Você está na página 1de 87

ANEMIAS HEMOLÍTICAS

José Mauro Kutner


Hospital Israelita Albert Einstein
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Grupo de doenças nas quais a


sobrevida do glóbulo vermelho é
reduzida, episódica ou
continuamente.
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Anemia hemolítica

Anemia devida à redução da sobrevida


das hemácias circulantes

Sobrevida das hemácias é de 120 dias


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Causas de hemólise

Senescência

Destruição independente da idade


(random hemolysis)

indivíduos normais têm hemólise “não-senescente”


de 0,05% a 0,5% / dia

( se hemólise patológica )
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Destruição independente da idade


(random hemolysis)

indivíduos normais têm hemólise “não-senescente”


de 0,05% a 0,5% / dia

( se hemólise patológica )

se hemólise intensa, poucas hemácias sobrevivem


p/ morrer por senescência

p. ex. , se hemólise não-senescente = 0,5%/dia

chance de hemácia sobreviver 100 dias = 61%


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Destruição independente da idade


(random hemolysis)

indivíduos normais têm hemólise “não-senescente”


de 0,05% a 0,5% / dia

( se hemólise )

se hemólise intensa, poucas hemácias sobrevivem


p/ morrer por senescência

p. ex. , se hemólise ñ-senescente = 0,5%/dia


chance de hemácia sobreviver 100 dias = 61%
se hemólise não-senescente = 5%/dia
chance de hemácia sobreviver 100 dias = 1%
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

(left: without hemolysis) red blood cell suspension (0.5% sheep RBCs in saline), seems red and opaque

(middle: without hemolysis) RBCs sedimented spontaneously for 60 min. Note that the supernatant is not colored

(right: hemolysis) RBC suspension treated with the hemolysin of S. pyogenes at 37C for 30 min, become
transparent by hemolysis.
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

hemólise

eritropoetina

reticulócitos
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Resposta com reticulocitose

Pctes com anemia hemolítica têm reticulocitose


(relativa e absoluta)

(caso haja estoques adequados de ferro e outros elementos)

Reticulócitos normais = 0,5 a 1,5%


(16.000 a 66.000 / mm3)

Em anemia hemolítica autoimune,


reticulocitose mediana = 9%

Pctes com maior capacidade de produção


eritrocitária podem não evoluir com anemia
por compensar o ritmo de destruição
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CAUSAS DE HEMÓLISE

CLASSIFICAÇÕES

Causas Extrínsecas X Causas Intrínsecas

Congênitas X Adquiridas

Extravascular X Intravascular
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CAUSAS DE HEMÓLISE

CLASSIFICAÇÃO
Congênitas Adquiridas

•Membrana •Imunológicas

esferocitose AHAI
eliptocitose
•Síndromes de fragmentação

PTT
•Defeitos Metabólicos válvulas cardíacas

deficiência G6PD •Hemoglobinúria Paroxística Noturna


deficiência Piruvatoquinase
• Outras
•Defeitos da Hemoglobina
infecções
talassemias drogas
outras hemoglobinopatias agentes químicos
toxinas
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

DIAGNÓSTICO

• história clínica
* fundamentais
• exame físico
* não necessariamente específicos
• exames laboratoriais
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

DIAGNÓSTICO

• história clínica
* fundamentais
• exame físico
* não necessariamente específicos
• exames laboratoriais

• palidez / anemia
• icterícia (bilirrubina indireta)
• cálculos em vesícula biliar
• esplenomegalia
• hemácias esferocíticas na circulação
• aumento da DHL
• haptoglobina reduzida
• teste de Coombs Direto positivo
• aumento dos reticulócitos (resposta medular)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

AVALIAÇÃO DO SANGUE PERIFÉRICO

ESFERÓCITOS
(esferocitose, hemólise imune)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

AVALIAÇÃO DO SANGUE PERIFÉRICO

ELIPTÓCITOS
(eliptocitose)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

AVALIAÇÃO DO SANGUE PERIFÉRICO

MALÁRIA ESQUIZÓCITOS
(anemia hemolítica microangiopática)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
LABORATÓRIO

DHL HAPTOGLOBINA
(DHL 1 / DHL 2)

haptoglobina
+ especificidade = 90%
DHL (p/ confirmar hemólise)

haptoglobina normal
especificidade = 92%
+
normal (p/ descartar hemólise !!)
DHL

Marchand et al., 1980


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

LABORATÓRIO

• bilirrubina indireta = catabolismo do heme

• teste Coombs direto + = anticorpos anti-eritrocitários

• reticulócitos = normal = 0,5 – 1,5%


anemia hemolítica mediana = 9%
(Liesveld,1987)

• hemoglobina livre no plasma

• hemoglobina livre na urina

• hemosiderina na urina = > 7 dias após início da hemólise


(hemosiderinúria)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

APRESENTAÇÕES ATÍPICAS

Hemólise sem anemia

 se hemólise < 5 a 8 X o normal = dentro da capacidade compensatória da M.O.

 ocorre em 20 – 30 % das esferocitoses hereditárias

Hemólise sem reticulocitose

 lapso temporário de resposta da M.O. ao "stress" hemolítico

 supressão direta da M.O. crise aplástica parvovírus B19


quimioterapia

 supressão indireta da M.O. ferropenia


defic. eritropoetina (insufic. renal)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

APRESENTAÇÕES ATÍPICAS

Hemólise sem anemia

 se hemólise < 5 a 8 X o normal = dentro da capacidade compensatória da M.O.

 ocorre em 20 – 30 % das esferocitoses hereditárias

Hemólise sem reticulocitose

 lapso temporário de resposta da M.O. ao "stress" hemolítico

 supressão direta da M.O. crise aplástica parvovírus B19


quimioterapia

 supressão indireta da M.O. ferropenia


defic. eritropoetina (insufic. renal)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CASO CLÍNICO

 mulher , 36 anos , anemia moderada

recebe ferro VO intermitentemente

assintomática, esporadicamente fadiga leve

icterícia intermitente , colecistectomia por cálculo biliar aos 22 anos de idade

não utiliza medicamentos, tia e prima com icterícia e anemia

esplenomegalia

Ht entre 29% - 33%, reticulócitos corrigidos 7%


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CASO CLÍNICO

 mulher , 36 anos , anemia moderada

recebe ferro VO intermitentemente

assintomática, esporadicamente fadiga leve

icterícia intermitente , colecistectomia por cálculo biliar aos 22 anos de idade

não utiliza medicamentos, tia e prima com icterícia e anemia

esplenomegalia

Ht entre 29% - 33%, reticulócitos corrigidos 7%

ANEMIA CRÔNICA / FAMILIAR / HEMOLÍTICA


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CASO CLÍNICO

 mulher , 36 anos , anemia moderada

recebe ferro VO intermitentemente

assintomática, esporadicamente fadiga leve

icterícia intermitente , colecistectomia por cálculo biliar aos 22 anos de idade

não utiliza medicamentos, tia e prima com icterícia e anemia

esplenomegalia

Ht entre 29% - 33%, reticulócitos corrigidos 7%

sangue periférico com numerosos esferócitos


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

ANEMIAS POR DEFEITOS HEREDITÁRIOS DE MEMBRANA

esferocitose , eliptocitose , piropoiquilocitose ,


estomatocitose , ovalocitose

grupo heterogêneo de doenças

anormalidades de forma e flexibilidade das hemácias


devido a deficiências e/ou disfunção de uma ou mais proteínas
de membrana levando a menor sobrevida das hemácias

causadas por múltiplas anormalidades genéticas (deleções / mutações )


* membrana = membrana dupla de fosfolípides /
Membrana colesterol intercalada por proteínas

Eritrocitária * espectrina representa 75% da massa do citoesqueleto


(Modificado de Lux e Palek,
Palek, 1995)
* sua constituição é responsável pela forma/flexibilidade/
sobrevida

Glicoforina A Glicoforina C
Glicoforina A

Banda 3 3
p53
Tropomiosina
4.2
α Espectrina 4.9
Aducina
Anquirina

4.1
β Espectrina
Actina

Tropomodulina
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

ESFEROCITOSE

• anemia hemolítica mais comum no norte da Europa (1/2000)

• penetrância variável

• anormalidades na estrutura da membrana (espectrina, anquirina,


banda 3, proteína 4.2) leva a perda de membrana e forma esferocítica

• alteração da forma e diminuição da flexibilidade diminui sobrevida

• deve ser suspeitada quando hemólise e Coombs Direto negativo

• teste de fragilidade osmótica + (> sensibilidade se realizado a 370 C)

• história familiar sugestiva

• quadro clínico varia desde ausência de sintomas até hemólise severa


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Curva de Fragilidade Osmótica (imediata)


com salina hipotônica

110
100
90
80
% de hemólise

70
60
50
40
30
20
10
0
0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85
NaCl (g/dl)

normal imediata normal imediata paciente

- incubação 24 hs a 37o C aumenta sensibilidade


- 30% dos pacientes c/ esferocitose têm curva normal
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

ESFEROCITOSE

• investigação laboratorial usualmente simples

• análise cuidadosa do esfregaço de sangue periférico / história familiar

• esplenectomia é útil em casos severos / moderados

• esplenectomia deve ser ponderada X riscos de sepsis pós-operatória


(vacinação + profilaxia)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

ELIPTOCITOSE

• devido a defeito de interação de proteínas do citoesqueleto (espectrina /


proteína 4.1);

• presente no Mediterrâneo e África

• maioria dos pacientes assintomáticos e não necessitam terapia


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 homem, 23 anos, afro descendente

Tx renal recente de cadáver

Ins. Renal devida a episódio de Sindrome Hemolitico-Urêmica há 2 anos

sem novos eventos de SHU ou PTT

Pós-Tx sem complicações

Anemia recente

utiliza prednisona / ciclosporina / trimetropin-sulfametoxazol / aciclovir

queixa de fadiga e dispnéia

notou olhos amarelados

nega febre ou sinais de infecção

FC 112 bpm / PA 89 x 45 / icterícia

Ht 20% reticulócitos (corrigidos) 10%

DHL 1543 U/L creatinina 1,8 mg/dL (similar à alta pós–TX)


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CASO CLÍNICO

 sangue periférico mostra corpúsculos de Heinz (hemoglobina desnaturada)


ANEMIAS HEMOLÍTICAS

Lâmina positiva para CORPÚSCULOS DE HEINZ , presentes em diversas hemácias.


Visíveis em coloração supravital.
Inclusões intracitoplasmáticas, usualmente aderidas à face interna da membrana da hemácia.
Formados por HEMOGLOBINA PRECIPITADA NORMAL OU INSTÁVEL.
Encontrados em hemólise devida a hemoglobinas instáveis, drogas oxidantes (primaquina, dapsona),
anemia hemolítica associada a dx hepática severa
e deficiência de G6PD e outras enzimopatias.
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

CASO CLÍNICO

 deve-se suspeitar de deficiência de G6PD

afro-descendentes com variante G6PD A- são assintomáticos


até entrar em contato com agente causador (droga/infecção) que leva ao
stress oxidativo

Sulfa/trimetr. pode ser agente desencadeante


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
Shunt Hexose
Glicose
Monofosfato
DESORDENS METABÓLICAS
- 2 vias principais de catabolismo da glicose:

via glicolítica
shunt hexose-monofosfato

- 3 funções principais dos produtos deste catabolismo:

amanutenção da integridade das proteínas /


deformabilidade celular / forma da célula Via
Glicolítica
Direta
b
preservação do ferro da hemoglobina na forma (Embden-
ferrosa Meyerhof)

c
modulação da afinidade da hemoglobina
pelo oxigênio

- geração de ATP = bombas de cátions e cálcio


- manutenção da conc. 2,3-DPG
- proteção contra oxidação Lactato
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

DEFICIÊNCIA DE G6PD

- anormalidade mais frequente do metabolismo eritrocitário

- afeta ~ 200 milhões de pessoas no mundo

- há vantagem em sobrevida de seus portadores


quando infectados pelo P.falciparum

- ligado ao cromossomo X e grande polimorfismo

- mulheres podem ter 2 populações (normal e anormal)

- mais de 300 variantes genéticas

- facilita oxidação = formam-se agregados intracelulares


de hemoglobina desnaturada (corpúsculos de Heinz)

- c. Heinz aderem à membrana interna = deformabilidade celular = hemólise

- severidade depende do nível da enzima

- hemólise precipitada por infecções / exposição a drogas / cetoacidose diabética /


insufic. hepática
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

DEFICIÊNCIA DE G6PD

- deve ser considerada sempre que houver hemólise com Coombs Direto NEG

- Mulheres heterozigotas podem ter quadros mais leves (dupla população)

- Após hemólise aguda, níveis de G6PD podem ser normais (falso NEG)

(reticulócitos têm > nível de G6PD) – (variante G6PD A-)

verificar níveis quando houver hemácias de várias idades

- Variante G6PD B hemácias têm baixos níveis de enzima em todas as idades


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
Drugs and Chemicals That Should Be Avoided by Persons with G6PD Deficiency*
90
Acetanilid
91 ‡
Dimercaptosuccinic acid
92,93
Furazolidone (Furoxone)
94 ‡
Glibenclamide
95,96†
Henna
97–99
Isobutyl or amyl nitrite
100,101
Menthol
102
Metformin ‡
103
Methylene blue
104,105
Nalidixic acid (NegGram ) ‡
106,107
Naphthalene
108
Nimesulide
109,110
Niridazole (Ambilhar) ‡
111
Nitrofurantoin (Furadantin)
112
Phenazopyridine (Pyridium )
90
Phenylhydrazine
90
Primaquine
113,114
Propacetamol
90
Sulfacetamide
90
Sulfanilamide
90
Sulfapyridine
90
Thiazolesulfone
115
Toluidine blue ‡
116
Trinitrotoluene (TNT)
117
Urate oxidase
*Further details may be found in Beutler. 25

A leaf extract containing lawsone (2-hydroxy-1,4-naphthoquinone).

Single report; cause-and-effect relationship is not certain.

www.g6pd.org
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

DEFICIÊNCIA DE G6PD – pontos importantes

 defic. G6PD A- = níveis normais de enzima após hemólise

 defic. G6PD B = níveis baixos de enzima em qualquer população de hemácias

 variante A- presente em afro-americanos (11%)

 outras variantes no Mediterraneo e Asia

 poucas alterações de morfologia eritrocitária


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Homem, 68 anos, fraqueza, falta de ar, dor torácica

há 1 ano, perda de peso, sudorese noturna, mal estar geral

ao ex. fisico REG, descorado ++, icterícia ++, adenomegalias axilares/esplenomegalia

Ht 24% / DHL 2321 / Bil.Indir. 2,1 / reticulócitos 13%

Esfregaço Sg Perif. = hemácias aglutinadas

Coombs Direto POS p/ C3


NEG p/ IgG
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Homem, 68 anos, fraqueza, falta de ar, dor torácica

há 1 ano, perda de peso, sudorese noturna, mal estar geral

ao ex. fisico REG, descorado ++, icterícia ++, adenomegalias axilares/esplenomegalia

Ht 24% / DHL 2321 Bil.Indir. 2,1, reticulócitos 13%

Esfregaço Sg Perif. = hemácias aglutinadas

Coombs direto POS p/ C3


NEG p/ IgG

Tomografia = esplenomegalia + adenomegalias difusas


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Homem, 68 anos, fraqueza, falta de ar, dor torácica


há 1 ano, perda de peso, sudorese noturna, mal estar geral
ao ex. fisico REG, descorado ++, icterícia ++, adenomegalias axilares/esplenomegalia
Ht 24% / DHL 2321 Bil.Indir. 2,1, reticulócitos 13%
Esfregaço Sg Perif. = hemácias aglutinadas
Coombs direto POS p/ C3
NEG p/ IgG
Tomografia = esplenomegalia + adenomegalias difusas

pcte com ANEMIA HEMOLÍTICA POR ANTICORPO FRIO

provavelmente secundario a Linfoma

Coombs + somente para C3 (IgM)

Doenças linfoproliferativas são causa freqüente de AHAI

manter pcte em ambiente aquecido

tratamento da dx de base melhora AHAI


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES
classificação

 anticorpos quentes (aderem às hemácias idealmente a 37o C)

idiopáticas
secundárias doenças autoimunes
imunodeficiências
doenças linfoproliferativas
neoplasias não linfóides
infecções virais

 anticorpos frios (aderem às hemácias idealmente a temperaturas < 37o C)

idiopáticas
secundárias infecções
doenças linfoproliferativas
neoplasias não linfóides

hemoglobinúria paroxística ao frio ( anticorpos de Donath-Landsteiner )

sífilis
infecções virais

 anticorpos mistos (quentes e frios )

 anticorpos induzidos por drogas


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

• incidência após 50 anos de idade

• IgG = + comum
contra Ags a 37oC ( Ags do sistema RH + frequente)
eritrócitos são destruídos no baço (fagocitose parcial = esferócitos)
hemólise extravascular

• IgM = ativação de complemento


hemólise direta
associados a Mycoplasma / Epstein-Barr
anti-I
hemólise intravascular

• IgG + IgM = pode ocorrer


casos severos

• IgA = raros mas pode ocorrer


mecanismo = à IgG
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

Classificação e Características Sorológicas Típicas


das Anemias Hemolíticas Autoimunes

Anemia Hemolítica Síndrome da Hemoglobinuria


Autoimune Quente Aglutinina Fria Paroxística Fria

Teste Direto da
IgG, IgG e C3 C3 somente C3 somente
Antiglobulina

Classe da
IgG (às vezes IgA) IgM IgG
Imunoglobulina

Eluato IgG Não Reagente Não Reagente

IgG aglutinando
IgM, frequentemente
Soro hemácias na fase de Hemolisina IgG
com títulos >1000,
antiglobulina anti- bifásica (anticorpo de
reagentes a 30°C em
humana Donath-Landsteiner)
albumina
(panaglutinina)

Especificidade Rh I, i P
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• início rápido ou insidioso

• sinais e sintomas de anemia

fraqueza, tonturas
icterícia
dor abdominal
febre
esplenomegalia é comum
hepatomegalia e linfadenomegalia (depende da etiologia)

• 70% dos casos são AHAI quentes


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

LABORATÓRIO

• anemia leve a severa

• normocítica ou macrocítica

• reticulocitose

• reticulocitopenia se deficiência de folato


infecção
infiltração medular por neoplasia
se processo autoimune também contra precursores na M.O.

• bilirrubina indireta

• DHL

• esferócitos e precursores nucleados no sangue periférico


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

LABORATÓRIO

• Coombs Direto (teste direto da antiglobulina ) +

detecta IgG (IgG 1 e IgG 3) e C3

• Coombs Indireto (teste indireto da antiglobulina) - ou +


(pesquisa de anticorpos irregulares)

detecta autoanticorpos na circulação

podem haver aloanticorpos associados


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

LABORATÓRIO

microesferócitos hemácia nucleada

anemia hemolítica com anticorpos quentes


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

LABORATÓRIO

aglutinação de hemácias

anemia hemolítica com anticorpos frios


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES
AVALIAÇÃO IMUNOHEMATOLÓGICA

- 80% TÊM ANTICORPOS NAS HEMÁCIAS (ADERIDOS)


E CIRCULANTES (PLASMA)

- MAIORIA REAGE COM TODAS AS CÉLULAS DO PAINEL

- 20 – 40% COM HISTÓRIA DE GRAVIDEZ / TRANSFUSÃO = ALOANTICORPO

- ANTICORPO = SOMENTE AUTO OU AUTO + ALO ?????

- PROBLEMA : CERTEZA DE ALOANTICORPO E SUA IDENTIFICAÇÃO (Genotipagem!)

- APENAS COOMBS DIR + NÃO SIGNIFICA HEMÓLISE (1/10.000 TÊM COOMBS +)

- IMPORTANTE AVALIAÇÃO DO ELUATO (ANTICORPOS REMOVIDOS DA SUPERFÍCIE


DAS HEMÁCIAS)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

AVALIAÇÃO IMUNOHEMATOLÓGICA

AUTO-ANTICORPOS

• REAGEM COM TODAS AS HEMÁCIAS DO PAINEL,


SEM ESPECIFICIDADE DEFINIDA

• ADEREM A TODAS AS HEMÁCIAS CIRCULANTES

• FREQÜENTEMENTE TÊM ESPECIFICIDADE


RELATIVA A ANTÍGENOS DO SISTEMA Rh
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

TRATAMENTO

• objetivos = diminuir a produção de anticorpos


diminuir a eficiência da eliminação das hemácias

• corticóides (prednisona) = primeira linha de tratamento


reduzem a produção de anticorpos
interferem na capacidade macrofágica de remover hemácias
com IgG e/ou C3
prednisona = 1 mg/kg
manutenção
70% respondem a corticosteróides
pode ser necessária pulsoterapia (metilprednisolona 1g)

• drogas imunossupressoras
ciclofosfamida / azatioprina / micofenolato mofetil /
ciclosporina / danazol

• gamaglobulina endovenosa
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

TRATAMENTO

• anticorpo anti-CD20 (Rituximab)

• esplenectomia

• tratamento da doença de base

• TMO autólogo

• se anticorpos frios
manter ambiente aquecido
pouco responsivas a corticóides e esplenectomia
clorambucil/ciclofosfamida podem responder
anticorpo anti-CD20 = bons resultados
plasmaférese
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA AO FRIO

• rara (2% das AHAI)

• anticorpos de Donath-Landstainer (IgG + C3)


IgG bifásica = liga-se irreversivelmente a complemento no frio
a 37oC anticorpo dissocia-se e complemento leva a hemólise

• hemólise intravascular

• eluato negativo / Coombs + p/ C3

• secundário a sífilis
infecção viral

• tipicamente criança pós-infecção viral

• auto-limitada

• corticóides = discutível
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL

AHAI QUENTE

•Tipicamente os autoac reagem com todas as hemácias que são cruzadas


(provas cruzadas positivas)

• Escolher a unidade com prova cruzada menos incompatível


(funciona ??????)

• Se houver alguma especificidade (sist. RH) usar hemácias negativas


(questionável eficácia e pode ser preferível hemácia RH igual
para evitar novos aloac)

• Curta sobrevida das hemácias não é contra-indicação,


pode aliviar anemia temporariamente

- GENOTIPAGEM ERITROCITARIA pode ajudar !


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL

AHAI QUENTE

• comunicação clínico X bco sgue = fundamental

• análise imunohematológica demorada = notificar situação rapidamente

• informações laboratoriais / clínicas / imunohematológicas prévias


são fundamentais
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL

AHAI QUENTE

• Transfusão de risco = autoac podem mascarar aloac = risco rx hemolítica

• Sobrevida hemácias tx tbém reduzida pelos autoac


(mas não pior que as hemácias do paciente = alívio temporário de sintomas ?)

• Transfundir o menor volume possível apenas para alívio dos sintomas


(p. ex. MEIA UNIDADE de hemácias )

• Volume que mantenha transporte de O2

• Transfusão lenta

• Observação contínua durante transfusão (hemólise, sobrecarga circulatória, etc)


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AHAI QUENTE
• Atenção para outras reações potenciais não-relacionadas
(Tx ABO incompatível p. ex.)

• Utilizar hemácias DELEUCOTIZADAS !!

• Decisão de transfundir :

* situação clínica do pcte


* benefícios potenciais da transfusão
* resposta potencial a outras modalidades terapêuticas
* situação da avaliação imunohematológica e testes pré-transfusionais

• Pode ser necessária tx de urgência = hemólise aguda fulminante /


anemia grave progressiva

• Se comprometimento de funções cardíacas / cerebrais, justifica-se a tx de urgência,


até mesmo sem provas de compatibilidade
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AVALIANDO A NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO
NA AHAI

• VELOCIDADE DE INÍCIO E DE PROGRESSÃO


• avaliar velocidade de hemólise
• determinação seriada da hemoglobina
• se hemoglobinemia/hemoglobinuria pode ser + severo
• habitualmente evolução lenta mas progressiva (dias)

• ANEMIA GRAVE MAS ESTÁVEL

• ANEMIA GRAVE PROGRESSIVA

• ANEMIA ESTÁVEL CRÔNICA

• ANEMIA HEMOLÍTICA FULMINANTE


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AVALIANDO A NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO
NA AHAI

• VELOCIDADE DE INÍCIO E DE PROGRESSÃO

• ANEMIA GRAVE MAS ESTÁVEL


• evitar transfundir
• costuma ser bem tolerado mesmo nesta fase
• sintomas melhoram com repouso absoluto
• resposta à terapia costuma ser rápida

• ANEMIA GRAVE PROGRESSIVA

• ANEMIA ESTÁVEL CRÔNICA

• ANEMIA HEMOLÍTICA FULMINANTE


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AVALIANDO A NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO
NA AHAI

• VELOCIDADE DE INÍCIO E DE PROGRESSÃO

• ANEMIA GRAVE MAS ESTÁVEL

• ANEMIA GRAVE PROGRESSIVA


• pode evoluir p/ hipoxemia
• se Hb muito baixa = sints. neurol. / descomp. card. / etc.
• tx hemácias, mesmo que com ↑ modesto da Hb = dar
tempo para a terapia específica funcionar

• ANEMIA ESTÁVEL CRÔNICA

• ANEMIA HEMOLÍTICA FULMINANTE


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AVALIANDO A NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO
NA AHAI

• VELOCIDADE DE INÍCIO E DE PROGRESSÃO

• ANEMIA GRAVE MAS ESTÁVEL

• ANEMIA GRAVE PROGRESSIVA

• ANEMIA ESTÁVEL CRÔNICA


• pcte pode compensar a destruição
• anemia leve estável
• prefere-se evitar tx
• tx pode até suprimir hematopoese

• ANEMIA HEMOLÍTICA FULMINANTE


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AVALIANDO A NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO
NA AHAI

• VELOCIDADE DE INÍCIO E DE PROGRESSÃO

• ANEMIA GRAVE MAS ESTÁVEL

• ANEMIA GRAVE PROGRESSIVA

• ANEMIA ESTÁVEL CRÔNICA

• ANEMIA HEMOLÍTICA FULMINANTE


• incomum
• evidência de hemólise = hemoglobinemia/hemoglobinuria
• septicemia / reação a drogas
• pode nem haver reticulocitose
• transfusão precisa ser urgente
• hemácias raramente serão compatíveis
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

SUPORTE TRANSFUSIONAL
AHAI FRIA

QUESTÕES PRÁTICAS DAS TRANSFUSÕES

• aquecimento da unidade de hemácias = não comprovada utilidade

(aquecer a unidade ou aquecer o paciente ?)

• atenção a pacientes submetidos a hipotermia (circulação extra-corpórea)

( plasmaférese pré-oper.? )

• recomenda-se leucodepletar as unidades de hemácias


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Mulher, 37 anos, dor abdominal severa

achada trombose mesentérica

anticoagulada evolui com regressão do quadro

não tem história pessoal ou familiar de trombose

utiliza contraceptivo oral

ao ex.fisico icterícia leve, pequena esplenomegalia

laboratório = Ht 32%, reticulócitos 8% (corrigido), Bil,Ind. 4 mg/dL, DHL 1024

anemia hemolítica Coombs negativo

estudo da M.O. = mielodisplasia


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Mulher, 37 anos, dor abdominal severa

achada trombose mesentérica

anticoagulada evolui com regressão do quadro

não tem história pessoal ou familiar de trombose

utiliza contraceptivo oral

ao ex.fisico icterícia leve, pequena esplenomegalia

laboratório = Ht 32%, reticulócitos 8% (corrigido), Bil,Ind. 4 mg/dL, DHL 1024

anemia hemolítica Coombs negativo

estudo da M.O. = mielodisplasia

população de células deficiente em CD 59


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Mulher, 37 anos, dor abdominal severa


achada trombose mesentérica
anticoagulada evolui com regressão do quadro
não tem história pessoal ou familiar de trombose
utiliza contraceptivo oral
ao ex.fisico icterícia leve, pequena esplenomegalia
laboratório = Ht 32%, reticulócitos 8% (corrigido), Bil,Ind. 4 mg/dL, DHL 1024
anemia hemolítica Coombs negativo
estudo da M.O. = mielodisplasia

provável Hemoglobinúria Paroxística Noturna


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• deve ser considerada em pcte com hemólise inexplicada

hemólise intravascular - trombose - pancitopenia

• doença clonal

• mais freqüente no Sudeste Asiático

• alteração da stem cell


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

hemoglobinúria paroxística

evolução da urina de paciente


ao longo de três dias

urina do mesmo paciente


após centrifugação

hematúria

urina de outro paciente


com hematúria, após
centrifugação
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• hemácias não possuem em sua membrana proteína reguladora de complemento


(inibidor de lise reativa da membrana)

CD59

• hemácias são destruídas com a ativação do complemento

• hipersensibilidade a complemento ativado


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• GPI "ancora" diversas proteínas na membrana

• defeito na molécula da GPI

• não expressam proteínas ligadas à GPI (glycosylphosphatidylinositol)

• deficiência presente em todas as células


HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

CD59 (MIRL) CD55(DAF)

GPI

Membrana
celular

Kinoshita e cols., 1996


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• não há alterações morfológicas específicas

• hemossiderinúria crônica (hemólise) ferropenia

• freqüentes leucopenia / plaquetopenia

• DHL

• M.O. hiperplasia eritróide / hipoplasia / displasia


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• diagnóstico

demonstração de população eritróide sensível ao complemento

teste de HAM - acidificação do meio ativa complemento

teste da sacarose - alta concentração de sacarose

citometria de fluxo com monoclonais para CD55 e CD59


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• manifestações clínicas

grau de anemia de mínimo a severo

sintomas de hemólise (dor abdominal / cefaléia / febre)

hemólise pode se intensificar com infecções, cirurgias

anemia aplástica (20% têm HPN)

mielodisplasia (20% têm HPN)

maior incidência de leucemia aguda

tromboses
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

• tratamento

depende da sintomatologia

corticóides podem ativação de complemento

suplementação com ferro pode ser necessária

suplementação com ácido fólico

eritropoetina (S/N)

transfusões de hemácias (lavadas? provavelmente não necessário)

anticoagulação se trombose anterior

ECULIZUMAB = Ac monoclonal contra terminal C5 do complemento

TMO
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Homem, 63 anos, anemia

DPOC, insuficiência coronariana, válvula aórtica mecânica, insufic. cardíaca leve

sopro sistólico moderado, icterícia

Ht 21%, reticulócitos (corrigidos) 3%, DHL 1686 , Bilirr. indir. 3,4 mg/dL

sangue periférico com esquizócitos, hemácias hipocrômicas


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
CASO CLÍNICO

 Homem, 63 anos, anemia

DPOC, insuficiência coronariana, válvula aórtica mecânica, insufic. cardíaca leve

sopro sistólico moderado, icterícia

Ht 21%, reticulócitos (corrigidos) 3%, DHL 1686 , Bilirr. indir. 3,4 mg/dL

sangue periférico com esquizócitos, hemácias hipocrômicas

evidência de anemia hemolítica

sangue periférico sugere hemólise traumática e deficiência de ferro

condição da válvula aórtica deve ser investigada

avaliar outras causas de hemólise

avaliar deficiência de ferro

reposição de ferro / eritropoetina / troca de válvula (?)


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMÓLISE MECÂNICA

• pode ocorrer hemólise como resultado de forças mecânicas aplicadas


às hemácias

• primariamente intravascular = DHL


hemossiderrinúria
fragmentos de hemácias em sangue periférico

• causada por ação de - próteses cardíacas mecânicas


- microangiopatia

• também ocorre em PTT / SHU / CIVD

• tratamento visa a doença de base

• pode haver deficiência de ferro pela hemossiderinúria


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMÓLISE MECÂNICA

Electron micrograph of a red cell (arrow) snared by a fibrin strand in the microvasculature
of a patient who died from metastatic adenocarcinoma of the stomach.
(From Bull BS, Kuhn IN: The production of schistocytes by fibrin strands
[a scanning electron microscope study]. Blood 35:104-111, 1970.
American Society of Hematology)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMÓLISE MECÂNICA

Fragmentos de hemácias

Paciente com anemia hemolítica microangiopática


ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMÓLISE MECÂNICA

Causas de Hemólise Mecânica

Etiologias Cardíacas
Próteses de válvulas cardíacas
Função Normal = hemólise subclínica
Mal funcionamento = anemia hemolítica

Estenose Aórtica

Adenocarcinoma Metastático
Microangiopatia / CIVD

Vasculopatia / Vasculite Renal


Necrose Cortical Renal
Glomerulonefrite
Transplante Renal
Hipertensão Maligna
Diabetes
Esclerodermia

Hipertensão Pulmonar Primaria

Exercício Traumático (hemoglobinúria da “marcha”):


Hemólise subclinica

PTT/SHU
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMÓLISE MECÂNICA

• Laboratório

anemia

reticulocitose

fragmentos de hemácias

DHL

haptoglobina

hemossiderinúria
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
HEMÓLISE MECÂNICA
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
OUTRAS CAUSAS DE HEMÓLISE
• AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS

- gás de hidrocloreto de arsênico


- chumbo
- cobre
- cloretos
- formaldeído
- veneno de aranhas
- veneno de cobras (+ raro)
- lesão térmica
- irradiação
- hipofosfatemia severa

• INFECÇÕES

- sepsis por Clostridium


- bactérias Gram + e –
- mecanismo auto-imune = Mycoplasma
Mononucleose / Epstein Barr
Treponema pallidum
- Malária
- Babesiose
- Bartonelose
- Leishmaniose visceral
ANEMIAS HEMOLÍTICAS

obrigado

kutner@einstein.br

Você também pode gostar