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Legislação

Não há direito para a morte, nem ou um


“direito dos mortos”. O que se protege
quando se fala em morte ou na segurança do
corpo para depois da morte é uma projeção
do direito à vida, a proteção da dignidade e
da integridade, mesmo quando não há mais
a resposta material do viver
Objetos também podem ser vilipendiados, quando são
tratados com desdém ou desrespeito.

O vilipêndio de cadáveres é considerado crime contra o


respeito aos mortos, previsto no artigo 212 do Código
Penal Brasileiro.

O ato de vilipendiar cadáveres ou suas cinzas, pode ser


punido entre um a três anos de reclusão e pagamento de
multa.

Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940.


Vilipêndio a cadáver

Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:


Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Serviços Funerários

Lei 8.987/95 (Lei Federal)

RDC 33/2011– ANVISA (Estabelecer os critérios para o translado de restos mortais


humanos em áreas de portos, aeroportos e fronteiras.)

Serviços Cemiteriais

Lei 8.987/95 (Lei Federal)

Normas para Transporte de Cadáveres, Estado do Rio Grande do Sul

Decreto Estadual 23.430/74 (translado e sepultamento de corpos)


Declaração de óbito
atribuições e responsabilidades dos médicos sobre a emissão da DO
PORTARIA Nº 116, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2009 (seção IV, artigos 17 a 19)

Art. 17. A emissão da DO é de competência do médico responsável pela assistência ao


paciente, ou substitutos, excetuando-se apenas os casos confirmados ou suspeitos de
morte por causas externas, quando a responsabilidade por este ato é atribuída ao médico
do IML ou equivalente.

Art. 18. Os dados informados em todos os campos da DO são de responsabilidade do


médico que atestou a morte, cabendo ao atestante preencher pessoalmente e revisar o
documento antes de assiná-lo.

Art. 19. A competência para a emissão da DO será atribuída com base nos seguintes
parâmetros
I - Nos óbitos por causas naturais com assistência médica, a DO deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo
médico que vinha prestando assistência ao paciente, ou de acordo com as seguintes orientações:
a) A DO do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua ausência
ou impedimento, pelo médico substituto, independente do tempo decorrido entre a admissão ou internação e o óbito;

b) A DO do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela
instituição que prestava assistência, ou pelo SVO;

c) A DO do paciente em tratamento sob regime domiciliar na Estratégia Saúde da Família (ESF), internação
domiciliar e outros-deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado,
podendo ainda ser emitida pelo SVO, caso o médico não disponha de elementos para correlacionar o óbito com o
quadro clínico concernente ao acompanhamento registrado nos prontuários ou fichas médicas destas instituições; e

d) Nas localidades sem SVO ou referência de SVO definida pela CIB, cabe ao médico da ESF ou da Unidade de
Saúde mais próxima verificar a realidade da morte, identificar o falecido e emitir a DO, nos casos de óbitos de
paciente em tratamento sob regime domiciliar, podendo registrar "morte com causa indeterminada" quando os
registros em prontuários ou fichas médicas não ofereçam elementos para correlacionar o óbito com o quadro clínico
concernente ao acompanhamento que fazia. Se a causa da morte for desconhecida, poderá registrar "causa
indeterminada" na Parte I do Atestado Médico da DO, devendo entretanto se tiver conhecimento, informar doenças
pré-existentes na Parte II deste documento.
II -Nos óbitos por causas naturais, sem assistência médica durante a doença que ocasionou a
morte:
a) Nas localidades com SVO, a DO deverá ser emitida pelos médicos do SVO;

b) Nas localidades sem SVO, a Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público
de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento e, na sua ausência, por qualquer médico da
localidade. Se a causa da morte for desconhecida, poderá registrar "causa indeterminada" na Parte I do
Atestado Médico da DO, devendo, entretanto se tiver conhecimento, informar doenças pré-existentes na
Parte II deste documento.

III - Nos óbitos fetais, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a fornecer a DO
quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 (vinte) semanas, ou o feto tiver peso corporal igual
ou superior a 500 (quinhentos) gramas, e/ou estatura igual ou superior a 25 (vinte e cinco) centímetros.

IV - Nos óbitos não fetais, de crianças que morreram pouco tempo após o nascimento, os médicos que
prestaram assistência à mãe ou à criança, ou seus substitutos, ficam obrigados a fornecer a DO independente da
duração da gestação, peso corporal ou estatura do recém-nascido, devendo ser assegurada neste caso também a
emissão da Declaração de Nascidos Vivos pelo médico presente ou pelos demais profissionais de saúde.
V - Nas mortes por causas externas:
a) Em localidade com IML de referência ou equivalente, a DO deverá, obrigatoriamente, ser emitida pelos médicos
dos serviços médico-legais, qualquer que tenha sido o tempo decorrido entre o evento violento e a morte
propriamente; e

b) Em localidade sem IML de referência ou equivalente, a DO deverá ser emitida por qualquer médico da localidade,
ou outro profissional investido pela autoridade judicial ou policial na função de perito legista eventual (ad hoc),
qualquer que tenha sido o tempo decorrido entre o evento violento e a morte propriamente.

§ 6º Nos óbitos ocorridos em localidades onde exista apenas um médico, este é o responsável pela emissão da DO.

§ 7º Nos óbitos naturais ocorridos em localidades sem médico, a emissão das 3 (três) vias da DO deverá ser solicitada
ao Cartório do Registro Civil de referência, pelo responsável pelo falecido, acompanhado de 2 (duas) testemunhas, em
conformidade com os fluxos acordados com as corregedorias de Justiça local.

§ 8º As Secretarias Municipais de Saúde deverão indicar o médico que emitirá a DO, de acordo com o preconizado
acima, caso restem dúvidas sobre a atribuição. § 9º As Secretarias Municipais de Saúde deverão utilizar-se dos meios
disponíveis na busca ativa de casos não notificados ao SIM.
Serviços funerários
Capítulo III Dos procedimentos funerários

Art. 11 As funerárias são obrigadas a informar os meios disponíveis para a preparação do cadáver para o funeral,
explicitando o valor dos mesmos.

Art. 12 Denomina-se crematório o conjunto de edificações e instalações destinadas à incineração de cadáveres e


restos mortais humanos, compreendendo câmaras de incineração e frigoríficos, capela e dependências reservadas ao
público e à administração, devendo ser instalados exclusivamente nas dependências dos cemitérios, a partir da
promulgação desta Lei. Parágrafo único. Os crematórios sujeitar-se-ão aos mesmos critérios de localização e instalação
constantes dos arts. 6º e 7º desta lei, depois de cumpridos todos os requisitos legais.

Art. 13 A cremação de cadáveres e restos mortais humanos poderá ser executada pelo poder publico, por empresas
concessionárias ou permissionárias ou pela iniciativa privada, com base na legislação de uso de solo e normas
sanitárias vigentes.
Art. 14 Fica vedado no processo de cremação de cadáveres ou de restos de corpos humanos o uso de urna que não
seja de material biodegradável.

Art. 15 O traslado de cadáveres e restos mortais humanos obedecerá às normas emitidas pela autoridade sanitária
competente. Coordenação de Comissões Permanentes - DECOM - P_3630 CONFERE COM O ORIGINAL
AUTENTICADO PL-5029/2013 6

Art. 16 Na ocorrência de quaisquer acidentes ou anormalidades no translado de restos mortais humanos, a autoridade
sanitária estadual, municipal ou do Distrito Federal, poderá intervir, em caráter suplementar, na falta de autoridade
sanitária federal.
Capitulo IV Das restrições e penalidades

Art. 17 As empresas de planos funerários que não observarem a constituição de capital mínimo, reserva técnica e
margem de solvência, terão suas atividades suspensas até o cumprimento das exigências legais contidas nesta lei.

Art. 18 As casas funerárias prestadoras desses serviços, instaladas a partir da promulgação desta Lei, não poderão se
estabelecer nas proximidades de hospitais, asilos, casas de saúde e similares, guardando-se uma distância mínima de
500 (quinhentos) metros, podendo lei municipal ou distrital fixar distância superior. Parágrafo único. Fica proibida a
permanência de agentes funerários em hospitais, institutos médicos legais e unidades de saúde, exceto quando
solicitado pela família e exclusivamente para o trâmite do evento.

Art. 19 Sem prejuízo das penalidades civis e penais, as empresas que atuarem em desacordo as prescrições legais,
sofrerão: I – advertência; II – multa; III – suspensão da atividade até o cumprimento das exigências legais; IV – perda
do alvará de funcionamento em caso de reincidência.
Translado
Competências e cuidados relativos ao translado de restos
mortais humanos
Resolução do Ministério da Saúde: controle e fiscalização sanitária do translado de
restos mortais humanos

Art. 5º O controle sanitário do translado de restos mortais humanos em áreas de portos, aeroportos e fronteiras
somente será realizado pela ANVISA em casos de emergência em saúde pública ou situações que possam significar
algum risco à saúde da população, a critério da Gerência Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos
Alfandegados.

Art. 6º Para o translado de restos mortais humanos em urnas funerárias deverão ser tomados todos os cuidados
necessários a minimizar qualquer risco que possa ser atribuído devendo os documentos relativos ao procedimento
estar à disposição da Autoridade Sanitária competente, sempre que solicitado.
Parágrafo único. O translado de cinzas não será objeto de controle sanitário.

Art. 7º O translado de restos mortais humanos deverá ser realizado no compartimento de cargas dos meios de
transporte utilizados e os restos mortais deverão ter sido submetidos a procedimento de conservação.
Parágrafo único. Para efeitos desta norma serão considerados procedimentos de conservação a formolização e o
embalsamamento.
Art. 8º É obrigatória a lavratura de Ata de Conservação de Restos Mortais Humanos (Anexo I deste regulamento)
sempre que for realizado procedimento de conservação de restos mortais humanos.
Parágrafo único. O transportador deverá anexar a Ata de Conservação de Restos Mortais Humanos aos demais
documentos relativos ao translado de restos mortais humanos.

Art. 9º O transportador deverá proceder à comunicação de quaisquer acidentes ou anormalidades durante o


translado a autoridade sanitária de portos, aeroportos e fronteiras.
Parágrafo único. Na ocorrência de quaisquer acidentes ou anormalidades no translado de restos mortais humanos em
urna funerária previsto nesta norma, a Autoridade Sanitária Estadual, Municipal ou Distrital poderá intervir, em
caráter complementar, na falta de Autoridade Sanitária Federal.

Art. 10º Fica vedada, em todo o território nacional, a prestação de serviço de conservação e translado de restos
mortais humanos, em que o óbito tenha tido como causa a encefalite espongiforme, febre hemorrágica ou outra nova
doença infecto-contagiosa que, porventura, venha a surgir a critério da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do
Ministério da Saúde (MS). *
*atualizados critérios para COVID-19
Decreto Estadual 23.430/74: translado e sepultamento de corpos (subseção XVI,
artigo 311)
Art. 311 - A trasladação e sepultamento de cadáveres obedecerá às seguintes normas:

I - O interessado deve requerer à Unidade Sanitária da Secretaria da Saúde, fazendo constar o nome da pessoa
falecida, data do óbito e causa mortis e lugar onde será sepultada, para transladação de cadáver e restos mortais.

II - O requerimento deve ser acompanhado da respectiva certidão de óbito.

III - Todo o cadáver que for transportado da Capital para outro município, deve ser feito em caixão de zinco
hermeticamente fechado, o que deverá ser constatado por funcionário da Secretaria da Saúde. No caso da morte ter
sido por doença transmissível, a exigência do caixão de zinco em hipótese alguma poderá ser dispensada.

IV - Se o cadáver tiver que permanecer insepulto por menos de 24 horas, poderá, a juízo da autoridade sanitária, ser
dispensado o caixão de zinco, desde que a causa morte não tenha sido doença transmissível, e que as condições do
corpo permitam o transporte em caixão de madeira.
Art. 311 - A trasladação e sepultamento de cadáveres obedecerá às seguintes normas:

V - Se o cadáver a ser transladado permanecer insepulto por mais de 24 horas, é obrigatória a formalização do
mesmo.

VI - As exumações serão concedidas após três anos “post-mortem” que será verificado pela certidão de óbito
fornecida pelo Cartório.

VII - Se a causa da morte não for doença transmissível, a exumação poderá, a juízo das autoridades sanitárias, ser
permitida antes de decorridos os três anos, mas deverá ser assistida por um funcionário da Secretaria da Saúde e por
um médico.

VIII - Os Administradores, gerentes ou responsáveis por serviços funerários ou empresas, firmas ou corporações que
fornecerem caixões para enterramento ficam sujeitos às obrigações constantes neste Regulamento.
MODELO DE ATA DE CONSERVAÇÃO DE RESTOS MORTAIS HUMANOS

Aos ..... dias do mês de ....do ano de ..., às...horas, na sala ...do..., sito à rua ..., da cidade...., Estado de ....., devidamente
autorizado por......documento (RG, CPF), representante legal do (a) falecido (a) Sr.(a)..... documento (RG, CPF, Título
de Eleitor), ...... (nacionalidade), ........ (estado civil), ........ (profissão), ........ (idade), filho(a) de....... e de ......., falecido (a)
às ..... horas do dia ....de......de....., certidão de óbito nº....., do......Cartório.....da cidade de......., no Estado de .........
Atestado o óbito pelo médico..................... que deu como causa mortis ............... (causa do óbito) e nada havendo o
que contraindicasse o processo de conservação dos Restos Mortais Humanos, o médico......(nome do médico
realizador do procedimento de conservação), inscrito no CRM sob o nº. ...... , no Estado de ...., procedeu a
conservação técnica que segue:.....................(descrever o que foi realizado)................................ Após o procedimento
técnico, os Restos Mortais Humanos foram colocados no interior da urna impermeável, sendo esta, em seguida,
lacrada, perante os signatários da ata. O translado destina-se à cidade de............, no Estado de....,no
País.........assegurando-se pelo prazo de ............, desde que mantidas as condições sanitárias previstas neste
regulamento. A presente Ata, lavrada em três vias, lida e considerada conforme, é datada de.../..../.... e assinada por:
______________________________________ Representante da família do falecido
______________________________________ Médico responsável pelo ato de conversação CRM nº.
______________________________________ Auxiliar do médico
______________________________________ Testemunha 1
______________________________________ Testemunha 2
Alterações em tempos
de pandemia
Nota técnica da SES/RS (revisada em 09/07/2020): orientações às funerárias para manutenção das
condições de biossegurança e contenção de disseminação de Covid-19 (item 4.3)

4.3 Orientações para funerárias:


o manuseio do corpo deve ser o menor possível; para evitar riscos de exposição à infecção, a atuação do serviço
funerário deve ficar restrita à acomodação e transporte do corpo, previamente embalado pela equipe de saúde do
hospital, diretamente no caixão.

Recomenda- se que o corpo, uma vez ensacado, não seja retirado dos sacos pelo serviço funerário, sendo vedados os
procedimentos de somatoconservação, seja formolização, embalsamento ou tanatopraxia , em casos confirmados ou
suspeitos de COVID-19; deve-se realizar a limpeza externa do caixão com álcool líquido a 70% antes de levá-lo para
ao velório;

quando necessário, o descarte de sacos após o uso deve seguir o gerenciamento de resíduos, seguindo enquadramento
da RDC 222/2018. Os funcionários responsáveis pela remoção do corpo do saco de transporte e colocação no caixão
devem estar paramentados com luvas, avental impermeável e máscara cirúrgica. Remover adequadamente o EPI após
transportar o corpo e higienizar as mãos com água e sabonete líquido imediatamente após remover o EPI. Segregar
imediatamente os EPIs descartáveis devem ser imediatamente segregados, sendo acondicionados em recipiente de
coleta de resíduos. Realizar a limpeza e desinfecção dos EPI reutilizáveis de acordo com as orientações do fabricante.
Cremação
Quem pode autorizar a cremação?
Art. 77 – § 2º A cremação de
Morte natural – Além do atestado assinado por
cadáver somente será feita
dois médicos ou por um médico legista, é
daquele que houver
necessária autorização para cremação, que deve
manifestado a vontade de ser
ser concedida por cônjuge, ascendentes,
incinerado ou no interesse da
descendentes ou irmãos maiores de idade.
saúde pública e se o atestado
de óbito houver sido firmado
por 2 (dois) médicos ou por
Quando não pode cremar o corpo? 1 (um) médico legista e, no
A única restrição verdadeira à cremação é se caso de morte violenta,
houver morte violenta . Nesse caso, ela só poderá depois de autorizada pela
ser realizada se a família conseguir autorização autoridade judiciária.
judicial

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