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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM

SARA BRENDA DE SOUSA JESUS

INFECÇÃO HOSPITALAR EM PACIENTES INTERNADOS NA EMERGÊNCIA


DE UM HOSPITAL DE ENSINO DE RORAIMA

BOA VISTA, RR
2020
SARA BRENDA DE SOUSA JESUS

INFECÇÃO HOSPITALAR EM PACIENTES INTERNADOS NA EMERGÊNCIA


DE UM HOSPITAL DE ENSINO DE RORAIMA

Monografia apresentada como pré-requisito para


conclusão do Curso de Bacharelado em
Enfermagem da Universidade Federal de Roraima.

Orientadora: Prof.a Dr.a Raquel Voges Caldart

Co-orientadora: Prof.ª Ma. Fernanda Zambonin

BOA VISTA, RR
2020
Dados Internacionais de Catalogação Na Publicação (CIP)
Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima

J58i Jesus, Sara Brenda de Sousa.


Infecção hospitalar em pacientes internados na emergência de um
hospital de ensino de Roraima / Sara Brenda de Sousa Jesus. – Boa
Vista, 2020.

52 f. : il.

Orientadora: Profa. Dra. Raquel Voges Caldart.


Coorientadora: Profa. Ma. Fernanda Zambonin.
Monografia (graduação) – Universidade Federal de Roraima, Curso de
Enfermagem.

1 – Infecção hospitalar. 2 – Tempo de internação. 3 – Dispositivos


invasivos. 4 – Infecção no trato urinário. 5 – Pneumonia associada a
ventilação mecânica. I – Título. II – Caldart, Raquel Voges (orientadora).
III – Zambonin, Fernanda (coorientadora).

CDU – 616-022.1(811)

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária/Documentalista:


Marcilene Feio Lima - CRB-11/507 - AM
SARA BRENDA DE SOUSA JESUS

INFECÇÃO HOSPITALAR EM PACIENTES INTERNADOS NA EMERGÊNCIA


DE UM HOSPITAL DE ENSINO DE RORAIMA

Monografia apresentada como pré-requisito para


conclusão do Curso de Bacharelado em
Enfermagem da Universidade Federal de Roraima.
Defendida em 12 de dezembro de 2020 e avaliada
pela seguinte banca examinadora:

_______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Raquel Voges Caldart
Orientadora/Curso de Enfermagem-UFRR

_______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Jackeline da Costa Maciel
Curso de Enfermagem-UFRR

_______________________________________________
Prof.º Dr. Jaime Louzada
Curso de Enfermagem-UFRR
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por minha saúde e por
ser meu guia e ter me ajudado durante toda a minha trajetória neste curso.
Obrigada, meu Deus!
Agradeço aos meus pais, Ana Rodrigues e Breno Beserra, por serem meu
porto seguro, por toda dedicação e educação que me proporcionaram. Agradeço
por sempre acreditarem em mim, no meu potencial e por sempre me incentivarem
aos estudos. Essa conquista é para vocês!
Ao meu querido irmão, Miguel Sousa, um presente de Deus! Obrigada por
trazer alegria e paz a minha vida, obrigada principalmente por entender os meus
momentos de ausência em seu crescimento devido aos estudos. Você foi o maior
motivo por eu ter escolhido esta profissão, Deus sabe.
Às amizades que o curso me proporcionou, que sempre estiveram comigo
durante os 5 anos e tornaram esse tempo especial, através de boas risadas,
conversas e conselhos. Amigos de graduação e agora de profissão, sou grata pela
amizade de cada um de vocês, Dhuly Santos, Lucas Gacema, Juliana Dueñas,
Kimberli Silva, Leydnara Brasil e Rayana Barreto.
À minha professora e orientadora, Profª Dr. Raquel Caldart, grata por ter
acolhido minha ideia e ter ajudado a molda-la tão bem. Agradeço pela paciência,
compreensão, disponibilidade e orientação no decorrer da elaboração desta
monografia. Agradeço também à minha co-orientadora Enfª Me. Fernanda
Zambonin, pelas sugestões, conselhos e esclarecimentos. Sinto-me privilegiada
em ter duas grandes profissionais ao meu lado nesta monografia.
Aos professores do curso de enfermagem da Universidade Federal de
Roraima, agradeço por todo esforço, dedicação e conhecimento repassado ao
longo do curso, vocês foram peças fundamentais para minha formação pessoal e
profissional.
RESUMO

As infecções hospitalares são consideradas um importante problema de saúde


pública mundial, tendo em vista suas elevadas taxas de morbimortalidade e os
elevados custos com assistência à saúde. O presente estudo buscou analisar a
ocorrência de infecção hospitalar no setor de emergência de um hospital de ensino
de Roraima no período entre dezembro de 2019 a fevereiro de 2020.Trata-se de um
estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. A população do estudo
foi composta pelos pacientes internados na emergência da referida instituição,
foram incluídos pacientes com período de internação superior a 48h e excluídos
aqueles que apresentaram doenças infecciosas como causa de admissão, exceto
AIDS, e com diagnóstico prévio de infecção hospitalar. Os dados foram tabulados
no programa Microsoft Excel® e analisados com auxílio do programa estatístico
SPSS versão 20.0. Participaram do estudo 113 pacientes, destes 23% (n= 26) foram
diagnosticados com infecção hospitalar. Dos pacientes com infecção hospitalar,
observou-se uma prevalência de casos de infecção entre pacientes do sexo
feminino (57,7%; n=15), a média de idade dos pacientes foi de 53,49 ±19,2 anos. O
tempo médio de internação foi de 22 dias (quartis=4,75-41,25) e observou-se uma
concentração de pacientes com tempo de hospitalização superior a 15 dias (30,8%;
n=8). Quanto as causas de admissão, as mais frequentes foram as doenças do
aparelho respiratório e circulatório. Em se tratando do desfecho clínico, houve um
maior número de casos que evoluíram a óbito (53,8%; n=14). Os principais
dispositivos invasivos foram o acesso venoso periférico (84,6%; n=22), sonda
vesical de demora (80,8%; n=21) e ventilação mecânica (65,4%; n=17). A
pneumonia associada à ventilação mecânica (42,3%; n=11) e a infecção no trato
urinário (26,9%; n=7) foram as infecções mais prevalentes no setor. A sepse e o
choque séptico foram identificados em 46,1% (n=12) e 19,2% (n=5) dos pacientes
com infecção hospitalar, respectivamente. Este estudo agrega informações sobre a
infecção hospitalar no contexto local, em especial no setor de emergência.

Palavras-chave: Infecção Hospitalar. Tempo de internação. Dispositivos invasivos.


Infecção no trato urinário. Pneumonia associada a ventilação mecânica.
ABSTRACT

Hospital infections are considered an important public health problem in the world,
in view of their high rates of morbidity and mortality and high health care costs. The
present study sought to analyze the occurrence of nosocomial infection in the
emergency department of a teaching hospital in Roraima from December 2019 to
February 2020. This is a cross-sectional, descriptive study with a quantitative
approach. The study population consisted of patients admitted to the emergency
room at that institution, patients with a hospital stay of more than 48 hours were
included and those with infectious diseases as a cause of admission, except AIDS,
and with a previous diagnosis of nosocomial infection were excluded. The data were
tabulated in the Microsoft Excel® program and analyzed using the SPSS version
20.0 statistical program. 113 patients participated in the study, of which 23% (n =
26) were diagnosed with nosocomial infection. Of the patients with hospital infection,
there was an excess of cases of infection among female patients (57.7%; n = 15),
the mean age of the patients was 53.49 ± 19.2 years. The average hospital stay was
22 days (quartiles = 4.75-41.25) and there was a concentration of patients with a
hospital stay longer than 15 days (30.8%; n = 8). As for the causes of admission, the
most frequent were diseases of the respiratory and circulatory systems. Regarding
the clinical outcome, there was an excess of cases that died (53.8%; n = 14). The
main invasive devices were peripheral venous access (84.6%; n = 22), delayed
bladder catheter (80.8%; n = 21) and mechanical ventilation (65.4%; n = 17).
Pneumonia associated with mechanical ventilation (42.3%; n = 11) and urinary tract
infection (26.9%; n = 7) were the most prevalent infections in the sector. Sepsis and
septic shock were identified in 10.6% (n = 12) and 4.4% (n = 5) of patients with
nosocomial infection, respectively. This study aggregates information about
nosocomial infection in the local context, especially in the emergency sector.

Keywords: Hospital Infection. Lenght of hospital stay. Invasive devices. Urinary tract
infection. Pneumonia associated with mechanical ventilation.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Pacientes internados no setor de emergência do hospital de ensino,


segundo variáveis sociodemográficas e clínicas. Boa Vista/RR, 2019-2020...........29

Tabela 2- Caracterização dos procedimentos invasivos, sítio de infecção, casos de


sepse e choque séptico entre os pacientes internados na emergência do hospital de
ensino com diagnostico de IH no período entre dezembro e fevereiro. Boa Vista /
RR, 2019-2020........................................................................................................36
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária


CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CVC Cateter Venoso Central
DNCT Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
DRC Doença Renal Crônica
ECG Escala de Coma de Glasgow
HA Hipertensão Arterial
IC Intervalo de Confiança
ICSAC Infecção de Corrente Sanguínea Associada ao Cateter Vascular
IH Infecção Hospitalar
IRAS Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
ISC Infecções em Sítio Cirúrgico
ITU Infecção do Trato Urinário
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
PAVM Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica
PVP-I Povidona-Iodo
qSOFA Quick Sequential Organ Failure Assessment Score
RR Risco Relativo
SNG Sonda Nasogástrica
SPSS Statistical Package Social Sciences
SVD Sonda Vesical de Demora
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VM Ventilação Mecânica
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................12

1.2 OBJETIVO........................................................................................................ 13

1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 13

1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................. 14

1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................ 14

2 REFERENCIAL TEMÁTICO................................................................................16

2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR................................................................................16

2.3 PRINCIPAIS TIPOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR E FATORES DE RISCO


PARA SUA AQUISIÇÃO......................................................................................... 18

2.3.1 Infecção do trato urinário relacionada a cateter vesical.......................... 19

2.3.2 Infecção de corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central20

2.3.3 Pneumonia associada à ventilação mecânica.......................................... 21

2.3.4 Infecção de sítio cirúrgico.......................................................................... 23

3 METODOLOGIA.................................................................................................. 25

3.1 TIPO DE ESTUDO........................................................................................... 25

3.2 LOCAL DO ESTUDO........................................................................................ 25

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................. 26

3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS................................................... 26

3.5 ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................... 27

4 RESULTADO E DISCUSSÃO............................................................................. 29

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES...........................................................29

4.2 CARACTERISTICAS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES .............................36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................41

REFERÊNCIAS ......................................................................................................43

APÊNDICE .............................................................................................................50
ANEXOS ................................................................ ................................................49
12

1 INTRODUÇÃO

O Ministério da Saúde (MS), por meio da Portaria nº 2.616, de 12 de maio


de 1998, definiu como Infecção Hospitalar (IH) “aquela adquirida após a admissão
do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares” (BRASIL, 1998).
A partir da década de 1990, também se deu início a utilização do termo Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS), que surgiu devido ao avanço nos
sistemas de saúde pelo mundo e pela disponibilização de novos tratamentos,
principalmente os realizados em âmbito ambulatorial (FORTES, 2010). Dessa
forma, o novo termo corresponde a um conceito ampliado que abrange as infecções
adquiridas em regime hospitalar ou ambulatorial (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as IRAS
correspondem ao principal evento adverso da assistência à saúde, atingindo em
média 1 em cada 10 pacientes em todo o mundo. Em países desenvolvidos, as
IRAS acometem 7 a cada 100 pacientes, já países em desenvolvimento apresentam
o dobro de casos, atingindo 15 a cada 100 pacientes (WHO, 2016).
Confirmando esses dados, na Europa, em 2016, 151.709 pacientes deram
entrada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desses 12.735 apresentaram
IH quando internados por mais de 2 dias no setor (ECDC, 2018). No Brasil, um
estudo realizado durante três anos em 10 estados do país obteve uma taxa de
prevalência de 10,8% de IH, em um total de 6.520 pacientes (FORTALEZA et al.,
2017).
Potter e Perry (2009) enfatizam que essas IRAS ocorrem como uma
consequência da realização de procedimentos invasivos, uso irracional de
medicamentos, resistência bacteriana às drogas, doenças em estágios críticos
e um elevado tempo de internação. Ademais, Padoveze e Fortaleza (2014) ainda
ressaltam que a inadequada estrutura física do ambiente hospitalar e a falta de
qualificação da equipe quanto às medidas de prevenção das IRAS, também
contribuem para o seu desenvolvimento.
13

Sendo assim, estudos realizados em UTI indicam que as infecções são


comumente encontradas em pacientes que fazem o uso de procedimentos
invasivos como cateter venoso central (CVC), sonda vesical de demora (SVD) e
ventilação mecânica (VM) (CARVALHO, 2015; RODRIGUES; PEREIRA, 2016).
Embora diversos estudos retratem o tema de infecção nas UTIs, faz-se
necessário destacar o setor de emergência, que se caracteriza pelo grande fluxo de
pacientes com sangramentos, politraumas, secreções, dentre outras situações
clínicas, o que facilita o surgimento de infecções cruzadas visto que tanto os
profissionais quanto os pacientes estão expostos a um ambiente propenso a
infecções (VALLE, 2008). Ademais, a superlotação da unidade associada com leitos
improvisados e distância inadequada entre esses também favorecem a ocorrência
de contaminação cruzada (OLIVEIRA et al., 2014).
Zambonin et al. (2019), em estudo realizado em um hospital de Boa Vista-
RR, em 2017, destacou o alto tempo de internação dos pacientes na emergência,
alta taxa de mortalidade e o alto grau de dependência dos pacientes internados no
setor, concluindo que esses fatos podem resultar em uma baixa qualidade de
cuidados, aumento na ocupação de leitos e, consequentemente agravos à saúde
do paciente.
Com base na relevância imposta pelas infecções hospitalares na
recuperação da saúde do paciente hospitalizado e, a escassez de estudos locais
sobre essa temática, em especial no setor de emergência hospitalar. Propõe-se esta
pesquisa que analisa a ocorrência das infecções hospitalares e levanta as
características dos pacientes acometidos por essas infecções na emergência de um
importante hospital de referência de Roraima.

1.2 OBJETIVO

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a ocorrência de infecção hospitalar no setor de emergência de um


hospital de ensino de Roraima, no período entre dezembro de 2019 a fevereiro de
2020.
14

1.2.2 Objetivos Específicos

● Descrever as características sociodemográficas e clínicas dos


pacientes com infecção hospitalar internados na emergência do referido hospital;
● Identificar a topografia das infecções hospitalares diagnosticadas nos
pacientes internados na emergência;
● Identificar os procedimentos invasivos realizados nos pacientes com
infecção hospitalar.

1.3 JUSTIFICATIVA

A elevada incidência de IH compromete a segurança do paciente, agrava


seu quadro de saúde e contribui para o aumento do período de internação, da
morbimortalidade, bem como, dos custos com a assistência hospitalar.
Considerando a relevância dessas infecções no perfil de morbimortalidade dos
pacientes hospitalizados, associada à escassez de estudos locais sobre a temática,
em especial no setor de emergência e, ao potencial que as análises sobre esses
eventos adversos evitáveis têm quando se trata de avaliação indireta de programas
sobre a segurança do paciente justificam a realização deste estudo.
Ademais, traz-se o foco para o setor de emergência, pois, embora haja uma
diversidade de estudos que abordem os aspectos relacionados às IHs, esse são
geralmente desenvolvidos em UTIs, não sendo uma realidade para as portas de
entrada. Ressalta-se ainda que o foco da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) e da Anvisa estão voltados para as infecções em setores de
terapia intensiva. No entanto devido às particularidades do setor de emergência,
percebe-se a necessidade de estudar a ocorrência de infecções nesse setor.
Considerando o elevado tempo de permanência dos pacientes na
emergência do hospital que sediou este estudo, a alta taxa de ocupação de leitos,
a alta dependência desses pacientes da equipe de enfermagem, a gravidade
desses pacientes e a excessiva carga de trabalhos dos profissionais de
enfermagem, fatores importantes que podem comprometer a segurança do paciente
justifica-se a realização deste estudo, o qual pode contribuir para melhor
15

compreensão da realidade local, bem como, para melhoria dos programas de


prevenção e controle dessas infecções no setor.
16

2 REFERENCIAL TEMÁTICO

2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR

As IHs apresentam-se como um desafio para a saúde pública nacional e


mundial, pois estão relacionadas à alta taxa de morbimortalidade, refletindo assim
na qualidade dos serviços de saúde (FORTALEZA et al., 2017). Entende-se como
IH toda infecção obtida no decorrer de uma internação hospitalar ou posteriormente
à alta, desde que esteja relacionada a procedimentos desenvolvidos em âmbito
hospitalar ou a própria hospitalização. Dessa forma, caracteriza-se IH como a
infecção que acomete o paciente após 72h de admissão; infecção que se manifesta
72h antes da admissão, estando esta relacionada a procedimentos hospitalares
dentro desse período; paciente que apresenta infecção comunitária, porém
contenha um microrganismo diferente ao da infecção comunitária isolado no exame
microbiológico, sendo acompanhado de piora do quadro clínico do paciente
(BRASIL,1998).
Ao abordar o tema infecção hospitalar, faz-se necessário definir alguns
termos para o melhor entendimento desta condição. Assim, uma das definições de
infecção está relacionada à penetração e multiplicação de um agente biológico no
organismo humano (PEREIRA, 2016). A infecção pode ser localizada ou sistêmica,
a primeira refere-se a infecção em apenas uma parte do corpo, no qual o paciente
apresenta sintomas locais, como a dor. Já a segunda, oferece mais riscos à pessoa,
pois dissemina-se pela corrente sanguínea ou pelos vasos linfáticos, podendo
dificultar o diagnóstico (POTTER; PERRY, 2009). Para a ocorrência de uma IH são
necessárias além do agente infeccioso uma via de transmissão e um hospedeiro
suscetível, associados a uma fonte de infecção que pode ser um visitante, o
paciente, o profissional ou artigos médico-hospitalares (FORTES, 2010).
Quanto à cadeia de infecção, esta é estabelecida por seis processos
indispensáveis para que sobrevenha a infecção, quais sejam: agentes infecciosos,
reservatório, porta de saída, via de transmissão, hospedeiro e porta de entrada
(CHEEVER, 2016).
17

Os agentes infecciosos, que são os vírus, bactérias, protozoários e fungos


em sua grande maioria são microrganismos transitórios, assim, são adquiridos a
partir do contato com uma pessoa ou objeto contaminado (POTTER; PERRY, 2009).
O reservatório é composto por qualquer ser ou objeto que propicie a nutrição dos
microrganismos, onde estes habitam, multiplicam-se e, posteriormente, são
propagados a um hospedeiro suscetível. A porta de saída proporciona a dispersão
do microrganismo a partir do hospedeiro e ocorre por meio dos sistemas
respiratório, digestório, circulatório, urinário ou genital (CHEEVER, 2016). Os
microrganismos também podem ser expulsos de forma abundante através de
secreções ou excreções ou podem ser captados do sistema circulatório, através de
materiais perfurocortantes, por exemplo (GOERING, 2014). A via de transmissão
pode ocorrer através de partículas pelo ar, relação sexual, injeção percutânea ou
pelo contato com a pele (CHEEVER, 2016). O hospedeiro é um indivíduo ou um
animal que permite a acomodação de um agente infeccioso (MORAES, 2014) este
necessariamente deve estar propenso a determinado patógeno para que ocorra a
infecção (CHEEVER, 2016). Por fim, a porta de entrada do patógeno no
hospedeiro ocorre geralmente pelas vias que usam para sair do organismo
(POTTER; PERRY, 2009). Além das vias de entrada comuns, o patógeno também
pode introduzir-se por lesões na pele oriundas de traumas e queimaduras
(BROOKS, 2014).
No entanto, os microrganismos podem habitar o organismo humano, uma
vez que constituem a microbiota normal desses indivíduos a exemplo da pele, vias
respiratórias, trato digestório, intestinal e genital sem causar nenhuma doença ou
infecção, muito pelo contrário, esses microrganismos são responsáveis por
desempenhar importantes funções como síntese de vitaminas e proteção
imunológica (POTTER; PERRY, 2009).
Os microrganismos por vezes são oportunistas, então, no caso de ocorrer
um desequilíbrio nas defesas do organismo, esses mesmos microrganismos que
fazem parte do microbioma humano podem também estimular a ocorrência de uma
infecção, inclusive uma infecção hospitalar (PEREIRA et al., 2016).
Com base no exposto, o ambiente hospitalar, que é considerado um local
para tratamento de doenças, torna-se um local propício para a aquisição dessas,
em especial doenças infecciosas causadas por bactérias. Isso se deve ao fato do
18

hospital ser o local onde se utiliza um excessivo número de procedimentos


invasivos, muitas vezes inseridos sem cuidados assépticos adequados, uso
indiscriminado de antibióticos, elevado percentual de pacientes
imunocomprometidos, infraestrutura inadequada, dentre outros fatores que fazem
dos hospitais locais perfeitos para a aquisição dessas infecções.

2.3 PRINCIPAIS TIPOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR E FATORES DE RISCO


PARA SUA AQUISIÇÃO

São muitos os fatores que tornam o paciente vulnerável às infecções


hospitalares e, de modo geral, esses fatores podem ser classificados como
intrínseco ou extrínseco. Os fatores intrínsecos estão relacionados ao próprio
paciente, abrangendo a idade, sexo, estado nutricional, imunossupressão, doenças
de base (hipertensão, diabetes, câncer, HIV, entre outras), gravidade da doença,
entre outros. Já os fatores extrínsecos estão relacionados ao ambiente hospitalar e
aos procedimentos aos quais o paciente será submetido, dentre os quais destaca-
se o setor de internação, o tempo prolongado de hospitalização, o uso de
dispositivos invasivos, realização de procedimentos invasivos, uso de antibióticos e
outras terapias imunossupressoras, dentre outros fatores (HOYASHI, et al., 2017).
Além disso, a diversidade de estados clínicos, associados à utilização de
procedimentos invasivos, juntos com o histórico médico incompleto e ausência de
protocolos hospitalares para determinar uma colonização prévia, acaba por agravar
ainda mais o risco do surgimento de infecções (CHEVEER, 2016; SILVA, 2017).
Carvalho et al. (2015) em seu estudo realizado em uma UTI no município
de Teresina-PI, no período de janeiro a dezembro de 2013, apontou que os
pacientes que foram sujeitos à realização de procedimentos invasivos, como o uso
de CVC, VM, SVD e sonda nasogástrica (SNG), associados ao tempo prolongado
de restrição ao leito e alterações fisiológicas estão mais propensos à aquisição de
infecção. De tal forma, Sinésio et al. (2018) também expuseram o uso de tubo
orotraqueal, traqueostomia e SVD como os principais procedimentos associados à
ocorrência de infecção.
Assim como os procedimentos invasivos, o período de internação maior que
quatro dias e a colonização por microrganismos resistentes aos antibióticos também
19

são cotados como fatores de risco para ocorrência de infecção no ambiente


hospitalar (OLIVEIRA; KOVNER; SILVA, 2010). Profissionais de enfermagem
também referem o uso de material contaminado e técnica incorreta na esterilização
e na realização de procedimentos como um fator contribuinte para infecção (VALLE
et al., 2008).
Diante o exposto, dentro do ambiente hospitalar, as principais topografias
de infecção estão relacionadas a dispositivos invasivos utilizados pelos pacientes,
dentre elas estão as infecções do trato urinário associada ao cateter urinário (ITU-
AC), infecções de corrente sanguínea associada ao cateter vascular (ICSAC),
pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) e infecções de sítio cirúrgico
(ISC), essas infecções são descritas a seguir.

2.3.1 Infecção do trato urinário relacionada a cateter vesical

A SVD possui a finalidade de drenar a urina da bexiga e constitui-se de uma


técnica invasiva e estéril por meio da introdução de uma sonda através da uretra,
sendo indicada em casos em que haja necessidade de controle hídrico, ou quando
o paciente apresenta obstrução do trato urinário, também são candidatos ao uso de
SVD pacientes politraumatizados, cirúrgicos ou com lesão medular (CAVALCANTE;
BRAQUEHAIS; BEZERRA, 2017). Dessa forma, a SVD constitui-se em um corpo
estranho que adentra um meio antes estéril, criando assim uma porta de entrada
para os microrganismos, predispondo a ocorrência de infecção do trato urinário
(ITU) (SOUZA, et al. 2007).
De acordo com a Anvisa, para o diagnóstico de ITU é necessário o
preenchimento de três critérios: uso de SVD por ≥48 horas, estando esta presente
na ocasião do diagnóstico ou retirada 24 horas antes; o paciente apresenta-se ao
menos com febre (>38ºC) e/ou dor suprapúbica ou lombar, não tendo outras causas
identificadas; e cultura de urina confirmando ≥105 unidades formadoras de colônias
por ml de urina (UFC/mL) de um patógeno, com no máximo duas espécies
microbianas (BRASIL, 2017b).
No Brasil, as ITUs estão relacionadas a 35-45% dos casos de infecções
hospitalares (BRASIL, 2017b). Já em um estudo realizado na Índia durante 2 anos,
20

certificou-se que 166 pacientes apresentaram IH, sendo que destes 10,75%
relacionavam-se à ITU (DATTA et al., 2014). Reforçando os dados, na União
Europeia, foram relatados 1.395 casos de ITU no ano de 2016, sendo que 99,3%
dos casos estavam relacionados ao uso de SVD (ECDC, 2018).
São vários os fatores de risco para o desenvolvimento de ITU-AC, no
entanto, o principal fator corresponde ao elevado tempo de permanência da SVD
(CHENOWETH; SAINT, 2013). Nesse aspecto, o estudo de Campos et al. (2016)
relatou a maior prevalência de ITU nos pacientes que permaneceram com SVD por
um tempo médio de 10 dias, em comparação com aqueles que permaneceram com
o dispositivo por um período médio de 5 dias, o estudo também indicou que
pacientes que tem a assepsia realizada com água e sabão possuem 5,01 vezes
mais chances de desenvolver ITU do que aqueles que utilizam iodo povidona (PVP-
I) e soro fisiológico.
Além disso, também merece destaque a ausência de indicação para uso de
SVD, contribuindo para o acontecimento da ITU, conforme o estudo de Barbosa,
Mota e Oliveira (2019), 80% dos pacientes que apresentaram ITU não possuíam
indicação para o uso. Outros fatores de risco relacionam-se ao sexo feminino,
devido a presença de alterações anatômicas, menopausa, multiparidade e idade
avançada (CAVALCANTE; BRAQUEHAIS; BEZERRA, 2017).

2.3.2 Infecção de corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central

Os CVCs estão indicados aos pacientes, em especial aqueles em estado


crítico, que necessitam receber medicamentos, fluidos, soluções nutricionais por via
endovenosa, bem como, aqueles que necessitam de monitorização hemodinâmica
(GAHOLT, 2014). O cateter pode ser inserido na veia subclávia, veia jugular ou veia
femoral, sendo este último local o de maior risco para contaminação (PASSAMANI;
SOUZA, 2011), por estar relacionado a maiores taxas de colonização e um maior
risco de ocorrer trombose venosa profunda (COUTO et al, 2014). A veia jugular
constitui o segundo local de risco de contaminação por ser adjacente ao local da
traqueostomia e assim facilitar a conexão com as secreções das vias aéreas. Já a
veia subclávia possui o menor risco de contaminação, no entanto apresenta maiores
21

riscos quanto à punção, podendo ocorrer um pneumotórax, agravando o quadro


clínico do paciente (PASSAMANI; SOUZA, 2011).
Para ser considerada uma infecção associada ao CVC, devem ser atingidos
os critérios de uso do dispositivo por mais de 2 dias e na ocasião do diagnóstico o
dispositivo ainda esteja em uso ou ter sido retirado no dia anterior. Como critérios
de diagnóstico o paciente deve apresentar ao menos um quadro febril (>38°C),
calafrios ou hipotensão e duas ou mais hemoculturas positivas, sendo estas
coletadas em momentos distintos no mesmo dia (BRASIL, 2017b).
Um estudo realizado em uma UTI identificou uma taxa de infecção de 29,1%
em 166 pacientes, sendo que destes 13,5% relacionam-se à infecção de corrente
sanguínea associada ao CVC (DATTA et al., 2014). Contribuindo com esse achado,
Allegranzi et al. (2011) apontam em seu estudo que países em desenvolvimento
apresentam uma incidência de infecção de corrente sanguínea de 44,6/1.000 CVC-
dia. Não obstante, dados da Anvisa apontam que em 2017 a incidência dessas
infecções foi de 4,4 infecções a cada 1.000 CVC-dia em UTI adulto (BRASIL, 2017).
Os principais fatores de risco para esta infecção estão associados ao uso
do cateter por mais de 10 dias, idade superior a 60 anos, longo período de
internação, imunossupressão, doenças de base, como a diabetes, método de
inserção do cateter e o local de inserção (GAHOLT, 2014; MISHRA, et al., 2017).
Passamani e Souza (2011) afirmam que o tempo de utilização do CVC está
intrinsecamente relacionado à ocorrência da infecção, assim sendo a utilização
menor que três dias possui o risco de infecção próximo a zero, de três a sete dias,
o risco está entre 3% a 5%, já a utilização por mais de sete dias aumenta o risco
em 10%.

2.3.3 Pneumonia associada à ventilação mecânica

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2007)


considera-se PAVM quando esta se apresenta de 48-72 horas após o início da VM.
No entanto, a Anvisa considera PAVM como aquela que surge quando o paciente
está em VM por 2 dias e na data da ocorrência da infecção o paciente ainda
encontra-se em VM ou esta tenha sido retirada no dia anterior ao diagnóstico
(BRASIL, 2017b).
22

A PAVM pode ser precoce, quando ocorre até o quarto dia de VM ou tardia,
quando se inicia após o quinto dia de VM. Sua ocorrência se dá principalmente
devido à aspiração de secreções da orofaringe que se acumulam acima do
balonete, mas também pode ocorrer devido ao condensado formado no circuito do
ventilador proveniente do umidificador ou à colonização de bactérias no conteúdo
gástrico (SBPT, 2007).
Em se tratando de diagnóstico, Dalmora et al. (2013) ressaltam que atenção
deve ser dada a associação de achados clínicos, radiológicos e microbiológicos.
Para a Anvisa o diagnóstico radiológico de PAVM deve atender alguns critérios,
como: paciente possuir doença cardíaca ou pulmonar de base, caso não apresente
é aceitável uma radiografia de tórax com alterações indicando displasia pulmonar
desconforto respiratório agudo, edema pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC), além disso apresentar duas ou mais radiografias de tórax com
achados de infiltração, opacificação ou cavitação; apresentar ao menos leucopenia
ou leucocitose, febre ou alteração no nível de consciência, no caso de pacientes
com >70 anos; apresentar pelo menos um quadro de secreção purulenta, piora na
troca gasosa, apresentação de roncos ou estertores à ausculta pulmonar ou ter
tosse, dispneia ou taquicardia e apresentar cultura ou hemocultura positiva
(BRASIL, 2017b).
Estima-se que a PAVM acomete de 9 a 27% dos pacientes em VM, sendo
2,1-10,7 casos a cada 1.000 dias de VM (BARSANTI; WOELTJE, 2009). Kock et al.
(2017) evidenciaram uma incidência de 31,8% casos de PAVM, perfazendo uma
taxa de infecção de 24 casos a cada 1.000 dias.
Quanto aos fatores de risco, verificou-se em um estudo de coorte realizado
durante 2 anos em uma UTI em Santa Catarina que dos 59 pacientes que faziam
uso de VM, 25,4% foram acometidos por PAVM, possuindo um tempo médio de 5,4
dias para ocorrência da doença, entendendo-se que há um maior risco de
desenvolvimento dessa pneumonia até o 5º dia de VM (SILVA et al., 2011).
Ademais, outros fatores de risco referem-se à idade >60 anos, posição supina do
paciente, reintubação, sedação, presença de SNG e falha de múltiplos órgãos
(BARSANTI; WOELTJE, 2009), presença de DPOC, traumas, cirurgias e doenças
neurológicas (SBPT, 2007).
23

2.3.4 Infecção de sítio cirúrgico

As ISC representam de 14 a 16% das infecções hospitalares,


correspondendo ao terceiro tipo de IH mais incidente, ficando atrás apenas das
infecções de trato urinário e infecções respiratórias (SOBECC, 2013). Considera-se
ISC, quando esta ocorre em pacientes internados ou pacientes ambulatoriais que
passaram por qualquer procedimento cirúrgico. A ISC pode ser classificada de
acordo com o sítio acometido, podendo ser superficial (tecido subcutâneo),
profunda (fáscia e músculos) ou em órgão ou cavidade (BRASIL, 2017b; SOBECC,
2013).
Para o diagnóstico de ISC, deve-se observar alguns fatores, como,
surgimento de infecção que ocorre em até 30 dias após a cirurgia, havendo
colocação de implantes o prazo estende-se até 90 dias e para próteses o período
de 1 ano. A presença de secreção purulenta, cultura positiva obtida da secreção ou
do tecido da incisão, presença de sinais flogísticos, como dor, edema local,
hiperemia ou febre, deiscência espontânea ou abertura realizada pelo médico e o
diagnóstico de ISC realizado pelo cirurgião (BRASIL, 2017b).
Destaca-se que os fatores de riscos para adquirir ISC podem estar
relacionados ao paciente ou ao procedimento cirúrgico. Quanto ao paciente,
apresenta-se como fator de risco a obesidade, desnutrição, neoplasia,
imunossupressão, comorbidades e o prolongado tempo de internação pré-
operatório. Já quanto aos fatores de risco pertinentes ao procedimento cirúrgico
tem-se o tempo de duração da cirurgia, hemostasia deficiente, remoção de pelos,
degermação das mãos, presença de cirurgias prévias, preparo inadequado do
paciente, entre outros (SBIB, 2014).
Em um estudo de coorte realizado em um hospital de grande porte de Belo
Horizonte durante 4 anos, analisou a realização de 16.882 procedimentos de
cirurgia geral, destes, a ISC correspondeu a apenas 568 casos, obtendo uma taxa
global de 3,4%. Os principais fatores de risco identificados correspondem ao tempo
de duração da cirurgia >2h, perfazendo 34% de chances de desenvolver ISC e o
tempo de internação pré-operatório por >24h, apresentando duas vezes mais
chances de desenvolver a infecção (CARVALHO et al., 2017).
24

Ressalta-se que a manifestação de ISC pode ocorrer durante a internação


ou após a alta hospitalar, conforme identificado no estudo de Oliveira e Ciosak
(2007), no qual 50% das ISC ocorreram até o sétimo dia de internação e 79,1%
ocorreram até o décimo quarto após a alta, observando-se assim a relevância do
segmento pós-alta para serem analisados o potencial risco de ISC.
25

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo com abordagem


quantitativa e de base hospitalar. O estudo transversal atua sobre dados obtidos de
uma população em um dado período de tempo. Determinado tipo de estudo tem
como propósito identificar as possíveis relações entre as variáveis e descrevê-las.
Apresenta como vantagem o reduzido risco de perdas, baixo custo e a pouca
demanda, além da possibilidade de se obter a prevalência sobre os dados
estudados (ROUQUAYROL; SILVA, 2013).
O estudo descritivo tem como principal objetivo descrever as características
de uma determinada população ou instituir relações entre variáveis, como, idade,
sexo, estado de saúde e procedência, sendo realizado através de uma coleta de
dados padronizada, obtendo dados que permitam tal descrição (GIL, 2008). A
abordagem quantitativa caracteriza-se pela objetividade, utilizando-se de recursos
e técnicas estatísticas, transpondo em números os dados obtidos pelo pesquisador
(PRODANOV; FREITAS, 2013).

3.2 LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado no pronto socorro de um hospital de grande porte


(>150 leitos), o qual é referência para a população adulta proveniente da capital e
do interior do estado de Roraima, incluindo pacientes oriundos das terras indígenas,
bem como, de regiões de fronteiras e divisas. Além da demanda assistencial, a
referida instituição é caracterizada como hospital de ensino e pesquisa, uma vez
que mantém convênio com as principais instituições de ensino superior e escolas
técnicas do estado.
Atualmente o pronto socorro é subdivido em duas áreas, vermelha e
amarela. A área vermelha se destina ao recebimento, avaliação e estabilização dos
pacientes e é subdividida em: vermelha 1, destinada ao primeiro atendimento dos
pacientes que dão entrada na unidade, podendo estes serem internados ou não, de
26

acordo com o caso e; vermelha 2, que comporta 5 leitos destinados aos pacientes
que necessitam de estabilização e que já se encontram em regime de internação.
Anexo a área vermelha, tem-se ainda uma sala de reanimação com 4 leitos,
designada aos pacientes que possuem alto risco de parada cardiorrespiratória ou
que estão em processo de ressuscitação cardiopulmonar. A área amarela funciona
como uma unidade semi-intensiva, conta com 10 leitos e presta assistência aos
pacientes críticos e semicríticos que já iniciaram o tratamento de estabilização e
aguardam vagas na UTI. O presente estudo restringiu-se às áreas vermelha 2 e
amarela, visto que são as áreas em que estão os pacientes em regime de
internação, totalizando 15 leitos.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo foi composta pelos pacientes internados nas áreas


vermelha e amarela do local do estudo no período entre dezembro de 2019 e
fevereiro de 2020. Foram incluídos no estudo, pacientes com tempo de internação
superior a 48h, foram excluídos aqueles que apresentaram doenças infecciosas
como causa de admissão e com diagnóstico prévio de infecção hospitalar.

3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no período de dezembro de 2019 a fevereiro de


2020, por meio de três visitas semanais ao setor de emergência durante o período
de coleta dos dados. Os dados foram obtidos dos prontuários e dos registros
laboratoriais dos pacientes e quando necessário através da observação direta do
mesmo.
Para coleta dos dados, utilizou-se de um formulário especificamente
elaborado para fins deste estudo (Apêndice A), contendo variáveis relacionadas às
características demográficas, informações sobre a internação e tratamento
realizado, a saber: características demográficas: idade; sexo; dados referente a
internação: data da admissão; data da alta ou óbito; tipo de óbito; total de dias de
internação; tipo de internação (cirúrgica, clínica ou traumatológica); causa da
admissão e doença de base de acordo com a Classificação Internacional de
27

Doenças, CID-10 (OMS, 1997); condições na admissão: sinais vitais (frequência


respiratória, pressão arterial, escala de coma de Glasgow - ECG); infecção
hospitalar (sim ou não); sítio de infecção (respiratório, urinário, corrente sanguínea,
sítio cirúrgico); sepse ou choque séptico (sim ou não); presença de dispositivos
invasivos (cateter venoso central ou periférico, cateter arterial, sonda gástrica ou
enteral, gastrostomia, jejunostomia, colostomia, ventilação mecânica invasiva,
sonda vesical, drenos torácicos e abdominais).

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Considerou-se com IH aqueles pacientes com diagnóstico médico dessa


infecção registrada no prontuário.
As condições na admissão foram avaliadas por meio do escore quick
Sequential Organ Failure Assessment Score (qSOFA), os quais foram calculados
com base nos piores dados clínicos registrados no prontuário durante as primeiras
24h de internação do paciente. O qSOFA, constitui-se de um instrumento de
triagem, com intuito de identificar pacientes graves que possam vir a desenvolver
sepse. Esse instrumento pode ser aplicado à beira do leito, utilizando-se de apenas
3 variáveis (escala de coma de Glasgow, frequência respiratória e pressão arterial
sistólica), possibilitando a rápida identificação e intervenção em pacientes que
possuam maior probabilidade de adquirir um quadro de sepse (MACHADO et al,
2016).
A análise descritiva dos dados foi realizada por meio de frequências
relativas (%) e absolutas (n). Para as variáveis contínuas, foram calculadas medidas
de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão e intervalo
interquartil) e para as variáveis categóricas, utilizou-se o teste de qui-quadrado (x2)
de Pearson e o teste exato de Fisher e para comparação entre grupos, utilizou-se o
teste de Mann-Whitney (U). Para significância estatística, foi considerado valores
de p <0,05. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel® e analisados
com auxílio do programa estatístico Statistical Package Social Sciences (SPSS)
versão 20.0.
28

3.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

Esta pesquisa faz parte de um projeto maior o qual foi submetido e aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade
Federal de Roraima, sob o parecer no 1.476.575.
Vale ressaltar que a pesquisa também possui autorização emitida pelo
núcleo de pesquisa da instituição que sediou o estudo. A pesquisadora assume o
compromisso de manter o sigilo de todas as informações, bem como a privacidade
de seus conteúdos e somente empregar os dados para os objetivos propostos.
29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES

Participaram do estudo 113 pacientes, destes 23% (n=26) foram


diagnosticados com IH no período analisado. Resultado inferior ao encontrado no
estudo Oliveira et al. (2014), realizado em uma emergência de um hospital de ensino
de Belo Horizonte, onde 12,5% dos pacientes apresentaram pelo menos um
episódio de IH, no entanto no estudo de Finger-Jardim e Basso (2011), realizado
em uma UTI de um hospital de ensino do Rio Grande do Sul onde a prevalência de
IH foi de 27%.
Cabe enfatizar que o setor de emergência é uma das portas de entrada do
sistema de saúde, recebendo todos os pacientes que necessitam de atendimento
mediato e imediato, este setor por vezes funciona com leitos extras, quantitativo de
profissionais restrito ou reduzido, além de uma planta física inadequada, tornando
impróprio o atendimento aos pacientes e contribuindo com a ocorrência de IH. A
maioria das infecções no serviço de emergência estão relacionadas à infecção
comunitária, no entanto, a longa permanência do paciente no setor contribui para
colonização do paciente com bactérias multirresistentes, desencadeando assim
uma IH (CORRÊA, 2010).
As características demográficas e clínicas dos pacientes internados na
emergência são apresentadas na tabela 1. No que se refere ao sexo, embora sem
significância estatística, observou-se uma prevalência de casos de infecção entre
pacientes do sexo feminino (57,7%; n=15) quando comparado ao sexo masculino
(42,3%; n=11). Outros estudos também reportam um maior percentual de infecção
entre pacientes do sexo feminino, como é o caso dos estudos realizados por Finger-
Jardim e Basso (2011) e Araújo et al. (2018), nos quais esses percentuais
corresponderam a 61,9% e 63,6%, respectivamente.
A literatura aponta o sexo masculino como um fator de risco para infecção.
Esse fato é evidenciado por estudos que demonstram um maior percentual de
infecção entre os homens, os quais variam de 50,8% (NOGUEIRA et al., 2009),
58,2% (SINÉSIO et al., 2018) e 59,3% (SOUSA, 2016). Tais resultados revelam
30

uma identidade sociocultural que foi construída entre os homens, a qual os fazem
acreditar serem resistentes a enfermidades, sendo esta geralmente vista como um
sinal de fragilidade no âmbito da masculinidade, assim, raramente os homens
procuram os serviços de saúde de baixa complexidade, procurando os serviços
apenas quando estão com dor e possivelmente com a saúde já prejudicada
(SCHWARZ, 2012; CARNEIRO et al., 2016).

Tabela 1 – Pacientes internados no setor de emergência do hospital de ensino,


segundo variáveis sociodemográficas e clínicas. Boa Vista/RR, 2019-2020.
Infecção Hospitalar
Sim Não Total (n=113)
Variável p-valor
(n=26) (n=87)
n (%) n (%) n (%)
Sexo
Feminino 15 (57,7) 34 (39,1) 49 (43,4)
0,093*
Masculino 11 (42,3) 53 (60,9) 64 (56,6)
Idade
<60 anos 13 (50,0) 56 (64,4) 69 (61,1)
0,187*
≥60 anos 13 (50,0) 31 (35,6) 44 (38,9)
Tipo de internação
Clínica 24 (92,3) 71 (81,6) 95 (84,1)
0,237**
Traumatológica 2 (7,7) 16 (18,4) 18 (15,9)
CID-10
Cardiovascular 5 (19,2) 30 (34,5) 35 (31,0)
Respiratório 7 (26,9) 17 (19,5) 24 (21,2) 0,320*
Outras 14 (53,8) 40 (46,0) 54 (47,8)
Comorbidade
Sim 20 (76,9) 64 (73,6) 84 (74,3)
0,731*
Não 6 (23,1) 23 (26,4) 29 (25,7)
Tipo de Saída
Óbito 14 (53,8) 30 (34,5) 44 (38,9)
0,180*
Não óbito 12 (46,2) 57 (65,5) 69 (61,1)
Tempo de internação
<15 dias 18 (69,2) 78 (89,7) 96 (85,0)
0,024*
≥15 dias 8 (30,8) 9 (10,3) 17 (15,0)
qSOFA
Risco não alto 12 (46,2) 53 (60,9) 65 (57,5)
0,181*
Risco alto 14 (53,8) 34 (39,1) 48 (42,5)
L= *Qui-quadrado; **Teste Exato de Fisher.
Fonte: autoria própria (2020).
31

A média de idade dos pacientes que desenvolveram IH foi de 53,49 (±19,2)


anos. A análise da idade e o desenvolvimento de infecção entre as duas faixas
etárias analisadas (adultos e idosos) mostrou-se a mesma (50%; n=13). Estudos
realizados em hospitais de ensino obtiveram dados semelhantes, com médias de
idade de 54 anos (±19 anos) (GOMES et al., 2014) ou mais, 60,2 anos (±13,9 anos)
(FINGER-JARDIM; BASSO, 2011) e 61,65 anos (±14,90 anos) (ARAÚJO et al.,
2018).
A relação entre idade e desenvolvimento de IH já está bem estabelecida na
literatura e pode ser explicada por diferentes fatores, dentre os quais se destaca o
aumento da expectativa de vida em todo o mundo que vem aumentando o número
de idosos hospitalizados o que contribui para mudanças nos padrões de
morbimortalidade aumentando a ocorrência de doenças crônico degenerativas que,
em decorrência de suas complicações requerem procedimentos médicos especiais
como hemodiálise, cirurgias, uso de dispositivos invasivos e internações em UTIs
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; BERTOL, 2020).
Cabe destacar ainda que o metabolismo do indivíduo idoso se altera com o
passar dos anos, aumentando o risco de reações adversas e tornando-o mais
vulnerável a infecções (BERTOL, 2020). De acordo com Gomes et al. (2014)
pacientes com mais de 60 anos estão mais propensos a alterações fisiológicas e
declínio das respostas imunológicas, estas, somadas às comorbidades existentes
e a realização de procedimentos invasivos, como uso de VM e cateteres, acabam
deixando os idosos susceptíveis à ocorrência de infecções. As infecções são
cotadas como uma das doenças que mais acometem idosos, sendo estas
frequentemente mais graves e complicadas quando comparadas a adultos, estando
as principais com foco no trato respiratório, trato urinário, gastrointestinal e pele
(BERTOL, 2020).
Quanto às causas de internação dos pacientes com IH, observou-se um
maior número de indivíduos admitidos por condições clínicas (92,3%; n=24), sendo
as doenças relacionadas ao aparelho respiratório as que apresentaram maior
percentual entre esses pacientes (26,9%; n=7), no entanto sem significância
estatística. Esse achado vai ao encontro dos resultados obtidos por Oliveira et al.
(2014) e Souza et al. (2015), no qual em ambos os estudos se observou predomínio
de causas clínicas na admissão, 95,2% e 86,2%, respectivamente.
32

A admissão relacionada a uma situação clínica, geralmente está associada


às comorbidades que o paciente apresenta e constitui-se de um importante fator de
risco para IH (SOUZA et al., 2015). Dentre essas condições estão as doenças do
aparelho respiratório, que constantemente necessitam de intervenções e
procedimentos invasivos, sendo a VM, um dos principais procedimentos utilizados
estando frequentemente associado a IH (FINGER-JARIM; BASSO, 2001).
Embora sem significância estatística, observou-se um maior número de
pacientes com IH que possuíam comorbidades entre os pacientes com IH (76,9%;
n=20) quando comparados com os pacientes com IH sem comorbidades (23,1%;
n=6). Estudos apontam a presença de comorbidade como um fator de risco para
aquisição de infecção, assim como destacou o estudo de Sinésio et al. (2018) no
qual houve a prevalência de comorbidades como hipertensão, insuficiência cardíaca
e diabetes.
A doença de base do paciente favorece a ocorrência de infecção, pois
desestabiliza os mecanismos de defesa do organismo, deixando-os mais
susceptíveis a processos infecciosos (SOARES et al., 2017). Reforçando a relação
entre comorbidade e infecção, o estudo de Lisboa et al. (2007) evidenciou que a
probabilidade de pacientes com comorbidades de adquirir IH é de sete vezes.
Dentre as principais comorbidades apresentadas pelos pacientes que
adquiriram IH neste estudo estão, Hipertensão Arterial (HA) com 53,8% (n=14),
seguida de Diabetes representando 26,9% (n=7) e a Doença Renal Crônica (DRC)
com 26,9% (n=7). Destaca-se que a HA constitui uma das doenças crônicas não
transmissíveis mais prevalentes na sociedade, sendo um problema para a saúde
pública, por ser um preocupante fator de risco para doenças cardiovasculares
(CAMPOS; PIERIN; PINHO, 2017). Por sua vez, a DRC geralmente decorre de
comorbidades preexistentes, sendo as principais HA e o diabetes. O oposto também
ocorre, uma vez que a DRC é considerada uma das principais causas de HA.
Ademais, estes pacientes necessitam de acompanhamento com a equipe de saúde
e adesão a tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, com vistas a
melhorar a qualidade de vida e evitar possíveis complicações (CHAVES et al.,
2018).
Cabe destacar ainda que, as complicações decorrentes destas doenças,
geralmente, requerem hospitalização, uso de dispositivos invasivos, terapias
33

imunossupressoras entre outras condições que colocam o paciente em situação de


maior vulnerabilidade para aquisição de IH. Ainda, de acordo com Lima, Andrade e
Haas (2007), a idade avançada do paciente, as comorbidades presentes e as
condições clínicas auxiliam significativamente para ocorrência de infecção no
ambiente hospitalar.
Ao analisar o tipo de saída, observou-se um maior número de óbitos entre os
pacientes que desenvolveram IH (53,8%; n=14). A associação de infecção e
elevadas taxas de mortalidade já está bem estabelecido na literatura, Oliveira,
Kovner e Silva (2010) e Souza et al. (2015), obtiveram taxa de mortalidade
relacionadas à IH variando de 39,5% a 38,4%, respectivamente. Oliveira et al.
(2014) encontraram taxas correspondentes a 23,8% e de acordo com Pereira et al.
(2016), quando se relaciona as IHs com óbito a taxa de mortalidade pode chegar a
70%.
Segundo Souza et al. (2015) são fatores que contribuem para um desfecho
clínico desfavorável em um paciente com IH, a idade avançada, comorbidades
preexistentes, o prolongado tempo de internação e a internação em UTI, visto que
nessa unidade os pacientes são mais expostos a procedimentos invasivos e
infecções, além de apresentarem o quadro clínico grave. Cabe ressaltar que esses
óbitos poderiam ser evitáveis através de medidas simples de prevenção de IH, como
a higienização das mãos com água e sabão ou álcool 70%, uso de precaução
padrão e realização de assepsia de artigos e superfícies (FERREIRA; NOLASCO;
ESPÍNDULA, 2010; SOARES et al., 2017), bem como adesão aos bundles de
prevenção de IH.
A análise do tempo de internação demonstrou que, no geral, o tempo médio
de hospitalização dos pacientes (n=113) foi elevado, correspondendo a uma média
de 10,99 (±17,18) dias e uma mediana de 5 dias (quartis=3-11) de hospitalização.
Estudos realizados no mesmo setor de emergência também obtiveram tempo de
permanência elevado, com médias variando de 4,29 (±6,59) (ZAMBONIN, 2019) a
13,3 (±15,40) (MENEZES, 2019).
Verifica-se que é alto o tempo de permanência no setor de emergência
evidenciado pelo presente estudo quando comparado a outros estudos que
reportam períodos de permanência nos setores de emergências, os quais variaram
de 1 a 48h (ACOSTA; LIMA, 2015) e de 1 a 30h (COELHO, 2010). De acordo com
34

a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.077/14, os serviços de urgência


e emergência deverão permanecer com o paciente somente até 24h. Em seguida,
a depender da condição clínica do paciente, este deverá receber alta, ser internado
ou transferido, sendo proibido a internação de pacientes no setor de emergência.
No entanto, o serviço de urgência e emergência vem crescendo cada vez
mais devido ao elevado índice de acidentes e violência urbana e condições agudas
decorrentes de doenças crônicas. Com esse crescimento associado à falta de leitos
para internação em UTIs, os pacientes graves acabam sendo internados no setor
de emergência devido à complexidade tecnológica, caracterizando a emergência
por vezes como uma UTI (PAIXÃO et al., 2015).
Já a análise do tempo de hospitalização dos pacientes com infecção,
demonstrou uma mediana de 22 dias (quartis=4,75-41,25) sendo superior a
permanência dos pacientes que não desenvolveram essa infecção durante o
período de internação, os quais obtiveram uma mediana de 7,70 dias (quartis=3-9)
(U=723,500; p=0,005). Cabe destacar ainda que 30,8% (n=8) dos pacientes que
desenvolveram infecção permaneceram hospitalizados por mais de 15 dias,
demonstrando uma associação estatística entre tempo de internação e
desenvolvimento de infecção (p=0,024).
O período de hospitalização associado ao desenvolvimento de IH é bastante
evidenciado na literatura, Oliveira, Kovner e Silva (2010) destacam que o período
de internação superior a quatro dias está intimamente relacionado à ocorrência de
infecção, sendo que essa acaba sendo cada vez mais favorável após o 17º dia de
internação. Dessa forma, cabe salientar que o tempo de permanência hospitalar se
constitui em um fator de risco para o desenvolvimento de IH, tendo em vista que o
ambiente hospitalar favorece a seleção natural dos microrganismos, associando-se
à gravidade clínica dos pacientes nesse setor (PEREIRA et al., 2016).
O longo período de permanência também é visto como um indicador da
qualidade do cuidado prestado ao paciente, sofrendo a interferências da gravidade
do paciente e das complicações vindas no decorrer da internação (ROQUE; MELO,
2011). Tais complicações podem se tratar principalmente de IH, nas quais inúmeras
pesquisas apontam que o tempo prolongado de internação é uma condição de risco
para adquirir uma IH (ARAÚJO et al., 2018; HOYASHI et al., 2017; NOGUEIRA et
35

al., 2009; OLIVEIRA; KOVNER; SILVA, 2010; OLIVEIRA et al., 2014; PEREIRA et
al., 2016).
Figueiredo (2012) enfatiza que quanto maior o tempo de internação, maior o
manejo dos pacientes pelos profissionais de saúde, sendo estes geralmente
submetidos a procedimentos invasivos e utilização de antimicrobianos e drogas
imunossupressoras, favorecendo o declínio da imunidade e aumentando a
colonização. A doença de base por sua vez também favorece a ocorrência de IH,
desequilibrando os mecanismos de defesa contra infecções e consequentemente
ocasionando deficiências imunológicas (NOGUEIRA et al., 2009).
Ressalta-se que o serviço de saúde sofre um impacto direto com longo
período de internação associado a IH, pois este está diretamente relacionado com
a maior utilização de antibioticoterapia, realização de procedimentos invasivos e
exames, aumentando significativamente os custos hospitalares (IZAIAS et al.,
2014).
Outro ponto a considerar, diz respeito à identificação precoce de pacientes
com suspeita de infecção que estão sob maiores riscos de desenvolver desfechos
adversos, como a sepse, uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica. Para
tanto, tem-se disponíveis ferramentas para serem utilizadas à beira do leito, em
ambientes fora das UTIs, sendo o qSOFA ou quickSOFA uma delas. Este escore
utiliza como critérios a pressão sistólica (<100mmHg), a frequência respiratória
(>22mrpm) e a alteração do nível de consciência (ECG <15), cada uma dessas
variáveis contabiliza um ponto no escore, sendo assim varia de 0 a 3 pontos.
Pontuação maior ou igual a dois, indica maior risco de mortalidade ou permanência
prolongada na UTI, constituindo-se assim de um alerta para pacientes com maior
risco de prognóstico ruim (ISAEM, 2016; MACHADO et al., 2016).
Considerando essa avaliação de gravidade relacionada à infecção,
analisou-se a pontuação deste escore na admissão do paciente na emergência.
Dentre os pacientes que tiveram diagnóstico de infecção, 53,8% (n=14)
apresentaram uma pontuação ≥2 no qSOFA na admissão. Diante o exposto,
comprovado o alto risco de adquirir a sepse é de extrema importância a identificação
precoce do paciente, visto que a realização de um manejo adequado nas primeiras
horas após a identificação tem implicações significativas no prognóstico do paciente
(GOULART, 2018). Boechat e Boechat (2010) enfatizam que a abordagem precoce
36

do paciente associada a correções fisiológicas e hemodinâmicas nas primeiras seis


horas de diagnóstico, ocasiona uma redução de 16% na mortalidade dos casos,
além de melhorar as chances de sobrevida e impedir estágios mais graves da
infecção.

4.2 CARACTERÍSTICAS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

Neste tópico, serão descritas algumas características (uso de procedimentos


invasivos, sítio de infecção, sepse) das infecções hospitalares adquiridas pelos
pacientes internados na emergência, estas características também são
apresentadas na tabela 2.
De acordo com Gomes et al. (2014), os procedimentos invasivos são um dos
maiores responsáveis pela ocorrência de IH, sendo esses amplamente utilizados
em emergências e UTIs. Neste estudo destaca-se que 100% dos pacientes fizeram
uso de algum dispositivo invasivo, dentre estes estiveram o AVP em 84,6% (n=22)
dos casos, seguido da SVD utilizada em 80,8% (n=21) dos pacientes e a ventilação
mecânica observada em 65,4% (n=17) dos casos. O uso de dispositivos invasivos
é reportado no estudo de Oliveira, Kovner e Silva (2010) que registraram 74,6% de
pacientes em uso desses dispositivos, com destaque para SVD, CVC e VM em
68,5%, 49,6% e 49,9%, respectivamente.
Segundo Sousa et al. (2017), o ambiente em que o paciente se encontra,
associado aos procedimentos invasivos realizados e a própria assistência prestada,
são fatores cruciais para o desenvolvimento de uma IH. Dessa forma, ressalta-se
que os procedimentos invasivos realizados na emergência por vezes não respeitam
a assepsia recomendada, tal fato se dá devido à necessidade de agir de forma
rápida para garantir a sobrevida do paciente, acarretando possivelmente no
aumento da incidência de IH (CORRÊA et al., 2010).
Ferreira, Nolasco e Espíndula (2010) ainda destacam que a alta tecnologia
dos equipamentos, aparelhos e dispositivos, associados à inobservância de
princípios básicos de higiene e uso indiscriminado de fármacos, dentre eles os
antibióticos e antissépticos contribuem com a ocorrência de IH.
37

Tabela 2- Caracterização dos procedimentos invasivos, sítio de infecção, casos


de sepse e choque séptico entre os pacientes internados na emergência do
hospital de ensino com diagnostico de IH no período entre dezembro e fevereiro.
Boa Vista / RR, 2019-2020.
Variáveis n (26) %
Procedimentos Invasivos
Acesso Venoso Periférico 22 84,6
Sonda Vesical de Demora 21 80,8
Ventilação Mecânica Invasiva 17 65,4
Cateter Venoso Central 16 61,5
Sonda Nasogástrica 10 38,5
Sonda Nasoenteral 5 19,2
Dreno 1 3,8
Sitio de Infecção
Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica 11 42,3
Infecção do Trato Urinário 7 26,9
Sítio não identificado 8 30,7
Sepse
Sim 12 46,1
Não 14 53,8
Choque Séptico
Sim 5 19,2
Não 21 80,7
Fonte: autoria própria (2020).

Analisando o sítio das IHs, verifica-se que a PAVM foi a mais prevalente,
42,3% (n=11), concordando com os estudos de Oliveira et al. (2014), Menezes
(2019) e Frota et al. (2019), realizados em emergências, nesses estudos a PAVM
obteve um percentual de 52,4%, 22,3% e 23,8%, respectivamente. Esses
resultados sinalizam a elevada presença da PAVM no setor de emergência, mesmo
sendo esta infecção comumente encontrada em UTI (FINGER-JARDIM; BASSO,
2011).
De acordo com Rodrigues e Pereira (2016), pacientes que estão em uso de
VM, possuem uma incidência para infecção de 7 a 21 vezes maior do que o paciente
que não necessita desse procedimento. Esse fato explica-se devido à destruição da
barreira natural existente entre a orofaringe e traqueia quando o paciente é
intubado, ocasionando na eliminação do reflexo de tosse e causando o acúmulo de
secreções contaminadas acima do cuff, aumentando a colonização acima da árvore
traqueobrônquica e a consequente aspiração das secreções contaminadas para as
vias aéreas inferiores (SANTOS, 2016).
38

Ressalta-se que os microrganismos presentes no ambiente, associados à


diminuição das defesas do organismo e maior tempo de VM, constituem fatores de
risco para PAVM. Determinada infecção contribui para o aumento do tempo de
internação do paciente, acrescentando em média mais 12 dias no período de
internação (FROTA et al., 2019). Finger-Jardim e Basso (2011) ainda acrescentam
que a PAVM além de aumentar o tempo de internação, também aumenta o tempo
de utilização da VM e possíveis complicações do paciente.
Enfatiza-se que a PAVM pode ser prevenível através de bundles de
prevenção, dessa forma foram criados os “bundles de ventilação” através Institute
for Healthcare Improvement, o qual estabeleceu como medidas de prevenção a
elevação da cabeceira do leito de 30º a 45º, adequação diária da sedação associada
à realização do teste de respiração espontânea, profilaxia de úlcera péptica,
profilaxia de trombose venosa profunda, higienização oral diária com clorexidina
0,12% e mensuração da pressão do cuff. Tais medidas quando aplicadas em
conjunto proporcionam uma significativa redução nos casos de PAVM (BRASIL,
2017d; IHI, 2012).
Um estudo realizado na emergência do mesmo hospital de ensino de
Roraima analisou a realização das medidas preventivas para PAV, dentre elas
apenas a elevação da cabeceira obteve 100% de realização, as demais obtiveram
percentuais inferiores a 85,0%, como higienização oral (84,1%), prevenção de
úlcera péptica (80,6%) e trombose venosa profunda (31,2%). Cabe destacar que a
monitorização da pressão de cuff não foi realizada nos pacientes, contrariando
assim as recomendações propostas nos bundles de prevenção de PAV. A partir
desses fatos ressalta-se a importância da equipe de enfermagem na realização das
medidas de prevenção, visto essa ser a única categoria a permanecer 24h à beira
do leito do paciente (MENEZES, 2019).
Por sua vez, a ITU acometeu 26,9% (n=7) dos pacientes. No estudo de
Oliveira et al. (2014), a ITU representou 16,7% dos casos de IH na emergência. No
entanto, os dados desse estudo aproximam-se com o estudo de Araújo et al. (2018),
realizado em uma UTI de um hospital de ensino, onde a taxa de ITU representou
25% dos casos IH. Esta infecção está frequentemente relacionada ao uso de SVD,
uma vez que este dispositivo adentra o trato urinário estéril, facilitando a entrada de
microrganismos na uretra e assim diminuindo os mecanismos de defesa do
39

organismo, como o esvaziamento da bexiga e a micção. O risco para ocorrência de


infecção relacionada ao uso de SVD aumenta significativamente com o passar de
72h de permanência do cateter, dessa forma o risco de adquirir ITU está
diretamente relacionado ao tempo de permanência do mesmo (GOMES et al., 2014;
BARABOSA; MOTA; OLIVEIRA, 2019).
Mota e Oliveira (2019) evidenciam que após decorridos 28 dias de uso da
SVD o risco de adquirir uma ITU é de 100%, destes ao menos 4% evoluem para
sepse. A literatura também revela que o uso de SVD geralmente não é indicado de
forma adequada (80,6%), sendo realizadas de forma presumida e sem prescrição e
quando são utilizados por vezes não são reavaliados em tempo hábil para que
possam ser removidos.
Com vista a prevenção da ITU ressalta-se a importância de evitar a utilização
do cateter vesical e este quando utilizado deve ser realizado com técnica asséptica
e posteriormente removido o mais breve possível (CAVALCANTE; BRAQUEHAIS;
BEZERRA, 2017).
Quanto às complicações das IH, destaca-se a principal delas, a sepse, que
acometeu 46,1% (n=12) dos pacientes desse estudo, taxa inferior ao encontrado no
estudo de Barreto et al. (2016), realizado no setor de emergência de um hospital de
ensino do sul do Brasil, onde a sepse acometeu 58,9% dos pacientes. De acordo
com Westephal et al. (2019), a sepse é um grande problema de saúde pública,
resultando no aumento do tempo de hospitalização e da mortalidade. No presente
estudo, 33,3% (n=4) dos pacientes com sepse evoluíram a óbito, percentual
semelhante ao encontrado no estudo de Westephal et al. (2019) no qual 30,7% dos
pacientes foram a óbito. Enfatiza-se que a prevenção da sepse inclui a prevenção
para todas as outras infecções visto que a sepse constitui-se de uma resposta
desregulada a uma infecção, levando a disfunção orgânica (ZOPPI, 2016).
O choque séptico, por sua vez, esteve presente em 19,2% (n=5) dos
pacientes, percentual inferior ao encontrado no estudo de Souza et al. (2015), que
identificou 75,1% de casos de choque séptico em seu estudo. Segundo Jorge et al.
(2016), o choque séptico é considerado um estado de falência circulatória aguda
relacionada a um foco infeccioso ou a um componente endotóxico, constituindo-se
de uma emergência médica que necessita de atuação imediata, possuindo uma alta
taxa de mortalidade. Dos pacientes que apresentaram choque séptico, 60% (n=3)
40

evoluíram a óbito, dados semelhantes ao encontrado no estudo de Souza et al.


(2015), no qual 81,3% dos pacientes que apresentaram choque séptico foram a
óbito.
De acordo com Page, Donnelly e Wang (2015), os serviços de pronto socorro
geralmente não apresentam os recursos necessários para avaliar os possíveis
sinais de sepse, como a monitoração dos sinais vitais e realização de exames
laboratoriais. No entanto, cabe destacar que os sinais de sepse são facilmente
identificáveis através do escore qSOFA, o qual utiliza parâmetros básicos que não
necessitam de tecnologia, sendo esses a aferição da pressão arterial sistólica,
frequência respiratória e realização da ECG.
Diante o exposto, verifica-se a importância da equipe de enfermagem na
avaliação desses sinais, visto que a mesma permanece 24h a beira do leito do
paciente. Contudo, Goulart (2018) ao avaliar o conhecimento dos enfermeiros sobre
a sepse em um estudo realizado em um hospital de ensino em Mato Grosso do Sul,
concluiu que os enfermeiros não possuem conhecimento suficiente para identificar
e orientar sobre a sepse e seus sinais. Dessa forma, faz-se necessário a
implantação de estratégias rápidas e seguras, além de tudo a capacitação do
profissional para identificar corretamente os sinais dessa complicação, tendo como
objetivo implementar o tratamento precoce e consequentemente a redução das
taxas de mortalidade.
41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados neste estudo mostraram um alto percentual de


IH nos pacientes internados no setor de emergência. A caracterização
sociodemográfica dos pacientes demonstrou um maior número de casos de IH entre
mulheres e idosos. Houve o predomínio de internação por causas clínicas com
destaque para as doenças do aparelho respiratório e circulatório. A mortalidade
representou um alto desfecho de alta no setor.
O tempo de hospitalização superior a 15 dias esteve estatisticamente
associado à ocorrência de infecção hospitalar e o tempo médio de hospitalização
dos pacientes com IH foi superior ao tempo médio de internação dos pacientes que
não desenvolveram IH no período analisado. Esse dado reforça que o maior período
de internação aumenta a exposição aos riscos hospitalares, a procedimentos
invasivos e ao uso relevante de antimicrobianos, além do aumento no custo
hospitalar e possíveis readmissões.
Destaca-se que 100% dos pacientes fizeram o uso de pelo menos um desses
dispositivo, com destaque para a utilização acesso venoso periférico, sonda vesical
de demora e ventilação mecânica.
A pneumonia associada à ventilação mecânica e a infecção do trato urinário
foram as infecções mais prevalentes no setor de emergência, assim como
identificado em outros estudos realizados em emergências no Brasil. A prevalência
da sepse e do choque séptico mostrou-se inferior a outras literaturas, no entanto a
mortalidade decorrente dessa complicação obteve prevalência semelhante aos
mesmos.
Este estudo agrega informações acerca das infecções hospitalares em
Roraima, com destaque para o setor de emergência, local com escassez de estudos
voltados para essa temática. Considerando que o controle das IHs carece de uma
equipe multiprofissional agindo em conjunto, utilização de técnicas assépticas,
higienização das mãos, utilização de equipamentos de proteção individual e
coletiva, vigilância epidemiológica e realização de tratamento adequado que
somado aos resultados aqui encontrados, recomenda-se o desenvolvimento de
estratégias educativas e a implantação de medidas de prevenção para os diferentes
42

tipos de IH, bem como, a divulgação da repercussão que essa enfermidade traz ao
paciente, família, equipe de saúde e para o próprio hospital.
43

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50

APÊNDICE

APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

1- Características demográficas
Iniciais:_________ Sexo: ( )Fem ( )Masc DN: __/__/__ Idade: ____

2- Informações sobre a internação:


DIH:___/___/___ Causa da admissão:_________________________________ e
Doença de base: ____________________________________________________
Comorbidades: ( ) IAM ( ) IC ( ) DVP ( ) AVE ou ATI ( ) Demência ( )DPOC
( ) Linfoma ( ) Doença do tecido conjuntivo ( ) Úlcera péptica ( ) Doença hepática
( ) DM ( )Hemiplegia ( )DRC - moderada a grave ( )Tumor sólido ( ) Leucemia
Tipo de internação: ( )Clínica ( ) Traumatológica ( ) Cirúrgico de emergência
( ) Cirúrgico eletivo
Saída do setor: Data:____/____/____ ( ) Alta ( )Transferência,
setor/instituição:_____________ ( )Óbito: ( )Relacionado a IH ( )Não relacionado
a IH ( ) Relação não definida entre óbito e IH
Condições na admissão: FC:_____bpm FR:___mrm T:___C PA:____x___mmHg
ECG:____
Presença de infecção hospitalar: ( ) sim ( ) não
Sítio de infecção: ( ) PAV ( ) ITU ( ) ICS ( ) ISC ( )outro,
qual:_____________________________________________________________
Sepse: ( ) sim ( ) não, choque séptico: ( ) sim ( ) não

Tratamento:
Presença de dispositivo invasivo: ( ) CVC, local: ___________________________
( ) AVP, local: ______________________________________________________
( ) cateter arterial, local: ______________________________________________
( ) Sonda gástrica ( ) Sonda enteral ( ) gastrostomia ( ) jejunostomia ( ) colostomia
( ) VMI, ( ) TOT ( ) TQT ( ) dreno torácico, tipo: ____________________________
( ) dreno abdominal, tipo: _____________________________________________
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ANEXOS

ANEXO A- TERMO DE APROVAÇÃO DO CEPE-UFRR


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