As empresas vêm passando por transformações no mundo em decorrência dos efeitos da
globalização, dos avanços tecnológicos, do livre acesso às informações, novo perfil de consumidor – mais crítico e seletivo-, dentre tantas outras mudanças. Tudo isso vem exigindo delas, agilidade na tomada de decisões, lançamentos de novos produtos, respostas rápidas para o mercado e para os consumidores; fazendo com que essas empresas repensem nos seus modelos de organização, migrando do modelo tradicional para um modelo mais enxuto. Para fazer frente a esse desafio, as pessoas passam a ser um fator diferencial nas empresas e um novo perfil é exigido delas. Os modelos administrativos com foco na análise de cargos por competência se enquadram dentro do conceito de RH Estratégico e nasceram inseridos num contexto de competitividade dos ambientes organizacionais. Segundo Dutra (2001, p.27) a competência é compreendida por alguns teóricos da administração como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessário para que a pessoa desenvolva suas atribuições e responsabilidades. Para Fleury (2002, p.55) a competência é “um saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agregue valor econômico à organização e ao indivíduo”. Mas, o fato das pessoas possuírem conhecimento, habilidade e atitudes, não significa benefícios para a empresa a menos que ocorra a entrega por parte do funcionário, ou seja, que ele efetivamente coloque em prática essa competência. Os pilares da Competência são o conhecido CHA, sendo que: C – Conhecimento: é o saber, é o que aprendemos nas escolas, nas universidades, nos livros, no trabalho, na vida. Sabemos de muitas coisas, mas não utilizamos tudo que sabemos; H – Habilidades: é o saber fazer, é tudo que utilizamos dos nossos conhecimentos do dia-a-dia; Competências técnicas, conhecimentos e habilidades são pré-requisitos necessários para cada cargo ou função. A – Atitude é o que nos leva a exercitar nossa habilidade de um determinado conhecimento, pois ela é o querer fazer. O A formam as competências, o perfil de competências comportamentais de cada cargo. Tipos de Competências
Um dos indicadores de desempenho empresarial, talvez o mais importante no contexto
de mercado, é a sua capacidade de atrair, desenvolver e reter pessoas talentosas. Neste sentido, um modelo vem se formando como um dos mais utilizados aos novos tempos: Gestão por Competências. Trata-se de uma maneira que possibilita a formação do capital intelectual de uma organização, maximizando os talentos existentes e em potencial. A gestão por competência é uma nova tendência na gestão de pessoas. Desenvolve as seguintes atividades, como observado por Fischer (1998): a) captação de pessoas: visando a adequar as competências necessárias às estratégias de negócio formuladas, as organizações buscam por pessoas que tenham um nível educacional elevado e, para tal, se valem de programas para atrair novos talentos; b) desenvolvimento de competências: visto que as organizações contam com a possibilidade de desenvolver as competências dos indivíduos mediante as mais diversas formas, com o intuito de adequá-las às necessidades organizacionais; c) remuneração por competência, que é uma prática utilizada por organizações preocupadas em resguardar o conhecimento tácito de seus colaboradores e mantê-los na organização. Envolve: participação nos resultados, remuneração variável e remuneração baseada nas competências desenvolvidas; d) gerir suas competências traz à organização a possibilidade de definir padrões de desempenho, divulgar os perfis das competências necessárias para a obtenção de resultados em seus processos e apontar indicadores que permitem nortear os investimentos de capacitação das pessoas. Isso também possibilita à empresa estar consciente das possíveis melhorias em seus processos internos, pois estes são dirigidos por pessoas. A gestão de competências veio para auxiliar as empresas a enxergarem o que elas precisam buscar e treinar em seus colaboradores, buscando a excelência na Gestão de Pessoas, podendo sair um pouco da subjetividade e adentrar para um terreno mais objetivo e mensurável. Neste tipo de gestão, o gestor de RH pode traçar o desenvolvimento da organização (independe do tamanho da organização e de seu alcance no mercado através de seus colaboradores). Segundo Chiavenato, “gestão por competências é um programa sistematizado e desenvolvido no sentido de definir perfis profissionais que proporcionem maior produtividade e adequações ao negócio, identificando os pontos de excelência e os pontos de carência, suprindo lacunas e agregando conhecimentos, tendo por base critérios objetivamente mensuráveis”. Dutra (2001), conforme demonstrado no quadro abaixo salienta que, com a abordagem conceitual de competências no processo de gerir pessoas na organizações, tanto o indivíduo quanto a empresa obtiveram ganhos, pois o processo tornou-se mais adequado com as expectativas e necessidades de ambas as partes. PARA AS PESSOAS ORGANIZAÇÃOPARA A
- Simplicidade, flexibilidade e transparência;
- Otimização de recursos e da massa salarial; - Direcionamento e otimização dos investimentos no desenvolvimento profissional; - Capacidade de atração, retenção e potencialização de talentos; - Flexibilidade do modelo para adaptar-se às mudanças de estrutura, organização de trabalho e tecnologia; - Equilíbrio entre remuneração e agregação de valor.
- Horizontes profissionais claros com critérios de acesso definidos.
- Remuneração compatível com a complexidade das atribuições e das responsabilidades e com o mercado; - Estimulo ao autodesenvolvimento e à ampliação do espaço de atuação; - Condições claras e objetivas para a mobilidade entre as carreiras abrangidas pelo modelo.
Quadro 1 – Ganhos com o uso da Gestão por Competências.
Fonte: adaptada de Dutra, 2001, p.42. Bibliografia:
http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1666666, acessado em 09/03/2011.