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Narrativas do Outro: Corpo e espaço urbano em O

Sol na Cabeça de Geovani Martins


Data
terça-feira, 23 de março de 2021
Horário
18:00 às 18:21
Área temática
Centro de Letras e Artes (CLA)/Literaturas
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Autores

Deryk De Almeida Viana

Paulo Roberto Tonani Do Patrocínio (Orientador)


Resumo
O referido trabalho tem como objeto de estudo e análise o livro de contos O Sol na Cabeça
(2018), do autor carioca Geovani Martins e, a priori, estarão em foco os contos Espiral,
Estação Padre Miguel, e Rolézim. A pesquisa pretende imergir na investigação e
construção de conhecimentos acerca das relações estabelecidas entre o corpo periférico e
o espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, mormente na condição de sujeito
racializado exposto à marginalidade e violência sistêmica, assim como sua existência
dentro da periferia. Serão analisados elementos que indiquem uma relação da narrativa de
Martins, essencialmente em Espiral e Rolézim, com as ideias de sujeito e outridade,
apresentadas por Grada Kilomba (KILOMBA, 2019), que em princípio expõem os
episódios de racismo cotidiano ao qual estão imersos os sujeitos periféricos na condição
de corpos vulneráveis pelo espaço urbano. Os três contos aqui focalizados também serão
relacionados ao conceito de cidadania mutilada proposto por Milton Santos (SANTOS, et
al. 1996), a partir da condição desses sujeitos na geografia da cidade. Tanto outridade
quanto cidadania mutilada tornam-se conceitos-chave na exposição de situações que
demarquem os impactos causados pelo contraste social ao qual este corpo está exposto a
partir do momento em que estabelece um trânsito pela cidade-metrópole. Ainda, os
argumentos presentes irão dialogar com o sentido de antagonismo proposto por Giovanna
Dealtry (DEALTRY, 2009), a partir da posição antagônica incorporada e/ou atribuída aos
personagens da narrativa de Martins na condição de Outro. É apoiando-se nessa e em
outras questões como trânsito, enunciação do nós, reivindicação da autoria legítima e da
subjetividade dos sujeitos negros periféricos, que essa pesquisa traçará seus rumos e
definirá suas prerrogativas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEALTRY, Giovanna.
Acadêmicos da malandragem. In: No fio da navalha: malandragem na literatura e no
samba. 1 ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009. KILOMBA, Grada. Memórias da
plantação: episódios de racismo cotidiano. 1 ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. SANTOS,
Milton. et al. As cidadanias mutiladas. In: O Preconceito. 1 ed. São Paulo: Imprensa Oficial
de São Paulo, 1996/1997.

No amanhã da Ilha, a cigana leu e o realejo disse:


Didi fez o insulano mais feliz.
Data
terça-feira, 23 de março de 2021
Horário
18:21 às 18:42
Área temática
Centro de Letras e Artes (CLA)/Literaturas
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Autores

Mateus Calheiros Pereira

Paulo Roberto Tonani Do Patrocínio (Orientador)


Resumo
A presente comunicação pretende dar prosseguimento a um trabalho de pesquisa sobre a
obra do compositor Gustavo Adolfo de Carvalho Baeta Neves, comumente chamado de
Didi. Meu percurso de análise já se ocupou de uma leitura da figura do malandro enquanto
referência possível para analisarmos a persona de Didi e também já realizamos uma
análise do tópico da efemeridade no samba-enredo “É hoje”. Nesta comunicação,
apresentaremos outro clássico do compositor, mas que é objeto de uma complexa disputa
de autoria: “O Amanhã”. O samba-enredo para o carnaval de 1978, é assinado
oficialmente por João Sérgio, mas reivindicado por Didi. A análise de um dos sambas
antológicos da União da Ilha do Governador, nos permite discutir toda a problemática
histórica acerca da questão das autorias dos sambas, que é fruto de debate no meio
desde os tempos de Donga e Sinhô na Pequena África. Além disso, lançaremos mão de
teses de Michel Foucalt e Roland Barthes para entender como a questão do autor e da
autoria é lida a partir da época moderna, junto com obras de Luiz Antônio Simas, Sérgio
Cabral e Marcelo de Mello, onde podemos acessar a questão da autoria sendo
problematizada no mundo do samba. Além disso, também vamos analisar como o referido
samba-enredo apresenta uma dúvida muito recorrente na história da humanidade: como
será o amanhã? E como Didi responde a essa pergunta no decorrer do samba? A partir
dessa reflexão, destrincharemos qual a resposta que o samba da tricolor insulana tenta
dar para a sociedade. MUSSA, Alberto e SIMAS, Luiz Antonio. Samba de enredo: história
e arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. MELLO, Marcelo de. O enredo do meu
samba. Rio de Janeiro: Record, 2015. DEALTRY, Giovanna Ferreira. No fio da navalha:
malandragem na literatura e no samba. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009.

Análise da representação do sujeito surdo nas obras


infanto-juvenis adquiridas pelas escolas da rede
estadual do Rio de Janeiro
Data
terça-feira, 23 de março de 2021
Horário
18:42 às 19:03
Área temática
Centro de Letras e Artes (CLA)/Literaturas
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Autores

VANIA CORTEZ NASCIMENTO RIBEIRO

Paulo Roberto Tonani Do Patrocínio (Orientador)


Resumo
O presente trabalho convida a refletir sobre como o sujeito surdo é representado na
literatura infanto-juvenil e sobre as estratégias didáticas adotadas pelos docentes no uso
de destes livros. O trabalho parte da premissa de que nos últimos anos observamos um
considerável aumento das publicações voltadas ao público infantil que - de alguma forma
-trazem o tema da diferença em suas narrativas. É de conhecimento geral que a literatura
tem papel significativo, em sala de aula, no auxílio ao processo de ensino-aprendizagem,
contudo também tem papel importante para trazer esclarecimentos e derrubar (ou reforçar)
estereótipos relacionados a inúmeros temas. Com a surdez não seria diferente. Com isto,
questões que vão desde a política do livro infanto-juvenil em relação a deficiências e
políticas educacionais que permeiam o tema, ao conteúdo das narrativas e a metodologia
utilizada para representar a surdez são pertinentes a este estudo. São igualmente
relevantes as problematizações que levem o docente a ter o cuidado de não contribuir
para aproximar seus alunos, de diferentes contextos socioculturais, a noções cristalizadas,
generalizantes, capacitistas. Pesquisadores como Rosa Hessel , Carlos Skliar, Paddy
Ladd, Gladis Perlin e outros darão o norte às análises e o embasamento necessário para
as considerações referentes à literatura e surdez. A pesquisa apresenta duas etapas. A
primeira, de natureza teórica e baseada na revisão bibliográfica, busca discutir questões
como: a importância da literatura infanto-juvenil no ensino, a representação da diferença
na literatura e as políticas de incentivo ao livro didático. A segunda etapa da pesquisa se
baseia na análise das políticas de incentivo ao livro didático no estado do Rio de Janeiro.
Nessa etapa, então, buscarei analisar os títulos de livros infanto-juvenis que trazem a
temática da surdez, adquiridos pela Secretaria Estadual de Educação e distribuídos nas
escolas que compõem a rede. Desta maneira, esperamos contribuir com observações e
critérios específicos relacionados ao campo da surdez, auxiliando, assim, numa escolha
consciente, por parte do corpo docente, em relação aos livros a serem levados para sala
de aula. Referências Bibliográficas LADD, Paddy. "Em busca da surdidade 1–Colonização
dos surdos." Trad. Mariani Martini. Lisboa: Surd? Universo (2013). SILVEIRA, Rosa
Hessel. "A diferença na literatura infantil: narrativas e leituras." São Paulo: Moderna
(2012). SKLIAR, Carlos. "A surdez: um olhar sobre as diferenças." Porto Alegre: Mediação
3 (1998).

Futebol, política e cultura no conto “Já podeis da


pátria filhos”, de João Ubaldo Ribeiro
Data
terça-feira, 23 de março de 2021
Horário
19:03 às 19:24
Área temática
Centro de Letras e Artes (CLA)/Literaturas
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Autores
Lucas Santana Viana Pontes

Adauri Silva Bastos (Orientador)


Resumo
A comunicação se dedicará à obra de João Ubaldo Ribeiro, conhecido pela capacidade de
combinar expressões e temáticas populares em histórias passíveis de oferecer uma visão
aguda de aspectos étnicos, políticos e sociais. A ideia é focar no conto “Já podeis da pátria
filhos”, do livro homônimo lançado em 1981, portanto durante a conhecida abertura política
que antecedeu o fim da ditadura. Além do criticismo, outro traço que me interessa bastante
nessa narrativa curta é a maestria da abordagem de um forte ingrediente da cultura
brasileira: o futebol. Verificarei de que maneira os elementos textuais possibilitam a
perspectivação das relações entre os personagens, cujo pertencimento a nacionalidades
distintas ajuda a lançar luzes sobre as diferenças entre o Brasil e o resto do mundo. Para
tanto, recorrerei a reflexões desenvolvidas por especialistas como o teórico russo Mikhail
Bakhtin, assim como de resenhistas que, a exemplo do jornalista brasileiro Luciano Trigo,
acompanharam de perto a trajetória do autor baiano. REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail.
Teoria do romance III: o romance como gênero literário. Tradução, posfácio e notas Paulo
Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2019. RIBEIRO, João Ubaldo. Já podeis da pátria filhos.
Rio de Janeiro: Alfaguara, 2009. TRIGO, Luciano. Romances de João Ubaldo Ribeiro
abordaram a formação do caráter nacional. G1, Rio de Janeiro, 21 de julho de 2014.
Disponível em: <http://g1.globo.com/pop-arte/blog/maquina-de-escrever/post/romances-
de-joao-ubaldo-abordaram-formacao-do-carater-nacional.html>. Acesso em 13 de março
de 2020.

Maricota não está lendo o jornal: o tema da


brasilidade em Brasileirinho, de Maria Bethânia
Data
terça-feira, 23 de março de 2021
Horário
19:24 às 19:45
Área temática
Centro de Letras e Artes (CLA)/Literaturas
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Autores

Maurício Costa Da Silva Ribeiro

Eduardo Dos Santos Coelho


Resumo
A área de Letras, no Brasil, passou por significativas mudanças a partir da contribuição
dos estudos sobre canção popular nos anos 1980. Esses trabalhos semearam
metodologias de análise, hoje bastante consolidadas, e uma profusão de teses que
abordam, indiretamente, as políticas estritamente literárias (LUDMER, 2016) do campo da
canção. A presente pesquisa lança olhares sobre as políticas específicas da canção e da
crítica de canção, que orientam os modos de ouvir, pensar, interpretar e legitimar
(LUDMER, 2016) essas manifestações artísticas. Investigamos, ainda em fase inicial, por
meio de leitura cerrada das canções e demais textos literários e musicais presentes no
álbum Brasileirinho ao vivo (2015), de Maria Bethânia, possíveis comparações entre o
álbum e algumas linhas de interpretação analítica do Brasil, bem como as questões de
política literária presentes na obra da intérprete. Espera-se mostrar que, embora recuse
ser vinculada a grupos ou movimentos artísticos, Maria Bethânia realiza em Brasileirinho
uma leitura da formação do Brasil e, consequentemente, do tema da brasilidade, em
diálogo direto com as questões da fase nacionalista do modernismo brasileiro. Diferente de
como ocorreu no tropicalismo, a perspectiva intuitiva de Oswald de Andrade não está
presente, mas sim a “abordagem estudiosa e analítica do elemento nacional” (JARDIM,
2016, p. 73) defendida por Mário de Andrade, que pressupõe que os componentes da
identidade brasileira estão contidos no acervo cultural do país (JARDIM, 2016).
BETHÂNIA, Maria. Brasileirinho ao vivo. Intérpretes: Maria Bethânia, Miúcha, Nana
Caymmi, Tira Poeira, Uakti. São Paulo: Biscoito Fino, 2015. 1 CD digital (86 min.).
JARDIM, Eduardo. A brasilidade modernista: sua dimensão filosófica. Rio de Janeiro: Ed.
PUC-Rio; Ponteio, 2016. LUDMER, Josefina. Clases 1985: algunos problemas de teoría
literaria. ___: Paidós, 2016.

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