Angola traça plano estratégico para exploração sustentável do mar

Luanda - O Ministério das Pescas e do Mar, em parceria com a Noruega, está a
trabalhar na elaboração de um Plano Estratégico Nacional do Mar, que vai orientar a
exploração e gestão de recursos marinhos em Angola, com vista a garantir a sua
sustentabilidade.

Além da pesca, o plano estratégico também terá a missão de obter mais

conhecimentos sobre os outros recursos marinhos que a costa angolana possui,
segundo a ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto.

Em declarações à imprensa, no âmbito da reunião anual do programa de cooperação

técnica entre Angola e o Reino da Noruega, realizada nesta terça-feira, em Luanda,
apontou o plano como um instrumento que vai se centrar em três pilares
fundamentais, como o conhecimento, a utilização e preservação dos recursos
marinhos, existentes no mar do país.

Dada a larga experiência da Noruega, nos sectores das pescas e do mar, a ministra
solicitou o apoio norueguês no sentido de ajudar o país a traçar estratégias concretas
para a exploração sustentável do mar de Angola.

Afirmou que a sustentabilidade do mar angolano está relacionada com a sua

preservação, explorando os recursos marinhos de forma responsável, para que as
novas gerações possam tirar maior proveito do mar.

"Nós procuramos fazer uma pesca sustentável, tendo a actividade pesqueira como um
recurso economicamente viável. A biomassa do país está estável e vamos continuar a
tomar medidas para que se mantenha estável", advogou.

Na ocasião, a governante atribuiu nota positiva à cooperação entre os dois países,

com realce para área da formação de quadros e aquisição de dados.

Quanto à reunião, considerou ser de grande importância, por ser pela primeira vez
que se faz um balanço centrado nos domínios das pescas e do mar.

Por outro lado, o encarregado de negócios da Noruega, Havard Hoksnes, mostrou-se

disponível a cooperar com Angola na expansão de unidades fabris de transformação
de pescado nas províncias litorais do país, para garantir o fornecimento de peixe ao
mercado nacional.
Afirmou que Angola tem grande potencial e uma vasta costa marítima, que poderá
garantir a segurança alimentar da população local e dos países vizinhos.

"Nós valorizamos a nossa colaboração com Angola em contribuir para uma indústria
de pesca sustentável e viável, que pode por sua vez ajudar nos esforços para a
diversificação da economia do país, com vista a erradicar a pobreza e melhorar o
ambiente ao longo da costa angolana", acrescentou.

A reunião, que visou fazer o balanço das actividades desenvolvidas ao longo do ano
2017, nos domínios das pescas e do mar, contou com a participação de entidades
ligadas aos sectores da pesca, indústrias exploradoras de petróleo e gás, transportes,
turismo, entre outras áreas.

A cooperação entre Angola e o Reino da Noruega, no domínio das pescas, é uma

parceria que data de 1985, ano em que o primeiro navio realizou o primeiro cruzeiro
na costa de África, incluindo Angola.

Além dos recursos pesqueiros, os dois países possuem também acordos de

cooperação nas áreas dos petróleos, das energias renováveis e dos direitos
humanos, sendo Angola o maior parceiro económico da Noruega em África.