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Resenha do Artigo: Fonoaudiologia Hospitalar

O Artigo “Fonoaudiologia Hospitalar”, escrito por Isabel Cristina Gonçalves Leite,


Allana Graziela Simões, Maria Carolina Kingma Clemente, Lísia Salomão Martins, Swami
Almeida Bittar, Cinthia Lucas Bittar, Jorgiane Aparecida de Souza Homem e Valquíria
Silva Mattos, tem como objetivo informar e esclarecer aspectos referentes à
fonoaudiologia hospitalar como área, forma de atuação e sua importância. A
fonoaudiologia hospitalar age com o paciente ainda no leito, de forma precoce, preventiva,
intensiva, pré e pós cirúrgica, dando respaldo a equipe interdisciplinar. Os autores
apresentaram alguns quadros nos quais os fonoaudiólogos atuam, abrangendo variações
com relação à faixa etária, anatomopatologia entre outras.
A primeira atuação citada foi com recém-nascidos e lactentes disfágicos, o distúrbio
de deglutição neste período pode ocorrer como problema associado, secundário a injúria
ou fazer parte de um quadro de doença sistêmica. Prevenir e intervir precocemente nas
disfagias infantis é de extrema importância a curto, médio e longo prazo. Quando se
permite um bom desenvolvimento das estruturas neuromotoras necessárias à função
alimentar, proporciona melhores condições a aquisição de uma boa articulação.
Depois os autores falaram sobre os efeitos do envelhecimento sadio da deglutição,
se referindo à degeneração fisiológica do mecanismo da deglutição pelo envelhecimento
sadio das fibras nervosas e neuromusculares. Essa sequela pode aparecer como
consequência de acidentes vasculares cerebrais, traumatismo crânio-cefálico, doenças
neuromusculares e tumores de cabeça e pescoço. Já nos indivíduos assintomáticos
acima de 65 anos apresentam alterações em todas as fases da deglutição, alguns
apresentam alterações na fase oral, na fase faríngea e na fase esofágica.
A próxima atuação citada foi em tratamento fonoaudiológico em hospital oncológico
nas disfagias em câncer de cabeça e pescoço, as desordens de deglutição são as mais
devastadoras neste tipo de atuação. Dificilmente o paciente terá a sua recuperação total,
mas, maximizará a deglutição para que a alimentação deste paciente seja por via oral o
mais precocemente possível. O tratamento desses tumores são cirúrgicos e/ou de
quimioterapia ou radio terapia, e estes métodos podem causar a disfagia.
A quarta foi: atuação fonoaudiológica em doenças neuromusculares, que são
causas bem conhecidas de distúrbios motores, respiratórios e deglutição. A intervenção
da fonoaudiologia tem-se tornado presente nos últimos anos devido ao interesse em
realizar melhor atendimento para os pacientes disfágicos. O atendimento fonoaudiológico
teve início nesse departamento em 1987 e partir daí, houve melhora na qualidade de vida
dos pacientes. O profissional pode desenvolver um raciocínio clínico e diagnóstico
condizente com realidade de cada paciente, evitando assim, casos de desnutrição,
complicações pulmonares promovendo a redução do risco de engasgos, inspiração e
perda de peso.
A próxima abordagem a ser descrita foi em sequelas de queimadura de face e
pescoço. O fonoaudiólogo desenvolve por meio de pesquisa e prática um trabalho voltado
para a reabilitação de sequelas nessa região. Essas sequelas acabam prejudicando as
funções do sistema estomatogmático e alterações no sistema motor bucal. Essa
abordagem é feita no hospital e oferece a possibilidade de atendimento precoce,
lembrando que esse trabalho pode ser iniciado na fase aguda, quanto na fase tardia. A
avaliação parte do processo de respiração, pois o queimado mantém um estado de
retração corpórea que pode dificultar sua respiração, e também observamos as funções
de sucção, mastigação e deglutição, pois raramente este paciente encontra-se sondado.
Já para realização da terapia o fonoaudiólogo necessita ter conhecimento da
fisiopatologia de queimadura e das características dos processos de cicatrização,
respeitar o tempo pós-cirúrgico, estar atendo ao limiar de dor do paciente.
A penúltima abordagem é no programa de triagem auditiva neonatal que deve ser
feita para detectar a perda auditiva em crianças. Esse diagnóstico é fundamental para
diminuir os efeitos que a surdez pode trazer para o desenvolvimento infantil. As crianças
com perda auditiva bilateral, tratada até seis meses de vida apresentam um desempenho
maior, se comparadas às que são detectadas após essa idade. O programa de triagem
auditiva neonatal restringe-se ao grupo considerado de risco e deve ser realizado com a
autorização dos pais.
A última atuação descrita no artigo foi sobre fissura labiopalatinas, onde o
fonoaudiólogo atua junto com a equipe de cirurgiões plásticos, cirurgiões buco-maxilares,
ortodontistas, psicólogos e outros profissionais no tratamento dos portadores destas
alterações. O artigo também trouxe a etiologia, classificação, sintomas e as fases de
tratamento das fissuras. Lembrando que esse paciente será tratado junto à equipe
multiprofissional, e o fonoaudiólogo terá um papel fundamental, pois precisará facilitar a
recuperação da fala.
O artigo mostrou as áreas de atuação da fonoaudiologia hospitalar e como o
profissional busca todos os dias seu aperfeiçoamento. Hoje 18 anos após o artigo ser
publicado, o Conselho Federal de Fonoaudiologia incluiu a “Fonoaudiologia Hospitalar”
como a 14º especialidade reconhecida pelo CFFa. Isso comprova o quanto o
fonoaudiólogo está sendo requisitado no âmbito hospitalar, e como a fonoaudiologia
cresceu nos últimos anos.

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