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Apartamento .. Parece ter sido Um tanto quanto cheio de estilo, porém agora
está quase Completamente vazio, sem qualquer decoração.
Cena 1
Lu/u e Robbie
embalagem estão
para tentando fazer Mark COmer, Eles têm a comida em uma
viagem.
Lulu .. Vai.
(pausa) Olha,Experrmenta
por favor Taum
umaPOuquinho,
delícia . Não(pausa)
tá? Vai Você precisa cOmer
Lulu .. AqUI tOdo mundo tem que comer, Vai, vamos. Só um Pouquinho. Faz
,..•.
. . ..':'If"
'"
-..'-'
. _.
(Mark vomita .)
•."•lW4
Robble - Merdal Meída r
. .,.
•• essa
Lulu ..surelra
O que é que ta acontecendo? Querido .. você PO,ji3? .. Vamos i:mpar
• '"
•... ",1ar~
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I
v, fa""
;:J.,. . ~ r'
v,r
,
.~
.- Lu'u .. Sera que .. Tá tudo bem . (Dando a Mark um copa d'agua.)
.'
.-
Ma'k .. Olha pcr favor (Pega o copo e bebe)
..- Passo:...' .
.
-. -.--C_":
. , ..
.
". Lulu .. Obclgada (Pega o copo de volta.) Ta vendo? Passando .. Passando ..
.---- ".." ."
e--.:
.. ......
•• •
Robbie - TUdo bem? Você tá cem?
-
Lulu - t:: c'e ,;xar VOcê assim?
••
•• 1
Mark - Vou ficar aqui sentado. Só sentado e pensando. Minha cabeça tá uma
bagunça. Olhem prá mim. Tô fodido.
• Robbie - Pense nos nossos bons momentos. A gente tem bons momentos; não
"• tem?
.-- Robbie - Momentos legais Nós três juntos. Festas. Entrando e saindo de taxis_
••-_.-
Na cama.
Mark - Mas faz tempo que não rola nada disso. Parece coisa do passado.
•• Lulu - Você até falou assim uma vez: amo vocês dois e quero cuidar de vocês
• , (pausa)
,.
'Co-,
Lulu - Não Não começa assim.
••
••,
• Mark - Começa sim
'.•
Robbie - Não, não começa. Começa com "É verão ... ".
'.te
•
\.I vocês fazendo compras E os dOIS estão sorrindo. Vocês me oiham e no ato
me bate urr,a cOisa aSSim" e eu sinto que eu vou ter vocês. Sabe, uma coisa
t· ass:m que vccê não escolhe. Fora de controle. Aí vem esse cara Um gordo
f· Gordo, cabelo aSSim, calça de tergal, camisa e diz: "Tá vendo aqueles dois ali
to'te, 2
,.
I.
cam os yogUr1es? Pois é, São meus, Sou dono dos dois, Sou dono mas nao
quero mais Porque, quer saber" São lixo. Lixo e odeio os dOIS Você quer
comprar eles? Quanto? "DoIs bostas que nem eles? Vamos ver.. Vinte? Vinte
você leva" Então eu faço o negócio. Tipo uma transferência de bens E levo
vocês E eu não preciso explicar nada porque vocês sabem o que esta
acontecendo Vocês viram a transação. Levo Vocês embora para minha casa
E ai quando vocês vêem a casa, parece que já conhecem o lugar. E é Como se
eu estivesse há tempos guardando aquele quarto para vocês. E eu entro Com
vocês no quarto Tem comida la. Está quente. E a partir de então nós
passamos nossos dias ali engordando, não querendo nada além daquilo e
muito felizes
Estou !ndo (pausai Escutem, Eu não queria dizer isso, Mas tenho que dizer
Mark - Não Eu t6 fora Dez dias sem uma pedra sequer E eu tô caindo fora
daqUI
MarK - Eu quero me tra:ar Eu preciso de ajuda, Alguém tem que tratar de mim
RObo',e· [\,'ãc faz ISSO Você nào precisa disso Nós estamos te ajudando
•• ,
•'e-·:
"
,::_~j
•• RObol" . '/cee ta d'zecoc que a geo',e não faz nada? Nós fazemos SIIn O que
voce acha que a g801e ',em fazendo? Todo esse tempo? A gente limpando
•• CUénjo 'jo':e 'jCCe
••
•• "
"
•., -. ' - ._---,.-
,
Lulu - Onde?
Robbie - Quando?
Mark - Não
meses Bem,sei.tudo depende de corno eu respondo ao tratamento. Alguns
Mark. - Não.
luiu - Olha o que você fez. Olha o que você fez com ele. O que é que você
esta esperando? Um taxi? Ouer que eu chame um taxi? Ou sera que você la
Sem grana? Você vai me pedir algum? Ou vai simplesmente arrumar algum por
ai? Você vendeu alguma coisa? Você roubou?
Mark - Tá bem É isso ai. Não funcionamos mais. Por isso estou indo.
Lulu - É ISSO ai Acho mais é que você tem que ir mesmo Nós vamos ficar bem
aqUi Nós vamos nos dar muito bem. E eu acho que você nem precisa voltar.
Nós nao vamos querer você de volta.
Lulu - Você nao é nosso dono. Não Somos sua propriedade Nós somos gente
FORA
A gente Pode se Virar sozinhos. Vai. Fora. Vai ;j merda. Vai se foder rora.
•• •
,
... 4
---- ..
(Mark sai.)
j
Robble - Não deixe ele ir Diz pra ele ficar Fala que eu amo ele.
j
Lulu - Ele se fOI agora Vamos. Ele se foi. A gente vai ficar bem. Não
precisamos dele. A gente vai se virar sozinhos.
Cena 2
j
Sala de Entrevistas - Brian e Lulu estão sentados frente a frente. Bdan tem a
sua frente Um prato de plástico todo decorado. j
Brian - E aí Chega esta cena. Essa cena que é realmente demais.
Provavelnlente a melhor cena. Porque olha, você POde imaginar, o pai dele
j
mono. O paí eSmagado por uma boiada gigante e Selvagem Você
transbordaria de tristeza.Tudo acontece muito rápido. Segundos antes ele era
o senhor daquelas terras todas. E daí ... uma brisa. um sopro de ar. e de j
repente o estampido de cem patas e lá se vai. Ele está morto. Só que não foi
um acidente. Alguém planejou, entende?
C
ruer
j
D i2:1 - PO , eu qce;C) que você acompanhe a história.
• LuJu - Sem dúvida.
. -.. j
•
j
8rian - Entào nós estávamos .. ,
Bnan - Bom
aClden1e Excelente Exatamente Não foi um aCidente. Devia parecer um
mas não
j
-'
FDi pianejado pelo tio. Porque .. _
LulU - Porque ele queria se tornar Rei.
j
·.,
•
Bnan - Ache, que linha escutado você dizer que não tinha Visto esse filme
-
, j
Lulu - Não I'i rnstinto. Tenho um bom instinto. E.. Uma das minhas
•, •
qualrfrcaçàes SouEuma pessoa instintiva.
U j
L
!
\ ~ 5
j
,
Lulu - Mas é claro que também sei usar meu lado racional quando necessário.
Brlan - (Escreve "aprecia organização".) Muito bem. Então o pai está morto.
Assassinado. Pelo tiO. E o pequeno cresce. E você precisa ver _ parece com o
pai Exatamente a cara dele. E um dia essa espécie de macaco aparece pra
eie E esse macaco diz. "É chegada a hora de você falar com seu pai morto" E
eie corre atrás deste macaco até chegar em um riacho, olha pra dentro desse
riacho e vê
8.'ian. Seu própr:o reflexo na água, Você não viu mesmo esse filme?
LI..'iu - Nunca
a',j ele '.lê seu pai O meu caçula quando vê essa parte .. , E.le fica com
lágrimas enor~es nos olhos, Ele sente tanto quanto eu, Porque agora a
:m2gem do pai diZ "E chegada a hora. Já é tempo de você Ocupar seu lugar
"',ç. CIC',O da EXistência - palavras de efeito - Lembre-se de quem você é Você
e me'c. filho, o verdadeiro ReI." E ai sim ele sabe o que tem que fazer Ele sabe
c;uem quem ele tem que matar, E é isso, Esta é a nossa cena favonta
Brlan - (Escreve "passa o Natal com a Familia".) Muitos jovens estão perdidos
';-.cle eT, dia, você nao acha?
.. _" .. " ..
,
Brian - Alguns deles vêm aqui. Olham para mim ... Você está me olhando, nao
está? Está, não está?
Brian - (Entrega o prato.) Ta aqui. Segure. Segure assim ao lado do seu rosto.
Deixe ver como você faria. Sorria. Parece interessante. Porque isso é especial.
Você pode fazer aquele olhar? (Lulu olha.) Assim. Muito bom. Nossos
espectadores têm que acreditar que estamos mostrando algo especial. Por um
preço justo, sua vida fica mais fácil, você fica rico, e mais cheio de si. E você
tem que acreditar nisso também. Você acha que pode fazer isso? (Lulu muda o
jeito.) Bom. Muito bom. Nós não temos muitas garotas Como você nesse meio.
Lulu - Sério?
8rian - Sério. É realmente muito ... Muito difícil de achar alguém assim entre as
meninas do seu tipo.
Brian - E agora diga: "Só restam poucas unidades. Portanto ligue já:'
Lulu - Eu estudei
Brlan . Ora vamos Você é uma atriz. Você tem que estar pronta para atuar
quanoo chamada Uma atriz se não pode interpretar quando é solicitada, o que
pOde se espera~ dela então? Nada. Não se pode esperar nada.
7
Lulu - não
dizer, Estáfizbern. (Levanta-se)
na frente Na verdade eu nunca fiz essa cena antes. Quer
de ninguém.
Lulu - "Um dia as pessoas saberão para que tudo isso servIu. Todo esse
sofrimento"
Lulu - Como?
Brian - Estou te pedindo para tirar a jaqueta. Não dá para atuar com eSsa
Jaqueta
LulU - No pe,'sonagem
Brran
ai - Pra
de pé COr"'1vocé
essaNão pra mim. Estou aqui para assesSorar seu talento e você
Jaqueta
6r,0,1 - (Levanta) ()k er;tão Chamo outra garota. Você sabe onde é a saida?
Lulu - Nao
Brran - Entoo contrnuaremos Sem a iaqueta, esta bem? (LUlu trra a jaqueta e
caem dos '"nduie'r"s embrulhados para viagem) Olhe o que descobrimos
(Os de,s abaixam para pegar mas Brian pega-os primeirO) ExótiCO
Lulu - Nós v'vemos d<sso Isso é o que geralmente COmemos É nosso jantar
8rian ' Vocé pagou por ISSO?
Lulu - Sla;o
8
~,
•
•~ Lulu ~ Não.
•
• 8rian - Mercadoria roubada.
•• Lulu - Nós temos que comer. Nós temos que nos virar. Eu não gosto disso.
•• Não sou uma trombadinha por natureza. Meu instinto é para o trabalho. Eu
preciso desse emprego. Por favor.
•.. Brian - Você é uma atriz por instinto mas urna ladra por necessidade. Será que
você consegue me convencer que realmente preciso de você? Tudo bem.
•e Vamos continuar Atue um pouco mais. Tire a camiseta.
Lulu - Não
•e ?
Lulu - (Tira a camiseta.) "Um dia as pessoas saberão para que tudo isso ser.;iu.
••
•
Todo esse sofrimento. Não haverá mais mistério. Mas até lá nós temos que
continuar trabalhando Nós temos que trabalhar. É tudo que podemos fazer
S
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1;. 9
te
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- --_.~-_.
Brian - Então está bem. Ao julgamento. Alguma coisa para que possa testá-Ia.
Vou te dar algo para vender e veremos como você se sai. Está claro?
Lulu - Completamente.
Cena 3
Apartamento - Robbie está sentado usando uniforme tipo MacOona/d's. Lulu
em pf.-" em frente dele
Robble - E eu digo "Com queijo. senhor?" E aí ele olha bem prá mim O rosto
pal,do r',~,e encara profundamente, E eu sinto aquele". medo Tento de novo
"O seflhor gostaria do seu hambúrguer com queijo?" E aí é demais para ele
Seus labiaS tremem Seus olhos enchem de ódio .
.Roue'le - ,6.I~lJcrn ll:lha que" Se você estivesse lá você então eu decidi que
8'--! rT',eSiT,Q teíla que falar, e ai eu digo: "Olhe, neste lugar você escolhe. Pelo
menos uma vez na vida você tem a chance de fazer sua própria escolha, então
caralhc, aproveite esta chance da melhor maneira possível"
Robole - E então ele pega o gario, Cata esse gario, pula o caixa e vem para
Cima de ,TlIm
Ro~:;:) e . Vem para cima de mim com o gario. Me joga no chão e me fura
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Lulu - Como?
••
•
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-"ulu - E agora da onde vira nosso dinheiro? Quem vai pagar as contas?
•• ,•
~obbie - Você vai arranjar alguma coisa.
('Jlu - Eu?
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,cc ! t)pbbie
-.
,. - É. Você sempre arranja alguma coisa. Como foi SUa tarde?
'LU!U - Minha tarde?
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••
L~"u
C~,lta,
- NÓS vamos vender Você Pode ser últl lambém. Tem que ler trezentos
por favor
--. .
nf~
(/::'u
- o Sal Robble
vê atE: começa
que Mark a Contar os table!es. Mark entra e olha Robbie. que
fala.)
M~r'k
,
, - Você está lidando Com isso agora?
•• Rchble ' Isso não (pausa) Entao eles deixaram vOcê Sarr?
(p2: ;a)
••
•• ,
•
•.. ,
,
11
,
Robbie - minhas?
saudades Achei que você tivesse dito que seriam alguns meses, Sentiu
Robble -aSenti
sentisse minha.sua faita, Então ache;'" Tive uma certa esperança que você
Mark - É,senti,
Robbie - Não?
Mark - Desculpe
Robbie - Heroína.
Mark - Heroina, Sim, heroína Mas gente também, Você fica dependente de
pessoas lambem. TIpO" dependência emocional. Que vicia também.
(pausa)
Mark - Não
Mark - Não
I
Robbie. Vocé quer dizer "Adeus,"")
12
Mark - Eu não disse isso. Não. Não é "Adeus",
Robbie - Vá se foder.
(pausa)
Mark - Não.
Robbie - Então ..
(pausa)
Mark - Eles têm reg ras, entende? Eles fazem você assinar, e ai você concorda
com aque!a I;sta de regras. Uma deias eu quebrei. Tá bom assim?
Mark - Eu disse a eles Não fOI exatamente como eles pensam que foi. Eu dei
minha versão, mas.
Robbie - Me conta .
.,
....
• •
(pausa)
.-•
Mark - Não houve nenhum envolvimento.
Robble - Foda-se
•
••
•
Mark - Você não vai ficar achando ... ?
•,.
•.. 13
,
(pausa)
Mark - Não aconteceu nada. Eu disse a eles "Vocês não podem chamar aquilo
de envolvimento pessoa!."
Mark - FOI mais um .. negócio Eu paguei pra ele. Eu dei dinheiro a ele. E
quando você paga você não pode chamar de envolvimento pessoal, pode?
Como você chamaria isso?
Robble - Você nao pode me beijar Você trepa com alguém mas nao pode me
beijar
Mark - Alguem
(pausa)
Mark - Nós
significou fizemos um trato. Eu paguei A gente foi pro banheiro. Não
nada
"14
,
Robbie - (Baixando sua calça.) Se você não pode beijar minha boca.
Mark· Desculpa
RobblG - Escuta, se você, se isso, isso ... O planeta é reaL .. (Toma um êxtase)
I
Esperando por você. Você sabe o que isso significa: "Esperar"? Esperando par
esse ala, por você .. E você. Fada-se, foda-se todo mundo. (Toma outro
êxtase. Lulu entra com uma bandeja com dois pratos de comida comprados
fora e requentados no microondas.)
Mark - E. me deixaram sair. Voltei prá ver se VQcC, estavam bem. (pausa)
t\·1ark - 0·,1
Lulu - Eles mandam tudo dentro de caixinhas. Uma porção em cada caixinha
15
Robble - (para Mark) Ela tá demais, não tá? (para Lulu) Vai prá IV, não vae
Mark - Você arrumou um emprego?
Robble - Isso é o que ela diz. Coisa pequena ... Não interessa, é TV
Lulu - E isso ai
Mark - Nao S6 uma saida Vou ver se eu acho alguma COISa prá Comei
16
~_r_=__________ _
Lulu - Você cOntou? (o êxtase)
Cena 4
Gary - É claro que um dia vai "sé" virtual. É o que dizem por ai.
Mark, Eu também acho.
Gary - Eu venho me preparando prá isso, Pensando num jeito de investir nisso,
Uma cadela, uma rede, ou sei lá o que Você já trepou desse jeito?
Mark - Não. Nunca I
.. '
Gary - Talvez a gente nunca ia se vê se vocé tivesse me ligado daqui um ano
ou dOIS Acho que a gente ia "sé" uma espéCie de holografia ou COisa do tipo A
~'
gente 'a podê' parecer com quem quisesse, e então 2 gente nunca la se
fé enCOntrar pessoalmente, porque fiO encontro ia aquela halograDa que não la
te "té' nada a ver Co", a cosso COrpo de verdace, Vocé tá C''lendendo'' Eu
Qf.;riSC 13n1(j Il;~::o que fico até de saco cheio. (pausa)
-.,
'. E Do,", vDcé':;abé" que nào é para todo mundo que eu ligo de volta não, viu?
,
• Marx - So achei que você tinha uma voz interessante
••
,
"e,a"~
Gary fiSicamente?
Quantos anos VOcê
Quero achou
em que eu "tinha"? Como VOcê imaginou que eu
detalhes.
.... Mark - Eu nao fiquei imaginando nada .
••
• 17
.'
~
.'
It-C Mark - Eu queria Que você fosse o que você é.
.~
Gary - Essa é nova,
lIt'
_f
.. Mark - Eu gosto de deixar as coisas bem claras .
..te Gary - Você é quem está no comando. "Cê" tá em casa. Quer que eu ponha
um filme porná? Se bem que a maioria só tem homem com "mulhé"
te (Mostrando uma caIxa de fita de video) Ela é bem puta, nê? Você Comia?
.- Mark - Não Vamos deixar pra lá eSSe pornõ.
•• Gary - A gente podia dar uma ... enlouquecida, sei la. (Tira papelotes de coca
te do bolso., Posso dividir com você.
t.
I.' Mark - Não, obrigado.
•• Mark - T ó fora
Ta
• Gary - legal Tá legal Não precisa ficar nerJosinho.
•• estup'd-: Mas.la passou. É que é muito importante para mim ficar longe disso
Eu quero te agradecer por você ter guardado.
Mark - Já fui
Garj - Sexual'Tlen:e
•• Gar,! - Aero
••
•
Ga:,/ - TOdos auerem ser escutados .
•.. Mar', - Ceêo EI,lao Ho}e ê o meu pllmello dia de uma Vida nova Eu tive longe
para
o l1'e 'ecupeear quee dizer. prá conhecer minhas próprias necessidades. e
as l2 estou COC1eçan,jo de novo. e queria começar expellmenlando Com você
•• essa CO-sa Oe uma 'ntera"ao Somenle sexual, sem envolVimento. ou pelo
menos Ser")' ,55'J ceniO oC\Jetivo. entende? (Som de moedas C31ndD )
•• e~,ba"o
Gari - Isse e 12 O Arcádia. Alguém acaba de ganhar "Cê" tem que
(
• sabé Jogar senao tudo que cal prá você "ê" brindes A sane tá sempre
CC:I' co ;::- e t,on' esse som, né? (Imita som de moedas caindo)
••
",
•
, .
..!.._---~
19
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i _,
I ..
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iI I
~ ..,
cu.
Mark. Eu acno que eu quero .. Acho que o que eu quero mesmo é lamber seu
ft' •
,,•
'-'
.'
Gary . Só ISSO?
,
• Mark· t Só iSSO
•• Gary . Cem
•.'
. .
'
•• Gari' Eu deVia da um Chute no teu rabo sabia? Eu não tinha que perder meu
tempo com um fodldo que nem você. Olha pra você. Um drogado com (rrnta
•• 'pau' ro bolso Tenho que me valorizar. Eu não tenho que fazer nada por essa
:T"ISerl;:l se 8'.J r'.ão "qUisê"
..
'~n·.
•• Eu ter,nc cara ta legal? Um cara rrco. Ele tem uma puta casa Vive
clan'ance pr e'. mora' COm ele Agora me diZ Por que é que eu tenho que
deixa cé lan~be rTieu cli por trinta "pau"?
•• M'rk . Pcr que você nao fica pensando no cara enquanlo te lambo? VOcê
•• podia abarxar ai e ficar pensando nele. Coisa rápida, vai? Tnnta paus É só
minha ;rngua erreulando. prá Cima, prá baixo e você pensando no cara. eln?
Nada pessoal So um [leaOcIO, tá bom,
•• Gacl' E:e e 'Oro puta ca'a Parece durao, mas na verdade. na verdade mesmo
:~e
•• e uma meça liga e diZ 'Adoro OUVir você. Quero CUIdar de voce .. (Som de
moedas; <'xe OU'iru? (, galera tá ganhando legal essa nOite. Acho que eu vau
•
••
Oer umo csseda "ao amanha eu vOu (Mark levanta e tem sangue no rosto
Sangue err vo l la de seus lábiOS,) I
••
•
Mark. Sangue?!') (pausa} VOcê está sangrando
•• 20
..
•.. , I
I
I
I
.. Gao; , AcCer oue rao raacontece" de novo. Olha. ACher que eu tava cura'jo
j
.... e
Não ache. OV'E PC'dess 'acontece mais. Eu não tó contamrnado Vru? Um
ClrcOCe cne Ceu wn remécJro Ta POr aqUi em algum lugar Lrmpa rsso IMark 'lar
,
,. meu
pegarcúCjrnherco
e cê" lambeu
Oe VOlia I Não mexe nesse dinherro "Cé pedru Para lamber j
,•
"•
" •• Gary, Lreroa a boca A gente "Combiná" trinta,
..
..
••,
Gar)' ,Terei"
embarxQ
Me
Olha. eu preCrso deSse dinheiro, por faVor Eu devo prá ele la
NãQ posso
Ca Os trinta .orornefeunada COm os brindes que eu ganho na máquina
Você comprar
'.,
•• T Oíl2 Os trinta, caralho
(Mark dá o dinheiro a Gary.i
••
"
Gae; . Fica
c aqur l,mpa a boca 'Cê' vai ficar melhor
c"arepash ,a de1110 iGary sar. lvIalk senra ) .
}a !a Eu tenho
•• Cena 5
••
PCl~,e
Chequer c. "r"",'e I,i Cu ;.la"OOr 'Pode ser o nome certo. n'i" o bar errado
•• PCOe 'e, oeis ['ales COcn " mesmo nome, mas murro drircrrmente na
r,",,71ô 'va oe'iao erraquer o nome da rua TUdo ceNa Ai eu pensei POdem
ha"el Dias ruas corre o mesmo nome Então eu pedi o gUia Dro caca Comecer a
•,. r
,
r~
vOeé VIU ISSO? Sangue
c" - '-T-
1ava
com sangue na cara
rnesmo Tira
:u ~"ancQ
'c . i c , CrO
e
?
•
••
••
•
. .
• ,
••
l.ie .. Saiu. Era sangue teu?
- - ----
•
•. Não. Acho que espirrou em mim. ,c--_-~~-_"',,0,-z·.,-À' .,y~,- "i:
- , -~,'
!- o
•
, . Por que é que tem que ser desse jeito?
• Que tipo de planeta é eSse que você não pode comprar nem uma barra
.colate?
•
lW .. Por isso que ando cada vez mais encanado.
,e E
•• a,nda a gente se sente culpado Como se pudesse ter feito alguma
te . Atacaram você?
•Je-
·.rovavelmente, Meio alto discutindo Com essa mina ...
Estudante?
!
I
•
-.ma estudante atras de um balcão. O bêbado levantando a voz com ela.
3...Ql3is um cara comprando. Eu, chocolate. Ele, guia de TV. E agora eles
)~l fazem tantos guias diferentes que é uma porra você decidir qual você
? r E o bêbado gritando "Você me deu um maço de vinte. Eu pedi um
)~m dez e você me deu um com vinte, cara\ho." E aí eu não vi direito.
r . alguma COisa que podia ser uma navalha. Acho que ele cortou alguma
'W ela
Porque t'nha sangue prá todo lado. ,, . .
.dando. . Em ,•
? d1reções diferentes. E eu não cOnsegui ajudar a mina Por
·.os aSSim. ,,
. :
, , .
I~ Olha. a90:3 ja foi. , !
,•
f,
a Podia ter ficado lá Eu tô limpa?
••
·•
•
•• 22
II .. . .'.. .
Robbie - Saiu tudo.
Lulu - Eu devia ler me meUdo Devia ler parado o Cara. FOI fOda
Robble - Eu sef.
Lulu - É Como se não estivesse acontecendo ... Na hora e no lugar que você
eslá. Você aqui A coisa ali. E você s6 olha. Eu vou voltar la.
Lulu - Será que alguém chamou uma ambulância? Ela pOde estar caida lá.
Robble
E(es têm- ()Olha, eles lêm o video. Sempre lem uma cârnera nesses lugares
C;âfCl de'e gravada.
Robble
poae - Isso deve
esperar? aconlecer
Vai prá casa, direto. Trabalhando à noite numa loja. o que se
23
"
,
RObble -Vai
manha Sou casa. VaiLiprá
práestudado, muito, Levo Os papelotes e é só vender, Eu tenho a
cama.
RObbi'2 - Ent90 :~
Lulu - Olha Só lem uma regra, É assim que eles dizem que funCiona, VOcê 'Ia,
o
usa.
lá neaoclando, E ex;sle eSsa regra que é a numera um, Aquele que vende não
Lulu - Faz;. tempo que Você nãa dizia isso, Eu ló lOuca vá vollar ao que era
antes. Só nós dois Você acha que eu tõ gostosa?
24
•
. '>.
Cena 6
Mark - Eu 58!
d
Gary - Ele vlnh no meu quarto depois do Jornal da Noite.
M&.'t . Para, por favor.
Mar'" - Cnega
Pa~e
Mar, - ESCuta Quero que VOcê entenda. Eu tenho esse tipO de personalidade.
en/ende? Uma de mim completamente dependente Eu tenhe uma
tendéncla eC', me defln" puramente em termos do meu relaCionamento com as
peSSoas ":ào con5:go me definir estando sozinho. Então eu me agarro a
alguém cem o que para afastar qualquer Possibilidade de saber exatamente
quem eu se'e Q que é na verdade altamente destrutivo. Prá Inim ... Destrutivo
prá n"Cl cu n<io Sei se você consegue acompanhar, mas entenda, se eu não
me ContrOlo Corneço oulra vez Com multa emoção. Me agarro às pessoas com
Uma carga ce Sentimentos e ai vou ter que começar o tratamento deSde o
2S
•• .' .
••'.
PilflC,p,O de nove Eu Se' que Pode parecer que nào tá nem
eu len"o C··o " \locé va, f'car bem? Desculpa, é Só que
ai COm VOCê, mas
•• he, I,e
'.,00 te", ~ oGo oe", agora
liar" abraça Gary) Espera ai Nào é nada d'ssa Olha
(GaryPor
\lace
favor
ChO'êl Ta
) Hei
não 10m que dezer naaa
Gari· EL: quero
o tempo tOdo
•• Mark
•.< ,
Voce acha que lem ma,s gente que se sente aSSim?
•• E
'-.") a ri -
, • :en· O',e quere alguma co'sa TOdo mundo que' alguma coesa
••
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f-'" r"·),:es anos lUdO que eu lenho senl,do fo, qUim,camenle ,nduzcdo
:J~Z~r (cJe:!,,: que \locé sente 'lO ce pensa será que é efeito da
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oe rnerflOlate RobbJe scnraao maohucado ""'9 ando
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." c ce';. ,"e cd'c c enfermecra e ela d'sse que tUdo bem \Ia, arder, mas
."'c ccce 'cc CCT esse sangue ai em c'ma Isso POde 'nfecclonar Gangrenar
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.'" cc e,c, >, " T"CJ'Te ern RObb,e) Não se mexa VO não quer acabar
•
.crc " C'" C,5,
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""""'"mrnrn rFazendo uma careta) eeSe bem que nae
~"_<
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•
••
•
Robbre - Você acha? I
Lulu - E, fica bem em você. Te faz parecer, assim ... duro.
Robbie - Isso e bom.
Lulu - E séno Em algumas pessoas uma mancha, uma cicalriz não nca bem.
Robble - Não
lulu - Mas em vocé - Cai bem. Parece que nasceu ai. (Lulu enfia a mão nas
ca(ças de Robbie e brinca COm o pinto dele.) Tá bom assim?
Robble - Ta
Robbre - De quem?
,. RoboiC - Sem
I.
I·,. LUlu - T,pe. me descreva COmo eles chegaram em você. Corno urna eSlóna
Robbie . Não
•• l'-"Iu - EJ quero saber,
••
,. Lulu - Não quero só imaginar.
•• Robble - Nao for Como você ta pensando.
•• lulu - Então me Conta
•• Robble - Olha
••
•• (pausa.)
RobtiJI2 - ;: o: SÓ um
•• Lulu - VocÊ 'lão falou que foí uma gangue?
•
•• 27
•
Robbie - Nào Só um cara
Robbie - Não
Robbie" Não.
Robble . Nilo. Nilo tinha dinheiro nenhum, tá bom? Eu nilo tinha dinheiro
nenhum
Robble - Não.
Lulu - Então antes de você chegar lá esse cara ... Com essa faca ...
L~!I'U - E.1t307
Robble - Então
(pausa)
Robbie - E
(pausa)
Lu!u - Certe E ai
28
-
e- - - - - -
sim "Trinta cada viagem," E do jeito que ele me olha, eu percebo que ele tá a
fim de mim, sabe? E ai ele procura nos bolsos, e ... Merda Que estúpido,
Robble - Ele Olha Procura no bolso da jaqueta e diz: "Que merdal EsquecI
minha grana na outra jaqueta, Que merda! Como é que eu vou curtir agora,
Como é que eu vou fazer a cabeça, cara?"
Lu~u-:a,eal ?
Robble - E ai ele me olhou tão ... Que eu tive pena dele, tá legal? E então ele
diZ "Oue tal?? Que tal você me dar essa droga? Me dá esse ácido e mais
taroe, no fim da nOite você vem comigo até minha casa, eu pego a grana na
, ,
\e atrair para a casa deie onde ele pod~a tiíar 3 arma, ou o que fosse
L'J ,.,. .
Lu I:.,.' - Nao?
RODb'C - Nao Então eu digo "Tá bom, Negócio fechado," E dou o êxtase para
eie tcr:lO uni, e fico assistindo ele dançando, ele suando, e sOrflndo e ele me
secanco - " ai - elE:: lindo - e 31 - mUito, muito feliz,
Rooble - O que?
,,_u,u - Q :Jantas o/
I
-- _.
Robbie - Três, talvez quatro.
I
••
~ <"':',
·- "
••• RObbie • Eu sei. Mas daí Um minuto depois. Vem outro cara. Melhor que o
I
•
•• primeiro, é sério, mais gostoso ainda que o primeiro. E diz: "Olha, você deu pro
meu chegado umas pedras, e eu tava pensando, Se eu podia te pagar no fim
da semana? Eu le dou meu telefone, e você me da Umas pedras."
•• Lulu - Você não deu?
• Robble - Dei.
•• Lulu - Caralno.
•
••• --
entende?
Robbie - E eu me senti bom, me senli bem, dislribuindo sem cobrar, você
•• Robble
se - Mas Imagine Se você tivesse lá. Imagine você lá, como você eSlaria
Sentindo
•• Lulu - Não
•
•• Robble e- Sorm,
dançar TOdos aqueles caras, todos eles pedindo e eu dando prá lodo mundo
Cena 8
S(~':s'-':, ,::. \>~r--, r'~, mPlI qcJélr:O Acuele pLrta homelil Me segl.':a e (n~ fG,:je
C;
C'v:;'-:~, >2"-C~ ;~12 IS:-,'))' E',a pergunta "DOIS anos" Eu digo E digo c:ue ele se
rl'~J:::",; :ara 12 e ses rT',eses deools tudo começou, e entao e!,a d'z "Ele usa
,.
.
11:-".- ~ '- ..
r'-,,~
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va, ."
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i=sso I.'es:no Ela pergunta "Ele usa preservativo'?" Vocé acha que
case' cesse é normal alguém usar camisinha? Então eu dlÇJo "Ele: so
'OS"';:"
~ ~-
Ur'" pl)'JCO de CUSP[, " ,
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1"::0'"
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I
:::."] ~17 :=,c;~,o aue te:1ho um folheto por aqui Você 1130 q',Je c :P\'é-,:r pr,,]
•
•
,
1 Mark - Porra
Gary - "Não, não quero Um folheto, O que é que pode resolver a porra de um
fOlheto?" Ele não sabia ler porra nenhuma, "cê" entende?
Mark - Claro
ai ela me olha ... com pânico nos olhos, e diz: "O que é que você quer
Garyeu- Efaça?"
que
Mark - Sei
Mark - E você, ?
Gary - Eu digo "Bem. n<io Sei InJele algo nele, lire ele de lá, corte o pau dele
fora Faça alguma COisa" E ai eu começo a me desconlrolar Um ódio Imenso
começa aa Odiar
Começo S311 de dentro de mim, aparece na frenle dos meus olhos E eu
aque:a "mulhé",
Gary - Ec!ão Naquela porra daquela sala, naquela sala branca minúscula, eu
SUDo na mesa e grrlo'Será que vocês não entendem? lO: muito simples Ele é
meu padraslo Esculem. Meu padrasto ta me currando." Então sai. entre, ,CUrT,
ónibus 'JirJ; para cá, e nunca mais vcltei, Quelia aChar algo olalS Porque lefTl
sua
essema,'lsao
cara que lá me prOcurandc Ele vai Vim me "pegá", e vai me "levá' prá
I
'.
•• r-..1ark - Olha essa pessoa que vG,:.,ê tá procurando ...
Gary, - Você não achou que ... ? Não. Não quis dizer você. Nunca qUIs dizer
voce,
Mark" Cena.
Gary - Amigos?
Mark - Amigos.
• L'r..: - ''l"r'''"''''o
'''''0" _ _ )~ ':j'~w
"
Gary - Fique por aí. Você pode ajudar a gente pegando recados, fazendo
limpeza, expulsando débeis mentais, Quer saber, fique o quanto você pUder
(Gar; pega uma bolsa atrás de uma cadeira, abre e tira várias moedas de
Clnque~:a centavos Faz uma cachoeira com elas entre os dedos.) Tá vendo?
Sou um vencedor E não quero saber de brindes. Posso "comprá" tudo que
"quisê" Fica por ai e depois a gente pode sair pr'umas compras.
Gary - Escuta isso O melhor som do mundo. (Eles escutam as moeda:;, caindo
entre c-s dedos de Gary )
Cena 9
Apartamento - Bnan , Lulu e Robbie, Brian caraca uma fita o'e vídeo.
33
Brlan - Ass,stam Quero que vocês vejam isso. (Eles assistem um garoto
tocando cello Sentam por algum tempo em silêncio. 8rian começa a chol-ar )
Descc.:loern Desculpem
Lu lu - T2,!vez um lenço?
Brlan - Não Não (Ele passa a mão nos olhos, Eles continuam assistindo por
mais ~m tempo, e ele chora outra vez,)
I-•
~
Bílan . ':::u te perguntei ° que e ISSO,
••
••• ° que é ISSO, O que é
,.
~
Srlarl - PC:1anto me diga isso nas suas milos7
c.
-~,~ '-~',,'.:' '~"
•••
••
••
•
••
••-
e_ Brlan - PaDel hlg,ênico Exatamente. Papel higiénico. Que você trouxe do Seu
•e Robble . Banheiro
Brian - Exatamente.
•• Lulu - Querido, eu não quis dizer ... isso.
•-
•• 8rian - Que você costuma usar para ,.?
•• Robble - E Um Dano
•• Bnan - Um lenço
••
RObbie - Um ienço.
I,
,
I
~u!u - Fc.~) cn..:e éU qUIs dizer, um lenço.
••
• L'JIIJ - En~ão Sl;ra que você poderia trazer um. ?
.,• Brlan. 1::-50 r-r8 ollacera, sabia?
•• LUlU - S'esculoe
••
-,- --
ck.'b Líúslca como essa, você escuta.
ll~'L;
- Caro :"o,estam atençao no video de novo Depois de um tempo Brlar:
•• começ2 Ci'orar de novo, COM mais emoçào desta vez.)
,I
• Br'êl,n - D" Ot.:lJS do ceu Deus do ceu, Meu Deus. I
I
•• lulu - i='e e IIJ TC bom
•• B(,'3" - 520:, TCCél as pessoas como Como algo que você Já conheCia Algüna
:0:52 ~d::::' ,,','!ca que você perdeu mas tinha esquecido que tinha perdido MI:
••
•• .35
-
Lulu - Você deve se orgulhar muito.
Bnan - '. escuta isso e reconhece o que você ' .. perdeu. (chora pesadamente)
Lulu - Olha, acho que eu tenho um ...
Robbie - Um lenço?
Bnan - Porque no prinCipIo era o Paraiso, sabe? E você Podia ouvir.. Os ceus
cantanoo para você. certo? Havia o paraíso cantando para seus ouvidos. Mas
nós pecamos, fomos lá e pecamos, você me entende? E Deus nos trrou isso.
nos tlCOU essa música até que nós esquecessemos o que tínhamos ouvido,
mas de vez em quando ele nos dá uma pequena mostra de musica ou poesia _
e ISSOo le
com faz lembrar
lenço.) de cama era, de Como era antes do pecado. (Robbíe entra
Está limpo?
Robble - Esta.
•• Rübblt? - Esta
•• Brlar. - O.he nos meus olhos Bem dentro dos meus olhos. Está?
•• Robble - Não
•• RcbrJIE - É que
Lulu - Querido
•
•• Berae " - So se for para o seu nariz. (Brran dá um soco em Robble que cal no
ch~o
•• RObble - Desculpe.
••
•• 36
Lulu - Leve daqui
Brian - E o professor dele diz - e é uma escola religiosa, uma escola bastante
religiosa - e o professor diz: "É um presente de Deus!" E eu acho que só pode
ser. Só posso pensar que ele esta certo, porque a!guém assim não pode ter
vindo de nós. Não pode ter saido de mim e da mãe dele. Então da onde pode
ter vindo se não de Deus, ein? Uma criança que nem essa, uma criança
maravilhosa - meu filho - e o instrumento não tem nada de especial, é só pegar
um pedaço de madeira. umas cordas e - então - um homem maduro, deste
tamanho .. chora. (Robbie entra, Brian pega um lenço impecavelmente limpo,
dobrado e novo do bolso e cuidadosamente limpa suas lagrimas. Para Robbie.)
Veja Você não limpa suas lágrimas com algo que você limpou o cú ou o nariz,
certo?
8rian - Vocês Ja pensaram na vida que esse menino vai ter? Pensem nisso.
(pausa) Ele não sabe disso agora. Mas quando estiver mais velho, quando ele
tiver idéia do pecado, de tudo isso, aí ele vai agradecer a Deus que ele pôde
ter essa oportunidade, não vai? Esse pequeno pedaço de pureza .
•
Lulu - E demais. não é?
Lulu - Claro
Brian - uma aedlcação por parte dele, claro. mas hã tambem uma dedicação
da m,nlla par:e
Bnan - Porque, no fim do dia, no reconhecimento final, por trás de toda essa
beleza, por trás de Deus. por trás do Paraíso, quando você tira toda essa
37
•
•• casca o que há, o que você encontra afinal? (Para Robbie.) Fiir':,
i
•• perguntando.
Robbie, É ...
estou te
•
•• Brian - E então, filho.
•• Robble ' É. !
i
•• 8rian - Como?
•• Robbie - Você não pode ter nada disso sem esse tipo de pai.
•• Robbie - E que
•• Bnan - Pense
•• Robbie - Dinheiro
•• 8rian - Isso. Muito bem. Excelente. Dinheiro. Leva um tempinho ::=:_ .-:.__ := sacar,
não é filho? Mas é isso. E quando nós temos isso com a 98:---- _ ai sim
aprendemos as regras. Dinheiro. Porque você tem as taxas de mei:- - ::...;;a5, os
•• uniformes. o instrumento, as partituras ... Por isso é que eu vivo cor~r:::--=:: como
um louco. você me compreende? Por isso é que eu tenho que mar-:--:-,,- _ :J caixa
sempre no azul, você entende o que eu quero dizer? Por isso é C"~::--'- -::.-0 não
•
•• ,")0550 de!xar que gente como vocês ME FaDAM POR Ai
entendem?
---==.§s me
•• Lulu - Claro
•• Brlan - Por
Ta claro?
ISSO é que agora eu
me sinto triste. COm uma espécie a~
- ,a até.
f
• Lulu - Ta
•• Brian - Não gosto de erros. Não gosto de cometer erros. E vocês :- ~3:ao me
~': ~'----:jo
•• dizendo que
minha alma
eu cOmeti um erro. E eu me odeio tanto. AqUi dentro.
(pausa) Nós temos um problema. Um problema de três -
da
::::Jras)
a solução? (Sentados eles se entreolham por um te,----~ _ _ 3rian
•• Mas qual e
•• 38
então levanta, tlfa a fita e poe na sua maleta.) Podemos estar diante de um
Impasse A menos que um de nós faça uma concessao. Mas quem faria ISSO?
Vocês gostartam de ceder em algum ponto?
Lulu - Não
Brian - O que voce está querendo dizer? Você está pedindo que eu faça a
concessão')
Lulu - E
Bflan - Vocês adiam que eu deveria ceder? (pausa longa) Sete dias. Sete dias
para vocês arranjarem o dinheiro,
Lu!u - Obngado
Robble - Sim Arrumar a grana. Certo. (Pausa. Brian coloca outro vídeo)
Brlan - Gostaria que vocês dessem uma olhada nisso A câmera balança um
POuca I)'~':.;r:s dlr,an~ até que é uma prOdução rUim Mas. o que é uma
produçãc rUir:,? P r OOUÇc30 rUim é aquela que não tem um bom assunto Essa
tem U,'ll t,o,,, assunto, um bom exemplo. Foi gravada meses atrás, 11 h53 de
<..'rna C;:.;arti'l-:e"ca !Da play no vídeo. Som de furadelra.) Não dá orá ver o rosto
claro, 1:r~0S eSSiJ r:!3o dE unl Cara do meu grupo (Vide o mostrs um homr~m
e
(':::''";'1 J t"::C>J c;c,aj:, ~'C' :Jr;l,3 rltc: : O cara com a fita na boca falhou no seu
teste '~'j ScJ~~ c~\rX'r'éllcla (/\, furadell"a passa no rosto do cara) E ta'lto medo
tanto C~,'t-;CC." t.Yda vontade de Viver Mas estamos todos procurando
Procurando nãc estamos? (Brlan sai Lulu e Robble ficam vendo o vídeo)
Cena 10
APJr7ancento . Rot;cle no telefone.
).,
história
'.•
, ~:...I,; - 'I\C cei:... I;.;,' ,: f:-Ic~, a'o Terry? Nàáão Ligue o quanto \/océ qUiser
Rotb'e - (:U1d estc~j te oferecendo porque nós somos os primeiros, nós SOmos
•• o:, 'Jn,c:Js E:.. ("<'L:era c;ue VOCE fique com ele,
•• 1
L.Ulu . '"lwnrn ';:;93 Grande Idé:a Uma corda presa na cama Lega! Agora. rlle
,jé o flUfT'Iero eJo SElJ C31130 outra vez É E a data de validade Isso E agora
•• eu \/OU te le";a, pa'2 Ull OU;fO lugar Quero falar com você Sozinha de dentro
co rre'~ '=:'~.a"lO 15al;
••
•• 39
-
•
••
•.-.- ."
Robble - Tá aquI na minha mão Na pele. O sumo. Vermelho Pele vermelr,a E
ai vem o suco E você vê o suco, a essência e quer morder (Outro celular
toca,l r\,'1orde Isso A liflgua agora A maçã Isso A fruta proibida (A~ende o
• outro celular) Alo? Para ? Se você puder. __ ? Ela Já está Isso Ela esta a
•• caminho Isso (No telefone) E agora ele esta como você nunca VIU antes (No
ce:ular) Se você puder esperar, se você puder ficar na linha Porque nós
Claro, claro. Dois minutinhos (No telefone) ~,.'1eu,
•• somos ,ealmente mUito
meu pinto Ouro E o que você vê entre suas pernas",? Isso. Você vê que
quê O~1e você lem um Igual ao meu. E você nunca tinha notado Isso seu
O
, 4111, proprlo pln:o bem grande (No celular,) Você ta aí ainda? Tá esperando?
Fechado r'Aals tarde??? Claro. (No telefone.) Querido, você me quer e eu
••
=
LUlu· IOel)OS no :eiefone ) Isso Isso. Assim, assim. (Desliga o primeiro ce!ular
•• Que Don; \/er,:n,3 rneu garanhão. galope com seus pés fogosos por sobre
minhas :llontanhas ate a pousada de Febo. Passe Como a carruagem
COr.lClncada por Faetonte chicoteando sobre nossos corpos
1
ASSim Se
•• h
esoal ,,: ,'sso isso ~lesmo Vem noite servil Vem nOite gentil Ve"l :es:a
:,eg'él :::::a ,"Ol:ê \/er~\ f~orneu (Escuta por um segundo) O que tá serto?
•• i.~ecor'~cçc COr~1 ~1a1S força) Oh. eu comprei a mansão do amor. mas ,31:lCa
:130 rT.e él[)OSStõ:. oela. fUI compradé'l mas ninguém desfrutou de r:;II'l Vérn
Rc,r:',e·~ ::e,." fcc:ecC!í de boceta s,~ja iSSQ. Assim. Bom. r'i'u',to hor:-, T:hau
••
•• KC~~::E: tc·e:or.e j Isso c. escuta o que eu te digo. ISSO é o paraíso Is:.;o e
- : \J.:.;.
o ·:e,. ;:, é! '.:·Ta E as esferas estão Circulando firmemente Bom Isso E
• agora nos estar'lOS na ? Torre de .. Sim, sim claro Torre de Babel. Todas as
Ij~g'...Jas do rl'.ur~.do Splach. kabrunch. bam bam bam. pashka. pashka TL:do
•• ben' er.:ão FOI pra você? Isso é mUito bom. Muito bom Se CUide Até (Para
Lul'~) F:Sl.3'i1CS co~,segulndo Novecentos e setenta e oito e quarenta
•• c C nl a "y" (y:.;
r: .. , •
••
~d,
••
•
Mark - Legal
Gary - Uaul
Gari - "Cê" ainda não sabe. Mas "cê" só vai andar assim agora
Gary - Legal. Então agora ... (Abre um leque de cartões de crédito.) Pegue uma
carta, qualquer uma. (Mark tira uma. Lê o nome.)
l\-1ark - P Harmsden.
Mark - Ah P Harmsden.
Gary - Esse mesmo. O canão em troca do que ele quisesse. Foi o trato
41
•
•f,
"',-,
.,
r~) Mark - Vire de costas Eu levo s6 uns minutos.
Mark" É. Tá duro,
~,
.-
•• Gary " Deve tá até doendo, Em pé a dia todo, "Foi" as compras que
provocaram
que ISSO?
é por minha Você tem algum tesão especial em "fazê" compras? Ou sera
causa?
•• Mark - t: isso mesmo. É por sua causa.
•• Gary " Ouando 'cê" me conheceu, quantos anos "cê" achou que eu tinha?
•• Gary" Til bom O oue 'á passando pela Sé'a cabeça? [u sei G
na de baiXO, enas na de Cima?", O que "cê" tá querendo? Fala, vai.
qu~
tá passando
•• Mark - Quero
•
• Mar'..; _ ,r=o
••
•- 42
Gary - MaiS um pouquinho?
Mark - Mais um pouquinho. (Mark beija Gary outra vez. Dessa vez mais
sexualmente. De repente Mark larga Gary.)
Mark - Não sei. Como você define essa palavra? Tem uma coisa física, sim.
Um tipo tesão que não é amor? Não. Talvez, desejo, isso. Mas, depois, sim, há
um envolvimento, suponho. Tem isso também. E ai eu quero ficar com você,
porque quando você está comigo, eu me sinto Como se fosse alguém, mas
quando você não está eu me sinto um ser inferior.
Mark - E. Eu te amo
Gary - Tá vendo.
Mark· rv1as o que eu queria - agora que eu disse essa porra cornp,letamenté
infantl! - o que eu queria fazer era ir além desse ponto e tentar desenvolver um
relacionamento que fosse mútuo, no qual houvesse respeito, um
,.
, Gary - O que significa .. que quem comanda sou eu, certo? Deixa eu te falar
uma COisa "Cê" não é o que eu procuro. Eu não quero nada parecido Com
•• ,
ISSO.
Gary - Não.
•
•• Mark - Veja bem, se você nunca foi amado.
••
•• 43
."
:.
.', Garj - Nao tá procurando um amor. Eu quero ser propfledade de alguem
-c"
-,' Quero alguem para cUidar de mim. E quero que ele me foda Realmente me
" - 'I fOda Njo como no passado nao como ele fazia Vai machucar tambem eu
~,; sei, mas ai vai mactlucar de um jeito bom. ,I
. ,
•• ,'
• Mark. - Mas se você tivesse uma escolha.
•I. Gary - Eu nao escolhefla você. Quero que me levem. Alguem que me entenda.
.•. ,
c~
rvlar~ . Não tem ninguÉm assim lá fora .
'
•• Gary -Cê' acha que porque você nao me "que" desse Jeito ninguém vai
qcere? Ta cheiO de gente que me entende. E alguem vai querer fazer ISSO
por ri1lrn T 6 Indo agora
•
•• Mark - Fica por favor Por favor, eu (Mark beija Gary que o empurra)
.' Gal\, - Cu menti sobre minha mae Eu nao deixava ela me beijar Ela e umo
vaca Vai prá casa agora Vai pro teu lugar
•• Mark - Quero ficar Com Você Me da um dia, tá bom? Mais um dia
•• Gary - Não perde seu lernpo comigo.
••
•• Oc:ero rrostrar üflde eu moro, corn quem eu moro
•
•• , , So r"alS ~m dia Me dá um dia.
•• Gar/ll.;a
pra Cc" vai me ievaf prá tua casa e me "comê"? Então tá Um dia Me leva
- casa
• ,
Garv· \feee nao tá me levando pra casa?
•• i'.~Jrk . Chu~J meu ;Ja~, a901-3 Te levo prá casa depois
••
•• ".'1 a r ~ '\::J~ ,<:1
. '1"-" f,,? n'"'
'o'
V~JC~
•.- Gary - CéJ:::xze er'ou Tenho catorze anos,
••
••
Cena 12
Apartamento - Robble e Lulu olham para os telefones,
Robble - Vamos Toca, toca. Isso não podia ta acontecendo. Por que é que
isso tá acontecendo? Nós estamos tão perto. Mais de dois mil. Ta bom, n<lo
tá? A gente tá perto, mUito perto A gente trabalhou pra isso. A gente ganhou
essa grana. A gente fez bem isso, ne? Você não acha? Fala alguma coisa.
Robble - Então não pode parar agora. Eles tinham que tá tocando Toca seu
filho da auta, toca. Merda. Não acredito.
Robble - Não dá
RODOle - A gente Mo tem tempo Nós n<lo vamos consegurr pagar deSse leito
fJt Lulu· Não eu quero ser livre Não quero viver desse jeito,
..
.. Robble . Ta legal Mais um dia, tá?
~ Lulu - Tá
~
.. Robb'e - Só mais r.;m dia e a gente vai ta livre .
..
.. Lulu - Ta borr.
.e
..
••
.- Lulu - O.Jer um pouco?
••
..-- 45
~
Robble Ocelo (L'"lu sal) Vamos, vamos, por favor. (Pega um telefone e fala
nele) POI que e que você nao tá,,? (Percebe que não dá sinai, Checa o fio e
vê que está desligado da parede, Vê o celular e percebe que está deslrgado
Senta. Lulu entra com a comida e oferece um prato a RObbie)
Lulu - Varnos
'U'I'
" ~ 1'10'0
~,--",
Rct.'~,e - NjCJ Eu acho que não E acho que amanhã nós estaremos mortos
Lul'J - Néia
45
Robbie - E eu quero viver. É isso que eu quero.
Robble - E eu? Nós temos que estar nisso juntos. (Começa reconectar os
telefones)
Robbie - Vamos,
Lulu - ECl recebi um telefonema, Vinte minutos, meia hora atraso Um jovem
Falando bem até. E eu". você sabe ... "Onde você esta? Na sala Você tá
mexendo no seu pau? Isso. Bom. Muito bom" Então aí ligo o piloto-automático,
e de repente ele diz "Tô vendo um vídeo" "Que legal!" E então ele começa,
começa a descrever" diz que tinha ganhado essa fita de um amigo, que tinha
copiado de um outro amigo, e que ele copiou e dadada, dadada, E ele diz que
está se masturbar,do Com esse vídeo de Ufila muiher, urna est'.Jdan1e que es~á
em !.Jt'n SC\icn-Eleven. trabalnando no caixa. E que entr3 um bêbado e .. enta'J,
Robble - Caralhol
Lulu - E. Ele ta se masturbando com esse vídeo. Será que nós não podemos,
só por uns minutos
Lulu - Vamos você pode ter o mundo aquI. TOdos os sabores do mundo, Você
tem um HT1pérlo sob este celofane. Olha, Chi·na. Indonésia, India. No passado
você tinha qLJe Invadir. você tinha que ocupar um pais só para ter sua comida e
agora você tem (Lulu segura RObbie para ele não replugar os telefones,)
Coma Coma Cerna
47
,
•
••
• Lulu - Agora. Come agora.
•• Robbie - Não. Isso? Isso é uma merda, Isso? Eu não alimentaria nem um bosta
de um aleijado com câncer Com uma merda desta.
•• Lulu - Come. (Lulu empurra a cara de Robbie no prato. Entram Gary e Mark)
•• Mark· Oill
•
.; Robbie - Onde você tava? Saiu prá comprar um chocolate. Uma semana atrás.
•
•• Robbie - Teve fazendo compras? Como é que você pagou por isso?
•• RObbie - E aqui estamos. Eu sou Barnei, ela é Betty. Sam 8am está brincando
lá fora E você deve ser o VVayne.
• preparados para uma pessoa só, porções individuais, mas podemos tentar
•
•• Gary - Tipo o que?
•• Robbie - É n-:éSniO?
••
•• 48
..
t..1ark - Essa é a Lulu.
Robbie - Ele vai pagar. Ele é o tipo que paga. Faz parecer um negócio.
Lulu ~ Vamos sentar. Vamos sentar todos. (Sentam.) Então. Olha só que
bagunça. Se você não se policia, você fica que nem criança no jardim da
infância. Brigando por causa de comida. Não é muito, mas eu acho que ainda
dá para dividir essa porção. Alguém quer? Querido?
Mark ~ Nilo.
,
Mark - (Para Robble ) Deixe ele em paz.
\
Lulu - p, sobremesa vai ser uma surpresa. Eu tô louca por uma sobremesa. I
I,
••
Robble - (Para Gary.) Você tá mentindo. Seu porra mentiroso. (Pula para cima
de Gar:,-' entrangulando-o )
Mark - Ú";IX::l e:'e em paz Sal Sai dai. (Mark ataca Robbie. que ataca Gary.
Lulu tenta pro~eger os pratos, mas a maior parte da comida vai para o chão.)
49
Lulu .)- Parem Para com isso agora . (Mark consegue tirar Robbie de cima de
Gary
Lulu - Ssssssh ' " Calma .... Calma ... (pausa longa)
Lulu - Chega .
Lulu - Que Zona . Olha prá isso . Por que tudo é uma puta zona prá nós? (Limpa
o máximo que pOde e sai , Robbie e Gary se olham em silêncio .)
Robble - Ele te pediu para. Pediu prá você lamber o saco dele enquanto ele
9 "7-:'\13'1
.... " .... L U " ~
..
... '
Gary - Prá mim ele não significa nada, sabia?
,.•• Gary - Ele pega mUlto macio , (pausa) Você "ama ele"?
t.•
'
t. Robb ie - Se!
I.
I •
••
'. • 50
'.
Gary - "Cê' pode achar que um cara assim é cruel, mas não, ele tá e
cUidando
oe voce Eu 5el que um dia eu "vã" tá por aí, Dançando Fazendo compras O
que seja E ele vai me pegar e me levar embora,
Robo!e - Nao disse isso. Eu acho, Eu acho que tudo que nós precisamos são
estórias Nós inventamos estórias para podermos continuar tocando, Eu acho
qL.'e te~Clos atrás ti:lham grandes estórias, Estórias tão grandes que você
pod,a passar a vida toda só acreditando nelas. A "Poderosa Força das Maos
de DeL.'s e seu Destino'" "A Viagem do Esclarecimento", '"A Marcha do
SOCialismo" rAas todas elas morreram ou foram consumidas, envelhecidas ou
esqueCidas pelo mundo, e então nós agora estamos inventando nossas
próprias estórias, Pequenas estórias. Mas cada um de nós tem a sua
RODbie - E a sol:dão Eu entendo. Mas você não está sozinho. Posso te ajudar
Este," ((; oferecendo ajuda Por onde você quer começar? t~cho c;ue eu sei o
que você es1á procurando?
Ga;\ - '1 er'ho Tenho grana. Então o que a gente tem que fazer? Corno "cê" vai
me 01
, '-' ,r~-")r?
L.~CJ
Cena 13
tv'e;, 30ôriarnento algum tempo depois. - Mark, Gary, Lulu e RotJblc
Mark - Por que nós vamos jogar?
Gary - Sou.
Lulu - Tá
Robble - Sei
). Lulu - Um filme.
,
,
•• Gary - É uma estória que nem um filme.
•• Gary - T6
•• .. Gary-T6
• Gary - Bem ..
•• Robbie - Certo
Robbie - E ai?
••
,
•• 52
Lulu - Você não tá a fim de ..
Gary - Achei que eu podia mas não posso, falou? Eu so tava querendo.
Desculpa.
Gary - Desculpa.
Robble - ~Jào faz sentido. Tomando nosso tempo. Quantos allos você tem')
Quem e você? Uma criança tomando nosso tempo?
Lulu - Então??
53
RObbie - Então tá. Vai ser punido por isso. O que devemos fazer cam ele Como
punição?
Robble - (Para Lulu.) O que você acha que seria uma boa punição?
Robbie - Não.
Lulu - Tá legal
Robble - É trapaça.
Lulu - Eu sei. Minha pergunta é ... Minha pergunta é: Quem é a pessoa mais
famosa que você já comeu?
••
I. Mark - Claro. Claro
•• Mark - Eu sei.
Lulu - Vai.
••
• 54
•
I. c. 1,
•• Robbie - Da última vez ele inventou. ,,II
• ••• Mark - Eu sei, eu sei. I.
• I
• . ..
Lulu - E então __ ?
•• Robble - Onde?
Lulu - Vai
•• r/l'Jrx. - T~amps, f\nllabei Ou Gild~ quer qu~ seja, tá bom?
,
•
•• Robble - Se você não sabe onde foi ... ,
•
•• Mark - Que porra de diferença faz?
•
•• Lulu - Tudo bem.
••
••
• 55
••
rv1ark - T'amps Ou Annabel Ou algum outro lugar, Qualquer lugar, porque o
lugar não
,"lesse é 'mportante, tá bom? Porque o lugar não interessa Então eu tô
I~ga'
RObb'e - Ouar:co?
r
RODb c - Se n2na passada? Ano passado? Na sua infãncia')
?ara que
~
",. ta legal
).
I·I· -ia
',a bom?
~
\.o. r..1ark . Ent2c L, ~esse lugar - que pode ser Tramps
pode nao ser - e
•,.
,
\.,.
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,. " .
,c
•,.
).
•
~..
~.
~
•~ Mark - Eu tava curtindo, tava muito legal é isso.
•• Robbie - Ah. vai, 84, 85. Você tinha que ter tomado alguma coisa.
,
,
••
I
,i
Mark - Tá legal. Tinha tomado.
,•
• Robbie - Tinha?
,,i
•• Mark - Provavelmente.
•
I
••
I
Robbie - Ouando você pode dizer que não tinha".
•• Robble - É ISSO mesmo, quando você pode dizer que não tinha tomado aiguma
cOisa 7
•• ~.~ar!<, - /\aerú
.'
•• RObb'e - E mesmo?
•• Mark - Tenho
•• Mark - Que porra que você acha que eu tenho que tá sempre ... Tô limpo, tá
legal?
•• 57
-•
Robble - Viajando?
Lulu - No banheiro?
Mark - Entào tã Indo pro banheiro, certo? E tem essa mulher, tá bom? Essa
mulher q ue tá me secando.
Mark - Claro que eu tinha que ter reconhecido de cara. Eu tinha que saber
quem era ela
Lulu - Ouem?
Maík - Não
nobbie - Você tlrlll O que ter reconhecido ela, mas você tava viajando.
Robbie - Você não reconheceu essa mulher porque você tava completamente
louco.
Mark - Louco Tudo que eu sei é que nos olhos dessa mulher estava escrito:
"Me dá esse caralho pontudo cheio de veias, dá?"
58
Mark - Não.
Mark
polícia.- Vejo o que ela tá usando. Um uniforme Ela tá usando um uniforme de
Mark - Olha nos meus olhos, pelo espelho olha nos meus olhos, tá bom?
Robbie - Tá, tá
Mark - Ela 01'1a. ela me encara e "ai para dentro de um dos cublculos, mas
sem deixar de Olhar prá mim o tempo todo, sabe? Vai prá dentro de um dos
cubículos e deixa a porta entreaberta. Eu quero correr lá prá dentro, sabe?
Entrar la. e mas eu conto até dez. Conto até dez e então como quem não
quer nada Como quem não quer nada dou uma olhada para os lados, e Como
quem
uau! I não quer nada entro no cubículo, cubículo com a porta entreaberta e _
59
Lulu - Uau??
Lulu - Ouem?
Lulu - Não,
Robble - O que?
Robb!e - Eu te disse,
Mark - É.
Mark - Reconheço a voz, Dou uma olhada na cara dela. Isso Sim, é ela
Rob'o',e . Ta bOr:1
60
••
•
Mark - Fergle
,. Mark - Então aquI ta a Fergie. aqui ta a Diana E eu com o pau duro A Fergie
me chuoa~,oo e eu fazendo aquele trabalho na Diana toda molhada,
~
= RObb'e
(pausa}
CALA A BOCA. CALA A PORRA DESSA BOCA
=
..
..
.. Mark - FOI aSSI'll que
te
,. 61
..
-
.i ,
••
.;., Robble ' Nilo (Para Lulu,) Você acredita nele? (Para Gary) E você? (pausa)
Regra némero um Nunca acredite num viciado, Porque um vIciado é sempre
• um porra nenhuma E quando um junkie te olha nos olhos e diz "Eu te amo"
•• Você Ja sabe que ele vai encher teu ouvido de merda. (pausa)
Gary - Por que você não me disse que tinha saído com mulher?
••
,
••., Robble ' (para Gary) Voltamos prá você,
•.'
'" Gary, Tudo bern,
.. Gary - AJuoarr:?
•.- R.abble - iuco bem então Tudo bem. Sua estóriô. Seu filme, tá?
• G (l ry' ~ ,
I ~-l
••
•• Robble - t,~esmo
Essas Imagens na sua cabeça Então se eu ajudar
ajudar 3 passar as imagens que você tem na cabeça, então
Se eu te
•• Gary - Ta legal
••
•• RObb'E . f'.'1us':::a z'ta Dl:m, dum, dum Que nem techno
•• Robble - rh':'slca tecr,,'lQ e você se mexendo que nem. Você ta dançando, nê?
•• Gary - Isso. cançando
••
••
,~
••
•i!:::' Robbie - Dançando na pista. Dançando na pista de um night club.
•
•• Robbie - E você tá dançando com esse cara.
• Gary - Eu lÕ dançando.
•.'
,
,•• '
Gal)' - Isso, ele me olhando.
,
• Robbl8 - Porque ele tá
•• Robble - Não
Gary - Não
,'. ,
•,•• Robbie - Nós estamos tirando dele a verdade.
•••• 63
,. ,
•
Gary - Eu quero falar.
Gary - É? Um gordão?
Lulu - Tem você mas não te quer mais. E o gordão diz: "Ta vendo aquele ali
dançando?"
Mark - Caralhol.1
Gary - Isso.
Robbie - E eu digo
Robbie - "Quanto?"
Lulu - "Pedaço de merda que nem esse. Digamos, vinte. Ele é seu por vinte,"
64
Gary - Transaçéio. Vejo a transação.
Robbie - Transação.
Mark - (Levanta.) Ta bom, pode parar agora. Porque acho que ja vi ... Acho que
já temos a verdade agora, não é?
Gary - Agora ta escuro. Não posso ver porque ... Tô usando um, uma espécie ...
Lulu - Uma venda.
Gary - Uma venda. Isso ... Uma venda nos olhos. (Lulu venda os olhos dele.)
Mark - Não. (Empurra Lulu e abraça Gary) Ta vendo? Você pode escolher
estar assim comigo. Você deve gostar disso. Só ser amado.
Mark - Só !e abr;:Jçando.
Gary - Você não me fodeu ainda. (Empurra Mark.) O que "cé" tá fazendo? Tá
mijando pra trás? Não quero isso.
Gary - Não te quero. Você me entende? Você não é nada. (Mark larga ele.)
Gary - Percebo.
65
~ ..
.e Gary . Quero, (Lulu põe a venda em Gary,)
I,
,. ,'
I
I
~
.. Gary - Me sobem pela escada . I
I, !
••• Robbie - Na minha casa? I i,
I·
,. Gary - É. Mas quando estive nela antes?
I·,
• Robbie - Isso, isso velhinha. O novo escravo.
•• Robble - Agora.
,
•• Lu:u - Ssss 1=le verTl vindo. O mestre vem vindo. Ssssssh.
Gary - Continue
•• Robbie - Posso?
•• Gary - Vá em frente,
,
•• Robbie - É o que você quer?
••
• Gary - Pode, (Robbie abaixa as calças de Gary. Robbie cospe na mao e de
leve começa a passar a mão molhada no cú de Gary.)
,
•• Robbie - Já?
••
•• 66
,.
-
Gary - Já
Robbie - Lá vai (Robbie baixa seu ziper. Cospe no seu pinto e penetra Gary.
Silêncio enquanto come Gary.)
Mark - Eu ..
Robble
pode ter- ele.
Você sabe o que ele é. Lixo. Lixo e eu odeio ele. Se você quiser, você
Mark - Quero. (Robble sai. Mark vai lá e repete os gestos de Robbie, cuspindo
e penetrando Gary. Ele fade Gary com força.)
Mark - Não.
!'Aark - Eu disse que não. (Mark bate em Gary. Depois sai dele.)
•• Gary - Quero. (Robble vai começar foder Gary de novo.) Espere Não é assim
Não tá ceno aSSim,
••-
•• Gary - Olha, minha estória não termina assim, Minha estória tem sempre mais
•• Ele me leva pro quarto, venda meus olhos. Mas ele não me come. Não ele.
Não o prnto dele É com uma faca. Ele me fade sim, mas com uma faca
Lulu - Não
••
•• 67
Gary - Na cozinha, Um saca-rolhas ou qualquer outra coisa.
Lulu - Nào
Gary - Tem que me foder COm outra COisa. É assim que termina a estória.
(Robbie tlCa a venda de Gary)
..
.... Robble - Não posso fazer isso,
Ie
I.
,. Gary - Façam Façam essa porra agora. Seus perdedores. Vocês sao uns
porras de uns perdedores. sabiam??
,. Robble - Sabemos
••
i. Gary - Escutem Quando alguém paga, esse alguém quer algura coisa. e s~
l.
I. eu pago eu quero que vocês cheguem até o fim. Nada certo Nada .errado E
só um trato, Então façam, Achei que vocês tinham pedido algo real. E a minha
estória
'.
•• Robbie - Então Só uma estória.
••
••
•c. 68
-
-
r
Gary - "Cê" vai fazer o que eu pedi? Quero que "cê" faça. Vai "Cê" consegue
I
Porque ele r,30 ta lá cu tenho eSSa tristeza Essa puta tristeza me Inchando e I
me quelnlarldo por derltro Eu tô doente e nunca vou me curar I
Mark - Eu sei
rAa:-k - Entendo
Garj t= e r1ao tem rosto na estória Mas eu quero por um rosto nele Teu
Cena 14
,1)0 apn,r1arnen t o - Brian. Lulu a Robbie estão sentados assistindo um vídeo
':crn :...::~',I r;;~r',;,'~O t8cando Ceilo Todos têm em sua frente emhalagens de
corn,'ôa C\',;:B Viagem Brian 113m uméJ saco/a perto dele Mark está semado
"(::lS'2~'"
'.'~ , .c." n,.-·:'c,('
_~,~.)
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- "Jc.'c,::"s S2~;erT'
a Vida
CO'llC e
dura sobre eSSe plaf'"1eta In~ratavé:
eu
eJ:r12 E,," 01';;'0 ISSO OCr(]ue Sinto na própria pele. E verdade, assim como voces,
Slntc ~,:<) ~aíli8e:11 Nos trabalhamos, lutamos e nos pegamos nos
oerglj~,lé:;~,:::c "ara c;CJê') Ha algum significado niSso')" Eu sei que vocês Eu
pCSSQ ';,",1' r'OS olr8S cie voces a mesma pergunta Vocês se perguntam da
mesma rC"llCl c,'eJe eu Neste mesmo Instante, posso ver ISSO em vocês
RObblê ~ ,'crdade
Lulu·Pese
r:lUI:C' oe Grosc E hmrlvel de ::;e conterl'plélr Isso n6s negamos Estou cerio?
Be,an ~ E a: eu tl'/e uma luz Maravilha, que maravilha Sinos tocaram Caos
Ou orde,~
O slgnlfloado da vida, Alguma COisa me deu finalmente o
slgo,lcado da/'eia (pausa) Meu pai uma vez me disse Meu pa, me disse e
age'd
pala<,'íJS a'adize, '~Ou
a vooês Um d,a meu pa, falou "Filho, quais são as primeiras
8:blla?"
Robb:e - No principIO
Bnu"c:;~.'eI\ao,
d'go ~
'"Ião,:llho ben-;?
Estou dizendo que não E quero que voce me escute quando
ta
~ ,
b l"l ' ..:.
,~
meu pai "Quais são as primeiras oala\'ras 03
C'--"-J
,'~~, 'r"s "a
" 'Cl. ~. LJihl....,
l)'v,ICl
fv1e olhou no fundo dos olhos e disse "F1',r,cl, as
~'~'~r_ ,~, S30
~',,,_ I "
Receba o dinheiro primeiro
Receb,-~
e perfeito, nc'io posso negaí,
COClC;"COC ,1 ,cecfeçao [,1as tOl c ma's p"mmo Que PUde"lps '[cega, ',o
Slcr",,,,::: 'h ,da C'vlllzar20 é dcnnelrQ Dinhello é CIV",zaçiÍo F:;'/II;?Jçac
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_ Dt)'en<; ;.l,,1~3"JC~: 03 guerra, da luta. do ,naLJr Ou nlOrrer
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-
Brlan - Ouando eu peço para pegar pegue. (Lulu pega a sacola)
Lulu - Por que você não vai levar o dinheiro? Por que você esta nos
devolvendo o dinheiro?
Lulu - Obrigado
Brian - (Tira a fita do vídeo. Coloca outra. É Lulu na TV. Sem a camiseta
fazendo o monólogo da primeira cena dela com Brian.)
Lulu na TV - "Um dia as pessoas saberào para que tudo isso serviu. Todo esse
sofrimento Não havera mais mistério. Mas até !á nós temos que continuar
trabalhando Nos temos que trabalhar. É. tudo que podemos fazer. Estarei indo
sozinha amanhã Darei aulas em uma pequena escola e vou devotar toda
minha vida àqueles que necessitam de ajuda. É. outono agora. Logo chegará o
Inverno e a neve estará por todo lado. Mas eu estarei trabalhando."
Bnan - Nos temos que trabalhar Tudo que temos a fazer é ganhar dinheiro
Para eles Meu menino Geraçoes futuras. Nós não as veremos. e claro.
aquela pureza Eles verão. Se continuarmos ganhando o dinheiro. Nada de
misturas Drogas Impuras. Essas não são boas. As crianças morrem com elas.
E ai vêm as manchetes nos jornais, as entrevistas coletivas E ai você vê o pai.
um homem formado chorando e você pensa: "Hora de parar com a quimlca."
(da pausa na fita) Isso é o futuro. não é? Comprando. Assistindo TV. E agora
que vocês foram aprovados, passaram pela experiência, eu gostaria que vocês
se juntassem a nós Todos vocês. (Brian vai saindo.) A segunda cena que nós
mais gostamos vem no fim Quando ele já casado com filho fica sozinho sobre
uma pedra olhando para a noite, olhando para as estréias e diz: "Pai Ta tudo
bem pai Eu lembrei O Cicio da EXistência" Vocés deveriam ver. Vocês iriam
gostar (Bnan sal e Mark se levanta)
Mark· Estamos no ano 3.000. Estamos no futuro. A Terra está morta. Morta
porque nós a matamos O ozõnio, as bombas. um meteoro Não interessa.
Porém a humanidade sobreviveu. Alguns de nós ... abandonamos o barco. E lá
vamos Então são três mil e blablablá e eu tô parado na loja. numa espécie de
feira ou bazar Um pequeno satélite circunda Urano. Dia de semana Dia útil E
,
eu tõ olhando aquele mutante. Existem alguns deles, a radiação deixou eles
•• 71
•