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Significado de Anátema

O que é Anátema:
Anátema significa excomunhão, execração, maldição, reprovação enérgica. Do grego
“Anáthema” (coisa posta de lado), formada da preposição “aná” (de lado) mais “tithemí” (colocar).
Anátema é uma palavra canônica (relativa às regras da igreja) que se refere à condenação de
uma doutrina contrária a qualquer verdade do Evangelho de Cristo.
Anátema é a expulsão, a condenação, a excomunhão e execração, do seio da Igreja, de qualquer
pessoa que segue doutrina contrária à verdade da fé católica. Os adjetivos excomungado, maldito
e amaldiçoado, qualificam aqueles indivíduos que condenam o patrimônio da fé católica.
Anátema e o Novo Testamento
No Novo Testamento, segundo os estudiosos, o termo anátema é empregado
como maldição, execração, opróbrio.
Em Gálatas 1:8, o apóstolo Paulo escreve: “não existe outro evangelho – Estou admirado de
vocês estarem abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo,
para aceitarem outro evangelho. Na realidade, porém, não existe outro evangelho. Há somente
pessoas que estão semeando confusão entre vocês, e querem deturpar o Evangelho de Cristo.
Maldito aquele que anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que anunciamos, ainda que
sejamos nós mesmos ou algum anjo do céu”.
Significado de Apostasia
O que é Apostasia:
Apostasia significa a ação de renegar algo, normalmente relacionado com a renúncia de uma
religião ou da fé religiosa.
Consiste na condição de afastamento total e definitivo de alguma coisa, como uma doutrina,
ideologia e etc, sem a permissão ou autorização de terceiros.
O apóstata, indivíduo que pratica a apostasia, em alguns casos pode sofrer consequências
negativas por seu ato de renúncia.
Muitas doutrinas e partidos não aceitam a livre decisão de abandono de seus membros, que são
perseguidos, discriminados ou difamados publicamente.
Etimologicamente, “apostasia” se originou a partir do latim apostasía, que significa “defecção” ou
“abandono de um partido”.
Apostasia na igreja
Este termo é comumente empregado para se referir ao ato de renúncia da fé religiosa.
Um dos apóstatas mais conhecidos foi Ário, que renegou o princípio católico da Santíssima
Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) como um só ser e criou o Arianismo.
Saiba mais sobre o Arianismo.
No âmbito religioso, existem dois tipos principais de apostasia: a apostasia de doutrinas ou ideias
específicas.
Ário foi considerado um apóstata total, quando o indivíduo perde totalmente a sua fé cristã e deixa
de acreditar em Deus, por exemplo.
Apostasia na bíblia
Em uma passagem no livro de Tessalonicenses, na bíblia, existe uma menção ao ato da
apostasia. Ela se refere a renúncia do "falso cristão" à fé, ou seja, aqueles que realmente tiverem
Deus no coração nunca cometerão a apostasia.
"Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e,
então, será revelado o homem do pecado o filho da perdição." (2 Tessalonicenses, 2:3)
Apostasia e heresia
Na religião, apostasia e heresia possuem significados semelhantes.
Heresia significa “opção” ou “escolha”, e consiste no afrontamento de dogmas ou princípios da
igreja.
O herege, normalmente, executa ações que contradizem com os valores de determinada doutrina,
sendo considerado, por consequência, um indivíduo impuro e merecedor dos castigos previstos
na Palavra de Deus, de acordo com a bíblia.
A Santa Inquisição, por exemplo, foi uma campanha de perseguição aos hereges, no século XIII.
Saiba mais sobre o significado de Heresia
Significado de Heresia
O que é Heresia:
Heresia significa escolha, opção, e é um termo com origem no termo
grego haíresis. Heresia ocorre quando alguém tem um pensamento diferente de um sistema ou
de uma religião, sendo assim quem pratica heresia, é considerado um herege.
Uma heresia é uma doutrina que se opõe frontalmente aos dogmas da Igreja. Fora do contexto da
religião, uma heresia também pode ser um absurdo ou contrassenso.
A heresia acontece quando qualquer indivíduo ou um grupo resolve ir contra uma religião, em
especial aquelas que são muito rígidas. A heresia surgiu com a Igreja Católica, no século XVIII,
em especial no período da Idade Média, quando ela começou a sentir-se ameaçada por pessoas
que criticavam seus dogmas e seus ensinamentos. A definição tanto da Igreja Católica como das
Igrejas Protestantes, é que heresia é a oposição às mensagens ensinadas por Jesus, e a heresia
é dita na própria Bíblia.
Uma heresia consiste na negação ou dúvida pertinaz, por parte de um cristão, de alguma verdade
que se deve crer com fé divina. As heresias apareceram ao longo da história da Igreja pela
negação ou recusa voluntária de uma ou mais afirmações de fé. Por sua transcendência teológica
e política, são destacadas as heresias relativas à natureza e missão de Cristo (arianismo,
nestorianismo e monofisismo, entre outras); em relação à liberdade do homem e à ação de graça
(pelagianismo, protestantismo), em relação à luta entre o bem e o mal (maniqueísmo, catarismo,
etc.); em relação à função, à vida e constituição da Igreja (valdenses, hussitas, protestantismo,
etc.).
A partir do século IV os concílios ecumênicos passaram a ser o principal instrumento eclesiástico
para a definição da ortodoxia e condenação das heresias e desde o século XVI a vigilância
doutrinal passou a ser exercida pela Sagrada Congregação da Inquisição, chamada Santo
Ofício desde 1908 e da Doutrina da Fé a partir de 1965.
Nos estados em que o catolicismo era a religião estatal, os hereges contumazes eram entregues
com frequência ao braço secular para aplicação das penas civis, que podiam incluir pena de
morte. Na sua própria esfera, a Igreja impõe penas canônicas, sendo que a mais importante é a
excomunhão.
Heresias Cristológicas
Heresias cristológicas são ideias e doutrinas a respeito de Jesus Cristo que vão contra os
ensinamentos da Igreja Católica. Algumas dessas doutrinas heréticas são: docetismo,
adocionismo, arianismo, apolinarismo, nestorianismo, monofisismo e monotelismo.
Santa Inquisição
A Igreja Católica ficou tão preocupada com as criticas aos seus ensinamentos que criou, no
século XIII o Tribunal da Igreja Católica, mais conhecido como A Santa Inquisição. A Inquisição
tinha o objetivo de perseguir, julgar e punir as pessoas acusadas de heresia, e esses eram
considerados como inimigos de estado, quando cometiam os atos por mais de um ano.
As punições por heresia eram muito severas, os hereges eram queimados vivos, torturados ou
então estrangulados, e durou mais de cinco séculos.
Significado de Inquisição
O que foi a Inquisição:
A Inquisição (ou Santo Ofício) foi um conjunto de procedimentos judiciais que logo se tornaram
instituições dentro da Igreja Católica Romana.
A Inquisição foi estabelecida pelo papado durante a Idade Média (século XIII) com o objetivo
de combater a heresia, ou seja, qualquer linha de pensamento contrária a da Igreja Católica na
época.
A primeira aparição da Inquisição se deu na França como resposta aos movimentos apóstatas e
heréticos na visão da Igreja. Com o início do Renascimento e em reação à Reforma Protestante, a
ação da Inquisição medieval foi expandida e deu origem a outros modelos na Espanha e em
Portugal.
Inquisição medieval
A Inquisição medieval pode ser dividida em dois períodos distintos: a Inquisição episcopal e
Inquisição papal.
A Inquisição episcopal foi a primeira forma de Inquisição criada no âmbito da Igreja Católica. Ela
surgiu por volta de 1184 quando o Papa Lúcio III designou a investigação da crença dos cátaros,
um grupo no sul da França que acreditava na existência de dois deuses.
O termo “episcopal” se deve ao fato de que as investigações eram administradas por bispos que,
após delegação do papa, estavam incumbidos de erradicar a heresia. Para tanto, a Igreja conferiu
aos responsáveis total liberdade para julgar e punir os considerados hereges.

Emblema da Inquisição. Ao lado da cruz cristã estão o ramo e a espada, simbolizando,


respectivamente, a misericórdia e a justiça.
Tribunais da Inquisição
Os julgamentos realizados pela Inquisição sempre favoreciam a acusação (a Igreja). A confissão
era a melhor forma de se obter uma pena mais branda, e a pena de morte foi aplicada em 2% dos
casos. Além disso, os inquisidores podiam manter os acusados presos por anos enquanto
aguardavam o julgamento.
Mesmo com as diversas injustiças, os acusados pela Inquisição possuíam alguns direitos durante
o processo. Entre os principais estava o direito do acusado de nomear os indivíduos que
possuíssem “ódio mortal” contra ele. Caso algum dos acusadores estivesse entre os nomeados, o
acusado era libertado e o acusador sofreria prisão perpétua.
Considerando que era uma prática legalizada na época, a utilização de métodos de tortura era
comum para obter confissões. A Igreja utilizava diversos aparatos fabricados exclusivamente para
fins de tortura e, entre as penas aplicadas, o uso de fogueiras para queimar vivos os hereges mais
rebeldes era uma das mais frequentes.
Com relação à tortura, por mais que a Inquisição seja frequentemente relacionada com tais
métodos, a prática era, na verdade, legalizada e utilizada por diversas autoridades, inclusive civis.
Durante a Inquisição a Igreja estabeleceu diversas restrições aos métodos de tortura. Entre elas
estão a imposição de limite de tempo, a limitação a determinados casos, etc.

Tortura durante a Inquisição. O aparato retratado na foto se chamava "banco de tortura" e


consistia em uma estrutura de madeira com um rolo em cada extremidade. Os membros do
acusado eram amarrados com cordas ligadas aos rolos e, em seguida, eram esticados até que
suas articulações deslocassem.
Um dos casos mais famosos de julgamentos durante a Inquisição foi a execução de Joana D'arc
na fogueira. A chefe militar foi capturada durante a Guerra dos Cem Anos e levada a julgamento
perante a Igreja. No dia 30 de maio de 1432, Joana foi queimada viva em um auto-da-fé realizado
na cidade de Rouen, na França.
Inquisição espanhola
A Inquisição espanhola, também conhecida como Tribunal do Santo Ofício, foi instaurada na
Espanha em 1478. Seu objetivo principal era a conversão de judeus e muçulmanos ao
catolicismo.
A Inquisição espanhola operou na Espanha e em todas as suas colônias na América do Norte,
América Central e América do Sul. Estima-se que cerca de 150 mil pessoas foram julgadas por
diversos crimes durante os três séculos de duração da Inquisição espanhola, dos quais resultaram
aproximadamente 5 mil execuções.
A inquisição foi abolida na Espanha pela primeira vez durante o reinado de Napoleão Bonaparte,
entre 1808 e 1812 e extinta de forma definitiva em 1834 por um decreto real da rainha Maria
Cristina das Duas Sicílias.
Inquisição Portuguesa
A Inquisição portuguesa foi estabelecida em Portugal em 1536 sob requisição do rei João III com
o objetivo principal de converter os adeptos do judaísmo ao catolicismo.
A Inquisição portuguesa era administrada por um Grande Inquisidor nomeado pelo Papa, mas
selecionado pelo rei, e sempre pertencente à família real. O Grande Inquisidor era responsável
por nomear outros inquisidores.
Sob o comando do rei, as atividades da Igreja incluíram a censura de livros e o combate a
bruxaria, divinação e bigamia. No entanto, a ação da Inquisição transcendeu os assuntos
religiosos e passou a exercer influência em quase todos os aspectos da vida do país.
As penas eram aplicadas publicamente em rituais chamados autos-da-fé. Estudos demonstram a
existência de pelo menos 760 autos-da-fé ocorridos no país, resultantes em mais de 1000
execuções públicas.
Representação visual de um auto-da-fé, evento no qual os hereges eram punidos publicamente
como forma de desencorajar a população a praticar atos contrários à Igreja.
A Inquisição portuguesa expandiu seu foco de operações para colônias de Portugal, incluindo
Cabo Verde, Goa e Brasil. A instituição foi extinta oficialmente no ano de 1821 durante uma
sessão das Cortes Gerais, um conjunto de políticos que prestavam consultoria ao rei.
Inquisição no Brasil
No Brasil, a Inquisição teve início do Período Colonial e consistiu em visitas ao país por parte de
inquisidores europeus. O intuito era combater qualquer crença diversa ao catolicismo e punir
crimes como a feitiçaria, bigamia, adultério, sodomia, etc.
Os suspeitos de heresia eram enviados para Portugal, onde eram julgados e punidos conforme os
métodos típicos da Inquisição.
A Inquisição foi extinta no Brasil em 1774.
Inquisição protestante
No século XVI ocorreu a chamada Reforma Protestante, um movimento cristão liderado por
Martinho Lutero que tinha o objetivo de reformar diversos aspectos da doutrina católica.
Diversos historiadores alegam que, apesar de ser um movimento contrário ao catolicismo, a
Reforma Protestante utilizou diversos métodos característicos da Igreja para disseminar seus
ideais, formando uma verdadeira Inquisição protestante.
Debate-se que, na Alemanha, Lutero teria exigido a perseguição dos anabatistas, um grupo
cristão que discordava de vários pontos da crença evangélica. Assim, os protestantes da época
teriam perseguido fiéis e praticado torturas, encarceramentos e execuções, assim como a
Inquisição católica.
Apesar de diversos indícios que sugerem a existência de uma Inquisição protestante, não existe
consenso entre os historiadores sobre o assunto.
A videira verdadeira
DEUS
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Qual o significado da parábola que Jesus contou sobre a videira verdadeira? Como podemos
produzir frutos em nossa vida cristã? 
Pr. Neumoel Stina
No livro de João no capítulo 15, Jesus conforta seus discípulos dizendo: “Eu Sou a Videira
verdadeira. . . permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (João 15: 1 e 4). O resumo é que
Jesus é a videira e cada discípulo, cada seguidor, cada cristão é um ramo.
Depois da última ceia, Jesus e os discípulos foram para o Monte das Oliveiras. Jesus tinha
costume de se retirar e ir para este Monte para refazer as forças e também para ficar em íntima
comunhão com o Pai.
E durante o caminho Jesus usou a ilustração da videira. Ele disse: “Eu Sou a Videira”.
Em vez de escolher a palmeira ou o cedro, ou então o vigoroso carvalho, Jesus escolheu a
videira. Talvez porque as outras árvores fossem majestosas por si próprias e conseguiam manter-
se em pé sozinhas.
Mas a videira não. Ela precisa de grades para se entrelaçar e assim seus galhos crescem em
direção ao céu. Jesus em Sua humanidade, dependia do poder divino. Ele mesmo disse: “Eu não
posso de Mim mesmo fazer coisa alguma” (João 5:30).
Os judeus consideravam a videira como a mais nobre das plantas, também a videira representava
tudo quanto é poderoso e frutífero. Israel era representado por uma videira plantada por Deus na
terra prometida. Eles julgavam que estariam salvos enquanto estivessem ligados a Israel. Porém
Jesus disse: “Eu sou a Videira verdadeira, e Meu Pai é o Lavrador” (João 15:1). Nos Montes da
Palestina Deus plantou a Videira que é Jesus. Muitas pessoas foram atraídas a Jesus e
reconheceram nEle a origem divina. Porém, para os guias religiosos da época, Jesus parecia uma
raiz em terra seca. Não deram importância a Jesus. Humilharam, esmagaram e pisaram a Videira.
A figura da videira é um símbolo perfeito. Quando Jesus disse: “Eu Sou a Videira e vocês são os
ramos”, Ele quis dizer que a ligação dos ramos com a videira, representa a relação que devemos
ter com os Céus, na pessoa de Jesus. Quando estamos ligados à Videira, recebemos forças como
que um renovo, que é enxertado na videira viva, e fibra por fibra, veia por veia, imerge no tronco.
A vida da videira torna-se a vida do ramo. Assim a alma morta em ofensas e pecados recebe vida,
diante da ligação com Jesus. E é pela fé em nosso Salvador pessoal, que é formada esta união. E
é maravilhoso estar ligado a Jesus, nosso Salvador pessoal e dEle recebermos forças para viver o
dia a dia. Porém, o próprio Jesus disse: “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós: como o
ramo de si mesmo, não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não
estiverdes em mim” (João 15:4).
Separado da videira o ramo não pode sobreviver. A raiz é Jesus. A raiz por meio dos galhos,
envia a nutrição aos ramos mais afastados. Dessa mesma maneira Jesus comunica a todas as
pessoas que estão ligadas a Ele, a corrente do vigor espiritual. Como o ramo é nutrido pela seiva
da videira, quase que sem cessar, assim deve o cristão se apegar à Videira verdadeira, e dEla
receber força e poder para vencer o mal.
Outro aspecto muito importante da parábola da videira é o dar frutos. O resultado natural quando
um ramo permanece ligado à videira é dar frutos. Dar frutos significa que a mensagem da
salvação não deve ficar limitada somente a nós. Quando a videira dá frutos esses frutos servem
para alimentar e consequentemente são úteis para as pessoas. Assim é o cristão que dá frutos.
Sua vida quando ligada à Videira verdadeira que é Jesus, será uma fonte inesgotável do amor,
pronta para ajudar a todos que necessitem de uma palavra de ânimo.
“O objetivo da vida cristã é a frutificação, a reprodução do caráter de Cristo no crente, para que Se
possa reproduzir em outros.” (Parábolas de Jesus, p. 67).
O mais importante de tudo isso é reconhecer Jesus como nosso Salvador pessoal. Se deixarmos
de reconhecer a Jesus como nosso Salvador, mesmo que pretendamos ser cristãos, jamais
poderemos produzir bons frutos. Devemos participar da natureza de Jesus, com o poder que Ele
nos dá de vencermos as tentações que enfrentamos. Devemos deixar que Jesus opere em nós o
Seu querer e efetuar.
Se deixarmos de participar da natureza de Jesus, não produziremos frutos. Se não produzirmos
frutos, finalmente nos desligaremos de Jesus. Se por outro lado permanecermos em Jesus
seremos ramos vivos e produtivos. E a união que teremos com Jesus, que é o resultado de uma
contínua comunhão, nos tornará livres. E a liberdade derivada desta união nos trará a paz de que
necessitamos.
Esta união com Jesus é resultado do estudo diário da Bíblia e de uma vida de fervorosa
oração. Gostaria você de ser o ramo que vem da Videira verdadeira? Gostaria você de ser um
ramo produtivo? Nada trará mais paz e liberdade do que estar do ligado a Jesus.
O que a Bíblia diz sobre o inferno?
BÍBLIA
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A Bíblia afirma que o ser humano é uma alma mortal (Gênesis 2:7; Ezequiel 18:20); que ele
permanece em estado de completa inconsciência na morte (Salmo 6:5; 115:17; Eclesiastes 3:19 e
20; 9:5 e 10); e que os ímpios serão aniquilados no juízo final (Malaquias 4:1).
Pr. Alberto R. Timm, Ph. D.
A noção de um “inferno” de fogo eterno para castigar os maus está intimamente associada à
teoria da imortalidade natural da alma. Já no Jardim do Éden, Satanás, na forma de uma
serpente, disse a Eva que ela e Adão não morreriam (Gênesis 3:4; Apocalipse 12:9). Entre os
antigos pagãos havia noções de um outro mundo no qual os espíritos dos mortos viviam
conscientes. Essa crença, somada à noção de que entre os seres humanos existem pessoas boas
e pessoas más que não podem conviver para sempre juntas, levou antigos judeus e cristãos a
crerem que, além do paraíso para os bons, existe também um inferno para os maus.
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Muitos eruditos criam que a noção de um inferno de tormento para os ímpios derivara do
pensamento persa. Mas em meados do século 20 essa teoria já havia perdido muito de sua força,
diante das novas investigações que enfatizavam a influência grega sobre os escritos apocalípticos
judaicos do 2o século a.C. Tal ênfase parece correta, pois na literatura greco-clássica aparecem
alusões a um lugar de tormento para os maus. Por exemplo, a famosa Odisséia de Homero
(rapsódia 11) descreve uma pretensa viagem de Ulisses à região inferior do Hades, onde mantém
diálogo com a alma de vários mortos que sofriam pelos maus atos deles. Também Platão, em sua
obra A República, alega que “a nossa alma é imortal e nunca perece”.
Por contraste, o Antigo Testamento afirma que o ser humano é uma alma mortal (Gênesis 2:7;
Ezequiel 18:20); que ele permanece em estado de completa inconsciência na morte (Salmo 6:5;
115:17; Eclesiastes 3:19 e 20; 9:5 e 10); e que os ímpios serão aniquilados no juízo final
(Malaquias 4:1). Mas tais ensinamentos bíblicos não conseguiram impedir que o judaísmo do 2o
século a.C. começasse a absorver gradativamente as teorias gregas da imortalidade natural da
alma e de um lugar de tormento onde já se encontram as almas dos ímpios mortos. Esse lugar de
tormento era normalmente denominado pelos termos Hades e Sheol.
Já nos apócrifos judaicos transparecem as noções de uma espécie de purgatório (Sabedoria 3:1-
9) e de orações pelos mortos (2o Macabeus 12:42-46). Mas o pseudepígrafo judaico de 1o Enoque
(103:7) assevera explicitamente: “Vocês mesmos sabem que eles [os pecadores] trarão as almas
de vocês à região inferior do Sheol; e eles experimentarão o mal e grande tribulação – em trevas,
redes e chamas ardentes.” Também o livro de 4 o Enoque (4:41) fala que “no Hades as câmaras das almas são como o útero”. A idéia
básica sugerida é a de uma alma imortal que sobrevive conscientemente a morte do corpo.
O Novo Testamento, por sua vez, fala acerca da morte como um sono (João 11:11-14; 1 Coríntios
15:6, 18, 20 e 51; 1 Tessalonicenses 4:13-15; 2 Pedro 3:4) e da ressurreição como a única
esperança de vida eterna (João 5:28 e 29; 1 Coríntios 15:1-58; 1 Tessalonicenses 4:13-18). Mas o
cristianismo pós-apostólico também não conseguiu resistir por muito tempo à tentação
paganizadora da cultura greco-romana, e passou a incorporar as teorias da imortalidade natural
da alma e de um inferno de tormento já presente. Uma das mais importantes exposições
medievais do assunto aparece em A Divina Comédia, de Dante Alighieri, cujo conteúdo está
dividido em “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso”.
Além de conflitar com os ensinos do Antigo e do Novo Testamento, a teoria de um inferno eterno
também conspira contra a justiça e o poder de Deus. Por que uma criança impenitente, que viveu
apenas doze anos, deveria ser punida nas chamas infernais por toda a eternidade? Não seria
essa uma pena desproporcional e injusta (Apocalipse 20:11-13)? Se o mal teve um início, mas
não terá fim, não significa isso que Deus é incapaz de erradicá-lo, a fim de conduzir o Universo à
sua perfeição original? Cremos, portanto, que a teoria de um tormento eterno no inferno é
antibíblica e conflitante com o caráter justo e misericordioso de Deus.
CONHEÇA A IMPORTÂNCIA DA OLIVEIRA – A ÁRVORE SAGRADA DO MEDITERRÂNEO

» ESPIRITUALIDADE  REFLEXÕES E CONHECIMENTO

Por WEMYSTIC BRASIL

Tempo de leitura: 7 min

Os benefícios do consumo de azeite de oliva são vastamente conhecidos por pessoas que
buscam saúde e boa alimentação na atualidade. Porém, desde tempos antigos, o bálsamo do
Mediterrâneo sempre teve amplo destaque nos ambientes sociais e religiosos. Não apenas o
azeite e os demais produtos gerados por essa árvore, mas a importância da Oliveira em si é
destaque em diversas culturas. A árvore de Oliveira é considerada sagrada tanto no mundo
terrestre quanto espiritual.
OLIVEIRA: UMA ÁRVORE SAGRADA
Na Grécia antiga, a Oliveira era respeitada como sagrada, carregando significados como paz,
sabedoria, abundância e glória dos povos. Ainda representava a beleza, fecundidade e dignidade.
A bela árvore era um símbolo frequente em diversas tradições religiosas, além das místicas,
culturais, medicinais e gastronômicas, mostrando a ampla importância da Oliveira.
Para a mitologia, a árvore foi consagrada aos Deuses Minerva, Júpiter e especialmente a Apolo –
Deus da cura, da música, da luz, da profecia, da poesia e protetor de jovens atletas e guerreiros.
As sombras da árvore eram procuradas pelas gregas quando desejavam engravidar, onde
passavam um longo tempo absorvendo sua energia de fertilidade e paz.
Em competições e jogos, os vencedores recebiam uma coroa confeccionada com folhas e ramos
de oliveiras. O ornamento representava a vitória, a conquista e antigamente, era utilizado como
uma joia real chamada de coroa do Fauno – criatura da mitologia que é a personificação da
virilidade e prazer sensorial. Aquele que era o primeiro colocado, a ganhava como premiação,
simbolizando a mais alta honra ao atleta, como conta a história dos jogos olímpicos.
Pela importância da Oliveira e por ser considerada uma árvore sagrada, sempre esteve presente
em lugares energeticamente importantes. Os pilares e portas do Templo de Salomão foram feitos
com madeira de Oliveira. O seu óleo era usado nos candelabros e lamparinas do Templo, assim
como em cerimônias de consagração de Sacerdotes e Reis – chamado de “óleo da alegria”.   “Tu
tens amado a justiça, e odiado a iniquidade, por isso Deus, o teu Deus te ungiu como óleo da
alegria mais que teus companheiros. ” (Salmo 45:7)
No Egito, somente Ísis possuía o condão para ensinar a cultivar a Oliveira. Enquanto na Grécia, a
guardi
ã da árvore era Palas Atena, deusa da sabedoria e da paz. Em Roma, Minerva que concedia ao
povo os atributos da planta.
A lenda grega conta que Atena e Poseidon disputaram um pedaço de terra até que o caso chegou
no Tribunal dos Deuses, o qual definiu que ganharia a terra quem criasse a obra mais incrível.
Então, Poseidon fincou seu tridente em uma pedra e criou o mar. Enquanto Atena, calmamente
fez brotar da terra a oliveira, sendo eleita por 12 juízes como ganhadora. Na mesma região, ela
ainda é conhecida como “árvore invencível que renasce de si mesma”.
Também é interessante relembrar o momento em que Jesus Cristo recorre ao Jardim de Oliveiras,
o que foi fonte de inspiração para Ludwig van Beethoven, que compôs o oratório “Cristo no Monte
das Oliveiras”. A obra descreve a sequência de eventos significativos da narrativa religiosa da
paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Segundo a tradição, Jesus subiu o Monte das Oliveiras para orar e meditar logo depois da ceia em
que anunciou sua morte em iminência. Ciente do destino que o aguardava, enfrentou uma noite
longa de dúvidas, angústias e aflições. O lugar escolhido para meditar neste difícil momento foi
exatamente sob as árvores sagradas, que emanavam em seu entorno uma sensação de paz e
conforto. Este é um fato que demonstra a importância da Oliveira para o cristianismo.
Na Bíblia ainda consta em Gênesis, que a pomba de Noé carrega no bico um ramo de oliveira
mostrando que o mundo revive. Também nas escrituras do Corão, mostra-se que a árvore nasceu
no monte Sinai e faz-se referência ao óleo extraído dela para se transformar em luz de candeia
como “astro rutilante”. Em Israel, existe uma edificação que homenageia a importância da Oliveira,
chamado Convento de Nossa Senhora da Oliva.
Esta árvore traz muito mais em si do que podemos imaginar. Ela transcende um símbolo para
uma ação, já que estender um ramo de oliveira representa uma oferta de paz. A Oliva possui uma
relação com o princípio de regeneração, equilíbrio e paz. O significado de Olívia é “aquela que
traz paz”, inspirado na história da árvore sagrada.

Clique aqui: Flor de Lótus – significado e simbolismo da flor sagrada

A IMPORTÂNCIA DA OLIVEIRA NA BÍBLIA SAGRADA


A Oliveira é uma das árvores mais mencionadas na Escritura, devido sua conexão intensa com o
povo de Israel e por tudo o que representa. Mesmo nos dias atuais, as Oliveiras que rodeiam as
montanhas da Galileia, Samaria e Judeia encantam as pessoas que visitam Israel pela primeira
vez. Acredita-se que quem as observa, sente a graça e os simbolismos que a separam de outras
árvores. Como os demais símbolos de Israel, os atributos da Oliveira foram utilizados pelos
escritores da Bíblia para ensinar os fiéis sobre Deus, Israel e sua relação com ambos. O uso da
árvore era variado no Oriente Médio, sendo famosa por seu fruto, sua madeira e seu óleo.
A maior parte dos cristãos que vivem no Brasil não estão familiarizados com as oliveiras, pois elas
não crescem onde moram. Porém, na terra da Bíblia, a árvore foi e ainda é a mais importante
entre todas as outras por ser uma fonte de luz, alimento, cura e higiene.
As árvores de Oliva, seus frutos e o azeite de seu fruto sempre tiveram um papel importante na
vida de Israel. Por conta de suas propriedades singulares, o azeite ganhou grande destaque e
importância na sociedade à medida que foi reconhecida sua excelência como alimento,
combustível, curativo, cosmético, lubrificante e desinfetante.
A importância da Oliveira espiritualmente falando é significativa para os judeus e cristãos. O azeite
representa a presença do Senhor e também simboliza o Espírito Santo. Com ele, ungia-se
sacerdotes e reis, de acordo com a vontade de Deus.

Clique aqui: Jambo, uma fruta sagrada gerada pela Árvore da Vida

AS LIÇÕES DA OLIVEIRA
As oliveiras impressionam especialmente por sua perenidade. Elas prosperam e vivem em
qualquer solo, mesmo que seja seco e pobre, praticamente sob qualquer condição, na terra fértil
ou nas pedras, contanto que suas raízes possam atingir profundidades. Elas crescem bem no
calor intenso, com pouca água e são praticamente indestrutíveis, resistindo a todas as estações.
Seu desenvolvimento é lento, mas contínuo. Quando recebe bons cuidados, pode chegar até 7
metros de altura. A sua copa não costuma ser alta, mas possui grande poder de regeneração.
Quando a copa é cortada, o brotamento acontece rapidamente. Mesmo nas oliveiras doentes,
crescem novos ramos.
A partir de suas características, podemos perceber que a Oliveira simboliza principalmente a
perseverança e a fidelidade. Essas características também são os frutos de nosso relacionamento
com Deus. O Senhor é fiel a nós, independente do que aconteça. Ele não se deixa levar por
nossas recaídas e instabilidades. Isso nos mostra que precisamos ser restaurados para nos
relacionar plenamente com nossos semelhantes e com o Senhor. Por isso, o Espírito Santo nos
ajuda a ser fiéis, para sermos como Ele é.
A perseverança também é gerada no homem através do Espírito Santo. Essa característica
essencial que pertence às oliveiras, diferencia os vencedores. No Apocalipse está escrito “O que
vencer…”. A vitória será dada aos que perseverarem e o céu abriga os homens e mulheres que
vencem. Aqueles que cultivam essa qualidade terão como prêmio estar ao lado de Jesus.
A Oliveira vive e produz frutos independente das condições: seco, quente, úmido, frio, arenoso ou
rochoso. Dizem que é impossível matar uma Oliveira. Ainda que seja cortada e queimada, novos
ramos emergem de sua raiz. É necessário lembrar que independente dos acontecimentos em
nossas vidas, precisamos perseverar como a Oliveira na presença de Deus. Como diz o Salmo
128:3: “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como
plantas de oliveira à roda da tua mesa”.
Oliveira: uma árvore repleta de tradição e significado!

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Oliveira: uma árvore repleta de tradição e significado!
Publicado em: 16/10/2020
O Valle D’incanto Midscale Hotel sempre esteve imerso no mundo da cultura e da
sustentabilidade. Além de oferecer hospedagens inesquecíveis em um dos destinos mais belos do
Brasil, o hotel valoriza o ambiente em que está inserido e compartilha a herança cultural de
Gramado com cada visitante, reforçando o compromisso com uma hotelaria de qualidade. Os
detalhes carregam a história e o cuidado de quem preza por bem-receber; e, entre eles, um novo
componente do Jardim I’ncantado merece destaque – as perenes e encantadoras oliveiras.
A oliveira é uma das árvores que há mais tempo é cultivada pelo homem. De tronco retorcido,
pode viver centenas (ou até milhares) de anos e tem como fruto a azeitona. Fora a gastronomia, a
azeitona possui múltiplos usos com fins medicinais, religiosos, estéticos e, inclusive, para
iluminação. A árvore também é marcada por fortes conotações simbólicas. A habilidade de se
regenerar quando cortada ou queimada, brotando a partir das raízes, transforma a oliveira na
melhor representação da perseverança. Eternizou-se na imagem da pomba da paz, que
transporta um ramo no bico, bem como nas coroas dos vencedores olímpicos da antiguidade,
feitas com rebentos de oliveira. O óleo para a unção também é extraído dela, simbolizando cura e
proteção divina.
Sob o céu da Toscana, as oliveiras preservam a história e enfeitam os quintais. A região italiana,
que inspirou o Valle D’incanto pela beleza e hospitalidade, tem como tradição a presença de um
olival entre vinhedos e ciprestes – não apenas para a colheita de azeitonas e produção de azeite,
como para preencher os ambientes de harmonia. A árvore é tão importante que, segundo a lenda,
deu origem ao nome do Monte Argentario, promontório da cidade de Porto Santo Stefano na costa
sul da Toscana, devido às sombras de prata (“argento” em italiano) das folhas das oliveiras
espalhadas pelo local.
Entre o fim de outubro e o mês de novembro, há um dos eventos mais tradicionais na Toscana: a
colheita das azeitonas. Desde grandes empresas a pequenos produtores, o processo contempla
as mesmas técnicas manuais de séculos atrás, reunindo famílias, vizinhos e amigos para a mão
de obra. Uma colheita tradicional que demonstra a retribuição de afeto e o carinho italiano,
resultando sempre em festas alegres e, claro, azeites deliciosos!
As oliveiras também fazem parte da história do Rio Grande do Sul. Os primeiros imigrantes
traziam consigo mudas da árvore, dando início ao cultivo e produção para consumo próprio. O
estado também possui a maior plantação produtiva do Brasil, um olival com 320 hectares em
Pinheiro Machado. Quem visita Gramado ainda pode conhecer mais sobre a produção, a história
e os usos das oliveiras no Olivas de Gramado. Localizado em cima de um cânion na Linha Nova,
o parque possui uma plantação de mais de 12.000 oliveiras de 6 variedades em uma paisagem
incrível. O lugar ainda conta com trilhas, fazenda com mini animais e passeios diferenciados.
O Valle D’incanto, empenhado em preservar a história e cultura dos imigrantes italianos na região
serrana, escolheu essa magnífica árvore para presentear os jardins do hotel com beleza,
simbolismo e representatividade. Uma hospedagem que permite vivenciar a experiência toscana
entre os cenários exuberantes da Serra Gaúcha!
O significado espiritual da oliveira
“Sua mulher será como videira frutífera em sua casa; seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua
mesa.” (Salmos 128.3)

Rubens Britto
postado em 22, maio. 2020 em 12:53 pm
Tanto a videira quanto a oliveira, na poesia hebraica, eram símbolos frequentes de frutificação. O
salmo 128 diz que Deus recompensa o homem bom com a herança de uma grande família, de
felicidade, prosperidade e vida longa.
Naquela época, quanto maior o número de filhos, mais abençoada era uma família.
A metáfora da “mulher como uma videira” tinha muito valor no mundo rural daquela época. Uma
videira frutífera era símbolo de abundância.
E no contexto desse salmo, essa simbologia realmente indica “muitos filhos”, porque a seguir tem
mais metáfora que cita “brotos da oliveira”. (Lembre-se de considerar os “filhos espirituais”e a
“família na fé.)
O que o salmista quis dizer com “seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor de sua
mesa”?
Quando a oliveira fica muito velha, o tronco principal pode parar de produzir frutos, e sendo assim,
os cultivadores deixam várias mudas ou brotos novos crescerem ao redor da oliveira, até se
tornarem parte integrante da árvore.
Depois de um tempo, a árvore original (que simboliza o pai e a mãe) pode estar cercada por três
ou quatro troncos jovens e vigorosos “como os filhos ao redor de uma mesa”, daí a comparação
bíblica. Os brotos (que seriam os filhos) possuem a mesma raiz e participam da produção da safra
de azeitonas. Essa imagem nos faz pensar também na fé em “família”.
Espiritualmente falando, os filhos podem tornar-se firmes na fé, graças às fortes raízes espirituais
dos pais.
Quando os pais já estão velhos, os filhos devem dar sequência ao seu trabalho nessa terra,
depois os netos e os bisnetos, todos da mesma “raiz” e produzindo a mesma espécie de fruto.
Veja o termo “raiz” em outros textos bíblicos:
“Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo.” (Isaías 11.1)
“Naquele dia as nações buscarão a Raiz de Jessé, que será como uma bandeira para os povos, e
o seu lugar de descanso será glorioso.” (Isaías 11.10)
O Novo Testamento confirma isso:
“E Isaías também diz: Brotará a raiz de Jessé, aquele que se levantará para reinar sobre os
gentios; estes colocarão nele a sua esperança.”(Romanos 15.12)
E depois Jesus mesmo esclarece quem é a raiz:
“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para dar a vocês este testemunho concernente às igrejas. Eu sou a
Raiz e o Descendente de Davi, e a resplandecente Estrela da Manhã. (Apocalipse 22.16)
Um pouco mais sobre a oliveira
A origem da oliveira remete às localizações ao norte do Irã e parte oriental do mar Mediterrâneo. É
uma árvore de tronco retorcido e estatura baixa. Seu fruto é a oliva ou azeitona, usado para a
produção de azeite.
Um dos principais aspectos dessa árvore é a longevidade. Em Israel, algumas oliveiras chegam a
ter 2.500 anos ou até mais.
Outro aspecto importante é que a oliveira cresce e frutifica até mesmo em solos com pouca água.
Além disso, mesmo que for queimada ou cortada, ela é capaz de brotar novamente a partir de
suas raízes, por esse motivo simboliza perseverança e fidelidade sob qualquer circunstância.
Essa árvore demora aproximadamente 15 anos para chegar à maturidade, por isso demora a dar
frutos, mas a partir dessa fase frutifica durante séculos seguidos, e com fartura.
A oliveira e a vida cristã
Dentro desse cenário simbólico, usando a oliveira como referência, entendemos que o verdadeiro
cristão pode até levar um longo tempo para crescer espiritualmente, mas quando tem suas raízes
firmadas em Deus, passa a produzir seus frutos de forma abundante, sem se abalar pelas
dificuldades e contratempos.
Seja resistente como a oliveira
Por ter suas raízes bem aprofundadas, podendo chegar até seis metros, mesmo quando a oliveira
é arrancada, ela produz rapidamente seus brotos e volta a crescer. Se essa característica for
transferida para a vida cristã, quer dizer que “devemos florescer e frutificar onde quer que
estejamos”. Independente do solo. Deus nos dá essa capacidade de crescer, porque Ele mesmo é
a raiz que nos sustenta. Mas frutificar cabe a cada um de nós.
Sabendo de tudo isso, vamos ler agora o salmo 128. Que o seu entendimento sobre a Palavra de
Deus seja renovado a cada dia.
“Como é feliz quem teme ao Senhor, quem anda em seus caminhos! Você comerá do fruto do seu
trabalho, e será feliz e próspero. Sua mulher será como videira frutífera em sua casa; seus filhos
serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa. Assim será abençoado o homem que teme
ao Senhor! Que o Senhor o abençoe desde Sião, para que você veja a prosperidade de
Jerusalém todos os dias da sua vida, e veja os filhos dos seus filhos. Haja paz em Israel!” (Salmos
128.1-6)
Estude a Bíblia no Telegram
No grupo de estudos Bíblia Investigada você poderá tirar muitas dúvidas sobre vários textos
bíblicos. A proposta de trabalho está baseada no jornalismo, sempre em busca de compreensão
das Escrituras através de pesquisas e reportagens que incluem expressões idiomáticas, costumes
judaicos e cultura dos povos antigos.
Aqueles textos que parecem confusos ou que são usados de forma inadequada podem ganhar um
novo sentido e mudar nossas vidas de maneira muito positiva. A Bíblia é incrível! Quanto mais nos
aprofundamos em seus ensinamentos, mais nos transformamos e caminhamos em direção ao
Criador.
Questão Palestina
Por Caroline Faria
Ouça este artigo:

Chama-se de “Questão Palestina” o conflito surgido com a criação do Estado de Israel em 1948
culminando com a 1ª Guerra Árabe-Israelense.
Costuma-se atribuir o termo, também, ao problema dos refugiados palestinos que se viram
obrigados a deixar a região quando da criação de Israel, chegando a 900mil na época.

Foto: Antony McAulay / Shutterstock.com


O conflito se deve ao confronto entre duas ideologias nacionalistas: o Sionismo, movimento judeu
surgido no século XIX e que prevê a criação de uma pátria judaica, e o nacionalismo árabe que
tomou força com a queda do Império Otomano e culminou com a criação da Liga árabe em
1945.
Os judeus, também chamados de israelitas, israelenses ou hebreus, são um povo de
origem semita que teriam migrado para a região da palestina ocupando-a por um longo tempo até
que uma grave seca os teria forçado a migrar para o Egito. De lá eles retornam por volta do ano
1200a.C no episódio conhecido como “Êxodo” conquistando a região que acreditavam ser-lhes
prometida por Deus e subjugando toda a palestina.
Mais tarde, no episódio conhecido como “Cisma” o reino é dividido e são formados os Reinos de
Israel ao norte e de Judá ao sul, com capital em Jerusalém. O Cisma enfraquece os dois reinos
facilitando o seu domínio pelos Assírios quando os hebreus são levados para a Babilônia – “1ª
Diáspora Judaica” ou “Cativeiro da Babilônia”. Anos depois, Ciro, o rei dos Persas, permite que
os hebreus voltem à Palestina onde ainda seriam governados pelos Persas, pelo Império
Helenístico (Greco-Macedônico), Egito e finalmente pelos Romanos que os expulsam da palestina
intensificando o processo de dispersão dos judeus (diáspora).
Os árabes são descendentes de povos nômades que habitavam a Península do Sinai e na
verdade constituem uma infinidade de povos e tribos que habitavam o Oriente Próximo e o Oriente
Médio. Com a unificação da Arábia surge de fato a identidade do povo árabe e um dos maiores
impérios que o mundo já viu. Através da absorção de outras culturas os árabes desenvolvem as
artes e as ciências, mas, com o surgimento de outras dinastias e a derrota na Península Ibérica
(pelos Francos) o império se enfraquece e declina dando lugar a outros impérios que dominariam
por séculos a região. O Império Turco-Otomano foi o último. Após a 1ª Guerra Mundial, ele dá
lugar ao colonialismo franco-britânico na região que seria importante na criação de
diversos estados nacionais.
Com o surgimento do nazismo na Europa o Sionismo toma força e judeus começam a migrar para
a Palestina formando os kibutzim, colônias agrícolas. A princípio o Sionismo é tido como loucura
até mesmo entre os judeus, mas, a idéia de reunir todos os judeus dispersos pela Diáspora
(processo de dispersão dos judeus iniciado com a conquista da palestina pelos Assírios) acaba
conquistando a todos, até que por fim, a ONU proclama a criação do Estado de Israel, em 53% do
território da Palestina, e do Estado da Palestina, em 43% do território.
Mas a iniciativa seria logo rechaçada pelos países árabes que declarariam guerra a Israel dando
início aos conflitos armados. À 1ª Guerra Árabe-Israelense se seguiriam ainda muitos conflitos: a
2ª Guerra Árabe-Israelense em 1956 ou Guerra de Suez; a Fundação dos grupos terroristas
“Al Fatah” e “OLP” – Organização pela Libertação da Palestina em 1959 e 1964
respectivamente; a Guerra dos Seis Dias ou 3ª Guerra Árabe-Israelense em 1967; e a Guerra do
Yom Kippur ou 4ª Guerra Árabe-Israelense em 1973.
Durante todo esse período, Israel ganha apoio dos EUA que haviam emergido como potência
mundial desde a 1ª Guerra, enquanto que os Árabes enfrentavam diversos conflitos internos e
contavam com o apoio Russo personificado no apoio ao governador egípcio Gamal Abdel Nasser,
ícone do nacionalismo árabe.
Contudo, após a Intifada, movimento de revolta dos palestinos nos territórios ocupados pelos
israelenses – de 1987 a 1993 – e por causa da pressão internacional e da OLP, Israel propõe um
acordo de paz que leva a um reconhecimento mútuo e a assinatura de um acordo em 1994 onde
Israel reconhece a soberania palestina sobre a Faixa de Gaza e Jericó. Mas o assassinato do
Primeiro Ministro Israelense Yitzhak Rabin põe fim às negociações iniciando uma onda de ataques
terroristas de ambas as partes. Mais tarde as negociações são retomadas, mas sem nenhuma
decisão definitiva. Enquanto isso os atentados continuam e milhares de palestinos continuam
refugiados em países como a Síria e o Líbano.
Origem do dízimo
Por Emerson Santiago
Ouça este artigo:

Dentro da tradição judaico-cristã a palavra dízimo (com origem no termo latino decimus, que


significa a décima parte de um determinado valor) é um tributo previsto no Antigo Testamento, que
era pago voluntariamente como forma, principalmente, de manutenção do clero e de apoio aos
pobres.
Acredita-se que o patriarca Abraão já previa o estabelecimento do dízimo, e que os sacerdotes
levitas da casa de Abraão tenham continuado com a prática. Em ocasiões como a da reforma do
templo sob o reino de Joás (oitavo rei de Judá), o dízimo tinha um valor certo de meio siclo (ou
shekel). O ciclo era uma moeda de prata pura local.
Embora não se conheça nenhuma menção por Jesus Cristo sobre o instituto, e haja certa
controvérsia sobre sua caracterização no Novo Testamento, (sobre a quantidade de vezes que o
dízimo é mencionado e se o tributo seria devido pelos cristãos) é muito comum hoje em dia que
várias denominações cristãs o solicitem como forma de sustento de seu aparato e de seu corpo
clerical. O certo é que o dízimo é praticado por algumas das denominações cristãs e é facultativo
em outras (caso da Igreja Católica Apostólica Romana), e o seu valor varia frequentemente,
dependendo da corrente cristã a que se contribui.
Sabe-se concretamente que, por cerca de 300 anos os cristãos não observavam tal obrigação, e
até por volta do século VIII a obrigação do dízimo continuou a ser uma questão de menor alcance
e importância. A partir do século III começa a surgir a ideia do dízimo obrigatório por parte da
nascente igreja. São Cipriano (200 d.C. - 258 d.C.) é o primeiro escritor cristão que se tem notícia
a defender a contribuição. Gradualmente, a oferta do dízimo foi sendo consolidada como uma
ajuda aos mais pobres e de apoio financeiro aos obreiros cristãos na fundação de novas
igrejas. Mesmo assim, apesar do nome, a regra implícita entre a população era de que a
contribuição fosse de qualquer valor que o fiel tivesse condição de doar, e não exatamente a
décima parte de seus proventos. Ao final do século X, o dízimo torna-se uma exigência legal para
o sustento da igreja estatal, e sua coleta era feita pelos servidores do reino, ou seja, entes
seculares, não ligados à Igreja. Com as ideias trazidas pelo Humanismo cinco séculos depois, a
Igreja vai gradativamente perdendo seu poder e predominância em meio à sociedade, e a questão
do dízimo deixa de ser imposta a todos sem discriminação.
Rei David
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

David, que tem em seu nome o significado de ‘querido’, ‘amado’, no idioma hebraico, é um dos
mais significativos protagonistas do Livro Sagrado. Ele nasceu na cidade de Belém, na Judéia,
filho caçula de Jessé, entre sete irmãos, integrante da tribo de Judá.
O futuro rei teve um papel de destaque na história dos judeus, vindo a simbolizar a união entre
Deus e seu povo. Ele é retratado como um harpista que aparece na corte do Rei Saul e, mais
tarde, em combate com os adversários do reino, liderados pelo feroz Golias, ele destrói o líder
filisteu com o uso de uma funda.

Rei David. Foto: Zvonimir Atletic / Shutterstock.com


Neste momento, ao instituir o poderio militar dos judeus, David é aclamado pelos hebreus, o que
desperta os ciúmes de Saul, que planeja matar o guerreiro, mesmo depois de sua união com a
filha do rei, Micol. O rapaz decide então se refugiar em outro local, aguardando o cumprimento
dos desígnios divinos. Após a morte do soberano em um confronto, ao lado de seu filho Jônatas,
David retorna e, eleito pelos membros de sua tribo, assume o comando de Judá, enquanto
Isboset, descendente de Saul, torna-se responsável pelas outras tribos.
Houve uma disputa entre os dois herdeiros do Reino de Israel, da qual David saiu vitorioso. Os
dois fizeram um acordo, no qual o rei exigia a devolução de sua esposa, com a qual ele
concordou. Isboset morreu pouco tempo depois, atraiçoado por seus próprios comandados, mas
foi vingado por David.
Esta e outras narrativas estão presentes nos livros I e II de Samuel, no Antigo Testamento,
localizadas por volta de 1050 a.C. A história segue com a conquista de Jerusalém das mãos dos
jebuseus, a qual se torna a capital do Reino Unido de Israel e núcleo espiritual deste povo,
guardando em seu interior a Arca Sagrada.
David tem o mérito de converter a união de várias tribos em uma nação consolidada que gira em
torno da nova sede. Diz a tradição que ele era um monarca amado pelo povo, e que seu nome é o
mais citado nas Escrituras Sagradas. Ao que parece seus cabelos eram ruivos, ele tinha uma bela
fisionomia e era muito amável.
Este soberano ampliou as terras israelitas e tornou sua nação próspera. Mas sua velhice foi
perturbada por constantes insurreições lideradas por seus filhos e por intrigas familiares em sua
corte. Detentor de uma cultura invejável, dedicado à poesia e à música, foi um dos criadores
do Livro dos Salmos.
Seu primogênito, Absalão, tenta usurpar o trono paterno, mas é forçado a fugir e, a despeito das
instruções de David, é assassinado por um de seus generais. Antes de sua morte ele entrega o
poder a Salomão, seu filho com Betsabéia, viúva de Urias, um de seus comandados, eliminado
por ordens indiretas do rei, que assim pode se unir oficialmente à amada. Infelizmente o futuro
soberano provoca o princípio da queda de Israel.
Samaritanos
Por Ana Lucia Santana
Conforme as Antigas Escrituras, Israel era constituída por doze tribos que mantinham entre elas
um certo clima de hostilidade. Elas foram unidas pelo soberano conhecido como Saul, por volta de
1000 a.C. Depois dele vieram David e Salomão. Quando este morreu, aproximadamente em 930
a.C., estes povos provocaram entre si uma profunda ruptura.
Depois deste cisma, as populações da região norte instituíram o Reino de Israel, igualmente
denominado reino da Samaria, pois esta era a cidade que, na época, ou seja, no século IX a.C.,
foi escolhida para sediar a capital israelita. Bem próximo a este povo, no Sul, estavam localizados
os domínios de Judá.

Grupo de Samaritanos (1900 - Enciclopédia Judaica)


Desde o início os dois povos viviam em constante rivalidade, e esta repulsa permaneceu
indefinidamente, perdurando, de certa forma, até os dias atuais, pelo menos sob o ponto de vista
dos hebreus mais ortodoxos, que não consideram os samaritanos judeus, nem mesmo filhos de
Israel, mas sim descendentes de estrangeiros, ao contrário das autoridades governamentais, que
os vêem como legítimos israelitas.
Na época de Jesus, os samaritanos se isolaram, para se distanciarem de Jerusalém. Assim, eles
criaram regras e preceitos próprios, edificaram um templo só para eles, e instauraram nas
Escrituras algumas modificações. Eles só aceitavam o Pentateuco, no qual está inscrita a Lei de
Moisés, a qual eles observam rigidamente até hoje, sendo por isso conhecidos como ‘os
observantes’.
Esta comunidade étnico-religiosa não se considera parte da sociedade judaica, e se
autodenomina ‘israelita-samaritana’, a herdeira do Reino de Israel, mais precisamente dos clãs de
Efraim e Manassés, descendentes de José. Este ponto de vista dos samaritanos coincide com o
da maior parte dos pesquisadores.
Eles residem, atualmente, em Holon, localizada em Israel, e em Nablus, situada na Cisjordânia;
não dispõem de rabinos e rejeitam o Talmud, cultuado pelos judeus ortodoxos. Há cerca de 700
samaritanos em todo o Planeta, sua língua é o hebraico na versão moderna e o árabe praticado
pelos palestinos. Nos seus rituais eles usam o hebraico samaritano.
A antiga Samaria foi aniquilada e reedificada inúmeras vezes, ainda sob o Império Romano.
Tornou-se, na época, uma das quatro regiões que constituíam a Palestina. O governante
conhecido como Herodes, o Grande, decorou-a com luxuosas obras, conferindo-lhe então o título
de Augusta, em homenagem a Augusto, imperador romano.
Diante dos judeus conservadores eles eram vistos como hereges e tratados com desdém,
condenados, perseguidos, caluniados. Judá e Israel se contrapunham em grande parte por
alimentarem diferentes pontos de vista religiosos, apesar de, paradoxalmente, suas crenças terem
a mesma procedência original.
Jeroboão
Por Alaine Silva
Ouça este artigo:

Jeroboão foi um dos reis de Israel, o primeiro deles. Ele era filho de Zeruá e Nebate, e havia
nascido na tribo de Efraim e durante a juventude conviveu e se revoltou contra Salomão (filho e
sucessor de Davi, rei de grande sabedoria que escreveu provérbios). Ele agiu a favor da idolatria,
o que desagradou a Deus, e seu reinado havia começado pouco depois da divisão em novos dois
reinos.
Jeroboão teve problemas na convivência com Salomão, inclusive provocou uma revolta contra o
reinado dele, foi derrotado e por isso fugiu para o Egito. Uma década depois que Salomão morreu,
ele retornou para sua terra. Foi quando as dez tribos de Israel chamaram Jeroboão, para sucedê-
lo no trono.
Eles, as dez tribos, haviam recusado Roboão como novo rei. Dessa forma houve uma divisão:
Roboão reinaria sobre duas tribos, a de Judá e a de Benjamim, que passou a chamar-se “Reino
de Judá”. E Jeroboão assumiu as dez tribos que passou a ter mais de um nome “Tribo de Israel”,
“Tribo de Efraim”, “Reino das dez tribos” e até mesmo “Reino de Samaria”. Além da mudança de
nomes, foi escolhida uma capital Siquém, e depois mudou para Penuel.
Jeroboão teve oportunidade de fazer um reinado agradável a Deus. Quando o Senhor mandou o
profeta Aías falar com ele sobre o plano divino de lhe entregar as dez tribos de Israel, ele
prometeu a permanência da família de Jeroboão no trono desde que se mantivesse fiel: “Se
ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante
mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei
contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel” (1 Reis 11:38)
Mesmo tendo recebido uma promessa de Deus, Jeroboão fraquejou, e se sentiu ameaçado com a
influência dos irmãos da tribo de Judá, com medo de que se o povo voltasse a Jerusalém para
celebrar as festas anuais (como Deus mandou na lei de Moisés) poderiam mudar de idéia e se
revoltarem contra ele. Com isso, pecou. Impedia que os seus súbditos fossem até o Templo de
Jerusalém, capital do Reino de Judá, para adoração ao Senhor. E ainda levantou dois santuários
com bezerros de ouro no norte e no sul do país.
Era dos Reis
Por Emerson Santiago
Ouça este artigo:

É denominada de Era dos Reis a terceira e última das fases de presença do povo hebraico na
região da Palestina (Canaã). Tal era se inicia com a escolha do fazendeiro benjamita Saul para
ser o governante de todo o povo de Israel, chegando ao fim em 70 d.C. com a destruição de
Jerusalém pelo general romano Tito, causando a expulsão dos hebreus da Palestina. Tal
acontecimento é chamado de Diáspora, e a partir desse fato, os judeus se espalhariam pelo
mundo todo, até que, no século XIX, a doutrina do Sionismo reuniu grande parte do povo no
objetivo de restaurar o Estado de Israel, o que ocorreria de fato em 1948.
Terminada a Era dos juízes e instalado o primeiro rei hebreu, persistia a ameaça dos filisteus, que
lutavam pelo completo controle do território da Palestina. A monarquia foi instituída exatamente
para que os hebreus pudessem centralizar o poder político nas mãos de uma só pessoa, tendo
mais força para enfrentar os adversários. O primeiro rei, Saul, porém, não teve sucesso em
enfrentar os inimigos e suicidou-se ao lado de seu escudeiro durante uma batalha, ao ver que não
conseguiria derrotar seus adversários. O sucessor de Saul foi Davi, que mostrou eficiência nos
combates militares ao vencer os inimigos, fortalecendo e estabilizando a civilização hebraica,
conseguindo ainda expandir seus domínios. Foi em seu reinado que Jerusalém se tornou a capital
do reino.
Em 966 a.C., o filho de Davi, Salomão, assume o trono. Salomão ficou conhecido pela imensa
sabedoria e pela fortuna que adquiriu. Segundo a Bíblia, chegou a ter 700 esposas e 300
concubinas. Foi responsável pela ampliação do comércio, construiu várias obras públicas, como o
famoso templo de Jerusalém. A exploração do trabalho das classes menos favorecidas aliado aos
altos impostos, porém, tornavam a situação de algum modo instável na época da morte de
Salomão. O descontentamento se tornou claro no momento da sucessão do rei, e o resultado foi
que o reino acabou por se dividir em dois. A partir de então, surgiram o Reino de Israel e o Reino
de Judá, com as capitais em Samaria e Jerusalém , respectivamente. O Reino de Israel
desaparece com a invasão assíria em 721 a.C. O território foi devastado e seus habitantes foram
dispersos ou escravizados, sendo substituídos por outras populações. O Reino de Judá resistiria
mais um pouco, tornando-se vassalo dos assírios, mas termina se revoltando contra os novos
senhores, e são também derrotados, com sua população levada cativa para a Babilônia. Haveria
novo retorno a Canaã, a reconstrução da cidade e do templo. Os hebreus voltariam a ser
conquistados, dessa vez pelos gregos, conquistando um breve período de independência com a
proclamação do Reino Asmoneu, de cultura greco-judaica, mas enfim, se tornaria domínio
romano, culminando em 70 d.C. na destruição de Jerusalém e na Diáspora hebraica.
As doze tribos de Israel
Por Alaine Silva
Ouça este artigo:

A origem das doze tribos de Israel está descrita na bíblia, no primeiro livro chamado Gênesis,


cuja autoria é atribuída a Moisés. As doze tribos recebem este nome por serem decorrentes do
nascimento dos doze filhos de Jacó (neto de Abraão e filho de Isaque), que teve um encontro com
Deus, vindo a ter seu nome trocado para Israel. Seus doze filhos se chamaram: Rubén, Simeão,
Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Asser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Apesar destes nomes
não corresponderem com exatidão aos das tribos, a origem de cada uma delas se deu ao fato
deles terem liderado tribos, nas suas regiões específicas.
 
Sobre a diferença na nomenclatura, ocorreu que as doze tribos receberam o nome de dez dos
filhos de Israel e de dois dos filhos de José, que foram abençoados por Israel como se fossem
seus próprios filhos, são eles Efraim e Manassés. Foi após a saída do povo de Israel do Egito, que
o Senhor designou a separação da tribo de Levi para servi-lo no sacerdócio, e justamente por
terem esta missão não teriam um local específico na terra prometida chamada Canaã. Então, em
seu lugar e no lugar de José, assumiram a condição de tribos, Efraim e Manasses.
O livro de Êxodo traz a informação de que Moisés, que liderou a saída do Egito na companhia de
seu irmão Arão, era membro da tribo de Levi. Neste livro também as tribos são contadas, e os
líderes nomeados, já evidenciando uma característica “política” de gestão, piis algumas das tribos
eram numerosas e precisavam se reestruturar.
O livro de Josué relata a conquista da terra prometida, almejada durante os quarenta anos que o
povo esteve no deserto, e também conta que foi com base nas doze tribos que se organizaram a
fim de dividir a terra. O livro de Reis apresenta esta origem e descreve como as tribos se uniram
de forma hierárquica (daí o nome de “reis”) onde lideraram os reis Saul, Davi, e Salomão.
E foi após a morte de Salomão que as doze tribos se dividiram novamente e passaram a formar
dois reinos: um formado por Judá e Benjamim, chamado “Reino do Sul” e teve Jerusalém como
capital; e outro formado pelas dez tribos restantes, chamado “Reino do Norte”, e Samaria foi sua
capital. Em vista disso, os reinos do sul e do norte tiveram seus próprios reis, chegando inclusive
a ter alguns atritos, apresentando forte indício de individualidade entre eles.
Reino de Jerusalém
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
Ouça este artigo:

O Reino de Jerusalém foi um Estado criado em função da Primeira Cruzada.


No final do século XI, os cristãos na Europa organizaram um movimento ao qual chamariam
de Cruzada com o objetivo de reconquistar a Terra Santa, Jerusalém. Esta cidade é importante
para o cristianismo por ter grande ligação com a vida de Jesus Cristo. A Primeira Cruzada, então,
partiu com apoio papal e sob comando de Godofredo de Bulhão, um dos líderes do movimento.
Em 1099, esse exército de cristãos tomou Jerusalém e proclamou a existência de um novo reino
governado pelo monarca Godofredo de Bulhão, que deu a si mesmo o título de Defensor do Santo
Sepulcro. Entretanto, Godofredo viveu apenas mais um ano, passando, assim, o poder para seu
irmão, Balduíno I.
Balduíno I teve mais tempo para realizações no Reino de Jerusalém. Sob seu comando, anexou
os territórios de Acre, Sídon e Beirute, além de comandar outros Estados que já eram cruzados
como Edessa, Antioquia e Trípoli. Mas Balduíno faleceu sem deixar herdeiros e o comando do
Reino de Jerusalém passou para seu primo, Balduíno de Burg. Embora tenha sido capturado
pelos turcos por várias vezes, também foi capaz de aumentar o território do reino.
O Reino de Jerusalém foi se tornando gradativamente mais povoado por pessoas provenientes
da Europa. Mas, naturalmente, esses indivíduos foram absorvendo hábitos orientais com o passar
do tempo. Assim, e na verdade, houve uma mistura muito grande de culturas. Enquanto o reino
era baseado em feudos, como acontecia na Europa, a mão-de-obra reunia muçulmanos e cristãos
ortodoxos, já os mercadores italianos se encarregavam do comércio com um caráter mais urbano.
Balduíno II faleceu em 1131 e o reino foi passado para sua filha, Melisende. Durante seu
governo, Jerusalém viveu o período áureo em questões econômicas e artísticas. Com o
falecimento de seu marido, Melisende manteve-se como regente de Jerusalém até seu
filho, Balduíno III, alcançar idade suficiente para assumir a liderança do reino.
Um dos problemas que afetava o Reino de Jerusalém era a fraca defesa, pois havia número
reduzido de soldados. Ainda no reinado de Balduíno II, uma solução foi dada ao caso, foram
criadas ordens militares. É desse momento a fundação de famosas ordens como os Cavaleiros
Templários e os Cavaleiros Hospitalários, os quais tinham quartéis-generais em Jerusalém e
ocupavam castelos e terras de nobres que as doavam. O comando das ordens estava submetido
diretamente ao papa e elas participavam das mais importantes batalhas com o objetivo de
defender a Terra Santa dos inimigos.
Durante o reinado do leproso monarca Balduíno IV, formaram-se facções dentro do Reino de
Jerusalém. Com o falecimento do monarca, Balduíno V assumiu o comando. Porém este viveu
pouquíssimo tempo à frente do reino, apenas um ano. E, assim, sua mãe, Sibila, assumiu o trono
ao lado de Guy de Lusignan. Este era um governante desastrado, incitou Saladino a uma guerra
e viu seu reino se fragmentar. Saladino reuniu um grande exército de muçulmanos que varreu o
Reino de Jerusalém e derrubou o governo cristão na Terra Santa. Em função de negociações, os
cristãos puderam voltar a frequentar a Terra Santa e o Reino de Jerusalém ficou reduzido a um
pequeno Estado na Síria com capital em Acre. Nos cem anos seguintes à derrota para Saladino,
que foi em 1187, as investidas dos cristãos para tentar recuperar as terras sagradas foram todas
frustradas. Os mamelucos foram se apoderando gradativamente dos territórios até tomarem
também Acre, em 1291, selando o fim do Reino de Jerusalém.
Reino de Jerusalém
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não verificável poderá ser removido.—Encontre
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2016)
Regnum
Hierosolimitanum,
Roiaume de Jherusalem,
Regno di Gerusalemme,
Βασίλειον τῶν
Ἱεροσολύμων
Reino de Jerusalém

Monarquia
1099-
←  1291  →

Bandeira Brasão

Mapa político do Próximo
Oriente em 1135 com
os estados cruzados.
Cont Ásia
inent
e
País Atuais Israel,
Faixa de
Gaza, Cisjordânia,
parte
de Egito (Sinai),
parte da Jordânia
Ca Jerusalém (1099–
pit 1187)
al Tiro (1187–1191)
Acre (1191–1229)
Jerusalém (1229–
1244)
Acre (1244–1291)

Lí Francês, grego, ár
ng abe, italiano, latim
ua (ceremonial)
ofi
cia
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Re Oficial Catolicismo
lig Romano, Judaísm
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Go Monarquia
ve
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 • Balduíno I de
11 Jerusalém
00
-
11
18
 • Balduíno II de
11 Jerusalém
18
-
11
31
 • Melisenda de
11 Jerusalém
31
-
11
52
 • Balduíno III de
11 Jerusalém
43
-
11
52
-
11
62
 • Amalrico I de
11 Jerusalém
62
-
11
74
Pe Idade Média
río
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 • 
conquista
10
pelos cruzados
99
 • 
12 Dissolução
91
O Reino de Jerusalém ou Reino Latino de Jerusalém, como também era designado, foi
um Estado cruzado criado no Levante em 1099 pela Primeira Cruzada. Teve a sua capital
em Jerusalém e mais tarde em Acre. Foi extinto em 1291, com a queda desta última cidade.[1]

Índice
1Fundação e história remota
2Vida cotidiana
3Meados do século XII
4A queda de Jerusalém
5Os últimos anos
6Cronologia da monarquia na Jerusalém latina
7Ver também
8Referências
9Bibliografia
Fundação e história remota
O reino surgiu após a captura de Jerusalém pelos cruzados em 1099, o ponto alto da Primeira
Cruzada. Godofredo de Bulhão, um dos líderes, tornou-se o seu primeiro monarca, mas preferiu
adotar o título de Advocatus Sancti Sepulchri ("Defensor do Santo Sepulcro") no lugar do de rei,
ao argumento de que nenhum homem deveria envergar uma coroa onde Jesus havia usado a
coroa de espinhos. Godofredo morreu no ano seguinte e seu irmão e sucessor, Balduíno I, foi
coroado rei de Jerusalém.
Balduíno expandiu o reino, capturando as cidades portuárias de Acre, Sídon e Beirute, e exerceu
a sua suserania sobre outros estados cruzados ao norte - o Condado de Edessa (que ele havia
fundado), o Principado de Antioquia e o Condado de Trípoli. A população de origem europeia
ocidental aumentou, com os reforços recebidos da Cruzada de 1101; um patriarca latino foi
instalado em Jerusalém. As cidades-Estado de Veneza, Pisa e Gênova começaram a envolver-se
nos assuntos do reino, quando suas frotas passaram a apoiar a captura de portos, onde foram
autorizadas a formar distritos comerciais autônomos.[2]
Balduíno morreu em 1118, sem deixar herdeiros, e sucedeu-lhe seu primo, Balduíno de
Burgo, Conde de Edessa. Este também foi um dirigente capaz e, embora tivesse sido feito
prisioneiro pelos turcos várias vezes, as fronteiras do reino continuaram a expandir-se, com a
captura da cidade de Tiro em 1124.
Vida cotidiana
Aos poucos, os habitantes de origem europeia começaram a adotar modos orientais, aprendendo
o grego e o árabe.
O reino baseava-se no sistema feudal, à semelhança da Europa à época, embora com diferenças:
o modo de produção agrícola continuou a ter muçulmanos ou cristãos ortodoxos à frente, os quais
se reportavam nominalmente aos nobres latinos donos das terras. Estes, porém, preferiam
permanecer nos centros urbanos, em geral, e em Jerusalém, em particular. As comunidades
agrícolas eram, portanto, relativamente autônomas e não deviam serviço militar (ao contrário do
que ocorria com os vassalos na Europa). Com isso, os exércitos cruzados costumavam ser
pequenos e recrutados dentre famílias francesas nas cidades.
O caráter urbano da região e a presença de mercadores italianos fizeram surgir uma economia
mais comercial do que agrícola. A Palestina sempre fora um entreposto comercial e, agora, incluía
rotas europeias.[3]
Como a nobreza preferia residir em Jerusalém (e não nas suas respectivas terras), exercia uma
influência grande sobre o rei e formavam a chamada Haute Cour ("alta corte", em francês), uma
forma primitiva de parlamento. Dentre as responsabilidades da corte, destacavam-se a
confirmação da eleição de um rei, questões financeiras e o recrutamento de exércitos.
O problema da falta de soldados para o exército foi amenizado com a criação das ordens
militares. Os Cavaleiros Templários e os Cavaleiros Hospitalários formaram-se nos primeiros anos
do reino. Embora seus quartéis-generais estivessem em Jerusalém, mantinham guarnecidos
vastos castelos e adquiriam terras que outros nobres não pudessem mais manter. As ordens
militares estavam sob controle direto do papa, não do rei: eram basicamente autônomas e não
deviam, em tese, nenhum tipo de serviço militar ao reino, embora na prática participassem de
todas as grandes batalhas.[4]
Meados do século XII
Em 1131, Balduíno II foi sucedido por sua filha, Melisenda, que reinou juntamente com o
marido, Fulque. Durante seu reinado, Jerusalém conheceu o auge da expansão econômica e
artística. Fulque, um renomado comandante militar, logrou conter a ameaça representada
pelo bei de Mossul, Zengui. Mas a sua morte acidental em 1143 permitiu a Zengui tomar Edessa.
Melisende, agora regente em nome de seu primogênito Balduíno III, nomeou Manassés de
Hierges como condestável; em 1147 chegariam as tropas da Segunda Cruzada.[5]
Balduíno III depôs a sua mãe em 1153 mas restaurou-a no papel de regente no ano seguinte.
Também no mesmo ano, Balduíno logrou conquistar Ascalão aos fatímidas. Por outro
lado, Noradine unificou a Síria muçulmana ao tomar Damasco, agravando a ameaça contra
os cruzados.
Balduíno III morreu em 1162 e sucedeu-lhe seu irmão, Amalrico I, cujo reinado foi dedicado a
disputar o controle do Egito contra Noradine e Saladino. Apesar do apoio do imperador
bizantino, Manuel I Comneno, Amalrico não conseguiu o seu intento; sua morte e a de Noradine
fortaleceram a posição de Saladino.[6]
A queda de Jerusalém
Ver artigo principal: Cerco de Jerusalém (1187)
Sucedeu a Amalrico I seu filho adolescente, Balduíno IV, que sofria de lepra. O reinado deste
último assistiu à formação de facções que apoiavam Raimundo III de Trípoli (o "partido dos
nobres", que reunia os barões nativos) ou o cunhado incompetente do rei, Guido de Lusignan (o
"partido da corte", apoiado pela família real).
Balduíno morreu em 1185 e sucedeu-lhe seu sobrinho menor, Balduíno V, filho de sua irmã Sibila.
Balduíno V morreu menos de um ano depois e sua mãe assumiu o trono, juntamente com seu
marido Guido de Lusignan. Este revelou-se um governante desastrado.
Seu aliado Reinaldo de Châtillon, senhor da Transjordânia e do Castelo de Queraque,
provocou Saladino a declarar guerra e, em 1187 o exército do reino foi aniquilado na Batalha de
Hatim. Nos anos seguintes, Saladino avançou sobre todo o reino, exceto pelo porto de Tiro, bem
defendido por Conrado de Monferrato.
A queda de Jerusalém comoveu a Europa e resultou na Terceira Cruzada. Graças aos esforços
de Ricardo Coração de Leão, a maior parte das cidades costeiras da Síria, especialmente Acre, foi
recuperada e o Tratado de Ramla foi assinado com Saladino após a Batalha de Arçufe. Conrado
de Monferrato casou-se com Isabel, filha de Amalrico I, e foi feito rei, mas logo foi morto por
assassinos nizaritas. Isabel casou-se então com Henrique II de Champanhe.
Os últimos anos
Nos cem anos seguintes, o Reino de Jerusalém resignou-se a ser um pequeno estado ao longo
da costa da Síria. Sua capital passou a ser Acre e seu território incluía poucas cidades de monta
(Beirute, Tiro). Uma Quarta Cruzada foi organizada após o fracasso da terceira, mas resultou
apenas no saque de Constantinopla, em 1204.
Em 1205, a menor Maria de Monferrato, filha de Conrado e Isabel, tornou-se rainha, e casou-se
em seguida com João I de Brienne, que logrou manter o reino a salvo. A Quinta Cruzada de 1217,
contra Damieta, no Egito, fracassou. Em 1229, o imperador Frederico II, que era rei de Jerusalém
devido ao seu casamento com a herdeira, recuperou a cidade por meio de tratado com
o sultão aiúbida Camil (Sexta Cruzada). Em 1244, os cristãos perdiam novamente a cidade.
No período de 1229 a 1268, o rei residiu na Europa. Os reis se faziam representar por regentes. O
título foi herdado por Conrado IV, Rei dos Romanos, filho de Frederico II e Isabel II de Jerusalém,
e posteriormente por seu filho Conradino da Germânia.
Ao longo do século XIII, os mamelucos tomaram aos poucos os territórios do reino, até a queda de
Acre, em 1291. O título de rei de Jerusalém foi então reivindicado pelos reis de Chipre e, até hoje,
por diversos monarcas europeus.
Reino de Israel e Judá
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Reino Unido de Israel e
Judá

 
←  1 020 →
a.C. – 930  
a.C.  

Continente Ásia
Região Oriente
Médio
Capital Gibeá (10
30–1010
a.C.)
Maanaim (
1010–
1008)
Hebrom (1
008–1003)
Jerusalém 
(1003–
930)

Língua hebraico
oficial

Governo Monarquia
Rei
 • 1030– Saul
1010 a.C.
 • 1010– Isboset
1008
 • 1008– David
970
 • 970–931 Salomão
 • 931–930 Roboão
Período Idade do
histórico Ferro
 • 1 020
Saul
a.C.
 • 930 a.C. Salomão
O Reino Unido de Israel e Judá de acordo com a Bíblia, foi a nação formada pelas 12 Tribos de
Israel, um povo descendente de Abraão, Isaque e Jacó.
Segundo a história narrada na bíblia, após o Êxodo, sob a liderança de Moisés, os israelitas
vaguearam pelo deserto durante décadas até que no final do século XV a.C. e sob a liderança
de Josué eles conquistaram a terra de Canaã, abandonaram o nomadismo e estabelecem-se nas
terras conquistadas, dividindo o território entre as 12 tribos.
Contudo não existia um verdadeiro poder central pois cada tribo governava a si própria. Os líderes
nacionais, que se designavam "Juízes" tinham um poder muito frágil e só conseguiam unir as
várias tribos em caso de guerra com os povos inimigos. A união entre as tribos era tão frágil que
por vezes se guerreavam entre si. A confederação israelita, da era anterior ao Reino de Israel,
também tem sido considerada uma espécie de república.
Cansados destas situações as tribos israelitas resolveram unir-se e instaurar uma monarquia. O
profeta Samuel, último dos Juízes, designou Saul, da Tribo de Benjamim, como o primeiro Rei de
Israel. O reino abrangia a região montanhosa de Judá e de Efraim, cuja capital era Gibeá. O reino
surge em meados do século XI a.C. na sequência da unificação das 12 tribos sob a chefia
de Saul, seu primeiro rei.
Estudiosos modernos, incluindo crítica textual e arqueológica, tem contestado a versão bíblica da
história do Reino, incluindo a história de como o reino do norte de Israel se desvinculou de uma
monarquia unida com o reino sulista de Judá, afirmando que a civilização israelita nortenha se
desenvolveu independentemente de Judá, uma área rural comparativamente menor, e só atingiu
um nível de sofisticação política, econômica, arquitetural e militar quando o reino foi absorvido
pela dinastia Omride, por volta de 884 a.C.[1][2]

Índice
1História
2Ver também
3Referências
4Ligações externas
História
Saul não modificou a organizações das tribos, também não tinha um exército forte, mas conseguiu
derrotar os amalequitas, mas desobedece ordens de Deus dirigidas ao profeta Samuel e sacrifica
e poupa os reis amalequitas e também pega despojos de guerra, pois foi induzido pelo povo a
fazê-lo. Deus proclama a Samuel que o jovem pastor Davi será o novo rei de Israel. Durante a
guerra contra os filisteus, Davi entra para o exército e sozinho mata o gigante Golias, tornando-se
famoso. Saul viu nele uma ameaça e passa a persegui-lo. Davi junto com outros soldados
refugiam-se até que os filisteus invadem Israel, Saul desesperado decide atacá-los no Monte
Gilboa, mas as armas israelitas eram inferiores e eles foram atraídos para uma armadilha. Os
filisteus aniquilam todos, os filhos de Saul morrem, ele então suicida-se.
Agora Davi é o novo rei de Israel e consegue restabelecer um exército e expulsar os filisteus.
Também invade a cidade de Jerusalém controlada pelos jebuseus, o soldado Joabe foi o primeiro
a entrar e por isso tornou-se general. Davi transforma Jerusalém em sua nova capital. Ele invade
os reinos dos amonitas, moabitas e edomitas tornando-os estados tributários. Quando Davi morre,
seu filho Salomão assume o trono, com a ajuda de engenheiros fenícios constrói uma grande frota
mercante que comercializava desde os portos do atual Sudão até os da atual Espanha, melhora o
exército, fortalece a economia.
Salomão construiu o Templo de Jerusalém que demorou 7 anos para ser construído e isso gerou
um aumento dos impostos que permaneceram mesmo após o fim da construção, o povo estava
descontente com os impostos abusivos.
Por volta de 1020 a.C., depois de receberem ameaças de povos estrangeiros, estas tribos se
reuniram para formar o Reino Unido de Israel e Judá, [3] quando Samuel ungiu Saul, da tribo
de Benjamim, como o primeiro rei. O reino de Saul, no entanto, foi marcado pelo conflito
permanente com os filisteus e, posteriormente, pela guerra civil contra as forças de Davi (tendo
este sido ungido rei por Samuel, com Saul ainda vivo). Foi Davi que, após sair vencedor deste
conflito, com o vácuo de poder gerado pela morte de Saul em batalha contra os filisteus, criou
uma monarquia israelita forte e unificada, e reinou de cerca de 1000 a.C. até 961 a.C. [4] Salomão,
o sucessor de Davi, conseguiu manter a união durante seu período como monarca, que foi de 961
a 922.[4]
Davi, o segundo rei de Israel, estabeleceu Jerusalém como sua capital nacional em 1006 a.C.;
[5]
 até então, Hebrom havia sido a capital do Estado de Judá, comandado por Davi, e Maanaim de
Israel, Estado comandado por Isboset; antes disso, Gibeá havia sido a capital da monarquia unida
comandada por Saul.
Davi realizou diversas campanhas militares bem-sucedidas contra os inimigos de Israel,
derrotando diversas potências regionais, como os filisteus, assegurando assim a segurança nas
fronteiras de Israel e transformando a nação numa potência regional. Sob a liderança da Casa de
Davi, a monarquia unida conseguiu obter prosperidade e a superioridade sobre seus vizinhos.
Sob a liderança do sucessor de Davi, Salomão, a monarquia unida viveu um período de paz,
prosperidade e desenvolvimento cultural. Diversos edifícios públicos foram construídos, entre eles
o Primeiro Templo de Jerusalém.
Com a ascensão ao poder do filho de Salomão, Roboão, por volta de 930 a.C., o país se
fragmentou em dois reinos: o Reino de Israel (que abrangia as cidades de Siquém e Samaria, no
norte, e o Reino de Judá (em cujo território estava Jerusalém), ao sul. A maior parte das
províncias não-israelitas deixaram de fazer parte de ambos os reinos.
A maioria dos historiadores modernos estão divididos e questionam a historicidade desta
monarquia unida conforme descrita na Bíblia.[6]
Reino de Judá
Templo de JerusalémMoabeMar Morto

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Reino de Judá

IX[1][2] ou século VIII a.C.[3] – 586 a.C.

Mapa da região no século IX a.C.


Continente Ásia
Capital Hebrom
Jerusalém
Língua oficial Hebreu
Religião Monoteísmo Javista/Judaísmo
Politeísmo Cananeu
Politeísmo Mesopotâmico
Religião Popular
Governo Monarquia
Período histórico Idade do Ferro Levantina
 • IX[1][2] ou século VIII a.C.[3] Revolta de Jeroboão
 • 586 a.C. Cerco de Jerusalém (587 a.C.)
Atualmente parte de  Israel
 Palestina

O Reino de Judá (em hebraico: ‫מַ מְ ֶלכֶת י ְהּודָ ה‬, Mamlekhet Yehuda), limitava-se ao norte com o
Reino de Israel, a oeste com a inquieta região costeira da Filístia, ao sul com o deserto de
Negueve, e a leste com o rio Jordão e o mar Morto e o Reino de Moabe. Era uma região alta,
geograficamente isolada por colinas de montanhas ao oeste, o mar Morto a leste e pelo deserto
de Negueve ao sul. Sua capital era Jerusalém, onde encontrava-se o Templo de Jerusalém, o
qual segundo a Bíblia, teria sido erigido por ordem do rei Salomão para abrigar a Arca da Aliança
(ou Arca do Pacto). Segundo a Estela de Tel Dã, o Reino de Judá realmente existiu, em alguma
forma, pelo menos em meados do século IX a.C.,[4][5][6] mas faz pouco para mostrar até que
ponto.

Após a divisão do reino, no quinto ano do reinado do rei Roboão, o faraó Sisaque I invadiu o
território dos hebreus e transformou o Reino de Judá num estado tributário. Esse fato evidenciado
no relato bíblico (II Crônicas 12.2) e comprovado por inscrições egípcias. (Inscrição mural sobre
Sisaque I no Templo de Carnaque e a estela de Megido). Devido à sua posição estratégica às
portas da península do [Sinai] e acesso ao Baixo Egito, foi utilizada pelo faraó como um Estado
tampão, o que lhe pouparia de usar seus próprios exércitos para defender esta fronteira.

O Reino de Judá entrou em conflitos com os reinos de Moabe, Amom e os filisteus. A Bíblia afirma
que o Reino de Judá permaneceu, de maneira geral, fiel à sua fé em Deus (Javé ou Jeová),
enquanto que Israel setentrional tornara-se fortemente influenciado pela cultura cananeia e pela
religião fenícia. O culto a Hashem e preservação da linhagem real davídica do qual deveria vir o
prometido Messias, de acordo com os profetas do Antigo Testamento, a justificativa para a
misericórdia de Deus sobre o Reino de Judá, ao passo que o politeísmo do Reino de Israel teria
sido responsável por sua ira sobre seus governantes (enquanto o Reino de Judá permaneceu sob
a dinastia dos descendentes do rei David, o Reino de Israel passou por várias dinastias e golpes
de Estado).
A arqueologia vem demonstrando que, durante os séculos IX e VIII a.C., Judá não passava de
uma região atrasada, predominantemente rural, prejudicado pelo isolamento geográfico e com
uma população politeísta formada principalmente por pastores nômades e mencionado por fontes
estrangeiras pela primeira vez apenas em 750 a.C., dois séculos após a formação do Reino de
Israel. Este, por outro lado, localizado numa região mais privilegiada para a agricultura e rota de
comércio entre os portos fenícios e os estados mesopotâmicos, gozou de grande desenvolvimento
anterior, durante os séculos IX e VIII a.C., estendendo suas fronteiras entre os territórios arameus
ao norte da Galileia, instalando palácios em diversas partes do reino e formando um poderoso
exército. [7]

O Reino de Judá viu o perigo das potências estrangeiras emergentes quando a capital de Israel,
Samaria foi tomada pelo rei assírio Sargão II, em 722 a.C., o que o levou a buscar prestar
vassalagem junto à Assíria. Ironicamente, a destruição do reino do norte pelos assírios causou um
grande florescimento do reino de Judá, ao sul. A população cresceu enorme
Reino de Judá
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2011)
Reino de Judá
←  IX[1][2] ou século
VIII a.C.[3] – 586
a.C. →

Mapa da região no século


IX a.C.
Continente Ásia
Capital Hebrom
Jerusalém

Língua Hebreu
oficial

Religião Monoteís
mo
Javista/Ju
daísmo
Politeísmo
Cananeu
Politeísmo
Mesopotâ
mico
Religião
Popular

Governo Monarquia
Período Idade do
histórico Ferro Leva
ntina
 • IX[1][2] ou 
Revolta
século VIII
de Jeroboão
a.C.[3]
 • 586 a.C. Cerco de
Jerusalém
(587 a.C.)
Atualmen  Israel
te parte  Palesti
de na
O Reino de Judá (em hebraico: ‫מַ מְ ֶלכֶת י ְהּודָ ה‬, Mamlekhet Yehuda), limitava-se ao norte com
o Reino de Israel, a oeste com a inquieta região costeira da Filístia, ao sul com o deserto
de Negueve, e a leste com o rio Jordão e o mar Morto e o Reino de Moabe. Era uma região alta,
geograficamente isolada por colinas de montanhas ao oeste, o mar Morto a leste e pelo deserto
de Negueve ao sul. Sua capital era Jerusalém, onde encontrava-se o Templo de Jerusalém, o
qual segundo a Bíblia, teria sido erigido por ordem do rei Salomão para abrigar a Arca da
Aliança (ou Arca do Pacto). Segundo a Estela de Tel Dã, o Reino de Judá realmente existiu, em
alguma forma, pelo menos em meados do século IX a.C.,[4][5][6] mas faz pouco para mostrar até que
ponto.
Após a divisão do reino, no quinto ano do reinado do rei Roboão, o faraó Sisaque I invadiu o
território dos hebreus e transformou o Reino de Judá num estado tributário. Esse fato evidenciado
no relato bíblico (II Crônicas 12.2) e comprovado por inscrições egípcias. (Inscrição mural sobre
Sisaque I no Templo de Carnaque e a estela de Megido). Devido à sua posição estratégica às
portas da península do [Sinai] e acesso ao Baixo Egito, foi utilizada pelo faraó como um Estado
tampão, o que lhe pouparia de usar seus próprios exércitos para defender esta fronteira.
O Reino de Judá entrou em conflitos com os reinos de Moabe, Amom e os filisteus. A Bíblia afirma
que o Reino de Judá permaneceu, de maneira geral, fiel à sua fé em Deus (Javé ou Jeová),
enquanto que Israel setentrional tornara-se fortemente influenciado pela cultura cananeia e pela
religião fenícia. O culto a Hashem e preservação da linhagem real davídica do qual deveria vir o
prometido Messias, de acordo com os profetas do Antigo Testamento, a justificativa para a
misericórdia de Deus sobre o Reino de Judá, ao passo que o politeísmo do Reino de Israel teria
sido responsável por sua ira sobre seus governantes (enquanto o Reino de Judá permaneceu sob
a dinastia dos descendentes do rei David, o Reino de Israel passou por várias dinastias e golpes
de Estado).
A arqueologia vem demonstrando que, durante os séculos IX e VIII a.C., Judá não passava de
uma região atrasada, predominantemente rural, prejudicado pelo isolamento geográfico e com
uma população politeísta formada principalmente por pastores nômades e mencionado por fontes
estrangeiras pela primeira vez apenas em 750 a.C., dois séculos após a formação do Reino de
Israel. Este, por outro lado, localizado numa região mais privilegiada para a agricultura e rota de
comércio entre os portos fenícios e os estados mesopotâmicos, gozou de grande desenvolvimento
anterior, durante os séculos IX e VIII a.C., estendendo suas fronteiras entre os territórios arameus
ao norte da Galileia, instalando palácios em diversas partes do reino e formando um poderoso
exército. [7]
O Reino de Judá viu o perigo das potências estrangeiras emergentes quando a capital de
Israel, Samaria foi tomada pelo rei assírio Sargão II, em 722 a.C., o que o levou a buscar prestar
vassalagem junto à Assíria. Ironicamente, a destruição do reino do norte pelos assírios causou um
grande florescimento do reino de Judá, ao sul. A população cresceu enormemente, alimentada
pelos refugiados hebreus do norte e Jerusalém, antes uma pequena cidade de um reino pobre e
isolado no sul, tornou-se o grande centro de influência entre todos os hebreus. Mais tarde, devido
à recusa do rei Ezequias em continuar pagando tributos à Assíria, o rei Senaqueribe invadiu o
Reino de Judá e sitiou Jerusalém, mas sem a conquistar. Segundo a Bíblia, o seu exército foi
"subitamente destruído por obra de Deus". Os registros assírios em Nínive e os trabalhos
arqueológicos realizados na região apontam para uma situação diferente. Embora Jerusalém
tenha sido apenas saqueada e poupada da devastação e do terrorismo de estado praticados
pelos assírios contra populações rebeldes, outras cidades do reino de Judá, como a rica Laquis,
na região oeste do reino, não contaram com a mesma sorte e foram pilhadas, com seus
moradores assassinados ou escravizados. [8] O rei Senaqueribe, ao encerrar sua campanha
na Palestina, concedeu ao reino de Judá um saldo considerado como desastroso, incluindo a
redução de um terço da população do reino e a perda da rica região do Sefelá, produtora de
cereais, transferida pelos assírios aos seus vassalos filisteus.

Índice
1Lista dos reis
2A queda do Reino de Judá
3O destino de Judá
4Ver também
5Referências
6Bibliografia
Lista dos reis
Para esta época, a maioria dos historiadores segue as cronologias estabelecidas por William
Foxwell Albright ou Edwin R. Thiele, ou a nova cronologia de Gershon Galil. Todas elas são
indicadas no quadro. Todas as datas são a.C. (Antes de Cristo).
Datas Datas Datas
Nome comum/ Tradução
de de de Nome Hebraico Notas
Nome biblico alternativa
Albright Thiele Galil
922–915 931– 931– Roboão Reoboão ‫מלך‬ ‫שלמה‬-‫בן‬ ‫ רחבעם‬ 
913 914 ‫יהודה‬
Rehav’am ben
Shlomoh
915–913 913– 914– Abias Abião ‫מלך‬ ‫רחבעם‬-‫בן‬ ‫ אבים‬ 
911 911 Abiam ‫יהודה‬
’Aviyam ben
Rehav’am
913–873 911– 911– Asa   ‫אבים מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ אסא‬ 
870 870 ’Asa ben ’Aviyam
873–849 870– 870– Jeosafá Josafat ‫מלך‬ ‫אסא‬-‫בן‬ ‫ יהושפט‬ 
848 845 Josafá ‫יהודה‬
Yehoshafat ben ’Asa
849–842 848– 851– Jorão Jeorão ‫מלך‬ ‫יהושפט‬-‫בן‬ ‫ יהורם‬Assassinado
841 843 ‫יהודה‬
Yehoram ben
Yehoshafat
842–842 841– 843– Ocozias Acazias ‫מלך‬ ‫יהורם‬-‫בן‬ ‫ אחזיהו‬Morto
841 842 ‫יהודה‬ por Jeú, Rei
’Ahazyahu ben de Israel
Yehoram
842–837 841– 842– Atália   ‫מלכת‬ ‫עמרי‬-‫בת‬ ‫ עתליה‬Assassinada
835 835 ‫יהודה‬
‘Atalyah bat ‘Omri
837–800 835– 842– Joás Jeoás ‫מלך‬ ‫אחזיהו‬-‫בן‬ ‫ יהואש‬Assassinado
796 802 ‫יהודה‬
Yehoash ben
’Ahazyahu
800–783 796– 805– Amassias Amazias ‫מלך‬ ‫יהואש‬-‫בן‬ ‫ אמציה‬Assassinado
767 776 ‫יהודה‬
’Amatzyah ben
Yehoash
783–742 767– 788– Uzias Ozias ‫אמציה מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ עזיה‬ 
740 736 Azarias ‘Uziyah ben
’Amatzyah

‫מלך‬ ‫אמציה‬-‫בן‬ ‫עזריה‬
‫יהודה‬
‘Azaryah ben
’Amatzyah
742–735 740– 758– Jotão Jotam ‫עזיה מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ יותם‬ 
732 742 Yotam ben ‘Uziyah
735–715 732– 742– Acaz   ‫יותם מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ אחז‬ 
716 726 ’Ahaz ben Yotam
715–687 716– 726– Ezequias   ‫אחז מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ חזקיה‬ 
687 697 Hizqiyah ben ’Ahaz
687–642 687– 697– Manassés   ‫מלך‬ ‫חזקיה‬-‫בן‬ ‫ מנשה‬ 
643 642 ‫יהודה‬
Menasheh ben
Hizqiyah
642–640 643– 642– Amom Amon ‫מנשה מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ אמון‬Assassinado
641 640 ’Amon ben Menasheh
640–609 641– 640– Josias   ‫אמון מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫ יאשיהו‬Morreu em
609 609 Yo’shiyahu ben batalha
’Amon
609 609 609 Joacaz Jeoacaz ‫מלך‬ ‫יאשיהו‬-‫בן‬ ‫יהואחז‬ Deposto
‫יהודה‬ pelo
Yeho’ahaz ben faraó Neco
Yo’shiyahu II.
‫יאשיהו מלך יהודה‬-‫בן‬ ‫אחז‬
’Ahaz ben Yo’shiyahu
609–598 609– 609– Joaquim Jeoaquim ‫מלך‬ ‫יאשיהו‬-‫בן‬ ‫ יהויקים‬ 
598 598 ‫יהודה‬
Yehoyaqim ben
Yo’shiyahu
598 598 598– Jeconias Jeoaquin ‫מלך‬ ‫יהויקים‬-‫בן‬ ‫ יהויכין‬Deposto
597 ‫יהודה‬ pelos
Yehoyakhin ben Babilónios.
Yehoyaqim
‫מלך‬ ‫יהויקים‬-‫בן‬ ‫יכניהו‬
‫יהודה‬
Yekhonyahu ben
Yehoyaqim
597–587 597– 597– Zedequias Sedecias ‫מלך‬ ‫יהויכין‬-‫בן‬ ‫צדקיהו‬ Ultimo Rei
586 586 Matanias ‫יהודה‬ de Judá.
Tzidqiyahu ben Deposto e
Yo’shiyahu levado para
o exílio.
A queda do Reino de Judá

Levante ca. 830 a.C.


De acordo com o Antigo Testamento, Manassés, rei de Judá, teria feito o que é mau aos olhos de
Deus, e por causa de suas obras, todo o Reino de Judá estava condenado ao exílio e
à escravidão. Isso deve-se ao fato de Manassés ter permitido o culto politeísta das populações
rurais do reino, o que não foi visto com bons olhos pelos sacerdotes do Templo de Jerusalém, os
quais defendiam um culto único a Hashem e a extinção completa dos cultos a outras divindades.
Segundo registros assírios e achados arqueológicos, Manassés herdou de Ezequias um reino
bastante combalido devido à campanha militar do rei Senaqueribe da Assíria, então a maior
potência econômica e militar do Oriente Médio, empreendida contra aquele pequeno reino durante
o reinado anterior, o que tornou extremamente árdua a tarefa em converter e destruir imagens.
Manassés, sabendo das consequências e da impossibilidade em enfrentar de frente a potência
assíria, buscou estreitar relações com essa nação, entrando de vez na rota do comércio árabe
fomentado pelos assírios.
Durante o reinado de Josias, Rei de Judá, o faraó Necao II, aliado do já decadente Império
Assírio, empreendendo uma guerra contra os exércitos de Babilônia chega até a região. Assim,
em 609 a.C., trava-se a Batalha de Megido. O Rei de Judá entra em batalha para deter o exército
egípcio do faraó Necao II, mas acaba por ser morto. Seu filho Joacaz é levado prisioneiro após
três meses de reinado, e o Reino de Judá se torna tributário do Egito. Necao II impôs a coroação
do irmão de Joacaz, Eliaquim, e mudou-lhe o nome para Joaquim. Em 605 a.C., trava-se a
Batalha de Carquemis com a derrota definitiva de Necao II.
A leste, a Assíria sofreu um rápido declínio, e em poucos anos seu território foi absorvido
pela Babilônia. Nabucodonosor II, Rei da Babilônia, empreendeu uma campanha militar contra
Judá. Enfrentando pouca resistência, conseguiu entrar em Jerusalém, em 597 a.C., e levou
consigo utensílios do templo e o próprio rei Joaquim como prisioneiro. Em seu lugar, estabeleceu
o filho de Joaquim, como Rei de Judá. Jeconias, com 18 anos de idade, teve o mesmo destino de
seu pai três meses e 10 dias depois de sua coroação. Nabucodonosor então colocou sobre o
trono o irmão de Joaquim, Zedequias.
Governando como vassalo da Babilônia, o Rei Zedequias manteve-se no poder por 11 anos,
quando então rebelou-se contra Nabucodonosor, provavelmente ao recusar-se pagar tributo. Foi o
suficiente para que invadisse Jerusalém, matasse seus habitantes, despojasse o templo de todos
os seus bens de valor e ateasse fogo a ele. O Reino de Judá deixou assim de existir.
O destino de Judá
No território de Judá permaneceram apenas os mais pobres. Todo o restante do povo que
sobreviveu ao ataque de Nabucodonosor II foi levado às cidades do reino da Babilônia. O período
do Cativeiro Babilônico estimulou entre o povo de Judá um sentimento de identidade racial e
religiosa indissolúvel. O relato bíblico deste período entre a conquista de Jerusalém e a conquista
da Babilônia por Ciro II é onde inicialmente se utiliza de forma consistente o termo "judeu"
identificando o povo de Judá, ou aqueles da mesma etnia e seguidores da mesma religião deste
povo. A nação judaica sobreviveu para retornar à Palestina e repovoar a província persa de Judá
(Yehud), mais tarde denominada Judeia pelos Romanos.
A história de Judá após o Cativeiro Babilônico passou a ser a mesma do próprio povo judeu, até
os dias de hoje.
História do Azeite
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A origem da oliveira,
na sua forma
primitiva, remonta à
Era Terciária, anterior
portanto ao
aparecimento do
homem, e se situa na
Ásia Menor,
provavelmente na
Síria ou na Palestina,
regiões onde foram
descobertos vestígios
de instalações de
produção de azeite e
fragmentos de vasos
datados do começo
da Idade do Bronze.

Contudo, em toda a bacia do Mediterrâneo foram encontradas folhas de oliveira fossilizadas,


datadas do Paleolítico e do Neolítico, sendo também pesquisada a sua origem ao sul do Cáucaso,
nos altos planos do Irã.
O uso do azeite na Antiguidade
Por volta de 3000 anos antes de Cristo, a oliveira já seria cultivada por todo o Crescente Fértil.
Sabe-se, no entanto, que, há mais de 6 mil anos, o azeite era usado pelos povos da Mesopotâmia
como um protetor do frio e para o enfrentamento das batalhas, ocasiões em que as pessoas se
untavam dele.

De acordo com a Bíblia, havia comércio de azeite entre os negociantes da cidade de Tiro, que,
provavelmente, o exportavam para o Egito, onde as oliveiras, na maior parte, não oferecem um
produto de boa qualidade. Há também informações extraídas do Antigo Testamento bíblico de que
teria sido na quantidade de 20.000 batos (2 Crônicas 2:10), ou 20 coros (1 Reis 5:11), o azeite
fornecido por Salomão a Hirão, sendo que o comércio direto desta produção era, também,
sustentado entre o Egito e a Israel (1 Reis 5:11; 2 Crônicas 2:10-15; Isaías 30:6 e 57.9; Ezequiel
27:17; Oséias 12:1).

A propagação da cultura do azeite provavelmente deve ter ocorrido por meio dos fenícios e dos
gregos. Assim, já na Grécia antiga se cultivava a oliveira, bem como a vinha. E, desde o século VII
a.C., o óleo de oliva começou a ser investigado pelos filósofos, médicos e historiadores da época
em razão de suas propriedades benéficas ao ser humano.

Os gregos e os romanos sem dúvida descobriram várias aplicações do azeite, com suas múltiplas
utilizações na culinária, como medicamento, unguento ou bálsamo, perfume, combustível para
iluminação, lubrificante de alfaias e impermeabilizante de tecidos.

Além disso, o azeite é mencionado em quase todas as religiões da Antiguidade, havendo


inúmeras lendas e mitos a respeito. Muitas das vezes a oliveira era considerada símbolo de
sabedoria, paz, abundância e glória para os povos.
O azeite nas religiões antigas
Para os egípcios, o cultivo da oliveira teria sido ensinado por Ísis; os gregos e romanos também
acreditavam que a origem de tal cultura teria sido uma dádiva dos seus respectivos deuses.

De acordo com a mitologia grega, ao disputar as terras do que é hoje a cidade de Atenas, o deus
Posidão, com um golpe de seu tridente, teria feito brotar um belo e forte cavalo e que a deusa
Atenas trouxe uma oliveira capaz de produzir óleo para iluminar a noite, suavizar a dor dos feridos
e de servir como um alimento precioso, rico em sabor e energia.

Na Eneida, Virgílio faz uma menção ao azeite e à oliveira: "E com um ramo de oliveira o homem
se purifica totalmente".

Rômulo e Remo, considerados descendentes dos deuses e fundadores da cidade de Roma,


teriam visto a luz do dia pela primeira vez debaixo dos galhos da oliveira.

Todavia, entre os judeus o azeite teve uma grande importância nos cultos quanto ao oferecimento
de sacrifícios a Deus, simbolizando a sua presença entre os homens.
A simbologia do azeite na Bíblia e no cristianismo
Na Bíblia, o azeite é utilizado como símbolo da presença do Espírito Santo (Deus).

Em Gênesis, quando as águas do dilúvio tinham cessado e a arca ainda navegava sobre as
águas, o patriarca Noé teria soltado uma pomba que retornou trazendo um ramo de oliveira.

Jacó, ao ter duas experiências sobrenaturais com Deus, em Betel, em ambas às vezes colocou no
local uma coluna de pedra sobre a qual derramou azeite. (Gênesis 28:18 e 35:14)

Os judeus utilizavam o azeite nos seus sacrifícios e também como uma divina unção que era
misturada com perfumes raros. Usava-se, portanto, o azeite na consagração dos sacerdotes
(Êxodo 29:2-23; Levítico 6:15-21), no sacrifício diário (Êxodo 29:40), na purificação dos leprosos
(Levítico 14:10-18 e 21:24-28), e no complemento do voto dos nazireus (Números 6:15).

Quando alguém apresentar ao Senhor uma oblação como oferta, a sua oblação será de flor de
farinha; derramará sobre ela azeite, ajuntando também incenso.(Levítico 2:1)

Pode-se afirmar que a Torah previa três tipos de ofertas de manjares que deveriam ser
acompanhadas com azeite e sem fermento, as quais eram: 1) flor de farinha com azeite e incenso;
2) bolos cozidos ou obreias (bolos muito finos) untadas com azeite; 3) grãos de cereais tostados
com azeite e incenso. E, enquanto a ausência de fermento simbolizava a abstinência do pecado, o
azeite representaria a presença de Deus. Parte das ofertas era então queimada no altar como
sacrifício a Deus. Certas ofertas, contudo, deviam efetuar-se sem aquele óleo, como, por
exemplo, as que eram feitas para expiação do pecado (Levítico 5:11) e por causa de ciúmes
(Números 5:15).

Os judeus também empregavam o azeite para friccionar o corpo, depois do banho, ou antes de
uma ocasião festiva, mas em tempo de luto, ou de alguma calamidade, abstinham-se de usá-lo.

O azeite também era reconhecido como um medicamento entre os judeus (Isaías 1:6; Marcos
6:13; e Tiago 5:14). No Evangelho segundo Lucas 10:34, o "bom samaritano" unge as feridas do
homem que tinha sido atacado pelos salteadores com vinho e azeite. O azeite, nas feridas, era
conhecido por ajudar a cicatrizar.

Pode-se dizer que na cultura judaica o azeite indicava o sentimento de alegria, ao passo que a
sua falta denunciava tristeza, ou humilhação.

Antes de sua prisão, Jesus passou momentos agonizando no Getsêmani, ou Jardim das Oliveiras,
situado nos arredores da Jerusalém antiga. O nome Getsêmani significa lagar do azeite. A
escolha do local trazia com exatidão o que estava acontecendo com Jesus momentos antes de
ser crucificado, quando iria ser sacrificado e esmagado como uma azeitona, a fim de que a
humanidade pudesse receber o Espírito Santo em seus corações.
As Cruzadas
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
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As Cruzadas foram movimentos militares cristãos em sentido à Terra Santa com a finalidade de


ocupá-la e mantê-la sob domínio cristão.
No século VII surgiu no Oriente Médio uma religião também monoteísta que conquistaria muitos
adeptos com o passar do século. O Islamismo foi difundido através do profeta Maomé e o seu
crescimento criaria grandes embates com o cristianismo. No final do século XI, a religião já havia
se tornado grande o suficiente para clamar por seus lugares sagrados, que, no entanto, eram
coincidentes com os lugares sagrados dos cristãos. A cidade de Jerusalém é o principal local
sagrado para essas duas religiões monoteístas e também para o judaísmo. A ocupação da cidade
e das regiões próximas que compõem a chamada Terra Santa foi motivo de muitos conflitos entre
essas religiões na Idade Média e ainda é uma das causas da instabilidade no Oriente Médio.

Ilustração: bazzier / Shutterstock.com


O termo Cruzada não era conhecido na época em que ocorreram. Só foi assim nomeado porque
seus participantes se consideravam soldados de Cristo e se distinguiam pela cruz em suas
roupas. Na época em que ocorreram, eram chamadas de peregrinação ou de guerra santa pelos
europeus. No Oriente Médio, contudo, eram chamadas de invasões francas, em função da maioria
dos cruzados serem provenientes do Império Carolíngio e de se autodenominarem francos.
O entorno do ano 1000 viu o significativo crescimento das peregrinações de cristãos a Jerusalém,
pois eles acreditavam que o fim do mundo estava próximo e, por isso, faziam sacrifícios e
buscavam as terras sagradas para evitar a eternidade no inferno. O mundo não acabou e os
muçulmanos ocuparam cada vez mais a Terra Santa, criando grandes impedimentos para o
trânsito de cristãos. A situação se agravou no decorrer do século XI e irritou os cristãos, que se
reuniram para a primeira expedição militar que os levaria à Terra Santa para tentar expulsar os
muçulmanos da região e devolvê-la aos cristãos. Entre os anos 1096 e 1270, muitas expedições
foram organizadas para tentar reconquistar Jerusalém, porém os muçulmanos se mantiveram
firme na região após vários conflitos.
Antes da primeira Cruzada organizada por nobres europeus, houve um movimento extra-oficial
que ficou conhecido como Cruzada dos Mendigos ou Cruzada Popular. O monge Pedro reuniu
uma multidão que incluía mulheres, velhos e crianças para atuar como guerreiros. A expedição
até chegou ao Oriente, mas foi facilmente massacrada. A Primeira Cruzada oficial foi convocada
pelo Papa Urbano II, que reuniu a nobreza europeia em 1095 para combater os infiéis que
ocupavam a Terra Santa. No ano seguinte, os cruzados partiram para Jerusalém e tiveram
sucesso, conquistando a Terra Santa, o principado de Antioquia e os condados de Trípoli e
Edessa.
Algumas décadas depois, os muçulmanos conseguiram reconquistar a cidade de Edessa, o que
motivou uma nova expedição, a segunda Cruzada, entre os anos 1147 e 1149. No entanto, não
causou a mesma comoção da primeira e resultou em uma grave derrota, o que deixou profundo
ressentimento no Ocidente. Mais décadas se passaram e, em 1187, o sultão Saladino obteve
uma vitória esmagadora sobre os cristãos em Jerusalém, reconquistando a cidade para os
muçulmanos. Em resposta, o Papa Gregório VIII convocou uma nova Cruzada, que ficou famosa
pela participação de três importantes reis da Europa: Ricardo Coração de Leão, da
Inglaterra; Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano Germânico; e Felipe Augusto, da
França. A Terceira Cruzada, que ocorreu entre os anos 1189 e 1192, mais uma vez, não resultou
em vitória para os cristãos, mas o rei Ricardo Coração de Leão conseguiu assinar um acordo de
paz com Saladino permitindo a peregrinação dos cristãos com segurança até Jerusalém.
No início do século seguinte, nova Cruzada foi convocada para atacar Constantinopla. A
expedição ocorrida entre 1202 e 1204 tinha fins políticos que não receberam a aprovação
do Papa Inocêncio III. A Quarta Cruzada deixou notáveis consequências política e religiosas
porque enfraqueceu o Império Oriental e agravou o ódio entre a cristandade grega e latina.
Poucos anos depois, em 1208, o mesmo papa convocou uma Cruzada contra os cátaros no
Lanquedoc. O catarismo, doutrina que acreditava no dualismo, ou seja, na existência de um Deus
bom e outro mal, era considerado uma heresia e seu crescimento incomodava muito a Igreja
Católica. Séculos mais tarde, seus seguidores seriam perseguidos também pela Inquisição.
Um dos eventos mais curiosos envolvendo as Cruzadas certamente foi o de 1212. Na ocasião,
crianças e adolescentes que acreditavam estarem possuídas do poder divino para reconquistar
Jerusalém partiram em direção aos portos para embarcarem rumo à Palestina. A expedição que
ficou conhecida como Cruzada das Crianças vitimou vários dos jovens ainda durante a viagem e
os sobreviventes foram vendidos como escravos aos muçulmanos quando atracaram no porto de
Alexandria. Calcula-se que 50 mil crianças tenham sido colocadas nos barcos da mais desastrosa
das expedições cristãs.
Nova Cruzada oficial ocorreria entre os anos 1217 e 1221. Porém o fracasso não seria novidade.
A quinta expedição não conseguiu nem mesmo superar as enchentes do Rio Nilo e acabou
desistindo de seus objetivos de tomar uma fortaleza muçulmana no Egito. Poucos anos depois,
a Sexta Cruzada, ocorrida entre 1228 e 1229, finalmente alcançou sucesso através da liderança
de Frederico II. Este conseguiu obter a posse de Jerusalém, de Belém e de Nazaré para os
cristãos por dez anos. No entanto, em 1244 os cristãos perderam o domínio dessas localidades
novamente para os muçulmanos.
Entre 1248 e 1254, a Sétima Cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX que desembarcou para
combate no Egito e recebeu a oferta de posse de Jerusalém, a qual recusou. Na continuidade dos
conflitos, o rei foi aprisionado e seu resgate custou 500 mil moedas de ouro. Mas foi o mesmo rei
que comandou a Oitava Cruzada em 1270. Só que ele faleceu devido à peste logo após
desembarcar em Túnis, o que encerrou mais uma expedição. Uma Nona Cruzada ainda é
descrita por alguns, embora muitos argumentem que tenha sido parte integrante da Oitava
Cruzada. Após a morte do rei Luís IX, o príncipe Eduardo da Inglaterra teria comandado seus
seguidores até o Acre (cidade em Israel) para combater os adversários nos dois anos seguintes.
Mas, preparando-se para atacar Jerusalém, recebeu a notícia do falecimento de seu pai e decidiu
retornar à Inglaterra para herdar seu trono de direito, encerrando a expedição e o turbulento
século XIII.
As Cruzadas foram um fracasso em seu objetivo de conquistar a Terra Santa para os cristãos.
Custaram muito caro para a nobreza europeia e resultaram em milhares de mortes. No entanto,
essas expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Elas causaram o
enfraquecimento da aristocracia feudal, fortaleceram o poder real e possibilitaram a expansão do
mercado. A civilização oriental contribuiu muito para o enriquecimento cultural europeu,
promovendo desenvolvimento intelectual. Nunca mais Jerusalém foi dominada pelos cristãos, mas
as movimentações ocorridas no trajeto para a Terra Santa expandiram os relacionamentos com o
mundo conhecido na época.
Primeira Cruzada
Por Rodrigo Batista
Ouça este artigo:

A Primeira Cruzada teve início em 1095 após declaração do papa Urbano II durante o Concílio
eclesiástico de Clermont, na França. Na ocasião, ele evocou a necessidade de os cristãos
reconquistarem Jerusalém e libertarem o Santo Sepulcro, sob domínio muçulmano desde 1076. O
movimento militar de caráter religioso não foi um episódio isolado, mas um conjunto de
campanhas que incluiu a Cruzada Popular, a Cruzada dos Nobres e a Cruzada de 1101.
A atitude do papa foi motivada em parte pelo imperador Aleixo I Comneno, de Constantinopla
(1081-1118), que temia uma investida muçulmana contra seus territórios, dada a proximidade de
seus domínios com a cidade santa de Jerusalém. Urbano II prometeu aos participantes da
expedição, a absolvição dos pecados, além da garantia de terras e riquezas quando da
reconquista da Terra Santa.

As notícias sobre o concílio de Clermont e a iminente campanha a Jerusalém, espalharam-se com


rapidez pelo Ocidente e atraíram nobres e populares. Muito antes da data marcada para o início
da expedição, estabelecida pelo concílio de Clermont para o dia 15 de Agosto de 1096, as
primeiras multidões de camponeses começaram a marchar em direção ao Oriente. A caminhada
de camponeses e populares ficou conhecida como Cruzada Popular ou Cruzada dos Mendigos.
Eles causaram desordem e chegaram em péssimas condições a Constantinopla. O imperador
Aleixo I Comneno, desejando afastá-los de sua capital, procurou incentivá-los a atacar os infiéis.
Foi um desastre, pois a Cruzada chegou muito enfraquecida à Ásia Menor, onde foi foi arrasada
pelos turcos.
A Cruzada dos Nobres, por sua vez, partiu da Europa utilizando cruzes vermelhas, que
sinalizariam a motivação religiosa do conflito, e iniciaram a cruzada sitiando várias cidades até
alcançar o seu destino final. Apesar das dificuldades encontradas durante a jornada, os
combatentes cristãos conquistaram Niceia e Antioquia até início de julho de 1098. Após Beirute,
prosseguiram até Jafa e Haifa. Em Edessa, Godofredo de Bulhão fundou o primeiro "Estado de
cruzados".
Três anos após partirem do Ocidente, eles chegaram a Jerusalém. Na cidade Santa, logo
provocaram um grande massacre contra os muçulmanos que ali habitavam. Depois da conquista,
Godofredo de Bulhão foi eleito chefe do Reino de Jerusalém. Com sua morte, em 1100, ele foi
sucedido por seu irmão, Balduíno de Bolonha.
A nova ordem do Oriente Médio não durou muito tempo, pois a região estava circundada por
países árabes, indignados e enfurecidos com as cruzadas. Nos dois séculos seguintes o conflito
entre muçulmanos e cristãos se intensificou, o que motivou novas cruzadas e consequetemente
causou a morte de centenas de milhares de pessoas.
Na Europa, contudo, as cruzadas acentuaram a expressão da coletividade em torno da cruz e do
papa, o que gerou o surgimento de uma espécie de "comunidade europeia" cristã. O sucesso da
Cruzada dos Nobres e a necessidade de reforços para a defesa dos novos estados sob domínio
cristão levaram o papa Pascoal II, sucessor de Urbano II a incentivar uma nova expedição
chamada de a Cruzada de 1101. A campanha, entretanto, não foi bem sucedida como a
anterior. As derrotas dos cruzados em diversas batalhas  fizeram os muçulmanos perceberem que
eles não eram invencíveis, como parecera durante a Cruzada dos Nobres.
Segunda Cruzada
Por Rodrigo Batista
A Segunda Cruzada foi uma expedição dos cristãos europeus, proclamada pelo papa Eugénio III
e pregada por São Bernardo de Claraval em resposta à conquista de Edessa em 1144 pelos
muçulmanos. A cruzada liderada pelos monarcas Luís VII de França e Conrado III
da Germânia ocorreu entre 1147 e 1149 e foi um fracasso: Os cruzados não reconquistaram
Edessa e deixaram o Reino de Jerusalém politicamente mais fraco na região. O único ponto
positivo da campanha foi a recuperação de Lisboa em 1147.

Após a primeira cruzada, quatro reinos foram


criados na região da Palestina: o Condado de Edessa, o Principado de Antióquia, o Condado de
Trípoli e o Reino de Jerusalém. Em oposição à presença cristã nas Terra Santas, despontaram
lideranças muçulmanas como Zengi, senhor de Alepo e Mossul. Em 1144, Zengi iniciou o
processo de reconquista de Edessa.  Depois de sua morte, o herdeiro Nur ad-Din arrebatou
definitivamente Edessa das mãos cristãs a 3 de Novembro de 1146.
Em resposta, o papa Eugênio III lançou em 1145 o apelo por uma nova cruzada. Conrado III, da
Alemanha, e Luís VII, da França, assumiram a liderança da empreitada cristã e partiram para o
Oriente. Conrado foi quem primeiro atravessou o estreito e passou para a Ásia  Menor onde foi
atacado pelos turcos seljúcidas na região de Dorileia, em outubro de 1147. Tendo sofrido muitas
perdas recuou para Niceia. Luís VII seguiu pelo litoral da Anatólia, mas em janeiro de 1148
acabou cercado pelos turcos nos desfiladeiros de Pisidia e perdeu muitos homens. Conseguiu
chegar ao porto de Adalia, e embarcou em direção a Antioquia com a cavalaria. A infantaria, que
tentou continuar por terra, foi massacrada pelos turcos em fevereiro.
Enfraquecidos após as primeiras derrotas, os monarcas se uniram e convenceram a regente do
Reino de Jerusalém Melisanda de Bolonha, mãe de Balduíno III, sobre a necessidade de uma
ataque à Damasco, cidade árabe até então aliada dos cristãos. A tática se mostrou mal sucedida
e apenas acelerou a unificação da Síria nas mãos de Nur ad-Din, filho de Zengi. O atabaque de
Alepo capturou, no ano seguinte, o castelo de Artésia ao príncipe de Antioquia e, assimilou terrras
até o Egito. Seu sucessor, Saladino continuou a reconquistar territórios e a expulsar cristãos da
região, deixando-os limitados a algumas cidades costeiras.
A Segunda Cruzada não obteve o sucesso esperado. A expedição acabou por complicar a relação
entre os reinos cruzados, bizantinos e governantes muçulmanos. A única vitória cristã foi a
reconquista de Lisboa em 1147 sob a solicitação de D. Afonso Henriques, primeiro rei de
Portugal.  Nenhuma nova cruzada foi lançada até a conquista de Jerusalém pelos muçulmanos
em 1187. O condado de Edessa estava definitivamente perdido e o principado de Antioquia ficou
reduzida à metade do seu antigo território.
Terceira Cruzada
Por Rodrigo Batista
A Terceira Cruzada pode ser compreendida como uma reação cristã à conquista de Jerusalém
pelo líder muçulmano Saladino em 1187. A expedição teve como principais condutores os reis da
Inglaterra e da França, respectivamente Ricardo I (Ricardo Coração de Leão) e Filipe Augusto,
além do imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Federico Barba Ruiva (traduzido por
alguns como Barbarossa ou Barba-Roxa), o que a levou a ser popularmente conhecida como
a Cruzada dos Reis. Embora tenha reunido inicialmente um grande exército, ela se revelou um
fracasso no seu objetivo principal.

Assim como as anteriores, a expedição foi organizada a pedido de um papa, na ocasião Gregório
VIII, e buscou construir e consolidar a supremacia européia durante a Idade Média. Além da
participação ativa de monarcas cruzados, a Terceira Cruzada, ocorrida entre 1189 e 1192, tem
como característica uma maior tolerância entre líderes cristãos e muçulmanos. O período marcou
também o surgimento e a participação dos Cavaleiros Teutônicos.
Após o apelo de Gregório VIII, Frederico Barba Ruiva deu início à campanha, seguindo por terra à
margem do Rio Danúbio. Durante o percurso conquistou Konya, capital do sultanato turco da Ásia
Menor, mas no decorrer da expedição acabou morrendo afogado ao atravessar um rio na região
da Cilícia. Com a perda de seu líder, boa parte dos cruzados germânicos desistiu da empreitada.
Aqueles que não retornaram ao Império Romano-Germânico decidiram avançar até São João de
Acre, agora sob liderança de Frederico da Suábia, filho de Frederico.
Ricardo I e Filipe Augusto iniciaram a expedição pela Sicília em 1190, onde saquearam algumas
cidades e seguiram até a Terra Santa pelo mar. O líder britânico teve alguns problemas com as
embarcações e levou dois meses a mais que o rei francês para chegar à Palestina. Nesse meio
tempo, conquistou a Ilha de Chipre aos Bizantinos, encorporando-a ao chamado Reino Latino.
Com a chegada dos britânicos ao Acre, os cruzados conseguiram sitiar a cidade e, em Julho de
1191, obtiveram a primeira vitória ao reconquistar a região. Apesar do sucesso até então, Filipe
Augusto desistiu da cruzada devido às más condições de saúde e retornou à França prometendo
não atacar as terras de Ricardo.
O rei inglês permaneceu na Palestina onde venceu as batalhas de Arsuf e de Jaffa diante de
Saladino, porém suas tropas, agora sem o apoio de Filipe e de grande parte do exército alemão,
não contavam com homens suficientes para sitiar a Cidade Santa. Com o exército enfraquecido,
Ricardo firma um acordo diplomático com o líder sarraceno: Jerusalém permaneceria sob domínio
muçulmano em troca da garantia da abertura da Terra Santa aos peregrinos cristãos, desde que
desarmados. Os cruzados mantiveram a área conquistada, uma faixa costeira contínua de Tiro a
Jafa, consolidando os estados cristãos no Oriente.
Apesar de não conseguir o principal objetivo da Terceira Cruzada que era a reconquista de
Jerusalém, Ricardo ganhou prestígio e respeito dos povos cristão e muçulmano, o mesmo
acontecendo com Saladino, transformado em herói no Oriente e em exemplo de cavalaria
medieval na Europa.
Quarta Cruzada
Por Tiago Ferreira da Silva
Com o intuito de recuperar o domínio cristão em Jerusalém, que estava sob hegemonia dos turcos
otomanos, a Igreja Católica empreendeu as Cruzadas para fortalecer sua doutrina religiosa no
mundo.
Entretanto, com a Quarta Cruzada pregada pelo papa Inocêncio III entre 1202 e 1204, os
interesses da Igreja Católica seriam desviados pelo duque de Veneza Enrico Dandolo. A comitiva
para a Quarta Cruzada era liderada por Balduíno IX, Conde de Flandres e o Marquês de
Montferrant. Eles estavam com algumas dificuldades de pagar a extrema quantia exigida por
Veneza para a travessia dos barcos e locomoção do Exército para o Egito.

Aproveitando-se da situação, Dandolo propôs uma incursão até a cidade de Zara, onde hoje fica a
Croácia, para tomá-la dos húngaros. Os mercadores de Veneza tinham grande interesse pelo
território porque facilitava as transições comerciais com outras nações através da liberação do
Mar Mediterrâneo.
Além de Zara, os venezianos invadiram Constantinopla em 1203, que na época estava sob
domínio do Império Bizantino. Lá, o Imperador Isaac II fora destituído do poder por seu irmão
Aleixo III, fazendo com que o príncipe peça auxílio aos cruzados para dominarem o território.

Com o aval de Inocêncio III, os venezianos


dominam Constantinopla e criam novos impostos. Apesar de mostrar-se contrário às invasões em
Zara, o papa apoia a tomada de Constantinopla para tentar uma reaproximação com a Igreja
Ortodoxa, que de fato não se concretizou.
Veneza também mantinha relações conflituosas com Constantinopla. Em 1182, os mercadores
venezianos foram massacrados graças a interesses comerciais regionais. A invasão liderada por
Dandolo, de certa forma, também era um ato de vingança patrocinado pela Cruzada.
A tomada de Constantinopla marcou a presença do Império Latino, servindo de ponte entre o Mar
Mediterrâneo e o Mar Morto. A região também era dominada pelos Impérios de Nicéia, Trizonda e
Épiro.
Quinta Cruzada
Por Tiago Ferreira da Silva
Após o desvio de interesses que caracterizou a Quarta Cruzada em 1204, o papa Inocêncio III
propôs, em 1215, o empreendimento de uma nova Cruzada através do Quarto Concílio de Latrão,
um dos mais importantes eventos da Idade Média onde reuniam-se líderes religiosos e laicos de
diversas regiões para discutir temas condizentes à Igreja Católica.
Entretanto, ela só seria efetivamente posta em prática em 1217, a mando do papa Honório III. Os
líderes daquela que seria a Quinta Cruzada eram: André II, rei da Hungria; Leopoldo VI, duque da
Áustria; Jean de Brienne, considerado por eles rei de Jerusalém; e Frederico II, do Sacro Império
Romano-Germânico.

Por mais que


Jerusalém fosse o alvo dos cruzados, eles decidiram atacar primeiro a cidade do Cairo, no Egito.
Frederico II, que estava a frente da comitiva, deparou-se com um conflito interno entre os sultões
do Egito e Damasco. Conquistaram uma pequena fortaleza e receberam reforço papal com a
chegada do autoritário cardeal Pelágio.
Em 1219, com um acordo de paz, os muçulmanos propõem a entrega de Jerusalém aos cristãos
com a condição de que eles se retirem do Egito. O cardeal Pelágio nega a oferta alegando que os
egípcios não resistiriam ao ataque dos cruzados com a chegada de Frederico II.
Depois da demorada reorganização da Cruzada novamente até o Egito, em 1221 os cristãos
avançaram até Cairo. Porém, após a recusa das ofertas dos muçulmanos, depararam com uma
emboscada em que estariam completamente cercados e sem acesso à comida.
Para a retirada completa dos cristãos, os egípcios fizeram uma nova proposta: deixaria eles se
retirarem com vida caso aceitassem a imposição de uma trégua por oito anos de paz.
Sem a chegada das tropas de Frederico II, os cruzados tiveram que se retirar da cidade. Visto
como o personagem central do fracasso da Quinta Cruzada, Frederico II foi excomungado da
Igreja pelo papa Gregório IX.
Sexta Cruzada
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
A Sexta Cruzada foi lançada pelo imperador do Sacro Império, Frederico II de Hohenstauffen, no
ano de 1227. Não obteve o êxito esperado e marcou-se por um dos fatos mais interessantes, seu
propagador foi excomungado pelo Papa por duas vezes.

Frederico II
Frederico II era o herdeiro do trono de Jerusalém e desejava tomar posse de seus direitos em
Chipre e Jerusalém-Acre, convocou então uma Cruzada para o ano de 1227. Entretanto Frederico
II era partidário do diálogo com os muçulmanos em lugar de se resolver as questões por via de
guerras. No mesmo ano de 1227 o sultão do Egito enviou uma comitiva de paz para conversar
com o imperador do Sacro Império, adepto do diálogo, resolveu aguardá-la mesmo tendo já sua
frota partido para o Oriente. O Papa Gregório IX não ficou satisfeito com o comportamento de
Frederico II e o atraso que causara no avanço da Cruzada e então, pela primeira vez, o
excomungou.
A excomunhão traria graves consequências para a autoridade de Frederico II e principalmente
para o desenrolar da Cruzada. Esta só partiu no verão do ano seguinte, em 1228, mas os reis
cristãos resolveram não apoiar o excomungado líder da nova Cruzada. Frederico II tinha a
esperança de ser bem sucedido no empreendimento que liderava, almejando livrar-se da
excomunhão recebida. Todavia o Papa Gregório IX resolveu convocar outra Cruzada, mas desta
vez o ataque cairia sobre as possessões  de Frederico II na Península Itálica.
Enquanto Frederico II avançava rumo ao Oriente seu exército diminuía gradativamente. A
ocorrência da excomunhão fez com que muitos integrantes da Cruzada desistissem de
acompanhá-la e tivessem hostilidade com o movimento. O pequeno exército que sobrou para
combater no Oriente foi auxiliado pelos cavaleiros teutônicos.
Quando finalmente chegou ao Oriente, Frederico II agiu de acordo com sua convicção, trocando a
guerra pelo diálogo. Mais uma vez o Papa reprovou a atitude do imperador e tornou a excomungá-
lo.
A religião islâmica atraia especialmente Frederico II, os muçulmanos o receberam em seus
territórios admirados com tamanho conhecimento da cultura islâmica que o imperador cristão
possuía. Tal fato foi fundamental para que realmente houvesse diálogo entre cristãos e
muçulmanos e principalmente para se estabelecer um acordo. Utilizando da diplomacia e
aproveitando-se das desavenças entre os sultões do Egito e de Damasco, foi firmado um tratado,
especialmente com Malik el-Kamil do Egito, estabelecendo a soberania cristã nos territórios de
Acre, Jafa, Sidon, Nazaré, Belém e Jerusalém por um período de dez anos.
O Tratado de Jafa, como ficou conhecido, foi assinado em 1229 reconhecendo a soberania dos
cristãos por um vasto território que lhes concedia acesso ao mar. Enquanto isso, os muçulmanos
tinham seu direito de culto respeitado na cidade sagrada.
Frederico II foi finalmente coroado rei de Jerusalém, do qual era herdeiro. Mas o relacionamento
com a Igreja Católica não estava nada bom, por duas vezes já havia sido excomungado e não
tinha apoio do mundo cristão. Com medo de perder o trono na Germânia e em Nápoles por conta
da Cruzada convocada pelo Papa Gregório IX para atacar seus domínios, Frederico preferiu
retornar à Europa para tentar mantê-los. Ao regressar, procurou retomar as ligações com Roma
em 1230. Enquanto isso, no Oriente os cristãos mantinham a soberania no território mesmo com o
rei não presente, todavia em 1244 foram atacados em Gaza e terminaram por perder os Santos
Lugares.
Sétima Cruzada
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
A Sétima Cruzada foi comandada pelo rei francês Luís IX, o objetivo era alcançar o Egito. Após
algumas investidas o exército de cruzados conseguiu vitórias importantes e o domínio de alguns
territórios, mas a prisão do líder francês fez com que tudo se perdesse.

Rota utilizada pela Sétima Cruzada (em azul)


A Sexta Cruzada conseguiu estabelecer um tratado de paz com os muçulmanos na Terra Santa.
O líder nessa ocasião era Frederico II, herdeiro do trono de Jerusalém, que embora cristão,
admirava muito a cultura islâmica. Pelo seu interesse diferenciado, preferiu dialogar com os
muçulmanos a guerrear, mas mesmo tendo conseguido estabelecer um tratado de paz que
garantia soberania dos cristãos na Terra Santa por dez anos, o Papa Gregório IX ficou insatisfeito
por não ter combatido os muçulmanos e o excomungou.
O tratado de paz vigorou a partir de 1229 pelo tempo que foi previsto, mas quando chegou ao fim
os embates retornaram. Uma fraca expedição militar cristã foi liderada por Ricardo de Cornualha e
Teobaldo IV de Champanhe visando garantir a situação que havia. Mas em 1244 os muçulmanos
reconquistaram todas as terras no Oriente, isto fez com que o Papa Inocêncio IV abrisse
o Concílio de Lyon no mesmo ano para se debater novas alternativas de reforçar a presença
cristã nos lugares considerados sagrados. Em tal ocasião, o rei francês, Luis IX, se apresentou
para liderar os cristãos em mais um Levante contra os muçulmanos.
A nova Cruzada só partiu três anos depois, entretanto Luís IX conseguiu reunir um admirável
exército que contava com a força de 35.000 homens. Enquanto os mongóis causavam
perturbações no Oriente, o monarca francês se aproveitou da oportunidade para sair de Aigues-
Mortes em 1248 e chegar até o Egito. No mesmo ano fez uma escala com seu exército em Chipre
para por fim atacar o Egito.
No ano seguinte, em 1249, o exército de cruzados comandado por Luís IX recuperou a região de
Damietta, a qual utilizaria mais tarde como base militar para promover a conquista da Palestina.
Em 1250, por pouco, o rei francês não conseguiu conquistar o Cairo. Os cristãos foram
surpreendidos por uma inundação do Nilo, a partir da qual os muçulmanos aproveitaram para se
apoderar das provisões alimentares dos cruzados, gerando fome e doenças como o escorbuto
entre os cristãos.
A consequência dessa derrota foi muito negativa, o
exército sucumbiu a várias doenças, sendo que especialmente o tifo foi responsável por dizimá-lo.
Sem o grandioso exército que organizara, Luís IX preferiu bater em retirada, mas também não
conseguiu o fazer da forma desejada. Ainda no mesmo ano o monarca francês foi tomado como
prisioneiro em Mansurá pelos muçulmanos. A negociação pela libertação do rei fez regredir todas
as conquistas de sua expedição no Oriente, foi pago um volumoso resgate no valor de 800 mil
peças de ouro e o território de Damietta foi devolvido aos muçulmanos em maio de 1250.
Enquanto esteve preso, o irmão de Luís IX, Roberto de Artois, tentou reconquistá-lo por via do
combate, mas foi derrotado por sua imprudência.
Após a liberação de Luís IX, este seguiu para Palestina acompanhado por seu irmão, Carlos
D’Anjou, lugar onde permaneceu por quatro anos negociando a liberação de todos os prisioneiros
cristãos e de promover um grande esforço para fortificar as cidades fracas do Levante.
Em tal ano de 1254, Luís IX regressa à Europa e só então recebe a notícia de que sua
mãe, Branca de Castela, regente em sua ausência, havia falecido. Tempos mais tarde, o rei
francês Luís IX foi canonizado como São Luís.
Oitava Cruzada
Por Tiago Ferreira da Silva
O clima de instabilidade entre os cristãos no Oriente Médio na década de 1260 foi a grande
justificativa para que o rei francês Luís IX decidisse organizar uma nova Cruzada, no ano de 1270.

Rota da Oitava Cruzada (linha verde)


No Oriente Médio, genoveses e venezianos entravam em conflito por interesses comerciais,
fazendo com que cristãos entrassem em guerra entre eles. Contribuía para a situação caótica da
região a invasão dos turcos ao Egito, conhecidos como mamelucos. O império repressor de
Gengis-Khan, na Mongólia, havia pressionado os turcos a expulsarem os otomanos, fazendo com
que eles invadissem o território egípcio e enfrentassem os cristãos.
No dia 2 de julho de 1270, as tropas francesas partem de Aigues-Mortes em direção ao Oriente
Médio, dando início à Oitava Cruzada. Chegaram primeiramente no Egito, que estava dominado
pelo sultão Bibars.
Com o objetivo de converter os sultões ao Cristianismo, os cruzados chegaram a deparar-se na
mesma cidade que Maomé, que disse que iria recebê-los de mãos armadas.
Entretanto, mal o combate entre cristãos e muçulmanos iria se reiniciar, uma peste que assolava a
região do Túnis atacou o exército francês, inclusive chegando a matar o rei Luís IX.
Além do rei, grande parte do exército francês caiu com a peste, incluindo um de seus filhos. O
outro herdeiro, Filipe, o Audaz, tratou de negociar a paz com os sultões e retornou à França, onde
foi coroado rei em 1271. Pela falta de conhecimento do local e pelas estratégias mal traçadas na
tentativa de converter os líderes muçulmanos ao Cristianismo, a Oitava Cruzada foi, em sua
essência, um grande fracasso empreendido pelos franceses.
Nona Cruzada
Por Tiago Ferreira da Silva

Eduardo I
Pelo curto período de tempo entre elas, a Nona Cruzada é considerada, para muitos, como parte
da Oitava Cruzada, onde o rei francês Luís IX e grande parte de suas tropas morreram no Oriente
Médio em decorrência do alastramento de uma peste, sem chegar a confrontar os sultões, de
religião islâmica.
Em 1271, meses após o fim da Oitava Cruzada, o príncipe inglês Eduardo I mobiliza seus
seguidores até a região do Acre, na Galileia, para reforçar o exército enviado anteriormente, na
tentativa de converter os sultões ao Cristianismo para manter a hegemonia cristã em Jerusalém,
tida como Terra Santa.
Acre foi o território almejado porque anos antes, em 1268, o sultão egípcio Baybars reduziu
o Reino de Jerusalém a um pequeno território situado entre Sidão e Acre. Eduardo chegou lá e
tentou amenizar o conflito entre sultões e cristãos, com o apoio do papa Nicolau II.

"O Último Cruzado" - Pintura de Carl Friedrich Lessing (1808-1880), retrata o fim das cruzadas.
Vendo o domínio de Jerusalém, que antes era dos europeus, ir para os ares com a invasão dos
sultões, tornou-se inevitável um conflito entre as tropas de Eduardo I e Baybars. Com algumas
alianças na região, Eduardo conseguiu vencê-lo em 1272.
Além de sofrerem a derrota, os sultões ficaram irritados quando um grupo de soldados italianos
cristãos chegou ao Oriente Médio e dizimou os muçulmanos. O sultão egípcio AL-Ashraf Jalil jurou
vingança e ordenou que pegassem os cristãos de qualquer forma.
Poderoso, o sultão enviou um contingente de 200 mil soldados muçulmanos até Jerusalém para
expulsar os italianos e ingleses que dominaram a região. Sem forças, os europeus não resistiram
e tiveram que se retirar do Oriente Médio, fazendo com que a influência ocidental em Jerusalém
fosse totalmente dissipada.
Cruzada das Crianças
Por Rodrigo Batista
Ouça este artigo:

A Cruzada das Crianças, também conhecida como Cruzada dos Inocentes, foi um episódio da
Idade Média que mistura fantasia e realidade. Ela teria ocorrido provavelmente no ano de 1212
quando jovens e crianças migraram a partir da França em direção a Jerusalém. A cruzada tinha
por objetivo converter muçulmanos e tomar de volta a Terra Santa.
O evento faz parte de uma série de cruzadas ocorridas no período. Para justificar as derrotas
anteriores, difundiu-se a lenda de que o Santo Sepulcro só poderia ser conquistado por crianças,
pois estas estariam isentas de pecados, sendo assim protegidas por Deus.

A Cruzada das Crianças - desenho de Gustave Doré.


Os relatos apontam diferenças em relação ao local – alguns remetem a origem à França, outros à
Alemanha – mas vários elementos em comum podem ser encontrados: um rapaz conduzindo um
vasto grupo de crianças e jovens menores de idade marchando para o sul da Europa com o
objetivo de retomar a Terra Santa.
Alguns historiadores sugerem que os cruzados de 1212 não eram apenas crianças, mas milhares
de camponeses, mendigos e doentes; pessoas à margem da sociedade. Outros apontam a
possibilidade de que as crianças seriam na verdade jovens homens, pois o próprio conceito de
criança era muito diferente do que é hoje. Além disso, a palavra latina pueri que aparece em
relatos pode ter sido mal traduzida. O termo se refere tanto a ‘homens jovens’ quanto à ‘crianças’.
As lendas estão diretamente ligadas às migrações, acontecimentos comuns no início do século
XIII na Europa. A população crescera bastante e havia muitos camponeses sem terras que viviam
em trânsito ou à beira das estradas. Esse público era suscetível aos pregadores messiânicos que
dominavam a cena religiosa do período.
A versão mais popular começa quando um pastor francês chamado Estevão de Cloyes chega à
cidade de Saint Denis e se junta a religiosos e peregrinos que voltavam do Oriente pregando a
realização de uma nova cruzada. Ele revelou que tivera uma visão na qual Jesus o convocava a
liderar o resgate da Terra Santa, mas avisava que apenas os puros de coração poderiam realizar
a proeza. Milagres foram atribuídos ao jovem e um renovado fervor religioso se estendeu por toda
a Europa.
Milhares de crianças aderiram à causa. Depois de peregrinar em direção ao sul do continente, o
jovem líder teria ordenado ao Mediterrâneo que lhes desse passagem, o milagre, porém, não
aconteceu, e acabaram aceitando a oferta de mercadores que se ofereceram para levar os
cruzados de navio para a Terra Santa. Os jovens que sobreviveram à viagem, entretanto,
tornaram-se prisioneiros sendo vendidos como escravos aos árabes muçulmanos.
A Harpa Cristã
Por Alaine Silva
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A Harpa Cristã é um hinário das Assembleias de Deus no Brasil cantado e com índice por
assunto, foi publicado pela primeira vez em Recife no ano de 1922 e trazia hinos para o contexto
evangélico: hinos para culto público, Santa Ceia, batismo, casamento, apresentação de crianças,
até mesmo funeral, entre outros. A primeira edição teve a tiragem de mil exemplares.
Com o passar do tempo novos hinos foram incorporados à publicação, na segunda edição em
1923 ela apresentava 300 hinos e foi publicada no Rio de Janeiro, e em 1932 foi relançada com
400 hinos.
O site oficial da publicação relata que “Antigamente, a Assembléia de Deus utilizava o hinário com
Salmos e Hinos, que também era usado por outras igrejas evangélicas históricas, e em 1921, os
pioneiros decidiram criar um hinário destacando também as doutrinas pentecostais da
denominação. Foi criado, então, o Cantor Pentecostal, sob a orientação editorial de Almeida
Sobrinho, com 44 hinos e dez corinhos, impressos pela tipografia Guajarina”.
Por tratar-se de um conteúdo relativo a fé e constantemente utilizado nas celebrações cristãs,  a
Harpa Cristã continuou agregando novas composições e com isso, a primeira Harpa Cristã com
letra e música começou a ser elaborada em 1937 e anos depois foram acrescentados outros hinos
chegando a ter 524 composições no hinário oficial que, em 1981 já apresentava todos os hinos
revisados.
Um pouco antes de concluir esta revisão, em 1979 foi nomeada uma comissão para cuidar da
revisão geral dos hinos, nomeação que ocorreu por meio da CPAD (Conselho Administrativo da
Casa Publicadora das Assembléias de Deus).
O livro “A história dos hinos que amamos”, escrito pelo pastor e jornalista Silas Daniel, recém-
lançado pela CPAD traz informações sobre as composições e personalidades ligadas a elas.
Segundo o autor “Algumas das muitas histórias que me tocaram há anos, e que pus no livro, são
as dos hinos ´Sou Feliz`, que nasceu como resposta de Deus para consolar o coração de um pai
depois de uma tragédia que ceifou a vida de suas três filhas pequenas; ´Deus velará por ti`, que
surgiu como fruto de uma experiência de cuidado de Deus para com uma família de um pastor
batista que era pregador itinerante; ´Castelo Forte`, que nasceu durante os preparativos para a
tensa Dieta de Worms, para a qual Lutero foi sem ter muita esperança de voltar de lá vivo, mas
Deus, como sabemos, o preservou; ´Firme nas promessas`, que nasceu de uma experiência de
cura divina; e ´Ele me abriu a porta`, que foi escrito por um pastor que perdeu tudo, mas foi
restaurado pela graça de Deus. Na verdade, são tantas histórias lindas! Só citei estas como
exemplo. São 350 páginas e 59 capítulos que, com certeza, vão edificar a sua vida”.
Após 90 anos hinos que fazem parte da Harpa Cristã são conhecidos até mesmo entre os não
assembleianos e alguns deles já foram gravados por conhecidos do segmento gospel, entre eles o
cantor Fernandinho que gravou parte do hino nº 291 “A mensagem da cruz”:
Sim, eu amo a mensagem da cruz
Té morrer eu a vou proclamar;
Levarei eu também minha cruz
Té por uma coroa trocar.
Bibliografia:
http://www.harpacrista.org
http://www.harpacrista.com.br
A Igreja Primitiva
Por Alaine Silva
Ouça este artigo:

Há uma fase na história do cristianismo, cerca de 30 DC, ou seja, poucos anos após a
ressurreição de Jesus e vai até por volta de 300 DC que é chamada de “Era apostólica” ou “Igreja
Primitiva”. No inicio as igrejas estavam em formação e em sua maioria estavam em Jerusalém
sobre a orientação dos apóstolos, entre eles Pedro, João e Tiago. E entre os primeiros cristãos
estavam os judeus e os gentios convertidos ao judaísmo, e confessavam a fé em Jesus Cristo
como messias, cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Muitos judeus naquele tempo
pensavam que esses seguidores de Jesus eram uma seita do judaísmo, e afirmavam que os
cristãos estavam exercendo uma "religião misteriosa" em torno  do nome de Jesus).
O  fato de assumirem a fé em Cristo e dessa forma, se recusarem a adorar a outros deuses e
imperadores gerou muitas perseguições e prisões. O primeiro mártir cristão morreu apredrejado,
ele se chamava Estêvão e durante sua morte disse ver “o céu aberto” e Paulo, que neste tempo
era funcionario do governo e tinha como função matar cristãos, assistia seu apedrejamento.
Pouco depois, indo a Damasco, teve um encontro com Jesus em forma de uma luz que o cegara
durante três dias e o levou a converter-se e acreditar em Cristo como filho de Deus. Inclusive,
cartas escritas por Paulo, da cidade de Tarso, enquanto ele estava preso por confessar sua fé em
Jesus foram destinadas as igrejas de Filipo, Corinto, Galácia, Roma, Tessalônica, Colossos,
Éfeso, cartas aos Hebreus e até mesmo a um homem chamado Filemom, pedindo a ele que
aceitasse de volta um escravo foragido e que havia se convertido, chamado Onésimo. Nesta carta
Paulo pede a Filemon que receba Onésimo como um irmão em Cristo e  se esse o deve alguma
coisa para colocar em sua conta. Essas cartas juntamnte aos quatro evangelhos, e as revelações
dadas a João compoem o novo testamento.
Os cristãos liam as escrituras do velho testamento em grego ou aramaico  por meio dessas cartas
o novo testamento estava sendo formado. Além da formação do que conhecemos hoje como novo
testamento, onde os evangelhos narram o fato de maior relevância pra os cristãos: a ressurreição
de Jesus; o início do cristianismo primitivo é marcado pela crença de que Jesus vai voltar e no dia
de pentecostes: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo
lugar; E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda
a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo,
as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a
falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2:1-4)
Os cristãos acreditam que Paulo, embora não tenha conhecido Jesus como ocorreu com os outros
apóstolos, tenha sido inspirado pelo Espírito Santo para redigir as informações que constam nos
livros da bíblia que ele escreveu.
Os cristãos reuniam-se para adorar a Deus, mesmo em meio a perseguições. A palavra Igreja tem
origem grega ekklesia, que fazia referencia a um conjunto, uma assembléia de pessoas, e que fez
parte do novo testamento  já com a intenção de falar igreja como o corpo de Cristo, como ao
grupo de pessoas que esperava Sua volta.  Os que faziam parte da igreja em Jerusalém repartiam
todos os seus bens, alguns vendiam suas propriedades e bens materiais e davam à igreja para a
divisão dos recursos entre todos do grupo.
A Mulher em Israel na época de Jesus
Por Ana Lucia Santana
A mulher, entre os judeus, era não mais que um objeto pertencente ao marido, como seus
servidores, suas edificações e demais posses legais. Ela devia ao esposo total lealdade, mas, por
princípio, era considerada como naturalmente infiel, desvirtuada e falsa. Por esta razão, sua
palavra diante de um juiz não tinha praticamente valor algum.
Embora ela fosse obrigada a ser fiel ao matrimônio, o marido não tinha os mesmos deveres
matrimoniais. Além de tudo, ele podia rejeitá-la por qualquer motivo, mesmo que, legalmente, não
pudesse negociá-la como qualquer outra propriedade. Dificilmente a esposa poderia, por iniciativa
própria, se desligar do casamento.
Uma mulher envolta em laços conjugais não podia jamais ser contemplada por outro homem, ou
por ele ser abordada, mesmo que fosse para uma simples saudação. No interior da sociedade
judaica, ela ocupava uma posição bem inferior à do homem. Até na esfera espiritual a mulher era
considerada desigual, e para ela estava reservado um local à parte no templo, assim como era
obrigada a caminhar, na rua, distante dos homens.
Legalmente ela era proibida de tudo e estava constantemente submetida a todas as punições civis
e penais imagináveis, sujeita até mesmo à pena capital. Também nos momentos das refeições a
mulher era isolada, pois ela não podia se alimentar ao lado dos homens. Assim, ela permanecia
em pé, pronta para ajudar o marido a qualquer instante.
Normalmente as mulheres viviam reclusas em suas residências e as janelas, quase sempre, eram
construídas com grades para que elas não pudessem ter seus rostos vislumbrados pelos
passantes nas ruas. Se um homem tentasse se dirigir a uma mulher, cometia um pecado muito
sério.
Por esta breve visão já é possível perceber o quanto Jesus, em sua época, revolucionou o
tratamento oferecido pelos homens às mulheres. Um dos episódios mais chocantes do Evangelho
é justamente aquele no qual Ele se dirige à mulher samaritana. Este povo era aguerrido
adversário dos hebreus, desde a cisão entre as tribos de Israel.
Assim, ao se revelar claramente como o Messias para alguém desta comunidade, especialmente
a uma mulher, Ele deixou tanto samaritanos quanto judeus perplexos. Além disso, Jesus
mantinha, entre seus discípulos e seguidores, diversas mulheres, entre elas, Maria Madalena,
vista com preconceito pelos judeus, que a consideravam uma traidora de seus princípios, como
uma prostituta.
Não bastando isso, Ele curava indistintamente homens e mulheres, e procurava integrar
socialmente aquelas que tinham sido excluídas. Ele até mesmo perdoou a mulher adúltera, a qual
os judeus costumavam apedrejar até a morte. E foi justamente uma mulher que testemunhou sua
Ressurreição, embora até os discípulos mais fiéis de Jesus encarassem suas palavras,
inicialmente, com desvelado ceticismo.
Na época, mesmo a mulher não sendo infiel ao esposo, se este fosse dominado pelo espírito do
ciúme, como está descrito na lei mosaica, sob o título de ‘A Oferta do Ciúme’, ele poderia levá-la
diante do sacerdote, mesmo sem nenhum testemunho ou flagrante, e realizaria então esta oferta
ritual. Desta forma, ela ficaria para sempre marcada e amaldiçoada diante da sociedade judaica.
Arquivos Secretos do Vaticano
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

Os Arquivos Secretos do Vaticano estão guardados na sede do Papado, na Cidade do


Vaticano, localizada na Itália. Eles foram gerados aproximadamente no ano 1610, pelo então
Pontífice Paulo V, com a intenção de resguardar o legado de Jesus Cristo herdado por seus
seguidores. Eles resguardam toda a trajetória da Igreja Católica, cada decreto, carta, publicação,
processos como os da Inquisição, enfim, toda a documentação eclesiástica.
Os representantes do catolicismo afirmam zelar, assim, pelos ensinamentos de Jesus, para que
eles sejam transmitidos de geração para geração sem adulterações. Assim, ao longo do tempo,
textos evangélicos, correspondências apostólicas e outros escritos foram preservados, bem longe
dos olhos do público, pela Igreja. Desta forma, a solução foi criar um Arquivo que pudesse conter
e guardar estes documentos.
Estes Arquivos constituem uma rede de aposentos e prédios nos quais são resguardados estes
tesouros do Cristianismo, que em seu conteúdo narram toda a História da Igreja Católica. Mas o
termo ‘secreto’ encontra-se, atualmente, apenas na expressão que denomina o conjunto destes
textos, pois grande parte deles está hoje disponível para estudiosos e pesquisadores, e também
virtualmente no site http://www.vatican.va, o endereço eletrônico do Vaticano.
Normalmente o clero torna acessível um documento arquivado depois de 75 anos, desde que os
pontífices decidiram tornar este Arquivo parcialmente disponível. Tudo começou com o Papa Leão
XIII, em 1883, quando ele tomou a iniciativa de liberar os escritos referentes a 1815 e seus
predecessores para pesquisadores não ligados à Igreja. O estudioso Ludwig von Pastor teve o
privilégio de ser o pioneiro no estudo destes documentos.
Em 1924 mais textos foram disponibilizados, englobando o período que vai até o fim do
apostolado do Papa Gregório XVI, no dia 1 de junho de 1846. A partir de então mais documentos
se tornaram acessíveis – em 1966, referentes à permanência de Pio IX à frente da Igreja, de 1846
a 1878; em 1978, textos sobre o pontificado de Leão XIII, de 1878 a 1903; em 1985, escritos de
Pio X, que se manteve no Vaticano de 1903 a 1914, e de Bento XV, pontífice de 1914 a 1922.
O Papa João Paulo II, em 2002, tomou a iniciativa de tornar acessível, a partir do ano de 2003, a
documentação pertencente ao Arquivo Histórico da Secretaria de Estado (Segunda Seção), que
contém os valiosos textos que narram as perigosas interações do Vaticano com a Alemanha
durante o Nazismo, quando o pontífice que ocupava o trono de São Pedro era o Papa Pio XI, os
quais despertaram intensa curiosidade no meio acadêmico.
Os Arquivos abrigam hoje 85 quilômetros de estantes, nas quais os documentos estão
organizados em seis grupos - Cúria, Delegações Papais, Singulares ou Familiares, Concílios,
Ordens Religiosas, Mosteiros e Confrarias e Outros. Este complexo está dividido em dois recintos
modernos destinados à pesquisa, com capacidade para receber a visita de pelo menos 1500
estudiosos.
Há também um aposento que abriga índices, uma biblioteca, uma sala de restauração e estudos
mais secretos, um laboratório de fotografias digitais e outro de informática, além do espaço
administrativo. No site, porém, o conteúdo não está ainda acessível no idioma português.
Batismo
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

O batismo é um ritual de iniciação na vida cristã. Ele é a base do Cristianismo, o portal pelo qual
o espírito faz sua passagem na direção de Deus e dos outros sacramentos. Segundo as religiões
cristãs, o Homem é libertado do pecado e encontra o caminho da regeneração, ao lado de Cristo,
através deste ato de imersão na água. O candidato à imersão é mergulhado na água, elemento
purificador, aspergido com ela ou o religioso responsável pela cerimônia verte o líquido sobre sua
cabeça. Os seres batizados são então transmutados em filhos do Criador.
Antes de Jesus, o profeta que veio anunciar a sua vinda, João Batista, eram quem batizava os
que o procuravam em busca deste renascimento. Mas ele tinha consciência de que a prática
deste ato era passageira, pois ele estava apenas preparando o caminho para que a missão do
Messias se cumprisse, ou seja, para que o Cristo realizasse o verdadeiro batismo, com o Espírito
Santo, segundo a Igreja. Em algumas religiões, o batismo é considerado um sacramento, o que
significa que quem o recebe é imediatamente abençoado. Do ponto de vista da teologia católica,
ele não somente proporciona ao iniciado ser inserido no corpo de Cristo, mas também é um meio
de redenção.
O batismo está incluso em várias religiões, tais como o Catolicismo, as Igrejas Protestantes, os
Evangélicos, os Unicistas, os Mórmons, os Adventistas do Sétimo Dia, as Testemunhas de
Jeová e os Batistas. Em alguns grupos, o batismo é visto como uma lei, perdendo assim sua
ligação com as questões religiosas. A água, desde tempos ancestrais, é vista como um elemento
gerador de vida, associado, portanto, ao nascimento e à morte, seguida pelo renascimento. Assim
sendo, o batismo também é imbuído deste duplo aspecto – através dele se morre e se renasce
em Jesus Cristo.
Segundo o Luteranismo, o Batismo é água e Palavra Divina, mas não faz milagres. Ele é apenas o
primeiro passo na caminhada da humanidade, que tem diante de si uma longa caminhada e um
grande esforço regenerativo para empreender, evitando as antigas tentações que seduziram Adão
e Eva. Portanto, a busca da renovação espiritual deve ser contínua. Lutero acreditava que a cada
dia o homem deveria realizar seu batismo simbólico, ou seja, sua reforma interior. Todo momento
que compõe a existência humana deve ser submetido a uma constante reflexão e transformação
do ser. É na prática, assim, que se constrói o verdadeiro batismo, uma travessia pela vida. O
batismo das crianças não tem como pré-requisito a sua percepção do significado deste ritual, nem
a fé de alguém que ainda não teve tempo de adquiri-la, pois para Deus todos são seus filhos.
Adultos que ainda não receberam esse sacramento também são aceitos pela comunidade e
podem ser batizados, sendo anteriormente introduzidos à doutrina luterana.
Jesus não detinha o monopólio do batismo. Ele também enviava seus apóstolos para realizarem
este ritual. Vemos isso em várias passagens do Novo Testamento. O batizado realiza uma aliança
com Jesus, o que simboliza sua adesão ao Pai e sua inclusão na Igreja. Com o batismo, o homem
demonstra seu arrependimento dos pecados, no caso dos adultos, e a consagração, quando se
trata de crianças, ou seja, seu reconhecimento como membro do Reino de Deus. Os católicos
vêem o Pentecostes como o momento em que Pedro recebeu as chaves que abrem as portas do
céu e as abriu através do Batismo, meio de redimir as almas arrependidas em nome de Jesus. Já
os protestantes afirmam que é Jesus o detentor destas chaves, que abrem o portal da morte e do
inferno, e também defendem que Ele é a Porta.
Batismo
Por Alaine Silva
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Em síntese, o Batismo é uma cerimônia religiosa que, geralmente, se pratica submergindo uma
pessoa em água. O dicionário da língua portuguesa define o batismo como “1 Teol Um dos
sacramentos da Igreja, o que lava do pecado original e consiste em derramar água por cima da
cabeça do neófito, sendo este ato acompanhado de palavras sacramentais. 2 A administração
desse sacramento. 3 Ablução. 4 Bênção solene. 5 Ato de pôr nome a uma pessoa ou
coisa. 6 Admissão solene no grêmio de uma religião ou seita; iniciação religiosa”.
A bíblia traz o registro do Batismo pregado por João Batista: “E, naqueles dias, apareceu João o
Batista pregando no deserto da Judéia, E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos
céus.(...) E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem
após mim é mais poderoso do que eu; cujas sandálias não sou digno de levar; ele vos batizará
com o Espírito Santo, e com fogo.Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no
celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará”.
Há também uma afirmativa sobre o batismo recebido por Jesus: “Então veio Jesus da Galiléia ter
com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu
careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por
agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus
batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo
como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo” (Mt 3:13).
Além desta passagem este ato também é tido como símbolo da morte de Jesus “Mas Jesus lhes
disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o
batismo com que eu sou batizado?” (Mc 10:38) e símbolo do dom do Espírito Santo “Porque, na
verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias” (At 1:5)
De acordo com as escrituras sagradas, o próprio Cristo teria ordenado: “Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt
28:19) e que foi praticado pelos apóstolos e outros “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom
do Espírito Santo” (At 2:38)
A associação entre batismo e a ideia de salvação é descrita na bíblia no livro de Atos dos
Apóstolos: “E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me
salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa. E lhe
pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa. E, tomando-os ele
consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os
seus”. (At 16:30-33).
Para os cristãos, outras passagens bíblicas são utilizadas para justificar essa prática. Algumas
estão descritas a seguir:
“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida” (Rm 6:3-4)
 “Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da
imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição
de Jesus Cristo” (IPe 3:21)
 “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito,
formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de
um Espírito” (I Co 12:12-13)
O Batismo é um modelo ou um retrato se salvação mostrando a morte, o sepultamento e a
ressurreição de Cristo; e dessa forma reflete este gesto no ambiente protestante como um
símbolo da morte do crente para o pecado e a ressurreição que possibilita andar em uma nova
vida.
Bíblia
Por Ana Lucia Santana
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A Bíblia é um dos livros sagrados da Humanidade, a interpretação religiosa da jornada humana


pela Terra, do ponto de vista do povo judeu, narrada pelo próprio Homem, mas segundo a Igreja
inspirada diretamente por Deus. Esta obra é considerada pelos estudiosos como uma fonte de alto
valor literário. Ela deriva do grego Bíblos ou bíblion, significando ‘rolo’ ou ‘livro’. No latim da Idade
Média, Bíblion alude a uma coleção de livros. A primeira pessoa a se referir à totalidade dos livros
contidos no Antigo Testamento e no Novo Testamento com uma expressão única foi São
Jerônimo, tradutor do Livro Sagrado, elaborado por volta do século IV, para o Latim – a Vulgata
Latina -, batizando-a de ‘Biblioteca Divina’. A palavra ‘Bíblia’ foi adotada pelo Cristianismo a partir
do ano 200 d.C. Segundo as diversas religiões cristãs, ela foi escrita por vários escribas,
sacerdotes, reis, profetas e poetas, mais ou menos em mil e seiscentos anos.
Os textos bíblicos foram traduzidos para o hebraico, o aramaico, o grego, até chegar à atualidade.
A Bíblia latina foi o primeiro livro importante a ser impresso pelo método desenvolvido por
Johannes Gutemberg, no século XV. Assim, antes de 1500 ela já havia sido publicada em pelo
menos seis línguas – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão -, baseada na versão
em latim. Em princípios do século XVI, manuscritos em grego e hebraico alcançaram a Europa
Ocidental, tornando-se acessíveis para os sacerdotes. Estudiosos como Erasmo de Roterdã,
responsável pela publicação da versão grega do Novo Testamento, lado a lado com a tradução
latina, muito contribuíram para que se pudesse ler este livro na sua língua natal, mesmo que os
originais de que Erasmo dispunha não fossem de total veracidade.
A Igreja Católica Apostólica Romana determinou como oficiais 73 livros bíblicos, 46 integrantes do
Antigo Testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica tem sete livros a mais no Velho Testamento do
que as versões adotadas por outras religiões cristãs e pelo Judaísmo – são os chamados
Deuterocanônicos ou livros do Segundo Cânon, quais sejam, Tobias, Judite, I Macabeus, II
Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque, tidos como apócrifos por algumas igrejas. Esta
Bíblia também traz alguns fragmentos a mais nos livros de Ester e Daniel, considerados
Protocanônicos, ou do Primeiro Cânon. Os textos mais antigos das Sagradas Escrituras,
descobertos até a atualidade, são um pergaminho escrito por Isaías em hebraico, que data do
século II a.C., encontrado em 1947 nas cavernas do Mar Morto – parte dos famosos Pergaminhos
do Mar Morto -, e um papiro no qual se vê um trecho do Livro de João 18.31-33, 37, 38, também
do século II a.C.
Originalmente a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Os capítulos foram criados pelo
Professor Stephen Langton, em 1227 d.C, para tornar mais fácil e fluente a leitura e também
menos complexa a tarefa de localizar citações. Em 1551 Robert Stephanus percebeu que era
fundamental implementar subdivisões nesta obra, e assim elaborou os versículos. Antes da
criação engenhosa de Gutemberg, a Bíblia era preparada artesanalmente, e assim poucos tinham
a possibilidade de adquirir este livro, extremamente raro na época. Percebe-se a importância da
invenção da gráfica, que tornou esta obra, agora publicada em vários idiomas, popular e acessível
para cada pessoa. Somente em 1748 d.C. surgiu uma edição bíblica na língua portuguesa, a partir
da Vulgata Latina.
A publicação da Bíblia em uma maior escala teve várias implicações religiosas, já que a Igreja,
durante muito tempo, pretendeu ter o monopólio dos textos bíblicos, podendo dispor sobre seu
conteúdo como bem entendesse. Este foi um dos pontos capitais das reivindicações luteranas
durante a Reforma. A partir de então, tornou-se possível interpretar de formas diversas as
Escrituras Sagradas, com a conseqüente formação de novas igrejas e seitas, a princípio
combatidas ardorosamente pela Igreja Católica, mas com o passar do tempo toleradas por suas
autoridades.
A Ciência tem visto a Bíblia como uma fonte de conhecimentos históricos muito importantes, e
várias narrativas serviram de base para pesquisas e descobertas da Arqueologia nos séculos
mais recentes. Suas informações são comparadas a outros documentos atuais, uma vez que os
textos nela contidos são frutos de uma visão de mundo inerente a um povo, uma cultura que
acredita ser a eleita de Deus. Sua autoridade histórica também é inquestionável, já que vários
países nasceram inspirados por suas páginas, como os EUA, e outras tantas culturas foram
extintas em nome das interpretações cristãs de seu conteúdo, como os Incas, Maias, e tantos
povos indígenas.
A Bíblia já foi escrita nos mais variados materiais, como a pedra – inscrições egípcias e
babilônicas de 850 a.C.; argila e cerâmica, descobertas na Ásia e na Babilônia; madeira, durante
muito tempo utilizada pelos gregos; o couro; o papiro, de fibras vegetais; velino, elaborado com a
pele do bezerro ou do antílope, o mais comum dos manuscritos, ou o pergaminho, feito com pele
de ovelhas e de cabras, mais raro; papel, o veículo mais usado atualmente; e formas
contemporâneas, como o CD, o CD-Room e a Internet.
Deus das diversas Religiões e na Ciência
Por Ana Lucia Santana
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As concepções sobre Deus têm variado ao longo do tempo e do espaço, conforme as diferentes


culturas que as adotam. Historicamente é possível encontrar diversificadas definições sobre a
divindade, desde tribos ancestrais até os princípios dogmáticos das religiões modernas.
Deus é concebido a maior parte das vezes como o Criador do Universo, Aquele que tudo rege.
Na Teologia Ele tem sido definido através de atributos como a onisciência, a onipotência, a
onipresença, a suprema bondade, a sagrada modéstia, o sublime desvelo, Ser transcendente,
eterno e desprovido de corpo, de quem nasce toda a moral. Tanto judeus quanto cristãos e
muçulmanos têm tolerado estes conceitos com maior ou menor intensidade.
Na Idade Média, vários pensadores, como Santo Agostinho e Tomás de Aquino, elaboraram
teorias defendendo a existência de Deus, lutando contra ilusórias incoerências inerentes às
qualidades atribuídas à Divindade. Ao longo da História as idéias sobre Deus revelaram-se bem
diversificadas. Desde o nascimento da Humanidade surgiram as diferentes formas de
compreender o Sagrado - como a percepção abraâmica de Deus, também conhecida como
monoteísmo do deserto; assim se denominam as religiões provenientes das convenções dos
semitas, que têm como ícone a figura do patriarca Abraão, ou seja, o cabalismo judaico, o
Islamismo e a trindade defendida pelo Cristianismo.
Outra visão importante de Deus provém dos cultos indianos, que não são homogêneos em sua
forma de conceber a Divindade, mas se diferenciam de uma doutrina para a outra, conforme a
área da Índia enfocada e a casta em questão, desde as que possuem uma crença monoteísta até
as que professam o politeísmo. No Budismo Ele não é percebido do ponto de vista teísta, ou seja,
da fé na existência de um único Deus, criador do Universo, pois apesar de postular a realidade de
vários deuses, esta religião vê estas entidades tão somente como seres que residem, por algum
tempo, em universos divinos que oferecem aos seus habitantes uma intensa felicidade, mas que
ao mesmo tempo estão submetidos ao jugo da morte e à ocasional reencarnação em mundos
inferiores.
Hoje aparecem novos conceitos sobre Deus, como a Teologia do Processo ou Teologia
Neoclássica, segundo a qual esta entidade não pode ser considerada onipotente se isto indicar
que Ele deve ser repressor, e a Divindade não seria perfeita se fosse restringida pela presença de
determinados atributos, entre outros princípios; e o Teísmo Aberto, teologia que rejeita a
onipotência, a onipresença e a onisciência de Deus.
No Ocidente, atualmente, chega-se a autores que defendem a morte de deus, na verdade não do
Ser em si, mas do conceito que predomina sobre a Divindade na esfera ocidental, revelando o
desencanto do mundo, no sentido da idéia defendida pelo filósofo Max Weber. Isto significa que a
idéia sobre o Divino estaria exilada dos distintos círculos da existência humana, tanto do social
quanto do pessoal.
Alguns também lançam hipóteses sobre uma origem extraterrena de Deus, na linhagem de
escritores como Erich Von Däniken, autor de Eram os Deuses Astronautas, enquanto outros,
como o também escritor de ficção científica, Arthur C. Clarke, defendem a possibilidade Dele ser
futuramente gerado pelo Homem, como uma espécie de inteligência artificial. Há igualmente
estudiosos que consideram as religiões e, portanto, Deus, nada mais do que mitos, frutos do
medo da morte e daquilo que não se conhece.
A visão científica condena os dogmas, rejeitando assim as religiões que se baseiam nestes
princípios, os quais vão contra as mais recentes descobertas científicas, e assim não atualizam
seus postulados, o que gera um inevitável confronto entre a Ciência e a Religião. Até mesmo os
que têm fé em Deus hoje questionam determinados ensinamentos dogmáticos transmitidos pelas
crenças que neles se fundamentam, o que abre um vasto campo para o crescimento do
materialismo e do ateísmo declarado. As religiões atingem neste momento um impasse nunca
antes vivenciado, pois o desenvolvimento tecnológico invalida, em nossos dias, muitos dos
dogmas até agora considerados verdadeiros alicerces das crenças partidárias do dogmatismo.
Evangelho
Por Ana Lucia Santana
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Os evangelhos são as narrativas sobre a vida de Jesus – desde seu nascimento até sua
ressurreição. Seu conteúdo, portanto, é geralmente de natureza religiosa, embora atualmente este
termo também seja utilizado para se referir a orientações dirigidas a usuários de um determinado
equipamento eletrônico, um computador, por exemplo. Esta palavra, porém, foi criada pelos
cristãos, com a conotação de boas novas ou boas notícias, com certeza aludindo à mensagem de
Cristo.
Os livros que contêm os ensinamentos do Cristianismo são chamados de Evangelho desde o
governo de Justino, no ano 150; eles tradicionalmente compõem o que se chama de narrativa
oral, guardada na memória dos que testemunharam a passagem de Jesus por este planeta. Os
que a transcreveram pela escrita não eram doutores, filósofos ou escritores, mas sim pessoas
simples, que se valeram de suas próprias experiências ao lado do Mestre e dos conhecimentos
que detinham naquela ocasião. Deixaram assim o legado de Cristo para as gerações posteriores.
Os quatro evangelistas são Mateus, Marcos, João e Lucas. Seus textos estão inclusos no espaço
bíblico chamado de “Novo Testamento”. Os Evangelhos são divididos em capítulos e versículos –
Mt 9:9-12, ou seja, Mateus, capítulo 9, versículos de 9 a 12.
Mas os Evangelhos não são apenas histórias biográficas. Não se trata apenas de narrar a vida de
Jesus, mas sim de converter os leitores ou ouvintes aos seus ensinamentos. Eles contêm
discursos, parábolas – alegorias através das quais Jesus transmitia aos seus seguidores
ensinamentos de ordem superior – e narrativas. Hoje se sabe da existência dos Evangelhos
Canônicos e dos Apócrifos. Os primeiros são os que foram selecionados pela Igreja para constar
da Bíblia, as interpretações convencionais dos ensinamentos de Cristo, ou seja, os de Mateus,
Marcos, Lucas e João. As igrejas de tradição cristã só reconhecem estes quatro evangelhos. Já
os apócrifos são todos os outros textos sobre a passagem de Jesus entre nós, escritos durante a
Antiguidade. Conhecem-se atualmente os Manuscritos de Nag Hammadi, também conhecidos
como Manuscritos do Mar Morto. São eles o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Filipe, o
Evangelho de Pedro, o Evangelho de Judas e o Evangelho de Maria.
Os defensores dos Apócrifos foram perseguidos e mortos pela Igreja durante muito tempo,
acusados de praticar heresias. Muitas guerras, mais conhecidas como Cruzadas, tiveram início
por conta destas questões, como no Sudoeste da França, no Languedoc, na Idade Média – a
Cruzada albigense, contra a suposta heresia cátara, que durou 40 anos, e durante a qual milhares
de cátaros foram mortos. Ainda hoje esta região traz em seu seio as marcas do sangue
derramado em suas terras. A Igreja destruiu muitos textos deste período, e os que sobreviveram e
foram recentemente descobertos foram escondidos em vasos antigos, preservados assim até os
nossos dias.
O cânon - decisão de um concílio sobre matéria de fé – foi definido aproximadamente em 150 d.C.
e aparece em seu formato atual pela primeira vez em 367, incluído em uma carta de Atanásio,
bispo de Alexandria. Ele foi validado no Terceiro Sínodo de Cartago, em 397. Inicialmente o Livro
do Apocalipse foi rejeitado, e assim ocorreu durante toda a Idade Média. Ele foi aceito apenas
durante a Reforma, por católicos e protestantes. Aparentemente o Evangelho de Marcos é o mais
antigo. Já o de João foi o último a ser sistematizado e é essencialmente diferente dos outros,
apresentando um formato distinto tanto no discurso quanto no seu conteúdo.
Igreja Protestante
Por Ana Lucia Santana
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Martinho Lutero, um padre alemão, deu início no século XVI, na Europa Ocidental, à primeira e
principal cisão no seio da Igreja Católica. Seus questionamentos vieram à tona através da
publicação de suas 95 teses, que ele fixou na porta da Igreja de Wittemberg. Nelas ele protestava
contra os abusos cometidos pela Igreja Católica naquela época. Sua intenção, a princípio, era
apenas realizar algumas reformas dentro da instituição, mas elas não foram aceitas, o que
resultou na inevitável cisão entre as nascentes igrejas reformadas e a Igreja Católica, já
reformulada pela Contra-Reforma, gerada pelo Concílio de Trento, quando os dogmas repudiados
pelos protestantes foram consolidados e retomados com mais ardor.
Assim, as igrejas que se sintonizavam com as inovações do monge agostiniano Martinho Lutero
tornaram-se integrantes da Igreja Protestante. Esta expressão apareceu inicialmente como um
nome de teor pejorativo concedido aos príncipes eleitores e às cidades alemãs que ousaram
protestar publicamente contra o Édito de Worms, de 1529, o qual condenava a crença e a
transmissão dos princípios de Lutero no espaço ocupado pelo Sacro Império Romano-
Germânico que ainda não tivera contato com esta doutrina. Por outro lado, ele também permitia
que os seguidores da nova religião, em locais onde ela já se disseminara, fossem punidos.
Os protestantes nada mais desejam do que ver o Cristianismo retornar à sua antiga pureza,
despir-se de preocupações excessivamente materiais, da pompa do clero, de atos condenáveis,
como o da venda de indulgências, ou seja, do perdão divino, prática comum entre os
eclesiásticos. Eles também querem pôr fim à intercessão da Igreja e dos santos na comunicação
entre Deus e o Homem, que para eles deve ocorrer diretamente, sem intermediários. Isto explica
porque não vemos, nestas Igrejas, representações de santos nem de Maria, mãe de Jesus. Em
1530 as coisas se precipitam e Lutero é excomungado pelo Papa, o que contribui para um cisma
definitivo, que muda definitivamente o cenário do Cristianismo, não só na Europa, mas em todo o
Planeta.
O luteranismo avançou, assim, aos poucos, pela Europa, criando raízes primeiramente na
Alemanha, terra natal de Lutero. No ano de 1537, ele já tinha atingido a Dinamarca, a Suécia, a
Noruega e a Islândia. Outro ex-sacerdote, Huldreich Zwingli, espalhou pela Suíça as sementes
do Protestantismo, as quais deram logo frutos neste país. Já na França foi João Calvino quem
semeou a nova doutrina – originando o Calvinismo, que prega a supremacia da palavra divina, a
exaltação da fé e a predestinação, bem como a valorização do trabalho e das conquistas materiais
-, que teve igualmente êxito na Escócia e nos Países Baixos. No Brasil o Protestantismo chegou
através dos imigrantes, no século XIX, com os alemães, especialmente no Sul, onde eles
edificaram, no ano de 1824, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, e dos
missionários, que aqui aportam por volta da segunda metade do mesmo século, em grande parte
norte-americanos e europeus. Atualmente estas igrejas não apontam um crescimento significativo
em nosso país.
Na América Latina usa-se a expressão ‘evangélicos’ para indicar as religiões cristãs que se
originaram da Reforma ocorrida na Europa. Há pelo menos dois blocos importantes – o
protestantismo histórico e o pentecostalismo. No geral, é esta última categoria que vem
incrementando o crescimento das Igrejas Evangélicas no Brasil, que hoje representam 13% da
população, ou seja, mais de vinte e três milhões de fiéis. O protestantismo tem várias ramificações
- o Presbiterianismo, o Luteranismo, os Metodistas, os Adventistas e os Batistas. A primeira Igreja
Presbiteriana do Brasil surgiu em 1863, no Rio de Janeiro, criada pelo norte-americano Ashbel
Simonton, enquanto a Independente nasceu em 1903, com menos seguidores. Há ainda a
Conservadora e a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, a mais ecumênica de todas.
Islamismo
Por InfoEscola
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O Islamismo é uma religião monoteísta, revelada pelo último profeta - Maomé (Muhammad)-,
nascido em Meca, cidade da Arábia Saudita, em 570 d.C. A expressão ‘islã’ representa
‘submissão’ e traduz a obediência às regras e aos desejos de Alá. Os que seguem esta doutrina
são conhecidos como muçulmanos – os que se submetem a Deus. De acordo com os ritos
islâmicos, Maomé obteve das mãos do próprio anjo Gabriel, enviado divino, os preceitos básicos
que constituem o Islã – orientações de ordem religiosa, dogmática e moral, organizadas em um
livro considerado sagrado pelos muçulmanos, o Corão, que também retrata várias passagens
do Antigo Testamento.

Segundo as narrativas islâmicas, há um único Deus, Alá, e Maomé foi seu último profeta, enviado
para disseminar entre os homens os ensinamentos sagrados, quando este tinha quarenta anos.
Com o auxílio da fortuna de sua esposa, Khadija, ele realizou seu apostolado, não sem enfrentar
uma forte adversidade. Foi perseguido em sua cidade natal e obrigado a se exilar em Medina, em
20 de junho de 622, episódio que historicamente ficou conhecido como Hégira – emigração, ponto
zero do calendário muçulmano até nossos dias.
O Islamismo condensa influências de várias religiões, além do princípio essencial da revelação
divina, congregando elementos legados pelo Judaísmo, como a circuncisão, e possivelmente
também o seu teor monoteísta; pela doutrina judaico-cristã, a idéia do Juízo Final; os djinn, gênios
do bem ou do mal, herdados de crenças ancestrais. Os preceitos ditados pelo Alcorão são
considerados como verdades absolutas, incapazes de conter qualquer falha. Este livro é
organizado em 114 suras ou capítulos, dispostos por tamanho, o maior contendo 286 versos. Há
uma outra fonte de orientação para os muçulmanos, princípios que partem dos ditos e feitos do
Profeta, ou seja, dos ahadith, contidos na Suna.
O Islã, significativo em seu teor religioso, é também uma doutrina moral e política. Como algumas
religiões cristãs, ele também prega a crença no Juízo Final, com sua divisão entre os justos, que
irão para o Paraíso, por toda a eternidade, e os maus, que arderão no fogo do inferno para
sempre. Mas, ao mesmo tempo, o homem parece não ter escolha entre o bem e o mau, pois as
pessoas parecem ter seu destino já traçado por Alá – uma de suas máximas afirma ‘estava
escrito’.
Entre as obrigações dos fiéis do Islamismo estão as orações obrigatórias, cinco vezes ao dia,
voltado para Meca; não exercer o culto de imagens, o que para eles representa um ato de
idolatria, e visitar Meca pelo menos uma vez na vida. Aliás, esta é uma das cidades sagradas para
os muçulmanos, que assim consideram também Medina, onde o Profeta edificou sua
primeira mesquita, e Jerusalém, que os islamitas acreditam ser o local de onde Maomé ascendeu
aos céus, na direção do Paraíso, para lá permanecer junto a Jesus e a Moisés.
Não há um clero islâmico, com uma hierarquia fixa e estabelecida. Quem coordena as orações em
público é o imã, enquanto os teólogos cultos são conhecidos como Ulemás. Os muçulmanos
realizam suas cerimônias religiosas dentro de templos chamados de mesquitas. Há algumas
nações islâmicas em que o Governo permite a poligamia, prescrita pelo Corão, e nestes lugares o
marido pode se unir a quatro esposas. Os muçulmanos formam basicamente dois blocos maiores
– Sunitas e Xiitas. Os primeiros subdividem-se em Hanafitas, Malequitas, Chafeitas e
Hambanitas. Eles são herdeiros da tradição de Maomé, que teve continuidade nas mãos de seu
tio All-Abbas. Já os Xiitas são discípulos de Ali, marido de Fátima, filha do Profeta; consideram-se
os sucessores espirituais de Maomé.

"Democracia não, nós queremos apenas o Islã". Muçulmanos que exigem a aplicação da Sharia
no Reino Unido.
Esta religião tem crescido muito nos últimos tempos, é agora a segunda maior do Planeta. Seus
seguidores já ultrapassam a casa dos 1.2 bilhões, com grande parte de seus discípulos
localizada nos países árabes do Oriente Médio e do Norte da África.
Alguns dos preceitos religiosos islâmicos estão traduzidos na Sharia, que guia os muçulmanos
mais radicais no seu dia-a-dia, no comportamento, nas ações e na alimentação. Também
impõe penas brutais para desvios ou atitudes consideradas incorretas perante o Alcorão. Por
exemplo, o roubo é punido com o amputamento das mãos; questionar o Alcorão ou Maomé, ser
homossexual ou mudar de religião são crimes punidos com a morte (apedrejamento, fuzilamento,
etc.). A Sharia ainda autoriza o casamento de meninas a partir dos 9 anos de idade, determina a
mutilação do clitóris, proíbe que as mulheres testemunhem contra homens em casos de estupro,
incentiva a Taqiyya (a propagação de mentiras e contra-informação, desde que isso contribua
para a causa do Islã) entre muitas outras ações.
Judeus
Por Emerson Santiago
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O termo judeu é utilizado para se referir a um grupo étnico-religioso surgido no oriente médio há


cerca de 3300 anos e que apesar de ter recebido influência de inúmeras outras culturas, perpetua
sua existência graças às tradições, religião e língua comum que são caríssimas aos seus
componentes.
Um judeu, para ser considerado como tal por outros judeus, deve atender a dois requisitos
previstos na Halachá (a lei tradicional da Torá):
ter nascido de mãe judia;
caso não tenha qualquer origem judia, o indivíduo pode se converter e se tornar judeu, mas deve
seguir as condições da Halachá, incluindo circuncisão (para o homem), imersão num micvê
casher (micvê significa “junção” (de águas) de fonte natural; ele se parece com uma piscina, mas
sua concepção envolve detalhes minuciosos da lei judaica para que receba o status de casher
(apropriada) para uso ritual pela comunidade judaica), além da aceitação de todos os
mandamentos da Torá (os primeiros cinco livros da Tanakh, o cânon da bíblia hebraica). Outra
condição haláchica é que a conversão deve ser supervisionada por um Bet Din (Tribunal
Rabínico) composto por eruditos, que aceitem a autoridade divina da Halachá e a seguem em
suas vidas cotidianas.
Segundo a sua própria tradição, o povo judeu tem origem no patriarca Abraão, considerado ainda
figura chave tanto na religião cristã como islâmica. É através do seu filho Isaque que o povo judeu
teria então surgido. Concretamente, o que se sabe é que os judeus são basicamente um povo
semita, assim como árabes e outros povos do oriente médio, apesar de nestes últimos mil anos
terem se misturado às diversas comunidades em que se inseriram em boa parte do mundo.
Em toda a sua história, os judeus gozaram de autonomia política duas vezes antes da formação
do moderno estado de Israel: o primeiro desses períodos foi de 1350 a.C. a 586 a.C., e engloba o
período dos juízes, o da monarquia unida, e o da monarquia dividida dos reinos de Israel e Judá,
terminando com a destruição do Primeiro Templo; o segundo é o do Reino Asmoneu, existente
entre 140 a.C. e 37 a.C.
No reinado de Adriano, em 136 d.C., após uma revolta, os judeus são massacrados, escravizados
e em boa parte banidos de sua terra natal. Em 1948, como resultado da comoção causada
pelo Holocausto na Segunda Guerra Mundial, o povo judeu ganha o direito de estabelecer um
estado independente na região da Palestina, anteriormente sob domínio turco e que se tornara um
mandato administrado pela Grã-Bretanha.
Hoje em dia, a maior comunidade judaica reside nos Estados Unidos, seguida da população do
Estado de Israel, um dos poucos estados no mundo baseado em preceitos religiosos, ao lado do
Vaticano, Irã e Paquistão. O Brasil possui a décima maior comunidade judaica do mundo.
Moisés
Por Ana Lucia Santana
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Moisés é um dos personagens mais importantes do Antigo Testamento, o líder que representa
uma divisão de águas na história bíblica. Antes da vinda de Jesus, foi o profeta mais importante –
assim considerado até mesmo entre os muçulmanos -, membro da Tribo de Levi. Segundo as
crenças hebraicas e cristãs, os cinco livros iniciais do Antigo Testamento – o Pentateuco – são de
autoria de Moisés.
Na época do seu nascimento, narrado no Êxodo 2, o faraó do Egito, que mantinha os judeus como
escravos, tinha promulgado uma lei que condenava à morte todos os filhos do sexo masculino
nascidos de hebreus. Na tentativa de salvar sua vida, seus pais o ocultam durante três meses,
depois, sem maiores perspectivas, eles o acomodam em uma cesta de juncos, depositando-a nas
águas do Rio Nilo. O menino é então encontrado justamente pela filha do Faraó, adotado e
educado por ela no seio da corte, para que se torne um príncipe. Em sua alma, porém, ele
permanecia conectado aos anseios e ideais de seu povo, o que o levou a matar um administrador
egípcio que feria deliberadamente um escravo judeu. Perseguido como traidor por este crime, aos
quarenta anos ele foge para se salvar da morte. Neste momento ele se refugia entre as
montanhas de Mídia, próximas ao Golfo de Acaba.
Moisés, neste período, entra na segunda etapa de sua jornada. Diante do deserto e da carência
de recursos materiais, ele se torna pastor de ovelhas de Hobabe, seu futuro sogro, prenunciando
seu destino de guia de um outro rebanho, o do povo escravizado que ele tem como missão libertar
do jugo egípcio. Quarenta anos depois, após um longo e árduo aprendizado, tempo durante o qual
chegou a esquecer a língua egípcia e a hebraica, pois habitava entre os midianitas, ele estava
finalmente pronto para assumir sua missão entre os hebreus, adentrando assim na terceira fase
de sua existência. O futuro líder teve então a visão que mudou definitivamente sua vida – ele viu
uma sarça, planta espinhosa parente da roseira, ardendo em chamas no monte Horebe, e
percebeu que, apesar do incêndio, ela não era destruída. Atento, ele se aproxima do local e então
Deus se dirige a ele, chama-o pelo nome e designa aquele local como uma Terra Santa, na qual
ele deveria pisar com os pés descalços. Finalmente, a presença divina revela a Moisés seu papel
como libertador do povo hebraico.
O profeta cumpre o seu papel, resgata o povo aprisionado e o guia até os limites de Canaã, a
Terra Prometida. No Monte de Horebe, Península do Sinai, no mesmo lugar em que recebeu a
primeira revelação, ele tem uma nova visão e recebe das mãos divinas a mensagem dos Dez
Mandamentos, supostamente escritos pela chama sagrada. Posteriormente suas leis são
desenvolvidas, passando a contar com aproximadamente 600 normas, que são conhecidas como
Leis Mosaicas, exceto pelos judeus, os quais acreditam que estas regras são orientações divinas,
concedidas ao povo israelita por meio de Moisés. No caminho dos hebreus para a Terra Santa, o
faraó tentou impedir a fuga, quando então ocorreu o famoso episódio do Mar Vermelho - as águas
pretensamente se separam, abrindo uma passagem para que os hebreus possam fugir, e depois
se fecham sobre os egípcios que se atrevem a atravessá-lo, afogando-os. Mas este não é o único
nem o maior obstáculo enfrentado por Moisés, que é obrigado a enfrentar a incredulidade de seu
povo, que diante das primeiras dificuldades deserta da crença em Deus e passa a adorar ídolos
de ouro e de prata. Mas Deus, através de sinais, convence finalmente seu povo e, após uma
jornada de quarenta anos - que deveria ter se resumido a dois anos, mas se prolongou em
conseqüência da falta de fé dos hebreus -, eles finalmente atingem a Terra Prometida. Moisés,
então com 120 anos, apenas tem a oportunidade de vislumbrar Canaã, sobre o Monte Nebo, em
Moabe, e depois desta visão tão esperada ele morre, deixando a liderança de seu povo nas mãos
do seu sucessor, Josué. Esta jornada, do ponto de vista cristão, prenuncia a vinda de outro
profeta, o Messias prometido, Jesus Cristo, que libertará o povo não apenas do jugo material, mas
da submissão aos pecados.
Monoteísmo
Por Armando Araújo Silvestre
Pós-doutorado em História da Cultura (Unicamp, 2011)
Doutor em Ciências da Religião (Umesp, 2001)
Mestre em Teologia e História (Umesp, 1996)
Licenciado em Filosofia (Unicamp, 1992)
Bacharel em Teologia (Mackenzie, 1985)
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Monoteísmo é a crença em um deus único, singular e deriva das palavras gregas μόνος (monos)
"único" e θεός (theos) "divindade". Acredita em um único Deus onipresente, onisciente e
onipotente, responsável pela criação de todas as coisas no Universo, diferindo dos politeístas que
creem que cada particularidade da natureza ou atividade humana seja de responsabilidade de
diferentes divindades. Difere, portanto, das crenças em várias divindades (politeísmo), ainda que
se admita que o politeísmo possa ser conciliável com o monoteísmo inclusivo ou outras formas de
monismo. Difere também do henoteísmo – a adoração a um único deus, mas que admite a
existência de outros deuses. Contrasta com o dualismo teísta (ou diteísmo), como existente no
gnosticismo e contrasta com a monolatria – reconhece muitos deuses, mas a adora apenas uma
divindade de forma consistente.
Dificilmente se aceita a teoria de que houve uma evolução natural do politeísmo ao henoteísmo e
depois chegando-se ao monoteísmo. As religiões monoteístas são o judaísmo, o cristianismo e
o islamismo – as chamadas religiões abraâmicas - e o próprio monoteísmo abriga, internamente,
diversas concepções de Deus.
Deísmo: acredita na existência de um deus único, criador de tudo, mas alguns creem que este
deus impessoal não intervém no mundo, enquanto outros deístas acreditam na providência
(intervenção divina no mundo).
Monismo: monoteísmo típico do Hinduísmo que tem conceito de Deus pessoal, mas com
nuances de panteísmo (o universo em si é Deus e não existe um ser transcendente fora dessa
Natureza) e panenteísmo (o universo não se identifica com Deus, é parte dele, e Deus é imanente
e transcendente ao mesmo tempo).
Monoteísmo substancial: os inúmeros deuses são formas diferentes de uma única substância
que a eles subjaz (religiões indígenas africanas).
Zoroastrismo: há uma divindade suprema e transcendental, Ahura Mazda, conforme o profeta
Zaratrusta, sendo a primeira religião monista proto-indo-europeia (Irã).
Atonismo: cada cidade tinha uma divindade local, específica, que era a sua padroeira: Aquenaton
ou Aton, no Egito.
Correntes de monismo: na Índia dos vedas.
Monoteísmo filosófico: conceitos de bem e mal absolutos (Zoroastrismo, Judaísmo, na
cristologia dos cristãos primitivos, na tawhid do islamismo).
Urmonotheismus: monoteísmo primitivo, original, segundo Wilhelm Schmidt (padre e antropólogo
austríaco), que Don Richardson (missionário e escritor) desenvolveu a partir do estudo de
religiões tribais originais, com a noção de um único deus que foi substituído pelo politeísmo (fator
Melquisedeque).
Monoteísmo ético: Deus é a base ética para a sociedade, conforme desenvolvido pelo judaísmo.
Monoteísmo Bahá’í: acreditam em um único Deus, o “todo poderoso” ou “suprema sabedoria”,
eterno, criador de todas as coisas, inacessível e que não se pode conhecer (incognoscível), que
expressa sua vontade de várias maneiras estabelecendo religiões no mundo para educar a
humanidade.
Monoteísmo islâmico: acredita em Deus (Alá) como considerado único e sem igual.
Monoteísmo judaico: declara a existência de um Deus único e que não existe unicidade como a
dele.
Monoteísmo cristão: crê num único Deus onipotente, onipresente e onisciente, que subsiste em
três pessoas da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) – conceito trinitário – mas como um único
Deus. Há divergências entre judeus e islâmicos que não aceitam cristãos como monoteístas e
mesmo entre cristãos que não aceitam esse trinitarianismo.
O que é fé
Por Ana Lucia Santana
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Ter fé é crer firmemente em algo, sem ter em mãos nenhuma evidência de que seja verdadeiro ou
real o objeto da crença. Este termo vem do grego pi.stis, traduzido por confiança, firme
convencimento. Assim, a palavra fé pode ser entendida como acreditar, confiar. A fé não demanda
provas materiais, pode surgir sem nenhum motivo aparente, estar ligada a razões ideológicas,
emocionais, religiosas, ou a outra razão qualquer.
A fé pode ser cega, nascida da confiança irracional em algo ou alguém, e dentro de uma religião
como, por exemplo, o catolicismo, ser baseada em dogmas – diretrizes estabelecidas pela Igreja,
nas quais os fiéis crêem sem que o clero necessite dar maiores explicações. Ela também pode ser
raciocinada, como no Espiritismo, que caminha junto à Ciência e à Filosofia, portanto, segundo
esta doutrina, razão e sentimento devem se unir para construir uma crença nascida do
conhecimento, uma vez que a fé não surge por um milagre no interior do homem, mas é edificada,
porém também aqui não se foge da necessidade da confiança e de algumas certezas instintivas.
As experiências de cada um, intransferíveis e totalmente pessoais, dão origem a esta energia ou
sentimento, ou como se queira definir a fé. Ela pode ser dividida com as pessoas à nossa volta na
forma de narrativas históricas ou obras de arte, e até mesmo sob o aspecto de depoimentos
espirituais, de vivência interior. Todos nós, segundo pesquisadores, temos no nosso íntimo, em
estado latente, o poder da fé, ou seja, de tornar real tudo que desejamos alcançar, através do
exercício contínuo da vontade determinada, contumaz, focada nos objetivos que almejamos
concretizar. Atualmente, a literatura de auto-ajuda aposta justamente nesse potencial humano, na
capacidade de alcançarmos tudo aquilo que aspiramos, por meio da exploração de condições
ainda pouco conhecidas de nossa mente, entre elas a fé, mas que estão certamente presentes em
cada indivíduo.
É essa energia que alimenta todas as crenças e religiões do planeta, desde os primórdios da
humanidade. Milhares de pessoas freqüentam os templos mais diversos, ou se voltam para seu
santuário interior, no exercício dessa força, buscando consolo ou respostas para suas indagações
e problemas cotidianos. O que mantém essa prática viva ao longo de milênios é que a
humanidade tem encontrado muitas vezes o que busca nessas jornadas espirituais, e pode assim
testemunhar o poder da fé. E o que importa aqui não é como se conseguiu obter resultados com
esta energia, pois o adepto de cada religião encontrará explicações diferentes para a mesma
experiência. O que realmente conta são os frutos que nascem da fé, concretos demais para que
se negligencie esta força. O curioso é que mesmo o ateu, quando impulsionado pela crença em
uma determinada ideologia, obtém os mesmos efeitos.
No aspecto religioso, a fé pode significar ser leal a um determinado culto, o que implica aceitar as
regras e pontos de vista dessa religião, ou seus dogmas, dependendo da corrente espiritual. Fé
também pode denotar um compromisso de fidelidade, por exemplo, a Deus. Entre os judeus, ser
fiel ao Talmud também expressa um laço cultural e, mais que isso, é igualmente uma questão de
identidade. Aliás, em outras comunidades religiosas a religião é, da mesma forma, uma questão
de identidade cultural. Segundo as Sagradas Escrituras, o homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus, portanto, conforme o pensamento de alguns estudiosos sobre o poder da
fé, com este instrumento divino o Homem também pode criar, através da disciplina e do
direcionamento correto da vontade para um propósito determinado. Jesus, em seus
ensinamentos, teóricos e práticos, demonstrou integralmente a importância da fé, e o seu
potencial inquestionável.
Origem da Vida
Por Fabiana Santos Gonçalves
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Teorias religiosas e mitológicas


Antes de surgirem os experimentos sobre a origem dos seres vivos e do planeta, as idéias que
predominavam eram as religiosas e mitológicas. Muitas resistem até os dias atuais. Muitas
religiões possuem seu livro sagrado, que explica sobre a origem no universo.
Ainda que muito difundidas e respeitadas mundialmente, essas teorias não são aceitas pelos
cientistas, pois a ciência só aceita o que pode ser provado experimentalmente, e até então
ninguém conseguiu fazer um homem de areia se transformar em um ser vivo, ou de uma costela
desenvolver uma mulher.
Muitas pessoas, em decorrência de sua crença na religião, acreditam apenas nessa hipótese.
Hipótese extraterrestre
Nessa teoria, fragmentos de “vida” ou moléculas que possam ter dado origem á vida chegaram ao
planeta terra através de meteoros e meteoritos. Naquela época, a Terra recebia milhares de
toneladas de meteoritos, e neles poderiam ter chegados esporos ou outras formas de vida
extraterrestres, que aqui encontraram condições ideais de vida, se desenvolveram e se
diversificaram até dar origem à todos os seres vivos que existem.
Esta teoria não é muito aceita, pois quando algum objeto entra na atmosfera, sua velocidade
e atrito com o ar são tão grandes, que o aquecimento provocado era capaz de destruir qualquer
forma de vida ali existente.
Evolução química
Esta é a teoria mais aceita pelos cientistas e defende que a vida tenha começado a partir de
alguns átomos que surgiram na atmosfera, e que com o passar do tempo, mudanças climáticas e
tempestades da atmosfera primitiva começaram a fazer ligações químicas, se tornando moléculas
cada vez mais complexas, e que depois de milhares de anos originaram um ser vivo.
Como foi dito acima, a ciência só aceita aquilo que pode ser provado. Francis Miller, em 1953,
realizou experimentos em laboratório e conseguiu demonstrar que esta teoria estava, em parte,
correta. Não realizou o experimento por completo, revendo toda a teoria porque precisaria milhões
de anos para isso.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/evolucao/origem-da-vida/
Exercícios e questões de vestibulares
Questão 01: (PUC-RIO 2009)
O gráfico mostra a seqüência cronológica de alguns acontecimentos no planeta.

Considerando os dados presentes nessa figura e conhecimentos científicos sobre a origem da


vida e a evolução das espécies, podemos afirmar que:
A)  o oxigênio teve papel fundamental no aparecimento das primeiras células.
B) 

não existe relação entre o aparecimento do oxigênio molecular e o


aparecimento dos primeiros eucariontes.

C) 

havia oxigênio molecular em grande quantidade na época do surgimento


das primeiras células.

D) 

o aumento da concentração de oxigênio molecular na atmosfera foi


conseqüência do aparecimento de fotossintetizantes.

E) 

o oxigênio molecular foi tóxico para os organismos pluricelulares.


Pecado
Por Ana Lucia Santana
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O Pecado é um conceito encontrado em toda e qualquer religião. O termo vem do


grego hamartáno e do hebraico hhatá, com o significado de ‘errar’ um alvo, um objetivo
determinado. Em latim, a expressão transforma-se em peccátu. Assim, esta palavra tem uma
conotação religiosa, espiritual, referindo-se ao não cumprimento dos desígnios de Deus, à
violação de suas Revelações. Os judeus sempre viram a transgressão de qualquer um dos
mandamentos sagrados como um pecado. Para eles, o Homem não peca porque em sua
natureza é um pecador, seus erros são frutos de suas ações, não são práticas permanentes.
Infringir as Leis Judaicas não significa falhar moralmente. Segundo a doutrina hebraica, o ser
humano tem o livre arbítrio, portanto tem responsabilidade sobre seus erros, embora tenha uma
certa inclinação natural para o pecado – nem por isso os judeus crêem que o Homem já nasceu
como um pecador, nesse sentido ele definitivamente não é herdeiro de Adão.
Entre os cristãos, muitos vivem com medo de serem condenados na Eternidade pela prática do
pecado. Outros, ao contrário, acham que podem alcançar a perfeição sem cair nas armadilhas dos
atos pecaminosos. De uma forma mais ampla, pode-se afirmar que o pecado é a violação de
qualquer acepção religiosa, ética ou moral, seja por incúria ou por falta. O homem, seja qual for
sua cultura original, constrói em seu universo interior regras éticas e de conduta moral, suas
crenças pessoais. No momento em que elas são transgredidas, nasce a culpa. Trata-se aqui do
pecado cometido no coração. Há também o pecado mortal, que separa o homem de Deus,
configurando assim a morte espiritual. Neste momento, como Adão e Eva ao comerem da Árvore
do Conhecimento, o pecador é condenado. Este deve então se regenerar, através da confissão de
sua culpa, do arrependimento sincero e da penitência diante de Deus.
Quanto aos pecados veniais, eles são os mais leves e menos comprometedores, que não levam à
ruptura com a Providência Divina, pois eles dizem respeito apenas à não obediência a alguns
preceitos morais. Os católicos consideram pecado mortal violar algum dos Dez Mandamentos, ter
consciência dos erros cometidos e mesmo assim cometê-los voluntariamente. Os pecados
considerados imperdoáveis são os cometidos contra o Espírito Santo, o que significa a não
aceitação da ação divina, a negação da Misericórdia e do perdão de Deus, assim como uma
persistente prática de atos pecaminosos. Já o pecado original refere-se à transgressão primeira
praticada por Adão e Eva, pretensamente estimulada pela mulher, considerada a primeira
pecadora da raça humana. O casal desobedeceu diretamente ao Criador ao comer do fruto do
conhecimento. Assim, este erro estendeu-se para toda a Humanidade, tornando-se uma herança
do Homem.
Uma novidade em termos de pecado foi introduzida pela Teologia da Libertação, o ‘pecado
estrutural’, inicialmente batizado de ‘pecado social’. Ele se refere aos ecos do pecado na vida da
sociedade, já que o homem também é um ser social e suas atitudes repercutem no universo
social. Esta doutrina também revela que há contextos sociais que também são pecaminosos, ou
seja, há erros cometidos pela sociedade, não apenas por pessoas – daí o ‘pecado social’. Assim,
desenvolve-se simultaneamente um pecado inserido nas próprias estruturas sócio-políticas,
econômicas e culturais, que têm conseqüências igualmente dolorosas – o ‘pecado estrutural’.
Antigamente, como se vê no Antigo Testamento, o homem se redimia de seus pecados através do
sacrifício de animais a Deus, em troca do perdão de suas faltas. No Novo Testamento, é Jesus
quem se sacrifica pela Humanidade, quem vem salvar o Homem de seus pecados. O Messias é
considerado o intermediário entre o ser humano e o Criador. Segundo a concepção católica, o
pecado venial, mais leve, justifica apenas uma passagem temporária pelo Purgatório, e o pecado
mortal, mais grave, corresponde a um castigo eterno no Inferno, se não houver a confissão e o
arrependimento verdadeiro. Já o pecado original é expiado através do batismo.
Profetas
Por Ana Lucia Santana
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O Profeta ou, no caso feminino, a profetisa, era uma pessoa que atuava como intermediária
entre os povos e os representantes divinos; ele anunciava às massas a vontade de Deus e suas
lições, ou seja, interpretava suas mensagens. É quase impossível discorrer sobre a história
judaica sem se referir a estes personagens significativos, que detinham a inspiração sagrada.
Os profetas eram muito importantes neste período, ouvidos e levados em conta até mesmo por
faraós, como o do Egito, que era constantemente aconselhado por José, judeu que era capaz de
prever o futuro através de seus sonhos. Normalmente os profetas agiam movidos realmente por
revelações oníricas, visões ou encontros com criaturas angelicais, daí serem inicialmente
conhecidos como videntes. Era tamanha a atenção conferida a estas pessoas, que os falsos
profetas eram submetidos à pena de morte, prescrita pela Lei de Moisés.
Os profetas não integravam a classe sacerdotal nem as esferas governamentais, portanto o
contato com o mundo espiritual era preservado da influência de sacerdotes e governantes. Assim,
a profecia era considerada atividade alternativa, a qual era exercitada à margem da religião oficial.
Por alguma razão eles eram eleitos pela Divindade para intermediar a relação entre Ele e a
Humanidade. Pode-se dizer também que estes homens eram profundamente generosos, logo
identificados por seu discurso e sua prática, sempre inspirada pelos ensinamentos divinos.
Estes seres detinham o poder de divulgar ao seu povo as orientações passadas por Deus; para
que ninguém duvidasse de sua palavra e de seus encargos, o Criador permitia que eles
manifestassem dotes extraordinários, como, por exemplo, prever o futuro. Ainda assim muitos
deles foram rechaçados e eliminados. Seus ensinamentos e predições, porém, ficaram registrados
para o conhecimento da posteridade, através de textos produzidos por eles, que ganharam um
lugar de destaque nos escritos sagrados. Tanto que, quando se fala em ‘Profetas’, pode-se estar
referindo ao Neviim, soma das obras produzidas pelos profetas.
As pessoas dotadas do dom da profecia são encontradas nas principais religiões criadas pelo
Homem, o judaísmo, o cristianismo, o islamismo, a fé bahá’í, entre outras. Entre os hebreus houve
muitos profetas ou porta-vozes. Os principais foram Adão, Abraão e Moisés, presentes no Antigo
Testamento, compartilhado por judeus e cristãos. Para ambos, o intérprete de Deus é considerado
um profeta. A missão profética assim considerada, porém, começa no Livro Sagrado com a
tradição de Samuel, transmitida depois para Elias, Eliseu e Davi. Os textos são elaborados em um
período posterior.
Conforme o tamanho da narrativa profética produzida, as pessoas dotadas deste poder podem ser
divididas em Profetas Maiores - Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel – e Profetas Menores -
Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias. Há igualmente alguns profetas não relacionados a obra alguma, como Elias e Eliseu.
Em algumas passagens bíblicas, Abraão também é descrito como um profeta. Algumas profetisas
têm igualmente seu nome registrado na História, embora não tenham escrito nenhum livro, entre
elas Maria, irmã de Moisés; Débora; e Ana, pioneira na aceitação de Jesus como o Messias. No
Novo Testamento é possível encontrar alusão aos nomes de Simeão, João Batista – primo e
precursor de Jesus, responsável pelo batismo do Messias -, Jesus e Ágabo.
Entre os muçulmanos, que professam o islamismo, o qual se fundamenta nos mesmos alicerces
que a religião judaico-cristã, Adão, Abraão e inclusive Jesus são considerados profetas. Mas eles
se baseiam principalmente em seu profeta maior, Maomé, intérprete de Alá, o Deus dos islamitas.
Religião da Roma Antiga
Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade
Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)
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A religiosidade na Roma Antiga se expressava através do politeísmo, que foi construído com
base nas crenças etruscas, gregas e orientais. A religião tradicional romana teve uma forte
influência etrusca, que reverenciava os antepassados, especialmente na figura do pater familias, o
responsável pelo culto aos deuses Lares (os deuses das casas), e acreditava na possibilidade de
prever o futuro, com práticas de adivinhação e interpretação dos fenômenos naturais. Além disso,
apropriaram-se também das tradições gregas, incorporando seus vários deuses. Dos egípcios
passaram a cultuar os deuses Ísis e Osíris. Há vestígios materiais da presença de templos
dedicados a eles no território romano.
Questionar a existência dos deuses não era comum: sua existência era um fato. Eles assumiam
formas e características humanas. Mas, não só seus deuses próprios formavam a religiosidade
romana. Eles caracterizaram-se também por serem um povo sincrético e assim, deuses de outras
culturas foram assimilados em Roma, através da expansão política e territorial, especialmente
durante os períodos monárquicos e republicanos. Ao conquistar um povo, os romanos
incorporavam parte de sua cultura, incluindo seus deuses, como ocorreu com os gregos, os
egípcios, os celtas e os germânicos.
Em Roma o culto aos principais deuses era comum. Eram eles que garantiam a paz divina. Nos
cultos havia sacrifícios onde parte dos alimentos era oferecida aos deuses. Os principais deuses
romanos faziam referência direta aos deuses gregos. Os principais deuses formavam a tríade
capitolina, composta por Júpiter, o deus dos deuses e da justiça, Marte, o deus da guerra, e
Quirino, o deus da união do povo romano. Quando estiveram sob o domínio etrusco uma nova
tríade se formou, mantendo Júpiter e substituindo os outros dois por Juno, simbolizando a força
guerreira e a fecundidade e Minerva, protetora das artes e dos artesãos. Durante a expansão
republicana a tríade é reestruturada e passa a representar a fecundidade através dos deuses
Ceres, Líber e Libera. Acredita-se que durante a república havia trinta e três deuses romanos.
A relação entre os deuses gregos e os romanos era bastante evidente. Júpiter, o deus dos
deuses, era equivalente a Zeus na crença grega. Saturno, o deus do tempo, era a referência a
Cronos. Juno, a rainha dos deuses, a Hera. Netuno, o deus do oceano, era a referência
a Poseidon. Marte fazia referência a Ares, deus da guerra, enquanto Plutão, o deus dos mortos,
representava Hades dos gregos. Mercúrio fazia referência à Hermes, o deus da troca e do
comércio. Vênus indicava Afrodite, deusa da beleza e Cupido indicava Eros, o deus do amor. Os
nomes dos deuses romanos não nos são estranhos. Os planetas do sistema solar foram
denominados a partir dos nomes dos deuses, e em sua homenagem.
A referência aos deuses gregos é bastante evidente, mas é preciso levar em consideração que os
romanos também acreditavam em vários outros deuses, incorporados de outras culturas. Por
causa deste sincretismo religioso o cristianismo foi facilmente aceito por parte da população
romana.
Ao pregar o monoteísmo, o cristianismo passava a questionar diretamente a figura do imperador,
porque eles se autodeclaravam enviados dos deuses e passavam a ser cultuados oficialmente.
Por isso os cristãos foram perseguidos e sofreram violências de formas variadas, como, por
exemplo, sendo colocados a lutar contra gladiadores.
A religiosidade romana se mostra diversa e passou por diferentes processos de fé, crença e
poder.
Religião na Alemanha Nazista
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
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Em 1933, Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha. Junto com ele, chegava também uma
ideologia totalitarista que instalaria no país um regime autoritário e doutrinador, o Nazismo. Foram
criados diversos órgãos para disseminar a nova ideologia e garantir o seu funcionamento. No
centro de sua argumentação, estava a ideia de purificar a Alemanha, limpando-a de raças
julgadas inferiores, com especial aversão aos judeus.
A Alemanha era formada principalmente por católicos e protestantes na década de 1930. Adolf
Hitler e Joseph Goebbels, um dos principais responsáveis pelo extermínio de judeus, eram
católicos, porém já haviam abandonado suas congregações antes da ascensão ao poder em
1933. Eles não haviam negado a Igreja e nem deixaram de cumprir suas obrigações como fieis,
mas passaram a conceder especial atenção ao projeto Nazista. É difícil definir a posição que as
igrejas protestantes assumiram em relação ao Nazismo porque elas são muito mais livres em
relação à Igreja Católica. Cada congregação tem liberdade para escolher suas posições. Sabe-se,
contudo, que grande parte das congregações era contrária ao Nazismo. De modo que sempre
havia tensão para com alguns grupos.
A relação com a Igreja Católica, na verdade, não era muito diferente. Ela variava entre tolerância e
agressão, apesar das origens católicas de Hitler e Goebbels. Grande parte dos nazistas tinha
aversão ao clero em suas vidas pública e privada e a situação ficava ainda mais intensa pelo
próprio fato da simbologia Nazista fazer tanta referência ao paganismo. Por fim, tanto Hitler
como Mussolini eram contrários ao clero, todavia sabiam que um choque afetaria seus planos
ideológicos, retardando-os. A Igreja Católica, por sua vez, era declaradamente contrária a
ideologia nazista antes desta chegar ao poder. Mas, a partir de 1933, a associação deixou de ser
proibida e buscaram-se meios para trabalhar em parceria. Em 1937, o Papa Pio IX condenou a
ideologia nazista e o totalitarismo, dando início a uma caçada aos dissidentes políticos na
Alemanha. Padres foram perseguidos, presos e enviados a campos de concentração. Com medo,
muitos religiosos encorajaram orações em defesa de Hitler e evitaram falar sobre antissemitismo.
Em 1941, a Alemanha Nazista decretou a dissolução de todos os monastérios e abadias em seu
território, abrindo espaço para a ocupação da SS, organização militar de elite dos nazistas
comandada por Heinrich Himmler. Mas Hitler abafou a operação com receio de que os católicos
alemães pudessem protestar contra as medidas e criar problemas paralelos em tempos de guerra.
Em suma, a Alemanha Nazista expandia sua ideologia totalitarista e, como tal, pretendia superar e
controlar questões religiosas. Católicos e protestantes tiveram relacionamento tenso com os
nazistas, mas, devido ao fato de a grande maioria da população ser adepta dessas duas vertentes
religiosas, o embate direto não foi tão explícito, embora Hitler não simpatizasse com nenhuma das
duas. Entretanto, um grupo religioso em específico, além dos judeus, estava entre os principais
perseguidos pelo governo nazista, as Testemunhas de Jeová. Seus adeptos somavam cerca de
25 mil fieis na Alemanha. Quando presos, recebiam um triangulo roxo para identificação. Eles
receberam o desgosto dos nazistas pela recusa de servir ao exército alemão e ao governo. Mas
eram dos poucos prisioneiros que podiam deixar os campos de concentração com vida. Bastava
assinar um documento renunciando a sua religião que eles estavam aptos a voltar a ser cidadãos
alemães. Só que, para os seguidores dessa religião, a fé vinha em primeiro lugar, o que causou
ódio aos nazistas e a morte de milhares de fieis.
Religião na Grécia Antiga
Por Pedro Eurico Rodrigues
Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)
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O desenvolvimento de um sistema de crenças esteve presente no mundo antigo de diversas


formas. No caso grego percebe-se que a religiosidade esteve diretamente relacionada às cidades
e sua expansão. Isto porque não se pode entender a Grécia Antiga como um Estado centralizado.
A formação de nações ao redor do mundo é uma experiência moderna. Assim, embora a
religiosidade se expressasse de maneiras diversas, pode-se compreender que havia certa
semelhança em sua organização e expressão em cada uma das pólis.
Um dos pontos centrais de uma cidade-estado eram os templos. Eles organizavam e reuniam a
população desde a sua construção. Assim, as formas de acreditar eram variáveis, e cada templo
ditava uma crença. A religiosidade era vivenciada a partir da contribuição das pessoas, seja na
difusão de mitos ou mesmo na feitura de imagens nos templos.
Os gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses, mesmo não
adorando a todos. Isso porque usualmente um deus predominava em uma determinada pólis.
Estes deuses tinham forma e viviam próximos aos homens: suas ações e decisões não estavam
tão distantes da humanidade. Os gregos acreditavam que eles se expressavam no cotidiano: nas
chuvas, na natureza, nas decisões. Assim, os deuses agiam de forma direta na vida das pessoas.
Acreditava-se, por exemplo, que Poseidon dominava os mares, que Zeus era responsável pelas
chuvas. Além dos deuses outras entidades habitavam o sistema de crenças grego, como
as sereias. Estes outros seres, assim como os deuses, estavam cotidianamente presentes na vida
dos gregos. O que diferia os deuses dos seres humanos era a imortalidade.
Alguns dos principais deuses da Mitologia Grega, em fachada de prédio da Universidade de
Atenas, Grécia. Foto: Dimitrios / Shutterstock.com
Além de se expressarem diariamente, a atribuição de significados aos deuses é uma forma de
perceber como os gregos davam sentido aos seus sentimentos por meio dos deuses. Afrodite, por
exemplo, é a deus que simboliza o amor. Atena, a sabedoria.
Embora muitas vezes considerados fantasiosos, os mitos podem ser fontes bastante úteis para o
historiador que pretende compreender a sociedade grega. O historiador Paul Veyne aponta que os
mitos não são apenas relatos sem sentido, mas sim fazem parte de uma forma de expressão de
uma sociedade, que, embora tenha alterado uma realidade, exprimem sentidos de uma sociedade
temporalmente já tão distante.
Assim, os mitos podem ser entendidos como uma tradição oral que depois de muito circularem
pela fala, podem hoje ser lidos e acessados pelos historiadores. É uma forma de dar sentido ao
mundo. Os mitos, portanto, exprimem a forma como os gregos lidavam com a natureza, com os
sentimentos e como respondiam questões como a origem do universo. Eles fazem parte do
sistema de crença gregos.
Os gregos acreditavam que os deuses habitavam o Olimpo. Em nome de Zeus, o deus dos
deuses, eles celebravam os Jogos Olímpicos, a cada quatro anos. A religiosidade grega se
expressava através de rituais que se davam em torno de altares e envolviam música, canto e
competições em homenagem a um deus, como era o caso dos Jogos. O Partenon é um
monumento religioso construído no século V a.C. em homenagem à Atena, deusa de Atenas. Sua
construção destaca-se na paisagem e demonstra o poder de Atenas.
Afrodite, Zeus, Apolo, Ártemis, Eros, Hades, Hermes, Perséfone eram deuses que povoavam a
vida dos gregos na antiguidade e estavam presentes no cotidiano. Eram formas de dar sentido à
vida e explicar o inexplicável até então.
Religião na Mesopotâmia
Por Pedro Augusto
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A mesopotâmia é uma região de planalto de origem vulcânica localizada no oriente médio, entre
os vales dos rios Tigre e Eufrates, e que hoje é definido como o território do Iraque.
Foi considerada uma sociedade muito organizada e que é conhecida pelas inúmeras cidades–
estados. Tais cidades eram muito parecidas com as cidades gregas em termos de independência
e autonomia.
Na questão religiosa a Mesopotâmia era bastante diversificada, onde estavam presentes várias
crenças e divindades. Muitas delas podem ser encontradas nas formas mais variadas, podendo
ter sua imagem vinculada a figura humana, ou, como na maioria das vezes, tinha características
relacionadas a elementos da natureza.
Podemos citar aqui algumas dessas divindades como Shamash, que era considerado o deus do
sol e da justiça. Anu, considerado senhor dos céus. Sin, considerado deusa da lua. E Ishtar,
considerada deus da guerra e do amor.
Uma caracteristica importante da religião mesopotamica é que ela propria tinha característica
dualista, onde era possivel encontrar sempre o bom e o ruim, o bem e o mal e buscando sempre
tentar compreender essa relação, utilizavam de métodos não convencionais para uma religião
como a adivinhação, a magia, e a astrologia.
A religião mesopotamica também permitia que em diversas cidades de seu domínio, acreditasse
fielmente na vida após a morte e assim desenvolveram vários ritos funenários. Tinham o costume
de enterrarem os mortos com alguns objetos pessoais dentro da tumba, e uma outra caracteristica
interessante de ser citada é que atraves da própria tumba onde o falecido foi colocado poderia nos
indicar a condição financeira dele e da família. Ou seja, se o defunto fosse rico, obviamente sua
tumba seria mais requintada do que de um pobre mesopotamico.
A morte parecia ter uma grande importância nessa cultura, fato que nos levam a concluir isso é a
observação de sua literatura, onde através de narrativas miticas escritas por eles podemos
localizar a sua crença de que os mortos passavam para um mundo subterrâneo, mostrando a
crença na morte como algo místico.
Misticismo que também é muito encontrado na literatura mesopotamica, onde no texto “O mito da
criação” relatam a origem do mundo através de feitos de Marduk, que era uma das principais
divindades mesopotamicas. Podemos citar também o texto “Epopeia de Gilgamesh” onde relatam
algumas aventuras de um gigante que teria controlado uma cidade chamada Uruk.
Babilônia
Por Tiago Ferreira da Silva
Cidade mais conhecida da região da Mesopotâmia, Babilônia é tida para muitos historiadores
como o berço da civilização pelos grandes avanços sociais, econômicos, políticos e culturais.

Jardins Suspensos da Babilônia


Os primeiros povos mesopotâmicos chegaram há mais de 5.000 anos atrás das montanhas da
Ásia central a procura de territórios férteis próximos aos rios, para fixarem moradia. Por volta do
século XIX a.C., os amoritas derrotaram os sumérios e acádios que dominavam a Mesopotâmia.
Oriundos do sul do deserto árabe, construíram a cidade-Estado de Babilônia, formando
o Primeiro Império Babilônico.
No século XVIII a.C., o rei babilônio Hamurábi conseguiu unificar o povo e expandir seu domínio
para além do Golfo Pérsico, possibilitando grandes avanços na agricultura - através da
canalização dos rios - e na arquitetura babilônica - criando grandes templos luxuosos, como os
zigurates, para venerar o deus Marduk.
É de autoria de Hamurábi o primeiro código de leis do mundo. Baseado nas Leis de Talião – “olho
por olho, dente por dente” -, o Código de Hamurábi estabelecia punição aos crimes conforme a
gravidade do delito. Por exemplo, no artigo 218 “se um médico fizer uma larga incisão com uma
faca de operações e matar o paciente, suas mãos devem ser cortadas”. As punições não eram as
mesmas se fossem para os escravos: eles estavam vulneráveis a sofrerem os piores castigos,
pois eram tratados como números.
Com a morte de Hamurábi, seguiu-se uma grande instabilidade política na Babilônia, facilitando a
invasão e domínio dos cassitas. Entre 1300 a.C. e 630 a.C., os assírios promoveram inúmeras
guerras no território mesopotâmico, esbanjando força bélica. Tanto preparo para o combate e
grande repressão no trato com seus inimigos não demoraria a mostrar o ponto fraco dos assírios:
a administração.
As invasões assírias provocaram grandes revoltas civis nos territórios ocupados, deixando as
cidades mesopotâmicas vulneráveis à invasão dos caldeus, sob liderança do monarca
Nabopossalar. Ele unificou os territórios e deu início ao Segundo Império Babilônico ou Império
Neobabilônico.
Sete anos depois, após a morte de Nabopossalar,
seu filho Nabucodonosor assume e faz o possível para expandir seu domínio pela Mesopotâmia.
Investindo pesado no seu exército, lutou por mais de trinta anos para conquistar os territórios do
Egito, Assíria, Jerusalém, Fenícia, parte da Arábia, Palestina, Síria e Elam, tornando-se a maior
liderança do Oriente Médio da Antiguidade.
Em seu governo, que durou de 604 a.C. a 562 a.C., Nabucodonosor protegeu Babilônia com
muralhas pela cidade e impulsionou o desenvolvimento arquitetônico com luxuosos palácios para
os funcionários públicos, a Torre de Babel, citada no Antigo Testamento da Bíblia, e os Jardins
Suspensos da Babilônia, famosa por ser uma das Sete Maravilhas da Antiguidade.
No ano de 539 a.C., os persas invadiram a Babilônia e dominaram todo o território da
Mesopotâmia, com o forte exército liderado por Ciro, o Grande.

Arte babilônica
Por Elias Feitosa de Amorim Junior
Mestre em História da Arte (Unicamp, 2019)
Bacharel e licenciado em História (USP, 2004)
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Para melhor compreender a arte babilônica é preciso remontar à origem dessa antiga civilização.
A cidade da Babilônia teve sua origem após a decadência do Império Acádio, que foi a primeira
tentativa de unificação da Mesopotâmia sob a liderança do rei Sargão I, estabelecendo sua capital
em Akkad. No Império Acádio, o poder estava centralizado na figura do rei, tornando-o divinizado.
O sucesso de Sargão I estava relacionado com sua postura de não destruir a cultura dos povos
dominados e pela utilização do arco e flecha no exército. No entanto, após a morte de Sargão, os
povos dominados iniciaram várias revoltas. De 2050 a 1950 a.C., surgiu uma nova dinastia na
cidade de Ur, reunificando a Mesopotâmia.
A partir de 1900 a.C., vários estados iniciaram uma intensa luta entre si, culminando no rei
Hamurabi (1792-1750 a.C.), que foi responsável por um rígido código de leis escritas (o Código de
Hamurabi) baseado na pena do talião: "olho por olho, dente por dente". O texto foi preservado
numa estela de basalto, onde sentado num trono, o deus Shamash, ligado ao sol e à justiça
entrega a Hamurabi a legislação que se encontra logo abaixo, registrada em escrita cuneiforme e
é tida como um dos primeiros códigos jurídicos escritos.
Estela com o Código de Hamurabi. Foto: Mbzt / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0
É importante observar o destaque da escrita como uma técnica ligada à administração (registro
dos impostos coletados ou dos grãos armazenados) e ao registro da história dos reis, das
tradições religiosas. Além disso, observações de eventos astronômicos e da marcação do tempo
no calendário.
Os sucessores de Hamurabi enfrentaram a invasão de vários povos asiáticos, como em 1137
a.C., os hititas. A Babilônia só recuperou a independência com Nabucodonosor, mas, logo após
sua morte, o império foi invadido pelos assírios.
A produção artística era derivada principalmente de encomendas realizadas pelo poder político (o
rei e sua corte) e do poder religiosos (os sacerdotes e seus templos) e os artífices ou artesãos
estavam envolvidos na produção de esculturas, pinturas, objetos em metal, madeira e pedrarias.
Naquele contexto, os artistas não assinavam suas obras, pois não existiam ainda os conceitos de
autoria e obra de arte: os trabalhos eram resultado da ação coletiva das pessoas que trabalhavam
nas oficinas e realizavam diferentes etapas da produção, geralmente, sob a supervisão de um
mestre (indivíduo mais experiente) que passava os conhecimentos aos novatos.
Destaca-se a representação figurativa, presente em relevos nas paredes de palácios e templos,
hoje em ruínas e parte destas imagens esculpidas estão dispersas entre museus europeus, bem
como as esculturas também presentes nestes acervos.
Portal de Ishtar, reconstruído em Berlim. Foto: pio3 / Shutterstock.com
A porta de Ishtar (hoje presente no Pergamon Museum de Berlim), datada do reinado de
Nabucodonosor II (604-562 a.C.) era uma das oito portas da cidade da Babilônia é um exemplo de
sofisticação da arquitetura e da decoração com a técnica da cerâmica vitrificada, a faiança
colorida. Este rei ainda possivelmente foi o responsável pela construção dos conhecidos Jardins
Suspensos da Babilônia – terraços elevados, irrigados pelas águas do Rio Eufrates. Outra
construção característica deste povo são os zigurates, templos edificados no alto de uma torre de
tijolos. O acesso se dá por meio de uma rampa, que aparenta pisos cada vez menores.

Jardins Suspensos da Babilônia. Ilustração de Jean Antoine Valentin Foulquier [domínio público] /
via LOC.gov
A escultura pode ser encontrada em materiais simples como a terracota (policromada ou não) ou
materiais mais duros como o granito, arenito e basalto, usado por exemplo, no adorno dos
palácios reais (estátuas dos governantes) e templos (representações dos sacerdotes e deuses).
No âmbito da metalurgia, os babilônios desenvolveram uma ampla produção de objetos rituais,
armas e joias (feitas em ouro e prata, além de pedras preciosas).
Religiões abraâmicas
Por Felipe Araújo
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As religiões abraâmicas são monoteístas e tiveram origem em Abraão (personagem bíblico


referido no Livro do Gênesis) ou foram conceituadas em tradições identificadas a ele. No campo
de estudo da Religião Comparada, formam uma das três divisões principais junto às religiões da
Ásia Oriental e das religiões da Índia (Dharma). Cronologicamente, as três religiões abraâmicas
são: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Considerada a religião dos que descendem de Jacó, terceiro patriarca da bíblia, o judaísmo
apresenta uma leitura unitária de Deus. Para a maioria dos segmentos desta doutrina, o livro
sagrado é a Bíblia Hebraica, da qual é feita uma leitura unitária e estrita de Deus.
Criado como uma seita do judaísmo em meados do século I d.C., o cristianismo tornou-se uma
religião independente da crença que lhe originou, apresentando suas próprias práticas e credos.
Apresenta Jesus Cristo como personagem histórico de maior importância em quase todos os
ramos da religião. Ele seria o filho de Deus e sua origem divina está presente na Bíblia Cristã, livro
sagrado dos cristãos junto à Sagrada Tradição Apostólica, que apresenta o que Jesus confiou aos
apóstolos. O cristianismo apresenta algumas vertentes como a ortodoxa oriental, a católica
romana e a protestante.
O islã teve seu surgimento na Arábia durante o século VII d.C., apresentando uma leitura (assim
como no judaísmo), unitária de Deus. O livro sagrado seguido pelos muçulmanos é o Alcorão, que
foi revelado pelo profeta Maomé através de práticas e ensinamentos.
Os seguidores do judaísmo dividem-se entre reformistas, conservadores, ortodoxos e outros
grupos que tem menor quantidade. No caso do Islã, os grupos são os xiitas e os sunitas. Já o
cristianismo tem os protestantes, ortodoxos e católicos como três pilares principais.
Além do cristianismo, islã e judaísmo, existem outras religiões abraâmicas como as ramificações
xiitas do Islão: os drusos, a Fé Bahá'í, entre outras.
Apesar das leituras diferentes de seus respectivos livros sagrados, todas estas doutrinas têm
Abraão como referência. As principais religiões abraâmicas apresentam semelhanças. Acreditam
em Deus como origem da lei moral e criador do universo, apresentando na narrativa bíblica
praticamente os mesmos lugares, histórias e valores, mas com diferentes nomes, perspectivas,
significados e funções. Porém, no que se refere à prática e doutrina, são bem adversas.
Ao longo da história, em várias regiões, os três ramos que surgiram na religião abraâmica
entraram em conflito por apresentarem diferentes leituras do livro sagrado. Muitas pessoas
morreram e sangue foi derramado por causa das diferentes interpretações.
Religiões do Egito Antigo
Por Ana Lucia Santana
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O Egito é considerado uma das civilizações antigas mais preocupada com as questões
espirituais. Eles se iniciam cedo nas práticas religiosas; sabe-se que suas expressões místicas
mais antigas provêm de quatro a cinco mil anos a.C. A princípio este povo exercitava o animismo,
que consiste no culto à Natureza, e assim persistiu até meados de 3.000 a.C, quando evoluiu para
a prática de uma espiritualidade mais sofisticada, repleta de deuses, embora ainda houvessem
vestígios anímicos, uma vez que estas divindades eram zooantropomórficas, ou seja, eram
constituídas de elementos humanos e de uma fração animal.
O faraó Amenófis IV, pertencente à XVIII dinastia, tentou implantar o monoteísmo, elegendo o sol,
deus Áton, como único ser supremo que seria cultuado. O politeísmo, porém, estava enraizado
nas estruturas clericais, sociais e políticas do Antigo Egito, o que provocou uma intensa
resistência, principalmente por parte do clero. Assim, após sua morte, a adoração de várias
divindades novamente se estabeleceu entre os egípcios.
Este povo, ainda em tempos remotos, criou uma estrutura intelectualmente requintada para
compreender a essência humana. O Homem seria formado por oito elementos fundamentais: o
Khat, correspondente ao corpo físico; o Ca, duplo humano, detentor de uma existência autônoma,
a quem as ofertas de água, alimento e incenso são dirigidas; o Ba, que representava a alma e
habitava o Ca, normalmente simbolizada na arte egípcia e nos papiros como um falcão com
cabeça de homem; o AB indicava o coração, então considerado como fonte da vida; o Cu, símbolo
da luz sutil que emana do ser, a inteligência espiritual ou espírito humano, residia junto aos
deuses; o Sequem ou força vital, que também morava no céu; sua sombra, ou Caibit, vizinha da
alma; e o Ren, o nome de cada ser, essencial para a existência do Homem, pois se ele fosse
destruído, o indivíduo poderia ser eliminado. Podia-se, porém, esquecer cinco destas partes e
considerar tão somente o corpo, a alma e o espírito.
A Civilização egípcia tinha uma visão muito pessoal da criação do mundo. Naquela época não
havia nada, a não ser a água primitiva, envolta em trevas. Ela assim permaneceu por muito
tempo, contendo em si as sementes de tudo que viria a existir, até que Nu, o pai de todas as
divindades, o espírito que habitava esta região, desejou exercitar seu poder criativo e, através da
palavra primordial, gerou o universo. Logo depois, surgiu um ovo, do qual nasceu Ra, o deus
solar, detentor do poder divino supremo. Esta entidade era idolatrada desde a era pré-histórica,
atingindo o ápice de seu poder no ano 3.800 a.C., quando era conhecido como o rei de todos os
deuses. Posteriormente ele é superado por Osíris.
Osíris é o símbolo da crença fundamental dos egípcios na imortalidade da alma e na vida após a
morte. Segundo a lenda este deus era filho da Terra, Geb, e casado com Ísis. Ele e a esposa
ensinam ao Homem a técnica agrícola, principal prática econômica desta época. Seu irmão Seth,
enciumado, mata Osíris, afogando-o e esquartejando-o; mas Ísis coleta todos os pedaços,
disseminados pelo Egito, une-os e dá vida novamente ao marido, que retorna para o céu. Seu
filho Hórus, sedento de vingança, assassina o tio e recebe como recompensa o trono egípcio, o
que justifica o poder divino dos faraós, os quais descenderiam de Osíris. Seu renascimento, por
sua vez, simboliza a imortalidade da alma e a existência da reencarnação. Depois de estagiar na
terra, a alma retornava à vida espiritual e, dependendo de suas atitudes boas ou más, ela iria para
uma esfera abençoada, ou para uma região de dores e aflições. Posteriormente ela reencarnaria
no mundo material para conquistar novas experiências.
O Homem tinha, porém, como guia, o Livro dos Mortos, o qual lhe orientava e guiava na estrada
que conduzia a Osíris, ajudando-o a transpor todos os desafios e as adversidades que o
separavam da esfera de venturas; seguindo suas instruções, ele se transformaria em um Espírito
Santificado. Era um estímulo para os egípcios saber que as divindades também detinham
imperfeições e qualidades inerentes ao Homem, com a diferença de que eram mais sábios e
poderosos.
A religião no Antigo Egito era indissociável da vida política e da rotina dos egípcios. Tudo era
uma expressão da vontade divina e os faraós eram sempre reverenciados como deuses
encarnados. O caráter elitista da espiritualidade praticada pelos sacerdotes, restrita e iniciática,
distante do povo, permitia a este cultuar outros deuses e exercitar outras práticas, o que
incrementa a qualidade politeísta da religião do Egito. Atualmente, os egípcios se converteram ao
Islamismo, embora os conhecimentos ancestrais estejam presentes, de alguma forma, no
exercício das religiões modernas, propiciando a este povo uma maior percepção das realidades
espirituais.

Religião e deuses do Egito Antigo


Por Pedro Augusto
Ouça este artigo:

O Egito, há cerca de 3000 anos a .C, teve em sua religião algo muito peculiar. Inicialmente era
uma religião politeista, ou seja, acreditava em várias divindades e até mesmo em forças da
natureza.
Sua importância na sociedade egípcia era tão grande que nós podemos encontrar suas
influências até na forma de governo do estado. O Egito era um estado Teocrático, onde as ações
politicas, juridicas e sociais eram submetidas as normas da religião e o administrador (o faraó)
governava em nome dos deuses.
O Faraó tinha todos os poderes em suas mãos e assumia várias funções, sendo considerado a
personificação de deus na terra. Assim, podemos perceber a importancia que a sociedade egipcia
dava a religião.
Mas os egípcios não cultuavam apenas formas personificadas de deuses. Muito pelo contrário.
Em alguns casos cultuavam também animais através de algumas atitudes que os faziam acreditar
que os próprios eram a encarnação dos deuses na terra. Por exemplo, se por algum motivo certa
cidade seria invadida por inumeros ratos, quem de fato ajudaria a resolver esse problema ? Sim,
gatos. Se o gato conseguisse ajudar esse meu problema com os ratos seria obviamente cultuado
e considerado uma encarnação divina. Outro exemplo, o cachorro poderia muito bem me auxiliar
na caça, dessa maneira ele seria cultuado, pois estavam ajudando. O gado poderia auxiliar na
agricultura, dessa maneira também não deixaria de ser cultuado. Seguindo esse raciocinio de que
os animais estivessem sempre ajudando os humano no dia a dia é que os faziam acreditar que os
animais eram seres vivos divinos.
Porém muitas vezes podemos encontrar não somente divindades personificadas (o que vamos
chamar de antropomorfismo), nem apenas figuras de animais (o que vamos chamar de
zoomorfismo), mas muitas figuras que misturam a figura de homens com a figura de animais (o
que vamos chamar de antropozoomorfismo) o caso de deus Horus, onde é visto o corpo humano,
mas a cabeça de uma águia.
O deus Hórus, como já dito, é um típico exemplo de antropozoomorfismo, foi o deus falcão, filho
de Ísis e Osíris, cultuado como o sol nascente. Ísis é uma deusa de caráter humano, foi esposa de
Osíris, mãe de Hórus, protegia a vegetação e era a deusa das águas e das sementes. Já Osíris
era deus dos mortos, tinha também uma figura humana, era deus também da vegetação e da
fecundidade, era representado pelo rio Nilo. De acordo com a mitologia egípcia, era Osíris que
buscava as almas dos mortos para serem julgadas em seu Tribunal. Enquanto Set era um deus
maligno, irmão de Osiris, e mesmo assim é colocado como seu grande inimigo, é deus da
desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Sua
imagem também está relacionada ao antropozoomorfismo, onde sua aparência está assossiada a
vários animais como cachorro, crocodilo, porco, asno e escorpião.
É importante citar também que, através de fontes historicas, nós podemos perceber que a morte
tinha uma grande importancia na religão do Egito Antigo. Um dos pilares dessa religião é acreditar
na vida após a morte, ou melhor dizendo, na imortalidade. Através dessa ideia nós podemos
entender o porque da mumificação, que era uma maneira de conservação dos corpos.
Essa ideia de conservação parte do princípio de que a vida, o ser humano, é fruto de uma aliança
de Ká (corpo) e Rá (alma), e no momento da morte, Rá (ou a alma), deixaria o corpo. Porém, ela
poderia retornar, e é por esse motivo que conservariam o corpo, pois se por algum motivo, Rá
querer voltar e o corpo estivesse em más condições o individuo não voltaria a vida.
Dessa maneira podemos perceber que a religiosidade estava diretamente ligada em todos os
parametros culturais, sociais e politicas do Egito antigo.
Satanás
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
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Satanás é a representatividade da encarnação do mal nas religiões monoteístas. A tradição


judaico-cristã é a criadora do termo Satanás, também conhecido como Satã, e que significa
adversário. O termo representa uma entidade sobrenatural que se rebelou contra Deus e que
passou a praticar o mal. Seja como for, Satanás possui uma grande representatividade na história
da humanidade, naturalmente, atrelada à religião.
Satanás ganhou várias conotações na cultura popular e religiosa. Além da variação do termo para
Satã, também é chamado de Diabo e Lucífer, porém são representações diferenciadas. Satanás e
Diabo efetivamente são termos próximos e correlatos, trata-se apenas de uma diferença
etimológica, já que a primeira palavra é oriunda do hebraico e a segunda do grego. Os religiosos
concordam que Satanás significa adversário e Diabo significa caluniador. Entretanto, Diabo é um
termo que pode ser usado para se referir a qualquer pessoa que se opõe a outra. Já Lúcifer, que
significa luz, é o nome do anjo decaído líder. Ao ser expulso do reino dos céus, teria estruturado
seu próprio reino ao qual chamou de inferno. A confusão existente que envolve os três termos é
decorrente de seguidos erros de tradução feita dos textos bíblicos.
Ele é o grande opositor para o Cristianismo, mas, como dito, muitas vezes é confundido com
Lúcifer. A bíblia, contudo, não possui uma passagem que discorra especificamente sobre isso. A
única referência que se faz são nos textos de Isaías, onde sua interpretação é diversa. Os judeus
entendem como o desaparecimento da estrela Vênus, porém a maioria dos cristãos acredita que
se trate realmente de uma queda física do anjo Lúcifer e, por isso, o chamam também de Satanás.
O termo Satanás, por sua vez, é citado na bíblia em muitas passagens. Nesse caso, a referência
é, geralmente, atrelada a situações de maldade, oposição e tentações. A grande questão é a
interpretação feita pelas pessoas desses textos. A maioria dos cristãos acredita que os textos são
literais, julgando que as citações de Satanás são todas relatos de fatos reais ocorridos. Outros
não, entendem que Satanás é apenas uma alegoria. Mas, para além disso, há uma série de
interpretações que se atribui a Satanás, como, por exemplo, a identificação do termo com
acontecimentos políticos no tempo de Neemias.
Teologia
Por Armando Araújo Silvestre
Pós-doutorado em História da Cultura (Unicamp, 2011)
Doutor em Ciências da Religião (Umesp, 2001)
Mestre em Teologia e História (Umesp, 1996)
Licenciado em Filosofia (Unicamp, 1992)
Bacharel em Teologia (Mackenzie, 1985)
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Teo, do grego θεóς [theos], significa deus, divindade, com o sentido de verdade, essência da


verdade, fé ou caminho da verdade de alguma divindade. Logos λóγος é palavra, estudo; disso
deriva Teologia como estudo sistemático da palavra, análise, discurso sobre algo.
Teologia é o estudo sistemático sobre a divindade, sua essência, atributos e existência. Estuda
sistemas de crenças religiosas, podendo ser diferentes teologias (judaica, islâmica, cristã etc.) e
pode ainda ser o conjunto ou consenso de doutrinas de determinadas religiões, tratados
fundamentais sobre escritos cristãos, islâmicos ou judaicos. É o estudo da existência de Deus,
conhecimento da divindade e questões a ela relacionadas, bem como suas relações com a
humanidade.

Bíblia de Lutero, editada em 1534. Foto: Torsten Schleese / via Wikimedia Commons


Teologia estuda as religiões num contexto histórico, pesquisa e interpreta textos sagrados,
fenômenos religiosos, tradições religiosas, doutrinas e dogmas, ética e moral, conforme
influenciam as áreas do conhecimento e as ciências humanas (História, Antropologia, Sociologia,
Psicologia etc.).
O termo teologia surgiu na Grécia Antiga, com os pré-socráticos. Platão estudou os mitos à luz da
filosofia, fazendo uma passagem do mito ao logos. Aristóteles chamou Homero e Hesíodo de
teólogos (criadores de mitos), poetas narradores dos feitos dos deuses e chamou o estudo
metafísico do ser (ente) de teologia ou filosofia primeira e a mais elevada de todas as ciências.
A Teologia foi adotada no cristianismo como conhecimento sobre Deus (sabedoria), com Santo
Agostinho (séculos 4 a 5) e seu conceito de teologia natural, acima da qual colocou a Teologia
Sobrenatural (theologia supernaturalis) baseada nos dados da revelação, situada fora do campo
de ação da filosofia e a subordinando como uma serva da teologia (ancilla theologiae) que ajuda
na compreensão de Deus. No século 18, a Teologia foi definida como o estudo das manifestações
sociais de grupos em relação às divindades (Hegel).
Uma ciência ou área do conhecimento tem seus objetos de estudo definidos. Em teologia, isso
não ocorre porque Deus não é objeto, ou melhor, não é possível estudar Deus diretamente, mas
estuda aquilo que se pode observar e se torna atual, as representações sociais do divino nas mais
diversas culturas. Há várias religiões às quais a teologia se refere, existindo, então, diferentes
teologias (cristã, umbandista, judaica, budista, católica, protestante, islâmica etc.).
A Teologia pode ser sistemática (ou dogmática), organizando-se em temas, fatos teológicos e
forma um sistema de estudos específicos. Há a teologia bíblica, que estuda textos com base na
arqueologia, história e geografia dos tempos bíblicos.
A Teologia Reformada estabelece sistemas de crença com raízes na Reforma Protestante (século
16), baseando-se em Lutero, Calvino, outros reformadores e documentos daquele período. Não é
uniforme e tem diferentes manifestações: presbiteriana, luterana, congregacional, batista,
metodista etc.
A Teologia Contemporânea estuda os tempos atuais, foi criada por Karl Barth, início do século 20,
para reaver a natureza e sentido da Bíblia como padrão de fé e prática da igreja, como o estudo
de Deus no contexto atual e a evolução dos dogmas e dos pensamentos formados a respeito das
doutrinas bíblicas no contexto que estamos inseridos. Recebe influência de outras tendências
teológicas: bíblica, católica, protestante, natural e especulativa – e recebeu designações diversas,
conforme as direções que tomou: teologia modernista, neomodernista, da esperança e do
Evangelho Social.
A Teologia da Libertação é corrente teológica humanista, fundada pelo peruano Gustavo
Gutierrez, interpreta a Bíblia através do sofrimento dos pobres e pela luta a favor da libertação das
comunidades cristãs diante das injustiças sociais. Com tendências marxistas, praticadas pelos
bispos e sacerdotes da América Latina foi criticada pela hierarquia católica, por apoiar revoluções
violentas e lutas de classes.

Teologia da Libertação
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
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A Teologia da Libertação é um movimento apartidário que engloba várias correntes de


pensamento interpretando os ensinamentos de Jesus Cristo como libertadores de injustas
condições sociais, políticas e econômicas.
O século XX foi muito intenso para a história da Igreja Católica. Foram muitas as inovações e
transformações influenciadas internamente e também externamente. Frente ao crescimento de
outras religiões cristãs ou do islamismo, os católicos tentaram se modernizar para chegar mais
perto de seus fieis. Muitas barreiras ainda estão de pé, criando desvantagens frente a outras
religiões, mas rígidas tradições de séculos, como a celebração das missas em latim, foram
derrubadas. Na década de 1960, um novo movimento religioso ganhou força no interior da Igreja
Católica e conquistaria a América Latina: a Teologia da Libertação.
A Teologia da Libertação recebeu influência de outras três correntes de filosofia religiosa: o
Evangelho Social, a Teologia da Esperança e a Teologia Antropo-política. Em meio a essa
associação de ideias, foi publicada uma obra em 1965 de autoria do teólogo Harvey Cox que
causaria grandes impactos no pensamento religioso católico. O livro seguia caminhos opostos do
venerado Santo Agostinho, argumentando que, no século XX, a dualidade mundo terreno/mundo
espiritual teria sido superada pela dualidade mundo proletário/mundo burguês. Frente às
renovações propostas, Rubem Alves publicou um livro que foi emblemático para a afirmação da
Teologia da Libertação, no qual propunha o nascimento de novas comunidades cristãs.
A Teologia da Libertação não se baseia na interpretação eclesiástica da realidade, mas na
realidade da pobreza e da exclusão. Seus proponentes a descreveram como interpretação
analítica e antropológica da fé cristã. Mas, ao agregar várias correntes de pensamento, o
movimento absorveu crenças da Umbanda, do Espiritismo, do Islamismo e até do Xamanismo.
Apesar da internacionalização da Teologia da Libertação, a América Latina reúne seus maiores
representantes, como o padre peruano Gustavo Gutiérrez, o brasileiro Leonardo Boff e o
uruguaio Juan Luis Segundo.
O movimento foi acusado de deturpar o caminho divino e é criticado por adotar o marxismo como
base ideológica. A Igreja Católica dedicou dois documentos à Teologia da Libertação na década
de 1980, considerando-a herética e incompatível com a doutrina católica. Em vista da oposição
dos tradicionalistas, a Teologia da Libertação está em declínio, pois seus principais líderes
envelheceram ou faleceram e o movimento registrou baixa adesão de novas gerações. Os
teólogos da libertação se reúnem em Fóruns Mundiais de Teologia e Libertação a cada dois anos
com a proposta de debater alternativas para o mundo. Na opinião dos opositores, contudo, o
movimento já morreu.
Templo
Por Alaine Silva
Ouça este artigo:

A palavra “Templo” em geral, é o termo que define um edifício ou local consagrado ao culto
religioso. Para os cristãos o templo é um lugar onde se manifesta a glória do Senhor, um lugar de
adoração e de busca da presença Dele.
Esta palavra é mencionada na bíblia para definir a presença de Jesus num lugar. Antes de sua
ressurreição as pregações eram ao ar livre em montes, praças ou nas margens dos rios, pois ele
era a própria igreja!  Como local fechado, é citado em uma passagem em particular que
demonstra a firmeza de Jesus a defender o templo como “Casa de oração”: “Depois, entrando no
templo, expulsou os que ali vendiam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa será casa de
oração mas vós as transformastes em covil de salteadores” (Lc 19:45)
Num segundo momento, após a sua ressurreição, Jesus teria dito que quando duas ou mais
pessoas se reunissem Ele estaria presente e nunca abandonaria seu povo. Dessa forma,
podemos entender que o que diferencia um templo de uma casa comum, é a união de duas ou
mais pessoas reunidas na presença de Cristo, seja em palavras, canções, entre outros. E foi por
esse motivo que os discípulos “estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus”(Lc
24:53)
Um templo não é definido somente por lugares, esta palavra é usada para se referir ao corpo de
uma pessoa que crê Jesus cristo. De acordo com as escrituras, quando uma pessoa se torna
cristã passa a ser parte do corpo de Cristo e se tornar um templo também da presença Dele. “ Ou
não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de
Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Cr 6:19).
O entendimento do corpo de um cristão com um templo, bem como suas atitudes, falas,
pensamentos, ações, etc, também é justificado pela afirmativa de Jesus de que os cristãos seriam
o sal da terra "Vós sois o sal da terra, e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada
mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens" (Mt 5:13)
Entre essas e outras passagens, a afirmativa do Salmo 150:6  “Todo ser que respira louve ao
Senhor”.
Seita
Por Felipe Araújo
Ouça este artigo:

De acordo com o Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, seita significa “doutrina ou


sistema que se afasta da crença ou opinião geral”, “o conjunto das pessoas que seguem essa
doutrina ou sistema” ou “grupo de dissidentes de uma religião ou de uma comunhão principal”.
Normalmente, as seitas são movimentos que contestam as religiões estabelecidas, formando uma
minoria organizada que se une para protestar contra a ordem vigente. Por iniciar um processo de
afastamento e isolamento, estes grupos demonstram-se estranhos à sociedade, criando suas
próprias regras e crenças. O termo "seita" significa rompimento e caminho a ser trilhado.
Existem milhares de seitas no mundo todo. Entre as mais conhecidas, estão as que pregam pelo
retorno à pureza evangélica, como os pentecostistas, metodistas e membros da Assembleia de
Deus. Em outros casos, prezam pela retidão moral, como os gnósticos, que veem a salvação no
conhecimento. Um dos fatores mais marcantes presentes nas seitas (ou cultos, segundo alguns
autores), é a árdua implicação religiosa presente no comportamento de seus adeptos.
A repulsa ao externo, a tudo que vem de fora, é um aspecto que predomina nas seitas.
Organizados em sistemas extremamente fechados, estes grupos são contra discussões internas,
normalmente as decisões são tomadas por um líder que é considerado um semideus. Estão
permanentemente desconfiados em relação aos integrantes, fazendo investigações para descobrir
a presença de espiões ou pessoas infiltradas. Para seus seguidores, a seita tende a ser seu
mundo, gravitando em volta de sua existência.
Por vezes, as seitas voltam-se para questões referentes aos excluídos da sociedade, dando
assistência e prestando serviços aos cidadãos necessitados. Exemplos deste tipo de organização
ocorrem na América Latina, continente em que tais grupos tem contribuído de forma significativa
para a recuperação dos marginalizados.
Nos Estados Unidos, uma das seitas mais radicais foi organizada por Jim Jones, que fundou o
Templo dos Povos. Ele foi o mentor espiritual responsável pelo suicídio de 918 pessoas. Em sua
maioria, os adeptos do grupo envenenaram-se. Outro líder que dominou diversas pessoas em
uma seita foi Charles Manson. No mês de agosto de 69, ele e seu grupo invadiram a casa do
cineasta Roman Polanski e assassinaram a atriz Sharon Tate, esposa do diretor, que estava
grávida. Também mataram quatro amigos do casal. Eles ainda picharam as paredes com o
sangue dos mortos, escrevendo a palavra: “porcos”.
Outra seita responsável por um suicídio coletivo foi a Heaven’s Gate. De acordo com matéria
publicada no portal Hype Sciente: “Os seguidores da seita Heaven’s Gate, liderados por Marshall
Applewhite, pensavam que a Terra e tudo que há nela seria 'reciclado' e acreditavam que
poderiam pegar uma carona no cometa Hale-Bopp, em março de 1997, o que os permitiria
sobreviver. Os 39 membros, incluindo Marshall, envenenaram a si mesmos em turnos em uma
mansão na Califórnia, vestindo tênis da Nule e tarjas ao redor do braço que diziam 'Equipe de
Desembarque Heaven’s Gate'.
Politeísmo
Por Armando Araújo Silvestre
Pós-doutorado em História da Cultura (Unicamp, 2011)
Doutor em Ciências da Religião (Umesp, 2001)
Mestre em Teologia e História (Umesp, 1996)
Licenciado em Filosofia (Unicamp, 1992)
Bacharel em Teologia (Mackenzie, 1985)
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Politeísmo é a crença em muitos deuses ou sua adoração. Resulta de crenças em espíritos,


demônios e forças sobrenaturais, definidas vagamente em crenças como o animismo, totemismo
e culto aos ancestrais. As forças sobrenaturais são organizadas e personificadas em uma família
cósmica que é o núcleo do sistema de crenças de um povo ou etnia. O politeísmo se espalhou
pelo mundo antigo e em muitas culturas antigas existiu a prática do politeísmo e seus deuses
tinham características humanas (antropomorfismo) e funções específicas, como
na Grécia e Roma antigas, onde havia um intrincado sistema mitológico e diversas divindades que
interferiam nas atividades humanas (mitologia grega): Zeus, Hera, Palas-
Atena, Poseidon, Ares, Apolo, Afrodite etc. O Império Romano assimilou o politeísmo grego e de
outras culturas que conquistara (mitologia romana): Júpiter, Juno, Minerva, Netuno, Marte, Apolo,
Vênus. No Egito antigo os deuses tinham formas híbridas de objetos da natureza, animais e
humanos num sistema de crenças bem desenvolvido e que era a base de sua cultura.
Os faraós eram as personificações de deuses na terra e seus deuses eram o sol (Amon-Rá), a
fertilidade (Isis), a fecundidade (Osíris) e outros.
Conforme os sistemas de crenças politeístas se desenvolviam, se estabeleciam sistemas de
hierarquia entre essas divindades e as famílias de deuses explicavam os fenômenos naturais e
sua relação com o universo. Raramente admite uma verdade absoluta como no monoteísmo e o
politeísmo praticado em muitas antigas culturas asiáticas, africanas, europeias e entre indígenas
nas Américas, ainda hoje é a crença de muitos povos. Politeístas são as religiões e crenças
popularmente praticadas em todo o mundo atual, ou seja, no Hinduísmo, Budismo Mahayana,
Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo e nas religiões tribais africanas e americanas. As ideias
politeístas de moral e ética são relativas à cada cultura e aos seus indivíduos, sendo cada qual
livre para adorar os deuses de sua escolha e para agir à sua própria maneira. Faltam aos
politeístas responsabilidades, senso de propósito e esperança como a de salvação e vida eterna,
típicas dos monoteístas, com maior relativismo e flexibilidade entre o relacionamento de pessoas
e divindades.
Ainda que se admita que o politeísmo é conciliável com o monoteísmo inclusivo ou outras formas
de monismo religioso, a incidência histórica do monoteísmo é tão rara e dificilmente se admite a
teoria da evolução natural das religiões do politeísmo ao henoteísmo e monoteísmo. Mas, certas
doutrinas politeístas modernamente foram chamadas de neopaganismo, porque combinam
elementos de várias religiões anteriores ao cristianismo e há quem defenda uma graduação entre
o politeísmo e o monoteísmo – o henoteísmo - que adota a crença em vários deuses, mas com a
preponderância de um sobre os outros e que somente este maior é que recebe a adoração dos
seus crentes, fiéis ou seguidores. Com isso, há antropólogos que defendem a teoria de que as
sociedades antigas passaram do politeísmo para o henoteísmo e finalmente chegaram ao
monoteísmo. Portanto, a distinção entre monoteísmo, henoteísmo e politeísmo não é objetiva ou
clara.
Perseguições religiosas
Por Armando Araújo Silvestre
Pós-doutorado em História da Cultura (Unicamp, 2011)
Doutor em Ciências da Religião (Umesp, 2001)
Mestre em Teologia e História (Umesp, 1996)
Licenciado em Filosofia (Unicamp, 1992)
Bacharel em Teologia (Mackenzie, 1985)
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A história da civilização humana é permeada de perseguições de cunho religioso, com suas


máximas expressões de intolerância em nome de Deus, Alá, Jesus, Maomé etc. Inveja, ódio,
mortes, crimes, injúrias, calúnias, perseguições, prisões, torturas são algumas das contraditórias
palavras utilizadas no lugar de tolerância, amor, respeito e construção mútua da civilidade
humana.
Nada fácil é compreender religiões de amor com tamanhas expressões de ódio, com a condição
humana se sobrepondo à espiritualidade, somando fé ao fanatismo, resultando em tragédias
desde o início da humanidade. Perseguidos de ontem se tornam os perseguidores de hoje,
extremistas utilizam-se de subterfúgios para práticas criminosas em nome de sua religião ou
ideologia. Cristãos perseguidos pelos romanos se tornaram inquisidores na idade Média,
cometendo crimes atrozes, comunistas discriminados cometem genocídios para extirpar o
cristianismo do planeta. Muçulmanos perseguidos, hoje matam multidões em seus ataques
terroristas.
Das cruzadas aos conflitos muçulmanos no Oriente Médio e África, a violência é constante no
encontro entre religiões, nestes muitos séculos de perseguições e intolerância manchando as
páginas da história. Na macabra relação religião e violência, conflitos contemporâneos resultam
de confrontos indevidos, causas complexas, jogos geopolíticos estratégicos, disputas pelo poder
utilizando religiões para atingirem seus fins, disputas econômicas, sociopolíticas, raciais e
culturais opostas e outras atrocidades num caldo macabro de intolerância.
As perseguições religiosas impressionam por sua face sombria de fanatismo
e fundamentalismo. A fé mantém grupos separados, alienados em campos hostis, num “tribalismo
religioso”, num palco preparado para banhos de sangue e feridas históricas. As diferentes
religiões determinam separação, conflitos, falta de olhar crítico, fanatismo, crimes religiosos. Este
lado sombrio “fundamentalista” sempre atuante entre cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, ou
quaisquer religiões, quando têm oportunidade, se aproveitaram para se livrarem de seus inimigos
ou apenas daqueles que professam uma fé diferente dos seus “fundamentos”.
Religião tem sido causa da maioria das guerras na história, com significativa dimensão étnica,
racial ou religiosa, além daquele horror não religioso presente no mundo. Para Pascal: “Os
homens nunca praticam o mal de modo tão completo e animado como quando o fazem a partir de
convicção religiosa.” Sim, há um visível padrão sinistro na história, pois quando a religião é a força
governante de uma sociedade, ela produz horror (HAUGHT, 2003).
Quanto mais fortes as crenças sobrenaturais, pior a desumanidade. Culturas dominados por sua
fé intensa (fanatismo), invariavelmente é cruel com as pessoas que não compartilham dessa
mesma fé e até mesmo com seus correligionários. Ignorância ou falta de senso crítico é o maior
combustível para fanatismo e fundamentalismo religioso que geram perseguições religiosas.
Nas antigas religiões alguns deuses perseguiram outros deuses mitológicos: para antigos gregos,
a deusa Hera perseguira as amantes de Zeus; para os egípcios, Seth atormentara o deus Osíris;
para os babilônios, Marduk perseguira e vencera os deuses rebeldes. E, na vida real, milhões de
pessoas sofreram perseguições religiosas ao longo da história, com líderes agindo cruelmente
como se fossem deuses superpoderosos e donos da verdade.
Perseguir é atormentar, julgar, punir e castigar pessoas por motivos religiosos.
Os hebreus (israelitas ou judeus) perseguiram antigos moradores da terra que conquistaram,
Canaã. Arrasaram suas terras, famílias, animais e seus lugares de cultos, num estranho ensino
do Antigo Testamento para perseguir outras religiões. Internamente, os judeus perseguiram seus
próprios profetas que os criticavam e os mataram, culminando com Cristo e sua crucificação. A
Igreja cristã que nasceu no século I foi perseguida cruelmente por judeus e romanos. No século 3,
Maniqueu foi perseguido pelos sacerdotes de Zoroastro (ou Zaratrusta) na Pérsia. No século 4,
apesar de o imperador Constantino conceder liberdade aos cristãos e demais religiões (313 d.C. -
Edito de Milão), as perseguições continuaram.
No mesmo século 4, o imperador Constâcio II, perseguiu católicos e protegeu os arianos. Até o
século 4, os cristãos eram perseguidos e não perseguiam seus muitos perseguidores. Porém, a
partir de 380 d.C., o imperador Teodósio I tornou o cristianismo a religião oficial do Império e a
impôs à força em todos os seus territórios, com cruel intolerância aos “hereges”. A religião cristã
passou de perseguida a perseguidora de outras crenças e de outros cristãos também, a exemplo
do que fizeram com os arianos, donatistas (no século 4), cristãos albigenses (século 13) e com a
oficialização da Inquisição, em 1231, que perseguiu muçulmanos, judeus e católicos que
pensavam diferentemente de Roma, bruxas, filósofos e cientistas, além de protestantes (século 16
em diante).
Com a conquista das Américas, católicos e protestantes disputaram ferozmente as religiões
ameríndias. Após a Reforma Protestante magisterial, surgiram os reformadores mais radicais
(anabatistas) que destruíam igrejas católicas e imagens, e findaram perseguidos tanto por
católicos como por outros protestantes mais tradicionais, na Suíça, Bélgica, Holanda, Itália,
Espanha, Alemanha, França e Inglaterra, tendo que fugirem para as Américas, aos milhares. Na
Inglaterra, a rainha Maria Tudor (Blood Mary, sanguinária) massacrou os protestantes (de 1553 a
1558). Mais tarde, com a rainha Elisabete I, os anglicanos se tornaram inimigos do catolicismo e
até dos calvinistas puritanos, perseguindo-os.
Esses exemplos históricos não ensinaram muito, pois ainda no século 21 continuam as
perseguições religiosas, em vários continentes, cometendo genocídios. Sempre há pessoas
movidas por seu fanatismo e fundamentalismo que defendem a sua religião como a única, a
oficial, e perseguem as demais.
Referências bibliográficas:
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Bertrand Brasil, 1988.
CHAUNU, Pierre. O tempo das reformas (1250-1550): a reforma protestante. Lugar na História,
v. 49-50. Lisboa: Edições 70, 1993.
CARVALHO, Olavo de. Sapientiam autem non vincit malitia: o maior dos genocídios.
Disponível em: http://www.olavodecarvalho.org/semana/omaior.htm.
D’AZEVEDO, J. Lucio. História dos Christãos Novos Portugueses. Lisboa: Livraria Clássica
Editora, 1922.
FERNÁNDEZ-ARMESTO, Felipe. Milênio: Uma história de nossos últimos mil anos. Rio de
Janeiro: Record, 1999.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido
pela inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
______. Os andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários nos séculos XVI e XVII. São Paulo:
Companhia das Letras, 1988.
GOMES, Plínio Freire. Um herege vai ao paraíso: cosmologia de um ex-colono condenado
pela Inquisição (1680-1744). São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
HAUGHT, James A. Perseguições religiosas. Trad. Bete Torii. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
MELLO E SOUZA, Laura de. O diabo e a terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade
popular no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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Disponível em português em: http://paraessesdias.wordpress.com/2010/06/24/a-igreja-catlica-e-a-
perseguio-aos-judeus-durante-a-histria.
SEFFNER, Fernando. Da reforma à contra-reforma. Coleção História geral em documentos. São
Paulo: Atual.
SILVA, Marcos (org.) et al. A cabala e a cultura criptojudaica na diáspora atlântica dos
sefarditas. Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano IV, n. 12, Janeiro 2012.
Disponível em: http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/index.html. Acesso em 10 jan. 2017.
SILVESTRE, Armando Araújo. Calvino e a resistência ao Estado. São Paulo: Mackenzie, 2003.
______. Calvino e o potencial revolucionário de um pensamento. São Paulo: Vida, 2009.
VAINFAS, Ronaldo (org.). Confissões da Bahia: santo ofício da inquisição de Lisboa. São
Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Fé e Razão
Por Miriam Ilza Santana
Ouça este artigo:

O antagonismo existente entre a crença religiosa e a razão tornou-se evidente muito cedo na
cultura ocidental.
As maledicências à religião perpetradas pelos filósofos Heráclito, Pitágoras e Xenofánes,
marcaram o rompimento entre as duas.
Atenas obrigou o filósofo Anaxágoras a pôr-se em fuga para impedir que fosse condenado
publicamente, suspeito de “conceber um novo deus”.
Giordano Bruno – teólogo e filósofo de origem italiana – assegurava que “O uno é forma e
matéria, figura de natureza inteira, operando de seu interior”, e acabou morrendo na fogueira por
esta afirmação
Para aquele que tem fé religiosa Deus existe, porém para a filosofia não basta ter fé, é preciso
evidenciar que Ele existe de verdade. Para os fervorosos, Deus é um ser perfeito, dotado de
bondade e filantrópico, que penitencia os maus e gratifica os bons.
O poder espiritual aceita que Deus aja no universo efetuando milagres; para a filosofia, é
necessário demonstrar com fatos, testemunhos, documentos, etc, que o espírito tem a faculdade
de exercer influência sobre a matéria, e responder por qual motivo Deus, que tudo sabe, sendo
capaz de realizar milagres, deixaria pendente o ordenamento do mundo criado por Ele mesmo.
Uma vez completo, absoluto e infinito, por qual motivo instituiria um universo não espiritual, finito e
defeituoso?
Para o seguidor de uma religião o espírito é imortal e predestinado a uma existência prometida; a
filosofia exige provas dessa eternidade.
Para concorrer com as indagações da filosofia, o Cristianismo transformou-se em Teologia –
ciência que versa sobre Deus -, converteu os textos da história santificada em teoria, feito que
nenhuma outra religião conseguiu realizar.
Não obstante este feito há certas crenças religiosas que nunca poderão ser compreendidas por
meio do uso da razão, sem serem extintas. Não há uma maneira de provar que Deus tenha
conversado com Moisés no Sinai, assim como também não há provas lógicas da virgindade de
Maria, da Santíssima Trindade, etc. São credibilidades fincadas pela fé e por isso tornam-se
enigmas que não podem ser questionados, transformando-se, assim, em dogmas. Por este
motivo, Paulo diz que “a fé é um escândalo para a razão".
Há uma passagem na Bíblia que conta que Josué fez o sol parar com o objetivo de ganhar uma
luta; deduz-se por esta passagem que o sol se move em torno da terra, a qual está inerte. Por se
tratar de uma passagem da Bíblia, ela se torna incontestável.
Essa “verdade” é contestada pela ciência de Copérnico, Galileu e Kepler. Pela Igreja, eles
poderiam até contrapor uma teoria de cunho filosófico-científico conhecida como Geocentrismo,
mas a história de Josué jamais poderia ser colocada sob dúvida.
Por este motivo, a Igreja avaliou o Heliocentrismo – doutrina que concebe o sol como centro do
sistema solar – como um disparate, um contra-senso. Tal ciência foi rejeitada e punida e levou
sábios, como Galileu Galilei, ao julgamento do Santo Ofício.
Historiadores, pessoas versadas no estudo das línguas ou da lingüística, e até mesmo
antropólogos, realizaram pesquisas a respeito das tradições de toda a região que abrangia o
Oriente Médio e o norte da África, e nela encontraram alusões incessantes ao pão, ao vinho, ao
cordeiro sacrificado e ao deus que foi morto e ressuscitou.
Estes elementos integravam os costumes agronômicos destes locais, acompanhados de
cerimoniais de fecundidade da terra e de animais, ritos muito análogos aos que passaram a ser
praticados na missa cristã.
Por esse prisma, o cerimonial praticado na missa faz parte de um hábito agrário, oriental, africano,
muito precedente ao cristianismo.
Contudo, esta descoberta científica vai contra as veracidades cristãs, visto ser a missa pensada
como uma ciência que trata das cerimônias e ritos da Igreja, a qual reproduz e relembra um
conjunto singular e novo de eventos que dizem respeito à vida, paixão e morte de Jesus.
A religião trata a filosofia como a ciência do contra-senso e da incredulidade, e a filosofia, por sua
vez, denuncia que a religião é a única detentora da verdade, além de ser preconceituosa,
desatualizada e intransigente.
O que se conclui após esse embate entre a fé e a razão, a filosofia e a igreja, é que a verdade
com certeza não se encontra na posse de nenhuma das duas doutrinas, mas é uma conquista
progressiva do conhecimento científico, aliado ao saber religioso.
Bíblia Satânica
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
Ouça este artigo:

A Bíblia Satânica é uma coleção de ensaios e rituais mágicos que reverencia Satã como uma
força da natureza.
Anton Szandor LaVey, estadunidense nascido em Chicago no ano de 1930, é responsável pela
primeira organização abertamente satânica da história, a Igreja de Satã. Ele é responsável por
uma série de textos que daria a base para o Satanismo de Lavey, uma crença baseada na magia
negra. LaVey fundou sua própria religião em 1966 pregando o individualismo através de
influências que absorveu de Aleister Crowley, Friederich Nietzsche e Ayn Rand. O fundador e os
seguidores dessa crença se auto-definem como membros do Caminho da Mão Esquerda. O
Satanismo LaVey é diferente do Satanismo Teísta porque não envolve nenhum tipo de adoração,
Satã é um símbolo de valores terrenos e carnais inerentes à natureza humana.
Com a fundação da Igreja de Satã em 1966 e após escrever vários textos sobre sua via do
Satanismo, Antor LaVey publicou em 1969 a chamada Bíblia Satânica. O livro revela o que
consideram ser o verdadeiro Satanismo, desprezando técnicas ocultistas. Os textos fazem forte
crítica aos satanistas de ritos mais tradicionais, acusando-os de serem repetidores de dogmas do
cristianismo para seus interesses. LaVey diz que esses satanistas invocam somente entidades
que podem aprisionar, por medo de espíritos infernais mais temidos. De acordo com o Satanismo
LaVey, os seguidores deste culto vivem em comunhão com as entidades do inferno.
Nos textos da primeira parte da Bíblia Satânica aparecem dogmas que estabelecem morte aos
fracos e proclamam a força de Satã. LaVey insulta tanto os satanistas tradicionais quanto os
cristãos. A segunda parte do livro ensina como os satanistas devem viver, estabelece o
cristianismo como principal adversário e que é obrigação do satanista ascender o homem ao
sucesso material. A terceira parte da obra apresenta alguns questionamentos baseados em
preceitos individualistas. A quarta parte desconsidera a existência de um céu radiante e de um
inferno para os pecadores. Já a quinta e última parte da Bíblia Satânica é um misto de bênçãos e
maldições. Uma das partes mais marcantes é a chamada Denúncia Infernal de Satã, na qual o
autor afirma que, após o demônio ter sido muito atacado pela humanidade, chegou sua hora de
replicar.
Ano Novo Judaico
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

O Ano Novo Judaico, conhecido como Rosh Hashaná, é um dos feriados mais significativos
dos judeus. Ao contrário das celebrações dos finais de ano convencionais, comemorados com
muitas festas e queimas de fogos, esta passagem da mística judaica envolve uma profunda
meditação sobre o passado, durante a qual se faz um balanço de tudo que passou no ano que
ficou para trás, o que se concretizou, o que se deixou de realizar, como se agiu, de que forma se
poderia ter atuado, entre várias outras questões existenciais. A partir daí, planeja-se um período
melhor no futuro, as pessoas têm a chance de avaliar seus erros e se redimir de seus pecados
diante de Deus.
Esta festa é realizada com refeições tradicionais em família, geralmente acompanhadas
de maçã e mel. O termômetro para se avaliar a importância de um evento judaico, é a extensão
do feriado dedicado a ele. Neste caso, o Rosh Hashaná é um dos dois Grandes Feriados do
judaísmo. O outro é uma seqüência deste, o Yom Kipur, que se inicia dez dias depois do Ano
Novo Judaico. Juntos, eles tecem o que se conhece como a era dos Grandes Feriados.
De fato, o Rosh Hashaná abrange quatro eventos que se interconectam: o Ano Novo judaico, o
dia do julgamento, o dia da lembrança e o dia do toque do shofar. Estes acontecimentos estão
essencialmente ligados à criação do Homem, a qual, segundo o Talmud, teria se concretizado no
primeiro dia do mês chamado de Tishrei. Assim, este evento marca o dia em que essa geração se
processou, como se a cada ano se reciclasse este ato criador, oferecendo a todos a oportunidade
de se renovar e de se purificar, conquistando assim um novo recomeço.
Assim que os judeus fugiram do Egito, o Criador transmitiu a Moshe Rabenu as leis que se
referem ao princípio de cada mês, o qual normalmente ocorre simultaneamente ao nascer de cada
nova lua. Desta forma, ao fim de um ciclo de 19 anos, os judeus acrescentam um mês a mais para
contrabalançar o calendário lunar, mais curto. Aliás, o calendário da religião judaica, ao contrário
do gregoriano adotado pelo Ocidente, foi estabelecido por Hillel II, em meados de 359,
fundamentado não só no sol, mas também na lua.
Traduzindo, Rosh Hashaná significa ‘cabeça do ano’, uma referência à importância do cérebro
para o Homem na estruturação de sua existência, mas ao contrário da tradição ocidental, ele não
incide sobre o primeiro dia do ano judaico, portanto é mais representativo do que algo exato,
preciso. É uma forma de oferecer a cada um o dia do julgamento, durante o qual o homem pode
se decidir pela retificação de seus erros, por meio do arrependimento – teshuvah -, da oração –
tfiloh – e da caridade – tzedakah. O judeu é valorizado em seu livre arbítrio, ele tem o poder da
escolha que parte da consciência, detém o potencial de mergulhar em si mesmo e de perceber o
que deve ser mudado. Ele então é ‘inscrito e selado no Livro da Vida’, saudação comum entre os
judeus neste momento.
Os judeus acreditam que seus nomes são, neste período, registrados neste Livro da Vida. Aí entra
a importância do Yom Kipur na seqüência, quando este Livro é selado. Enquanto este momento
não chega, considera-se que o indivíduo está vivendo os dias de temor. O dia da lembrança
marca a rememoração do quase sacrifício de Isaac, filho de Abraão, pelo próprio pai, a pedido do
Senhor, ato de extrema subserviência a Deus, recordando assim a cada judeu a importância de
servir ao Criador. O shofar é um instrumento de sopro construído com chifre de carneiro. O soar
dele redesperta na memória dos judeus o episódio de Isaac, traz à mente a lembrança de uma
coroação e também comemora a criação da Humanidade, além de despertar os judeus para a
presença de Deus em suas vidas.
Durante os banquetes realizados ao longo de duas noites, os judeus costumam submergir a
Chalá, pão particularmente trançado, e pedaços de maçã em mel, representando assim suas
expectativas quanto a um ano doce. Tudo que é então consumido, de frutas a vegetais, têm não
só um sabor especial, mas também uma simbologia específica. Ao se comer cada alimento, faz-se
antes um pedido. Alguns destes desejos estão de certa forma associados ao nome da comida, em
hebraico.
Ano Novo Judaico
Por Ana Lucia Santana
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O Ano Novo Judaico, conhecido como Rosh Hashaná, é um dos feriados mais significativos
dos judeus. Ao contrário das celebrações dos finais de ano convencionais, comemorados com
muitas festas e queimas de fogos, esta passagem da mística judaica envolve uma profunda
meditação sobre o passado, durante a qual se faz um balanço de tudo que passou no ano que
ficou para trás, o que se concretizou, o que se deixou de realizar, como se agiu, de que forma se
poderia ter atuado, entre várias outras questões existenciais. A partir daí, planeja-se um período
melhor no futuro, as pessoas têm a chance de avaliar seus erros e se redimir de seus pecados
diante de Deus.
Esta festa é realizada com refeições tradicionais em família, geralmente acompanhadas
de maçã e mel. O termômetro para se avaliar a importância de um evento judaico, é a extensão
do feriado dedicado a ele. Neste caso, o Rosh Hashaná é um dos dois Grandes Feriados do
judaísmo. O outro é uma seqüência deste, o Yom Kipur, que se inicia dez dias depois do Ano
Novo Judaico. Juntos, eles tecem o que se conhece como a era dos Grandes Feriados.
De fato, o Rosh Hashaná abrange quatro eventos que se interconectam: o Ano Novo judaico, o
dia do julgamento, o dia da lembrança e o dia do toque do shofar. Estes acontecimentos estão
essencialmente ligados à criação do Homem, a qual, segundo o Talmud, teria se concretizado no
primeiro dia do mês chamado de Tishrei. Assim, este evento marca o dia em que essa geração se
processou, como se a cada ano se reciclasse este ato criador, oferecendo a todos a oportunidade
de se renovar e de se purificar, conquistando assim um novo recomeço.
Assim que os judeus fugiram do Egito, o Criador transmitiu a Moshe Rabenu as leis que se
referem ao princípio de cada mês, o qual normalmente ocorre simultaneamente ao nascer de cada
nova lua. Desta forma, ao fim de um ciclo de 19 anos, os judeus acrescentam um mês a mais para
contrabalançar o calendário lunar, mais curto. Aliás, o calendário da religião judaica, ao contrário
do gregoriano adotado pelo Ocidente, foi estabelecido por Hillel II, em meados de 359,
fundamentado não só no sol, mas também na lua.
Traduzindo, Rosh Hashaná significa ‘cabeça do ano’, uma referência à importância do cérebro
para o Homem na estruturação de sua existência, mas ao contrário da tradição ocidental, ele não
incide sobre o primeiro dia do ano judaico, portanto é mais representativo do que algo exato,
preciso. É uma forma de oferecer a cada um o dia do julgamento, durante o qual o homem pode
se decidir pela retificação de seus erros, por meio do arrependimento – teshuvah -, da oração –
tfiloh – e da caridade – tzedakah. O judeu é valorizado em seu livre arbítrio, ele tem o poder da
escolha que parte da consciência, detém o potencial de mergulhar em si mesmo e de perceber o
que deve ser mudado. Ele então é ‘inscrito e selado no Livro da Vida’, saudação comum entre os
judeus neste momento.
Os judeus acreditam que seus nomes são, neste período, registrados neste Livro da Vida. Aí entra
a importância do Yom Kipur na seqüência, quando este Livro é selado. Enquanto este momento
não chega, considera-se que o indivíduo está vivendo os dias de temor. O dia da lembrança
marca a rememoração do quase sacrifício de Isaac, filho de Abraão, pelo próprio pai, a pedido do
Senhor, ato de extrema subserviência a Deus, recordando assim a cada judeu a importância de
servir ao Criador. O shofar é um instrumento de sopro construído com chifre de carneiro. O soar
dele redesperta na memória dos judeus o episódio de Isaac, traz à mente a lembrança de uma
coroação e também comemora a criação da Humanidade, além de despertar os judeus para a
presença de Deus em suas vidas.
Durante os banquetes realizados ao longo de duas noites, os judeus costumam submergir a
Chalá, pão particularmente trançado, e pedaços de maçã em mel, representando assim suas
expectativas quanto a um ano doce. Tudo que é então consumido, de frutas a vegetais, têm não
só um sabor especial, mas também uma simbologia específica. Ao se comer cada alimento, faz-se
antes um pedido. Alguns destes desejos estão de certa forma associados ao nome da comida, em
hebraico.
Anjo - História e Definição
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

A palavra anjo pode ser definida da forma mais ampla possível, conforme a cultura que preserva
sua crença. No latim angelus ou no grego angelos destaca-se o papel do ser que anuncia uma
mensagem, do que se deduz que ele seria o intermediário entre o Homem e Deus. Em hebraico
ele é conhecido como malak; entre os japoneses é intitulado kami; no hinduísmo é o deva; na era
ancestral do Irã esta criatura é nomeada Daena ou Fravarti; Sócrates mencionava o Daimon,
assim como os antigos gregos se referiam aos Gênios.

Os seres angelicais integram uma vasta hierarquia composta


por três tríades. A primeira engloba os Serafins, entidades mais elevadas e íntimas do Criador, as
quais irradiam a divindade em sua potência máxima e estão diante do Trono Divino, neles brilha a
chama da caridade; os querubins, criaturas enigmáticas, às vezes representadas entre os antigos
como figuras metade humanas, metade animais, geralmente apontadas como guardiãs do reino
de Deus, plenas de Seu amor; os Tronos ou Ofanins, comumente conhecidos como ‘anciãos’, pois
são associados aos 24 idosos que se lançam eternamente aos pés do Senhor, simbolizam o
poder sagrado, a humildade e a purificação.
A segunda tríade compreende os príncipes do céu. Às Dominações cabe estabelecer as normas
que envolvem as tarefas dos anjos que se encontram abaixo delas na hierarquia, atribuindo-lhes
seus respectivos papéis e mistérios nos trabalhos da Criação; elas também comandam o rumo
dos países terrenos. As Virtudes têm como função preservar a direção das estrelas para que o
Universo não perca sua eterna harmonia; elas conduzem os outros seres na realização de suas
missões e mantêm distantes das nações as entidades que ainda percorrem o caminho do mal;
estão próximas dos heróis e são as fontes dos milagres.
As Potestades ou Potências são as representantes da ordem divina, as mensageiras da
consciência humana, as tecelãs da história da humanidade e de suas memórias coletivas; nelas o
Homem encontra tudo que esteja incluso nos pensamentos elevados, desde os ideais até o plano
ético. Estes anjos são também os soldados do Criador, protetores dos animais e os responsáveis
pela vida e pela morte.
A Terceira Tríade inclui os anjos mais próximos do Homem, e por isso mesmo aptos a orientá-los
na jornada material. Os Principados estão submissos às diretrizes traçadas pelas Dominações e
Potestades, as quais eles devem enviar às esferas evolutivas subalternas; portam os tradicionais
símbolos da angelitude, a coroa e o cetro. Eles zelam pelos municípios, pelas nações e por toda a
Natureza.
Os arcanjos ou anjos principais são muito famosos nas Escrituras Sagradas, principalmente por
abrigarem os representantes mais conhecidos da Humanidade, Miguel, Rafael e Gabriel. A Igreja
Ortodoxa considera mais quatro seres desta categoria, Uriel, Ituriel, Amitiel e Baliel, combatentes
que se opõem aos anjos caídos, os Nefilim. Eles atuam como elos de ligação entre Principados e
Anjos; são verdadeiramente os mensageiros do Senhor.
Os anjos são as entidades celestiais que estão mais perto do Homem; na escala evolutiva eles se
encontram no estágio logo acima do que compete ao ser humano atravessar; em alguns
momentos estes seres se revelam à Humanidade, quando são incumbidos de desígnios do
Criador; textos hebraicos de tradição mística referem-se constantemente a eles, atribuindo-lhes
dons sobrenaturais.
Outras tradições religiosas e culturais também concebem a existência dos anjos; cada uma tem
sua própria concepção destas criaturas, distinta da cultivada pelo Cristianismo. Budistas e hindus
os vêem igualmente como criaturas cheias de luz; algumas podem comer e beber, além de terem
o dom de assumir vestes materiais para se manifestarem. Os islâmicos classificam estas
entidades em dois grupos, o dos bons e o dos maus.
Anjos
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

Os anjos são vistos na prática judaico-cristã como seres celestiais. Na maior parte das religiões
baseadas na inspiração divina bíblica, eles são compreendidos como entidades superiores à
Humanidade e inferiores a Deus, que atuam como embaixadores do Criador.
Esta expressão vem do latim angelu e do grego ángelos, significando ‘mensageiro’. Embora não
tenham exatamente uma forma humana, eles são, no entanto, simbolizados como criaturas
dotadas de singela formosura, uma intensa luz, pois se constituem de pura energia, e às vezes
são visualizadas como crianças, pois estas emanam um ar de inocência e de valor moral. Os
anjos são sempre representados com asas brancas, como as dos pássaros, e uma auréola em
torno de si. Segundo os teólogos, eles exercem um alto poder indutivo sobre o Homem,
principalmente na esfera material e na elemental, plano que se refere aos espíritos que habitam a
Natureza. Eles interferem assim na vida humana com o nobre objetivo de orientar a Humanidade
em sua jornada evolutiva.
As primeiras narrativas a mencionarem a existência dos anjos remontam aos tempos bíblicos; a
descrição mais remota de um anjo reporta-se a 4000 a.C. na cidade de Ur, localizada no Oriente
Médio. Estas histórias povoam o Antigo Testamento. O Catolicismo transforma esta questão em
mais um de seus dogmas, sustentando que Deus teria gerado repentinamente, do nada, tanto os
homens quanto os anjos. Estas figuras têm também participação marcante nos eventos narrados
no Novo Testamento, como na anunciação do nascimento de Jesus a Maria, por exemplo.
Os teólogos mais modernos defendem a existência dos anjos, enfatizando sua concretude, em
contraposição à imagem abstrata que muitos cultivam. Mas ninguém é capaz de precisar o
número exato destas criaturas, embora os textos sagrados afirmam serem eles incalculáveis.
Suas propriedades diversificadas, porém, levaram vários estudiosos à conclusão de que existem
distintas categorias hierárquicas angélicas. No núcleo cristão, vários sistemas classificatórios
foram criados, mas o mais preponderante destes esquemas foi produzido pelo Pseudo-Dionísio,
conhecido como o Areopagita, em meados dos séculos IV e V, na obra De Coelesti Hierarchia.
Outros antes dele, porém, abordaram esta questão, como São Clemente, Santo Ambrósio e São
Jerônimo.
Com algumas variações de um autor para outro, as categorias angelicais incluem geralmente
anjos, arcanjos – superiores aos anjos -; serafins, querubins, dominações, virtudes, tronos,
principados e potestades. Assim, encontram-se no Catolicismo nove coros ou graus hierárquicos.
Tradicionalmente fala-se de três arcanjos – São Miguel (Quem como Deus); São Rafael (Deus
Cura) e São Gabriel. A Igreja cultiva a crença nos Anjos da Guarda, protetores de cada indivíduo.
Os anjos seriam dotados de um poder intelectual superior ao do Homem, o que lhe permite prever
acontecimentos de natureza material, pois eles dominam o conhecimento das Leis Naturais, como
gravidade, densidade, entre outras.
Os anjos ocupam os degraus mais inferiores na hierarquia, encontrando-se assim mais perto do
Homem, embora se utilize este termo para se referir a qualquer entidade habitante da esfera
celestial. Eles estão presentes nas mais variadas tradições religiosas, entre muçulmanos,
zoroastrianos, hindus e budistas. Ninguém diverge da fé em sua existência. O Cristianismo Místico
e a Cabala vêem os anjos como Espíritos Iluminados, ou seja, de evolução mais elevada que a do
Homem e menos avançada que a dos Arcanjos. Os espíritas acreditam que os anjos são espíritos
que já desencarnaram e continuam a interagir com os vivos, como mensageiros de Deus que
trazem consigo comunicações e ensinamentos do plano espiritual. Outras correntes judaico-
cristãs alimentam um conceito semelhante destas criaturas.
Adão e Eva
Por Ana Lucia Santana
Ouça este artigo:

Atualmente, vários pesquisadores bíblicos, teólogos e religiosos admitem que as informações


contidas no Antigo Testamento foram traduzidas, em grande parte, por uma linguagem simbólica,
metafórica. Assim, torna-se difícil interpretá-la literalmente. A própria Ciência vem comprovando
fatos que contradizem uma versão literal das Sagradas Escrituras, como a questão da criação do
mundo em seis dias, que na verdade, cientificamente, corresponderiam a seis eras geológicas.
Assim, a história de Adão e Eva, narrada tanto na Bíblia quanto no Alcorão, refere-se a um
suposto casal primordial criado por Deus, os primeiros seres a habitarem o Planeta, o homem
criado do barro e a mulher, sua metade complementar, gerada de uma costela extraída dele. Mas,
na realidade, este seria mais um símbolo judaico-cristão e islâmico. A palavra ‘Adão’ vem do
hebraico Adam, significando ‘ser humano, humanidade’, portanto dificilmente se referiria a um
homem específico.
Há algumas hipóteses levantadas por estudiosos, segundo as quais ‘Adão’ poderia ser o nome do
ser mais antigo já conhecido; denominar um clã, ou seja, um grupo liderado somente por homens;
ou nomear um agrupamento coletivo predominantemente masculino. Há mais um dado curioso
que reforça a simbologia bíblica. A expressão Adam nasce de outro termo hebraico, ADaMaH, que
denota ‘terra fértil’. Sob esta roupagem esta palavra intensifica seu significado, porque a fertilidade
desperta imagens de cultivo, coleta dos frutos da semeadura, alimento, sobrevivência. Esta
questão era crucial nos primeiros tempos da Humanidade, tanto assim que eram muito difundidas
nesta época as divindades ligadas à fertilidade.
Da mesma forma a palavra ‘Eva’ também não representava uma mulher em especial, pois ela vem
do hebraico HaVVaH, ‘mãe dos viventes’, associada também ao verbo HaYaH, com o sentido de
‘viver’. Muitos estudiosos realizaram com este termo o mesmo processo acima descrito, supondo
que ele pode se referir ao nome da primeira mulher a existir entre nós; ao título de um clã feminino
ou ao cognome de um conjunto coletivo composto principalmente por mulheres.
Segundo os textos sagrados, este casal teria sido gerado à imagem e semelhança de Deus,
preparados para deter o poder absoluto do Planeta. Eva representaria o papel reservado à
mulher, de auxiliar do masculino, a quem completaria ao tornar-se uma única carne com ele, o
que já indica a espécie de ligação que deve existir entre ambos.
Mas, na verdade, Eva não teria se comportado como mera coadjuvante, pois assume o papel
principal ao ser seduzida pela serpente e comer o fruto proibido da árvore do conhecimento, o
qual ela também oferece a Adão, e lhes propicia assim distinguir entre o bem e o mal, ou seja,
lhes oferece o caminho da luz, que significa esclarecimento, conhecimento. Ao conquistar o livre-
arbítrio, o poder da escolha, o Homem se torna responsável por seu destino, e com certeza o
peso desta obrigação o retira para sempre do Paraíso, que poderia facilmente ser comparado ao
estágio da infância, quando o ser ainda não detém o saber e a conseqüente necessidade de
responder legalmente por seus atos.
É assim que a Humanidade herda o pecado original, supostamente cometido por Adão e Eva,
condenada assim à imperfeição, à morte e à busca da redenção. Embora a Igreja Católica aceite
a Teoria da Evolução, pois é um território científico, que não atinge as questões de fé, ela não
admite a existência inicial de vários casais que teriam gerado a espécie humana como a
conhecemos. Mas vários estudiosos, até mesmo alguns padres, como o conhecido Padre Zezinho
e o teólogo Padre Cleodon, defendem hoje o sentido alegórico do casal Adão e Eva.
O teólogo questiona essa narrativa do ponto de vista lógico, seguindo pesquisas históricas que
levantam inclusive a hipótese de um grupo designado Adão ter encontrado um agrupamento
feminino intitulado Eva, e ambos terem interagido, se reproduzido, formado uma descendência.
Sob o ponto de vista judaico, o Homem, por ser gerado à imagem do Criador, seria uma espécie
de microcosmo das forças criadoras, tese da qual se origina a Cabala. Segundo Maimônides, o
Homem é o único ser criado por Deus a deter o livre-arbítrio, qualidade vista como uma virtude
divina. Esta visão acredita em um plano primordial realizado por Deus, um molde adaptado ao
corpo do primeiro Homem, conhecido como Adam Kadmon.
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Islã no Brasil
Por Felipe Araújo
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A partir do ano de 1500, época do descobrimento do Brasil, ocorreu a chegada dos islâmicos no
País. Em um primeiro momento, esse grupo foi formado por navegadores árabes que chegaram a
terras brasileiras por meio das expedições de Pedro Álvares Cabral. Com o trabalho escravo na
colônia portuguesa, diversos negros seguidores do Islã foram traficados ao Brasil, processo que
ampliou a quantidade de islâmicos na nação.
Um dos feitos mais marcantes dos muçulmanos no Brasil foi a Rebelião de Libertação, na qual foi
iniciada uma batalha para defender o Quilombo dos Palmares entre os anos de 1693 a 1694.
Além disso, foram de extrema importância na Revolta dos Muçulmanos Haussás (1807) e, em
1835, na Revolta dos Malês, movimento de escravos de origem muçulmana com propostas
radicais referentes à libertação dos demais servos africanos que também fossem muçulmanos.
Outro fator importante para o crescimento do Islã no Brasil foi a imigração de libaneses e sírios
durante a realização da Primeira Guerra Mundial. Com isso, no ano de 1927, foi criada a
Sociedade de Bem-Estar Palestina Muçulmana, na cidade de São Paulo. A partir de 1929, com
novos adeptos do Islã chegando ao País, o nome da instituição foi alterado para Sociedade do
Bem-Estar Muçulmano.
Entre outros aspectos, um fator que endossou o aumento da quantidade de muçulmanos no Brasil
foram traduções confiáveis do Alcorão para o idioma português brasileiro, além da imensa
quantidade de informações na internet. De acordo com informações do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), o número de seguidores da religião no País é 27.000. Entre os anos
de 2001 e 2011, o número de convertidos ao Islã teve crescimento de 25% na nação.
Apesar disso, algumas entidades não concordam com o número publicado pelo IBGE. Um
exemplo é a Federação Islâmica Brasileira, que aponta a existência de 1,5 milhão de seguidores
do Islã no Brasil. Em todo o País, estima-se que existam oitenta centros de Islã e cerca de
50 mesquitas.
As cidades de Foz do Iguaçu, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo abrigam as mais
populosas comunidades de muçulmanos no Brasil. Notavelmente, na já citada Foz do Iguaçu,
encontra-se o maior número de adeptos da religião. Além da presença de salas destinadas à
oração e templos por quase todos os outros Estados que compõe a nação, em São Paulo há
aproximadamente 10 mesquitas, sendo que a mais antiga é a Mesquita Brasil, fundada no
continente latino-americano a partir do ano de 1929.

Islamismo
Por InfoEscola
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O Islamismo é uma religião monoteísta, revelada pelo último profeta - Maomé (Muhammad)-,
nascido em Meca, cidade da Arábia Saudita, em 570 d.C. A expressão ‘islã’ representa
‘submissão’ e traduz a obediência às regras e aos desejos de Alá. Os que seguem esta doutrina
são conhecidos como muçulmanos – os que se submetem a Deus. De acordo com os ritos
islâmicos, Maomé obteve das mãos do próprio anjo Gabriel, enviado divino, os preceitos básicos
que constituem o Islã – orientações de ordem religiosa, dogmática e moral, organizadas em um
livro considerado sagrado pelos muçulmanos, o Corão, que também retrata várias passagens
do Antigo Testamento.

Segundo as narrativas islâmicas, há um único Deus, Alá, e Maomé foi seu último profeta, enviado
para disseminar entre os homens os ensinamentos sagrados, quando este tinha quarenta anos.
Com o auxílio da fortuna de sua esposa, Khadija, ele realizou seu apostolado, não sem enfrentar
uma forte adversidade. Foi perseguido em sua cidade natal e obrigado a se exilar em Medina, em
20 de junho de 622, episódio que historicamente ficou conhecido como Hégira – emigração, ponto
zero do calendário muçulmano até nossos dias.
O Islamismo condensa influências de várias religiões, além do princípio essencial da revelação
divina, congregando elementos legados pelo Judaísmo, como a circuncisão, e possivelmente
também o seu teor monoteísta; pela doutrina judaico-cristã, a idéia do Juízo Final; os djinn, gênios
do bem ou do mal, herdados de crenças ancestrais. Os preceitos ditados pelo Alcorão são
considerados como verdades absolutas, incapazes de conter qualquer falha. Este livro é
organizado em 114 suras ou capítulos, dispostos por tamanho, o maior contendo 286 versos. Há
uma outra fonte de orientação para os muçulmanos, princípios que partem dos ditos e feitos do
Profeta, ou seja, dos ahadith, contidos na Suna.
O Islã, significativo em seu teor religioso, é também uma doutrina moral e política. Como algumas
religiões cristãs, ele também prega a crença no Juízo Final, com sua divisão entre os justos, que
irão para o Paraíso, por toda a eternidade, e os maus, que arderão no fogo do inferno para
sempre. Mas, ao mesmo tempo, o homem parece não ter escolha entre o bem e o mau, pois as
pessoas parecem ter seu destino já traçado por Alá – uma de suas máximas afirma ‘estava
escrito’.
Entre as obrigações dos fiéis do Islamismo estão as orações obrigatórias, cinco vezes ao dia,
voltado para Meca; não exercer o culto de imagens, o que para eles representa um ato de
idolatria, e visitar Meca pelo menos uma vez na vida. Aliás, esta é uma das cidades sagradas para
os muçulmanos, que assim consideram também Medina, onde o Profeta edificou sua
primeira mesquita, e Jerusalém, que os islamitas acreditam ser o local de onde Maomé ascendeu
aos céus, na direção do Paraíso, para lá permanecer junto a Jesus e a Moisés.
Não há um clero islâmico, com uma hierarquia fixa e estabelecida. Quem coordena as orações em
público é o imã, enquanto os teólogos cultos são conhecidos como Ulemás. Os muçulmanos
realizam suas cerimônias religiosas dentro de templos chamados de mesquitas. Há algumas
nações islâmicas em que o Governo permite a poligamia, prescrita pelo Corão, e nestes lugares o
marido pode se unir a quatro esposas. Os muçulmanos formam basicamente dois blocos maiores
– Sunitas e Xiitas. Os primeiros subdividem-se em Hanafitas, Malequitas, Chafeitas e
Hambanitas. Eles são herdeiros da tradição de Maomé, que teve continuidade nas mãos de seu
tio All-Abbas. Já os Xiitas são discípulos de Ali, marido de Fátima, filha do Profeta; consideram-se
os sucessores espirituais de Maomé.

"Democracia não, nós queremos apenas o Islã". Muçulmanos que exigem a aplicação da Sharia
no Reino Unido.
Esta religião tem crescido muito nos últimos tempos, é agora a segunda maior do Planeta. Seus
seguidores já ultrapassam a casa dos 1.2 bilhões, com grande parte de seus discípulos
localizada nos países árabes do Oriente Médio e do Norte da África.
Alguns dos preceitos religiosos islâmicos estão traduzidos na Sharia, que guia os muçulmanos
mais radicais no seu dia-a-dia, no comportamento, nas ações e na alimentação. Também
impõe penas brutais para desvios ou atitudes consideradas incorretas perante o Alcorão. Por
exemplo, o roubo é punido com o amputamento das mãos; questionar o Alcorão ou Maomé, ser
homossexual ou mudar de religião são crimes punidos com a morte (apedrejamento, fuzilamento,
etc.). A Sharia ainda autoriza o casamento de meninas a partir dos 9 anos de idade, determina a
mutilação do clitóris, proíbe que as mulheres testemunhem contra homens em casos de estupro,
incentiva a Taqiyya (a propagação de mentiras e contra-informação, desde que isso contribua
para a causa do Islã) entre muitas outras ações.
O que a Bíblia diz sobre o inferno?
BÍBLIA
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A Bíblia afirma que o ser humano é uma alma mortal (Gênesis 2:7; Ezequiel 18:20); que ele
permanece em estado de completa inconsciência na morte (Salmo 6:5; 115:17; Eclesiastes 3:19 e
20; 9:5 e 10); e que os ímpios serão aniquilados no juízo final (Malaquias 4:1).
Pr. Alberto R. Timm, Ph. D.
A noção de um “inferno” de fogo eterno para castigar os maus está intimamente associada à
teoria da imortalidade natural da alma. Já no Jardim do Éden, Satanás, na forma de uma
serpente, disse a Eva que ela e Adão não morreriam (Gênesis 3:4; Apocalipse 12:9). Entre os
antigos pagãos havia noções de um outro mundo no qual os espíritos dos mortos viviam
conscientes. Essa crença, somada à noção de que entre os seres humanos existem pessoas boas
e pessoas más que não podem conviver para sempre juntas, levou antigos judeus e cristãos a
crerem que, além do paraíso para os bons, existe também um inferno para os maus.
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Muitos eruditos criam que a noção de um inferno de tormento para os ímpios derivara do
pensamento persa. Mas em meados do século 20 essa teoria já havia perdido muito de sua força,
diante das novas investigações que enfatizavam a influência grega sobre os escritos apocalípticos
judaicos do 2o século a.C. Tal ênfase parece correta, pois na literatura greco-clássica aparecem
alusões a um lugar de tormento para os maus. Por exemplo, a famosa Odisséia de Homero
(rapsódia 11) descreve uma pretensa viagem de Ulisses à região inferior do Hades, onde mantém
diálogo com a alma de vários mortos que sofriam pelos maus atos deles. Também Platão, em sua
obra A República, alega que “a nossa alma é imortal e nunca perece”.
Por contraste, o Antigo Testamento afirma que o ser humano é uma alma mortal (Gênesis 2:7;
Ezequiel 18:20); que ele permanece em estado de completa inconsciência na morte (Salmo 6:5;
115:17; Eclesiastes 3:19 e 20; 9:5 e 10); e que os ímpios serão aniquilados no juízo final
(Malaquias 4:1). Mas tais ensinamentos bíblicos não conseguiram impedir que o judaísmo do 2o
século a.C. começasse a absorver gradativamente as teorias gregas da imortalidade natural da
alma e de um lugar de tormento onde já se encontram as almas dos ímpios mortos. Esse lugar de
tormento era normalmente denominado pelos termos Hades e Sheol.
Já nos apócrifos judaicos transparecem as noções de uma espécie de purgatório (Sabedoria 3:1-
9) e de orações pelos mortos (2o Macabeus 12:42-46). Mas o pseudepígrafo judaico de 1o Enoque
(103:7) assevera explicitamente: “Vocês mesmos sabem que eles [os pecadores] trarão as almas
de vocês à região inferior do Sheol; e eles experimentarão o mal e grande tribulação – em trevas,
redes e chamas ardentes.” Também o livro de 4 o Enoque (4:41) fala que “no Hades as câmaras das almas são como o útero”. A idéia
básica sugerida é a de uma alma imortal que sobrevive conscientemente a morte do corpo.
O Novo Testamento, por sua vez, fala acerca da morte como um sono (João 11:11-14; 1 Coríntios
15:6, 18, 20 e 51; 1 Tessalonicenses 4:13-15; 2 Pedro 3:4) e da ressurreição como a única
esperança de vida eterna (João 5:28 e 29; 1 Coríntios 15:1-58; 1 Tessalonicenses 4:13-18). Mas o
cristianismo pós-apostólico também não conseguiu resistir por muito tempo à tentação
paganizadora da cultura greco-romana, e passou a incorporar as teorias da imortalidade natural
da alma e de um inferno de tormento já presente. Uma das mais importantes exposições
medievais do assunto aparece em A Divina Comédia, de Dante Alighieri, cujo conteúdo está
dividido em “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso”.
Além de conflitar com os ensinos do Antigo e do Novo Testamento, a teoria de um inferno eterno
também conspira contra a justiça e o poder de Deus. Por que uma criança impenitente, que viveu
apenas doze anos, deveria ser punida nas chamas infernais por toda a eternidade? Não seria
essa uma pena desproporcional e injusta (Apocalipse 20:11-13)? Se o mal teve um início, mas
não terá fim, não significa isso que Deus é incapaz de erradicá-lo, a fim de conduzir o Universo à
sua perfeição original? Cremos, portanto, que a teoria de um tormento eterno no inferno é
antibíblica e conflitante com o caráter justo e misericordioso de Deus.
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Não dê lugar ao diabo

"E não dêem lugar ao diabo" (Efésios 4:27).


Se você nasceu de novo por meio de Jesus Cristo, todos os dias você terá que lutar contra os
ataques de Satanás. E ele é um mestre em
se reinventar. O apóstolo Paulo disse que o diabo pode se disfarçar em "anjo de luz" (2 Coríntios
11:14). E, embora isso pareça ser bom,
sua intenção é somente "roubar, matar e destruir" (João 10:10). Mas destruir o quê? Sua paz de
espírito, os seus relacionamentos, os
planos de Deus para a sua vida, etc. Como você pode derrotá-lo? De duas maneiras:
1) Não tenha medo do diabo - "O Senhor o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida"
(Salmos 121:7). Lemos no Novo Testamento,
mais de trinta vezes, que como crentes, nós estamos unidos "em Cristo". Ou seja, para o diabo te
atacar, ele precisa primeiro passar por
Cristo;
2) Não dê espaço para o diabo - "E não dêem lugar ao diabo". Satanás não tem lugar em sua
vida, a menos que você abra uma porta e
deixe que ele entre. Quando Jesus entrou no seu coração, não sobrou espaço para o diabo, mas
isso não é o su_ciente para você ter um
coração sempre puro e protegido. Você deve ter um coração cheio do Espírito Santo, como Jesus
disse:
"Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso e
não encontra, e diz: ‘Voltarei para a casa
de onde saí’. Chegando, encontra a casa desocupada, varrida e em ordem. Então vai e traz
consigo outros sete espíritos piores do que ele,
e entrando passam a viver ali. E o estado _nal daquele homem torna-se pior do que o primeiro.
Assim acontecerá a esta geração
perversa" (Mateus 12:43-45).
A melhor maneira de colocar um _m aos maus hábitos e substituí-los por práticas boas, de forma
que você derrote o diabo, é deixando que
Jesus seja o Senhor da sua vida.

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