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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência


Minicurso de leitura: lidando bem com as palavras
Coordenadora do PIBID-área de Língua Portuguesa/Fortaleza e do Projeto de leitura: Profª Drª
Maria Ednilza O. Moreira

MÓDULO 1- Palavras-chave
1. DEFINIÇÃO
Palavra-chave é um termo que designa, em estatística linguística, o vocábulo cuja frequência de
ocorrência em um texto (ou concretamente na obra de um autor) é superior à média normal. Pode ainda
considerar-se palavra-chave o termo que é o objetivo da pesquisa terminológica num domínio específico
(por exemplo, a economia, a informática, etc.).
Para a presente atividade, a primeira definição é a que melhor nos cabe. Tomamos as palavras-
chave como os termos que mais aparecem em um texto. E essa repetição de palavras, longe de ser um
indício de pobreza vocabular, representa uma marca da unidade temática do texto. Além disso, tem
função resumitiva, visto que com a reiteração das palavras-chave é possível condensar em blocos maiores
a distribuição das ideias de um texto, sem esquecer que o mesmo uso de palavras-chave permite, ainda,
indicar os itens lexicais a partir dos quais o texto se desenvolve (ANTUNES, Irandé. 2009). Além do
mais, convém atentar para o uso da palavra chave como mecanismo de busca do texto em ambiente
virtual.

Uso das hashtags – uma forma do uso de palavras-chave


Hashtag é uma expressão bastante comum entre os usuários das redes sociais, na internet. Ela é
uma das 150 novas palavras adicionadas ao dicionário de Língua Inglesa em 2014 pelo Merriam-Webster,
o mais vendido nos Estados Unidos, destacando a influência crescente da tecnologia na vida cotidiana.
Ela ainda não foi adicionada ao dicionário de Língua Portuguesa, apesar de seu amplo e crescente uso
pelos falantes da língua.
As hasthtags são palavras-chave antecedidas pelo símbolo #, conhecido popularmente no Brasil
por "jogo da velha" ou "quadrado". Os músicos o chamam de “sustenido”.
As hashtags são utilizadas para categorizar os conteúdos publicados nas redes sociais, ou seja, cria
uma interação dinâmica do conteúdo com os outros integrantes da rede social, que estão ou são
interessados no respectivo assunto publicado.

2. OBJETIVOS
-Destacar o uso do léxico como importante recurso na leitura e produção de textos;
-Fazer perceber as unidades lexicais mais salientes como as mais responsáveis pela construção do
sentido do texto;
-Ressaltar a importância da palavra-chave como mecanismo de busca do texto em ambiente
virtual.

3. INSTRUÇÕES PARA O PROFESSOR


-Seguir o comando da atividade na ordem das questões;
-Definir um tempo para a resolução de cada questão;
-Sistematizar a resposta de cada questão no quadro.

4. ATIVIDADE
4.1. DESCOBERTA DAS PALAVRAS-CHAVE
Inicialmente, discutir sobre o que é palavra-chave e mostrar qual a sua importância para a compreensão
do texto.
4.2. EXPLORAÇÃO DO TEXTO TENDO EM VISTA AS PALAVRAS-CHAVE
4.2.1. Pedir à classe para que, antes da leitura, faça uma previsão das possíveis palavras-chave que
podem aparecer no texto. Para isso,
a) observar o título do texto em estudo;
b) Registrar no quadro as palavras previstas pela classe;
4.2.2. Entregar o texto e solicitar a leitura silenciosa, para:
a) Pedir aos alunos que verifiquem se as previsões se confirmam;
b) Anotar as palavras encontradas e comparar com as previstas, fixando-as também no
quadro, de forma que haja duas colunas: palavras-chave previstas e palavras-chave
encontradas;
c) Pedir que releiam o texto para sublinhar as palavras que se repetem.
d) Em seguida, perguntar: que palavras foram sublinhadas? Por que essas palavras se
repetem ao longo do texto? Em que auxilia a repetição dessas palavras?
4.2.3. Discutir o assunto do texto com a classe. (Neste passo, um dos rumos que a discussão pode
tomar é sobre o espaço dos sebos (assunto do texto em estudo).
Interessante buscar saber, por exemplo, se os alunos já foram a um sebo, com que
frequência, quais sebos eles conhecem na cidade e que tipo de livro costumam comprar – se
didático, de literatura etc.
Indagar ainda: se conhecem sebos na internet, qual o maior público-alvo dos sebos, se existe
preconceito em comprar livro de sebos (por que?), se há alguma tradição de se fazer uso de
sebos.

Texto
SEBO
(Luís Fernando Veríssimo)
 O homem disse o próprio nome e ficou me olhando atentamente. Como alguém que tivesse
atirado uma moeda num poço e esperasse o "plim" no fundo. Repeti o nome algumas vezes e finalmente
me lembrei. Plim. Mas claro.
- Comprei um livro seu não faz muito.
Ele sorriu, mas apenas com a boca. Perguntou se podia entrar. Pedi para ele esperar até que eu
desengatasse as sete trancas da porta.
- Você compreende - expliquei -, com essa onda de assassinatos...
Ele compreendia. Estranhos assassinatos. Todas as vítimas eram intelectuais. Ou pelo menos
tinham livros em casa. Dezesseis vítimas até então. Se soubesse que seria a décima sétima eu não teria me
apressado tanto com as correntes.
- Você leu meu livro? - ele perguntou.
- Li!
Essa terrível necessidade de não magoar os outros. Principalmente os autores novos.
- Não leu - disse ele.
- Li. Li!
Essa obscena compulsão de ser amado.
- Leu todo?
- Todo.
Ele ainda me olhava, desconfiado. Elaborei:
- Aliás, peguei e não larguei mais até chegar ao fim.
Ele ficou em silêncio. Elaborei mais:
- Depois li de novo.
Ele nada. Exclamei:
- Uma beleza!
- Onde é que ele está?
Meu Deus, ele queria a prova. Fiz um gesto vago na direção da estante.
Felizmente, nunca botei um livro fora na minha vida. Ainda tenho - ainda tinha - o meu Livro do
bebê. Com a impressão do meu pé recém-nascido, pobre de mim. Venero livros.
Tenho pilhas e pilhas de livros. Gosto do cheiro de livros novos e antigos. Passo dias dentro de
livrarias. Gosto de manusear livros, de sentir a textura do papel com os dedos, de sentir seu volume na
mão. Ocupo-me tanto de livros e quase não me sobra tempo para a leitura.
Ele encontrou seu livro. Nós dois suspiramos, aliviados. Como é fácil fazer a alegria dos outros,
pensei. Com uma pequena mentira eu talvez tivesse dado o empurrão definitivo numa vocação literária
que, de outra forma, se frustraria. Num transbordamento de caridade, declarei:
- Que livro! Puxa!
Mas ele não me ouviu. Apertava o livro entre as mãos. Disse:
- O último. Finalmente.
- O quê?
Ele começou a avançar na minha direção. Contou que a tiragem do livro tinha sido pequena.
Quinhentos exemplares. Sua mãe comprara 30 e morrera antes de distribuir aos parentes. Ele tinha ficado
com 453. Dezessete cópias tinham acabado num sebo que, através dos anos, vendera todos. Ele seguira a
pista de 16 dos 17 compradores e os estrangulara. Faltava o décimo sétimo.
- Por quê? - gritei. E acrescentei, anacronicamente: - Homem de Deus?
No livro tinha um cacófato horrível. Ele não podia suportar a ideia de descobrirem seu cacófato.
- Eu não notei! Eu não notei! - protestei.
Não adiantou. Ninguém que tivesse lido o livro podia continuar vivo. Ele queria deixar o mundo
tão inédito quanto nascera.
- Mas essas coisas não têm import... - comecei a dizer.
Mas ele me pegou e me estrangulou.
Bem feito! Para eu aprender a não ser bem-educado. Meu consolo é que depois ele descobriria
que as páginas do livro não tinham sido abertas e o remorso envenenaria suas noites.
Enfim. É o que dá frequentar sebos.

4.3. CRIANDO HASHTAGS DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL

A força das redes sociais já não é mais dúvida para ninguém. Este fato ficou ainda mais claro,
principalmente, com as manifestações populares que vêm acontecendo nos últimos anos no mundo, em
que essas redes transformaram-se nos mecanismos para uma comunicação rápida, organizada e
democrática (leia mais em: http://hashtag.ms/blog/nossas-cientistas-sociais-analisam-a-importancia-das-redes-sociais-para-os-
movimentos-populares/).

Recentemente, o Governo Federal brasileiro anunciou cortes do MEC, sendo amplo corte nas
bolsas - de 50% a 90% - e até mesmo possível exclusão de projetos vigentes. Esse fato levou ao início de
campanhas a favor da continuação de programas educacionais patrocinados pelo governo, dentre eles, o
PIBID. Alunos(as), professores(as), escolas e demais amigos e amigas do PIBID criaram hashtags pela
manutenção dos projetos nas escolas, como #somostodospibid, #ficapibid, #avancapibid, e outras.

Veja abaixo:
TWITTER

FACEBOOK
Agora é a sua vez!
Crie hashtags e FAÇA USO sobre temas sociais que você julga importante serem debatidas.
Levantar algumas, as mais chamativas para o momento.
Lembre-se de que o objetivo é mobilizar a população para que tomem conhecimento e apoiem
as causas.
#Partiu!

6. REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009.
Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de termos linguísticos. Disponível em:
<http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=terminology&act=view&id=3541>
Acesso em 12 de maio de 2014.
Wikipédia, Enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra-chave>
Acesso em 12 de maio de 2014.
<http://pt.wix.com/blog/2014/09/o-que-sao-palavras-chave/ >Acesso em 12 de maio de 2014
https://www.google.com/search?q=significado+de+hashtag&ie=utf-8&oe=utf-
8&client=firefox-b-ab> Acesso em 1 de agosto de 2018.

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