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AVALIAÇÃO PANCREÁTICA
1. Função endócrina do pâncreas............................. 3
2. Função exócrina do pâncreas................................ 4
AVALIAÇÃO HEPÁTICA
1. Quais as funções hepáticas? ...............................13
2. Avaliação de lesão hepática.................................15
3. Avaliação da excreção hepática .........................18
4. Avaliação da síntese hepática.............................23
5. Avaliação da metabolização hepática..............24
6. Intervalos de referência..........................................25
Referências bibliográficas .........................................27
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 3
SAIBA MAIS!
Quando o pâncreas é lesado gravemente ou quando ocorre bloqueio do ducto, por cálculo por
exemplo, grande quantidade de secreção pancreática se acumula nas áreas comprometidas
do pâncreas. Nessas condições, o efeito do inibidor de tripsina é insuficiente, e as secreções
pancreáticas ficam ativas e podem digerir todo o pâncreas, em questão de poucas horas, le-
vando à condição denominada pancreatite aguda.
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 5
SAIBA MAIS!
A suspeita de pancreatite aguda deve ser feita em todo paciente com início agudo de
dor abdominal persistente e intensa, na região epigástrica ou andar superior do abdo-
me, podendo irradiar-se para o dorso e com sensibilidade à palpação no exame físico. Em
90% dos casos a dor vem associada a náuseas e vômito que pode estar relacionada à inten-
sidade da dor ou a irritação da parede posterior do estomago. Em pacientes com essas carac-
terística e elevação da lipase ou amilase sérica até três vezes ou mais que o limite superior do
normal, nenhuma imagem é necessária para estabelecer o diagnóstico de pancreatite aguda.
Em pacientes com níveis séricos de amilase ou lipase inferiores a três vezes o limite superior
do normal, obtemos imagens abdominais com tomografia computadorizada abdominal (TC)
com contraste para estabelecer o diagnóstico de pancreatite aguda e excluir outras causas
de dor abdominal aguda.
Figura 2. O gráfico mostra que a amilase e a lipase se elevam juntas e atingem o pico rapidamente, porém diferente
da amilase, a lipase permanece na circulação por vários dias. Fonte: SanarFlix.
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 10
Amilase tende a
Parotidite
ELEVAÇÃO normalizar com
Doença salivar DAS ENZIMAS Apresentação poucos dias
PANCREÁTICA atrasada da
Outras doenças
pancreatite aguda
salivares Lipase continua
aumentada por dias
Gamopatia
monoclonal Lipase (isolada
Amilase (isolada) Amilase normal
ou predominante) Pancreatite devido ataques ante-
alcoólica aguda riores e incapacidade
Doença celíaca Menos específica, pancreática
presente em Mais específica
outros tecido Diminuição
progressiva da
HIV atividade das enzimas
Permanece no Permanece no pancreáticas
Macroamilasemia sangue por sangue por
2 a 3 dias 7 a 10 dias
Linfoma Pancreatite crônica
Amilase reduz 91%
agudizada
Digestão de
Digestão de gorduras
carboidratos
Colite ulcerativa
SAIBA MAIS!
O pâncreas possui grande reserva funcional, por isso a má absorção de gordura e proteínas
não é aparente até que pelo menos 90% da função pancreática esteja perdida.
SAIBA MAIS!
Em pessoa com função hepática precária, a concentração da glicose sanguínea, após refeição
rica em carboidratos, pode aumentar por duas a três vezes a mais do que em pessoa com a
função hepática normal.
SAIBA MAIS!
A amônia (NH3) é nociva, principalmente para o sistema nervoso central. Apesar de os me-
diadores químicos para a encefalopatia hepática ainda não terem sido totalmente elucidados,
é certo que níveis elevados de NH3 se correlacionam com o grau de comprometimento neu-
rológico, assim como a redução destes melhora o quadro clínico.
Figura 3. Principais causas de alteração persistente das aminotransferases séricas. Fonte: https://bit.ly/2WscvZK
SAIBA MAIS!
Uma rápida diminuição nos níveis plasmáticos de AST e ALT, juntamente com um aumento
na concentração plasmática de bilirrubina e prolongamento do tempo de protrombina, é in-
dicativo de um prognóstico ruim em pacientes com doenças aguda do fígado. Embora uma
rápida diminuição das aminotransferases séricas seja geralmente um sinal de recuperação da
doença, também pode refletir a destruição maciça de hepatócitos viáveis em pacientes com
insuficiência hepática aguda, sinalizando um mau prognóstico.
teste é limitada pela baixa especifi- (razão ALT / LDH maior ou igual a 1,5)
cidade. Níveis elevados de gama-GT com sensibilidade e especificidade de
são encontrados em uma variedade 94 e 84 por cento, respectivamente.
de condições patológicas, tais como, Um nível sérico elevado de LDH é um
doença pancreática, infarto agudo do marcador prognóstico adverso em
miocárdio, doença pulmonar obstru- pacientes com melanoma metastáti-
tiva crônica, diabetes e alcoolismo. co e pode ser a primeira indicação de
Outras causas bastante frequentes metástases hepáticas.
de aumento da Gama GT é o ganho
ponderal, na presença ou ausência de
doença hepática gordurosa não alco- 3. AVALIAÇÃO DA
ólica e o uso de alguns medicamen- EXCREÇÃO HEPÁTICA
tos como fenitoína e barbitúricos. Bilirrubinas
A gama GT pode ser usada para con- O hepatócito desempenha um papel
firmar se a elevação da fosfatase al- importante no metabolismo da bilir-
calina é de origem hepática (e não ós- rubina, sendo dividido em 3 fases:
sea, por exemplo) e para apoiar uma
suspeita de abuso de álcool em um • Captação
paciente com AST elevada e uma ra- • Conjugação
zão AST/ALT maior que 2.
• Excreção
LDH
A etapa limitante do processo é a fase
O lactato desidrogenase (LDH) é uma 3 (excreção), pois para sua realização
enzima citoplasmática presente nos é necessária a utilização de ATP, sen-
tecidos do corpo. Este teste não é do a fase mais suscetível e a primeira
tão sensível quanto as aminotrans- a sofrer quando ocorre dando nas cé-
ferases séricas na doença hepática e lulas hepáticas.
apresenta baixa especificidade diag-
nóstica. No passado, era usado como
marcador de infarto do miocárdio Captação
(embora não seja mais utilizado para No processo de captação, a bilirru-
esse fim) e é um marcador de hemó- bina ligada a albumina, chamada de
lise. Em pacientes com lesão hepato- indireta ou não conjugada é captada
celular aguda, um nível sérico acentu- pelos hepatócitos, sendo então dis-
adamente elevado de LDH distingue sociada da albumina e se ligando a
hepatite isquêmica (razão ALT / LDH
menor que 1,5) da hepatite viral
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 19
SAIBA MAIS!
A bilirrubina indireta, em virtude de estar fortemente ligada à albumina (e também por ser
insolúvel em água), não é filtrada pelo glomérulo normal. Já a bilirrubina direta, nas condições
em que circula no sangue, é filtrada no glomérulo e acaba aparecendo na urina. Nos casos de
colestase, condição em que o fluxo da bile está obstruído, temos uma maior reabsorção da bi-
lirrubina para corrente sanguínea, e menor para o duodeno. Isso vai levar a hiperbilirrubinemia
direta no sangue acarretando bilirrubinúria e levando a uma urina “cor de Coca-Cola” (colúria).
Como a bile não está sendo excretada no duodeno não teremos a produção do urobinogênio,
levando a perda da coloração das vezes (hipocolia ou acolia fecal).
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 20
Fezes Urina
Hemácias
Estercobilina Urobilina
Oxidação Sistema
Reticuloendotelial
Estercobilinogênio Oxidação
1. Captação
3. Excreção UDP
glicuronitransferase
Figura 4. Resumo do metabolismo da bilirrubina, mos-
trando as fases de captação, conjugação e excreção 2. Conjugação
que acontecem no fígado. Fonte: http://www.rmmg.org/
artigo/detalhes/104
Hemólise
Síndrome de
Dubin-Johnson
Eritroiepese ineficaz Hematoma
Icterícia Colestática
Medicamentos
da Gravidez
Superprodução
Colestase Intra-Hepática
Jejum prolongado
Recorrente (Benigna)
Diminuição
Infecção Alteração da excreção Infecção
da captação
Colestase Induzida
Diminuição da Doença hepatocelular
por Medicamentos Obstrução biliar
Conjugação
Síndrome de Gilbert
Tumor (deficiência parcial da UDP-GT)
Crigler-Najjar tipo II
Corpo estranho (deficiência grave da UDP-GT)
Crigler-Najjar tipo I
(ausência da UDP-GT)
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 23
SAIBA MAIS!
Por convenção, geralmente é aceito que níveis acima de 2,5 a 3 mg/dL são necessários para
que possa ser observada icterícia nas escleróticas.
SAIBA MAIS!
Nos casos de deficiência de vitamina K, o TP normalmente volta ao normal dentro de 24 ho-
ras após uma única injeção parenteral de vitamina K. No cenário de doença hepática paren-
quimatosa, a suplementação de vitamina K é geralmente ineficaz.
SAIBA MAIS!
As anormalidades nos testes hepáticos podem ser agrupadas em 2 principais padrões:
Padrão hepatocelular:
• Elevação desproporcional das aminotransferases séricas em comparação com a fosfatase
alcalina;
• A bilirrubina sérica pode estar elevada;
• Testes da função sintética podem ser anormais.
Padrão colestático (obstrução biliar):
• Elevação desproporcional da fosfatase alcalina em comparação com as
• aminotransferases séricas;
• A bilirrubina sérica pode estar elevada;
• Testes da função sintética podem ser anormais.
6. INTERVALOS DE • Gama-GT:
REFERÊNCIA ◊ Homens: 8 a 61 unidade inter-
Os intervalos de referência dos tes- nacional / L
tes hepáticos variam de laborató- ◊ Mulher: 5 a 36 unidades inter-
rio para laboratório. Como exemplo, nacionais / L
os intervalos de referência normais
de um hospital para adultos são os
seguintes: • LDH:
LDH - baixa
especificidade O aumento leva a icterícia
AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA 27
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Abordagem ao paciente com amilase ou lipase sérica elevada. Uptodate, 2018
Abordagem ao paciente com testes bioquímicos e funcionais anormais do fígado. Uptodate,
2020
Classificação e causas de icterícia ou hiperbilirrubinemia assintomática. Uptodate, 2018
Clínica médica USP. Volume 4, 2013
Guyton and Hall. Tratado de fisiologia médica. Rio de janeiro, 2011.
Insuficiência pancreática exócrina. Uptodate, 2018
Manifestações clínicas e diagnóstico de pancreatite aguda. Uptodate, 2019
Insuficiência pancreática exócrina. Dísponível em: saude.gov.br/images/pdf/2016/feverei-
ro/11/Insuficiencia-Pancre--tica-Ex--crina---PCDT-Formatado--.pdf
Testes bioquímicos hepáticos que detectam lesões nos hepatócitos. Uptodate, 2019
Testes da capacidade biossintética do fígado (por exemplo, albumina, fatores de coagulação,
tempo de protrombina). Uptodate, 2020.
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