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Artigo Comentado

O Artigo Comentado é um material elaborado pelo COGNITIVO
e enviado periodicamente aos alunos dos Cursos de Especialização. Um
artigo de relevância é escolhido e comentado por um Professor, sendo
os materiais em inglês ou espanhol apresentados em tradução livre na
forma de resenha, com os comentários em destaque, bem como trechos
ou figuras consideradas importantes.

Autor da Tradução Livre e Comentários: Neri Maurício Piccoloto
Autores do Artigo Original: Back, B.; Lee, C., Mortensen, E.L. & Simonsen, E.

HOW DO DSM‐5 PERSONALITY TRAITS
O Artigo
ALIGN WITH SCHEMA THERAPY CONSTRUCTS ? (COMO OS
TRAÇOS DE PERSONALIDADE DO DSM‐5 ALINHAM‐SE COM OS
CONTRUTOS DA TERAPIA DO ESQUEMA ?, em tradução livre), dos
autores Bach, Lee, Mortensen e Simonsen/Universidade de
Copenhague, publicado em 2015 no Journal of Personality Disorders
trata de como os 25 traços de personalidade descritos no DSM‐5 se
alinham com construtos da Terapia do Esquema de Jeffrey Young.
A Seção III do DSM‐5 oferece um modelo dimensional dos
Transtornos da Personalidade como uma alternativa às 10 categorias
diagnósticas clássicas do DSM‐IV‐TR, preservadas na Seção II do novo
manual, enquanto a Sessão III apresenta o modelo de pesquisa proposto
pelo Grupo de Trabalho da Personalidade e Transtornos da
Personalidade do DSM‐5.
A Seção III foi desenvolvida para resolver alguns dos problemas
empíricos do DSM‐IV e, além de mensurar o funcionamento geral da
Personalidade, esse novo modelo dimensional descreve 25 facetas de
traços patológicos organizados em 5 Domínios (Afetividade Negativa,
Distanciamento, Antagonismo, Desinibição e Psicoticismo). Os 4
primeiros Domínios são semelhantes ao modelo proposto para a
próxima edição da CID (CID‐11), sendo o quinto domínio da CID o
Anancástico/Obsessivo, divergindo do Psicoticismo descrito no DSM.
O sistema de Traços de Personalidade do DSM‐5 foi desenvolvido
a partir de modelos e instrumentos existentes, juntamente com
discussões em grupos de trabalho e revisões de literatura, resultando
 

numa lista de 37 traços considerados importantes para descrever


variabilidades fenotípicas presentes nos Transtornos da Personalidade.
Análises fatoriais posteriores detectaram que alguns desses traços eram
altamente parecidos entre si, resultando na fusão de alguns itens e na
taxonomia atual de 25 traços. Comentado [MP1]: Aqui optamos por inserir abaixo a
tabela com os 5 Domínios e os 25 Traços de Personalidade
do DSM‐5, também chamados de Facetas de Traço, para
ajudar o leitor no entendimento do artigo.
Abaixo o professor comentarista do artigo opta por apresentar a
Tabela do DSM‐5 com os Domínios e Traços (Facetas) de
Personalidade descritos na Seção III do DSM‐5:

DOMÍNIO AFETIVIDADE NEGATIVA (vs. Estabilidade Emocional)

Frequentes e intensas experiências de altos níveis de uma ampla variedade
de emoções negativas (p. ex., ansiedade, depressão, culpa/vergonha,
preocupação, raiva) e suas manifestações comportamentais (p. ex., autoagressão)
e interpessoais (p. ex., dependência).

Labilidade emocional
Instabilidade das experiências emocionais e do humor; as emoções são
despertadas facilmente, são intensas e/ou desproporcionais em relação
aos fatos e às circunstâncias.

Ansiedade
Sentimentos de nervosismo, tensão ou pânico em reação a diversas situações;
preocupação frequente sobre os efeitos negativos de experiências
passadas desagradáveis e possibilidades negativas futuras; sente‐se temeroso
e apreensivo quanto a incertezas; expectativa de que o pior aconteça.

Insegurança de separação
Medo de ficar sozinho devido a rejeição por – e/ou separação de – outras
pessoas significativas, com base em uma falta de confiança na própria
capacidade de cuidar de si mesmo, tanto física quanto emocionalmente.

Submissão
Adaptação do próprio comportamento aos interesses reais ou percebidos e
desejos dos outros, mesmo quando fazer isso contraria os próprios interesses,
necessidades ou desejos.

Hostilidade
Sentimentos persistentes ou frequentes de raiva; raiva ou irritabilidade em
resposta a desprezo e insultos mínimos; comportamento maldoso, grosseiro
ou vingativo. Ver também Antagonismo.

Perseverança
Persistência nas tarefas ou em uma forma particular de fazer as coisas
muito depois que o comportamento cessou de ser funcional ou efetivo;
continuação do mesmo comportamento apesar de repetidos fracassos
ou de claras razões para interrompê‐lo.

 

Tendência à depressão
Ver Distanciamento.

Desconfiança
Ver Distanciamento.

Afetividade restrita (ausência de)
A ausência dessa faceta caracteriza baixos níveis de Afetividade Negativa.
Ver Distanciamento para definição dessa faceta.


DOMINIO DISTANCIAMENTO (vs. Extroversão)

Evitação da experiência socioemocional, incluindo retraimento das interações
interpessoais (variando de interações casuais cotidianas até
amizades e relacionamentos íntimos) e experiência e expressão afetiva
restritas, capacidade de obtenção de prazer particularmente limitada.

Retraimento
Preferência por estar sozinho a estar com outras pessoas; reticência nas
situações sociais; evitação de contatos e atividades sociais; ausência de
iniciativa no contato social.

Evitação da intimidade
Evitação de relacionamentos íntimos ou amorosos, vínculos interpessoais
e relacionamentos sexuais íntimos.

Anedonia
Falta de prazer, envolvimento ou energia para as experiências de vida; déficits
na capacidade de sentir prazer e ter interesse nas coisas.

Tendência à depressão
Sentimentos de estar desanimado, infeliz e/ou sem esperança; dificuldade
de se recuperar desses humores; pessimismo quanto ao futuro; vergonha
e/ou culpa difusas; sentimentos de desvalia; pensamentos de suicídio
e comportamento suicida.
Afetividade restrita
Pouca reação a situações emocionalmente estimulantes; experiência e
expressão emocionais restritas; indiferença e distanciamento em
situações normalmente atraentes.

Desconfiança
Expectativas de – e sensibilidade a – sinais de más intenções ou dano
interpessoal; dúvidas quanto à lealdade e à fidelidade dos outros;
sentimentos de ser maltratado, usado e/ou perseguido pelos outros.


DOMÍNIO ANTAGONISMO (vs. Afabilidade)

Comportamentos que colocam o indivíduo em divergência com outras
pessoas, incluindo um sentimento exagerado da própria importância e
concomitante expectativa de tratamento especial, bem como antipatia
insensível em relação aos outros, incluindo falta de consciência das
 

necessidades e sentimentos das outras pessoas e disposição para usá‐las


a serviço do autocrescimento.



Manipulação
Uso de subterfúgios para influenciar ou controlar os outros; uso de
sedução, charme, loquacidade ou comportamento insinuante para
atingir
seus fins.

Desonestidade
Desonestidade e fraudulência; representação deturpada de si mesmo;
embelezamento ou invenção no relato de acontecimentos.

Grandiosidade
Acreditar que é superior aos outros e merece tratamento especial;
egocentrismo; sentimentos de ter direitos; condescendência em relação
aos outros.

Busca de atenção
Envolvimento em comportamento concebido para atrair a atenção e
tornar‐se o foco da atenção e admiração dos outros.

Insensibilidade
Ausência de preocupação pelos sentimentos ou problemas dos outros;
ausência de culpa ou remorso quanto aos efeitos negativos ou
prejudiciais das próprias ações sobre os outros.

Hostilidade
Ver Afetividade Negativa.


DOMÍNIO DESINIBIÇÃO (vs. Meticulosidade)

Orientação para a gratificação imediata, levando a comportamento
impulsivo motivado por pensamentos, sentimentos e estímulos externos
atuais, sem levar em consideração o aprendizado passado ou as
consequências futuras.

Irresponsabilidade
Negligência com – ou falha em honrar – obrigações financeiras e outras
obrigações ou compromissos; falta de respeito por – e falta de
cumprimento de – combinações e promessas; negligência com a
propriedade dos outros.

Impulsividade
Ação sob o impulso do momento em resposta a estímulos imediatos;
agir momentaneamente sem um plano ou consideração dos resultados;
dificuldade no estabelecimento e seguimento de planos; senso de
urgência e comportamento de autoagressão sob angústia emocional.

Distratibilidade
Dificuldade de concentração e de foco nas tarefas; a atenção é facilmente
 

desviada por estímulos externos; dificuldade na manutenção de


comportamento focado nos objetivos, incluindo o planejamento e a
conclusão das tarefas.


Exposição a riscos
Envolvimento em atividades perigosas, arriscadas e potencialmente
prejudiciais, desnecessariamente e sem consideração quanto às
consequências; falta de preocupação com as próprias limitações e
negação da realidade de perigo pessoal; busca irresponsável dos
objetivos, independentemente do nível de risco envolvido.

Perfeccionismo rígido (ausência de)
Insistência rígida em que tudo seja impecável, perfeito e sem erros ou
faltas, incluindo o próprio desempenho e o dos outros; sacrifício de
oportunidades para assegurar a correção em todos os detalhes; crença
de que existe apenas uma maneira certa de fazer as coisas; dificuldade
de mudar de ideia e/ou ponto de vista; preocupação com detalhes, organização
e ordem. A ausência dessa faceta caracteriza baixos níveis de
Desinibição.

PSICOTICISMO (vs. Lucidez)

Exibe uma ampla variedade de comportamentos e cognições estranhos,
excêntricos ou incomuns culturalmente incongruentes, incluindo processo
(p. ex., percepção, dissociação) e conteúdo (p. ex., crenças).

Crenças e experiências incomuns
Crença de ter habilidades incomuns, tais como leitura da mente, telecinesia,
fusão de pensamento‐ação, experiências incomuns de realidade,
incluindo experiências semelhantes a alucinação.

Excentricidade
Comportamento, aparência e/ou discurso estranho, incomum ou bizarro;
ter pensamentos estranhos e imprevisíveis; dizer coisas incomuns ou
inapropriadas.

Desregulação cognitiva e perceptiva
Processos de pensamento e experiências estranhos ou incomuns, incluindo
despersonalização, desrealização e experiências dissociativas; experiências
em um estado misto de sono‐vigília; experiências de controle do
pensamento.

Os traços são mensurados principalmente por meio do The


Personality Inventory to DSM‐5 (PID‐5), mas sua relevância e utilidade
clínica ainda requerem mais pesquisas. Em um estudo que envolveu 337
clínicos, incluindo psiquiatras, psicólogos e outros profissionais, o
Modelo Dimensional do DSM‐5 foi considerado mais útil do que o do
DSM‐IV. Essa avaliação incluiu a formulação e planejamento do
 

tratamento, bem como a comunicação com o paciente. Em outro estudo


verificou‐se que, via de regra, os traços do DSM‐5 combinam com as
variações nas crenças de personalidade patológicas observadas por
terapeutas cognitivo‐comportamentais. Por exemplo, a faceta de traço
de Desconfiança (Domínio Distanciamento) foi fortemente associada às
crenças paranoides. Essas descobertas apontam para a utilidade do
modelo de traços no desenvolvimento de formas de tratamento para os
Transtornos da Personalidade.
Sendo a psicoterapia considerada a melhor modalidade de
tratamento, torna‐se importante compreender como o modelo de traços
se alinha a estratégias psicoterápicas baseadas em evidências. A
Terapia do Esquema é uma abordagem de tratamento com evidências
crescentes e aumento de popularidade entre profissionais de saúde
mental, particularmente em países europeus, incluindo influências
psicodinâmicas e cognitivo‐comportamentais.
Os conceitos‐chaves desse modelo de terapia são os Esquemas
Desadaptativos Remotos e os Modos de Esquema, considerados vitais
na conceituação e no tratamento dos Transtornos da Personalidade. Os
Esquemas são representações internas duradouras, compreendendo
crenças sobre si mesmo e os outros, enquanto os Modos são conjuntos
de Esquemas ativados paralelamente que incluem regressões
momentâneas a estados emocionais infantis desencadeadas por
situações atuais de ameaça emocional. Em outras palavras, Esquemas
são considerados temas psicológicos subjacentes, enquanto os Modos
são características momentâneas e flutuantes da patologia da
personalidade.
O objetivo geral da Terapia do Esquema é diminuir a intensidade,
a frequência e a rigidez de Esquemas e Modos desadaptativos, e assim
fortalecer uma abordagem saudável da vida. Esses conceitos‐chaves são
mensurados por dois Inventários validados, o Young Schema
Questionnaire (Young, 2005) com o perfil de 18 Esquemas; e o Schema
Mode Inventory (Lobbestael et al., 2010) com o perfil de 14 modos. Em
concordância com sua natureza, os Esquemas são avaliados com base
em sua intensidade, enquanto os Modos são avaliados de acordo com
sua frequência. De forma semelhante aos traços descritos no DSM‐5, os
Esquemas e os Modos são estáveis ao longo do tempo, o que aproxima
as características de ambos os conceitos. Na medida em que os traços
 

fornecem uma validação científica para retratar problemas de


personalidade, os autores propõem que esse modelo também pode
ajudar os terapeutas de Esquema na conceituação e individualização do
tratamento.
O objetivo do estudo foi investigar o alinhamento entre os traços
de personalidade do DSM‐5 (25 facetas) e construtos da Terapia do
Esquema (18 esquemas e 14 modos de esquema). Os objetivos
específicos foram: determinar o grau em que o modelo de traços pode
explicar a variância de características patológicas nos esquemas e
modos; determinar o grau em que os traços de personalidade do DSM‐5
estão significativamente associados aos esquemas e modos; e se os
esquemas e modos podem ajudar a formar um entendimento teórico e
um direcionamento futuro para o modelo atual do DSM‐5 de traços de
personalidade. Os autores propõem que a descoberta dessas
associações possivelmente proporciona a formulação de casos avaliados
segundo o DSM‐5 onde os esquemas e modos relacionados podem ser
os principais alvos do tratamento, ampliando a utilidade clínica do DSM‐
5. O escopo do artigo foi as características conceituais da personalidade Comentado [MP2]: Nesse ponto os autores consideram
a possibilidade de que pacientes diagnosticados pelo
do ponto de vista dimensional, e não apenas em seu uso diagnóstico modelo do DSM‐5 possam ter seus casos diretamente
conceitualizados e tratados pela terapia do esquema.
para transtornos.
Os sujeitos da pesquisa formam uma amostra mista de 662
adultos, sendo 312 pacientes clínicos e 350 sujeitos da comunidade. A
idade variou entre 18 e 66 anos (média de 29,3 e desvio‐padrão de 8,76),
com 78,1% de mulheres. Os pacientes clínicos foram recrutados em Comentado [MP3]: A amostra é formada por quase 80%
de sujeitos do sexo feminino, isso pode influenciar nos
ambulatórios psiquiátricos, preenchendo critérios para pelo menos um resultados do estudo.
transtorno não psicótico do DSM‐IV‐TR baseado na avaliação clínica de
um psiquiatra ou psicólogo. Os diagnósticos mais prevalentes foram um
ou mais Transtornos da Personalidade do Cluster B ou C, juntamente
com quadros de Ansiedade em comorbidade com Depressão e
Transtornos Alimentares. Pacientes com suspeita de Transtorno
Psicótico atual, Depressão Severa, Transtorno Orgânico, Autismo ou
Transtorno Induzido por Substância não foram incluídos. Comentado [MP4]: A exclusão desses casos é
importante para a validade das respostas colocadas nos
Os sujeitos da pesquisa responderam ao The Personality Inventory inventários que o estudo utilizou como instrumentos.
to DSM‐5 (PID‐5), o Young Schema Questionnaire e o Schema Mode
Inventory. Nos resultados, foram observadas três principais
descobertas:

 

1) Houve uma sobreposição significativa entre o sistema


dimensional de traços de personalidade do DSM‐5 e a terapia
do esquema;
2) Corroborando a hipótese levantada pelos autores, os traços de
personalidade e os esquemas foram alinhados em padrões
coerentes para a interpretação clínica no nível de 5 domínios e
25 facetas de traço;
3) Os diversos papéis de traços específicos dentro dos 5 domínios
podem ser teoricamente elucidados pelos esquemas e modos.

Com base nos dois primeiros achados, uma série de esquemas
modos podem ser identificados e diferenciados por meio das facetas de
traços do DSM‐5. Notavelmente, isso se aplica tantos para esquemas
subjacentes quanto para os modos de esquema manifestos. Isso sugere
que os psicoterapeutas possam interpretar e utilizar os traços do
DSM‐5 como se fosse a expressão de esquemas e modos. Em Comentado [MP5]: Essa conclusão é muito importante,
pois sugere que os terapeutas podem identificar nos
conjunto, isso pode também encorajar os profissionais a utilizarem de pacientes os traços de personalidade descritos no DSM‐5
e inferir os esquemas e modos que são mais associados a
forma vantajosa o modelo de traços de personalidade na avaliação esses traços. Uma possibilidade de relação entre o
diagnóstico pelo DSM e a Terapia do Esquema.
psicoterapêutica e formulação de casos, além de mais especificamente
como focos de intervenção.

ASSOCIAÇÕES DENTRO DOS CINCO DOMÍNIOS DE TRAÇO
Os resultados encontrados no nível de Domínios descrevem como
os esquemas, modos e os traços podem servir a diferentes funções em
diferentes domínios. Por exemplo, o Modo Protetor Desligado Comentado [MP6]: Segundo o estudo, diferentes traços
de personalidade podem estar associados aos mesmos
desempenha diferentes papéis na Afetividade Negativa, Distanciamento esquemas e modos. Esses esquemas e modos podem estar
na origem de diferentes sintomas ou cumprirem funções
e Psicoticismo, respectivamente, de acordo com a interpretação baseada diferentes em cada traço de personalidade.
no modelo de traço.
A Afetividade Negativa caracteriza uma tendência à experiência
emocional negativa, provocando dificuldades como a Perseverança e Comentado [MP7]: Perseverança nesse caso tem uma
conotação negativa, pois se relaciona com a emissão
problemas interpessoais relacionados à Insegurança de Separação e sucessiva do mesmo comportamento, mesmo após vários
fracassos ou de claras razões para interrompê‐lo.
Submissão. No presente estudo, particularmente, o Perfeccionismo
Rígido e a Tendência à Depressão também caracterizaram esse domínio.
Conforme demonstrado na Figura 1, indivíduos caracterizados
por esse Domínio são altamente propensos a se sentirem vulneráveis, Comentado [MP8]: Aqui são apresentados os esquemas
e modos de esquema mais relacionados e menos
solitários abandonados, angustiados e privados de ter suas relacionados com o Domínio Afetividade Negativa do
DSM‐5. Os dados da análise estatística estão
necessidades emocionais atendidas (Modo Criança Vulnerável), o que demonstrados em tabelas no artigo original.
 

é ressaltado pela ausência de estratégias maduras de enfrentamento


(Modo Adulto Saudável). Além disso, a Insegurança de Separação
pode ser provocada por uma expectativa persistente de perder ou ser
abandonado por pessoas significativas (Abandono). Devido à
labilidade emocional, esses indivíduos provavelmente sentirão raiva
(Criança Zangada), mas são menos propensos a serem afetivamente
restritos (Inibição Emocional), distanciados (Modo Protetor
Desligado). Pela baixa auto‐estima, também é improvável que se sintam
superiores (Grandiosidade). Por fim, indivíduos caracterizados por
esse Domínio são mais propensos a serem Perfeccionistas Rígidos, que
pode resultar da internalização de experiências de figuras de
autoridades extremamente exigentes durante a educação (Modo
Pai/Mãe Exigentes).

FIGURA 1 – O alinhamento de Traços de Personalidade do DSM‐5
e os construtos da Terapia do Esquema em relação ao Domínio da
Afetividade Negativa. Os coeficientes do lado esquerdo representam
carga de fator a partir de análise de EFA, enquanto os valores a direita
representam coeficientes de análises de regressão subsequentes
realizadas para Esquemas (nos retângulos) e Modos de Esquema (em
ovais). Os resultados apresentados são somente para cargas de fatores
principais e coeficientes de regressão significativos (p <0,05).
 

Comentado [MP9]: Para dar maior destaque, optamos


pela tradução livre da figura e pela cor azul para as
relações apontadas pelos autores como significativas para
o alinhamento de traços, esquemas e modos. Na cor cinza
estão as relações apontadas como não significativas, ou
seja, esquemas ou modos muito raros ou inexistentes
nesse domínio do DSM‐5.

   

O Distanciamento se caracteriza por uma tendência a ser


afetivamente restrito, anedônico ou deprimido, fazendo com que o
indivíduo se afaste dos outros, evite intimidade e desconfie. Conforme
demonstrado na Figura 2, esses indivíduos são frequentemente
isolados e emocionalmente desconectados (Modo Protetor
Desligado), não demonstrando emoções e espontaneidade (Inibição
Emocional). Isso é evidenciado pela falta de brincadeiras (Modo
Criança Feliz) e Impetuosidade (Modo Criança Impulsiva). Como
seria de esperar, tais pessoas provavelmente não temerão ser deixadas
sozinhas (Abandono) e não buscarão o reconhecimento de outros
(Busca de Aprovação /Reconhecimento). Além disso, seus
comportamentos podem favorecer uma percepção de isolamento,
alienação e não‐pertencimento a um grupo (Isolamento
Social/Alienação). Analisando esses processos, pode‐se considerar a
patologia do desapego como mantida pelos esquemas subjacentes e
modos de esquema, que são passíveis de abordagem pela terapia do
esquema.
 

FIGURA 2 – O alinhamento de Traços de Personalidade do DSM‐5


e os construtos da Terapia do Esquema em relação ao Domínio de
Distanciamento. [NC: na cor azul estão as relações apontadas pelos Comentado [MP10]: NC: Nota do Comentarista

autores como significativas para alinhamento de traços/esquemas‐modos


e em cinza as apontadas como significativas para o não –alinhamento]

DISTANCIAMENTO



O Antagonismo caracteriza indivíduos que se sentem superiores
e autossuficientes, sem considerar as necessidades dos outros,
envolvendo manipulação, hostilidade, comportamento enganoso e
busca de atenção. No presente estudo também foi encontrado um
perfeccionismo rígido relacionado a esse domínio, que poderia ser
vinculado a um subtipo burocrático‐narcisista de TP obsessivo‐
compulsivo. Em outras palavras, isso frequentemente leva à dominância
social, perfeccionismo e vaidade para manter um autoconceito de
perfeito e superior. Como demonstrado na Figura 3, os indivíduos com
essas características estão comumente em um estado de atuação cruel e
egoísta (Modo Hipercompensador – Autoengrandecimento) ligado a
uma sensação de ter direitos especiais (Grandiosidade). Isso é ainda
mais acentuado pela referência excessiva a outros pela atenção positiva
(Busca de Aprovação/Reconhecimento). Além disso, indivíduos
 

antagônicos geralmente experimentam raiva quando suas necessidades


não são atendidas (Modo Criança Zangada), o que pode ser expressado
por um comportamento altamente exigente e hostil. Como uma
tentativa de domínio social, eles podem estrategicamente dominar,
intimidar ou ferir outros, sendo pouco provável que façam concessões a
outros para evitar consequências (Subjugação). Finalmente, indivíduos
antagônicos podem ser extremamente alertas para potenciais ameaças
a sua dominância social ou superioridade (Desconfiança). Em geral, é
improvável que esses indivíduos sintam tristeza, inutilidade ou solidão
(Modo Criança Vulnerável), porque eles tendem a hipercompensar
essa vulnerabilidade subjacente por meio da externalização.

FIGURA 3 – O alinhamento de Traços de Personalidade do DSM‐5
e os construtos da Terapia do Esquema em relação ao Domínio de
Antagonismo. [NC: na cor azul estão as relações apontadas pelos autores
como significativas para alinhamento de traços/esquemas‐modos e em
cinza as apontadas como significativas para o não –alinhamento]

A Desinibição descreve indivíduos que tipicamente são


irresponsáveis, negligentes, distraídos e impulsivos. O estudo encontrou
Tendência a Depressão e Desconfiança relacionadas a esse domínio.
Indivíduos desinibidos podem ser particularmente envolvidos em
ambientes de alto risco, onde a Desconfiança torna‐se uma necessidade.
Conforme demonstrado na Figura 4, indivíduos desinibidos
frequentemente tentam satisfazer suas necessidades de forma imediata
e quase infantil, sem considerar as consequências (Modo Criança
Impulsiva). Em apoio a isso, é improvável que tenham padrões
elevados internalizados de sua educação (Modo Pais Exigentes). Isto é
ainda mais evidenciado por dificuldades subjacentes com perseverança
e gratificação retardada (Autocontrole/Autodisciplina
Insuficientes), bem como a falta de certos padrões de comportamento,
produtividade e desempenho (Padrões Inflexíveis). Essas deficiências
podem se manifestar por meio de agressão ou intimidação de outros
(Modo Bully & Atack). De acordo com a característica de correr riscos,
é improvável a percepção de que coisas ruins aconteçam
(Negativismo/Pessimismo), no entanto, como observado
anteriormente, desconfiam das ações dos outros (Desconfiança). Essa
desibinição pode levar os indivíduos a experimentar sucessivas
derrotas pessoais, o que poderia explicar sentimentos de inutilidade
(Defectividade) e, possivelmente, também a dificuldade de se sentir
compreendido, valorizado e seguro (Modo Criança Feliz).

FIGURA 4 – O alinhamento de Traços de Personalidade do DSM‐5
e os construtos da Terapia do Esquema em relação ao Domínio de
Desinibição. [NC: na cor azul estão as relações apontadas pelos autores
como significativas para alinhamento de traços/esquemas‐modos e em
cinza as apontadas como significativas para o não –alinhamento]

 



O Psicoticismo caracteriza indivíduos com comportamentos
excêntricos e às vezes bizarros agravados por cognições e percepções
disfuncionais, juntamente com crenças e experiências incomuns. No
presente estudo também se verificou que a distratibilidade está
envolvida nesse domínio, possivelmente relacionada ao papel da
distração na disfunção cognitiva e perceptiva. Tendo em vista a terapia
do esquema ter sido projetada para os Transtornos da Personalidade
dos Grupos B e C do Eixo II do DSM‐IV, sem considerar explicitamente o
Transtorno da Personalidade Esquizotípico, não se espera que qualquer
construto da terapia do esquema seja particularmente associado a esse
domínio. No entanto, como mostrado na Figura 5, este domínio
certamente é influenciado por desconexão emocional associada à
despersonalização e ao vazio (Modo Protetor Desligado). Essa
descoberta pode aumentar a utilidade do Psicoticismo ao descrever as
experiências de dissociação, por exemplo, do Transtorno da
Personalidade Borderline. Além disso, indivíduos caracterizados por
psicoticismo são suscetíveis a se sentirem superiores (Grandiosidade)
e é improvável que se sintam inferiores (Defectividade), o que pode
 

estar relacionado à excentricidade e crenças e experiências incomuns


sobre ter habilidades especiais, como por exemplo a leitura mental,
telecinesia e fusão pensamento‐ação. Isso poderia também explicar a
sensação de ser brincalhão (Modo Criança Feliz) associado a esse
domínio. A experiência de ser extraordinariamente sensível pode
também envolver experiências de perigo superdimensionadas
(Vulnerabilidade ao Dano). No entanto, não foi possível determinar
uma interpretação clara de raiva neste domínio (Modo Criança
Zangada).

FIGURA 5 – O alinhamento de Traços de Personalidade do DSM‐5
e os construtos da Terapia do Esquema em relação ao Domínio de
Psicoticismo. [NC: na cor azul estão as relações apontadas pelos autores
como significativas para alinhamento de traços/esquemas‐modos e em
cinza as apontadas como significativas para o não –alinhamento]

ASSOCIAÇÕES NO NÍVEL FACETA DE TRAÇO


Os resultados apontam para a relação entre facetas específicas de
traço do DSM‐5 e esquemas e modos específicos da terapia do esquema,
o que é explicitamente útil para os psicoterapeutas. Comentado [MP11]: Nesse ponto os autores
apresentam relações entre as facetas de traço e os modos
e esquema, demonstrando a relação entre os construtos
Isso se aplica particularmente à relação entre o traço de diagnósticos do DSM‐5 e os da terapia do esquema.
Grandiosidade e o esquema de Grandiosidade/Arrogância, o traço
de Submissão e o esquema de Subjugação, o traço de Perfeccionismo
 

Rígido e o esquema de Padrões Rígidos/Inflexíveis, o traço Busca de


Atenção e o esquema Busca de Aprovação/ Reconhecimento, o traço
Distratibilidade e o esquema Autodisciplina/ Autocontrole
Insuficientes, o traço Afetividade Restrita e o esquema Inibição
Emocional, o traço Tendência à Depressão e o esquema
Negativismo/Pessimismo, o traço Retraimento e o esquema
Isolamento Social/Alienação, o traço Desconfiança e o Esquema
Desconfiança/Abuso e, finalmente, o traço Insegurança de
Separação e o esquema Abandono.
Em termos de Modos de Esquema, isso se aplica particularmente
ao traço de Hostilidade e modo Criança Zangada, ao traço
Impulsividade e modo Criança Impulsiva, traço Distratibilidade e
modo Criança Indisciplinada, traço Irresponsabilidade e modo
Criança Indisciplinada, traço Submissão e modo Capitulador
Complacente, traço Anedonia e modo Protetor Desligado, traço
Grandiosidade e modo Hipercompensador de Autoengrandecimento,
traço Insensibilidade e modo Hipercompensador Bully & Atack e,
finalmente, traço Perfeccionismo Rígido e modo Pai/Mãe Exigentes.
Em resumo, 15 das 25 Facetas de Traços do DSM‐5 foram
significativamente associadas aos Esquemas e Modos da Terapia do
Esquema, enquanto as demais podem estar associadas de forma indireta
ou menos associadas. Assim, além de uma continuidade razoável com as
categorias do Eixo II do DSM‐IV, os traços de personalidade do DSM‐5
também têm continuidade com construtos psicoterápicos reconhecidos.
Consequentemente, os terapeutas de Esquema podem ser capazes de
utilizar as facetas de traço do DSM‐5 para detectar a presença de
esquemas e modos específicos, e vice‐versa.

IMPLICAÇÕES PARA A PSICOTERAPIA
Alguns autores argumentaram que a abordagem descritiva e
teórica do modelo de traço do DSM‐5 não tem aplicabilidade clínica
efetiva. No entanto, pelo fato de serem descritores ateóricos, eles devem
ser aplicáveis a diferentes estruturas de psicoterapia, incluindo a
terapia do esquema, o que é adequado para um sistema diagnóstico
oficial. Os traços de personalidade são comumente considerados como
descritores de comportamentos e atitudes, que por sua vez são vistos
como manifestações de processos subjacentes. No presente estudo foi
 

demonstrado que a maioria dos traços do DSM‐5 são fortemente


associados a esquemas e modos conceitualmente relevantes. Isso
sugere que os psicoterapeutas possam interpretar e utilizar os traços do
DSM‐5 como se fossem esquemas, modos ou conceitos similares.
Juntamente com estudos anteriormente mencionados, isso pode
adicionar mais compreensão clínica e utilidade para o modelo de traços
do DSM‐5 por dois motivos: Primeiro, construtos clínicos como
esquemas e modos são teoricamente fundamentados e precisamos de
uma teoria para nos guiar; segundo, conhecimento de esquemas, modos
e construtos similares já existem entre os clínicos. Essas condições
podem ser aplicadas aos traços do DSM‐5 que se sobrepõem com os
esquemas e modos da terapia do esquema.

IMPLICAÇÕES PARA OS TRAÇOS DO DSM‐5
Devido ao desenho transversal do presente estudo, não está claro Comentado [MP12]: A metodologia do estudo não
permite inferir se os esquemas e modos dão origem aos
se os traços do DSM‐5 ou os construtos da terapia do esquema são traços ou vice‐versa. A maior associação com os modos do
que com os esquemas, no entanto, permite supor que os
primários. No entanto, os traços do DSM‐5 estavam mais fortemente modos sejam uma expressão de sentimentos que dão
associados aos modos do que aos esquemas. De acordo com Young et al., origem aos sintomas, tendo os esquemas como base
etiológica. Futuros estudos longitudinais poderão jogar
a variação nos chamados estilos de enfrentamento pode explicar esse mais luz sobre essa questão.
padrão porque os modos representam uma forma mais pura de
sintomas que expressam os estilos de enfrentamento e ativação dos
esquemas subjacentes. Assim sendo, os traços do DSM‐5 parecem
refletir modos de patologia de personalidade manifestados a partir
de esquemas subjacentes. Uma possível implicação disso é que os
clínicos em grande medida devem adicionar sua compreensão teórica
própria dos processos subjacentes para interpretar perfis de traços do
DSM‐5 individuais. No entanto, para examinar isso melhor, é necessária
uma pesquisa longitudinal.
O estudo também demonstrou que os modos Criança Vulnerável
e Criança Zangada foram significativamente relacionados ao domínio
Afetividade Negativa. Isso é consistente com a ideia de que o modo
Criança Zangada muitas vezes reflete a voz externalizante da Criança
Vulnerável e deve ser tratado de acordo com essa percepção. Além
disso, ambos os modos estavam relacionados ao domínio Antagonismo,
uma relação positiva para o modo Criança Zangada e negativa para o
modo Criança Vulnerável.
 

O papel significativo do modo Criança Zangada na Afetividade


Negativa e no Antagonismo é condizente com o fato de que a faceta de
traço Hostilidade está potencialmente ligada a ambos os domínios do
DSM‐5. Em conjunto, isso sugere que a Afetividade Negativa e o
Antagonismo possivelmente caracterizam dois tipos distintos de raiva.
No presente estudo, o Perfeccionismo Rígido desempenhou um
papel importante nos domínios Afetividade Negativa, Antagonismo e
Desinibição. Isso é coerente com a proposta de que o perfeccionismo
não é simplesmente uma característica fundamental do transtorno
obsessivo‐compulsivo, mas pode funcionar com um aspecto que
impulsiona ou reforça também características de outros transtornos da
personalidade. Os padrões distintos de esquemas e modos dentro dos
três domínios podem levar a um entendimento dos diferentes papéis do
perfeccionismo rígido. Assim, no domínio de Afetividade Negativa, os
esquemas Negativismo/Pessimismo e Vulnerabilidade ao Dano,
juntamente com o modo Pai/Mãe Exigente internalizado poderia
conduzir ao perfeccionismo como um esforço árduo para aderir as
regras, constantemente duvidando de si mesmo e temendo não ter
sucesso. No domínio Desinibição o esquema Padrões Inflexíveis
poderia explicar o perfeccionismo em termos de características
puritanas. Finalmente, dentro do domínio de Antagonismo, o esquema
de Grandiosidade/Arrogância poderia explicar o perfeccionismo em
termos de vaidade e desejo de controlar e dominar. Essa diferenciação
é consistente com os subtipos de personalidade compulsiva como
definido por Millon.
Finalmente, o esquema de Auto‐Sacrifício não teve nenhuma
correlação significativa com qualquer das facetas de traço do DSM‐5,
enquanto o esquema de Subjugação e o modo Capitulador
Complacente pareceram ser mais ou menos relacionados à faceta de
Submissão.

LIMITAÇÕES E DIRECIONAMENTOS FUTUROS
A força do presente estudo é o grande número de participantes
clínicos incluídos (47,1% da amostra total) e o alto número de fortes
associações interpretativas. No entanto, certas limitações e
recomendações para pesquisas futuras devem ser enfatizadas.
 

O viés de amostragem pode ser um problema porque a Comentado [MP13]: Como em qualquer estudo,
algumas limitações metodológicas devem ser
configuração clínica envolveu uma alta prevalência de Transtorno da consideradas, como a alta prevalência do sexo feminino
na amostra e a alta prevalência de Transtorno da
Personalidade Borderline. No entanto, a variação nos escores da escala Personalidade Borderline no grupo clínico. Além disso, os
e as características demográficas variaram em geral, levando a uma três instrumentos aplicados são preenchidos pelos
próprios sujeitos do estudo. Pesquisas futuras poderão
amostra mista heterogênea. A maioria dos participantes era do sexo reunir outras formas de avaliação, como entrevistas com
os sujeitos e familiares.
feminino e estudantes que, não obstante, são bastante representativas
de uma população clínica com transtornos não‐psicóticos na Dinamarca.
Em segundo lugar, foram utilizadas exclusivamente formas de auto‐
relato em todas as medidas aplicadas. Assim, os autores recomendam
que se investiguem propriedades similares por meio de informantes ou
relatos clínicos de traços de personalidade do DSM‐5.
Os traços do DSM‐5 compreendem somente uma parte do modelo
alternativo do DSM para Transtornos da Personalidade. Assim, como
uma extensão do presente estudo, seria de interesse para os clínicos
examinar o valor do critério A (nível de funcionamento da
personalidade) para descrever os esquemas e modos de esquema
subjacentes. Consequentemente, a gravidade de certos esquemas e
modos pode ser melhor representada pelo nível de funcionamento da
personalidade. Comentado [MP14]: Os esquemas podem variar de
intensidade, segundo Jeffrey Young, ao longo de uma linha
de continuidade. Da mesma forma, os traços de
Vários estudos mostram que o tratamento da Terapia do Esquema personalidade do DSM‐5 são apresentados em um modelo
corresponde a mudanças em esquemas e modos. Consequentemente, dimensional, que considera fundamentalmente a
intensidade da sua expressão. O critério A desse modelo
pesquisas prospectivas destinadas a avaliar o grau em que as avalia o nível de funcionamento da personalidade e os
autores sugerem que isso pode estar relacionado à
características do DSM‐5 coincidem com mudanças nos construtos de gravidade dos esquemas subjacentes aos sintomas.
terapia do esquema seriam úteis para a exploração da viabilidade clínica
em termos de avaliação do tratamento.
Finalmente, tendo o presente estudo se concentrado apenas em
construtos de terapia de esquema, propomos que futuros estudos
investiguem como os traços do DSM‐5 se alinham com outros conceitos
e estruturas usados por psicoterapeutas, incluindo mecanismos de
defesa, estilos de enfrentamento, distorções cognitivas, desregulação
afetiva, relações de objeto internalizadas, modelos internos de trabalho,
funcionamento reflexivo e confiança epistêmica. Essas avaliações
deveriam confirmar a compatibilidade dos traços do DSM‐5, permitindo
um amplo espectro de abordagens teóricas na interpretação das escalas
correspondentes.


 

Referência Bibliográfica:
Back, B.; Lee, C.; Mortensen, E.L.; Simonsen, E. How do DSM‐5
personality traits align with schema therapy constructs. Journal of
Personality Disorders, 29, 2015.

www.cognitivo.com

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