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 Dêixis – vem do grego.

 Significa o ato de mostrar, apontar.


 Os elementos dêiticos permitem
identificar:
 - pessoas;
 - coisas;
 - momentos;
 - lugares.
 Os elementos dêiticos identificam os objetos a
que se referem a partir do contexto.
 São associados, de modo geral:
 - aos pronomes demonstrativos (este, esse,
aquele, aquela, isto, isso, aquilo);
 - aos pronomes pessoais (eu, tu, ele, nós, vós
eles, você, vocês);
 - aos tempos verbais (pretérito, presente,
futuro);
 - aos advérbios de tempo e lugar (ontem, hoje,
aqui, ali, lá).
 A interpretação dos elementos dêiticos
depende de informações contextuais,
embora exista um caráter sistemático.

 Este gato é muito bonito.

 Eu adoro chocolate.
 Aqui é o país da impunidade.

 Aquele ali, eu levo.

 Esta nota foi aquém da minha


expectativa.

 Alice não mora mais aqui.


 Nos casos citados, a referência varia de
acordo com o contexto de fala, mas o
sentido permanece o mesmo.
 Sentido dos dêiticos é um roteiro para
encontrar referentes.
 Palavra “eu” aponta para o falante –
palavra “este” aponta para objeto
próximo do falante etc.
 Anáfora – também identifica objetos,
pessoas, momentos, lugares e ações.
 Mas a anáfora os identifica a partir de
menção anterior no discurso ou na
sentença.

 Tem uma mulher aí fora. Ela quer vender


livros.
 Avise a Teresa que saí, se ela ligar.

 O técnico insistiu que ele não achava


nada errado no computador.

 As notas de Semântica não foram boas.


Elas foram excelentes.
 Nas frases de exemplo, há relações
nítidas entre referentes e antecedentes.

 Uma expressão é interpretada


anaforicamente quando sua
interpretação é derivada da expressão
antecedente.
 Algumas expressões podem ser usadas
como dêiticas ou anafóricas:

 Ela já saiu. (dêixis)


 A Maria estava na sala, mas ela já saiu.
(anáfora)
 Outras expressões só admitem
interpretação anafórica.

 Maria está orgulhosa de si mesma.


 *Si mesma já saiu.
 As letras i, j e k são utilizadas, em geral,
na literatura linguística, para indicar o
antecedente e o referente. Elas são
colocadas logo abaixo das palavras em
situação de correferencialidade.

 Tem uma mulheri aí fora. Elai quer vender


livros.
 Avise a Teresaj que saí, se elaj ligar.

 O técnicok insistiu que elek não achava


nada de errado no computador.
 Há expressões que demandam análises
mais complexas.

 [Toda mulher]i pensa que elai dará uma


educação melhor ao [seu]i filho do que
[sua]i mãe deu.
 “Toda mulher” quer dizer “cada mulher
pertencente ao conjunto das mulheres”.
 [Nenhum homem]i deveria [se]i culpar
pelos erros de [seus]i filhos.

 “Nenhum homem” quer dizer “não é


verdade para cada homem
pertencente ao conjunto dos homens”.
 Outros tipos de correferência:

 [Quais candidatos]k votarão [neles


mesmos]k?
 A Ginai falou para a Mariaj que[i+j] elas
saíssem.
 O Carlos pescou [alguns peixes]i e o
Marcos osi cozinhou.
 Se o Joséi vir a Mariaj, elei a desculparáj.
 Todo falante tem conhecimento
linguístico suficiente para julgar
possibilidades de correferência.

 Referência disjuntivas: não é possível


interpretar o referente como
anaforicamente relacionado ao
antecedente.
 *Si mesmai é orgulhosa da Mariai.

 *A Teresai ai encontrou saindo do


cinema.

 *Elei insistiu que [o técnico]i não achou


nada.
 Chomsky propõe a existência de
princípios sintáticos que restringem a
possibilidade de correferências.

 Assim, a agramaticalidade das


sentenças anteriores poderia ser
explicada por princípios válidos para
qualquer língua.

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