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Dra. Giovanna Dimitrov – CRF SP 15.794

Manual de aplicação de injetável

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TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

Considerações Gerais

A maioria das pessoas tem medo de tomar injeções. Por isso procure demonstrar calma, firmeza e
segurança.

Resolva dúvidas com seu Farmacêutico ou com a Gerência, antes de entrar na sala de aplicação.

Toda injeção é uma técnica que requer cuidados, ou seja, não é permitida nenhuma contaminação.
Fique atento: se você contaminar o material sem querer, troque-o.

1. ANTI-SEPSIA

Segundo o Ministério da Saúde, anti-sepsia, é o conjunto de meios empregados para impedir a


proliferação microbiana.

Utiliza-se o termo quando se empregam soluções germicidas de baixa causticidade e hipoalergênicas


na pele e mucosas.

As principais soluções são: Álcool etílico 70o GL e Álcool isopropílico 70o GL.

2. ASSEPSIA

Segundo o Ministério da Saúde, é o processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos de
determinado local ou objeto.

A transmissão pode ser:


direta: dispensa a participação de veículo, podendo ser através de secreções oronasais (ao falar,
tossir, espirrar, etc.).

indireta: o microrganismo é transmitido mediante: materiais ou objetos contaminados, alimentos,


ar, etc.

Para prevenção:
lavar as mãos com freqüência
cobrir a boca ao tossir
não utilizar objetos de uso individual usados por outras pessoas
seguir outros princípios básicos de higiene pessoal.

O EMPREGO DOS PRINCÍPIOS DE ANTI-SEPSIA E ASSEPSIA É FUNDAMENTAL NA PREVENÇÃO DE


INFECÇÕES NA APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS.

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Atualmente o termo lavagem das mãos foi substituído pelo termo higienização, pois o último é mais
abrangente. A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada.

A eficácia do procedimento de lavagem das mãos foi descoberta pelo médico húngaro Ignaz
Semmelweis há mais de 163 anos, no ano de 1846. O médico constatou que com o uso de uma solução
clorada antes de entrar em contato direto com os pacientes os índices de casos de febre puerperal
diminuiu sensivelmente. De 1847 até hoje, as literaturas só comprovam a experiência do Dr. Ignaz.

A superfície da pele possui duas populações na flora microbiana, uma residente e outra transitória.

A flora residente é composta pelos microrganismos que vivem e se multiplicam na pele, podendo ser
viáveis por longo período. Esses microrganismos diferem tanto qualitativa quanto quantitativamente,
dependendo do local de alojamento no corpo e da população bacteriana envolvida. Esta população de
bactérias é de baixa virulência.

São facilmente removidas pela lavagem e podem ser inativadas por anti-sépticos. As bactérias mais
comumente encontradas são as Gram-positivas. Nas mãos, essas e outras bactérias localizam-se em
maior quantidade em torno e sob as unhas.

A flora transitória é passageira e os microrganismos que a compõem são viáveis por um período curto.
Suas bactérias são mais fáceis de serem removidas, pois se encontram na superfície da pele, junto à
gordura e sujidades.

A flora transitória das mãos é composta pelos microrganismos mais freqüentemente responsáveis
pelas infecções hospitalares: as bactérias Gram-negativas e os estafilococos, o que bem demonstra a
importância das mãos como veículo de transmissão.

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos, pois a pele é um possível


reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por
meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies
contaminados.

Além das bactérias, as mãos possuem fungos e vírus que podem ser removidos por ação mecânica pela
higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando se utiliza uma
formulação anti-séptica, por exemplo, o álcool a 70%.

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Dentre os equipamentos necessários para a higienização das mãos estão incluídos os lavatórios/ pias,
lavabo cirúrgico, os dispensadores de sabonetes e antissépticos, o porta-papel toalha e a lixeira para
descarte do papel toalha. Os lavatórios/pias devem estar sempre limpos e livres de objetos que
possam dificultar o ato de lavar as mãos. Desta forma, é recomendável que as áreas próximas aos
lavatórios/pias não estejam repletas de equipamentos, pois isto pode dificultar o acesso e
consequentemente, inibir a prática da higienização das mãos pelos profissionais de saúde.

PROCEDIMENTO PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS


IMPORTANTE: Antes de iniciar a higienização das mãos, é necessário retirar jóias (anéis, pulseiras,
relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos. Estas podem ser recolocadas após
higienização das mesmas.

HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS (LAVAGEM COM ÁGUA E SABÃO)


Finalidade: Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o
suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de
microrganismos.

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

IMPORTANTE
• No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha.
• O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas, favorecendo a
proliferação bacteriana.
• Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir o
ressecamento da pele.

Passo a passo:
1º. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se à pia.
2º. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir
todas as superfícies das mãos.
3º. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si.
4º. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-
versa.
5º. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais.
6º. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com
movimento de vai-e-vem e vice-versa.
7º. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento
circular e vice-versa.
8º. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em
concha, fazendo movimento circular e vice-versa.
9º. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e
vice-versa.

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10º. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão. Evitar contato direto das mãos ensaboadas
com a torneira.
11º. Secar as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos.
Desprezar o papel-toalha na lixeira para resíduos comuns.

O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não
liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar preferência aos papéis em bloco, que
possibilitam o uso individual, folha a folha.

O porta-papel-toalha deve ser fabricado, preferencialmente, com material que não


favoreça a oxidação, sendo também de fácil limpeza. A instalação deve ser de tal
forma que ele não receba respingos de água e sabão. É necessário o estabelecimento de rotinas de
limpeza e de reposição do papel.

Junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do material
utilizado na secagem das mãos, as lixeiras com pedal.

FRICÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS (USO DE ÁLCOOL GEL A 70%)


Finalidade: Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel
alcoólico a 70% pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem
visivelmente sujas.

Duração do procedimento: 20 a 30 segundos.

IMPORTANTE
• Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão imediatamente
antes ou depois de usar uma preparação alcoólica.
• Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem completamente (sem
utilização de papel-toalha).

Passo a passo:
1º. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir todas as superfícies das
mãos.
2º. Friccionar as palmas das mãos entre si.
3º. Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-
versa.
4º. Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados.
5º. Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos e vice-
versa.
6º. Friccionar o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se movimento
circular e vice-versa.
7º. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um
movimento circular e vice-versa.

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8º. Friccionar os punhos com movimentos circulares.


9º. Friccionar até secar. Não utilizar papel-toalha.

O material completo de Higienização das mãos em serviços de saúde é disponibilizado no site da


Anvisa (www.anvisa.gov.br).

A prática de higienização deve ser incentivada e deve compor o programa de treinamento das
farmácias/drogarias.

OBS: Certifique-se que a área usada para preparação esteja limpa e seca.

As luvas são obrigatórias de acordo com a NR 32.

A NR 32, a norma regulamentadora do Ministerio do Trabalho e Emprego que abrange os


estabelecimentos de saúde como um todo – farmácias, clínicas médicas, hospitais, instituições de
ensino, home care, entre outros – e busca proteger a saúde dos profissionais desses estabelecimentos.

A norma determina que “o EPI deve estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho,
de forma que seja garantido imediato fornecimento ou reposição”.

Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho.

São exemplos de EPI gorro, óculos de proteção, máscara, avental, jaleco e luvas. Na aplicação de
injetáveis usamos jaleco e luvas.

É importante salientar que o uso de sapatos fechados também são de uso obrigatório.

2.2 - Manuseio de Material Esterilizado

Ao manusear o material esterilizado com técnica asséptica, deve-se obedecer a algumas normas para
mantê-lo estéril:

Fundamental: lave as mãos com água e sabão antes de manusear o material esterilizado.

Utilize material com embalagem íntegra, seca, sem anchas, com identificação (tipo de material e
data de validade).

Trabalhe de frente para o material.

Manipule o material ao nível da cintura para cima.

Evite tossir, espirrar, falar sobre o material exposto.

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Não faça movimentos sobre a área esterilizada.

Trabalhe em ambiente limpo, calmo, seco e sem corrente de ar.

Mantenha certa distância entre o corpo e o material a ser manipulado.

Obedeça aos demais princípios de assepsia.

3 - SERINGAS E AGULHAS

Verifique o volume do medicamento a ser aplicado. Por exemplo, para um

medicamento de 3ml, deve ser usado uma seringa de 5ml.

Abra-as, começando pela extremidade oposta a você rasgando o invólucro no


local onde se encontra a parte terminal do êmbolo.

Pegue a seringa pela parte externa do cilindro e teste o êmbolo, segurando-o

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pela parte terminal.

Escolha o calibre desejado (quando for necessário trocar a agulha já existente).

Mantenha a agulha protegida até o momento de seu uso.

OBS.: As luvas devem ser colocadas antes do preparo da medicação.

OBS.: Observe a Validade do Medicamento e não se esqueça de preencher a Declaração de Serviços


Farmacêuticos.

Modelo de Declaração de Serviços Farmacêuticos

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3.1 - Tabela de agulhas

Aplicações Agulhas

- Adultos magros 25X7


- Obesos 30X7 ou 30X8
- Crianças desenvolvidas 25X7 ou 25X8
- Crianças obesas 30X7
- Crianças pequenas 20X5,5
- Glúteo 30X7 ou 30X8
- E.V. 20X5,5 ou escalpe

4 - VIAS PARENTERAIS

A via parenteral consiste na injeção de medicamentos através das vias:

endovenosa (EV) subcutânea (SC)


intradérmica (ID). intramuscular (IM)

São utilizadas seringas, agulhas e medicamentos esterilizados, devendo-se obedecer a determinadas


técnicas do princípio ao fim do procedimento, a fim de manter estéril a medicação a ser aplicada.

As seringas mais utilizadas possuem uma graduação que varia de 1 a 20 ml. A escolha do seu tamanho
irá depender do volume do medicamento a ser aplicado. A numeração das agulhas é gravada no
canhão ou no invólucro das descartáveis. Em uma agulha 3OX7, por exemplo:

30 = comprimento
7 = espessura

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Indica-se a via parenteral nos seguintes casos:

quando se espera uma ação mais rápida do medicamento

na administração de medicamentos que se tornam ineficientes em contato com o suco gástrico (por
exemplo, alguns tipos de penicilinas)

para pacientes acamados, com distúrbios gastrointestinais, e nos impossibilitados de deglutir (não
ocorre em farmácias)

4.1 - MATERIAIS NECESSÁRIOS

Seringas descartáveis
Agulhas descartáveis
Algodões
Álcool etílico 70o GL ou Álcool isopropílico 70o GL
Medicamento a ser aplicado
Descarte de perfuro cortantes
Garrote (se for o caso)

4.2 - PREPARO DAS MEDICAÇÕES

a) Medicamento em Ampola:

disponha o material a ser usado;

agite a ampola, sem formar espuma, para homogeneizar a solução (quando


necessário);

monte a seringa e adapte a agulha, certificando-se do funcionamento e da


integridade delas;

faça descer todo o conteúdo acima do gargalo;

limpe a ampola com algodão embebido em álcool etílico 70o GL;

abra a ampola, quebrando seu gargalo envolvido com algodão, para não se
cortar, com os dedos polegar e indicador;

introduza a agulha na ampola, com o bisel inicialmente para baixo, tendo o


cuidado de não contaminar a parte interna da ampola com o canhão da
agulha;

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aspire o conteúdo, retire-o do interior da ampola e, com a seringa em posição vertical,


tire o ar (recomenda-se trocar a agulha depois de aspirar um medicamento de sua
ampola).

b) Medicamento em Frasco ou Frasco-Ampola:

retire a tampa superior, desinfete a borracha com algodão embebido


em álcool etílico 70o GL e mantenha a borracha protegida com esse
algodão;

pegue a seringa;

aspire o conteúdo do diluente (soro fisiológico ou água destilada


estéreis) - se for frasco-ampola;

retire o algodão sobre o frasco, introduza o diluente e retire a agulha do


frasco;

agite o frasco em movimento circulares para evitar a formação de espuma;

desinfete a borracha da tampa do frasco;

reintroduza a agulha, aspirando todo o medicamento diluído e troque a agulha.

4.3 - VIA INTRAMUSCULAR (IM)

É a introdução de soluções medicamentosas no músculo. É de absorção moderada rápida (a


endovenosa é a mais rápida). Os locais de aplicação mais utilizados no adulto são:

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músculo deltóide (no braço): 4 dedos abaixo do final do ombro e no meio do músculo no sentido
da largura.

músculo glúteo (região glútea): no quadrante superior externo.

músculo ventro-glúteo.

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músculo vasto-lateral: no terço médio da coxa.

ATENÇÃO!

Administrar no máximo 5 ml nas nádegas, e 3 ml no braço.

Não aplicar no músculo do braço medicamentos irritantes, como:


Voltaren (Diclofenaco de sódio)
Cataflan (Diclofenaco de potássio)
Ferros
Hormônios a base de estrôgenio
Corticóides e os consistentes.

4.3.1 - Técnica de Aplicação Intramuscular

Coloque o algodão embebido em álcool etílico 70o GL, entre o dedo mínimo e anular,
para deixar livre as suas mãos.

Segure a seringa e verifique se retirou o ar.

Estique a pele (se necessário) e segure firme o músculo.

Introduza a agulha em um só movimento no ângulo de 90 graus.

Mantenha a mão firme segurando a seringa; você pode apoiar a mão sobre o
músculo, para obter maior firmeza.

Aspire o êmbolo, para verificar a presença de sangue (nos casos de lesão nos vasos
sangüíneos), retire a agulha do músculo e repita o procedimento em outro local.

Injete a medicação lentamente, aproxime o algodão seco, fazendo uma ligeira compressão no local.

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Em séries de injeções, procure fazer rodízio dos músculos, para não aplicar no mesmo local duas
vezes seguidas.

Durante todo o procedimento, desde a introdução da agulha até a sua retirada, sua mão permanece
segurando a seringa.

Nunca recape a agulha e descarte o material em local apropriado.

4.4 - VIA ENDOVENOSA (EV)

É a administração de uma droga diretamente na veia, a fim de


obter uma ação imediata do medicamento.

A medicação pode ser administrada:

em qualquer veia periférica acessível: dobra do cotovelo (basílica, mediana e cefálica),


antebraço, dorso das mãos e pés.

A solução deve ser cristalina, não-oleosa e não pode conter flocos em suspensão.

4.4.1 - Técnica de Aplicação Endovenosa

Prepare a medicação.

Escolha a veia, amarre o garrote, sem compressão exagerada,


acima do local escolhido.

Faça uma anti-sepsia ampla, de baixo para cima com álcool


etílico 70o GL.

Tire todo o ar da seringa.

Estique a pele com a mão.

Fixe a veia e segure o algodão seco.

Coloque o bisel voltado para cima em um ângulo de 15 graus.

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Segure o canhão da agulha com o dedo indicador, e a seringa com os demais dedos.

Introduza a agulha e, após o refluxo de sangue na seringa, peça


para o cliente abrir a mão, e, com a outra mão, retire o garrote.

Verifique se a agulha permanece na veia durante a aplicação.

Retire a agulha se surgir hematoma, infiltração ou dor. A nova


picada deverá ser em outro local, de preferência em outro
membro.

Administre a medicação lentamente, retire a agulha e


comprima com algodão seco, sem massagear e sem dobrar o
braço.

Nunca recape a agulha e descarte o material em local apropriado.

Não existe volume máximo a ser aplicado na veia.

4.5 - VIA SUBCUTÂNEA (SC)

É também chamada de via hipodérmica ( a introdução de medicamento no tecido subcutâneo). Utiliza-


se na aplicação de pequena quantidade de soluções medicamentosas (no máximo 2 ml; em geral não
ultrapassa 1 ml).

As soluções devem ser de fácil absorção, não irritantes para o tecido.

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Indica-se essa via quando não se quer uma absorção muito rápida, e na aplicação de alguns
medicamentos, como por exemplo: Insulina, Adrenalina*, Vacinas em geral, etc.

Os locais de aplicação mais indicados são: deltóide, face externa do braço, face externa da coxa e
parede abdominal.

* Adrenalina é uma substância usada em hospitais, sendo que um dos usos é o socorro no choque
anafilático.

4.5.1 - Técnica de Aplicação Subcutânea

Prepare a medicação.

Faça a anti-sepsia da região.

Introduza a agulha em ângulo de:


90 graus (agulha hipodérmica)
45 graus (agulha hipodérmica em crianças ou pessoas muito magras).

Aspire, injete a medicação e retire a agulha.

Nunca recape a agulha e descarte o material em local apropriado.

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4.6 - VIA INTRADÉRMICA (ID)

É a administração de medicamentos na derme, indicada para aplicar a vacina BCG, auxiliar nos testes
diagnósticos e fazer testes de alergia a medicamentos.

Teoricamente pode ser aplicada em qualquer área, mas a região ideal é a face interna do antebraço.
4.6.1 - Técnica da Aplicação Intradérmica

Prepare a medicação.

Faça a anti-sepsia local (com exceção da BCG e PPD).

Estique a pele e introduza a agulha mais ou menos 2 mm com bisel voltado para cima em ângulo de
15 graus.

Injete a solução.

Observe a formação de pápula e retire a agulha, tendo o cuidado de não friccionar ou massagear a
região (para evitar o retorno do líquido e dificultar a reação da droga).

Nunca recape a agulha e descarte o material em local apropriado.

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Agora sim, você já está pronto para aplicar injeções.


Treine bastante com os seus colegas e siga as orientações do seu farmacêutico.

Bom trabalho!!!

Anexos:

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Perigos da aplicação I.M. no Braço

Lesão de vasos: acidentalmente, pode-se perfurar um vaso sangüíneo.


Lesão do tecido subcutâneo por injeções superficiais, provocando dor, nódulos e abscessos.
Abscessos por falhas assépticas.
Outras alterações orgânicas, por reação ao medicamento introduzido e quando se injetam no vaso
sangüíneo medicações que não podem ser administradas por essa via.

A saúde do cliente da ........................ é prioridade. A aplicação de injeção Intramuscular no glúteo é a


segurança que a farmácia ................ seus clientes e funcionários.

Aplicações Agulhas
- Adultos magros 25X7
- Obesos 30X7 ou 30X8
- Crianças desenvolvidas 25X7 ou 25X8
- Crianças obesas 30X7
- Crianças pequenas 20X5,5
- Glúteo 30X7 ou 30X8
- E.V. 20X5,5 ou escalpe

Volume ½ de ampola ou 1/3 de ampola ou 2/3 de ampola ou


frasco frasco frasco
1,0ml 0,5ml 0,33ml 0,66ml
2,0ml 1,0ml 0,66ml 1,33ml
3,0ml 1,5ml 1,0ml 2,0ml
4,0ml 2,0ml 1,33ml 2,66ml
5,0ml 2,5ml 1,66ml 3,33ml

1ml = 1cc = 1 cm3


1ml é composto de 10 partes de 0,1ml

0,1m 0,1ml 0,1ml 0,1ml 0,1ml 0,1ml 0,1ml 0,1ml 0,1ml 0,1ml
l

ATENÇÃO!!! VOLUME MÁXIMO PARA APLICAÇÃO NO BRAÇO (DELTÓIDE) 3ML E NO GLÚTEO 5ML.

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PROCEDIMENTO PARA APLICAR INJEÇÃO COM SEGURANÇA

 Conversar com o cliente, procurando tranqüilizá-lo


 Lavar as mãos com água e sabonete líquido
 Secar as mãos com papel toalha.
 Usar luva.
 Não falar próximo da agulha, durante o preparo e a aplicação do medicamento.
 Usar álcool isopropílico 70o ou álcool etílico 70o para fazer desinfecção da rolha do frasco e para
quebrar a ampola.
 Usar agulha extra para aspirar medicamentos em frasco, exceto os frascos de insulina.
 Usar o álcool etílico 70o para fazer anti-sepsia do local de aplicação.
 Havendo sangramento local após retirar a agulha, comprimir com algodão seco e, se necessário,
utilize luvas descartáveis.
 Não colocar esparadrapo sobre o local da aplicação.
 Não aplicar no músculo dos braços, medicamentos com volume superior a 3ml.
 Não aplicar nos músculos dos braços, medicamentos irritantes à base de diclofenaco de sódio (ex.:
Voltaren), diclofenaco de potássio (ex.: Cataflan), ferro (ex.: Noripurun), hormônios à base de
estrogênio (anticoncepcionais), corticóides (ex.: Diprospan) e os consistentes (que contém pó).
 Após a aplicação, jogar a seringa e a agulha em recipiente apropriado (Descartex), sem recolocar o
protetor na agulha.
 Estando este recipiente cheio, tampar e jogar em saco de lixo próprio.

LEMBRE-SE
Uma aplicação seguindo estes procedimentos traz segurança para o cliente e para você.
Em caso de dúvida, consulte o farmacêutico.

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SUGESTÃO DE MODELO “PESSOAS AUTORIZADAS PELO FARMACÊUTICO A APLICAR INJETÁVEIS”

Solicite o seu para o Sincofarma/SP através do telefone (11) 3224-0966 ou


comunicacao@sincofarma.org.br

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Cuidados com Perfurocortantes

A ................................. segue rigorosamente as indicações sobre o manuseio dos perfurocortantes,


sendo que o treinamento dos funcionários que tem contato com está área são apenas os
balconistas capacitados para a aplicação de injeção.
O treinamento é iniciado com algumas definições, dentre elas a dos perfurocortantes:

MATERIAIS PERFUROCORTANTES: são materiais pontiagudos ou que contenham fios de corte capazes
de causar perfurações ou cortes, tais como: agulhas, escalpes, bisturis, lâminas, cacos de vidro,
ampolas etc.

Os funcionários recebem também orientações sobre como manusear o material e como


acondicionar:

“Os materiais perfurocortantes, sejam do GRUPO A, B e/ou C, devem ser descartados imediatamente
após o uso em recipientes estanques, rígidos, com tampa e identificados (DESCARTEX), localizados no
local de sua geração, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu
reaproveitamento.
As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-
las ou proceder a sua retirada manualmente. Caso seja indispensável, a sua retirada só é permitida
utilizando-se procedimento mecânico.
Os recipientes para os materiais perfurocortantes devem receber a inscrição de PERFUROCORTANTE e a
inscrição de acordo com a sua contaminação. No caso da Indiana, o material é padronizado
(Descartex).
A Prefeitura passa semanalmente para recolher o Descartex e enquanto o material aguarda a coleta,
fica acondicionado em lugar reservado (embaixo da pia).

É proibida a disposição final de resíduos de serviços de saúde, qualquer que seja a classificação, em
"aterro controlado", "lixão", "disposição a céu aberto" e outras formas inadequadas de disposição
final.
“Desta forma os perfurocortantes só são desprezados em local apropriado (Descartex).”

CUIDE DE SUA SEGURANÇA USANDO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

 Usar uniforme (calça comprida e jaleco fornecido pela empresa) de tecido resistente e
de cor clara.

 Nunca carregar o resíduo junto ao corpo.

 Nunca recape a agulha.

 Após a aplicação de injeção jogue no Descartex apenas os perfurocortantes e no saco de


lixo branco os outros materiais (embalagens...).

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 Em caso de ferimento nas mãos, proteger o ferimento com um curativo antes de colocar
luvas descartáveis.

 Lave as mãos antes e após aplicar injeção.

 Na suspeita de infecção, solicite cultura de material envolvido (sangue, secreções, urina


e outros).

 Vacine-se contra a Hepatite B e outras doenças infecciosas.

EM CASO DE FERIMENTOS:

Lavar o local com água e sabão e comunicar imediatamente o acontecido ao farmacêutico


responsável.

Referências:

BRASIL, RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE 2009. Dispõe sobre Boas Práticas
Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da
prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 18
de agosto de 2009.

RAMALHO, S. I. Pedro. RDC 44 – Os comentários da Anvisa e dos Conselhos Regionais de Farmácia. Jornal BD Mão Boa, pág.
4 e 5 Ano VII, número 30, 2010.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de
superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2010.116 p.

SERGIPE (Estado). Secretaria Municipal de Saúde Aracaju Coordenação da Vigilância Sanitária: MANUAL DOS SERVIÇOS DE
HIGIENIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE. Aracajú 2006. 28p.

MINAS GERAIS (Estado). PORTARIA SMSA-SUS/BH Nº 060 /99 - Dispõe sobre critérios anti-sépticos a serem utilizados na
colocação de brincos. Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, 19 de novembro de 1999.

BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Organização Pan-Americana da Saúde Fascículo II -
Medicamentos Isentos de Prescrição / Projeto Farmácia Estabelecimento de Saúde / CRF-SP: Conselho Regional de
Farmácia do Estado de São Paulo; Organização Pan-Americana de Saúde - Brasília, 2010.

BECTON DICKINSON. Manual de Aplicações de Injetáveis. 3. ed. São Paulo:[s.n.], 2007.

Estas técnicas são simples, mas exigem atenção e cuidado na sua aplicação. Segue tabela de algumas
anormalidades decorrentes de acidentes ou falhas acidentais:
VIA INTRAMUSCULAR

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Lesão de nervos: principalmente do nervo ciático na região glútea.

Lesão de vasos: acidentalmente, pode-se perfurar um vaso sangüíneo.

Lesão do tecido subcutâneo por injeções superficiais, provocando dor, nódulos e abcessos.

Abcessos por falhas assépticas.

Outras alterações orgânicas, por reação ao medicamento introduzido e quando se injetam no vaso
sangüíneo medicações que não podem ser administradas por essa via.

VIA ENDOVENOSA

Durante ou após a aplicação do medicamento o paciente poderá apresentar:

Choque: apresenta como principais sintomas a palidez, lipotimia (mal estar passageiro,
caracterizado por uma sensação angustiante de desfalecimento), ansiedade, tremores, vermelhidão
(hiperemia), cianose. O choque pode ser:

- pirogênico: devido à introdução de solução contaminada.


- anafilático: devido à hipersensibilidade do paciente à droga.
- periférico: devido a causas diversas, como aplicação rápida, dosagem elevada, etc.

Embolia: geralmente é fatal, podendo ser:


- gasosa: devido à introdução de ar na circulação
sangüínea.
- oleosa: devido à introdução de solução oleosa na circulação sangüínea.
- sangüínea: devido à mobilização de trombo.

Flebites e tromboflebites: são processos inflamatórios das veias, tornando a área dolorida e
avermelhada.

Esclerose da veia, devido a injeções freqüentes no local e introdução de soluções hipertônicas.

Hematomas.

Infiltração medicamentosa: devido a extravasamento do medicamento fora do interior da veia.

Abcessos: são processos infecciosos, devidos à falta de assepsia e introdução de soluções irritantes
fora da veia.

VIA SUBCUTÂNEA

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Choque anafilático: devido a hipersensibilidade do paciente à droga, mesmo em pequenas


quantidades.

Ulceração: necrose do tecido, devido à administração de medicamentos contra-indicados por essa


via.

Infecções inespecíficas: ocorrem por contaminação na assepsia ou na anti-sepsia.

Sangramento: quando a agulha é de grosso calibre.

Dor e prurido: ocorrem pela introdução de substâncias muito concentradas, comum nos testes de
sensibilidade.

Outro Modelos:

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