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Brasília, 2015
SUMÁRIO
4.3 Desenvolvimento.......................................................................................................................... 3
1
4. Módulo IV: Ferramentas de Qualidade Total
4.1 Introdução
4.2 Objetivos
Assim como o conceito de qualidade que possui uma evolução no tempo, as técnicas
de ferramenta da qualidade também evoluíram nos últimos anos. Não obstante a evolução, os
modelos mais simples e visuais permanecem, há décadas, gerando resultados expressivos.
As Ferramentas da Qualidade são técnicas utilizadas com a finalidade de quantificar,
compreender, analisar e propor melhorias que favoreçam ao melhor desempenho (performance)
e a tomada de decisão.
Passo seguinte, as ferramentas da qualidade proporcionam, assim, maior
efetividade dos processos e gestão eficaz.
O termo Gráfico de Pareto foi popularizado por Juran. Essa denominação atribuída a
Vilfredo Pareto, economista que ao estudar a distribuição de renda, descobriu que 80% da
riqueza estava concentrada em cerca de 20% da população, (CORREA; CORREA, 2007).
Nas palavras de Vieira (2014, p. 32) o diagrama de Pareto é: “um gráfico de barras
que evidência a ordem em que devem ser buscadas as soluções de problemas”.
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Gráfico 1: Detectando as Razões para o aumento do Tempo do Processo
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Rodrigues (2012) e Blog da Qualidade (2015).
Há modelos mais completos e que são conhecidos como 6 Ms. Os possíveis geradores
dos problemas provêm das seguintes áreas: Materiais, Mão de Obra, Máquina, Método, Medida
e Meio Ambiente. Há modelos mais simplificados que contemplam a Mão de Obra, a Máquina,
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os Métodos e o Material (VIEIRA, 2014). Um diagrama de causa e efeito pode ser representado
conforme a Figura 9, a seguir:
Não manutenção de
Não abertura de concurso impressora de
etiquetas
Ausência de Capacitação
Aumento do
estoque de
processos
Material Métodos
Vamos lá registrar no Fórum? Que tal uma dica? Primeiro explique os componentes
do processo (entradas, saídas e processamento), em seguida identifique um problema associado
e procure relacionar as causas possíveis para a não conformidade.
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4.3.1.3. Histograma
60
50
40
30
20
10
0
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
Mais
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4.3.1.4. Folhas de Verificação
É bem comum que o servidor da Justiça já tivera contato com as conhecidas listas de
verificação, apelidadas de check lists. Conforme Rodrigues (2014) trata-se de um formulário
físico ou virtual utilizado para tabular dados de uma observação. A necessidade de coletar dados
é antiga e ficou mais destacada após a Era do Controle Estatístico do Processo (CEP).
Correa e Correa (2007) explicam que as folhas de verificação devem conter de forma
objetiva o procedimento correto a ser seguido e as verificações que deverão ser feitas no
processo.
Por meio da tabela pode-se perceber que a emissão de termo de recebimento definitivo
é a rotina que não foi executada com frequência. Já a nomeação de fiscal de contratos foi
consistente e corriqueira. Considerando esse cenário, o gestor deve procurar atuar para que os
procedimentos, cuja ausência fora detectada, sejam executados de forma adequada e tempestiva
em sua equipe de trabalho.
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4.3.1.5 Gráfico de Dispersão
A possível relação entre duas variáveis é facilmente visualizada por meio do diagrama
de dispersão. Trata-se de ferramenta estatística que mostra quanto uma variável afeta a outra
(VIEIRA, 2014, p. 46).
2000
y = 1003x + 812,44
1800
R² = 0,8077
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
0% 20% 40% 60% 80% 100%
9
É comum que no gráfico de dispersão sejam utilizadas análises complementares de
tendência e regressão linear simples. Pode-se dizer que com o aumento da virtualização do
processo eletrônico, ocorre aumento da quantidade de processos julgados, ainda que no
intervalo de 0 a 30%, a melhoria seja pequena devido às mudanças necessárias.
4.1.3.6 Fluxograma
11
12
10
8
Limite Superior = 6 minutos
6
Média desejada = 4 minutos
4
2
Limite Inferior = 2 minutos
0
1 2 3 4 5 6 7 8
Como pode ser exemplificado o uso das ferramentas da qualidade total. Relacionar a
utilização de ferramentas, métodos e técnicas revisados durante o curso com o ciclo PDCA.
Uma proposta interessante é obtida por meio da análise de Vieira (2014) e Rodrigues (2012)
que propiciam elaborar a seguinte amarração:
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O diagrama de Pareto também é importante para controlar e o nosso Programa 5 S,
estudado na primeira unidade, continua sendo uma das melhores formas de aplicar ações
corretivas.
Ufa! Agora que tivemos um não, vários exemplos de aplicações, vamos aprender um
pouco mais sobre as ferramentas e técnicas da Qualidade.
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Figura 11 – Casa da Qualidade – QFD
Fonte: Adaptado de Rodrigues (2012)
Logo, para conduzir um bom gerenciamento, temos que, num primeiro momento,
aprender a localizar as não conformidades e, então, buscar a melhor forma não apenas de
contorna-las, mas evitar sua reincidência pela melhoria do processo.
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É possível que nas Áreas Judiciárias e Administrativas, em algumas situações, nos
deparamos com a necessidade de aplicar as ferramentas. Podemos citar como exemplo o fluxo
de processo licitatório que em algumas instituições passa por várias vezes no mesmo setor.
Como observado no item 4.3.1.1 Diagrama de Pareto, 80% (ou um percentual alto)
dos problemas são causados por 20% (ou um percentual baixo) das causas, ou seja, as causas
de problemas podem acarretar uma série de transtornos. É, portanto, uma relevante ferramenta
para a focalização de problemas. Mas as outras também podem ajudar. No seu dia a dia,
experimente!
Há metodologias para suportar a gestão à vista (IMAI, 2014). Exemplos são: quadros
dispostos nas paredes, painéis eletrônicos, totens, monitores, entre outros. A publicação de
padrões de desempenho, definição de metas e gestão visual são perfeitamente compatíveis
e desejáveis junto aos programas de 5S. No gemba, local do trabalho, a administração deve
administrar e ter gestão visual dos 5 M: mão de obra, máquinas, materiais, métodos e medições.
Imai (2014) destaca ainda a gestão visual como aspecto intrínseco à gestão visual: o
seiri (descartar coisas desnecessárias), o seiton (colocar em ordem as coisas que permanecem),
seiso (limpeza completa dos equipamentos e da área), seiketsu (manter-se limpo e funcional),
shiktuske (autodisciplina).
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Nas organizações privadas brasileiras também são utilizadas com grande ênfase a
gestão à vista, que na maioria das vezes, são utilizados como indicadores de desempenho que
são divididos entre indicadores chave de performance da empresa (KPI) e dos indicadores
operacionais (OPI).
No setor público ainda não é uma prática muito adotada. Na Administração Indireta
como empresas públicas e sociedade de economia mista é possível perceber o início da
utilização desta ferramenta principalmente em bancos, mas é uma prática que poderia ser mais
bem utilizada a todos os ramos da Administração Pública.
Justiça Federal;
11.436.978;
12% Justiça
Estadual;
74.234.555;
78%
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Casos Novos;
60,00%
50,20% 52,10% 54%
47,90% ; 49,30%
50,00%
40,00%
0,00%
2009 2010 2011 2012 2013
Por meio do Gráfico 6 é possível observar que os casos pendentes estão subindo ano a
ano, reflexo da maior quantidade de casos novos, não obstante existir um pequeno aumento na
baixa de processos.
Como reflexão, o que Você acha do exemplo do INSS que há poucos anos mudou
completamente sua forma de atendimento? Esse paradigma, recorrendo ao benchmarking,
pode implicar em maior satisfação do jurisdicionado? Quais ferramentas poderiam ser
utilizadas no contexto de seu trabalho?
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4.3.8 Considerações finais
É possível que cada pessoa tenha a sua ferramenta preferida. É possível que Você tenha
preferência por fluxogramas. E é esse artefato, de fato, ajuda muito na priorização de gargalos
para serem enfrentados. Entretanto, ouse mais! No seu dia a dia experimente trabalhar com
histogramas, gráficos de dispersão e composição.
Como atividade final, gostaríamos que Você aplicasse pelo menos duas das
ferramentas de qualidade apresentadas no capítulo para resolver um problema do seu
cotidiano e incrementar a qualidade da justiça. A atividade deve ser encaminhada em um
modelo *.doc para posterior avaliação do tutor.
Sua contribuição pode fazer uma grande diferença para a qualidade de vida e dos
nossos serviços. Quaisquer dúvidas, fique em contato.
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4.5 Referências
IMAI, M. Gemba kaizen: uma abordagem de bom senso para a melhoria contínua. Porto
Alegre: Bookman, 2014.
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4.6 Resumo do Módulo IV
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