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Manual de Serviço

PO. 01 PRT. 011 PROT0COLO Nº 011 Versão Nº 001

1. NOME: Morte cerebral - TESTES

2. AMBITO: Médicos e Enfermeiros

3. OBJECTIVOS: Uniformizar Testes de estabelecimento de Diagnóstico de


Morte Cerebral

Elaborado por: Serviço Medicina Enfermeiro-Director:


Intensiva

Responsável do Serviço: Director Clínico:

Data: Data de Aprovação: ______/___/___

Data de Revisão: Conselho de Administração:


4. DESCRIÇÃO

4.1. Definição de Morte Cerebral

Cessação das funções do tronco cerebral e sua irreversibilidade.

4.2. Considerações Gerais

Para o estabelecimento do diagnóstico de morte cerebral é necessários que


se verifiquem as seguintes condições:

4.2.1. Conhecimento da causa e irreversibilidade da situação clínica.

4.2.2. Estado de coma com ausência de resposta motora à estimulação


dolorosa na área dos pares cranianos.

4.2.3. Ausência de respiração espontânea.

4.2.4. Constatação de estabilidade hemodinâmica e da ausência de


hipotermia, alterações endócrino-metabólicas, agentes depressores do
sistema nervoso central e ou de agentes bloqueadores neuromusculares,
que possam ser responsabilizados pela supressão das funções referidas
nos números anteriores.

4.2.5. O diagnóstico de morte cerebral implica a ausência na totalidade


dos seguintes reflexos do tronco cerebral:

4.2.5.1. Reflexos fotomotores com pupilas de diâmetro fixo.


4.2.5.2. Reflexos oculocefálicos.
4.2.5.3. Reflexos oculovestibulares.
4.2.5.4. Reflexos corneopalpebrais.
4.2.5.5. Reflexo faríngeo.

4.3. Pressuposto
A verificação de morte cerebral implica a realização de, no mínimo, dois
conjuntos de provas com intervalo adequado à situação clínica e à idade.

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4.4. Prova de Atropina

4.4.1. Testar a resistência parassimpática.


4.4.1. A frequência cardíaca não deve ultrapassar 10% da frequência
basal
(Exemplo: se FC = 67 após atropina não deve ser superior a 73).

4.5. Teste Vestibular (PROVA CALÓRICA DE BARANY)

4.5.1. Prova utilizada para pôr em evidência uma diminuição ou aumento


da excitabilidade labiríntica de um ou dos dois lados.

4.5.2. Irriga-se o canal auditivo com água fria (acção inibidora) ou quente
(excitação).

4.5.3. Depois de alguns segundos, vê-se aparecer nystagmos:


4.5.3.1. Para o lado irrigado se água quente.
4.5.3.2. Para o lado oposto se água fria.

4.5.4. Material necessário

4.5.4.1. Otoscópio (para se poder controlar a permeabilidade do canal


auditivo antes de começar o teste).

4.5.4.2. Seringa de 50 ml.


4.5.4.3. Sonda de aspiração.
4.5.4.4. Tina reniforme.
4.5.4.5. Resguardo de celulose.
4.5.4.6. Água (gelada ou quente).

4.6. Teste de Apneia

4.6.1. O objectivo do teste de apneia é controlar o funcionamento do


tronco cerebral pela presença de respiração espontânea, induzida pelo
estímulo de CO2.

4.6.2. Durante o teste é necessário evitar a hipoxia (em particular ao nível


cerebral).

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4.6.3. Condições Prévias

4.6.3.1. Deve ter eliminado todo e qualquer resíduo de miorelaxantes e


calmantes.
4.6.3.2. Não deve apresentar hipotermia.
4.6.3.3. Não deve apresentar desequilíbrio metabólico maior (por
exemplo: coma hiperosmolar).
4.6.3.4. Deve ter gasimetria recente (menos de um hora).

4.6.4. Desenrolar do Teste

4.6.4.1. O teste é feito pelo médico.


4.6.4.2. Ventilar o doente com 100% de O2 até obter uma PCO2 basal de
mais ou menos 40-45 mmHG.
4.6.4.3. Desconectar o doente da prótese ventilatória, assegurando uma
fonte de O2, introduzindo o mais profundo possível no tubo endotraqueal
e/ou traqueotomia, uma sonda de O2 com um débito de 6 litros/minuto
durante 10 minutos.
4.6.4.4. Monitorizar a frequência cardíaca, tensão arterial e saturação de
O2.
4.6.4.5. Verificar valores da PaCO2 na gasimetria.
4.6.4.6. Se a PaCO2 aumentar para 50 mmHg no adulto e 60 mmHg na
criança, o teste permite concluir que há ausência de respiração
espontânea e a prova é positiva.
4.6.4.7. Se a PaCO2 não for atingida durante o teste, o mesmo é negativo
e o doente deve ser reventilado com parâmetros pré estabelecidos.
4.6.4.8. Repetir o procedimento se necessário.

5. REFERÊNCIAS DE SUPORTE
5.1. Nenhuma

6. ANEXOS
6.1. Nenhum

7. ALGORITMO
7.1. Nenhum

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