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A AUTOVERDADE, NEGAÇÃO E VULGARIZAÇÃO DO NAZIFASCISMO.

De alguns anos para cá a direita brasileira ganhou as ruas. Um campo que há


muito é ocupado majoritariamente pela esquerda, seja ela institucional ou não. Esse
espaço não foi conquistado à duras penas como o é toda migalha concedida ao
trabalhador. Muito pelo contrário. A direita foi convidada, quase como se estendessem
um grande tapete vermelho na avenida, a regurgitar todo o seu ódio em prol de
políticos ressentidos por uma derrota nas urnas.
De lá para cá podemos nos deparar com todo o tipo de “coisas bizarras”
protagonizadas pela extrema-direita que surfou na onda anti-PTista. De vídeos na
internet onde uma militante “confunde” a bandeira do Japão com a do comunismo, até
agressões a pessoas que usavam uma simples camisa vermelha. A expressão
tragicômica se aplica com perfeição na atual conjuntura.
A dificuldade em derrotar o discurso neofascista por parte da mídia burguesa
não é mera incompetência. O real problema dos maiores veículos de imprensa é que
eles nunca, na história desse país, foram de fato democráticos. “A Folha de São
Paulo”, o “Estado de São Paulo” e o “O Globo”, são alguns grupos que apoiaram a
ditadura de 64. O próprio Roberto Marinho diz em seu editorial:
“Participamos da Revolução de 1964, identificados com os
anseios nacionais de preservação das instituições
democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica,
greves, desordem social e corrupção generalizada.[...]” 

E finaliza seu editorial com as seguintes palavras:


“[...]O caminho para o aperfeiçoamento das instituições é reto.
Não admite desvios aéticos, nem afastamento do povo. 
Adotar outros rumos ou retroceder para atender a meras
conveniências de facções ou assegurar a manutenção de
privilégios seria trair a Revolução no seu ato final"

O Grupo Globo só vai se “desculpar” pelo apoio ao golpe em 2013, um ano


antes de ajudar a dar cabo de outro golpe, agora institucional. Sendo assim, quando
confrontado em sabatina pelo candidato à presidência da república que hoje
representa o fascismo mais escancarado no Brasil, o editor-chefe do Jornal Nacional
não consegue encontrar escapatória de seu ardil. Pois naquela mesa estão sentados
ambos: o médico e o monstro.
A imprensa, os empresários, e os políticos golpistas (expressão aqui usada
para categorizar quem não aceita as normas da instituição que se propõe a participar),
cada um ajudou a montar uma parte do monstro destituído de cérebro. Porém seu ódio
irracional, começa a ser um problema para alguns setores que outrora o alimentavam
na esperança de colher os frutos ao fim de 2018.
Como sabiamente apontou Eliane Brum em seu artigo para o jornal “El País”,
estamos vivendo uma época que é mais importante o ato de dizer, do que o que é dito.
A autoverdade virou a cartada mais bem-sucedida da extrema-direita. É preciso
ensinar para a Embaixada Alemã que o nazismo é uma ideologia de esquerda. É
preciso negar a história, para então reescrevê-la.
Mas a pergunta que não quer calar é: “qual é o método mais eficaz de derrotar
o discurso fascista?”. A autoverdade aliada a falta de honestidade no projeto de
governo proposto pelo PSC destroem quase todas as esperanças de uma derrota do
discurso fascista pela via institucional. Mesmo que ele

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