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RESSONÂNCIA NUCLEAR

MAGNÉTICA
Dra. Márcia Emília M. De Luca
A imagem por Ressonância
Magnética Nuclear
A imagem por Ressonância magnética Nuclear, RMN, é baseada no comportamento
dos prótons de H+ .
Os principais átomos que compõem o tecido humano
são: hidrogênio, oxigênio, carbono, fósforo, cálcio, flúor,
sódio, potássio e nitrogênio. Porém somente o Hidrogênio
possui no núcleo atômico 1 (1 próton). Apesar de outros
núcleos possuírem propriedades que permitem que sejam
utilizados para imagem por ressonância magnética, o
hidrogênio é o utilizado.
Escolha do Hidrogênio
Três motivos básicos:

• 1) É o mais abundante no corpo humano: cerca de 10% do


peso corporal se deve ao hidrogênio;

• 2) As características de RMN se diferem bastante entre o


hidrogênio presente no tecido normal e no tecido patológico;

• 3) O próton do hidrogênio possui o maior momento


magnético e, portanto, a maior sensibilidade a RMN.
Os átomo de H+ estão desalinhados no Quando colocados em um campo
organismo, mas os spins estão magnético intenso e excitados por
orientados aleatoriamente, e a sinal de radiofrequência, os spins
magnetização resultante é igual a zero. alinham-se ao longo do eixo deste
campo magnético de forma paralela
ou antiparalela, retornando ao
equilíbrio quando cessa a excitação.
Princípios Físicos RM

A ressonância magnética é a propriedade física exibida por


núcleos de determinados elementos que, quando
submetidos a um campo magnético forte e excitados por
ondas de rádio em determinada frequência (Frequência de
Larmor), emitem rádio sinal (pela energia liberada após a
excitação) , o qual pode ser captado por uma antena. Este
sinal codificado espacialmente por gradientes de campo
magnético é coletado, processado e transformado em
imagem.
Como Ocorre?
✓ Os prótons são partículas carregadas positivamente e que possuem uma
propriedade chamada de spin ou momento angular (o spin pode ser +1/2 ou
-1/2).
✓ O movimento de cargas elétricas gera uma corrente elétrica. Por outro lado, a
corrente elétrica cria ao seu redor uma força magnética ou um campo
magnético. Assim, sempre que haja uma corrente elétrica, haverá um campo
magnético!
✓ O spin representa o movimento de giro do próton em torno de seu próprio
eixo, da mesma forma que um pequeno pião. O momento magnético, que
faz com que o mesmo se comporte como um pequeno imã ou um pequeno
magneto.
✓ Quando exposto ao campo magnético ele altera suas características e passa
a realizar um movimento de rotação chamado de precessão.
Precessão
MOVIMENTO DE PRECESSÃO
O núcleo do átomo de
hidrogênio responde a
força magnética externa
alinhando-se com o
campo magnético.
Nessas condições o seu
spin nuclear sofre
distorção e passa a
descrever um
movimento rotacional
em torno do próprio
eixo.
Resposta ao Campo Magnético

A ressonância magnética tem origem na interação entre um átomo e um campo


magnético externo, é um fenômeno em que partículas, contendo momento angular e
momento magnético, exibem um movimento de precessão quando estão sob ação de
um campo magnético.
A partícula carregada em movimento acelerado gera um campo magnético associado,
assim o próton de hidrogênio se comporta como um pequeno magneto, ou um dipolo
magnético.
Podemos utilizar um vetor para descrever cada dipolo magnético, ou cada
próton.

Revista Brasileira de Física Médica. 2009;3(1):117-29.

Figura : O próton de hidrogênio pode ser visto como uma pequena esfera (1) que
possui um movimento de giro (spin) em torno do seu próprio eixo (2).
Por ser uma partícula carregada positivamente (3) irá gerar um campo magnético
próprio ao seu redor (4) se comportando como um pequeno dipolo magnético (4) ou
como um imã (5) com um momento magnético (μ) associado.

Revista Brasileira de Física Médica. 2009;3(1):117-29.


O que ocorre com os prótons do corpo do
paciente quando o mesmo é posicionado
dentro do magneto?
• No corpo humano (36,5ºC) sob ação do fraco campo magnético terrestre de 0,3
Gauss (ou 3x10-5 tesla) os momentos magnéticos não possuem uma orientação
espacial definida, se distribuindo de forma randômica.

• Esta distribuição aleatória faz com que a magnetização resultante de um volume


de tecido seja igual a zero.

• Quando o paciente é posicionado no interior do magneto e fica sob ação de um


campo magnético maior e, os prótons de hidrogênio irão se orientar de acordo
com a direção do campo aplicado, como se fossem pequenas bússolas (ao
contrário das bússolas que apontariam seu norte marcado na agulha, apontam
para o sul Magnético), os prótons de hidrogênio apontam paralelamente ao
campo e antiparalelamente .
NUCLEOS DE HIDROGENIO SEM AÇÃO
DO CAMPO B0 .
campo magnético está desligado ( B0 = 0 )
NÚCLEOS DE HIDROGENIO ALINHADOS
AO CAMPO B0.

Se aplicarmos um campo externo Bo ao material paramagnético, seus spins se


alinham a Bo:
Paralelos:
• Menor energia (próximo a estabilidade)
• Maior quantidade (em geral)
Antiparalelos:
• Maior energia (maior excitação)
Prótons de hidrogênio sob a ação do campo magnético externo aplicado. Os prótons
se distribuem em dois níveis de energia, sendo que um pequeno número maior de
prótons se alinha paralelamente.

Revista Brasileira de Física Médica. 2009;3(1):117-29


EQUILIBRIO DINÂMICO
• Quando o paciente é introduzido no vetor momento magnético (µ)
equipamento de RM, uma quantidade associado ao próton de hidrogênio

considerável dos átomos de hidrogênio são


orientados com as linhas de força do campo
magnético principal.
• Os eixos de coordenadas (x, y e z) e o
vetor que representa o momento magnético
de um próton de hidrogênio realizando o
movimento de precessão em torno do eixo z.
O eixo z, ou longitudinal, representa a
direção de aplicação do campo magnético
principal (B0).
• O plano XY é chamado de plano
transversal.
• Aplicando um pulso de Radiofreqüência,
há um deslocamento do plano Z para plano
XY.
Direita: spins alinhados paralelamente e antiparalelamente ao campo magnético externo
aplicado (eixo z) realizando movimento de precessão. Vetor magnetização resultante (M0) de
um elemento de volume do tecido.
Os prótons de hidrogênio irão precessar a uma frequência w (que representa o número de
vezes que o próton realiza o movimento de precessão num segundo) determinada pela
equação de Larmor.
A equação de Larmor permite calcular
exatamente a frequência de precessão.
Num campo magnético de 1 Tesla, por
exemplo, a frequência de precessão do
hidrogênio é de 42 MHz .
A frequência de precessão é importante
devido a sua relação com o fenômeno de
ressonância.

Spins opostos e seus componentes no


plano ( xy) eliminan-se , surgindo a
magnetização ao longo do eixo ( z) pela
somação dos vetores não eliminados.
A distribuição dos spins nos dois níveis é
regida pela distribuição de Boltzmann.
• Na imagem a menor unidade será o voxel (ordem de 1,0 mm3 ou mais). Que é o
efeito combinado dos prótons de hidrogênio que irá nos interessar. A
magnetização resultante em cada voxel é o resultado da soma vetorial de todos
os spins que resultaram do cancelamento mútuo.

• A aplicação do pulso de Radiofrequência causa dois efeitos:


- Transfere energia para o vetor magnetização, desviando-o do alinhamento ou
quando for de 90º, jogando-o para o plano transversal;
- Faz com que os núcleos precessem, momentaneamente, em fase, no plano
transversal.
• Com aplicação de um pulso de RF de 90°, por exemplo, a magnetização é jogada
no plano transversal e passa a induzir uma tensão elétrica na bobina
posicionada de forma perpendicular ao plano transversal na frequência ω (sinal
de RMN). Se todos os momentos magnéticos individuais forem desviados em
90° para o plano transversal e todos estiverem precessando na mesma posição
(mesma fase), teremos o máximo de sinal induzido nesta bobina.
• Quando encerra a aplicação do pulso de RF, o sinal gradualmente decai como
resultado do processo de Relaxação ou de retorno do vetor magnetização para o
equilíbrio, ou seja, para o alinhamento com o campo B0.
ONDA ELETRO-MAGNÉTICA
Bobina

i M
Pulso de RF

+ -
Bateria
Esquema representando a localização das bobinas de
gradiente no interior do equipamento de RM
Relaxação
Sinal de indução livre:
• Quando encerra a aplicação do pulso de RF, o sinal gradualmente decai como
resultado do processo de relaxação ou de retorno do vetor magnetização para o
equilíbrio, ou seja, para o alinhamento com B0.
• O formato do sinal induzido (ou sinal de indução livre, SIL) é o de uma onda
seno amortecida.
• Processos de relaxação: longitudinal e transversal

Sinal de Indução Livre (SIL) gerado pelo retorno da


magnetização para o alinhamento após a aplicação
de um pulso de RF de 90º.
Relaxação

• A relaxação dos spins que gera o SIL é causada pelas trocas de energia
entre spins e entre spins e sua vizinhança (rede). Estas interações são
chamadas de relaxação spin-spin e spin-rede e juntas fazem com que o
vetor M retorne ao seu estado de equilíbrio (paralelo a B0).
• Duas constantes de tempo foram criadas para caracterizar cada um destes
processos: T1 e T2.
• A constante T1 está relacionada ao tempo de retorno da magnetização
para o eixo longitudinal e é influenciada pela interação dos spins com a
rede.
• A constante T2 faz referência à redução da magnetização no plano
transversal e é influenciada pela interação spin-spin (dipolo-dipolo).
T1 e T2

Retorno da magnetização longitudinal. Decaimento da magnetização transversal.


(magnetização longitudinal cresce até recuperar (os prótons deixam de se movimentar de forma
seu tamanho original) os prótons retornam do sincrônica, mantendo a coerência de fase
estado de maior energia (excitado) para seu inicialmente). O campo magnético da unidade de
estado fundamental, de menor energia Ressonância Magnética, onde o paciente é colocado,
não é totalmente homogêneo, possui pequenas
variações locais, o que produz diferentes frequências
de precessão e, assim como cargas elétricas livres ou
de pequenos campos magnéticos dos prótons em
proximidade, as variações internas do campo
magnético são características para cada tecido.
Que tipo de tecido apresenta um tempo
maior ou menor de relaxação?
• A água e os tecidos com alta concentração de líquidos possuem um longo
T1 e T2.
lembrar que tecidos patológicos possuem, geralmente, uma alta concentração
de água em relação aos tecidos normais vizinhos; desta forma, tecidos
patológicos poderão ser facilmente diferenciados por possuírem tempos de
relaxação T1 e T2 relativamente mais longos que os dos tecidos sadios.

• O tempo de relaxação T1 será mais curto quando se tratar de tecidos


corpóreos formados por líquidos que contêm moléculas de diversos tamanhos ;
nestes meios a energia térmica poderá ser transferida mais rapidamente porque
as moléculas se movimentam e possuem campos magnéticos com frequências
próximas à frequência dos prótons excitados. Esta condição ressonante é
indispensável para uma transferência de energia.
T1 para cada tipo de tecido T2 para cada tipo de tecido

Existem outros tempos que são considerados na formação da imagem: TE (tempo


entre um pulso e um eco) e TR ( tempo de repetição de pulso de 90° e/ou 180°). São
operados pelo médico de acordo com o tipo de exame.

T1 e T2 são características do ambiente molecular tridimensional que circunda cada


próton no tecido que está sendo examinado. T1 mede a capacidade do próton de trocar
energia com a matriz química adjacente. É uma medida da rapidez com que um tecido
se torna magnetizado. T2 representa a rapidez com que determinado tecido perde sua
magnetização. O fluxo sanguíneo tem um efeito complexo sobre o sinal de RM e pode
aumentar ou diminuir a intensidade desse sinal nos vasos sanguíneos.
Tempos de relaxação T1 e T2 aproximados para
diversos tecidos do corpo humano a 1,5T.

• Tecido T1 (ms) T2 (ms)


• Substância Branca 790 90
• Substância Cinzenta 920 100
• Líquido Cefalorraquidiano(Líquor) 4000 2000
• Sangue (Arterial) 1200 50
• Parênquima Hepático 490 40
• Miocárdio 870 60
• Músculo 870 50
• Lipídios (Gordura) 250 80

- Estas diferenças nos tempos de relaxação poderão ser usadas para gerar
contraste entre os tecidos nas imagens . Uma vantagem da RM sobre os
demais métodos de diagnóstico.
Intensidade de sinal

A intensidade relativa dos sinais (brilho) dos tecidos em uma


imagem de RM é determinada por múltiplos fatores:

• Formas de onda de impulso de radiofrequência e gradiente


utilizadas para obter a imagem
• Características intrínsecas em T1 e T2 de diferentes tecidos
• Densidade de prótons dos diferentes tecidos
Através do controle das radiofrequências de pulso e das ondas de gradientes,
programas de computador determinam como uma imagem é obtida (ponderada) e
como os vários tecidos aparecem. As imagens podem ser
• ponderada em T1
• ponderada em T2
• Densidade ponderada por prótons
Ex:
• gordura aparece brilhante (alta intensidade de sinal - Hiperintensa) nas imagens
ponderadas em T1 e relativamente escura (baixa intensidade de sinal -
Hipointensa) nas imagens ponderadas em T2,
• água e líquidos aparecem relativamente escuros em imagens ponderadas em T1
e brilhantes nas imagens ponderadas em T2.
• As imagens ponderadas em T1 mostram de forma ideal a anatomia de tecidos
moles e gordura (p. ex., para confirmar uma massa que contém gordura).
• Imagens ponderadas em T2 mostram, idealmente, líquidos e patologias (p. ex.,
tumores, inflamação, trauma).
• Na prática, as imagens ponderadas em T1 e T2 fornecem informações
complementares, de forma que ambas são importantes para caracterizar a
patologia.
Formação da Imagem RNM

A imagem por ressonância Magnética (IRM) é, resumidamente, o resultado da


interação do forte campo magnético produzido pelo equipamento com os
prótons de hidrogênio do tecido humano, criando uma condição para que
possamos enviar um pulso de radiofrequência e, após, coletar a
radiofrequência modificada, através de uma bobina ou antena receptora. Este
sinal codificado espacialmente por gradientes de campo magnético é
coletado, processado e convertido numa imagem ou informação.
Imagem turbo spin eco ponderada em T2, mostrando na imagem ampliada a
resolução de contraste obtida devido às diferenças nos tempos T2 entre os
tecidos envolvidos.
Características

• RM é o método de diagnóstico por imagem não invasivo mais sensível para


avaliar partes moles, particularmente o encéfalo.
• o contraste obtido entre os tecidos moles do corpo é muito superior ao
conseguido pelos métodos mais tradicionais, como a radiografia por raios-X e o
ultrassom.
• Técnica onerosa
• Ela apresenta grande potencial diagnóstico, poucos efeitos deletérios e muitos
benefícios a serem obtidos com o seu uso.
• RM fornece informações anatômicas acuradas, imagens em qualquer plano do
corpo, bom contraste e resolução espacial.
• Dada a alta capacidade de diferenciar tecidos e coletar informações bioquímicas,
o espectro de aplicações se estende a todas as partes do corpo humano e explora
aspectos anatômicos e funcionais.
• permite obter imagens de diferentes planos - longitudinal, transversal e oblíquo,
assim como também imagens volumétricas sem ter que mudar a posição do
paciente.
Imagem axial de uma angiografia de crânio baseada em Time-of-Flight (TOF) onde é
possível identificar vasos arteriais hiperintensos. Nesta imagem, não foi usado meio
de contraste e o hipersinal é gerado exclusivamente pelo fluxo sanguíneo que penetra
no fino corte adquirido com a sequencia GRE.
Imagem 3D com utilização da técnica de projeção de máxima intensidade (MIP) a
partir de 90 cortes axiais como os da figura anterior de uma angiografia de crânio
baseada em Time-of-Flight (TOF). Este tipo de apresentação permite ao radiologista
uma identificação de aneurismas, obstruções e outras anormalidades que podem
ocorrer na anatomia vascular.
Imagem axial GRE do tecido cerebral onde é possível visualizar como áreas de
hipossinal (escuras) o sangue hemorrágico.
RM Funcional
Reconstrução 3D do encéfalo obtida a partir de uma aquisição 3D T1 FLASH (GRE
com uso de spoiller).
Riscos em RNM
Cuidados com Campo Magnético Estático (B0)
• Proibir o acesso livre de qualquer pessoa portadora de marcapassos e
neuroestimuladores no ambiente de RM;
• Utilizar documentos para investigação de metais em que o paciente assinale a
sua presença no corpo e possa ser investigado antes da entrada na zona III e
na sala de exames (Zona IV);
• Nunca levar para dentro da sala de exames materiais desconhecidos ou não
revisados quanto a presença de partes ferromagnéticas;
• Não permitir a entrada do paciente em sala portanto qualquer objeto metálico
como anéis, brincos, relógio, carteira, piercing e próteses dentárias removíveis;
• Somente utilizar na sala de exames equipamentos próprios (seguros ou
condicionais) para o ambiente da RM e certificados por empresas de
reconhecida competência (por exemplo, injetoras de meio de contraste,
oxímetros, carros de anestesia, eletrodos etc.);
• Colaboradores externos ao setor, como pessoal de manutenção e higienização,
só devem ser autorizados a entrar na sala após repasse formal de instruções de
• segurança no ambiente de RM;
• Conhecer a localização e a forma de acionamento dos botões de parada elétrica
e de desligamento do campo magnético.
• O ruído acústico produzido pelos gradientes pode ser superior a 80 dB, por
isso é obrigatório o uso de proteção auricular para pacientes e qualquer
pessoa que permaneça dentro da sala do magneto durante a aquisição de
imagens.

Cuidados com o gradiente de campo magnético


▪ Fornecer protetor auricular para pacientes, acompanhantes ou qualquer
pessoa que permaneça dentro da sala do magneto durante a aquisição de
imagens;
▪ Evitar que a pele do paciente fique em contato direto com a carcaça
interna do magneto ou com partes da bobina. Utilizar espumas isoladoras
e a roupa apropriada para o exame para este fim;
▪ Criar registros de ocorrência em pacientes de estímulo de nervos
periféricos, sensações de choque ou surgimentos de flashes luminosos (os
chamados magnetofosfenos) durante a realização de exames, para que
sejam relatados ao fabricante e responsáveis pela manutenção dos
equipamentos;
Radiofrequência

O principal risco associado à radiofrequência é a deposição de sua energia sob


a forma de calor. Os equipamentos possuem sistemas de monitoramento
(hardware e/ou software) que limitam a potência de RF levando em
consideração o peso do paciente e outras informações para

calcular e monitorar em relação aos limites estabelecidos internacionalmente


para a taxa de absorção específica da radiofrequência (SAR).
Principais Cuidados com a Radiofrequência
✓ Fornecer ao paciente avental ou roupa apropriada e confeccionada com tecido natural para que
substitua todas as suas roupas para realização do exame;
✓ Informar ao equipamento no início do exame o valor de massa corporal (kg) e idade (e outros
dados solicitados pelo fabricante), permitindo o correto cálculo e funcionamento das limitações de
SAR;
✓ Não cobrir o paciente excessivamente;
✓ Manter a temperatura e a umidade da sala de exames dentro da faixa recomendada pelos
fabricantes, e manter a ventilação do interior do magneto acionada e, de preferência,na velocidade
mais alta durante todo o exame;
✓ Não utilizar plásticos ou outros materiais que causem abafamento e aumento da transpiração. Não
cobrir a superfície de bobinas ou almofadas com películas plásticas ou outros tecidos que não
tenham sido autorizados
✓ e revisados pelo fabricante do equipamento de RM;
✓ Não iniciar o exame em paciente com suor acumulado, urina ou fezes. O corpo do paciente deve
estar seco. Isso inclui os cabelos;
✓ Não permitir que mãos e pés fiquem cruzados ou em contato direto de pele com pele, evitando,
assim, um efeito de antena que pode resultar em queimaduras e choques nesses pontos de
contato;
A ressonância magnética possui diversos pontos que necessitam de atenção, no que diz
respeito à segurança de operadores e pacientes na realização do exame.

Aqui estão quatro regras indispensáveis que o profissional de RM não pode esquecer:
1. O campo magnético nunca desliga

Ao contrário do que se pode pensar, uma máquina de ressonância magnética


não funciona como outras do ambiente hospitalar.

Um equipamento de RM é composto, na maioria das vezes, por um


magneto supercondutor, refrigerado com hélio líquido, que cria um campo
magnético bem alto, proporcionando as condições ideais para a geração de
imagem.

A única forma de desligar uma máquina desta é efetuando o que chama-se de


quench, que consiste em liberar em forma de gás o hélio líquido contido ali.
Caso contrário, o campo magnético está sempre ativo.
2. Mantenha a porta sempre trancada fora do expediente

Por conta do que explicamos anteriormente, recomenda-se manter o acesso


à sala de RM sempre limitado. Funcionários leigos a respeito do
funcionamento da máquina podem entrar com objetos não seguros na sala
de exame, pensando que ela está desligada, um erro que pode ser fatal.

Mantenha a porta trancada fora do expediente para a segurança de todos.


3. O gadolínio é seguro, mas tenha cautela

É comum a realização de exames de ressonância magnética com contraste à


base de gadolínio, porém é preciso estar muito atento.

Não recomenda-se administrá-lo em pacientes com insuficiência renal ou


hepática. Estudos apontam o surgimento de Fibrose Nefrogênica Sistêmica
(FNS) em pacientes com insuficiência renal crônica que foram expostos à
substância.

O exame com uso de gadolínio deve ter prescrição médica, consentimento


assinado e acompanhamento de radiologista.
4. A RM pode provocar queimaduras

A radiofrequência (RF) emitida no exame é usada para fornecer energia aos


prótons de hidrogênio do corpo do paciente, sendo parte do processo de
formação do sinal que resultará nas imagens.

Os equipamentos possuem recursos para controlar a potência da RF, levando


em conta os limites estabelecidos para a taxa de absorção específica (SAR).
Diversos fatores podem influenciar na ocorrência de queimaduras, portanto o
operador deve estar atento e cumprir com todas as normas de segurança,
principalmente com a investigação do paciente a respeito de elementos não

seguros para a realização da RM.


Referências Bibliográficas

Mazzola A A.: Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e


aplicações em imagem funcional. Revista Brasileira de Física Médica.
2009;3(1):117-29.

Mazzola A A, Karine I. Stieven K I , Neto G , Cardoso G M, : Segurança em Imagem


por Ressonância Magnética. Revista Brasileira de Física Médica. 2019;13(1):76-91.

Elias Junior J, Santos A C, Koenigkam-Santos M, Nogueira-Barbosa M H , Muglia V F.:


Complicações do uso intravenoso de agentes de contraste à base de gadolínio para
ressonância magnética. Radiol Bras. 2008 Jul/Ago;41(4):263–267.

Brant W E., Helms C A.; Fundamentos de Radiologia: Diagnóstico por Imagem . 4. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

Prando A, Moreira F., Fundamentos de radiologia e diagnóstico por imagem. 2. ed. - Rio
de Janeiro : Elsevier, 2014.

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