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Nada melhor neste mundo do que ser vencedor na felicidade, tendo a visão plena de que só chegou neste patamar por ter
exercitado a humildade.
Chico Monteiro
A História
Apesar do empenho dos estudiosos e da boa literatura existente sobre o assunto, a origem do tarot permanece na
obscuridade. As civilizações egípcia, chinesa, indiana e hebraica, entre outros, foram indicadas como as que teriam, em
tempos remotos, concebido o tarot como um legado divino. Há os que situam sua invenção na Europa Medieval, com o
intuito de servir de diversão à corte real, e outros que o conceituam como uma nova arte de expressão. Teorias e crenças
à parte, ninguém sabe ao certo de onde veio o tarot ou, exatamente, o porquê de sua invenção. Um fato inquestionável é
que os mais antigos tarots e documentos referentes a este jogo datam do final do século XIV. Não há nenhum registro,
pintura, literatura ou qualquer coisa que se assemelhe ao tarot, ou a jogos de cartas em geral, muito anterior à época da
Renascença (1.400 – 1.600).
Entre o final do século XIV e meados do século XVII, o número de cartas do tarot variou de 37 a 97. A partir do final
do século XVII, o tarot passou a conter 78 cartas com numeração e nominação específicas. Também do final do século
XIV até 1.450 se dizia: os naibis do ludus cartarum ou os naibis do tarocco ou, simplesmente, as cartas do naibis ou as
cartas do tarocco; entre 1.450 e 1.850, dependendo da região, se dizia: os trunfos do tarot ou os trunfos do tarok.
Finalmente, a partir de 1.850, as unidades passaram a ser denominadas os arcanos do tarot, como as chamamos até hoje.
Desde seu aparecimento na Europa, no final do século XIV, até o final do século XVIII, as cartas eram vistas de
forma lúdica e mística; nenhum ocultista deu importância ao seu significado simbólico e oracular até 1.775 quando o
parisiense Etteilla começou a penetrar neste campo de estudo. Somente a partir de então o tarot começou,
definitivamente, a ser estudado pelos grandes ocultistas: Antoine Court de Gebelin (1.775), Etteilla (1.783), Éliphas
Lévi (1.854), MacGregor Mathers (1.888), Papus (1.889) e Arthur Edward Waite (1.910). Então, a partir do século XX,
todos os esotéricos e exotéricos começaram a estudar seu simbolismo.
Uma outra observação a ser feita é que nunca ninguém foi condenado pela Inquisição (1.231 – 1.834) por utilizar as
cartas do tarot, pois a Igreja nunca o proibiu. Somente no século XX a Igreja fez sua oposição oficial à utilização do
jogo de cartas como forma adivinhatória para os devotos, decisão que também adota em relação a oráculos diversos
(astrologia, numerologia, quirologia). As proibições que existiram foram somente em relação aos seus clérigos, pois não
podiam jogar cartas ou ter qualquer outro tipo de distração profana – gamão, xadrez, tetractis, dança, música popular;
até aí, nenhuma novidade, pois o sacerdócio impõe sacrifícios à carne.
QUESTIONÁRIO
Com o conhecimento que você possui hoje acerca do tarot, disserte sobre a frase seguinte de Sheldon Kopp e
relacione-a sobre a arte de oracular: “De cabeça para baixo, vejo o mundo com outros olhos”.
Classificação
QUESTIONÁRIO
“Nada tem qualquer poder sobre mim, exceto aquilo que o recebe de mim, através dos meus pensamentos
conscientes.” Baseado nessa frase de Anthony Robbins você acha que se não realizarmos uma consulta com um oráculo
algumas situações podem nunca acontecer? Exemplo: é dito para um consulente que ele poderá sofrer um acidente e por
causa disso ele fica tão preocupado que lança várias vezes essa preocupação que algo ocorra para o Universo como se
fosse algo real e, assim, como semelhante atrai semelhante, ele próprio atrairá para si o acidente previsto. Ou, se este
consulente nunca tiver realizado uma consulta de tarot, como ele não saberá do acidente, ele não lançará essa energia
para o Universo e, portanto, nada irá acontecer, com a ressalva de que o tarot fala do que irá acontecer baseado nas
escolhas atuais da pessoa. Qual a sua opinião a respeito? Discorra sobre em no mínimo 8 linhas.
O que é o Tarot?
Embora todos os oráculos levem ao autoconhecimento, no aspecto da consulta eles se subdividem e se qualificam
para determinadas áreas da vida. É comum pensar que um jogo de tarot responderá a tudo e que todos os outros
funcionarão para qualquer coisa... Errado! Cada oráculo tem seu limite de atuação, e sob um aspecto generalizado
podemos classificar da seguinte forma:
1) Qualidades do Ser – Os oráculos deste conjunto analisam a tendência da vida sem considerar o livre-arbítrio;
expressam a potencialidade dos eventos, mas não determinam qual a reação do indivíduo perante o fato em si –
astrologia, numerologia, q uiromancia, fisiognomonia. Eles respondem pergunta abstratas e subjetivas no
tempo-espaço.
2) Qualidades do Estar – Os oráculos deste outro conjunto analisam a condição humana sem levar em conta a
tendência da vida; expressam a potencialidade dos eventos levando em consideração o estado do indivíduo
perante o fato em si – tarot, cartas ciganas, I-Ching, runas, geomancia, cafeimancia. Eles respondem perguntas
objetivas e definidas na alma humana.
O tarot pode ser usado como uma ferramenta para orientação pessoal ou para o autoconhecimento, respondendo com
eficácia a tudo o que for tangível, vivenciado ou planejado; as cartas não servem a especulações.
Cada carta do tarot é denominada Arcano, que significa: mistério, segredo. O tarot é constituído de 78 arcanos que
estão divididos em dois conjuntos com estruturas distintas: 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores – o simbolismo é
baseado no princípio do macrocosmo (arcanos maiores) e microcosmo (arcanos menores).
Os 22 arcanos maiores: compreende 21 cartas
numeradas e mais uma carta sem numeração. Os
arcanos têm nomes distintos uns dos outros e funções
diferentes. Os arcanos maiores se reportam à mente
abstrata, ao mundo subjetivo e se relacionam com a
formação da Vida, a energia ou o potencial de uma
situação. Há sempre uma tendência generalizada nestes
arcanos.
Os 56 arcanos menores: compreende quatro conjuntos
– Ouros, Espadas, Copas, Paus – que denominamos
“naipes”. Cada naipe contém 14 cartas: dez cartas
numeradas (Ás – ou 1 – a 10) e quatro cartas da corte
(Pajem, Cavaleiro, Rainha, Rei). Seu conjunto é
estruturado com símbolos sinalizadores, caracterizando-
se pela simplicidade ornamental. Os arcanos menores se
lançam à mente racional, ao mundo do objeto, e se
relacionam com a manifestação da Forma (da Vida), a
realização do potencial. Há sempre uma projeção efetiva
nestes arcanos.
Podemos realizar uma consulta utilizando somente os arcanos
maiores, porém haverá sempre uma tendência aproximada dos fatos, nunca a revelação ou a certeza absoluta. Os arcanos
maiores norteiam melhor as orientações psíquicas e os avanços de situações existentes. Entretanto, não podemos utilizar
unicamente os arcanos menores, pois eles dependem da direção dos arcanos maiores, pois trabalham em conjunto.
Quando utilizamos os dois numa consulta, temos um orientação precisa e objetiva de uma situação.
Como disse anteriormente, tarot é tarot, mas o simbolismo que descreverei posteriormente pertence ao Tarot de
Marselha.
REFLEXÃO
“Se não houver frutos valeu a beleza das flores; se não houver flores valeu a sombra das folhas; se não houver folhas,
valeu a intenção da semente.” – Henfil
Caso você decida seguir o caminho do tarólogo, não desanime quando prestar uma consulta e der um conselho e o
consulente não seguir a orientação dada, principalmente se for uma pessoa próxima a você. O importante foi a intenção
que você colocou ao tentar ajudar a pessoa, visto que o consulente é quem sempre decidirá qual caminho seguir.
Lembrando que o consulente pode não seguir o conselho por estar seguindo, às vezes sem saber, sua própria Lenda
Pessoal.
22 Arcanos Maiores
Número do arcano Nome comum Atributo Principal
1 O Mago Aspirar
2 A Sacerdotisa Analisar
3 A Imperatriz Desenvolver
4 O Imperador Controlar
5 O Sacerdote Disciplinar
6 O Enamorado Escolher
7 O Carro Direcionar
8 A Justiça Ajustar
9 O Eremita Pesquisar
10 A Roda da Fortuna Alterar
11 A Força Dominar
12 O Pendurado Resignar
13 A Morte Modificar
14 A Temperança Reconciliar
15 O Diabo Desejar
16 A Torre Dissolver
17 A Estrela Harmonizar
18 A Lua Expandir
19 O Sol Triunfar
20 O Julgamento Transcender
21 O Mundo Progredir
Sem número O Louco Revolucionar
56 Arcanos Menores
Naipe Nome ou numeração Atributo Principal
Pajem Especulação
Cavaleiro Praticidade
Corte
Rainha Preservação
Rei Sucesso
Ás Realização
2 Impasse
3 Crescimento
Ouros
4 Retensão
5 Prejuízo
Numerados
6 Opção
7 Expansão
8 Oportunidade
9 Recomeço
10 Êxito
Espadas Pajem Intrigas
Cavaleiro Ímpeto
Corte
Rainha Obsessão
Rei Vitória
Numerados Ás Ação
2 Discórdia
3 Decepção
4 Inércia
5 Desperdício
6 Negligência
7 Cautela
8 Perigo
9 Sofrimento
10 Finalização
Pajem Confiança
Cavaleiro Volubilidade
Corte
Rainha Dissimulação
Rei Progresso
Ás Felicidade
2 União
3 Resolução
Copas
4 Insatisfação
5 Frustração
Numerados
6 Lamentação
7 Devaneio
8 Fracasso
9 Soluções
10 Plenitude
Pajem Sinceridade
Cavaleiro Ousadia
Corte
Rainha Virtude
Rei Produtividade
Ás Fertilidade
2 Reflexão
3 Inovação
Paus
4 Harmonia
5 Recuperação
Numerados
6 Benefício
7 Vantagem
8 Término
9 Obstáculo
10 Recomeço
QUESTIONÁRIO
É melhor manter-se puro e reluzente; você é a janela pela qual deverá ver o mundo. - George Bernard Shaw
De que forma podemos relacionar esta frase ao Tarot e aos caminhos iniciáticos da Bruxaria?
Conforme estudado anteriormente, cada arcano maior contém quatro manifestações e cada arcano menor tem apenas
uma, sendo isso uma interação dos quatro elementos: Terra, Ar, Água e Fogo. Os quatro elementos são uma fórmula
esotérica muito antiga que se reporta aos quatro planos do universo humano: material, mental/verbal, sentimental e
espiritual; os elementos são como um alicerce no estudo e na aplicação do tarot.
Aprender o significado de cada carta é fácil, a grande dificuldade ocorre no momento de uma consulta: o que falar?
O segredo se encontra na compreensão dos quatro elementos. Você aprenderá uma série de significados para cada carta,
portanto, é importante classificar cada significado em relação a cada elemento, pois no momento de uma consulta
somente um dos elementos irá se manifestar. E como irá descobrir o elemento? Através da pergunta ou do significado
da cada do jogo. Toda situação humana pode ser classificada de acordo com os quatro elementos. Se perguntar sobre a
compra do carro, qual é o elemento? Terra – material. Então, a resposta só deve expressar o significado material do
arcano maior. É possível perceber, também, que nos arcanos maiores uma mesma carta é muito favorável num
determinado plano e desfavorável em outro. Contudo, nenhum arcano é bom ou mau, a pergunta ou situação é que o
classificará.
Estudamos que o arcano menor é uma manifestação do maior, certo? Então, o arcano menor mostrará de que forma a
situação principal (elemento do arcano maior) irá se manifestar (elemento do arcano menor). Vejamos um exemplo:
uma pergunta material deve ser conectada com o plano material do arcano maior e relacionado com o elemento do naipe
arcano menor; assim, se sair o naipe de copas, primeiramente, indicará que a matéria está sendo desejada; se sair um
naipe de ouros, primeiramente, se trata de uma indicação de que a matéria se concluirá.
Vejamos a tabela abaixo que demonstra o campo de ação de cada elemento:
Quatro Elementos
Terra Ar Água Fogo
Material Mental/Verbal Sentimental Espiritual
Este elemento se refere Este elemento se refere a Este elemento se refere a Este elemento se refere a
a tudo o que é tangível, tudo o que é tudo o que é sonho, tudo o que é compreendido
sentido e obtido pelo racionalizado, pensado e esperança e aspiração da e aceito pela
físico. direcionado pela ação e alma. transcendência e que
pela expressão. Verbo: ESTAR evolui por meio dela.
Verbo: TER Verbo: SER Verbo: FICAR
Corpo Alma/Psique Alma/Emoção Espírito
Forma Ideia Sonho Inspiração/Conceito
Realização Planejamento Desejo Aspiração
Conclusão Elaboração/Elaboração Criatividade Perfeição/Intuição
Dinheiro Ambição Vaidade Filantropia
Trabalho Profissão Habilidade Dom
Posse Ciúme Paixão Compaixão/Serenidade
Limitação Egoísmo Orgulho Harmonia/Fraternidade
Namoro Intenção Sedução Compreensão/Inspiração
Destruição Vingança Amargura Perdão
Casamento Relacionamento Amor Paz/Harmonia
Saúde Física Saúde Mental Saúde Emocional Saúde Espiritual
Naipe de Ouros Naipe de Espadas Naipe de Copas Naipe de Paus
QUESTIONÁRIO
Saber não é suficiente, temos de aplicar o conhecimento. Querer não é suficiente, temos de agir. – Johann Von
Goethe
Elabore um texto de no mínimo 10 linhas relacionando a frase acima com a arte de oracular (independente do oráculo).
Embora haja uma quantidade maior de cartas nos arcanos menores, ela é mais rápida e simples de ser aprendida.
Podemos dizer que existem apenas três conjuntos simbólicos interligados que formam os arcanos menores
[4x(4+10)=56], ou seja, os naipes (4) multiplicados pelas figuras da corte (4) e somados aos números (10) resultam no
número de arcanos menores (56) – enquanto cada carta dos arcanos maiores tem símbolos específicos (22).
Os quatro elementos são o pano de fundo dos arcanos menores, que denominamos de naipes. Eles representam
degraus evolutivos numa escala de aprendizados. Em sua estrutura básica, podemos classificar os naipes da seguinte
forma:
Ouros= Material / Primeiro degrau da evolução: praticidade, poder, controle, realização, eu.
Espadas= Mental / Segundo degrau da evolução: diretriz, conceitos, expressão, metas, eu.
Copas= Sentimental / Terceiro degrau da evolução: desejo, impulso, magnetismo, anseio, eu.
Paus= Espiritual / Quatro degrau da evolução: compreensão, força interior, reciprocidade, harmonia, nós.
Asa figuras da corte são comuns aos quatro naipes. Elas representam estágios intermediários entre a força do arcano
maior (ideais) e a formação dos arcanos menores numerados (realização). Em sua estrutura básica, podemos classificar
as figuras da seguinte forma:
Pajens= Caminho da Aspiração: energia, abundância, dedicação, praticidade.
Cavaleiros= Caminho da Vontade: confiança, persistência, habilidade, idealismo.
Rainhas= Caminho do Objetivo: experiência, poder, preservação, matriarcado.
Rei= Caminho da Realização: realização, produção, dominação, patriarcado.
Os numerados também são comuns aos quatro naipes. Eles simbolizam a trajetória de uma ideia, ato, realização;
contudo, assim como a corte, em cada naipe o número representa um passo do estágio para a reta final. Em sua estrutura
básica, podemos classificá-los da seguinte forma:
1. Início= vitalidade, iniciativa, unidade, princípio.
2. Reflexão= dualidade, harmonia, impasse, estudo.
3. Difusão= equilíbrio, movimento, estruturação, projeção.
4. Estabilidade= estagnação, garantia, controle, posse.
5. Renovação= agitação, instabilidade, insegurança, inverdade.
6. Alteração= opção, fragilidade, hesitação.
7. Progresso= florescimento, profundidade, inventividade, desejo.
8. Regeneração= metamorfose, esforço, obstáculos, reformulação.
9. Desenvolvimento= expectativa, recompensa, adiamento.
10. Realização= êxito, prosperidade, evolução, poder.
REFLEXÃO
Provavelmente se passaram muitas vidas antes de chegarmos a uma conjunção tão auspiciosa de condições
favoráveis ao progresso no caminho de um estado mais elevado de ser.
O Dalai Lama
CAMINHO DA VONTADE
Para entendermos a estrutura circular dos arcanos maiores devemos dividir os 22 arcanos em seis grupos. O primeiro
conjunto dos arcanos maiores é chamado de Caminho da Vontade e terão a mesma tônica, ou seja, a de criar a sua
própria vida, valores, realizações; porém, cada um terá uma forma diferente de expressar a sua vontade. Este caminho é
composto pelos arcanos 1, 2, 3, 4 e 5.
Neste caminho, todos os arcanos expressam o livre-arbítrio, o desejo e as escolhas pessoais para sermos felizes. Esse
grupo de cartas não se reporta ao karma ou destino, somente ao único desejo pessoal, que pode estar voltado para
aquisição, relação, crescimento e/ou manipulação. Todas cartas desse grupo se referem ao momento em que desejamos
algo: namorar, casar, separar, ir ao supermercado ou ao cinema, comprar uma calça, buscar uma nova religião, aprender
a jogar o tarot; enfim, são tantas coisas que desejamos, não é verdade? No Caminho da Vontade, todos os arcanos
acenam com possibilidades, mas nenhum garante efetivação imediata, sempre há a questão da temporalidade e da
dependência de terceiros para a realização final.
REFLEXÃO
Saiba que todas as manifestações são como um sonho; projeções ilusórias de sua mente. Sem agarrar nada, além de
todos os conceitos, descanse na sabedoria da pura consciência.
Tsele Antsok Rangdrol
Arcano I, O Mago
*Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
O Mago, também chamado por alguns autores como O Saltimbanco
ou O Mágico, representa o princípio, o início da concretização de uma
vontade, a ação que leva a uma concretização. Somos nós agindo de
acordo com a nossa vontade primeira. Essa é a idéia primeira do
arcano um, o que explicaria, inclusive, O Mago ser o primeiro arcano.
O um simboliza tudo o que vem primeiro, a independência, a
liderança, a iniciativa, o vanguardista, o pioneirismo em qualquer área
da vida, a capacidade de pensar e realizar.
O Mago é O Louco maduro para alguns, aquele que já detém
algum conhecimento, mas que não sabe de toda a sua potencialidade,
aquele que está no início de alguma etapa.
É o aprendiz, o estudante, o candidato, o iniciante, o neófito com
muito potencial que poderá tornar-se um dia O Hierofante, o mestre, o
sacerdote, o superior hierárquico, o chefe, o conselheiro.
Num sentido mais espiritual, O Mago é aquele que possui aptidões
para lidar com os elementos (ar, fogo, terra e água). Nesse mesmo
sentido, O Mago sabe criar através da manipulação dos elementos,
mas não sabe por que faz isso e nem para que faz isso. Talvez falte no
Mago um pouco de maturidade, compreensão e vivência para
conhecer os mistérios espirituais.
No mundo dito profano, ou seja, no mundo material, podemos pensar no universitário recém formado (ou até aquele
que ainda está se graduando) que é dedicado, que é estudioso, que conhece bem aquilo que seus professores lhe
ensinaram, mas que ainda não possui vivência prática de seu ofício. É com certeza um profissional em potencial que
poderá se tornar um grande líder, um grande mestre, mas ainda está no início de seu caminho. Talvez possa ser até um
pouco arrogante... Mas isso é por que ele ainda está aprendendo.
No Tarô Mitológico, e também em outros baralhos, a figura mitológica atribuída a esse arcano é Hermes, Mercúrio, o
mensageiro dos Deuses, o portador do Caduceu. Crowley chama O Mago de o portador do bastão, que é o símbolo do
poder mágico. É com o bastão que o mago cria, dá forma no mundo material. Para os autores do Tarô Mitológico, O
Mago representa o mestre espiritual. Para mim, mestre espiritual é O Hierofante. O Mago seria, portanto, o aspirante,
aquele que um dia poderá ser o mestre: O Hierofante. No Mago temos a primeira iniciativa que nos levará ao
Hierofante, buscamos no Mago a independência espiritual, nos tornando mestres de nós mesmos em muitos aspectos,
ainda que ainda sejamos aprendizes de alguém.
Em boa parte dos tarôs, O Mago possui um chapéu em forma de oito deitado (lemniscata) que é o símbolo do infinito
e do conhecimento esotérico. A mão esquerda do Mago está direcionada para o alto e a mão direito para o chão. Isso
significa que O Mago conhece a máxima "em cima, como embaixo", de Hermes Trismegisto. Desta forma, O Mago
conhece certas leis e faz uso delas para concretizar sua vontade. A mão erguida segura o bastão, símbolo do poder ativo,
do princípio masculino, o fogo. Sobre a mesa podemos ver os símbolos dos outros três elementos dispostos. A Taça,
símbolo da água, princípio feminino, aquele que mantém a forma, o amor, a beleza; a espada, símbolo do ar, da mente,
do astral, da transformação, da ousadia, o masculino; e a terra, símbolo da matéria, da posse, do feminino. Há também
uma tulipa aos pés do Mago (em outras representações verde grama) que significa o início das atividades do Mago, a
iniciação.
*Compilado de textos sobre O Mago
Nós tarôs clássicos e modernos, revela um jovem em pé (símbolo do vigor e das aspirações) lidando habilmente com
as mãos (símbolo de atitudes pessoais) absorvendo toda a energia criativa universal com seu valioso bastão (símbolo do
poder mágico) para emaná-la no plano real e prático (simbolizado pela mesa). Sobre sua cabeça está a lemniscata, ou
um chapéu (símbolo do infinito e de todas as possibilidades do universo) mas será que tudo isso se encontra em sua
mente? O Mago, para criar seu intento – o tarot -, sua obra, sua vida, seu projeto, se utiliza de todas as possibilidades do
mundo, simbolizadas pela forma mais rudimentar dos quatro elementos, que irão se manifestar em sua forma mais
primorosa no arcano 21, O Mundo:
Moeda, pentáculo, dados, pedra ou um touro = elemento Terra: material, bens, posses (realização prática);
Espada, faca, lança, machado ou um anjo = elemento Ar: mental, metas, planejamento (realização egoísta);
Taça, copo, jarra, cabaça ou uma águia = elemento Água: sentimental, desejo, intuição (realização vaidosa);
Bastão, vareta, caldeirão, raios ou um leão = elemento Fogo: espiritual, aspiração, harmonia (realização
perfeita).
O Mago aponta o céu com uma mão e a terra com a outra, dizendo que o homem deve refletir a vontade divina e
também fala do antigo aforismo: assim em cima como embaixo. Em alguns baralhos, seu cinto é uma cobra que morde a
própria cauda, outro arquétipo da eternidade.
Todo o simbolismo desse arcano gera um grande número de possibilidades, muito
trabalho, intenso livre-arbítrio, grande criatividade, mas pouquíssima conclusão.
Indica sempre o início de qualquer atividade: trabalho, namoro, relação, estudo,
compra, vendas, crenças. Na interpretação divinatória, pode significar que um novo
fato vai ocorrer na vida do consulente, e que circunstâncias materiais virão em favor
do mesmo. Pode significar também um encontro com um homem jovem, tanto para o
homem como para a mulher. Como a carta tem um sentido de ilusão, é bom ficar
atento às cartas a sua volta, pois o Mago é uma das cartas que mais influência recebe
das outras. Recomenda fé, trabalho, esforço e o uso do poder do raciocínio para
resolver algum problema. É uma carta que prediz muito trabalho pela frente.
1) MATERIAL = negociação, promessa, habilidade, possibilidade, especulação
pueril e frágil.
2) MENTAL / VERBAL = criatividade, nova idéia, pesquisa rápida, plano
inovador.
3) SENTIMENTAL = expectativa, vontade, aspiração, desejo frágil, atração
efêmera.
4) ESPIRITUAL = nova filosofia, busca de estudo transcendental, iniciação
mística.
Advertência para os quatro planos = não dispersar, crer em si, analisar os
fatos.
Em casa de conselho = ser criativo, flexível e buscar novos projetos.
Em casa negativa = desânimo, inércia, mexerico, falta de escrúpulos, a
exploração do outro, a timidez, indecisão, vacilação que pode fazer o consulente perder algo que quer muito,
intriga.
Representação abstrata = inteligência, autoconfiança, habilidade, presença de espírito, diplomacia, iniciativa,
vontade, luta, coragem, controle da situação, espírito competitivo.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO
Para o exercício de conexão com O Mago, você precisará de símbolos dos 4 elementos: uma taça com água dentro,
incenso (de preferência de lavanda), uma vela vermelha e um punhado de terra (ou sal).
Os símbolos deverão ficar nos pontos cardeais. Se você tem familiaridade com a correspondência tradicional dos
elementos nos quadrantes, disponha dessa forma. Se, ao contrário, você utiliza outro tipo de correspondência, faça do
seu modo. Para aqueles que não têm nenhuma vivência com a Bruxaria, pode seguir o modo como eu disponho os
elementos nos quadrantes: ar fica no leste, água no oeste, terra fica no sul e fogo no norte.
Coloque todos os símbolos no chão, numa distância que caiba você no meio deles, deitado com as pernas e braços
esticados e abertos (formando um pentagrama). Escolha uma música que te induza ao transe (som de tambor é
excelente). Acenda a vela e o incenso e deite-se. Relaxe sua mente.
Após sentir-se plenamente relaxado, veja em sua tela mental o número 1 na cor branca, a cor do ar. Retenha essa
imagem por alguns segundos. Em seguida veja o número 1 branco balançando numa rajada de vento ou numa brisa.
Retenha essa imagem e então diga em voz alta: eu sou ar. Pense por alguns segundos em sua mente, seus pensamentos e
então relaxe novamente.
Após sentir-se plenamente relaxado, veja em sua tela mental o número 1 na cor vermelha, a cor do fogo. Retenha
essa imagem por alguns segundos. Em seguida veja o número 1 vermelho ardendo em chamas. Retenha essa imagem e
então diga em voz alta: eu sou fogo. Pense por alguns segundos em seu espírito e então relaxe.
Após sentir-se plenamente relaxado, visualize o número 1 agora na cor azul, cor da água. Retenha essa imagem por
alguns segundos. Em seguida veja o mesmo número 1 azul dentro de uma taça cheia de água. Retenha essa imagem por
alguns segundos.
Diga em voz alta: eu sou água. Pense em suas emoções por alguns segundos e então relaxe.
Após sentir-se plenamente relaxado, veja em sua tela mental o número 1 na cor marrom, a cor da terra. Retenha essa
imagem por alguns segundos. Em seguida veja o número 1 marrom junto a um punhado de terra (ou sal). Retenha essa
imagem e então diga em voz alta: eu sou terra. Pense em seu corpo físico por alguns segundos e então relaxe.
Em seguida, visualize-se como sendo O Mago do tarô. Visualize-se dentro da carta do Mago, veja-se tocando os 4
elementos e sinta como você consegue manipulá-los bem. Então visualize o símbolo do infinito por alguns segundos.
Abra os olhos e vagarosamente sente-se.
Reflita por alguns instantes sobre o significado do Mago e encerre o exercício.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma idéia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porque.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
9. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 1 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção.
O MAGO – EXTRAS
Poesia
Uma faca apontada para meu peito. Vejo uma mulher em toda majestade
e poder me olhando com seus olhos de coruja que parecem enxergar o
fundo da minha alma. Ela me questiona: “Quem é este que se encontra no
limiar do templo dos Antigos? O lugar que não é lugar num tempo que não
é tempo.”. Eu digo: “Sou aquele que vem puro de coração para encontrar a
luz da verdade.” Ela continua com seu olhar penetrante e questiona: “E
como você vem a este local?” Eu respondo: “Em perfeito amor e em
perfeita confiança para celebrar os Antigos!” Ela sorri com minha resposta e
retira a lâmina do meu peito. Uma faca com cabo preto.
Agora, sem a lâmina da ameaça de morte por se achegar num local
sagrado agredindo meu peito, esta mulher me abraça como se eu fosse
alguém que não via há muito tempo e que está feliz em ver meu retorno.
Abraço ela e sinto uma energia ancestral nos envolver. Ela se afasta e pega
um pote que exala uma fumaça com cheiro de artemísia e sálvia e passa por
todo meu corpo. Depois pega uma vela violeta e faz o mesmo, assim como
também com uma taça cheia de água cristalina e um cristal com inúmeras
pontas. Durante todo o processo percebo que fico mais sereno, mais
centrado e, posso até dizer, mais puro. Sinto uma estranha leveza, como se
minha alma alcançasse as mais elevadas alturas. Mas ainda assim, meu coração bate fortemente e num ritmo acelerado.
É estranha essa sensação de calma enérgica que sinto. Então, sem esperar que essa exaltação diminuísse, uma venda é
posta em meus olhos.
Ela me convida a adentrar o círculo de pedras que é o ponto que separa este mundo do mundo dos Antigos. E,
quando o faço, tudo o que imaginei ser este mundo se quebra e toda minha imaginação é ínfima, sendo praticamente
impossível descrever a forma sem geometria deste local. Estava frio lá fora. Aqui a energia é quente e aconchegante.
Durante algum tempo que não saberia descrever se foram minutos ou eras que se passaram, fico a esperar nova
orientação, mas o que recebo é uma ordem: “Faça o juramento!” Eu faço. Depois outra ordem: “Repita perante os
Antigos o que você diz ter vindo fazer aqui. Qual seu objetivo?” Eu digo. A venda é retirada.
Ainda tento expressar aquele momento e compará-lo antes de tê-lo vivido. Antes de entrar no Círculo, lá fora, me
sentia cego e surdo. Dentro, posso ver mil formas diferentes com matizes e cores nunca antes sonhadas nos meus
maiores devaneios e ouço. Ah, como ouço. Canções, como se milhares de eras entoassem numa só afinação de coros e
solos ao mesmo tempo toda a sabedoria universal. Enquanto isso ocorre, o silêncio de minha alma é ainda maior e é
como se se encaixasse tão perfeitamente com a sinfonia de sons que poderia deixar de existir naquele momento e ainda
assim ficaria arrependido, pois não teria visto tudo o que este mundo poderia me proporcionar. Porém, a maior alegria
foi quando pousei meus olhos neles. Aqueles aos quais somente ouvia falar. Aqueles aos quais estava buscando
conhecer e me aproximar. Aqueles que me guiam e me protegem. O esplendor era imenso e caí de joelhos em
veneração. Eles me puseram de pé e me disseram: “Você não é nosso escravo e nem nosso servo. Você é nosso amigo.
Sou sua mãe e seu pai. Seu filho e todos seus outros parentes. Sou a árvore que doa seu fruto, a terra que você pisa, a
brisa que toca seu rosto e a caverna que te serve de abrigo na tempestade. Sou tudo e sou nada. Assim como você.
Somos iguais. Venha celebrar conosco! Você agora é um Iniciado.”
Mesmo se tivesse consciência do início e fim, o tempo que passei com Eles teria sido ainda maior e mais rico aos
meus olhos. Mas, devo voltar para a dimensão da qual vim, pois tudo tem sem tempo, mesmo que este não exista e seja
arbitrário. Então, eles se foram assim como a magia que envolvia toda essa outra dimensão e tudo se tornou mais real.
Ou deveria dizer mais irreal? Entretanto, sinto a presença deles como se não tivessem ido, pois aprendi que eles sempre
estarão comigo, até que a última folha caia e o inverno chegue ao mundo. Eles estarão dentro de mim.
Olho para o centro do Círculo e vejo uma mesa com alguns objetos e a mulher que havia me conduzido me olhando
ternamente. Uma sacerdotisa. Ela diz: “Vamos finalizar a operação. Devo agora repassar a você todo o conhecimento
necessário. Mas mantenha o segredo. E não o revele a qualquer um. Somente aos puros de coração que vem sem nada,
somente com suas trouxas de conhecimento e experiência, que é a única coisa que podem levar e trazer deste e de outros
mundos. Revele o conhecimento somente aos que disseram as palavras corretas. Venha aprender a ser 1 + 1. Venha
aprender a ser A Sacerdotisa...”
*Texto por Dallan Chantal
Canções que retratam O Mago
The Wizard, Black Sabbath - http://www.youtube.com/watch?v=XKQ5jhtFypg
Wishmaster, Nightwish - http://www.youtube.com/watch?v=KqUX70mle_s
REFLEXÃO
Um índio Charokee falou a seu neto sobre uma batalha que se desenrolava dentro de si:
“Meu filho”, disse ele, “a vida é vivida entre dois lobos. Um é cheio de ira, inveja, dor, autopiedade, inferioridade e
superioridade. O outro é pleno é pleno de alegria, paz, esperança, humildade, bondade e fé.”
O neto perguntou ao avô: “Qual lobo vence?”
O velho simplesmente respondeu: “O que eu alimento”.
Corpo em equilíbrio, Nancy Mellon, Editora Cultrix
CAMINHO DO LIVRE-ARBÍTRIO
Todos os arcanos do Caminho da Vontade irão se manifestar nesta fase, decidindo qual a melhor forma de continuar
com os objetivos, como ou quando realizar a vontade: temos nosso desejo manifestado e a escolha final determinará um
resultado irreversível. O Caminho do Livre-Arbítrio se refere somente ao arcano 6, O Enamorado. Observe que não
existe símbolo de poder pessoal como os do Caminho da Vontade, somente figuras em pé – fixas novamente – com o
mesmo estilo de roupa e um cupido, ou Eros, acima deles. Neste caminho, por exemplo, estamos decidindo com quem
ficar, para qual universidade faremos vestibular, qual a marca e cor do carro a ser comprado, como ajudar a família, a
que horas falaremos com um amigo. O tempo futuro nos arcanos do Caminho da Vontade (irei adquirir) tornou presente
a possibilidade de realizar o desejo (estou adquirindo). A partir de nossa escolha, os resultados poderão ser positivos ou
negativos; portanto, a partir do Caminho do Livre-Arbítrio surgirão três possibilidades: se acertar seguirá pelo Caminho
do Prazer, errando transitará pelo Caminho da Dor e tendo experiência irá optar pelo Caminho da Esperança.
QUESTIONÁRIO
Com o ritual nós atraímos o que é sagrado. O ritual é a chave que não se deve extinguir. – Choistina Baldwin
Que tipo de sagrado é atraído para nossa vida através de um ritual e que tipo de conexão isso com tem a ver com nossas
decisões?
REFLEXÃO
Seja lá o que você possa fazer, ou sonhe que pode, comece. A ousadia tem feito, poder e magia dentro de si. –
Goethe
CAMINHO DO PRAZER
O Caminho do Prazer é representado por: arcano 7 (O Carro), arcano 8 (A Justiça), arcano 9 (O Eremita), arcano 10
(A Roda da Fortuna), arcano 11 (A Força). Observe que o primeiro arcano que caminha contém os mesmos símbolos de
poder dos arcanos do Caminho da Vontade – cetro, coroa, roupas, luxo, status; porém, enquanto os primeiros arcanos
estavam estáticos, agora encontramos um movimento: as escolhas do arcano 6 (Caminho do Livre-Arbítrio) foram
direcionados e são realizadas na temporalidade presente, imediatamente. Os possíveis percalços são conhecidos e
transpostos; nada impedirá a conclusão e as possíveis mudanças serão contornadas. Contudo, toda realização é
acompanhada de responsabilidade pessoal e/ou social e de sua manutenção, apesar dos percalços ao longo do tempo.
O que se processa quando compramos um carro? Ficamos felizes quando o adquirimos. Mas... e depois? Temos a
responsabilidade de colocar combustível, cuidar do motor, lavar, limpar. E quando ocorre um defeito, não ficamos
aborrecidos? Consertamos e voltamos a ficar satisfeitos. Não é uma alegria imensa sermos admitidos numa
universidade? Sim! Mas para adquirirmos o diploma, temos que estudar muitos anos! Não é difícil a labuta com o
estudo? Sim! Porém, ultrapassamos todos os obstáculos dos exames porque queremos manter nosso prazer: nos
tornarmos profissionais!
REFLEXÃO
Nunca discuta, você não convencerá ninguém. As opiniões são como pregos: quanto mais martelados, mais se
enterram. – Alexander Dumas
O EREMITA – EXTRAS
Comentários
O Eremita... Aquele que busca sabedoria... O homem que é sábio! Sempre em
seu silêncio a meditar... O que será que pensa? Em que mundo se encontra?
Figura de grande poder... Poder de entrar dentro de si e buscar o
autoconhecimento... Poder de passar seus conhecimentos adiante. Um ótimo
conselheiro para quem busca orientação de um ser dotado de inteligência!
Ancião que por muitas coisas já passou na vida e tem a experiência para falar
de tudo que viu, sentiu e viveu nesta vida. Quem sabe se não possui também a
experiência de outras vidas em sua memória? Pode ser que suas meditações o
tenha feito conectar-se com forças além de nossa compreensão! Pode ter um link direto com os deuses e seus
ancestrais... Enfim, alguém com quem se pode conversar e confiar em seus sábios conselhos!
Andreia - Sibilando
Ele representa a passagem do tempo. Tudo o que aprendemos, negamos, fingimos esquecer. Ele traz tudo à tona quando
ficamos sozinhos com o silêncio. As respostas que procuramos estão dentro de nós e tudo o que o Eremita faz é nos
mostrar isso. Ele nos mostra que as respostas não estão lá fora e sim dentro de nós. Isso significa que temos que nos
isolar por um tempo, procurar essas respostas com calma. Isolar-nos de outras pessoas físicas. Ouvir a voz do tempo, de
nossos antepassados e deixarmo-nos guiar através de nossas lembranças. Carta no tarô de Marselha: Seus olhos atentos,
sua testa franzida. Ele olha e pensa. Calcula cada passo do caminho. Ele segura a lanterna e se apoia em um cajado. O
cajado representa suas experiências, os ancestrais. A dobra da sua capa forma uma meia lua. No Shadowscape: Os patos
selvagens que migram no inverno, sempre em direção ao calor, ao sol, à luz. Assim somos nós, sempre buscando
respostas. O arco em que ele está em pé parece um portal.
Sophie - Sibilando
Este arcano me dá uma paz profunda, mas percebi pelo que li, que temos que ter a consciência de que é necessário
meditarmos, mas sem se isolar por muito tempo, o cuidado para não sairmos da realidade em que vivemos, portanto a
paz que creio ser encontrada pela meditação e autoconhecimento deve ser usada como forma de vivermos de uma
maneira mais tranquila, buscando uma vida mais saudável e enriquecida. Que apesar de muitas vezes sermos vistos
como “LOUCOS” temos que ter a lucidez de sabermos nos conectar com os dois mundos.
Mirian – Sibilando
Canções que retratam O Eremita
Medo, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=znY5SSMaxhg
Querer Depois, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=AD6M7_aCYCQ
130 anos, Agridoce - http://www.youtube.com/watch?v=taysJhjoORA
Bom, como já disse certa vez, sou wiccana e percebo o tarô como um instrumento de
autoconhecimento perante o caminho iniciático. Muitas vezes, durante este caminho,
parece que os deuses nos deixam loucos... Bem no início, inclusive, percebe-se uma
mudança gigante de paradigmas: tudo parece virar de cabeça para baixo, muitas
informações são recebidas, você se dá conta de várias realidades! E aí, num momento, a
surpresa: não dói. Tudo aquieta e volta a revirar, indo e vindo, num ciclo de aprendizado
que não termina! Eu percebo estas mudanças como dádivas, que recebo de bom
grado. Ter certeza do caminho que se deseja seguir é aceitar também os desafios que ele
nos traz.
Aysel - Sibilando
Nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas. Ter esta consciência é
fundamental para a vida como um todo, afinal ninguém é capaz de deter a própria
evolução, ainda que ignore deliberadamente todos os movimentos contínuos da natureza
em seu próprio ser. Como assim? É preciso se ter a consciência de que um amor, um
amigo, uma mão estendida, um choro, uma alegria... Nada é para sempre. Até as coisas
que parecem "perdurar" não são, necessariamente, as 'mesmas' coisas se olharmos bem: elas mudam, evoluem,
transformam-se e se melhoram ao se modificarem... Nem a gente mesmo é "o mesmo" para sempre, pois repito: nada é
permanente, a não ser a própria impermanência das coisas. Esta consciência bem firmada traz a segurança de seguir a
vida aproveitando cada momento divino como dádiva dos céus. E, por definição, uma dádiva é algo que se recebe de
graça. Se você recebeu uma dádiva, aceite-a. Abra-se e receba as dádivas que a vida lhe traz, como o sol que nasce todos
os dias: ele sempre nasce e é sempre diferente. Da mesma forma
são as amizades que você (re)conheceu, os amores que
(re)encontrou, a família (de sangue ou não) que ganhou, os risos
e choros que já viveu... Seja o que é, viva bem, até quando for,
até quando tiver de ser.
Aysel - Sibilando
Um ponto que sempre penso ao me deparar com este arcano é no
destino versus o livre-arbítrio. O Destino é geralmente
concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos
relacionada a uma possível ordem cósmica. Portanto, segundo
essa concepção, o destino conduz a vida de acordo com uma
ordem natural, da qual nada que existe pode escapar. Concepção
antiga, é presente em algumas mitologias, como por exemplo, na
mitologia grega, através das Moiras, mas também em correntes
filosóficas, como é o caso do fatalismo. Livre-arbítrio é
basicamente a expressão usada para significar a vontade livre de
escolha, as decisões livres. Há termos sinônimos, também
usados para significá-lo, tais como liberum arbitrium, liberum
voluntatis arbitrium, libertas arbitrii, ou livre-alvedrio. O livre
arbítrio, que quer dizer, o juízo livre, é a capacidade de escolha
pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o
errado, conscientemente conhecidos. Ele é uma crença religiosa
ou uma proposta filosófica que defende que a pessoa tem o
poder de decidir suas ações e pensamentos segundo seu próprio
desejo e crença (fonte dos conceitos: Wikipédia). Com estes
conceitos vejo o Carro como o livre arbítrio (complementando a
questão anterior) e a Roda como destino. É aí que muitas vezes
quero brigar com a Roda (algo que não adianta mesmo rs), pois
creio que somos responsáveis por nossos atos e pelo o que nos
ocorre... mas não há como negar que há coisas que só acontecem
quando devem acontecer e outras que não ocorrem por mais que
se faça tudo para que aconteçam. A Roda da Fortuna, para mim,
é aquele direcionamento que os Deuses fazem em nossas vidas quando querem mexer com algum “palitinho” aqui na
Terra. Podemos não entender ou aceitar no momento que ocorrem, mas depois tudo faz um enorme sentido... somos
guiados em muitos momentos da vida.
Danielle - Sibilando
É muito interessante pensar na Roda da Fortuna, pois ela me faz lembrar vários ditados populares, como por exemplo:
“a vida dá voltas”, “aqui se faz, aqui se paga”, entre vários outros e o que percebo é que é uma grande verdade. Como é
saborosa a chance de ver alguém que lhe fez muita injustiça passar por situações de humilhação igual as que lhe fez
passar? Como é satisfatório ver aquele ex-namorado que tanto lhe fez sofrer, sofrer tanto quanto você por uma pessoa.
Mas, melhor que o sabor da desgraça alheia, é muito mais satisfatório e feliz quando somos gratificados com bênçãos
que não esperamos e que a vida nos dá simplesmente porque vivemos na retidão e na justiça. É muito mais emocionante
quando as coisas pequenas que recebemos superam as grandes perdas que fomos submetidos. Tudo é um ciclo, tudo
gira, tudo é a Roda... essa é a vida!!!
Josiane – Sibilando
Canções que retratam A Roda da Fortuna
Roda Viva, Chico Buarque - http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c
Meu Sapato Já Furou, Clara Nunes - http://www.youtube.com/watch?v=rBtulzDJ9EU
Como Uma Onda, Lulu Santos – http://www.youtube.com/watch?v=1mSFe5WzDec
Ar Move, Fogo Transforma - http://www.youtube.com/watch?v=K4TSeN2z6ng
A FORÇA – EXTRAS
Comentários
Citando Aniela Jaffé:
"Os instintos suprimidos e feridos são os perigos que ameaçam o homem civilizado: os impulsos não reprimidos são os
perigos que ameaçam o homem primitivo. Em ambos os casos o "animal" é alienado de sua verdadeira natureza; e para
ambos, a aceitação da alma animal é a condição da totalidade e de uma vida plenamente vivida. O homem primitivo
precisa domesticar o animal em si mesmo e fazer dele o seu companheiro útil; o homem civilizado precisa curar o
animal em si e torná-lo seu amigo”.
Não é fácil isso... Não acredito que haja alguém que não tenha sentido esta força em algum momento da vida, quando a
emoção nos subjuga e fazemos coisas que nos arrependemos depois, uma cólera incontrolável, uma paixão indomada,
um acesso se riso ou crise de choro que nos paralisa diante de um choque ou medo. É frustrante depois vermos como
fomos dominados facilmente por esta força que, naquele momento, era incontrolável. Por isto a necessidade de conhecê-
la e sabermos lidar intimamente com ela, para não nos sentirmos como um animal movido pelo instinto. Reprimi-la,
escondê-la, negá-la, é deixá-la faminta, na primeira oportunidade ela vai aparecer... Se formos dotados de uma força de
vontade sublime, a fúria deste animal enjaulado pode aparecer sob a forma de uma doença, pois a mente não aguenta a
pressão que esta luta interna causa... Não ter o leão em nosso interior é ser um eterno fantoche, sem vontades, opiniões
ou nada que nos caracterize individualmente...
È... Não é fácil não...
Jussara - Sibilando
A Força não reside nos músculos e, sim, na mente – por isso a lemniscata na figura e na cabeça da mulher. O ser
humano se utiliza somente de aproximadamente 10% de sua capacidade cerebral e
alguns cientistas afirmam que se utilizássemos pelo menos 20% já seríamos capazes
de movimentar objetos pelo pensamento. Isso me faz pensar na pedra filosofal que
tinha por objetivo transformar chumbo em ouro, uma metáfora para a transformação
de uma mente ignorante em uma mente iluminada, o que me leva a pensar no
autoconhecimento. Como alguém que não conhece nada do mundo e nem de si
mesmo pode subjugar suas baixas paixões e evoluir? Não consigo ver essa
possibilidade. Realmente a chave máxima nesse arcano é o do autoconhecimento,
indo dele para a iluminação, partindo para a sedução de nossos vícios e “baixas
paixões” e, por último, entrando no estágio das realizações de nossos mais elevados
objetivos. “Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os Deuses”. Isso nunca
fez mais sentido. O que somos nós senão uma micro cópia do grande Universo e
uma micro cópia da Divindade?
Dallan Chantal - Sibilando
Quando li o texto que a Lua nos ofertou, lembrei-me daquele conto infantil “A Bela
e a Fera”, de como a doce donzela domina a temida Fera com sutileza e suavidade.
Fui além, lembrei-me de um conto sobre Baba Yaga que li certa vez, onde contava-
se que ela seria uma bela donzela que havia se casado com um feroz Urso, sendo ela a única pessoa do mundo que
conseguiria domar o terrível ser. Quantos monstros levamos dentro de nós? Como eles devastam as nossas vidas às
vezes? E por que isso acontece? Simples, não usamos A Força que temos em nós, usamos simplesmente a força, a raiva,
o medo, a frustração para combater e não compreender. Que vantagem levamos tendo essa atitude? Nenhuma, pois
apenas gastamos energia e sofremos, nos tornamos seres frios... Não podemos ver nossos monstros como inimigos e sim
como aliados. Temos que encontrar a
paixão e o amor que existe dentro de nós
para compreender o que tais monstros
querem nos ensinar. Coragem não é usar a
força para combater e sim usar o coração
para compreender.
Josyane Büll - Sibilando
A Força representa nossa capacidade de
lidar com nossas sombras. Quando
encaramos nossos defeitos e erros de frente
é hora de enfrenta-los e trabalhar para que
possamos nos equilibrar. É hora de
reconhecer o nosso lado que, no geral,
jogamos pra debaixo do tapete, ou não
costumamos admitir pra nós mesmos,
aquilo que representa de certa forma o
conteúdo inconsciente. Ter força para lidar
com aquilo que sempre negamos a nós
mesmos e que agora vemos diante de nós e
se torna uma fraqueza no nosso
desenvolvimento pessoal.
Aline B. - Sibilando
A Força pode se manifestar de muitas formas. Nem sempre a força mais eficiente é a bruta. Muitas vezes a força mental,
o magnetismo e o poder de convencer são mais úteis do que um braço forte e um punho apontado. Quem sabe se o que
precisamos domar não está no mundo, mas dentro de nós mesmos? Somos muito mais capazes de mudar nosso mundo
interior do que as milhares de pessoas no mundo lá fora. E quando tivermos força e coragem para isso (mudar a nós
mesmos, aceitar quem somos e sermos inteiros) o mundo todo vai conspirar a nosso favor.
Paola - Sibilando
Na minha opinião, o que a presença do lemniscata nesta carta nos quer revelar é que uma vez atingido a compreensão
desse arcano, conseguimos compreender o infinito de nosso próprio ser, ou seja... nossa alma (ou espírito, como tb
chamamos)... a imortalidade e a totalidade de quem somos se compreende quando nos amamos , quando nos
seduzimos... pois seduzir o nosso bicho é seduzir a nós mesmos. É uma grande chave de mistério. Essa é minha visão.
Lua Serena – Sibilando
Canções que retratam A Força
Pain, Three Days Grace (Atributos negativos) - https://www.youtube.com/watch?v=Ud4HuAzHEUc
Lithium, Evanescence (Atributos negativos) - https://www.youtube.com/watch?v=NnV8n0nQJHw
No More, Three Days Grace - https://www.youtube.com/watch?v=7qj8piDrxOI
REFLEXÃO
No fim de cada dia, ponha tudo de lado... Você fez o melhor que pode. Se houver erros e enganos, esqueça-os
imediatamente. Amanhã será um novo dia, comece-o bem e com serenidade. – Dale Carnegie
CAMINHO DA DOR
O Caminho da Dor transcorre por meio do arcano 12, O Pendurado; do arcano 13, A Morte; do arcano 14, A
Temperança; do arcano 15, O Diabo; e do arcano 16, A Torre. Observe que o primeiro arcano desse caminho não
contém símbolos de poder pessoal, como vimos nos arcanos anteriores, além disso, está em posição invertida,
pendurado, amarrado, impossibilitado. No último arcano, novamente vemos o homem em posição invertida, desta vez
sendo jogado ao chão, desamarrado e em meio a uma tempestade. Assim, a dor existe porque a vontade não está sendo
alimentada, o amor não é nutrido, o sonho não é realizado! Nesse caminho, vivemos nossa utopia, nosso orgulho, nossa
vaidade; diariamente nutrimos a dor da ilusão, da mudança, do tempo, da ambição, da perda. Existe um fino véu que
separa o sonho da ilusão, confundindo nossas aspirações com devaneios. Esses arcanos revelam que terceiros estão se
opondo ao nosso desejo, o que significa o próprio destino, o carma ou a vontade diferente dos outros. Como este
caminho pode ser acessado por duas vias distintas, fornecerei exemplos específicos de cada uma delas:
No resultado do Caminho do Prazer ao tentar manter tudo sob a mesma visão pessoal, não desejar acompanhar
as responsabilidades e o respeito ao próximo, terminarei por perder o controle sobre a realidade. Por exemplo:
contraí um matrimônio, mas quero manter uma vida de solteiro ou dominar o parceiro da forma exata como
desejo: “Tem que ser na minha cartilha!”. Conclusão: perda e dissolução! “Quero manter os filhos sob o jugo
familiar, escolhendo sua profissão, seus companheiros, seus amigos.” Conclusão: perda e abandono!
No resultado do Caminho do Livre-Arbítrio a minha escolha foi errada, a minha vontade não se realizará a
contento. Por exemplo: tive o desejo de comprar um carro, e mesmo verificando que não tenho com atender às
condições de pagamento, pretende continuar tentando a vida toda! Estava querendo namorar uma pessoa,
cortejei-a, mas não consegui conquista-la; porém, vou tentar mais vezes: “Essa pessoa vai ser minha de qualquer
jeito, não consigo esquecê-la!”
REFLEXÃO
Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito: um se chama “ontem” e o outro se chama “amanhã”.
Portanto “hoje” é o dia certo para amar, perdoar, acreditar, sorrir, fazer o que tem de ser feito... Hoje é o dia de viver. –
Dalai Lama
O PENDURADO – EXTRAS
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E assim...
Poema de Cesar
http://cmmarcondes.wordpress.com/2012/06/09/e-assim/
O grande barato da vida é olhar pra trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como
se a receita da felicidade fosse o AQUI e AGORA!
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o bolo sola, o pneu fura, chove demais. Mas... Pensa só: tem
graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de
uma discussão na ida pro trabalho? Tá certo, eu sei, Polyana é personagem de ficção, hiena come porcaria e ri, eu sei.
Não quero ser cega, burra ou dissimulada. Quero viver bem. 2009 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e
realizações, mas também cheio de problemas e desilusões... Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas... Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que
acabou... Normal. 2010 não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem
sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo pra todos nós é sabedoria, é que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência!
Que todos consigam perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por
um dia ruim. Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passa pra categoria três, a dos
amigos. Ou muda de classe, vira colega. Além do mais, a gente, provavelmente,
também já decepcionou alguém. O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava
na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de
uma frase que adoro: 'Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade').
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar
contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com
generosidade, as coisas ficam diferentes...
Desejo pra todo mundo esse olhar especial. 2010 pode ser um ano especial se
nosso olhar for diferente. Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e
egoísmos, e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o
outro. 2010 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, maneiro, especial...
Pode ser puro orgulho. Depende de mim! De você! Pode ser. E que seja!!!
"Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para
repensar tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se
tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"
Poema de Carlos Drummond de Andrade
A MORTE – EXTRAS
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Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando
A morte sempre é vista como algo muito doloroso por conta do apego que temos as coisas e/ou pessoas... Permitir que
se vá é uma das lições mais difíceis de aprender... Desde crianças somos acostumados a utilizar o “meu”: Meu
brinquedo, minha mãe, meu pai, meu
irmão, meu programa de TV favorito,
meu bichinho de estimação... O
“MEU”, torna-se algo
substancialmente importante em
nossas vidas e algo quase impossível
de ser desvinculado do SER. Somente
quando permitimos que o “meu”
torne-se “nosso” e deixamos ir, é que
conseguimos parar de encarar a morte
como uma vilã e passamos a encará-la
como uma oportunidade de mudanças
e crescimento.
Pandora de Lys – Sibilando
Entra... Senta um pouco e toma essa
xícara de chá comigo enquanto
ouvimos Beethoven e sua Sonata ao
Luar, uma última vez... Há quanto
tempo somos amigas, já perdi a conta
das voltas que a roda deu, já não sei
mais quantas vezes vieste me ver...
mas desta vez, você vai sentar um
pouco aqui comigo antes de partir
novamente. Está tudo pronto, não há
pressa, podemos nos desfrutar nesses
poucos momentos que restam, pois
vamos partir juntas, não é? Lembra a
primeira vez que te vi? Poucos
minutos antes de eu nascer, você
estava ao meu lado e embora seus
lábios não se movessem, eu te ouvia
me incentivando à vida: “Vai! Você
consegue! Força!” E em cada
momento que algo ou alguém
precisava ser retirado da minha vida,
lá estava você, como o lavrador ao fim
da colheita, me dizendo que era tempo
de limpar o terreno dos restos do
passado, para que novas sementes pudessem ser plantadas. Agora espera... Não diga nada. Deixa-me apenas olhar a tua
face e encontrar a mim mesma, por inteiro, antes de tornar-me outra. Quando vier até mim, eu lhe darei as boas-vindas.
Então a acolherei no meu útero, meu caldeirão de transformação, onde você será misturada e peneirada, fundida e
fervida, derretida e triturada, reconstituída e depois reciclada. Você sempre volta para mim, você sempre vai embora
renovada. Morte e renascimento não são nada mais que pontos de transição ao longo do Caminho Eterno. Não há pressa,
estou sempre aqui. Estou pronta. Vamos.
Jussara – Sibilando
A vida precisa ser renovada. A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se
modificam na estrutura dos que ficam e, sendo uma lei natural, ela é sempre um bem, muito embora as pessoas não
queiram aceitar isso. Nada é mais inútil e machuca mais do que a revolta. Lembre-se de que nós não temos nenhum
poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável. O inconformismo, a lamentação, a evocação reiterada de quem se foi,
a tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida. Ele também sente a
sensação da perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos dos que ficaram, a sua
tristeza e a sua dor. Se ele não consegue vencer esse momento difícil, volta ao lar que deixou e fica ali, misturando as
lágrimas, sem forças para seguir adiante, numa simbiose que aumenta a infelicidade de todos. Pense nisso. Por mais que
esteja sofrendo a separação, se alguém que você ama já partiu, libere-o agora. Recolha-se a um lugar tranquilo, visualize
essa pessoa em sua frente, abrace-a, diga-lhe tudo que seu coração sente. Fale do quanto a ama e do bem que lhe deseja.
Despeça-se dela com alegria, e quando recorda-la, veja-a feliz e refeita.
A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz.
Danielle – Sibilando
Canções que retratam A Morte
Dead Boy’s Poem, Nightwish - http://www.youtube.com/watch?v=ChJddroZ8pY
Dog Days Are Over, Florence + The Machine – http://www.youtube.com/watch?v=aUrO1EgjYag
Exodus, Evanescence - http://www.youtube.com/watch?v=K7mmrlskOw8
Epílogos, Agridoce – http://www.youtube.com/watch?v=NaehQGE11bE
A TEMPERANÇA – EXTRAS
Comentários
Vejo também este arcano como um desafio para o homem, que veio a este mundo para se tornar pleno... Na maioria dos
decks, este arcano é retratado como um anjo transferindo as águas de um vaso para outro, estes vasos podem significar
as forças masculinas e femininas fundindo-se para gerar vida (a plenitude alcançada através do equilíbrio). Os
rosacruzes, por exemplo, visam atingir o chamado ‘Domínio da Vida’. Onde fratres e sorores atingem um grau de
consciência pleno e harmônico entre o Divino, a natureza e as leis universais, alcançando uma conscientização cósmica;
mas para isso, primeiramente é necessário atingir o “Domínio de si mesmo”, que é exatamente o que A Temperança nos
ensina. Na maioria das vezes, as pessoas acreditam que para conquistar algo, ou resolver um problema, deve-se bater de
frente, ser radical... Isso pode até funcionar em algumas situações que exigem esta carga mais “enérgica”, mas em outras
é necessário controlarmos nossos impulsos e “simplesmente temperar”... Agir de forma mais tolerante, harmônica,
centrada e suave (o que não representa medo ou fraqueza), mas sim sabedoria, para que possamos ter a “visão da águia”
e solucionar os problemas sem que estejamos envolvidos neles.
Pandora de Lys – Sibilando
Fiz dois espelhos da minha alma, cada um eu dividi em quatro partes.
Para o fogo dei a determinação, a ousadia e a coragem.
Para a água, sensatez, serenidade e perdão.
Para o ar, esforço, alegria e prazer.
Para a terra, pontualidade, senso de responsabilidade e atenção.
Mas o outro me mostrava no fogo, irritabilidade.
Na água, a teimosia.
No ar, a excessiva curiosidade.
Na terra, a melancolia.
Observando as duas imagens, só me faltava transmutar.
Para em um só espelho me observar.
Jussara – Sibilando
Canções que retratam A Temperança
Sereníssima, Legião Urbana - https://www.youtube.com/watch?
v=95yXkm9vh4w
Om, Mani Padme Hum, Mantra Tibetano –
https://www.youtube.com/watch?v=bbgHZWwyhcQ
Calmaria / Não Sei Quantas Almas Tenho, Maria Bethânia –
https://www.youtube.com/watch?v=Y9Ysc73lkWw
Encerre o exercício após o papel ter sido completamente destruído pelo fogo.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 15 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
O DIABO – EXTRAS
Comentários
Desfrute
Eu sou o fruto do teu pecado.
Cada curva...
O fruto do teu desejo.
Sou a doçura da uva
O picante, o azedo.
Sou fruto da tua imaginação
Fruto da tua loucura, da tua fúria.
Sou o fruto na mão
O deleite na boca
A languidez no teu corpo...
Sou fruto fluido
Fruto maduro
Fruto proibido.
Sou a maçã rubra lá do alto
Sou fruta gula...
Tentação.
Fruta carne
Nua e crua
Fruta vontade...
FrutAção.
Poema de Carolina Salcides
Por um momento, o rosto que vejo no espelho não é o meu. Rugas novas, algumas pintinhas... não sou eu! Os seios que
observo não têm mais um contorno tão firme (será que ponho
silicone?), e o abdômen está um espanto, parece que estou com uma
boia na cintura (vou aproveitar a minguante para iniciar a dieta!!!).Os
pelos pubianos estão mais ralos (isso é bom, vou fazer economia na
depilação), as pernas continuam firmes e bem torneadas, assim como
a bunda (ufa, pelo menos isso), o dedão do pé esquerdo tem um
horrível joanete (será que vou ter que cortar a lateral dos sapatos
daqui há uns anos?).
Depois da inspeção corporal, me deparo com os meus olhos e ali
estou eu... eu e Ele. E os olhos Dele me falam de admiração pelas
lutas vencidas que as rugas assinalam, pelos seios que amamentaram,
pelo abdômen das muitas horas sentadas no trabalho, pela firmeza das
pernas que me levam aonde necessito ir, pelo joanete dos sapatos
incômodos que muitas vezes precisei usar para ganhar o pão de cada
dia. Ele me abraça com os meus braços e me diz: ¨Eu sou o que se
lembra da mortalidade no auge da vida... pois que a vida é imortal e o
que é vivo deve envelhecer e morrer. Eu sou a força que protege, que
impõe limites. Sou o poder que diz: ‘Não, e nada mais, e basta... ’
Sopre-me um beijo quando o céu estiver negro e eu sorrirei, mas não
haverá outro beijo em troca, pois meu beijo é o último para toda carne
mortal... ¨ Me abraço com os braços Dele e percebo o quanto
negligenciei meu corpo em prol do intelecto, do bem estar de outros, o
quanto é necessário saber equilibrar o tempo de forma a ter tempo
para o meu corpo. Afinal, quem gosta de morar numa casa velha,
caindo aos pedaços? Eita respostas doidas... rsrsrsrsrsr
Jussara – Sibilando
O Louco com o Diabo poderia acompanhar pessoas como Raul Seixas ou Jim Morrison... e enquanto a Sacerdotisa
buscaria o silêncio, o espiritual, o controle, o não movimento o Diabo iria quebrar tudo numa grande festa.
Danielle – Sibilando
Sou uma pessoa de desejos, hiper-sexualizada, hiper-sensualizada, hiper-estimulada, que encontra momentos de vale tão
intensos quanto momentos de pico. Esse movimento, pra mim, é a manifestação dos momentos de aproximação e de
afastamento do que é O Diabo, essa força motriz tão mal compreendida, mas que é uma das minhas inúmeras fontes de
força: eu sou resultado daquilo que desejo, que transformo em verdade e que anseio ter e, nesse equilíbrio, cortejo meu
sucesso, minha vida, meus objetivos e minha relação com o mundo.
Cesar – Sibilando
Canções que retratam O Diabo
Sympathy For The Devil, The Rolling Stones – http://www.youtube.com/watch?v=78Oxux1o2rQ
Io Pan, Inkubus Sukkubus – http://www.youtube.com/watch?v=9Q-HrTQ21hc
No Light, No Light, Florence + The Machine – https://www.youtube.com/watch?v=DrAEgcz1x2s
Libido, Ana Carolina – http://www.youtube.com/watch?v=RiiDEywfZFQ
Brinquedo Torto, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=3hEvVKlaM_o
Seu Mestre Mandou, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=u53e_5kuX2k
De-Energized, After Forever - https://www.youtube.com/watch?v=_1JRPXV2uRc
A TORRE – EXTRAS
Comentários
Constrói, arruma, enfeita, tudo se encaixa e parece perfeito...
Nada precisa mudar, está tudo certo assim...
Fecha as portas, as janelas, até que o sol ou luar deixem de entrar.
Você nem percebe, pois está preso de boa vontade no mundo irreal que
criou.
Vem a chuva, a tempestade, mesmo assim se sente seguro até que o pior
venha acontecer... Raios destroem o que se construiu, passam fulminando,
derrubando, atropelando, pondo fim a tudo o que se acreditava ser para
sempre verdadeiro... Arrancam o teto, derrubam paredes, quebram tijolos e
pedras... Seus pertences, tudo aquilo que era sua força, seu orgulho, seu ego
acabou.
E assim você se vê... derrotado, sem forças, sem nada... o que lhe resta?
Nada! Já perdeu tudo.
Algum tempo passa... E você então percebe que sem nada a perder pode
fazer qualquer coisa e recomeça, reconstrói... Mas vai ter cuidado para que
as bases, paredes sejam mais fortes, de preferência coloca também um para-
raios...
Danielle – Sibilando
No Shadownscape: O raio vem do céu e a torre fica em chamas. O estranho
é que esta Torre está em meio a Natureza, como se a Natureza tentasse
entrar e chegar até quem está escondido. A Natureza, ou os Deuses, nos
chamam o tempo todo. Porém estamos tão trancados dentro de nossas torres
que eles são obrigados a destruí-las, para chegar até nós.
Nyx – Sibilando
A Torre, assim como A Morte, é um arcano-professor que não se cansa de nos dizer que estamos transitando por
caminhos errados e, mais do que isso, nos dá um belo tapa no traseiro para que voltemos à trilha correta.
Jussara – Sibilando
Canções que retratam A Torre
Shalott, Emilie Autumn – http://www.youtube.com/watch?v=xQCAo5tKFyc
Bye Bye Beautiful, Nightwish – http://www.youtube.com/watch?v=_TlBTvgAofU
Meu Mundo Caiu, Maysa – http://www.youtube.com/watch?v=f_2MtwlnLg0
REFLEXÃO
A realização das aspirações mais elevadas de um buscador não depende tanto de acumular conhecimentos, mas sim
de superar os obstáculos mentais e obter um estado interno de clareza sobre a verdade. Para isso, a orientação de um
professor experiente é uma necessidade prática. – Lobsang P. Lhalunga, The Life of Milarepa
CAMINHO DA ESPERANÇA
Dentro da estrutura do Tarot, temos agora, realmente, um glorioso passo: o Caminho da Esperança por meio do
arcano 17, a Estrela. Observe que é o primeiro arcano em que um personagem está nu, que é a primeira vez que toda a
divina natureza é representada. As águas dos jarros do arcano 14, os desejos retidos, agora são despejadas no rio. Tudo
está sendo diluído, o despojamento é total nessa fase, não há mais dores do passado, somente alegria de um futuro novo!
Temos a aspiração mais profunda do espírito: acreditar na vida e na Divindade, não importa em que nível estejamos.
Quando aprendemos a sentir a esperança em toda sua plenitude, ligamo-nos imediatamente com o Caminho da Vontade
e o do Livre-Arbítrio, deixamos para trás todas as possibilidades do prazer e da dor, buscando uma melhor qualidade de
vida. A partir dessa fase podemos, finalmente, tomar decisões seletivas e corretas; dessa vez, mesmo se escolhermos
vias “não muito certas”, saberemos retornar, perdoar, pedir desculpas e seguir pelo caminho verdadeiro de nossa
evolução espiritual. Afinal, somos humanos e podemos errar a qualquer momento, mas o orgulho não deve prevalecer
sobre um erro, e um erro não desculpa outro. Por exemplo: aprendemos no Caminho da Dor que não podemos comprar
o que não temos condições de pagar, que não podemos ter uma imagem social sem os recursos necessários, que para
manter um casamento é essencial haver integração e fidelidade! Enfim, a vida continua bela, estamos melhor do que
antes e com muito mais experiência.
REFLEXÃO
Devemos pensar em Deus tanto como mãe quanto como pai. Devemos pensar sobre isso e venerar a Santa Mãe, falar
para a Santa Mãe e ingressar nessa consciência da Santa Mãe dentro de nós. – Charles Fillmore
A ESTRELA – EXTRAS
Comentários
Certas vezes recebemos dádivas do Universo... Elas vêm como alento, uma forma do Universo dizer "estou aqui por
você", alguém olha por você. Se você ganhou uma dádiva é porque ela é, agora, feita para você. Um amor, um amigo,
uma mão estendida, um choro, uma alegria... Se será para sempre? Bom... Nada o é. Até as coisas que
parecem "perdurar" não são, necessariamente, as 'mesmas' coisas se olharmos bem: elas mudam, evoluem,
transformam-se e se melhoram ao se modificarem... Nem a gente mesmo é "o mesmo" para sempre, pois nada é
permanente, a não ser a própria impermanência das coisas.
Sabendo disso, pensamos: então será breve? Bom... Depende de você! Pessoas, dádivas são presentes dos céus: usar
bem é o segredo! Apenas receba e cuide: li certa vez que é preciso saber que muito do que ganhamos funciona como
um "empréstimo", a partir de então, somos seus guardiões. Daí nos engrandecemos com a dádiva, somos mais felizes,
mais fortes... Nos sentimos melhor com elas e devemos viver isso de uma forma justa e verdadeira, para honrar a dádiva
dia após dia, com equilíbrio e justiça, e assim sendo não teremos que devolver grande parte do que nos está sendo dado
agora.
Se você recebeu uma dádiva, aceite-a. Não duvide e não "se endivide"... Abra-se e receba as dádivas que a vida lhe
traz, como o sol que nasce todos os dias: ele sempre nasce e é sempre diferente. Da mesma forma são as amizades que
você (re)conheceu, os amores que (re)encontrou, a família (de sangue ou não) que ganhou, os risos e choros que já
viveu... Seja o que é, viva bem, até quando for, até quando tiver de ser! Não desanime e acredite: a Estrela brilha
mesmo para todos.
Duas coisas maravilhosas me chegaram novamente por conta d'A Estrela, que
para mim fala das bênçãos que recebemos, as dádivas do Universo. Por definição,
uma dádiva é algo que se recebe de graça. Uma dádiva pode vir de um alento, um
sorriso, um presente, um agrado... E ela é sempre sincera; se não o for, não é
dádiva. Será que você merece? Será que deve dar algo em troca? Não se
grile: lembre-se que dádiva não é 'dívida' e nem 'dúvida', rs... Esses últimos
são seus dois extremos: tem gente que recebe dádiva achando que agora "deve
algo" e tem quem receba se perguntando "porque ganhou, o que se esconde
através do gesto"... Uma dádiva não é um ponto de interrogação, muito menos
moeda de troca.
Uma das coisas que este arcano me trouxe foi a noção de completude do
TODO, que nos é tão vaga... De acordo com a teoria geostática, não se pode ter
conhecimento do "todo" por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma
de suas partes: "(...) ‘A+B’ não é simplesmente ‘(A+B)’, mas sim um terceiro
elemento ‘C’, que possui características próprias". A Estrela me traz esta
sensação... É algo tão magnífico, tão íntegro e completo que às vezes não vemos
em sua totalidade, mas pequenas partes que reluzem na vida... Partes estas de
felicidade e benesses que temos que honrar sempre que recebemos. Ou que às
vezes vemos em partes que reluzem, e nos enganamos, achando que é aquilo só.
A outra coisa que me veio ao coração foi a questão da benção que se ganha quando se está no caminho correto da vida.
Aquela sensação que "as coisas entraram no eixo", entendem? E você se vê no início do caminho com ares
renovados!! Joseph Campbell, o mitólogo norte-americano, tinha uma maravilhosa forma de instigar seus alunos.
Quando questionado por eles sobre o que deveriam fazer na vida ele costumava dizer: "Follow your bliss". A expressão,
marcante no trabalho de Campbell, não é de fácil tradução para o português. No entanto, no prefácio de seu livro "A
Jornada do Herói", organizado por Phil Cousineau, esta simples sentença encontra uma maravilhosa tradução, na
página 13, em nota de rodapé: "A palavra 'bliss' é frequentemente traduzida como felicidade. No conceito
campbelliano, porém, representa a busca pelo caminho pessoal, ainda que nele possamos passar por dores, alegrias,
sofrimento ou êxtase". De toda forma, como continua a nota do escritor: "Bliss é algo que não podemos deixar de fazer,
é um chamado." Quando seu chamado acontece, as coisas se ajeitam abençoadamente!
Aysel – Sibilando
No Shadownscape: A Estrela está de pé sobre um Lago, que nada mais é do que um espelho natural. Um espelho lindo,
que mostra nosso reflexo iluminado pela luz da Lua. Os peixes dourados me remetem a ideia de sorte, e o que é a Sorte
se não uma esperança que deu certo?
No Marselha: A Estrela em cima parece uma bússola. Indicando que mesmo não sabendo por qual caminho seguir,
devemos acreditar que saberemos no momento certo. Ter paciência e esperança.
Flores brotam, um novo renascer depois da Torre. Um pássaro preto está pousado sobre uma flor. Parece um corvo.
Corvos são incompreendidos atualmente, assim como nós quando desejamos “ser” e não mais “fingir”. O Corvo foi
considerado um mensageiro dos Deuses, aquele que traz o chamado da Papisa “de volta para casa”. A Estrela está nua,
está livre de vestes. Assim como a esperança nos torna livres do medo.
Nyx - Sibilando
Canções que retratam A Estrela
Starlight, Muse – http://www.youtube.com/watch?v=NQZr1E4FeKY
Imaginary, Evanescence – http://www.youtube.com/watch?v=-wkp6osrw7Y
Cosmic Love, Florence + The Machine – http://www.youtube.com/watch?v=7jOtkpaROto
REFLEXÃO
A escuridão é o tempo de repouso, de incubação, de formação e de rejuvenescimento da natureza; é o ponto de
encontro de forças invisíveis e de realidades ocultas. – Rocco Errico
CAMINHO DA EVOLUÇÃO
No último estágio de nosso aprendizado nos arcanos maiores, percorremos o Caminho da Evolução por meio do
arcano 18, a Lua; do arcano 19, o Sol; do arcano 20, o Julgamento; do arcano 21, o Mundo; e do arcano sem número, o
Louco. Nessa fase, descobrimos quem somos e a que podemos verdadeiramente aspirar. Observe o simbolismo: em
todos os arcanos numerados as figuras estão nuas, a natureza é amplamente retratada, não há mais nenhum símbolo de
vaidade ou status. Além disso, o arcano 19 é o primeiro a mostrar duas pessoas se tocando reciprocamente, revelando
harmonia, ao contrário do que se vê nos arcanos 6 e 15, em que não há reciprocidade, mas sim vaidade. No arcano 19, a
imagem solar, símbolo da verdade, se encontra exposto, ao passo que está oculto no arcano 6 pela paixão pessoal
(Cupido) e pelo inconsciente no arcano 18 (A Lua). Esse caminho é o fruto da experiência humana, e infelizmente não
nascemos com ele, temos que aprender eternamente a viver os percalços da vida. Contudo, a cada novo trabalho, nova
relação afetiva, novos amigos, novos bens, passamos a ser mais compreensivos, condescendentes, sábios,
espiritualizados. Toda dor foi transformada em conhecimento e toda sabedoria em transcendência. Aqui se aprende que
para preservar o carro será necessário pagar seus impostos, reforma-lo quando for preciso e vende-lo para adquirir algo
mais moderno, de modo que o seu valor de revenda não fique defasado.
O Caminho da Evolução retorna ao Caminho da Vontade, pois os eventos em nossa vida serão sempre cíclicos,
porém teremos uma visão madura de suas possibilidades reais; afinal, aprendemos que é necessário acompanhar a
mudança dos tempos, a evolução tecnológica, o avanço social e, principalmente, aceitar os limites que a vida impõe a
cada um! Esta conexão cíclica, a corrente da vida, o elo entre o que foi e o que será, é efetuada através do último arcano
deste caminho, o Louco (sem número), e o primeiro arcano do Caminho da Vontade, o Mago (1), que leva toda sua
experiência passada e está ávido por descobertas futuras. A vida é um eterno aprendizado.
REFLEXÃO
Não se apresse e não se atrase qual é o próximo passo? Qual é o próximo passo? – Angeles Arrien
A LUA – EXTRAS
Comentários
O arcano dos sonhos proféticos, medos, ilusões. Aquela pulga atrás da orelha
que diz que algo está errado, mas poucos terão coragem de ir atrás e ver,
verificar o que é que está acontecendo e tomar as medidas necessárias. Com
a Lua, vem a necessidade de mergulhar na sabedoria do inconsciente, e
buscar as respostas para clarear o momento, e suas expectativas. É um
momento de apreensão sobre algo que não é claro ainda, um medo, do
presente, que pode trazer muitos frutos, caso a pessoa tenha coragem de
enfrentar.
Gisele – Sibilando
Comparando a Lua e o Diabo. O diabo nos mostra nosso lado sombra, aquele
que consideramos “ruim” e por isso escondemos. A Lua nos mostra nosso
passado, de onde viemos, traz para nosso consciente o que estava escondido
no inconsciente. Em comum, os dois arcanos trazem a tona lados nossos que
estavam escondidos.
Nyx – Sibilando
A Lua nos mostra mistérios, sonhos, luz e sombras. É o mundo da
sensibilidade e do interior indecifrável de cada um. Lá está tudo que é
guardado, sentido, escondido às vezes até de nós mesmos.
Medos, incertezas, inseguranças.
O mundo de Hades e de Perséfone. A descida de Inanna.
Castelos no ar, fuga da realidade.
Também a luz do autoconhecimento, quando as sombras deixam seu
esconderijo e se apresentam, nos fortalecendo.
Danielle - Sibilando
Canções que retratam A Lua
Comum de Dois, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=hRFICXalkus
Shadow of the Moon, Blackmore’s Night – http://www.youtube.com/watch?v=ArOS_WsT1tw
Hecate, Wendy Rule – http://www.youtube.com/watch?v=6bY1s3of4Hk
O JULGAMENTO – EXTRAS
Comentários
Sabe aquelas vezes em que
gostaríamos de recomeçar? Nos
libertar do passado e começar
outra vez? E muitas vezes não o
fazemos, esperamos por um evento ou algum acontecimento que “marque” nossa
mudança. Como o Ano- Novo.
Não precisamos de um grande chacoalhão em nossas vidas para recomeçar. Podemos
fazer isso agora mesmo. Tudo do que precisamos é da nossa vontade de mudar.
Sophie Cast – Sibilando
Sinto-me Ré confessa no tribunal dos arcanos...
Acusada de heresia aos princípios pagãos...
Condenada por não compreender o renascimento julgado...
Não separando-o do renascimento morrido!
E como ré confessa, resta-me apenas acatar a sentença...
Qual será ela?
Qual minha punição?
Punição é cristã... Renovação é pagã...
E lá vou eu de novo, novamente e mais uma vez pecando...
Mas como pecar se não existe pecado? Como errar se são sempre pontos de vista?
Presa pelos grilhões dos dogmas...
Alimentando minha confusão mental com regras e certezas...
Paro...
Deixo fluir...
Sem tentar dominar ou impor...
Sinto...
Pesos e medidas...
Analisando meu trajeto, apontando os desvios...
E surge uma criança...
Entregando-me uma folha A4 em branco, um giz de cera na mão...
Sim, é ele!
O “Sr. Julgamento”... Trazendo-me a oportunidade de refazer meu caminho!
Pandora de Lys – Sibilando
Canções que retratam O Julgamento
Paradise (What About Us), Within Temptation feat. Tarja Turunen – http://www.youtube.com/watch?v=Dy6MpsDPKts
Juízo Final, Clara Nunes – http://www.youtube.com/watch?v=q8cfnPc7Cx4
As Profecias, Raul Seixas – http://www.youtube.com/watch?v=VxF1GDyE2is
Tente Outra Vez, Raul Seixas - http://www.youtube.com/watch?v=8OxlAOvAmZk
O LOUCO – EXTRAS
Comentários
Hoje saio à caminhar...
Todo o mal me abandona...
Serei tal como fui antes...
Terei o corpo leve e uma brisa fresca a percorrer-me o corpo...
Hei de ser feliz para sempre...
Nada há de me impedir...
Eu caminho com a Beleza à minha frente...
Eu caminho com a Beleza atrás de mim...
Eu caminho com a Beleza acima de mim...
Eu caminho com a Beleza abaixo de mim...
Eu caminho com a Beleza ao meu redor...
Belas serão minhas palavras...
Oração Navajo
(...) também é visto muitas vezes no fim da jornada e, portanto, poderia
representar também um velho que se desgarra dos vínculos que o barram de ser
quem é, e depois de uma jornada inteira de aprendizados decida ser ele mesmo.
Diferentemente do Eremita, o velho Louco não se enclausura para obter o
conhecimento e mais sabedoria da jornada em que se está vivendo, mas se afasta
para simplesmente viver uma jornada diferente, visto que a sua já acabou, pela
simples vontade de viver. Isso me fez lembrar dos leões e lobos velhos, que na
hora da morte simplesmente se afastam de perto dos seus semelhantes para viver uma nova jornada solitariamente (isto
só no início... estranho falar da morte como início para algumas pessoas... rsrs). E, ainda me lembrei de uma música da
Pitty que retrata a faceta de fim do Louco. A música se chama Querer Depois. (...) Falando de um velho, me lembrei
ainda da canção Storytime, desta vez do Nightwish, que fala de um homem que depois de adulto descobre em si uma
criança interior. E quando essa criança vem à tona ele percebe que pode criar toda uma realidade só sua. Ao meu ver,
exemplifica muito bem essa dualidade “início/fim” do Arcano. Na letra, é possível perceber a busca do homem por si
próprio não usando de sua razão, mas de seus devaneios e fantasias. Um Louco.
Dallan Chantal – Sibilando
O Louco é um Arcano misterioso, pois ele pode ser a inocência ou a sabedoria. Será que quem segue seu rumo sem
olhar para trás é Louco por arriscar ou sábio demais por acreditar em si mesmo? Quem tem coragem de assumir a si
mesmo e seguir seu rumo sem se importar com as consequências é taxado de louco. Quem quebra os dogmas e regras é
taxado de louco. Apenas quem vive nos moldes da sociedade garante a paz de não ser julgado. Mas valerá a pena? Esse
Arcano é tudo ou nada, e com certeza indica mudanças, renascimento, novas situações. Se isso será certo ou errado, só
saberá aquele que ousar...
Dayane – Sibilando
Ouvia 'Construção', de Chico Buarque e perdia-se nas frases cujo final, ao mudar apenas uma palavra, davam um novo
significado. Estava bobo, como quando mais novo e ouvira pela primeira vez tal canção, e cada vez mais via novos
resultados e construções na canção: via tons, subtextos, reconstruções, signos moldados em texto... Via caminhos.
Caminhos esses desenhados por letras e palavras diferentes, apenas rearranjadas no caminho inicialmente proposto. Via
palavras. Palavras em mutação de significados, dando valores novos para um posicionamento diferente. Via estruturas.
Estruturas aparentemente simples, dotadas de uma complexidade oculta – bem como as ocultas que estavam dotadas de
simplicidade explícita – em contornos de imagens que se preenchiam conforme o leitor/ouvinte/intérprete. Mas acima
de tudo, via potencial, via arte, via sonhos... Via tudo, enquanto ouvia 'Construção'.
Cesar – Sibilando
Dizem que sou louco, por pensar assim... mas louco é quem me diz que não é feliz... O que seria de nós, pobres mortais
se não tivéssemos a influencia dessa poderosa energia que nos impulsiona a nos mover? O que seria de nós se não
tivéssemos o start da loucura naquele momento em que decidimos trocar aquele emprego que nos dá tranquilidade
financeira, mas nos tira o ânimo para viver? Como seria nossas vidas sem aquele "empurrãozinho" na beira do abismo
que nos leva ao conhecimento? O que seria de nós se não fossemos loucos o suficiente para nos declarar para o grande
amor de nossas vidas!?
Então não me venham os
"normais" dizerem que sou
louca por cortar o cabelo
curtíssimo e tingir de
laranja, não me venham os
"normais" dizerem que sou
louca por querer tatuar
70% do meu corpo e, por
favor, não me digam que
sou louca por acreditar em
Deuses que são mais
antigos que seu próprio
Deus... pois minha loucura
não se limita a isso. Minha
loucura está na energia
intoxicante e embriagante
desse arcano que me leva
a coisas novas, me leva a
descobertas de novos
caminhos e novos
mistérios... Sim, sou louca,
boba e tola... sou o zero
que existe no começo e no
fim de cada jornada...
Josiane Büll – Sibilando
Sabe quando você perde
seu rumo? Aliás, perde
não... você acha seu rumo?
Você quebra todos os
paradigmas, solta os dados
e deixa de lado todas as
preocupações. Não se
importa mais com o futuro
e a única coisa que
começa a levar a sério são
aquelas frases "O futuro a
deus pertence", "Vou
deixar o barco correr"...
Não é um "estar perdido"
por estar. Você quis se
perder, você aceitou essa
jornada, resolveu se entregar e deixar o barco correr, a vida se levar por ela mesma. Tudo que você tem é a sua coragem,
a sua fé de que chegará a algum lugar algum dia. Deixa seu passado para trás e se entrega numa jornada ao
desconhecido. O Louco representa todo esse momento. Representa sua coragem de tentar e ao mesmo tempo sua
libertação de todas as amarras que te prendem. Age por impulsividade, sem destino, sem pensar nas consequências e
mesmo assim, continua deixando a vida te levar. Todos nós já passamos ou vamos passar por um momento desses na
nossa vida. Nos atiramos de um penhasco, nos lançamos numa caverna escura, entramos em uma floresta sem rumo,
perdemos um emprego ou simplesmente pedimos para sair. Esse é o momento que iniciamos uma jornada desconhecida
por uma trilha estranha. O Louco, para muitos é o estar perdido, mas começo a enxergá-lo como na verdade, aquele
momento em que nos entregamos ao desconhecido para começarmos a nos encontrar.
Kaleen – Sibilando
Acredito que todo mundo tenha suas dúvidas e inseguranças em alguns dos momentos em que somos chamados a agir
como O Louco. A mudança e o desconhecido nos dão medo, porque perdemos o controle e a previsibilidade e temos que
nos lançar apenas com a confiança de que somos capazes de continuar, do mesmo modo que continuamos em cada nova
jornada da vida. Na verdade, acredito que o ponto mais difícil deste arcano é o desapego. O Louco não carrega aparatos
nem leva consigo a sua casa inteira. Prestes a pular do abismo, ele não tem uma corda para se segurar e tentar voltar
caso algo dê errado. A mensagem que fica é a de se entregar por inteiro a cada desafio, expandir os limites do que era
então conhecido e se deparar com o novo que pode fazer com que inclusive você seja uma pessoa completamente
diferente ao final da viagem. Minhas maiores dificuldades com O Louco, portanto, passam exatamente por estes pontos:
O quanto é possível se entregar quando o futuro e as consequências daquela escolha são incertos? O que levar na
pequena trouxa (o que é essencial) para a viagem? Como não ter medo quando tudo o que há é indefinido e
infinitamente maior do que a nossa compreensão? Como não perder o que estimamos (o animal está na carta e talvez
represente, além dos nossos instintos, os nossos afetos) já no início da viagem? Vejo este arcano como uma etapa
extremamente individualista e, no entanto, necessária. Tornarmo-nos um para nos lapidarmos para o uno. (...) A
ausência de uma posição definida no Tarô (em alguns baralhos ele é o arcano 0 - o início -, em outros o 22 - o fim) já
nos dá ideia da transitoriedade e do desapego deste arcano. Ele é tão livre e tão seu que nem mesmo a sua representação
segue uma posição fixa, pois ele representa talvez toda a jornada interior rumo ao desenvolvimento. É como se ele fosse
protagonista da história representada pelos outros arcanos. Ele é a individualidade, a essência, que precisa sempre de um
movimento para continuar a existir, porque ele é novo a cada instante. A cada respiração ele se transforma. A cada passo
ele se torna o que é.
O animal que acompanha o Louco é o totem dele. Bem, pensando nisso e observando a ilustração do Tarot da Bruxa
Teen, eu creio que esse animal possa ser sim o guia e guardião.
Alguém mencionou que o animal arranha o Louco na coxa na parte rasgada da calça, no Tarot de Marselha, como se ele
percebesse que o Louco está seguindo um caminho duvidoso e faz isso para alertá-lo. Isso pode ter fundamento, visto
que O Louco se guia pelas vontades de sua alma e a alma sabe o melhor caminho para nos guiar. É nossa intuição, nosso
primeiro instinto, portanto, o animal representa essa nossa alma, visto que é movido pelo instinto. No Tarot de Marselha
as partes coloridas de bege são: a pele do Louco, a trouxa e o animal. Isso
demonstra, a meu ver, que realmente o Louco é movido pela alma. A alma está
encerrada em seu corpo (mostrando que a essência de tudo está em nós e
devemos nos mover conforme nosso verdadeiro ser), é o animal que é seu totem
(guia e mestre que o adverte quanto ao caminho e o aconselha) e também está na
trouxa (demonstra que apesar dele se mover pelos instintos ele ainda sabe de suas
experiências passadas e a coisa que ele carrega dentro dela é sua sabedoria que
demonstrou que não adianta o caminho a seguir e o lugar onde esteja, o
importante é ser quem você realmente é).
Voltando ao Tarot da Bruxa Teen... Na ilustração uma bruxa segura o rabo de um
bode que segue rumando a uma montanha. O bode é o guia dela e apesar do
caminho ser difícil e parecer que ela está indo contra sua vontade (e isto seja
talvez a questão de que temos consciência dos nossos atos e às vezes sabemos o
quanto pode ser imprudente ser O Louco) ela segura firmemente o rabo e não o
solta (demonstrando assim que sabemos que às vezes também é necessário
"chutar o pau da barraca" e vivermos nossa vida do jeito que deve ser vivida, nos
guiando somente pelos nossos instintos e vontades), guiada pelo seu totem, o
bode. Notemos ainda que uma peça de sua vestimenta se desprende (parece ser
um torque, ou um cinto e até um colar ou tiara... sei lá), simbolizando que
devemos nos despir de todas as coisas que nos prendem e seguirmos livres e
leves para as alturas de nosso ser. Para a montanha do bode. Para o recanto de nossa alma.
Tickibera – Sibilando
Canções que retratam O Louco
Anywhere Is, Enya – http://www.youtube.com/watch?v=3OvYaHtr1DI
Maluco Beleza, Raul Seixas – http://www.youtube.com/watch?v=auouKRLkids
Querer Depois, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=C9NxqiVc3z0
Simples Desejo, Luciana Mello – http://www.youtube.com/watch?v=WAWPeh0Ut5s
Storytime, Nightwish – http://www.youtube.com/watch?v=_vE2KFKerJQ
Natasha, Capital Inicial – http://www.youtube.com/watch?v=DNvDPxwC5NY
It’s My Life, Bon Jovi – http://www.youtube.com/watch?v=vx2u5uUu3DE
O Conto do Sábio Chinês, Raul Seixas – http://www.youtube.com/watch?v=QzxFGXjj9bw
Alegria, Alegria, Caetano Veloso – http://www.youtube.com/watch?v=hmK9GylXRh0
The Fool On The Hill, The Beatles – http://www.youtube.com/watch?v=EDtK7xUIDxk
Construção, Chico Buarque – http://www.youtube.com/watch?v=P7mHf-UCZp0
QUESTIONÁRIO
A verdadeira generosidade quanto ao futuro está em dar tudo ao presente. – Albert Camus
Como você compreende essa frase no contexto de consultas oraculares com o Tarot?
Tarologia x Taromancia
O primeiro passo rumo ao verdadeiro conhecimento de um arcano se processa com seu estudo simbólico. O segundo
e decisivo passo se desenvolve na estrutura geral do tarot, em todo o arcabouço dos arcanos, com a diferenciação da
Tarologia e da Taromancia – são duas áreas distintas, mas impossíveis de serem desagregadas. Sem esses dois preciosos
passos, não será possível chegar a uma leitura prática satisfatória ou à certeza de que se trilha caminhos verdadeiros
rumo ao autoconhecimento e ao entendimento do oráculo.
Após tudo o que foi exposto, lembre-se: sem Tarologia não há Taromancia, pode haver “achomancia”... Nunca
utilize o tarot somente pela intuição. Estude seus símbolos e estrutura, pois senão você fará uma leitura incorreta.
REFLEXÃO
O otimismo multiplica as nossas forças. – Colin Powell
O Portal da Luz
As estruturas do tarô são formas filosóficas de analisar nossa vida e instrumentos para entender os contextos dos
jogos. Estudamos até o momento que cada arcano está relacionado com outro e que todos formam uma grande escala
espiritual. Existem outras estruturas simbólicas entre os arcanos maiores, e agora iremos ampliar mais um pouco este
conceito. Os arcanos maiores do 1 ao 11 representam a escolha e o livre-arbítrio, os estados alertas e egoístas em relação
ao que desejamos, sem, contudo, observarmos a construção da vida interior – denominamos este conjunto de Via Solar.
Os arcanos maiores do 12 ao 21, mais o sem número, refletem a necessidade de estruturar corretamente a própria alma e
espírito rumo ao seu destino verdadeiro; a tônica é o aprendizado com o meio ambiente – denominamos este conjunto de
Via Lunar. Os arcanos da Via Solar representam que tudo pode ser realizado e/ou transformado pela própria vontade ,
nós nos adaptamos aos eventos e tudo termina sem problemas, tanto pelo aspecto material quanto emocional. Porém, é
na Via Lunar que descobrimos nossos limites, obstáculos e problemas e também que aprendemos a valorizar as pessoas,
a ampliar nossa luz interior e a resgatar o amor incondicional.
ʘ Caminho da Vontade
Forças do Plano
Via Solar ʘ Caminho do Livre-Arbítrio
Consciente
ʘ Caminho do Prazer
Arcanos Maiores
Ϲ Caminho da Dor
Forças do Plano
Via Lunar Ϲ Caminho da Evolução
Inconsciente
Ϲ Caminho da Evolução
O autoconhecimento se inicia por meio dos degraus evolutivos do arcano 12 ao 16 e, como estudado, todos se
reportam ao aprendizado da libertação das amarras impostas pelo meio ambiente ou por nós mesmos. No arcano 17, a
essência pura e cristalina do próprio espírito, liberto do passado e pronto para conhecer a si mesmo, se prepara e abre
espaço para o arcano 18, o estágio final do autoconhecimento: o mundo das sombras. Somente a partir da vivência
completa desses degraus, vislumbramos a luz verdadeira do arcano 19, o Sol, retomando a paz e a felicidade na vida. Do
arcano 20 ao sem número, seguimos livres e confiantes em nossos projetos, com a certeza de que mais uma etapa do
destino foi realizada, que novos rumos surgirão ao longo de nossa jornada espiritual, que estaremos aptos a conhecer um
mundo novo e transcendente.
Muitos questionam por que o arcano 18, a Lua, o mundo das sombras, está posicionado entre a clareza do arcano 17,
a Estrela, e a iluminação do arcano 19, o Sol. O arcano 18 revela o lado escuro (ou obscuro) da vida, as formas sombrias
que povoam nossa mente, situações que ocultamos de nós mesmos, provocando um confronto com a própria realidade.
A sua natureza é sempre dupla: amor/ódio, prazer/dor, alegria/tristeza, fertilidade/putrefação, prosperidade/derrota,
paz/terror, conduzindo inevitavelmente à “noite escura da alma”. Nesse arcano tudo depende de nossa consciência e da
vontade pessoal em querer equalizar os caminhos do destino; quando vivemos as energias deste arcano, ficamos quase
que impossibilitados de observar o nosso verdadeiro caminho, e consequentemente a confusão se instala! Então, o que
fazer?
Primeiramente, nada é o que parece ser, devemos discernir o falso do verdadeiro e o imaginário do real, não devemos
acreditar naquilo que achamos ser o melhor – não podemos “achar”, temos que ter a certeza, a lucidez da vida e dos
fatos, doa a quem doer. Em segundo lugar, devemos dar atenção à nossa intuição e aspiração mais profunda , deixar
livres a mente e o coração para que o verdadeiro mundo surja diante de nós – este arcano prenuncia a prosperidade se
soubermos como controlar nossas ações. Caso não se passe por essa prova final da evolução espiritual, sendo subjugado
pela própria alma inferior, planejamento ou emoção do passado, então, retorna-se ao estágio inicial do aprendizado do
autoconhecimento no arcano 12, o Pendurado, o ponto de partida rumo a si mesmo. Assim, novamente iremos enfrentar
as forças opostas do destino representadas no arcano 16, a Torre, quantas vezes for necessário para que o aprendizado
cármico seja concluído, ou seja, para que o passado se dissolva e o ego se transforme em uma nova personalidade.
Todo padrão autodestrutivo se classifica na sequência 12-18-12 e diz sobre a repetição cármica negativa, ou seja,
nunca se aprende com as experiências pessoais e tudo se repete na vida. Por exemplo: uma pessoa deseja ardentemente
se casar, namorou três pessoas e todas elas eram casadas. Bem, talvez ela pense que na vida nada dá certo porque
somente consegue parceiros compromissados; mas as escolhas são somente dela, que não aprendeu a esperar, a ser
seletiva e a construir seu verdadeiro caminho. Nesses degraus evolutivos, do 12 ao 18, o ego, a vaidade, a futilidade, a
vingança, a paixão, a obsessão, o orgulho, a inveja, a hipocrisia, a mentira, a lascívia, o oportunismo devem ser
eliminados para que a verdadeira essência luminosa e espiritual floresça e o portal da luz se abra no arcano 19, o Sol!!!
Aprender com as experiências, boas ou más, é fundamental para a evolução da vida. Para que isso fique mais claro,
vamos dar uma olhada na Estrutura Binária que segue essa tônica. Depois, vamos observar outras formas de se
estruturar os arcanos maiores através das seguintes estruturas: ternária e setenária.
REFLEXÃO
A porta do inferno está trancada por dentro. – Wurt Vonnegui
RITMO ALEGÓRICO
A primeira observação a ser feita nos arcanos principais é como os símbolos estão dispostos: do Louco ao Eremita.
Elas sugerem funções sociais (status), uma vez que as figuras estão bem paramentadas (poder pessoal) e plenamente
ornamentadas – chapéu, coroa, cetro, trono, báculo, espada, cajado. Tais alegorias remetem a inúmeras relações:
autoridade, poder, controle, satisfação, livre-arbítrio, etc. Note também que a personagem ocupa quase todo o espaço da
imagem/carta.
Dando continuidade ao ritmo simbólico, avalie da Roda da Fortuna à Torre. Agora encontramos figuras humanas
vestidas com roupas simples (sem poder pessoal) e figuras imateriais (morte, anjo, etc. – novos paradigmas). Não há
coroa ou trono (não há livre-arbítrio nem ação pessoal). Atente para a sequência das cartas de número XI a XVI, em que
personagens humanos estão figurados cada vez menores (dissolução, diminuição do poder) no contexto alegórico.
Por fim, avalie da Estrela ao Mundo. Nesse conjunto as figuras humanas estão nuas (liberdade pessoal) e
proporcionais à natureza (harmonização, autoconhecimento). Pela primeira vez o céu é retratado (compreensão dos
limites), as pessoas se tocam ou se regozijam (vida plena, desejo).
Indumentária simboliza o tipo de classe social; nudez representa libertação social. Quando analisamos o arcano
sem número seguido dos arcanos de I a XVI, encontramos várias figuras humanas vestidas – nobres e plebeus,
ricos e pobres. A sequência e o ritmo simbólico das dezessete cartas indicam mudança irreversível de
paradigma. Os cinco arcanos restantes (Estrela ao Mundo) revelam o compasso de um novo mundo, aludindo a
libertação e desenvolvimento. O arcano XXI evolui para o arcano sem número, criando uma nova trajetória,
uma (re)evolução de conceitos; dessa forma, o primeiro conjunto (sem número + I a IX) esboça a força
consciente ou egotista; o segundo (X a XVI) expõe a energia retrógrada ou paradigmática e o último (XVII a
XXI) revela o poder harmonizador ou progressista.
As únicas cartas dos arcanos principais que são ilustradas com chapéu (símbolo da inteligência humana) são: I,
XI e sem número. Observe que se posicionam no início-meio-fim (recomeço).
RITMO CÓSMICO
Sol, água e Lua são símbolos da vida, forças fundamentais para a natureza e o homem e, acima, de tudo, representam
o espírito e a alma, a razão e a emoção, o nascer e o morrer. A força solar produz a evaporação da água e a lunar, a
condensação – nada se perde; tudo se (re)cria. Por essa razão, a água se encontra intimamente ligada ao ciclo solar e ao
lunar, e não existem símbolos mais poderosos no inconsciente coletivo do que estes três.
SINTOMA DO ARCANO
Qual a razão de sempre aconselharem o consulente a ter calma no arcano XIII, ser mais ativo no arcano II, acreditar
em um mundo melhor no arcano XVI? É porque todo arcano imediatamente posterior é o conselho natural do
antecessor.
Os arcanos maiores e menores, sem dúvida alguma, incorporam intertextualidade e metalinguagem. Embora
comumente haja enorme preocupação em se entender o arcano, ele não pode ser estudado como um objeto autônomo.
Todo arcano contém limites de atuação que se concentram, primeiramente, no símbolo da própria carta, o atributo
capital (adivinhação). Todavia, encontraremos na segunda análise – o sintoma – algo extremamente revelador e
complementar ao contexto: a orientação (conselho). O conhecimento desse processo poderá tanto ser empregado na
compreensão da cadeia simbólica quanto de sua utilização oracular.
Os conceitos emissor, sucessor e ressoante são meios lógicos de se compreender a interligação dos arcanos. Dentre
as três possibilidades, o arcano emissor e sucessor são os mais fáceis de se entender, uma vez que um representará a
própria carta, e o outro, a imediatamente posterior; o arcano ressoante dependerá de conexões numéricas de acordo com
a redução pitagórica (arcano maior). O significado do arcano sucessor seria o passo natural a ser dado, podendo até
mesmo se pronunciar como um aconselhamento para que o resultado se manifeste a contento; no entanto, a trajetória
para o arcano ressoante representa algum anacronismo do desejo/situação, ocasionando uma espécie de vaivém contínuo
até que o arcano emissor possa continuar a jornada, ou seja, transformar-se no arcano sucessor. Assim, será possível
entender a trajetória da questão analisada durante uma consulta: fácil, difícil, neutra, aberta, fechada? Estude os
sintomas dos arcanos: a seta indica o sucessor, e o semicírculo, o ressoante.
Por exemplo, o arcano emissor I tem como sucessor o arcano II, e o ressoante, o arcano X (pois, 1 + 0 = 1). Essa
dinâmica significa que as novas ideias (Mago) do consulente devem ser analisadas (Sacerdotisa); caso contrário, criam-
se outros objetivos (Roda da Fortuna), não se seguindo o conceito inicial (Mago), nem se avançando rumo à reflexão
necessária (Sacerdotisa). Portanto, o arcano I é apenas um indicador de boas e novas ideias, mas dependerá de muito
esforço e organização para realiza-la.
*Tenha sempre em mente: o arcano ressoante não representa um estágio evolucional como o arcano sucessor; apenas
um eco, uma reverberação a ser eliminada. Assim, tudo retorna ao arcano emissor, para que este refaça a jornada e,
talvez, siga para o arcano sucessor.
Poderíamos também denominar Via Racional, pois todos os arcanos são ativos e pertencem ao princípio da iniciativa,
da razão, da vontade, da expressão clara e aberta, do estágio egotista de todo ser humano. Ela se reporta aos objetivos
diretos de qualquer situação ou desejo pessoal, em que tudo pode se caracterizar pela vontade própria, sem observar os
desejos alheios, a vontade de terceiros e a real construção da vida. Essa via simboliza o absoluto controle da vida, do
status de poder e glória. Tal circunstância pode ser tanto positiva quanto negativa, dependendo da evolução pessoal de
cada um.
O homem, ao assimilar o Mago (I), cria desejos por meio do absoluto livre-arbítrio, mas percebe que é necessário
obter certa reflexão contida na Sacerdotisa (II). Para executar a vontade inicial, também é necessário obter a inteligência
da Imperatriz (III) e o controle real do Imperador (IV), para que o intento se cristalize. O livro da sabedoria contido no
arcano II, porém, não será aberto, nem conhecido, antes que se tenha aprendido a viver e a controlar as ações. O que
fazer? Prossegue com o aprendizado e tentar desenvolver os limites.
Ao se atingir o Sacerdote (V), o conhecimento torna-se efetivo, adquirindo o rigor, a disciplina e a inspiração divina.
O homem pode, então, vislumbrar a autoridade social e já observa com acuidade o livro da sabedoria. Como todo
conhecimento gera dúvidas, deve-se procurar a harmonização e a verdadeira escolha no Enamorado (VI); pois sem o
impulso da inspiração e da escolha, não será possível realizar nada na vida.
Uma vez selecionado o caminho adequado, o homem desenvolverá um poder ilimitado no Carro (VII), seguindo
velozmente pelo caminho da prosperidade; contudo, sempre dependeremos de terceiros para a realização de um ideal.
Surge, então, a Justiça (VIII), apresentando certa advertência: não há causa alguma sem um efeito; o equilíbrio e a
racionalidade são primordiais para a realização dos objetivos.
Com os ideais bem-definidos, o homem partirá cautelosamente por intermédio do Eremita (IX), digerindo as
experiências em harmonia com o próprio tempo e buscando conhecer em profundidade o livro desejado. Afinal,
construir um futuro sólido e inabalável é o objetivo de todos, e deter os transtornos da vida é a meta primal. Porém, o
destino materializado na forma de uma enigmática esfinge com uma espada em punho, adverte ferozmente: para ocupar
meu lugar na Roda da Fortuna (X), dominando o próprio destino, terás de conhecer a ti mesmo – decifra-me ou te
devoro!
Somente sob os augúrios da Força (XI) o homem poderá deter o infortúnio destinal por algum tempo, uma vez que
adquirirá autocontrole e poder sobre terceiros; no entanto, terá ele a sabedoria para ler o próprio livro destinal? Como
fazê-lo? Ele, enfim, conseguirá entender e decifrar o enigma do livro da sabedoria: o poder pessoal não se encontra
apenas nas conquistas ou nos domínios de toda ciência, mas também, e principalmente, no controle absoluto das
energias instintivas e em todos os poderes latentes contidos no interior da alma. Somente com a autoestima e o
autoconhecimento será possível atingir a autocura! Ao final desta primeira via o homem entende o mundo exterior e se
prepara para conhecer a si mesmo na próxima jornada.
Neste passo interior que, igualmente, tem a denominação de Transcendental, todos os arcanos são passivos e
pertencem ao princípio da reflexão, ao estado de interiorização, à dissolução do ego e da vaidade, à estruturação da vida
em sintonia perfeita com o destino. Essa via se reporta aos obstáculos que surgem diante dos objetivos, os quais
dependerão de terceiros para a efetiva realização. Aqui, a reciprocidade é a única forma de sucesso. O início desta
jornada representa a perda do estado egotista, mas catalisa novas ideias e diretrizes rumo ao autoconhecimento. Não
teremos necessariamente sempre de passar por essa fase, mas em um dado momento sempre o encontraremos em nossa
vida: evolui quem quer!
O homem descobriu na Via Racional (Solar) que para alcançar os objetivos deverá dominar a si mesmo. Mas, para tal
tarefa hercúlea, terá de buscar dentro de seu íntimo as mais profundas respostas e caminhos para a perfeita realização da
sua vida. O primeiro passo será atravessar o umbral do Pendurado (XII), no qual os valores (materiais, sociais, pessoais)
adquiridos já não são mais eficazes. Aprender a interiorização e ter a coragem de praticar as lições do livro sagrado é a
única saída neste momento. A primeira página revela que os mistérios da vida encontram-se na Morte (XIII), cuja mão
rompe e queima as ilusões, devendo, então, mudar os paradigmas pessoais. Descobre-se que, longe de ser um fim, será
um recomeço, uma nova etapa, plena de possibilidades – cortar o mal pela raiz é um velho ditado popular!
Renovando e avaliando a personalidade por intermédio da Temperança (XIV), será imprescindível ao homem
apreciar o tempo para superar os obstáculos. É necessário utilizar esse momento de trégua para reequilibrar as energias e
se preparar para as batalhas consigo mesmo. Conhecer o Diabo (XV) é como o homem incauto ver o próprio abismo
instintivo, observar os mais secretos desejos, a ambição, o orgulho e a vaidade; entender esse grande mistério arcano é a
última página do livro sagrado da sabedoria. Conhecida toda a fonte da dor humana (desejo incondicional do poder e da
felicidade eterna), resta estabelecer o vínculo direto com a Torre (XVI) e romper os grilhões do passado, abrir a mente e
o coração para um novo futuro e uma nova estrutura pessoal. Quer o homem queira ou não, o novo chegará!
De agora em diante, será revelado ao homem, purificado e liberto, toda a fé e a esperança contidas na Estrela (XVII):
tudo se abre e floresce , o negativo se esvai, aparecendo tudo que é positivo. Depurado os instintos e desagregados os
valores sociais impostos, surge por intermédio da Lua (XVIII) o mergulho interior, no qual o homem buscará no
inconsciente, rico em enigmas, as respostas para se autoconhecer (finalmente). Logo após, ele emergirá, sob os eflúvios
da bem-aventurança e do autoconhecimento no Sol (XIX); pela primeira vez ele não está só, descobriu a si próprio,
quem é e o que quer. O livro da sabedoria foi totalmente assimilado e o desejo está finalmente concluído.
A partir de então, só a energia do Julgamento (XX), senhor absoluto do destino, poderá determinar o resultado da
realização do homem. O que virá? O bem, o mal, o certo, o errado? O que importa? Foi o melhor que ele pôde fazer na
mísera vida terrena. Ninguém é perfeito! O Mundo (XXI) só existe como síntese de tudo que o homem adquiriu,
conquistou, obteve, valorizou, e é muito mais um prelúdio de uma nova vida do que a preservação da conquista.
Mas, como a ânsia não para, o homem avança em direção ao Louco (carta sem numeração), carregando apenas o que
lhe convém. Reconhece que não possui nada válido e, em consequência, volta ao desconhecido. Busca em seu
inconsciente algo que ainda não reconhece, mas deseja ousar e revolucionar a vida, na esperança de se realizar outra
vez, outra vez, outra vez... Onde está o Mago?, ele pergunta, pois deseja criar uma nova ideia, abrir um novo ciclo de
vida. Tudo recomeça.
FORÇAS PROGRESSIVAS
A Via Solar e a Via Lunar também se contrapõem em valores, em que o intrigante binário da mente humana – lógica
e intuição – opera para a própria evolução, pois a ambiguidade latente em todos nós é que permite o desenvolvimento.
Na tabela a seguir apresenta-se a oposição dos arcanos na lei do binário, em que o Mago e o Louco se contrapõem; a
mesma coisa entre a Sacerdotisa e o Mundo e assim sucessivamente. Nessa estrutura, não compete obter respostas,
somente reflexões no potencial de cada carta. Tenha em mente que os antagonismos levam ao crescimento pessoal,
social e espiritual. Reflita e analise o conjunto da tabela a seguir:
No primeiro caminho do ternário – a força motriz da vida – todos os arcanos serão ativos, progressistas, indutivos, e
estão diretamente acoplados à primeira máxima do ser
humano: o desejo. Da força do desejo e da necessidade da
realização no Mago (I) emana a autoridade, o princípio
sólido e real do Imperador (IV) para uma vida mais
completa e dinâmica no Carro (VII), rumo à felicidade
desejada. Todos os objetivos escolhidos dependerão sempre
de fatores externos contidos na Roda da Fortuna (X),
obrigando frequentemente a mudanças de planos na Morte
(XIII) para prosseguir com a vida rumo à felicidade
almejada. Portanto, a obtenção dos objetivos iniciais
depende, exclusivamente, de uma reestruturação das metas
por intermédio da Torre (XVI), a fim de se libertar de qualquer empecilho; somente agindo dessa forma atinge-se no Sol
(XIX) a plenitude da obra escolhida inicialmente.
Nesse segundo desdobramento – a força contínua da vida -, todos os arcanos serão passivos, analíticos, reflexivos,
produzindo continuidade ao processo indutivo com a busca da verdade pessoal. As cartas dessa via estão diretamente
relacionadas à segunda máxima do ser humano: o planejamento. A utilização do conhecimento e de forças ocultas da
Sacerdotisa (II) depende do aprendizado do mundo humano e do espiritual no Sacerdote (V), para o esboço e a criação
de um objetivo pessoal. Como toda ação gera uma reação e nada passa incólume perante a Justiça (VIII), o
desenvolvimento do autocontrole é imprescindível na Força (XI), para que não se enfraqueça a força magnética dos
objetivos. Quando atingimos esse amadurecimento, surge, então, um objetivo mais elaborado na Temperança (XIV),
que se encontrará agregado com a paz interior e a integração social da Estrela (XVII). As responsabilidades dos limites
pessoais nos fazem constantemente traçar novos planos e objetivos na fase do Julgamento (XX), pois renascer ou
reformular uma ideia é sinônimo de evolução e aprendizado.
No último passo do ternário – a força equilibradora da vida – todos os arcanos serão harmonizadores, conclusivos,
resolutivos, dando respostas ao processo anterior com melhor arquitetura do planejamento ou de uma conclusão final.
Estão diretamente vinculados à máxima final do ser humano: a realização. A natureza humana, sempre em busca do
desenvolvimento e da perfeição da Imperatriz (III), se vê diariamente diante de várias opções para manifestar esse
desejo no Enamorado (VI). Contudo, para escolher esse maravilhoso objetivo sabe que se deve ter a prudência e a
sabedoria do Eremita (IX), meditar e sacrificar múltiplos caminhos como o Pendurado (XII). Na labuta do
desprendimento, defronta-se com os mais profundos desejos contidos no Diabo (XV). Porém, ainda mergulhado no caos
interior, consegue discernir o falso do real, descobrindo o verdadeiro caminho por intermédio da Lua (XVIII).
Finalmente, após encontrar o autoconhecimento, deslumbra-se com a glória e a realização no Mundo (XXI), tendo,
assim, a absoluta certeza da existência de uma vida melhor e de que novos projetos serão estabelecidos.
No ternário é possível encontrar uma subestrutura com sete etapas agrupadas em três fases, todas conduzindo à
lógica e ao princípio do equilíbrio; servem como ponto de apoio para a realização de qualquer desejo. Estude, observe.
PREPARAÇÃO
1 – 2 – 3 = A ideia primordial deve ser avaliada e gerada com inteligência.
4 – 5 – 6 = A vontade pessoal tem de ser disciplinada para se optar pela melhor solução.
7 – 8 – 9 = A meta precisa ser direcionada com equilíbrio e sabedoria.
REAVALIAÇÃO
10 – 11 – 12 = Os fatores externos devem ser controlados e analisados à exaustão.
FINALIZAÇÃO
13 – 14 – 15 = A atitude correta traz ponderação ao poder pessoal.
16 – 17 – 18 = A mudança conduz a um caminho pleno de esperança e prosperidade.
19 – 20 – 21 = A plenitude alcançada traz garantia e uma visão mais ampla do mundo.
No primeiro caminho do setenário os arcanos são ativos, pertencem aos poderes latentes do homem, buscando todo
tipo de iniciativa e possibilidades para a conclusão de seus objetivos. A luz de uma obra deve ter início com muita
criatividade no Mago (I); no entanto, precisa se basear na sabedoria universal da Sacerdotisa (II). A continuidade baseia-
se na dedução e na iniciativa pessoal da Imperatriz (III) e, igualmente, deve ter um exercício diário de controle absoluto
expresso no Imperador (IV). Buscam-se a disciplina, a organização e a inspiração divina no Sacerdote (V), devendo
sempre optar pela essência verdadeira como almejado no Enamorado (VI). Assim se conduz uma obra para o sucesso:
com o máximo de rigor pessoal e poder mental possível, sem se dispersar um único momento por intermédio do Carro
(VII).
VIA DO PLANEJAMENTO
(arcanos VIII ao XIV)
No último caminho todos os arcanos são passivos, pertencem às forças do mundo material e buscam realizar os
objetivos pessoais. Mas como essa via é a projeção das duas últimas, o resultado pode não ser o planejado, por isso há
necessidade de eterna reformulação da vida. A vontade incontrolável de poder material expresso pelo Diabo (XV), não
respeitando as leis universais, pode acarretar sérias catástrofes irreversíveis com a chegada da Torre (XVI). Aliás, na
vida, absolutamente nada resulta dos primeiros planos, temos sempre de modifica-los ao longo da projeção. Portanto, o
importante é ter serenidade, esperança e certeza de que tudo acontece na hora certa na Estrela (XVII); basta apenas
enfrentar o duelo natural do imaginário e do real, que, com frequência, confunde as verdadeiras decisões na Lua
(XVIII). A iluminação interior e a realização final do desejo no Sol (XIX) virão esclarecer se valeram tantos dissabores,
porque a recompensa ou o resultado final poderão ser doces ou amargos, de acordo com o Julgamento (XX). Assim se
manifesta uma obra de forma resoluta: ao concluir, adquirir a garantia da vitória ou a simples realização do desejo,
revela-se a necessidade de seguir adiante, rumo aos novos patamares abertos no Mundo (XXI).
Os sete passos do setenário se agrupam em três etapas e todos conduzem à lógica e ao princípio da evolução: servem
como ponto de apoio para a realização de qualquer desejo. Estude, observe, avalie.
PREPARAÇÃO
1 – 8 – 15 = A vontade deve seguir a lei e a ordem para combater a arbitrariedade.
2 – 9 – 16 = A sabedoria e o conhecimento têm de ser progressistas e revolucionários.
3 – 10 – 17 = A natureza da criação precisa fluir livre e tranquilamente pela vida.
REAVALIAÇÃO
4 – 11 – 18 = O controle deve ser exercitado, mas livre de devaneios e dúvidas.
FINALIZAÇÃO
5 – 12 – 19 = A disciplina e o rigor das ideias conduzem à iluminação interior.
6 – 13 – 20 = A escolha certa e justa traz como resultado a recompensa esperada.
7 – 14 – 21 = A decisão pensada e analisada conduz ao resultado desejado.
Na estrutura binária temos a dialética humana, e o arcano Louco é parte integrante das grandes revoluções do
pensamento, das sociais às científicas ou religiosas; podemos dizer que, sem esse arcano inserido na alma, o homem
seria uma massa amorfa, sem evolução, e estaria fadado à inércia absoluta. Observe que a polaridade se processa com o
arcano Mago, ou seja, o Louco simboliza a difusão do inconsciente para a consciência, do caos para a ordem, do nada
para o absoluto – por essas razões aparece na estrutura binária. Porém, todo pensamento revolucionário tem como
resultado uma nova estruturação, planejamento e força direcional, que não fazem parte do arcano sem número; portanto,
ele não poderia estar presente na estrutura ternária, que discorre sobre o equilíbrio, tampouco na estrutura setenária, que
esclarece a evolução.
Bem, então se questiona: quer dizer que, uma vez revolucionando um sistema, seja pessoal, familiar ou social, ele se
torna ausente ou inerte? A resposta é não, pois o Louco estará oculto e prestes a atuar nas duas estruturas somente
quando for necessário, pois enquanto houver algum planejamento direcionado, ele não se manifestará. Você ousaria
mudar algo que está fluindo, dando certo? Não.
Embora nos tarôs clássicos essa carta não tenha valor numérico, por questões cartesianas e não simbólicas, vamos
considerar a numeração 22 somente para efeito de elucidação e para que se entenda como ele se encontra amalgamado
entre os arcanos. Simbolicamente, ele continua sem número, pois não aparece de forma real na estrutura – ele é uma
energia latente e, igualmente, o vácuo de tudo. Observe a soma nas tabelas a seguir e verifique como o Louco atua
secretamente nas duas estruturas.
1=1
1 + 2 + 3 + 4 = 10 (1 + 0 = 1) = 1
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28 (2 + 8 = 10 = 1 + 0 = 1) = 1
Podemos também considerar que a oposição ao princípio (2), a oposição à oposição (5) e a oposição ao equilíbrio (8)
reproduzem uma fase transicional para a conclusão de cada estágio em que se encontra inserido – princípio (1, 2 e 3),
oposição (4, 5 e 6) e equilíbrio (7, 8 e 9) -, visto que:
1+2=3
1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 (1 + 5 = 6) = 6
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 = 36 (3 + 6 = 9) = 9
Estudar a estrutura numeral é um grande avanço para a compreensão das cartas numeradas, bem como para as
mensurações e potencialidades simbólicas de cada uma. Ao aprender a sequência, será possível classificar corretamente
o conceito de cada arcano, o que possibilita o aprendizado ou a exclusão de qualquer postulação equivocada sobre os
naipes em qualquer literatura de tarô.
4 Princípio
5 Oposição Oposição
6 Equilíbrio
7 Princípio
8 Oposição Equilíbrio
9 Equilíbrio
10 Evolução -----------
REALIZAÇÃO DA VIDA
Todo desejo, toda vontade, poderá ser realizada – revela enfaticamente um guru esotérico e muitas literaturas de
autoajuda, de neurolinguística ou motivacional... No entanto, a realidade não é bem assim!