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CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: TEORP II – HUMANISTAS-EXISTENCIAIS

TRABALHO DE SÍNTESE CONCEITUAL:


A NOÇÃO-CHAVE – PSICOTERAPIA E RELAÇÕES HUMANAS

2021
TRABALHO DE SÍNTESE CONCEITUAL:
A NOÇÃO-CHAVE – PSICOTERAPIA E RELAÇÕES HUMANAS

Este trabalho se refere à síntese conceitual sobre


os temas centrais do capítulo “A Noção-Chave” do
livro “Psicoterapia e Relações Humanas”, da
disciplina de TEORP II – Humanistas-Existenciais,

2021

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SUMÁRIO

TENDÊNCIA À ATUALIZAÇÃO 4
A NOÇÃO DE EU (SELF) 4
NOÇÃO DE LIBERDADE EXPERIENCIAL 5
A QUESTÃO DOS LIMITES 6
REFERÊNCIA 6

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TENDÊNCIA À ATUALIZAÇÃO
A tendência à atualização pode ser entendida como uma capacidade do
indivíduo em exercer a totalidade das suas funções psicológicas e físicas, levando
em consideração o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que trazem
enriquecimento pessoal, mas também, considerando os limites e consequências do
meio o qual ele está inserido.
Esta tendência é dinâmica e busca aquilo que para o indivíduo é valoroso,
não necessariamente qualquer aspecto que seja valoroso socialmente, se trata de
uma apercepção pessoal do indivíduo daquilo que é valoroso para ele. Quando se
fala em atualização, o uso do termo “organismo” também precisa ser
problematizado. O texto apresenta uma discussão em favor de uma substituição do
termo por um outro que englobasse o conjunto das funções construtivas do homem.
   Em conclusão, a tendência à atualização engloba uma condição favorável ao
desenvolvimento de capacidades do indivíduo. A tendência à atualização e a noção
do “eu” permeiam uma noção fenomenológica daquilo que para o indivíduo é
significativo. O mais importante, levando em consideração estas discussões, seria a
maneira como o indivíduo processa subjetivamente a complexidade dessas
percepções, antes de tudo uma interpretação/releitura da realidade e não uma mera
cópia dos eventos da natureza, a tendência à atualização perpassa por significação
e interpretação de quais aspectos particulares à cada indivíduo são significativos.

A NOÇÃO DE EU (SELF)
A noção do eu representa um aspecto fundamental dentro da proposição de
personalidade de Rogers. Dessa forma, a noção do eu abrange todo o complexo
perceptual do eu sobre si mesmo, as percepções do indivíduo relativas a ele
mesmo. É possível elencar dentro desse escopo de percepções as
características pessoais, atributos, nossas qualidade e defeitos, capacidades e
limitações, além da nossa relação com nossos valores, refletindo em nossa
identidade. Considerando amplamente todos esses enfoques do eu, é possível
identificar toda a estrutura perceptual do indivíduo em um momento de sua
existência.
A relação que ocorre entre a tendência à atualização e a noção do eu indicam
uma dinamicidade que existe entre a conjugação das possibilidades e o fator
regulador do comportamento do indivíduo, sendo a tendência à atualização o agente

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impulsionador e enriquecedor e a noção do eu consistindo na direção dada à essa
energia, com o sucesso dessa transação dependendo da forma a qual o indivíduo
percebe o mundo através desse eu. Em conclusão, quando existe esse intermédio
relacional, o eu pode ser percebido e modificado, logo, esse eu atua direcionando a
forma como a tendência atualizante opera, oportunizando sua atuação plena ou
limitando-a
Situações em que nos percebemos insuficientes são frequentes em nosso
dia-a-dia, podemos atuar de maneira enriquecedora e dinâmica, mas em poucos
momentos conseguimos nos sentir assim, sentimos uma barreira ao nosso potencial
de ser, interferindo em nossas capacidades plenas de ser e agir no mundo.

NOÇÃO DE LIBERDADE EXPERIENCIAL


As considerações a respeito da liberdade são percebidas, em geral na
sociedade, sob uma visão irrealista de natureza humana, o que gera interpretações
superficiais e desconectadas com as teorias e propostas que defendem essas
concepções.
A liberdade que é proposta na psicoterapia rogeriana se trata de um
entendimento diferente sobre esse prisma. A liberdade para essa consideração,
coexiste atrelada a um movimento experiencial subjetivo do indivíduo, em que o
indivíduo consegue se reconhecer a parte das conformidades de seu meio e se
permite proporcionar um movimento interno de liberdade para suas ações,
experiências, pensamentos, sentimentos e desejos. O indivíduo passa a ser,
psicologicamente livre dos estigmas e representações aprisionadoras de ser.
No entanto, caso seja negado a este indivíduo o sentir, ameaçando-o a
perder seus afetos ou suas condições de atualização, uma angústia será gerada e o
resultado dela leva o indivíduo a reprimir-se, a não demonstrar seus afetos pois ele
estará implicado em adotar este modo de vida, perdendo o controle sobre seu
comportamento e gerando adoecimento e um sentimento de angústia generalizada.
Trazendo essas reflexões para nosso cotidiano, devemos promover situações em
que o autocuidado esteja sempre permeando nossas relações para que possamos
aprender a gerenciar essas ameaças que são normais e que fazem parte da
existência humana, priorizando nossa saúde mental através de um exercício pessoal
de pensar nossa liberdade experiencial.

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A QUESTÃO DOS LIMITES
Nossa sociedade, de porte de regras rígidas que foram criadas para cercear a
liberdade das pessoas, oprime a expressão dessa liberdade pessoal do indivíduo o
colocando sob intenso conflito e tensão através da construção e imposição de limites
ao modo de ser. É muito fácil vermos em algumas situações sociais, momentos em
que nos é dito que não podemos nos expressar de uma maneira específica pois ela
será ou já é socialmente reprovada. Trazendo para o dia-a-dia, essa supressão
causa sofrimento e eleva o grau de tensão do indivíduo de forma que a expressão
de uma agressividade toma forma em mesma quantidade com que o ato limitador
impõe sanções sobre o ser e suas possibilidades, pavimentando esse caminho de
mão dupla entre a liberdade, os limites e as amarras sociais impostas.
No entanto, é apresentada uma alternativa estruturada de como lidar com a
questão dos limites que pode diminuir a expressão do afeto contido pela imposição
punitiva do limite. Se trata de empregar meios indiretos para demonstrar que o
indivíduo pode sim expor seus sentimentos, inclusive aqueles reprovados
socialmente, mas de deixar claro, de maneira estruturada, consequências ou formas
alternativas de lidar com o conflito.
Alternativas baseadas nessa forma de enfrentamento do conflito podem
diminuir a carga punitiva de determinados eventos sociais e implicar o ser a lidar de
outra maneira com uma noção de liberdade acessível ao caminho da experiência em
um mundo que é compartilhado por todos, proporcionando o aprendizado de
comportamentos mais adaptativos e modos de ser mais saudáveis tanto consigo
quanto com o outro.

REFERÊNCIA

ROGERS, C. R.; KINGET, G. M. Psicoterapia e relações humanas: Teoria e


prática da terapia não diretiva (Vols. 1-2),(ML Bizzotto. Trad.). Belo Horizonte:
Interlivros.(Original publicado em francês, 1965), 1975.

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