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INTRODUÇÃO ................................................................................................. 93
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HERESIOLOGIA I
Apesar disso, muitas pessoas continuam a preferir andar nas laterais do alto
cume, que só conduzem para baixo. A situação religiosa crescentemente
complicada em nossos dias está produzido uma explosão das mais estranhas
religiões forjadas pela mente humana.
Seitas e novas religiões estão surgindo em proporções sem precedentes em
toda Terra. Cada uma delas professa ser detentora da mais recente revelação da
verdade. Heresias da Antiguidade têm ressurgido em dias atuais, defendendo os
mesmos erros já dantes combatidos, como por exemplo, o gnosticismo, que
reaparece entre os teósofos, espiritualistas e esotéricos, ou o arianismo, defendido
pelas Testemunhas de Jeová e Só Jesus.
Alguns estudiosos concluíram que há cerca de 700 seitas enquanto que
outros afirmam que ultrapassou 3.000. Existem hoje espalhados pelo mundo mais
de 8,2 milhões de Testemunhas de Jeová, quase 14,1 milhões de Mórmons e
milhares de adeptos da Nova Era.
Se houve um tempo em que ler ou estudar algum texto herético era já sinal ou,
ao menos, levantavam suspeitas, de ser meio herética, à disposição da Igreja hoje
são completamente diversas. Mais aberta, mais tolerante, mais dialogante, tende a
Igreja descobrir nas heresias, eventuais aspectos positivos, mesmo se parciais, da
verdade completa. De qualquer maneira é um dado admitido por muitos que as
heresias fizeram avançar a reflexão teológica, obrigaram a precisar da doutrina e
apurar os termos ambíguos.
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3. Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria – J.K. Van Baalen.16
4. Seitas hoje são grupos isolados que expõem ensinos errados, e heresias esses
ensinos contrários às Escrituras Sagradas.17
16. VAN BAALEN, J.K. O Caos das Seitas um Estudo Sobre os “Ismos” Moderno. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1986, p. 282.
17. SILVA, Esequias Soares da. Como responder às Testemunhas de Jeová. Vol. 1. São Paulo: Editora Candeia, 1995, p. 29.
18. MATHER, George A. e NICHOLS, Larry A. Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. São Paulo: Editora Vida, 2000, p. 408.
19. CHAMPLIN, R.N. Bentes, J. M. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 2. São Paulo: Candeia, 1991.
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Unicistas: Igreja Local (de Witness Lee), Igreja Evangélica Voz da Verdade (Pr.
Carlos Alberto Moysés), Só Jesus, Tabernáculo da Fé (Willian Marrion Branham),
Adeptos do Nome Yehoshua e suas Variantes (Josué B. Paulino), Cristadelfianos
entre outros.
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2.1 OS FARISEUS
O nome fariseu, do grego “farisaios”, vem por sua vez do hebraico “prushim”,
que significa “separado”, “segregado”, “dividido”. Talvez esse nome lhes fora dado
pelos inimigos – os saduceus, ou em virtude do fariseu viver separado do povo
temendo a imundície. Eles mesmos gostavam de chamar-se de “haberim” -
“companheiros”, ou “qedosim” - “santos”.
Esdras entregou-se a sublime tarefa de ensinar a Lei ao povo. Após sua partida,
foi por seus legítimos discípulos dado prosseguimento a essa importante missão.
Aqueles que prosseguiram ensinando a Lei ao povo, foram chamados de
“hasidhim” que significa “leais a Deus”.
O Novo Dicionário da Bíblia diz que “o nome ‘fariseu’ aparece pela primeira
vez nos contextos dos primeiros reis-sacerdotes hamoneanos”.21 Apesar de ser
minoria na sociedade pré-cristã, eram ferrenhos guardiões da Lei de Moisés,
acabando no tempo de Herodes, o Grande, sendo chamados de “separados”. A este
grupo pertenciam os “escribas”, homens que copiavam, e, portanto, conheciam a
Lei, eram reconhecidos como os “separados”, os “puritanos”, os “zelotes”.
20. Após a revolta dos macabeus, a dinastia dos asmoneus passou a governar a Judéia.
21. DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. 2ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1997, p. 604.
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2.2 OS SADUCEUS
hermenêuticos, re-
22. JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Obra Completa. 5ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 415.
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2.3 OS ESSÊNIOS
Ímpio.
23. JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Obra Completa. 5ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 415.
24. SILVA, Esequias Soares da. Manual de Apologética Cristã. São Paulo: CPAD, 2002, p. 24.
25. DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. 2ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1997, p. 550.
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26. SHANKS, Hershel. Para compreender os manuscritos do Mar Morto. Rio de Janeiro: Imago, 1993, p. 27.
27. JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Obra Completa. 5ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 415.
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Fazer o trabalho de missões requer muito mais que se deslocar de uma região
para outra ou de um país para outro. Precisamos estar capacitados teologicamente
e também culturalmente para melhor semear a Palavra de Deus. Conhecer a
cultura onde vamos semear o Evangelho é de suma importância, pois em cada
país existe a religiosidade nativa. Conhecer de antemão tais elementos nos dará
condições para alcançá-los com adequação.
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ASPECTOS HISTÓRICOS
As seitas e suas devidas heresias de hoje como bem disse o Dr. Van Baalen
“são as contas vencidas da Igreja”. Todo instrumental teológico, para se entender a
questão da heresia no seio da Igreja de ontem e de hoje, é fornecido pela história
da mesma, que deixou um legado para se detectar que a confusão que reina hoje,
no tocante a heresias (seitas), muitas vezes não passa de uma repetição de idéias
que no passado surgiram no transcurso da Igreja.
A história da teologia cristã, portanto, é a história da reflexão sobre a
natureza de Deus e da revelação que Ele fez de si mesmo, na pessoa de seu filho
Jesus Cristo, e sobre muitas outras crenças ligadas à salvação.
Essa preocupação com a salvação ficou evidente principalmente nas etapas
formativas e reformativas do desenvolvimento da doutrina cristã. Os grandes
debates sobre o que se deveria crer em relação a Deus, Jesus Cristo, ao pecado e à
graça que consumiam a atenção dos primeiros pais da Igreja, entre
aproximadamente 330 e 500, basicamente visavam resguardar e proteger o
evangelho da salvação.
Desde o apóstolo Paulo, houve a necessidade de um confronto dos cristãos
com os judeus e gregos legalistas. Na cidade de Corinto, Paulo se confrontou com
os gnósticos, o que representou a primeira grande crise interna que a
comunidade cristã-gentia teve de enfrentar.
Nos primeiros séculos, a Igreja teve que se confrontar como montanismo,
donatismo, pelagianismo, arianismo, iconoclastia e outros movimentos
considerados heréticos e contrários à sã doutrina.
Foi a partir do segundo século que começaram as maiores divergências ou
controvérsias em relação às doutrinas sobre Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo. O
primeiro herege mencionado em Atos 8.9-25 foi Simão, o mago, que quis comprar
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a força do Espírito Santo, atitude que deu origem a simonia, 28 sempre condenada.
Após Simão aparece Marcião (ou Marción), que pretendia a reforma da Igreja
judaizada. Repudiava o Antigo Testamento, constatando que o mesmo não
apresentava os traços de misericórdia do Deus anunciado por Jesus Cristo,
distinguiu então, o Deus benévolo e Pai de Jesus, que salva livremente e por amor,
do Deus vingador e iroso do Antigo Testamento, Senhor deste mundo. No esforço
de afastar e eliminar do cristianismo todos os elementos judaicos das Escrituras
do Novo testamento, com o objetivo de “desjudaizar” a religião cristã, Marcião
depura dos escritos neotestamentários, os Evangelhos de Marcos, Mateus e João.
Elabora pessoalmente um cânon e contextos selecionados de Lucas e da tradição
paulina. De seu contato com os gnósticos, aceitou dois deuses. Marcião impôs
uma moral rígida, austera, interditando o matrimônio, o vinho e o uso de carne.
Desprezou também a criação, a matéria e o corpo, repudiando a ressurreição dos
mortos.
Outro movimento herético surgido nos primórdios do cristianismo foi o
gnosticismo, cujo objetivo foi confundir a fé dos primeiros cristãos, pois objetivava
transformar o cristianismo em mistérios sincretistas, reunindo elementos
filosóficos e religiosos, oriundos do Oriente, e os fundido com o cristianismo. O
nome provém da palavra grega “gnosis”, que significa “conhecimento” ou
“sabedoria”.
Em resumo acreditavam ser a matéria, incluindo o corpo, uma prisão
inerentemente limitante ou até mesmo um obstáculo maligno para a boa alma ou
espírito do ser humano e que o espírito, essencialmente divino, uma “centelha de
Deus”, habitava o túmulo do corpo. Para todos os gnósticos, a salvação significava
alcançar um tipo especial de conhecimento que não seria geralmente conhecido
pelos cristãos comuns nem sequer estaria à sua disposição. Tal gnoses ou
conhecimento implicava reconhecer a verdadeira origem celestial do espírito, sua
natureza divina essencial, como uma parte do próprio ser de Deus (como afirmam
hoje os adeptos da Nova Era).
O montanismo surgiu na Frígia, no segundo século, cujo líder chamava-se
Montano, identificado como o “parácleto”. Seus adeptos chamavam esse movimento
de
28. Tráfico de coisas sagradas ou espirituais, tais como sacramentos, dignidades, benefícios eclesiásticos, etc. Dicionário Aurélio.
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Deus, se bem que antes de toda criação. Jesus não tinha essência divina, pois o
encarnou no homem Jesus que é uma criatura, sendo a primeira criatura feita por Deus
Pai, e portanto uma criatura não pode ter a mesma essência/substância do Criador.
Para Ário Jesus é um ser mutável e foi chamado Filho de Deus devido à sua glória
futura, à qual foi escolhido. O Filho não tem como ser igual ao Pai, mas está acima de
todas as outras criaturas inclusive o homem, por isso não é errado venerar o Filho. Ário
via em Jesus um ser intermediário entre Deus e os homens, mas Deus é somente o Pai
que é Uno e Indivisível. Ele abalou a época com suas idéias, porém não fora com
argumentos vazios, mas fundamentou-se nas Escrituras para apoiar a sua idéia.
Assim estava formado o conflito e se tornou público quando Alexandre,
reunido no sínodo em Alexandria em 318, condenaram Ário e seus ensinos a
respeito de Cristo como heréticos e depuseram de sua condição de presbítero. Foi
ele obrigado a deixar a cidade. Inconformado buscou consolo de seu antigo amigo
Eusébio de Nicomédia, que já era bispo influente. Ambos começaram a persuadir
os bispos que não compareceram ao sínodo de Alexandria.
Logo houve protestos populares na cidade de Alexandria, onde o povo
marchava pelas ruas cantando as máximas teológicas de Ário. Os bispos a quem
havia escrito responderam que Ário estava com a razão e que Alexandre estava
ensinando falsas doutrinas.
O imperador Constantino resolveu intervir enviando o bispo Ósio de Córdoba,
seu conselheiro em assuntos eclesiásticos, para que tentasse reconciliar este
conflito. Ósio constatou que as raízes teológicas do conflito eram profundas e que
a questão não poderia ser resolvida individualmente.
Diante desse fato, o Imperador ordenou que todos os bispos cristãos
comparecessem para deliberar a respeito da pessoa de Cristo e a Trindade, em uma
reunião que ele presidiria em Nicéia, em 325. A grande assembléia realizou-se com a
presença de 318 bispos católicos e, somente 22 eram declaradamente arianos desde o
início.31 O próprio Ário não obteve licença para participar do Concílio por não ser
bispo. Foi representado por Eusébio de Nicomédia e Teogno de Nicéia. Alexandre de
Alexandria dirigiu o processo jurídico contra Ário e o arianismo sendo auxiliado por
seu jovem assistente
31. AGOSTINHO, Santo. A Trindade. São Paulo: Editora Paullus. 2ª ed. 1994, p. 11.
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Com este credo, que depois foram acrescentadas diversas cláusulas – e foram
tirados os anátemas do último parágrafo – se tornou a base do que hoje chamamos
de Credo Niceno, o credo cristão universalmente mais aceito.
32. Ek tes oysías toy patrós – “do mais intímo ser do Pai” – unido inseparavelmente.
33. Homooysion to patrí – ser único intimamente com o Pai; embora distintos em existência, estão essencialmente unidos.
34. Enanthôpésanta – tomando sobre si tudo aquilo que faz homem ao homem, alargando sarkôthénta, “fez-se carne”; ou, talvez, “viveu
como homem entre os homens”, alargando e salvaguardando o credo de Cesaréia “viveu entre os homens”, em anthrôpis politeysámenon.
Mas isto parece menos provável.
35. Eks oyk óntôn –“do nada”.
36. Isto é, moralmente mutável.
37. Isto é, moralmente mutável.
38. BETTENSON, H. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: Aste, 1998, p. 62.
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CARACTERÍSTICAS DOUTRINÁRIAS
DE UMA SEITA
Existem várias características comuns às seitas falsas, destacaremos alguns
que entendemos serem essenciais:
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tas por Ellen White não se cumpriram. Certo escritor adventista de renome assim
se pronunciou sobre Ellen Gould White: “Tudo quanto disse e escreve foi puro,
elevado, cientificamente correto e profeticamente exato. A irmã White jamais
escreveu uma inverdade nem fez predições que não se cumprissem”.40
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5.1.3 Os Mórmons
44. TALMAGE, James E. Um Estudo das Regras de Fé. São Paulo: Missão Brasileira, 1958, p. 220.
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aprenderem que deve surgir uma nova expressão da verdade. Acreditam que a
Bíblia que agora têm é perfeita e absoluta em si mesma. A verdade, logicamente, é
única, eterna, imutável e absoluta. A Bíblia, porém, não é a própria verdade, senão
um livro de texto que ensina a verdade”.45 Se a Bíblia não é a própria verdade como
o Rev. Moon afirma então a que deve ser comparada a Bíblia? O Princípio Divino
responde: “A escritura pode ser comparada a uma lâmpada que alumia a verdade.
Sua missão é espalhar a luz da verdade. Quando uma luz mais brilhante aparece,
extingue-se a missão da antiga. Todas as religiões de hoje falharam em conduzir a
presente geração do vale escuro da morte para o brilho da vida, de forma que deve
agora surgir uma nova verdade, que possa espalhar uma nova luz”.46 De novo surge
outra dúvida: Qual será o fim da Bíblia? Interpretando Mateus 24.29, o livro
responde: “o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do
firmamento...” explica: “Naturalmente, aqui a luz do sol significa a luz das palavras
de Jesus, e a luz da lua significa a luz do Espírito Santo, que veio como o Espírito de
verdade (João 16.13). Por isto, o fato de que o sol e a lua perderam sua luz significa
que as Palavras do Novo Testamento faladas por Jesus e o Espírito Santo perderão a
sua luz”.47 “Os cristãos de hoje, que são prisioneiros das palavras da Sagrada
Escritura, certamente criticarão as palavras e a conduta do Senhor do Segundo
Advento”.48 O Rev. Moon se intitula como sendo o Messias prometido nas Escrituras
e que suas palavras registradas no livro “Princípio Divino” são as novas revelações
de Deus para a humanidade.
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dado, não por um homem, mas pelos Espíritos”.49 Continua ele: “Todas as verdades se
encontram no Cristianismo. Os erros que nele se arraigaram são de origem humana”.50
Segundo Kardec quando seus ensinos concordam com a Bíblia ela é a Palavra de Deus,
quando ao contrário, o erro foi daqueles que a interpretaram erroneamente.
A Palavra de Deus nos dá uma definição clara quanto às atividades espíritas e
suas origens: “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas,
os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira” (Apocalipse 22.15; 21.8;
Êxodo 22.18; Isaías 47.9; 2 Crônicas 33.6; Deuteronômio 18.10-11).
A. O Espírito Santo
Testemunhas de Jeová
co o espírito santo é pessoa”.52 Dizem que o Espírito Santo não é uma pessoa
inteligente, mas sim uma força impessoal, invisível e ativa. Assim, o Espírito Santo
nada mais é do que um poder ou influência de Deus para executar a sua vontade.
Espiritismo Kardecista
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HERESIOLOGIA I
“Nas palavras de S. João: ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco. Esse Consolador, no meu entender, é a Ciência Divina”.59 A
declaração de que o Espírito Santo é a Ciência Cristã se assemelha ao ensino
espírita sobre o prometido Consolador.
A palavra hebraica para Espírito é “ruach” que pode ser traduzida por “Espírito
de Deus”, “Espírito de YAHWEH”, “teu Espírito”, “Espírito Santo”, “espírito do
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homem”, “vento”, “sopro” e “respiração”. A Septuaginta, versão grega do Antigo
Testamento, traduziu “ruach” pela palavra grega “pneuma”, que é um substantivo
neutro. Logo, ele não pode ser considerado uma mulher como afirma o Rev Moon.
Ele é revelado com sua própria individualidade (2 Coríntios 3.17-18; Hebreus 9.14;
1 Pedro 1.2). O Espírito Santo é uma Pessoa Divina como o Pai e o Filho como
afirma as Escrituras: “... para que mentiste ao Espírito Santo, retendo parte do
preço da propriedade?... Porque formaste este desígnio em teu coração? Não
mentiste aos homens, mas a Deus” (Atos 5.3-4), não é mera influência ou poder.
b. Jesus Cristo
As Testemunhas de Jeová
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Maçonaria
Espíritas Kardecistas
No livro Obras Póstumas, Allan Kardec fez um estudo sobre a natureza de Cristo
de quatorze páginas, com a intenção de provar que Jesus não era Deus. Ao final ele
afirma: “Se Jesus ao morrer, entrega sua alma nas mãos de Deus, é que ele tinha uma
alma distinta da de Deus, subordinada a Deus e, portanto ele não era Deus”.66
Resposta Apologética: Saber quem é Jesus Cristo é algo tão importante quanto
o que Ele fez. Muitos acreditam que ele esteve na terra, fez muitos milagres e muitas
outras coisas. A dificuldade para alguns é quem é Cristo? Que tipo de pessoa Ele é?
A Bíblia afirma ser a autoridade final na determinação de questões doutrinárias (2
Timóteo 3.16-17). A Palavra de Deus não permite novos ensinamentos que possam
alterar seu conteúdo ou fazer-lhe acréscimos. O apóstolo Paulo disse: “Mas, ainda
que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já
vos anunciamos, seja anátema” (Gálatas 1.8). Ao considerar a divindade de Cristo,
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65. ZARUR, Alziro. Doutrina do céu da LBV. p. 108, 112.
66. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Ed. Opus. Obras Completas. p. 1146.
a questão não reside em “se é fácil crer nessa divindade, ou mesmo compreendê-la”,
mas se ela é ensinada na Palavra de Deus. A Bíblia ensina que Deus não pode ser
compreendido pela mente humana (Jó 11.7; 42.2-6; Salmos 145.3; Isaías 40.13; 55.8-
9; Romanos 11.33). Assim sendo devemos permitir que Deus dê a ultima palavra a
respeito de si mesmo, quer possamos ou não compreendê-la inteiramente. A Bíblia
ensina que Jesus é Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas forma feitas por
meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1.1-3; 20.28; Tito 2.13; 1 João
5.20). Jesus Cristo conferiu para si os nomes e títulos dados a Deus no Antigo
Testamento e também permitiu que outros assim o chamassem. Quando Jesus
reivindicou esses títulos divinos, os principais dos judeus ficaram tão irados que
tentaram matá-lo por blasfêmia. Ele reivindicou para si o nome mais respeitado
pelos judeus, tido como tão sagrado que eles sequer o pronunciavam: YHWH.
Deus revelou pela primeira vez o significado desse nome ao seu povo. Depois de
Moisés haver lhe perguntado por qual nome deveria chamá-lo, “ E disse Deus a Moisés:
EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a
vós” (Êxodo 3.14). “EU SOU” não é a tradução de YHWH. Todavia, trata-se de um
derivado do verbo “ser”, do qual também deriva o nome divino YAHWEH (YHWH) em
Êxodo 3.14. Portanto, o título “EU SOU O QUE SOU” indicado por Deus a Moisés é a
expressão mais plena de seu ser eterno, abreviado no versículo 15 para o nome
divino YHWH. A Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento hebraico, traduziu o
primeiro uso da expressão “EU SOU” em Êxodo 3.14 por “ego eimi” no grego.
Em várias ocasiões Jesus empregou o termo “ego eimi” referindo-se a si mesmo, na
forma unicamente usada para Deus. Um exemplo claro é aquele em que “disseram- lhe
pois os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão? Disse:lhe Jesus:: Em
verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse eu sou. (no grego: “ego
eimi”). Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do
templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.” (João 8.57-59). Jesus atribuiu esse
título a si mesmo também em outras ocasiões. Neste mesmo capítulo Ele declarou: “Por
isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou (no
grego: “ego eimi”), morrereis em vossos pecados” (João 8.24). Disse ainda: “Quando
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HERESIOLOGIA I
levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, (no grego:“ego eimi”) e
que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.” (João 8.28). Quando os
guardas do templo, juntamente com os soldados romanos foram prendê-lo na noite
anterior à crucificação, Jesus perguntou-lhes: “A quem buscais? Responderam-lhe: A
Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu (no grego: ego eimi”). Quando Jesus lhes disse:
Sou eu (no grego: “ego eimi”), recuaram e caíram por terra” (João 18.4-6).
Não resta dúvida quanto a quem os líderes judaicos pensavam que Jesus estava
proclamando ser. Fica, portanto bem claro que, na mente daqueles que ouviram essa
afirmação, não havia qualquer incerteza de que Jesus tivesse dito perante eles que
Ele era Deus. Essas afirmações foram consideradas blasfêmias pelos líderes
religiosos, e resultaram em Sua crucificação “porque se fez filho de Deus” (João
19.7).
Os atributos divinos que são dados a Deus Pai também o são encontrados em
Jesus, o que evidencia sua divindade, portanto o Filho é Deus como o Pai e o Espírito
Santo (Mateus 28.19; 2 Coríntios 13.13; Efésios 4:4-6, 1 Jo 5.7). Veja na tabela:
Espírito
Atributos Pai Filho Santo
Onipresença Jr 23.24 Ef 1.20-23 Sl 139.7
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c. Deus Pai
Os Mórmons
Ensinam que Deus Pai já foi um homem antes de progredir até tornar-se Deus.
Segundo este ensino, Deus agora é um homem exaltado, e o próprio homem pode
se tornar um Deus. Um dos problemas que os mórmons têm com a afirmação de
que Deus uma vez já foi homem é: se Deus uma vez já foi homem, antes de se
tornar Deus, então o homem, de fato torna-se o criador, ou pelo menos o precursor
em evolução de Deus, em vez de Deus ser o criador do homem. Para deixarmos
bem claro qual é a verdadeira crença dos mórmons com relação à natureza de Deus,
damos a seguir uma série de citações tiradas de fontes reconhecidamente
mórmons, que revelam plenamente o que eles querem dizer quando falam de
“Deus”.
“O próprio Deus já foi como nós somos agora – ele é um homem exaltado,
entronizado em céus distantes! Esse é o grande segredo. Se o véu se rompesse
hoje, e o grande Deus que mantém este mundo em sua órbita, e que sustenta
todos os mundos e todas as coisas por seu poder, se fizesse visível – digo se vós
pudésseis vislumbrá-lo hoje, vê-lo-eis em forma de homem – como vós em toda
pessoa, imagem e na própria forma de um homem; pois Adão foi criado à própria
imagem e semelhança de Deus, e dele recebia instruções e com ele andava, falava
e conversava, exatamente como um homem fala e conversa com outro”.67
“Lembrai-vos de que Deus, nosso Pai Celestial, já uma vez talvez tivesse sido
uma criança, e mortal como nós somos e se elevou um passo na escala do
progresso, na escola do adiantamento”.68
67. SMITH, Joseph. Ensinos do Profeta José Smith. São Paulo: SUD, p. 336.
68. HYDE, Orson. Journal of Discourses. Vol. 1, p. 123; publicado por F. D. e S. W. Richards, Liverpool, 1854; edição reimpressa, Salt Lake
City, Utah, 1966.
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HERESIOLOGIA I
ele próprio”.69
“Como o homem é, Deus foi; como Deus é, o homem poderá vir a ser”.70
“... vou contar-vos como Deus veio a ser Deus. Temos imaginado e suposto que
Deus é Deus desde o todo sempre. Eu refutarei esta idéia e retirarei o véu, para que
possais enxergar”.71
“Aqui, então, está a vida eterna – conhecer o único Deus sábio e verdadeiro; e
tereis que aprender como vos tornar deuses vós mesmos, e como serdes reis e
sacerdotes para Deus, da mesma forma como todos os deuses fizeram antes de vós,
isto é, passando de um pequeno degrau para outro, de outro, de uma capacidade
menos para outra maior; de graça em graça, de exaltação em exaltação, até que
consigais ressuscitar os mortos e sejais capazes de habitar em fulgores eternos e
de assentar-vos em glória, como aqueles que estão entronizados em poder
infinito”.72
Os Mórmons acreditam que Deus tem corpo físico. Além de ensinarem que
Deus é um homem exaltado, os mórmons e a doutrina mórmon afirma que Deus
tem corpo visível e material. A afirmação mórmon de que Deus é um homem
exaltado e que tem corpo físico tem levado os mórmons à cegueira espiritual
seguindo “seu profeta” Brigham Young que “profetizou”: “Adão... é nosso Pai e
nosso Deus, e o único Deus com quem devemos lidar”. De novo diz ele: “Jesus
Cristo não foi gerado pelo Espírito Santo”.73
Para corroborar esses ensinos citaremos ainda mais algumas autoridades
mórmons, quanto ao assunto proposto:
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HERESIOLOGIA I
Filho também; mas o Espírito Santo não possui um corpo de carne e ossos; mas é
um personagem de Espírito...”.74
“Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em seu filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo.
Aceitamos esses três personagens como o supremo conselho governante nos
céus. O Pai e o Filho possuem tabernáculos de carne e ossos”.75
Poderíamos continuar citando passagens de muitos outros livros e
publicações oficiais mórmons, mas entendemos que essas bastam para provar o
fato.
Seicho-No-Iê
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HERESIOLOGIA I
Espíritas Kardecistas
Os Mórmons
Uma das principais características das seitas falsas é esta, não se submeter à
organização ou à igreja equivale a desobedecer a Deus. O pseudocristianismo, em
muitas de suas formas, com freqüência têm anunciado que “não existe salvação fora
do seu sistema religioso”, significando, naturalmente, a sua própria organização
religiosa.
A maioria das religiões e seitas alega terem restaurado alguma coisa do
cristianismo primitivo que os discípulos de Cristo, na atualidade deixaram de praticar,
e por isso se apostataram do verdadeiro evangelho. Realmente torna-se tão
fundamental essa alegação que desempenha um papel relevante na estrutura
doutrinária das seitas e religiões. Acreditam que, numa determinada data, o
movimento apareceu por vontade divina para restaurar o que foi perdido. O
mormonismo diz ter restaurado o evangelho, o adventismo afirma ter restaurado a
guarda do sábado, a igreja internacional de cristo (movimento de Boston) diz ter
restaurado a metodologia do discipulado, a igreja católica apostólica romana afirma
ter restaurado a autoridade apostólica, o moonismo afirma ter restaurado a missão
messiânica. Daí a ênfase de exclusividade.
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