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CHINA

Os primórdios da civilização chinesa

A civilização chinesa se desenvolveu em forma de vários núcleos,


espalhados principalmente nas planícies que se estendiam entre os rios
Amarelo e Yangtze, dos quais surgiram pequenas cidades estados
baseadas na agricultura. As culturas que se destacaram nesse período
foram a Hongshan (4700-2900 a.C) e a Yangshao (5000-3000 a. C).

Dinastias
FASE 1.China antiga
 Dinastia Xia (2100 a 1600 a.C.) Registros através de investigação arqueológica, fragmentos de
 Dinastia Shang (1600 a 1046 a. C.) ossos oraculares e Shiji “registros históricos, compilado por Sima
 Dinastia Zhou (1046 a 771 a.C.) Qian”
FASE 2. China antiga O poder ficou descentralizado, surgem novos Estados e o poder
 Primaveras e outonos (722 a 476 a.C.) dos Zhous enfraquece.
 Reinos combatentes (475 a 221 a.C.) Sobrevivem apenas 7 estados combatentes: Zhao, Wei, Han, Qin,
Qi, Yan e Chu.
FASE 1. China imperial Reunifica-se a China, centraliza-se o poder em Xianyang.
 Dinastia Qin (221 a 206 a.C.) Inicia a constrição da Muralha chinesa
FASE 2. China imperial
 Dinastia Han Ocidental (206 a.C. a 9 d.C.) Adota o Confucionismo como filosofia, desenvolvimento nas artes
 Dinastia Xin (9 a 23 d.C.) e ciências. Surge a Rota da Seda (comercio entre China e
 Dinastia Han Oriental (25 a 220 d.C.) Ocidente). Invasões de clãs da consorte e eunucos.
 Três Reinos (220 a 265 d.C.)
FASE 3. China imperial
 Primeira dinastia Jin (265 a 317 d.C.)
 Desaseis Reinos (317 a 420 d.C.) Temporária unificação. Domínio de Dinastias não chinesas
 Dinastia do Norte e do Sul (420 a 589 d.C.) (Turcos, Tibetanos e Mongóis)
FASE 4. China Imperial
 Dinastia Sui (581 a 618 d.C.) Reunifica-se o Pais, depois de 4 séculos entre o Norte e o Sul.
FASE 5. China Imperial Período de grande prosperidade e avanço nas artes e tecnologias,
 Dinastia Tang (618 a 907 d.C.) Idade do Ouro. O Budismo se torna religião oficial e adotada pela
família imperial. Declina a partir de revoltas internas e rebeliões de
outros Estados.
FASE 6. China Imperial Período de caos e fragmentação política. Controle da Mongólia e
 5 Dinastias e 6 Reinos (907 a 960 d.C.) da Manchúria.
 Dinastia Song (960 a 1279 d.C.) Divisão territorial: o Norte governado por dinastias não chinesas e
 Dinastia Liao (916 a 1125 d.C.) o Sul que deu continuidade ao reinado cultural.
FASE 7 China Imperial Os Mongóis unificam o Pais e controlam com as mãos de ferro.
 Segunda Dinastia Jin (1115 a 1234 d.C.) Depostos pela dinastia Ming
 Dinastia Yuan (1271 a 1368 d.C.)
FASE 8. China Imperial Os principais centros são Pequim e Nanquim. Produção de papel,
 Dinastia Ming (1368 a 1644 d.C.) seda, algodão e porcelana.
 Dinastia Qing (1644 a 1912 d.C.) Última aplicação da grande Muralha. Guerra do Ópio (1840).
Planejamento urbano
As cidades da China dinástica funcionavam como centro administrativo do governo imperial, eram o núcleo político das
grandes áreas rurais em que se localizavam. Para ser consideradas cidades, tinham de ser fortificadas – o que era designado
pela palavra chinesa cheng que significa ao mesmo tempo “cidade”, “muralha da cidade” e “fortificar a cidade”. As
muralhas não serviam somente para defesa, mas constituíam também um símbolo do poder e da nobreza do governante.
Muitas cidades eram planejadas e tinham estrutura regular. Se baseavam em uma cidade ideal ilustrada nos Rituais do
Zhou, escritos durantes a dinastias dos Zhous no século 100 a.C.

Interior da cidade de
Wangcheng

A cidade de Wangcheng -
“cidade do governante”

Um quadrado murado com palácio no centro e três portões de cada


lado da muralha, orientados para os quatros pontos cardinais e com
ênfase no eixo norte-sul. Esse ideal foi muito influente nos 2 mil Planta da cidade de Chengzhou (Luoyang)
anos seguintes.

A cidade de Chengzhou (“a perfeição dos Zhou”) fundada em 1038 a.C., apresenta grande semelhança com o modelo de
estrutura interna da cidade ideal de Wangcheng.

Planta da cidade de Chang´an durante


a dinastia dos Han (206 a.C a 220 d.C) Planta da mesma cidade no período
Tang (618-907 d.C.)
As mesmas capitais e cidades importantes foram mantidas ou retomadas em diferentes épocas históricas,
sendo transformadas e ampliadas pelas diversas dinastias.

A preferência pela forma quadrada ou retangular


das cidades foi favorecida em especial no norte da
china, onde a uma grande planície. As cidades do
sul, onde a configuração topográfica era
complexa, tinham forma mais irregular.
Yi ngzao Fashi: sistema construtivo e ornamentação

A arquitetura da China dinástica era prevalentemente realizada em


madeira e seguia esquemas de construção precisos que foram
codificados, durante a dinastia Song, em um livro ilustrado de padrões e
técnicas de construção, o Yingzao Fashi.
Exemplo disso é o sistema de samblagem das mísulas compostas,
colocadas acima de colunas para conectar essas ultimas com o telhado e
permitir as aberturas dos beirais.
Partiam de um dou, ou bloco de madeira, que era colocado no
topo das colunas. O dou sustentava pares de gong, ou mísulas,
com o primeiro projetando-se paralelamente ao eixo longitudinal
do pavilhão e o segundo balançando paralelamente ao eixo
transversal. Essa sequência podia ser repetida, partindo-se de um
segundo dou, com as mísulas compostas se projetando cada vez
mais.
Esse sistema de encaixe transcendeu a construção e até mesmo a
decoração tornando-se uma arte.

Na arquitetura chinesa prevalecem estruturas horizontais que se baseia no sequenciamento para ter hierarquias, uma vez que
poucas edificações tinham mais de um pavimento. Assim o número dos vãos entre as colunas dos pavilhões determinava a
posição do seu patrono na hierarquia social. Três era o número mínimo e onze era o número destinado as construções
imperiais ou templos por ele encomendados.

A altura da plataforma de entrada também determinava a importância e a


função de uma edificação respeito a outra do mesmo complexo.
Essa estrutura de apoios em colunas permitia uma maior liberdade da planta
baixa enquanto as paredes não tinham função estrutural

O Yangzao Fashi também indicava modelos e técnicas decorativas e padrões de cores. Os adornos além de embelezar
tinham suas funções especificas: a pintura, por exemplo, era aplicada aos elementos estruturais para preservar a madeira.

Ornatos de cerâmica rematavam os dois lados da cumeeira, cobrindo as junções. Traziam


imagens de animais fantásticos e, com eles, o símbolo de seus poderes e sua força.

Os telhados tinham uma grande variedade de formas e combinações. O


telhado em curva era considerado o mais sofisticado.

Existiam diferenças de estilos devido a posição geográfica. As estruturas


encontradas no sul eram mais detalhadas e leves, com curvas acentuadas nas
extremidades dos beirais, enquanto ao norte pareciam ser mais compactas e
pesadas.
Templos e Palácios
As religiões surgidas no território chinês eram o Tao e o Confucionismo, ambas filosofias de vida ligadas a cultos
animistas e naturalistas. O confucionismo tinha estabelecidos princípios organizadores de ordem social e política que
influenciavam as arquiteturas da época. Com a expansão do comercio entre China e Ásia através do caminho da
“Rota da Seda”, o Budismo entrou na China no sec. I, tornando-se, com o passar do tempo, a sua religião oficial.
Duas novas formas construtivas, de influência indiana emergiram com a expansão da pratica budista: o templo
escavado na rocha e o pagode.

As Cavernas
Cavernas escavadas em Yungang, durantes os
séculos V e VI, por um total de vinte
abrigavam enormes estátuas do Buda e nelas
residia uma pequena população de monges.
Serviam como lugar de culto para a população
urbana de Dantong, cidade próxima.

Elevação e Corte Transversal,


Pagode Pagode de Shaka
Esse pagode é a estrutura de
O pagode ou Ta, derivação chinesa da estupa madeira mais alta da China com
indiana, é uma estrutura feita em vários 67,3m. Nos beirais, há 54 tipos de
andares, similar a uma torre, com planta baixa mísulas, mas a quantidade desses
quadrada ou poligonal, que abrigava no elementos de sustentação não é
pavimento inferior grandes estatuas do Buda. percebida de longe, devido à
extrema harmonia e à unidade do
Os pagodes eram realizados geralmente em
conjunto.
madeira, tijolos ou ambos.

Cidade Proibida
Púrpura
Enorme complexo de palácios construído pelo imperador na
dinastia Ming, em Pequim. Ao invés de ser destruída, como
acontecia frequentemente na troca entre uma dinastia e outra, a
cidade proibida foi reformada ou remodelada e se tornou sede
sagrada de 24 imperadores durante cinco séculos. Hoje, quase
todos os edifícios existentes apresentam características da
dinastia Qing.

À medida que se percorre o eixo principal, passando pelos portões, o piso


torna-se cada vez mais alto. Até alcançar o ponto maior onde se encontra o
Salão da Harmonia Suprema, espaço destinado ao trono do imperador. Cada
elevação representa, simbolicamente, a reafirmação do poder imperial.
O nome, Cidade Proibida Púrpura, faz referência à constelação que
acreditava-se ser moradia do imperador celestial. O termo Proibida é devido
ao fato de se ter rígidas restrições ao seu acesso devido a questões
hierárquicas e de segurança do imperador.
As cores dos palácios desempenhavam um papel importante: o branco dos
pódios, o vermelho dos pilares e enfim o amarelo solar dos telhados,
característico imperial.
Da mesma maneira que era repartido o complexo de palácios da cidade
do imperador, as moradias também se distribuíam em pavilhões que
atendiam as necessidades de diferentes gerações da mesma família. Os
pavilhões se organizavam em volta de vários pátios internos. O acesso
era mantido lateralmente e davam por um anteparo, para preservar a
intimidade, muros cercavam a construção, protegendo-a dos olhares
indesejados.

Casas...

A partir do sec. III, na província de Fujian se difundiu


um tipo de moradia comunitária muradas, de vários
andares, em forma circular.
O saguão ancestral ocupa o centro do conjunto. Os
...E Jardins
Enquanto as moradias seguiam os princípios da hierarquia e
dominância do Confúcio, de ordem e simetria requisitados
pelo governo, os jardins remetiam ao Taoísmo, criando
ambientes que seguiam os padrões irregulares da natureza.
O bucólico e o pitoresco eram trabalhados para dar sensação
de bem estar e relax, fundamentais para a meditação.
A paisagem muda a cada passo, os contrastes e as
alternâncias entre luz e sombra, grande e pequeno, vazio e
cheio seguem os conceitos do yin e yang.

A Grande Muralha
Devido às constantes invasões, principalmente dos povos mongóis,
durante a Dinastia Qin deu-se início a construção de uma fortificação
conhecida com o nome de “Wali Qangqeng”, a Grande Muralha.
Ampliada e melhorada ao longo da história das Dinastias chinesas a
fortificação não é continua, mas um conjunto de muralhas e torres entre
defensivas naturais. As suas diferentes partes distribuem-se entre o Mar
Amarelo (litoral Nordeste da China), o deserto de Gobi e a Mongólia (a
Noroeste).

Possui um complexo de componentes arquitetônicos: pequenas cidades de fronteira (fossos, muralhas, ruas, residências
e torres); fortificações que serviam de postos militares; pontos de observação (de dois a três andares); torres de
faróis(130 metros) ao longo da muralha.

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