSA - NR 10

O trabalhador tem o Direito de Recusa! Se o trabalho não pode


ser executado com segurança, é seu direito recusar o serviço.

No item 10.14.2, é estabelecido as responsabilidades das empresas na atuação de promoções para ações
de controle dos riscos originados por outrem.
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“10.14.2. As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas
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instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes.”

É de responsabilidade das empresas manter o livre acesso dos trabalhadores e das autoridades competentes
a toda documentação conforme exposto na NR-10.

‘10.14.4. A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente à disposição dos


trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas, respeitadas as abrangências, limitações
e interferências nas tarefas.
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10.14.5. A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição das autoridades
competentes.”

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SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho estão especificados na


Norma Regulamentadora NR 4.

A NR- 4 estabelece a obrigatoriedade da existência do SESMT em todas as empresas privadas, públicas,


órgãos públicos da administração direta e indireta dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, com a finalidade de promover a saúde
e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

Atribuições do SESMT

• Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho no ambiente de trabalho e a todos os seus componentes,
inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até controlar os
riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
• Determinar ao trabalhador a utilização de Equipamentos de Proteção
Individual – EPI, quando esgotados todos os meios conhecidos para
a eliminação do risco, como determina a NR 6, e se mesmo assim este
persistir, e desde que a concentração, a intensidade ou característica do
agente assim o exija;
• Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas
da empresa;
• Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR’s
aplicáveis às atividades executadas pelo trabalhadores das empresa e/ou estabelecimentos;
• Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de
apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
• Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores
para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas
quanto de programas de duração permanente (treinamentos);
• Esclarecer e conscientizar os empregados sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais,
estimulando-os em favor da prevenção;
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• Analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes ocorridos na empresa ou


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estabelecimento, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características


do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as
condições dos indivíduos portadores de doença ocupacional ou acidentado;
• As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são essencialmente prevencionistas, embora
não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. A elaboração de planos
de controle de efeitos de catástrofes, disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios
e o salvamento, a imediata atenção à vítima de qualquer tipo de acidente estão incluídos em suas
atividades.
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PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um documento de revisão anual, que visa identificar,
avaliar, registrar, controlar e mitigar os riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, promovendo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, tendo em consideração
a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

• Radiação eletromagnética, principalmente na


construção e manutenção de linhas de elevado
potencial (transmissão e sub-transmissão) e em
subestações;
• Ruído em usinas de geração elétrica e subestações;
• Calor em usinas de geração elétrica (sala de
máquinas), serviços em redes subterrâneas de
distribuição de energia elétrica e em subestações;
• Umidade em caixas subterrâneas;
• Riscos biológicos diversos nos serviços em redes subterrâneas de distribuição de energia elétrica
(eventual proximidade com redes de esgoto), e obras de construção de modo geral;
• Gases tóxicos, asfixiantes, inflamáveis nos serviços em redes subterrâneas de distribuição de energia
elétrica tais como metano, monóxido de carbono, etc;
• Produtos químicos diversos como solventes para limpeza de acessórios;
• Óleos dielétricos utilizados nos equipamentos, óleos lubrificantes minerais e hidrocarbonetos nos
serviços de manutenção mecânica em equipamentos sobretudo em subestações de energia, usinas
de geração e transformadores na rede de distribuição;
• Ácido sulfúrico em baterias fixas de acumuladores em usinas de geração elétrica.
• Ascarel ou Bifenil Policlorados (PCBs), ainda presentes em transformadores e capacitores de instalações
elétricas antigas, em atividades de manutenção em subestações de distribuição elétrica e em usinas de
geração elétrica, por ocasião da troca de transformadores e capacitores e, em especial, da recuperação
de transformadores e descarte desse produto.
• Outros riscos ambientais, conforme a especificidade dos ambientes de trabalho e riscos porventura
decorrentes de atividades de construção, tais como vapores orgânicos em atividades de pintura,
fumos metálicos em solda, poeiras em redes subterrâneas e obras, etc.
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É fundamental a verificação da existência dos aspectos estruturais no documento base do PPRA, que
dentre todos legalmente estabelecidos, cabe especial atenção para os seguintes:

• Discussão do documento base com os empregados (CIPA);


• Descrição de todos os riscos potenciais existentes em todos ambientes de trabalho, internos ou
externos e em todas as atividades realizadas na empresa (trabalhadores próprios ou de empresa
contratada);
• Realização de avaliações ambientais quantitativas dos riscos ambientais levantados (radiação, calor,
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ruído, produtos químicos, agentes biológicos, dentre outros), contendo descrição de metodologia
adotada nas avaliações, resultados das avaliações, limites de tolerância estabelecidos na NR15 e
medidas de controle sugeridas, devendo ser assinado por profissional legalmente habilitado;
• Descrição das medidas de controle coletivas adotadas;
• Cronograma das ações a serem adotadas no período de vigência do programa.

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O PPRA deve estar articulado com os demais documentos de Saúde e Segurança do Trabalho - SST, como
PCMSO, PCA e o PCMAT (em caso de construção de linhas elétricas, obras civis de apoio a estruturas, prediais),
e inclusive, com todos os documentos relativos ao sistema de gestão em SST adotado pela empresa.

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

É fundamental que o PCMSO seja elaborado e planejado anualmente com base em um preciso
reconhecimento e avaliação dos riscos presentes em cada ambiente de trabalho, em conformidade com
os riscos levantados e avaliados no PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, no PCMAT –
Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, bem como em outros
documentos de saúde e segurança, e inclusive no mapa de riscos desenvolvido pela Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA).

Esse Programa constitui-se num dos elementos de Saúde e Segurança do


Trabalho - SST da empresa e não pode prescindir de total engajamento e
correspondência com o sistema de gestão adotado na empresa, se houver,
integrando-o, tanto na fase de planejamento de ações quanto na fase de
monitoração dos resultados das medidas de controle implementadas.

Frente às situações específicas do setor elétrico, onde na maioria dos


casos não estão presentes os riscos clássicos industriais, o Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) deve considerar com
profundidade fatores ergonômicos:

• De ordem psicossocial relacionados à presença do risco de vida no trabalho com eletricidade e dos
trabalhos em altura, seja no poste urbano quanto nas atividades em linhas de transmissão, como: “stress”
associado a tais riscos, grande exigência cognitiva e de atenção, necessidade de condicionamento
psíquico e emocional para execução dessas tarefas, entre outros fatores estressores;
• De natureza biomecânica relacionados às atividades em posturas pouco fisiológicas e inadequadas
(em postes, torres, plataformas), com exigências extremas de condicionamento físico;
• De natureza organizacional relacionados às tarefas planejadas sem critérios de respeito aos limites
técnicos e humanos, levando a premência de tempo, atendimento emergencial, pressão produtiva.
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Além dos fatores citados, evidentemente o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) deverá levar em conta os demais riscos presentes nas atividades executadas conforme cada caso
especificamente.

O controle médico deverá incluir:

• Avaliações clínicas cuidadosas, admissionais e periódicas, com ênfase em aspectos neurológicos e


osteo-músculo-ligamentares de modo geral;
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• Avaliação de aspectos físicos do trabalhador pertinentes a outros riscos levantados, incluindo ruído,
calor ambiente e exposição a produtos químicos;
• Avaliação psicológica voltada para o tipo de atividade a desenvolver;
• Avaliação de acuidade visual, (trabalho muitas vezes à distância, e com percepção de detalhes).

Exames complementares poderão ser solicitados, a critério médico, conforme cada caso.

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Ainda, ações preventivas para situações especiais devem ser previstas, como vacinação contra Tétano e
Hepatite, no caso de atividades em caixas subterrâneas próximas à rede de esgoto.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), além da avaliação individual de cada
trabalhador envolvido, periodicamente, tem o caráter de um estudo de corte, longitudinal, onde o médico
do trabalho tem oportunidade de acompanhar uma determinada população de trabalhadores ao longo
de sua vida laboral, estudando o possível aparecimento de sintomas ou patologias, a partir da exposição
conhecida a fatores agressores.

É fundamental que os relatórios anuais sejam detalhados, com a guarda judiciosa dos prontuários médicos,
sendo a implementação do programa verificada pelo Auditor Fiscal do Trabalho por meio da correção
dos Atestados de Saúde Ocupacionais, quanto a dados obrigatórios e periodicidade, disponibilidade dos
relatórios anuais e, caso necessário, por meio das análises dos prontuários médicos.

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Conforme determina a NR 5 as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da


administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem
como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados devem constituir CIPA por
estabelecimento e mantê-la em regular funcionamento.

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.

A CIPA é composta por representantes do empregador - (designados) e dos empregados (eleitos).

O organograma pode ser representado conforme segue:


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Atribuições da CIPA

• Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
• Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e
saúde no trabalho;
• Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem
como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
• Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação
de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
• Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixada sem seu plano de trabalho e
discutir as situações de risco que foram identificadas;
• Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
• Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;
• Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde
considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
• Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados
à segurança e saúde no trabalho;
• Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos
e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
• Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
• Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na
segurança e saúde dos trabalhadores;
• Requisitar à empresa as cópias das CAT’s emitidas;
• Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho – SIPAT;
• Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.
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Acidentes de Origem Elétrica


Discussão de casos

Caso 1 - Acidente com multímetro

Eletricista se acidenta durante medições realizadas com um multímetro sem certificação de categoria de
sobretensão pela IEC 61010.

Durante a medição houve um provável “spike” de tensão, ultrapassando a capacidade de isolamento do


multímetro, levando o mesmo a fechar um curto com posterior geração de arco elétrico. Confira as fotos
abaixo:

Roupa do acidentado Roupa do acidentado Roupa do acidentado, EPIs e Multímetro


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Roupa do acidentado Local do acidente


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Disjuntor
Multímetro utilizado Disjuntor

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O fator causador do acidente foi a utilização de um multímetro sem certificação de categoria, o qual não
suportou um “spike” de tensão, originando um arco elétrico. A situação foi agravada pelo fato do eletricista
não estar utilizado um protetor facial.

Especificação mínima para Multímetros:


 
Além das características elétricas, como grandezas a serem medidas, escalas e influência de harmônicos é
necessário considerar o nível de curto-circuito nos pontos onde serão realizados as medições.

Transientes, Sobretensões e Equipamentos Elétricos:

Transiente é um surto de tensão elétrica que ocorre num intervalo de tempo muito pequeno. Existem duas
formas de os transientes chegarem a um equipamento eletrônico:

• Indução eletromagnética. É geralmente causada por raios que caem perto da rede elétrica e
induzem uma tensão muito alta na rede. Essa indução acontece quando uma corrente elétrica varia
rapidamente, criando um campo eletromagnético que é absorvido pelos fios da rede elétrica ou
telefônica, que atuam como antenas.

• Condução pela rede. O chaveamento de cargas fortemente indutivas, como os motores elétricos,
gera transientes que são causados pela força contra eletromotriz. Isso ocorre porque um indutor
opõe-se à variação de corrente elétrica. Quando ocorre o desligamento de uma chave - eletrônica
ou não - a energia armazenada sob a forma de campo magnético força a passagem de corrente em
sentido inverso ao sentido original. O resultado é um pulso rápido de alta tensão, conhecido como
“spike”.

Transientes de alta energia são muito mais perigosos pois


disparam arcos de tensão. Os transientes são atenuados pelas
impedâncias do sistema na medida que eles fluem do ponto de
geração.

Ocorrem quando:
• Transiente na alta tensão (chaveamentos);
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• Motor ou desligamento de cargas indutivas;


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• Mal funcionamento de equipamentos;


• Chaveamento de cargas;
• Inversores de freqüencia.
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Recomendação: Utilizar sempre multímetros categoria III ou IV!


Sempre usar os EPIs especificados para o ponto da instalação em questão!

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Caso 2 - Acidente em rede de média tensão

O acidente ocorreu em município do interior do estado do Rio Grande do Sul. A estrutura (poste de madeira
em altura padrão), com o religador A, onde o acidentado executava sua atividade, está situada em área
rural, numa propriedade particular. Segundo informado, no dia do acidente, as condições climáticas para a
realização da atividade eram satisfatórias.

No dia do acidente, a equipe X, formada pelos Srs. C e


D , recebe, via AutoTrac, mensagem do CO (centro de
operações) para verificação do equipamento denominado
“religador” A, componente da rede primária de distribuição
elétrica sob a responsabilidade da empresa, que estaria
desarmado.

Esta situação implica ausência de tensão na rede que serve


um dos municípios da região. A equipe X constata e informa
ao CO que realmente o equipamento estava desarmado. O
desarme do “religador” pode ser provocado por anomalias
na rede de distribuição elétrica ou ainda por outros eventos.

A equipe X recebe determinação, oriunda do CO, via


AutoTrac, para percorrerem a rede daquele ponto até um
município vizinho, em busca de anomalias. Pouco tempo
após, esta equipe retorna mensagem ao CO informando ter
verificado a rede e nada encontrado.
Local da ocorrência do acidente, com visão do
poste e religador

Por outro lado, o mesmo CO, também via AutoTrac, envia mensagem à equipe Y, formada pelo Sr. A,
Eletricista, e por seu colega, Sr.B, Auxiliar de Eletricista, para deslocaram-se até o local do “religador” A.

Às 9h8min, a equipe Y chega ao local. Ficam aguardando nova determinação. Às 9h29min recebem
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mensagem do CO determinando o religamento (fechamento) do equipamento “religador” A, pois a equipe


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X já teria percorrido o trecho, solicitando confirmação da operação.

O CO também envia mensagem à equipe X, informando que iria ligar o “religador”. A equipe Y, ao tentar
fechar uma das chaves-faca, do lado carga, constata que ela está danificada, tendo, inclusive, uma de suas
lâminas caído.

A equipe Y, às 9h31min, informa, via AutoTrac, ao CO que uma das chaves-faca, do lado carga do equipamento
está quebrada. O CO solicita à Subestação NP a desenergização do alimentador 01, por necessidade de
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intervenção de equipe de manutenção.

No entanto, é desligado o alimentador 02. Este não corresponde à rede da chave-faca quebrada, não
ocorrendo, portanto, o desligamento de seus componentes. O CO da empresa entende que sua solicitação
foi atendida.

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Não é possível o CO visualizar, por meio de
instrumental ou mostradores adequados,
se a desenergização de trechos de redes
realmente aconteceu.

O CO envia mensagem para a equipe Y, pelo


AutoTrack, que está desligado o alimentador
01. Solicita também o aterramento e o teste
de ausência de tensão.

A equipe Y testa a ausência de tensão


tocando, com o auxílio da vara de manobra,
na chave. A diferença de potencial entre
a vara e a rede provocaria emissão de
ruído capaz de constatar empiricamente a
energização. Este não é um procedimento
padrão ou mesmo confiável, mas é prática Chaves faca, lados fonte e carga. No detalhe, o local da chave-faca
entre os eletricistas. central onde se deu o contato com a vítima

Estes informam que o sistema eletrônico de detecção de tensão disponibilizado pela empresa não
é confiável, pois possuiria um excesso de sensibilidade, “bipando” de forma muito frequente. Também
apresentaria dificuldades operacionais sob a ação da umidade. O Sr. B informa ao CO, via AutoTrac, que a
rede está testada e aterrada. O sistema de aterramento foi recentemente alterado. Foi adotado um sistema
denominado “por sela”, disponibilizado para a equipe Y a apenas uma semana. Ambos os componentes
desta equipe receberam, havia aproximadamente um ano, treinamento sobre o novo sistema de
aterramento, mas sem a prática.

Somente está disponibilizado, na camionete da equipe, o novo sistema de aterramento. A equipe Y não
realiza o aterramento prescrito no Manual do Eletricista (ME) da empresa. É fornecida uma cópia deste
manual para cada equipe. No ME estão estabelecidos tempos médios para a execução das tarefas prescritas.

A totalidade dos trabalhadores entrevistados relata que


as pressões de tempo e produtividade podem induzir o
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descumprimento de alguns procedimentos prescritos no ME.


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Os trabalhadores afirmam que alguns destes procedimentos


são inexequíveis na prática, por sua extensão e complexidade,
quando confrontados com as necessidades de atendimento
das demandas de serviço.

A equipe Y recebe duas ligações, por telefone celular,


oriundas do CO da empresa, solicitando informações sobre
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o andamento da atividade, pois haveria uma cidade sem


energia elétrica. Nenhum dos dois havia realizado este tipo
de atividade. O Sr. A (eletricista) sobe até a área de trabalho
com o auxílio de uma escada de mão extensível, em fibra de
vidro, apoiada no poste em sentido oposto ao “religador”.

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O Sr. A já havia iniciado as operações destinadas ao conserto da chave-faca quebrada. Portando luvas de
raspa de couro, não dielétricas, o Sr. B abre as chaves externas, lado fonte, do solo, com o auxílio de varas
de manobra.

A chave-faca situada na posição central, em face de sua posição e ângulo, apresenta dificuldade em ser
aberta com a vara de manobra.

Após a mensagem do CO, o Sr. A reposiciona-se e tenta manobrar a chave faca central, do lado fonte, com a
mão. Esta chave e componentes estão energizados, com uma tensão aproximada de 13 kV. O Sr. B procura
avisar que poderiam tentar executar esta atividade do solo, mas não houve tempo. Ocorre um forte ruído,
e o Sr. B observa que o Sr. A está sofrendo choque elétrico, com contato pela sua mão direita. Tenta desligar
a mesma chave do solo, com o auxílio da vara de manobra, mas não consegue. Volta para a camionete e
aciona o “botão de pânico” presente no painel. Volta para a área contínua ao poste e observa que a vítima
não mais apresenta reação. Sobe na escada e retira o corpo do colega com a ajuda do cabo. A vítima sofre
graves queimaduras e mutilações em diversas partes do corpo, características de forte contato elétrico. O
Sr. B ainda tenta socorrê-lo. É constatado o óbito do Sr. A pelas equipes de socorro que acorrem ao local.
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Posição em que a vítima foi encontrada após o choque elétrico


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Fatores causais do acidente:

• Pressão por aumento da produtividade, colocando os trabalhadores sob elevado estresse;


• Meio de comunicação deficiente entre a equipe e o centro de operações. Foi solicitado o desligamento
do alimentador 1 e o desligado foi o 2;
• Manutenção com equipamento energizado;
• Teste de ausência de tensão não realizado com equipamento correto;
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• Falta de aterramento.

Verifica-se que neste acidente vários fatores contribuiram para a fatalidade. Podemos considerar como o
principal a falta de treinamento fornecido pela empresa, já que todos os procedimentos existentes na NR-
10 com relação à desenergização de um circuito não foram executados.

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Responsabilidade e Acidentes

Caso 2 - Choque elétrico em baixa tensão

SÃO LUÍS/MA - O eletricista Claudionor da Silva Monteiro, de 35 anos, morreu ontem à tarde, vítima de
um choque elétrico. Ele tentava trocar lâmpadas da placa luminosa de um motel, quando foi atingido.
(08/02/2006).

A vítima, que era eletricista autônomo, estava em um andaime com seu colega de serviço, Francisco das
Chagas Sousa, que também foi atingido pela descarga elétrica, mas em pequena proporção.

Os dois portavam apenas o cinto de segurança, sem qualquer outro equipamento de proteção para o
trabalho com eletricidade.

Quando sofreu a descarga elétrica, Claudionor caiu sobre Francisco, que ainda tentou salvá-lo, puxando a
sua língua, que enrolava, mas não obteve sucesso.

O fato foi comunicado à polícia, que esteve no local providenciando a remoção do corpo para o Instituto
Médico Legal.

Fatores causais do acidente:

• Trabalho com circuito energizado;


• Falta de EPIs para o trabalho com eletricidade (Luvas isolantes,
capacete, óculos e botas isolantes);
• Falta de treinamento.

É muito importante não subestimar o nível de tensão de trabalho.


As rede de baixa tensão são potencialmente perigosas. Todos os
EPIs devem ser utilizados em trabalhos com a rede energizada.
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TRABALHE COM SEGURANÇA!

Use os EPIs corretos, siga os procedimentos de segurança!


Sua Família agradece!!!
AW Strom Treinamentos e Serviços

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Nós somos aquilo que
fazemos repetidamente.
Excelência, então, não é “
um modo de agir, mas um
hábito.
Aristóteles

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