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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRÔNOMIA E ZOOTECNIA


CAMPUS CUIABÁ

LUANA MILENA PEREIRA

RELATÓRIO SÍNTESE – UNIDADE III

CUIABÁ, MT
2020
LUANA MILENA PEREIRA
RELATÓRIO SÍNTESE – UNIDADE III

Relatório apresentado à Disciplina de


Histologia Animal e Biologia do
Desenvolvimento, do Curso de Graduação
em Zootecnia, como requisito parcial para a
composição da média final.
Orientador: Prof. Dr. Adelson Joel da Silva.

CUIABÁ, MT
2020

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................4

2. CLIVAGEM.......................................................................................................................5

2.2 PADRÕES DE CLIVAGEM.................................................................................................5

2.3 FATORES DETERMINANTES..........................................................................................5

2.4 TIPOS DE OVOS................................................................................................................6'

3. CLIVAGEM HOLOBLÁSTICA......................................................................................6

3.1 RADIAL................................................................................................................................6

3.2 ESPIRAL...............................................................................................................................7

3.3 BILATERAL..........................................................................................................................7

3.4 ROTACIONAL......................................................................................................................8

4. CLIVAGEM MEROBLÁSTICA......................................................................................8

4.1 DISCOIDAL..........................................................................................................................8

4.2 SUPERFICIAL......................................................................................................................8

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................10
1. INTRODUÇÃO

Para os animais, os fungos e as plantas, a forma adulta é alcançada a partir de


um embrião. Esse embrião é produto do genótipo decorrente da herança genética e do
fenótipo do organismo adulto. Contudo, a maioria dos estudos biológicos aborda a
estrutura e função do adulto, onde encontramos a importância do estudo da biologia do
desenvolvimento para entender o início e construção do organismo multicelular.

A biologia do desenvolvimento é uma ciência excelente para pessoas que


querem integrar diferentes níveis da biologia. Diante de um problema, podemos estudá-
lo a níveis molecular e químico, a níveis celular e tissular, a nível de órgãos ou sistema
de órgãos e, até mesmo, a níveis ecológicos e evolucionários.

O desenvolvimento tem papel central na compreensão da evolução dos


organismos multicelulares, dado que é o processo que resulta na produção da forma
orgânica adulta. Logo, toda inovação morfológica deve ser também o resultado de
modificações no desenvolvimento. Entretanto, a biologia do desenvolvimento
permaneceu à margem da síntese evolutiva e o desenvolvimento foi tratado por muito
tempo como uma caixa preta entre o genótipo e o fenótipo. Somente a partir dos anos
1980, foi dada mais atenção ao papel do desenvolvimento na evolução, resultando daí
avanços teóricos e empíricos inesperados.

Biologistas do desenvolvimento podem estudar qualquer organismo e todo tipo


de célula. A biologia do desenvolvimento é um dos campos que mais tem crescido e
também um dos mais emocionantes da biologia. Parte dessa emoção vem dos assuntos
estudados, porque estamos apenas começando a entender o mecanismo molecular do
desenvolvimento animal. Outra parte da emoção vem do papel unificador que a biologia
do desenvolvimento assume nas ciências biológicas. A biologia do desenvolvimento
está criando uma estrutura que integra a biologia molecular, fisiologia, biologia celular,
anatomia, pesquisa do câncer, neurobiologia, imunologia, ecologia, e biologia
evolucionária. O estudo do desenvolvimento tornou-se essencial para a compreensão de
qualquer área da biologia.

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2. CLIVAGEM

Quando temos a célula-ovo, resultado da fecundação do óvulo pelo


espermatozoide, a célula passa a sofrer divisões, e essas divisões, chamadas de
segmentações ou de clivagem, dão início ao embrião. O embrião é a palavra que designa
as alterações que ocorrem no zigoto até o nascimento. As divisões celulares possuem
padrões característicos que vão depender do tipo de ovo. O blastômero é a estrutura que
resulta da divisão do ovo fertilizado durante o desenvolvimento embrionário, as células
do blastômero possuem a mesma quantidade gênica.

2.2 PADRÕES DE CLIVAGEM

Na clivagem é possível observar dois grandes padrões. O primeiro padrão


(holoblástica) pode-se observar uma divisão celular que é realizada de fora-a-fora da
célula-ovo, isto é, divide a célula-ovo em duas outras células completamente, dando
origem a outras células denominadas de blastômeros. No segundo (meroblástica) padrão
temos a célula-ovo onde é possível notar um sulco da clivagem, divisão celular, o qual
não se completa permanecendo apenas na região apical do zigoto.

O sulco encontra dificuldades em penetrar o zigoto para fazer a divisão


completa, permanecendo na região apical, onde as células irão se amontoar ocorrendo a
atividade de divisão celular, já a região basal não irá apresentar núcleo, visto que as
células só se dividiram na região apical do zigoto, sendo apenas o citoplasma zigótico.
Nesse citoplasma contém o vitelo que são proteínas e outras substâncias que dificultam,
pois existem em maiores quantidades, a divisão celular.

2.3 FATORES DETERMINANTES

Os fatores determinantes para o tipo de clivagem, holoblástica ou meroblástica, é


a presença do vitelo e a sua distribuição no citoplasma. Mas existe também outro fator,
que é a orientação do fuso mitótico a qual irá determinar a simetria dos blastômeros no
conjunto do embrião

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2.4 TIPOS DE OVOS

a) Ovo tipo Alécito: é um tipo de célula que possui poucos números de vitelos em
distribuição uniforme no citoplasma. Alguns animais que apresentam esse tipo
de ovo são os cangurus, poríferos e cnidários.
b) Ovo tipo Oligolécito: apresenta uma maior concentração de vitelo em relação ao
ovo alécito. Alguns animais que apresentam esse tipo de ovo são os
equinodermatas e o cephalochordata.
c) Ovo tipo Mesolécito: apresenta maior quantidade de vitelo, crescentemente em
comparação aos outros dois tipos especificados anteriormente. Alguns animais
que apresentam esse tipo de ovo são os nematelmintos, moluscos e anelídeos.
d) Ovo tipo Telolécito: possui uma alta concentração de vitelo, e o vitelo, que está
na região basal, encontra-se bem condensado e o núcleo é deslocado para a
região periférica da célula, e apenas uma região muito pequena denominada
cicatrícula que não possui a condensação vitelínica. Alguns animais que
apresentam esse tipo de ovo são as serpentes, polvos e aves.
e) Ovo tipo Centrolécito: também apresenta uma alta concentração de vitelo,
porém esses vitelos se encontram na região central do ovo, a região periférica
apresenta pobreza em vitelos, onde se dá a divisão celular. A maioria dos
insetos, se não todos, apresentam esse tipo de ovo.

3. CLIVAGEM HOLOBLÁSTICA

3.1 RADIAL

Ex Holotúria (Synapta): O plano de clivagem se dá de forma perpendicular ao


eixo do fuso mitótico, porém paralelo ao eixo imaginário polo animal e polo vegetal,
sendo uma divisão do tipo meridional. Essa divisão meridional da origem à dois
blastômeros e novamente, ocorre uma segunda divisão, também do tipo meridional
perpendicular ao eixo do fuso mitótico, onde se é possível notar que não houve uma
reorientação do fuso mitótico, dando origem à quatro blastômeros.

A divisão meridional da origem à blastômeros cujo posicionamento do embrião


é adjacente aos outros blastômeros, mas com o número de quatro blastômeros há uma

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modificação da orientação do fuso mitótico, antes o fuso mitótico estava na posição
perpendicular ao eixo polo animal e polo vegetal, mas depois da modificação o fuso
mitótico se encontra de forma paralela ao eixo polo animal e polo vegetal.

Como a clivagem se dá perpendicular ao eixo mitótico, irão se formar oito


células, mas a posição desses blastômeros serão quatro células sobre quatro células
amontoadas entre si, depois a clivagem continuará dando origem a mais células, sendo
uma clivagem meridional, mas em seguida ocorre uma clivagem equatorial. Por último
nota-se que houve formação de uma cavidade no embrião, que se dá pela migração de
células internas e o acúmulo de uma solução proteinácea, formando uma única camada
de células (blastoderma) com uma cavidade (blastocele) ocorrendo na fase blástula. A
manutenção da blastocele, entre as células que a revestem internamente, é graças a
presença de uma proteína denominada EP-caderina, que mantém a ligação entre essas
células sem que ocorra uma obliteração.

3.2 ESPIRAL

Podemos encontrar esse tipo de clivagem nos anelídeos, platelmintos turbelários,


nemertinos e nos moluscos. Nesse tipo de clivagem espiral as características gerais são a
clivagem oblíqua (dá uma estrutura espiral), arranjo termodinâmico estável
(amontoamento das células de forma estável), poucas clivagens acontecem até atingir a
gastrulação e a blástula não apresenta blastocele.

Ex Molusco (Trochus): Na divisão holoblástica cuja simetria é espiral ocorrem


um amontoado oblíquo dos blastômeros, de modo que existe uma estabilidade no
posicionamento dessas células. O fuso mitótico vai apresentando modificações na sua
orientação, o que determina a simetria do tipo espiral. O caramujo pode ter um
enrolamento sinistrogiro para a esquerda ou o enrolamento dextrogiro para a direita, a
determinação desse tipo de enrolamento também é devido a orientação do fuso mitótico.

3.3 BILATERAL

Ex Urocordados (turnicados): Temos a célula ovo, que já foi mapeada no seu


citoplasma as regiões que irão dar origem as estruturas embrionárias desse animal.
Ocorrem as divisões que dão origem aos blastômeros até a formação do animal, ainda

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embrião, que apresenta um lado muito semelhante ao outro lado, com uma característica
bilateral.

3.4 ROTACIONAL

Ocorre em mamíferos, apresenta como característica divisões lentas e uma


orientação singular. Orientação singular no Equinodermo: temos uma clivagem inicial,
dando origem a dois blastômeros, e depois uma clivagem, ainda meridional, dando
origem a quatro blastômeros. Orientação singular no Mamífero: temos a primeira
clivagem meridional, mas na segunda clivagem uma célula sofre uma clivagem do tipo
meridional normal e a outra célula sofre uma clivagem do tipo equatorial, ocorrendo um
rearranjo no fuso mitótico, esse comportamento vai se repetir de modo que dá uma
aparência que está havendo uma rotação na estrutura do embrião.

Existe uma ausência de sincronização, os genes são ativos precocemente e


quando atingem oito células ocorre a compactação, onde ocorre uma aproximação maior
que as une decisivamente.

4. CLIVAGEM MEROBLÁSTICA

4.1 DISCOIDAL

Ocorrem nas aves, peixes e répteis. Nas aves, como exemplo, existe uma região
do ovo em que existe pobreza de vitelos, proteínas e substancias variadas, que são
elementos nutritivos para o desenvolvimento do embrião. A divisão celular se dá na
região da cicatrícula, cujo formato é discoidal, de forma parcial.

4.2 SUPERFICIAL

É o tipo de clivagem que ocorre nos insetos, ovo do tipo centrolécito,


funcionando da seguinte maneira: o vitelo fica no centro da célula possuindo um núcleo,
a divisão é uma divisão nuclear, também denominada de cariocinese, essa divisão lota o
citoplasma de núcleos no centro do vitelo, depois esses núcleos precisam migrar para a
periferia, região superficial ectodérmica, onde irá ocorrer a divisão do citoplasma,

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citocinese. Só depois a membrana plasmática passa a envolver os núcleos, separando e
formando cada uma delas com sua célula específica, é o processo de celularização, onde
os núcleos agora passam a ter citoplasma e o vitelo permanece no centro, sendo
utilizado para a continuação do desenvolvimento do animal.

Enquanto os núcleos estão na região central do citoplasma é uma característica


dos embriões do tipo sincicial, onde os núcleos são poli nucleados nesse embrião.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Ana Maria Rocha; EL-HANI, Charbel Niño. Um exame histórico-


filosófico da biologia evolutiva do desenvolvimento. São Paulo, v. 8, n. 1, p. 9-40,
2010.

GILBERT, Scott F., 1949- Biologia do desenvolvimento / Scott F. Gilbert. 5. ed.


Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora, 2003.

MONTANARI, Tatiana. Embriologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 2. ed.


Porto Alegre: Ed. da autora, 2019.

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