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O TAROT

Nada melhor neste mundo do que ser vencedor na felicidade, tendo a visão plena de que só chegou neste patamar por ter
exercitado a humildade.
Chico Monteiro

A História
Apesar do empenho dos estudiosos e da boa literatura existente sobre o assunto, a origem do tarot permanece na
obscuridade. As civilizações egípcia, chinesa, indiana e hebraica, entre outros, foram indicadas como as que teriam, em
tempos remotos, concebido o tarot como um legado divino. Há os que situam sua invenção na Europa Medieval, com o
intuito de servir de diversão à corte real, e outros que o conceituam como uma nova arte de expressão. Teorias e crenças
à parte, ninguém sabe ao certo de onde veio o tarot ou, exatamente, o porquê de sua invenção. Um fato inquestionável é
que os mais antigos tarots e documentos referentes a este jogo datam do final do século XIV. Não há nenhum registro,
pintura, literatura ou qualquer coisa que se assemelhe ao tarot, ou a jogos de cartas em geral, muito anterior à época da
Renascença (1.400 – 1.600).
Entre o final do século XIV e meados do século XVII, o número de cartas do tarot variou de 37 a 97. A partir do final
do século XVII, o tarot passou a conter 78 cartas com numeração e nominação específicas. Também do final do século
XIV até 1.450 se dizia: os naibis do ludus cartarum ou os naibis do tarocco ou, simplesmente, as cartas do naibis ou as
cartas do tarocco; entre 1.450 e 1.850, dependendo da região, se dizia: os trunfos do tarot ou os trunfos do tarok.
Finalmente, a partir de 1.850, as unidades passaram a ser denominadas os arcanos do tarot, como as chamamos até hoje.
Desde seu aparecimento na Europa, no final do século XIV, até o final do século XVIII, as cartas eram vistas de
forma lúdica e mística; nenhum ocultista deu importância ao seu significado simbólico e oracular até 1.775 quando o
parisiense Etteilla começou a penetrar neste campo de estudo. Somente a partir de então o tarot começou,
definitivamente, a ser estudado pelos grandes ocultistas: Antoine Court de Gebelin (1.775), Etteilla (1.783), Éliphas
Lévi (1.854), MacGregor Mathers (1.888), Papus (1.889) e Arthur Edward Waite (1.910). Então, a partir do século XX,
todos os esotéricos e exotéricos começaram a estudar seu simbolismo.
Uma outra observação a ser feita é que nunca ninguém foi condenado pela Inquisição (1.231 – 1.834) por utilizar as
cartas do tarot, pois a Igreja nunca o proibiu. Somente no século XX a Igreja fez sua oposição oficial à utilização do
jogo de cartas como forma adivinhatória para os devotos, decisão que também adota em relação a oráculos diversos
(astrologia, numerologia, quirologia). As proibições que existiram foram somente em relação aos seus clérigos, pois não
podiam jogar cartas ou ter qualquer outro tipo de distração profana – gamão, xadrez, tetractis, dança, música popular;
até aí, nenhuma novidade, pois o sacerdócio impõe sacrifícios à carne.

QUESTIONÁRIO
Com o conhecimento que você possui hoje acerca do tarot, disserte sobre a frase seguinte de Sheldon Kopp e
relacione-a sobre a arte de oracular: “De cabeça para baixo, vejo o mundo com outros olhos”.

Classificação

Uma das grandes dificuldades iniciais do estudante é saber


com qual tipo de tarot deverá aprender a jogar. Para que você
possa escolher o tarot que mais atende à sua necessidade é
preciso conhecer um pouco do universo artístico das carta e
fazer uma classificação do que existe ao seu dispor. Aqui eu
estou ensinando a conhecer o tarot e não um tipo único de
cartas.
Tarot Clássico ou Tradicional: os tarots desenhados entre
1.400 e 1.900 são denominados Clássicos ou Tradicionais, pois
todos foram ilustrados no mesmo padrão, sendo um exemplo o
Tarot de Marselha. Este tipo de tarot são altamente recomendáveis para se iniciar os estudos.
Tarot Moderno ou Estilizado: no início do século XX, com o advento de novas tecnologias de cores e impressão,
tivemos a possibilidade de uma grande expansão do processo de edição do tarot e o surgimento do conceito do Tarot
Moderno ou Estilizado, que contém simbologia semelhante aos Tarots Tradicionais, porém com estilização artística,
cadeia simbólica ou símbolo análogo. São recomendáveis para se iniciar os estudos.
Tarot Transcultural ou Étnico: por volta de 1.970, surgiu o que podemos classificar de Tarot Transcultural ou Étnico.
A partir do significado de cada arcano do tarot clássico, o autor buscou, em determinada mitologia ou fábula, um
significado análogo ao atributo escolhido, ou seja, suas imagens não remetem às dos tarots clássicos porque estão
baseadas apenas em suas significações. Requerem o conhecimento das estruturas clássicas e da mitologia para a
compreensão dos símbolos desenhados. Não aconselho a iniciar os estudos por essa classificação, que, contudo, é
excelente quando se conhece bem a estrutura do tarot.
Tarot Surrealista ou Fantasia: por volta de 1.975 começaram a surgir os tarots que foram baseados tanto nos clássicos
e modernos como nos transculturais, porém, deixando de lado a tradicional forma simbólica, buscando a livre criação
artística dentro do contexto de significação de cada arcano. Assim, apareceu o que podemos determinar de Tarot
Surrealista ou Fantasia, que requer o conhecimento das estruturas clássicas para a compreensão dos símbolos
desenhados. Também não aconselho iniciar os estudos por esta classificação, mas quem já possui o estudo e
compreensão da estrutura geral pode utilizá-lo que é excelente.
Como vimos, não existe um tarot melhor que o outro. Tudo é uma questão de gosto e prazer visual. Escolher um tarot
é como comprar uma roupa: vamos ao shopping no setor de camisas e escolhemos um modelo que nos agrada; contudo,
camisa é camisa e não calça! Assim como tarot é tarot, e jamais um tipo de tarot. Quando um conjunto de cartas não
obedece de alguma forma ao padrão estrutural de 78 cartas e ao padrão simbólico de cada arcano, então não é um
verdadeiro tarot, por exemplo, o que chama de Tarô Cigano com 36 cartas e simbologia diferente; ele não é na verdade
um tarot e sim, um outro oráculo.
Ninguém inventa os símbolos do tarot, todos seguem um mesmo padrão simbólico, sendo a única coisa que os
diferencia a notável criatividade do autor. Por exemplo, você jamais lerá num livro ou aprenderá em um curso que o
arcano 19, O Sol, tem atributos de tristeza, transformação, possibilidades; sempre aprenderá que esse arcano tem
significados de alegria, evolução, sucesso... ou algo análogo!
O tarot pode ser considerado a arte mais eclética que existe em nossa era, pois é capaz de agregar todas as filosofias
das ciências ocultas – alquimia, hermetismo, gnosticismo, astrologia, numerologia, cabala, teosofia, magia – e as não tão
ocultas – filosofia, história, psicologia, antropologia, simbologia, linguística, mitologia – sem, contudo, estabelecer
qualquer vínculo direto, sejam dogmas ou doutrinas. Por exemplo: na numerologia, o número 5 revela um símbolo de
rebeldia, êxtase, diversão, com indicação favorável para questões financeiras e viagens; no tarot, o arcano 5, O Sumo
Sacerdote, simboliza ordem, disciplina, contratos sociais, dogmas, moralidade. Ora, são bem antagônicos, não são?! Na
numerologia o número 4 representa a matéria, as leis, o poder, o domínio, enquanto que, no tarot, o arcano 4, O
Imperador, possui essas mesmas características. Ou seja, podemos fazer comparações de várias sistemas com o tarot
mas não torná-lo dependente desse ou daquele sistema. O tarot é um sistema único e independente.

QUESTIONÁRIO
“Nada tem qualquer poder sobre mim, exceto aquilo que o recebe de mim, através dos meus pensamentos
conscientes.” Baseado nessa frase de Anthony Robbins você acha que se não realizarmos uma consulta com um oráculo
algumas situações podem nunca acontecer? Exemplo: é dito para um consulente que ele poderá sofrer um acidente e por
causa disso ele fica tão preocupado que lança várias vezes essa preocupação que algo ocorra para o Universo como se
fosse algo real e, assim, como semelhante atrai semelhante, ele próprio atrairá para si o acidente previsto. Ou, se este
consulente nunca tiver realizado uma consulta de tarot, como ele não saberá do acidente, ele não lançará essa energia
para o Universo e, portanto, nada irá acontecer, com a ressalva de que o tarot fala do que irá acontecer baseado nas
escolhas atuais da pessoa. Qual a sua opinião a respeito? Discorra sobre em no mínimo 8 linhas.
O que é o Tarot?

Embora todos os oráculos levem ao autoconhecimento, no aspecto da consulta eles se subdividem e se qualificam
para determinadas áreas da vida. É comum pensar que um jogo de tarot responderá a tudo e que todos os outros
funcionarão para qualquer coisa... Errado! Cada oráculo tem seu limite de atuação, e sob um aspecto generalizado
podemos classificar da seguinte forma:
1) Qualidades do Ser – Os oráculos deste conjunto analisam a tendência da vida sem considerar o livre-arbítrio;
expressam a potencialidade dos eventos, mas não determinam qual a reação do indivíduo perante o fato em si –
astrologia, numerologia, q uiromancia, fisiognomonia. Eles respondem pergunta abstratas e subjetivas no
tempo-espaço.
2) Qualidades do Estar – Os oráculos deste outro conjunto analisam a condição humana sem levar em conta a
tendência da vida; expressam a potencialidade dos eventos levando em consideração o estado do indivíduo
perante o fato em si – tarot, cartas ciganas, I-Ching, runas, geomancia, cafeimancia. Eles respondem perguntas
objetivas e definidas na alma humana.
O tarot pode ser usado como uma ferramenta para orientação pessoal ou para o autoconhecimento, respondendo com
eficácia a tudo o que for tangível, vivenciado ou planejado; as cartas não servem a especulações.
Cada carta do tarot é denominada Arcano, que significa: mistério, segredo. O tarot é constituído de 78 arcanos que
estão divididos em dois conjuntos com estruturas distintas: 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores – o simbolismo é
baseado no princípio do macrocosmo (arcanos maiores) e microcosmo (arcanos menores).
 Os 22 arcanos maiores: compreende 21 cartas
numeradas e mais uma carta sem numeração. Os
arcanos têm nomes distintos uns dos outros e funções
diferentes. Os arcanos maiores se reportam à mente
abstrata, ao mundo subjetivo e se relacionam com a
formação da Vida, a energia ou o potencial de uma
situação. Há sempre uma tendência generalizada nestes
arcanos.
 Os 56 arcanos menores: compreende quatro conjuntos
– Ouros, Espadas, Copas, Paus – que denominamos
“naipes”. Cada naipe contém 14 cartas: dez cartas
numeradas (Ás – ou 1 – a 10) e quatro cartas da corte
(Pajem, Cavaleiro, Rainha, Rei). Seu conjunto é
estruturado com símbolos sinalizadores, caracterizando-
se pela simplicidade ornamental. Os arcanos menores se
lançam à mente racional, ao mundo do objeto, e se
relacionam com a manifestação da Forma (da Vida), a
realização do potencial. Há sempre uma projeção efetiva
nestes arcanos.
Podemos realizar uma consulta utilizando somente os arcanos
maiores, porém haverá sempre uma tendência aproximada dos fatos, nunca a revelação ou a certeza absoluta. Os arcanos
maiores norteiam melhor as orientações psíquicas e os avanços de situações existentes. Entretanto, não podemos utilizar
unicamente os arcanos menores, pois eles dependem da direção dos arcanos maiores, pois trabalham em conjunto.
Quando utilizamos os dois numa consulta, temos um orientação precisa e objetiva de uma situação.
Como disse anteriormente, tarot é tarot, mas o simbolismo que descreverei posteriormente pertence ao Tarot de
Marselha.

REFLEXÃO
“Se não houver frutos valeu a beleza das flores; se não houver flores valeu a sombra das folhas; se não houver folhas,
valeu a intenção da semente.” – Henfil
Caso você decida seguir o caminho do tarólogo, não desanime quando prestar uma consulta e der um conselho e o
consulente não seguir a orientação dada, principalmente se for uma pessoa próxima a você. O importante foi a intenção
que você colocou ao tentar ajudar a pessoa, visto que o consulente é quem sempre decidirá qual caminho seguir.
Lembrando que o consulente pode não seguir o conselho por estar seguindo, às vezes sem saber, sua própria Lenda
Pessoal.

Estrutura Geral – Parte I


A cadeia simbólica dos arcanos maiores deve ser observada de forma circular. O arcano sem número, O Louco, é o
elo entre a carta de número 21, O Mundo, e a carta de número 1, O Mago, como se terminássemos uma fase e
começássemos outra; por isso, algumas literaturas iniciam a instrução do tarot pela carta do Louco e outras a deixam
para o final, tanto faz. A cadeia simbólica dos arcanos menores deve ser vista na forma de um quadrado – quatro lados
diferentes que se conectam. Cada naipe dos arcanos menores é uma forma de expressar a vida: Ouros, Espadas, Copas e
Paus. Uma observação: cada arcano maior contém quatro manifestações – uma material, uma mental, uma sentimental e
uma espiritual -; ou seja, dependendo da questão analisada, ele terá uma expressão. Com os arcanos menores é diferente:
cada carta tem uma única manifestação! Mas ainda, cada carta tem um atributo específico que significa sua força
principal, contudo, haverá uma ampliação desses atributos.

22 Arcanos Maiores
Número do arcano Nome comum Atributo Principal
1 O Mago Aspirar
2 A Sacerdotisa Analisar
3 A Imperatriz Desenvolver
4 O Imperador Controlar
5 O Sacerdote Disciplinar
6 O Enamorado Escolher
7 O Carro Direcionar
8 A Justiça Ajustar
9 O Eremita Pesquisar
10 A Roda da Fortuna Alterar
11 A Força Dominar
12 O Pendurado Resignar
13 A Morte Modificar
14 A Temperança Reconciliar
15 O Diabo Desejar
16 A Torre Dissolver
17 A Estrela Harmonizar
18 A Lua Expandir
19 O Sol Triunfar
20 O Julgamento Transcender
21 O Mundo Progredir
Sem número O Louco Revolucionar

56 Arcanos Menores
Naipe Nome ou numeração Atributo Principal
Pajem Especulação
Cavaleiro Praticidade
Corte
Rainha Preservação
Rei Sucesso
Ás Realização
2 Impasse
3 Crescimento
Ouros
4 Retensão
5 Prejuízo
Numerados
6 Opção
7 Expansão
8 Oportunidade
9 Recomeço
10 Êxito
Espadas Pajem Intrigas
Cavaleiro Ímpeto
Corte
Rainha Obsessão
Rei Vitória
Numerados Ás Ação
2 Discórdia
3 Decepção
4 Inércia
5 Desperdício
6 Negligência
7 Cautela
8 Perigo
9 Sofrimento
10 Finalização
Pajem Confiança
Cavaleiro Volubilidade
Corte
Rainha Dissimulação
Rei Progresso
Ás Felicidade
2 União
3 Resolução
Copas
4 Insatisfação
5 Frustração
Numerados
6 Lamentação
7 Devaneio
8 Fracasso
9 Soluções
10 Plenitude
Pajem Sinceridade
Cavaleiro Ousadia
Corte
Rainha Virtude
Rei Produtividade
Ás Fertilidade
2 Reflexão
3 Inovação
Paus
4 Harmonia
5 Recuperação
Numerados
6 Benefício
7 Vantagem
8 Término
9 Obstáculo
10 Recomeço

QUESTIONÁRIO
É melhor manter-se puro e reluzente; você é a janela pela qual deverá ver o mundo. - George Bernard Shaw
De que forma podemos relacionar esta frase ao Tarot e aos caminhos iniciáticos da Bruxaria?

Estrutura Geral – Parte II

Conforme estudado anteriormente, cada arcano maior contém quatro manifestações e cada arcano menor tem apenas
uma, sendo isso uma interação dos quatro elementos: Terra, Ar, Água e Fogo. Os quatro elementos são uma fórmula
esotérica muito antiga que se reporta aos quatro planos do universo humano: material, mental/verbal, sentimental e
espiritual; os elementos são como um alicerce no estudo e na aplicação do tarot.
Aprender o significado de cada carta é fácil, a grande dificuldade ocorre no momento de uma consulta: o que falar?
O segredo se encontra na compreensão dos quatro elementos. Você aprenderá uma série de significados para cada carta,
portanto, é importante classificar cada significado em relação a cada elemento, pois no momento de uma consulta
somente um dos elementos irá se manifestar. E como irá descobrir o elemento? Através da pergunta ou do significado
da cada do jogo. Toda situação humana pode ser classificada de acordo com os quatro elementos. Se perguntar sobre a
compra do carro, qual é o elemento? Terra – material. Então, a resposta só deve expressar o significado material do
arcano maior. É possível perceber, também, que nos arcanos maiores uma mesma carta é muito favorável num
determinado plano e desfavorável em outro. Contudo, nenhum arcano é bom ou mau, a pergunta ou situação é que o
classificará.
Estudamos que o arcano menor é uma manifestação do maior, certo? Então, o arcano menor mostrará de que forma a
situação principal (elemento do arcano maior) irá se manifestar (elemento do arcano menor). Vejamos um exemplo:
uma pergunta material deve ser conectada com o plano material do arcano maior e relacionado com o elemento do naipe
arcano menor; assim, se sair o naipe de copas, primeiramente, indicará que a matéria está sendo desejada; se sair um
naipe de ouros, primeiramente, se trata de uma indicação de que a matéria se concluirá.
Vejamos a tabela abaixo que demonstra o campo de ação de cada elemento:

Quatro Elementos
Terra Ar Água Fogo
Material Mental/Verbal Sentimental Espiritual
Este elemento se refere Este elemento se refere a Este elemento se refere a Este elemento se refere a
a tudo o que é tangível, tudo o que é tudo o que é sonho, tudo o que é compreendido
sentido e obtido pelo racionalizado, pensado e esperança e aspiração da e aceito pela
físico. direcionado pela ação e alma. transcendência e que
pela expressão. Verbo: ESTAR evolui por meio dela.
Verbo: TER Verbo: SER Verbo: FICAR
Corpo Alma/Psique Alma/Emoção Espírito
Forma Ideia Sonho Inspiração/Conceito
Realização Planejamento Desejo Aspiração
Conclusão Elaboração/Elaboração Criatividade Perfeição/Intuição
Dinheiro Ambição Vaidade Filantropia
Trabalho Profissão Habilidade Dom
Posse Ciúme Paixão Compaixão/Serenidade
Limitação Egoísmo Orgulho Harmonia/Fraternidade
Namoro Intenção Sedução Compreensão/Inspiração
Destruição Vingança Amargura Perdão
Casamento Relacionamento Amor Paz/Harmonia
Saúde Física Saúde Mental Saúde Emocional Saúde Espiritual
Naipe de Ouros Naipe de Espadas Naipe de Copas Naipe de Paus

QUESTIONÁRIO
Saber não é suficiente, temos de aplicar o conhecimento. Querer não é suficiente, temos de agir. – Johann Von
Goethe
Elabore um texto de no mínimo 10 linhas relacionando a frase acima com a arte de oracular (independente do oráculo).

Estrutura Geral – Parte III

Embora haja uma quantidade maior de cartas nos arcanos menores, ela é mais rápida e simples de ser aprendida.
Podemos dizer que existem apenas três conjuntos simbólicos interligados que formam os arcanos menores
[4x(4+10)=56], ou seja, os naipes (4) multiplicados pelas figuras da corte (4) e somados aos números (10) resultam no
número de arcanos menores (56) – enquanto cada carta dos arcanos maiores tem símbolos específicos (22).
Os quatro elementos são o pano de fundo dos arcanos menores, que denominamos de naipes. Eles representam
degraus evolutivos numa escala de aprendizados. Em sua estrutura básica, podemos classificar os naipes da seguinte
forma:
Ouros= Material / Primeiro degrau da evolução: praticidade, poder, controle, realização, eu.
Espadas= Mental / Segundo degrau da evolução: diretriz, conceitos, expressão, metas, eu.
Copas= Sentimental / Terceiro degrau da evolução: desejo, impulso, magnetismo, anseio, eu.
Paus= Espiritual / Quatro degrau da evolução: compreensão, força interior, reciprocidade, harmonia, nós.
Asa figuras da corte são comuns aos quatro naipes. Elas representam estágios intermediários entre a força do arcano
maior (ideais) e a formação dos arcanos menores numerados (realização). Em sua estrutura básica, podemos classificar
as figuras da seguinte forma:
Pajens= Caminho da Aspiração: energia, abundância, dedicação, praticidade.
Cavaleiros= Caminho da Vontade: confiança, persistência, habilidade, idealismo.
Rainhas= Caminho do Objetivo: experiência, poder, preservação, matriarcado.
Rei= Caminho da Realização: realização, produção, dominação, patriarcado.
Os numerados também são comuns aos quatro naipes. Eles simbolizam a trajetória de uma ideia, ato, realização;
contudo, assim como a corte, em cada naipe o número representa um passo do estágio para a reta final. Em sua estrutura
básica, podemos classificá-los da seguinte forma:
1. Início= vitalidade, iniciativa, unidade, princípio.
2. Reflexão= dualidade, harmonia, impasse, estudo.
3. Difusão= equilíbrio, movimento, estruturação, projeção.
4. Estabilidade= estagnação, garantia, controle, posse.
5. Renovação= agitação, instabilidade, insegurança, inverdade.
6. Alteração= opção, fragilidade, hesitação.
7. Progresso= florescimento, profundidade, inventividade, desejo.
8. Regeneração= metamorfose, esforço, obstáculos, reformulação.
9. Desenvolvimento= expectativa, recompensa, adiamento.
10. Realização= êxito, prosperidade, evolução, poder.

REFLEXÃO
Provavelmente se passaram muitas vidas antes de chegarmos a uma conjunção tão auspiciosa de condições
favoráveis ao progresso no caminho de um estado mais elevado de ser.
O Dalai Lama

OS ARCANOS MAIORES – ESTRUTURA NAIFF


Que uma coisa fique clara: a divisão de grupos dos arcanos maiores descrito a seguir é apenas uma das várias
estruturas existente, visto que existem outras correntes de estudo que adotam outros métodos de visão. Ainda existem as
estruturas binária, ternária e setenária.

CAMINHO DA VONTADE

Para entendermos a estrutura circular dos arcanos maiores devemos dividir os 22 arcanos em seis grupos. O primeiro
conjunto dos arcanos maiores é chamado de Caminho da Vontade e terão a mesma tônica, ou seja, a de criar a sua
própria vida, valores, realizações; porém, cada um terá uma forma diferente de expressar a sua vontade. Este caminho é
composto pelos arcanos 1, 2, 3, 4 e 5.
Neste caminho, todos os arcanos expressam o livre-arbítrio, o desejo e as escolhas pessoais para sermos felizes. Esse
grupo de cartas não se reporta ao karma ou destino, somente ao único desejo pessoal, que pode estar voltado para
aquisição, relação, crescimento e/ou manipulação. Todas cartas desse grupo se referem ao momento em que desejamos
algo: namorar, casar, separar, ir ao supermercado ou ao cinema, comprar uma calça, buscar uma nova religião, aprender
a jogar o tarot; enfim, são tantas coisas que desejamos, não é verdade? No Caminho da Vontade, todos os arcanos
acenam com possibilidades, mas nenhum garante efetivação imediata, sempre há a questão da temporalidade e da
dependência de terceiros para a realização final.

REFLEXÃO
Saiba que todas as manifestações são como um sonho; projeções ilusórias de sua mente. Sem agarrar nada, além de
todos os conceitos, descanse na sabedoria da pura consciência.
Tsele Antsok Rangdrol

Arcano I, O Mago
*Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
O Mago, também chamado por alguns autores como O Saltimbanco
ou O Mágico, representa o princípio, o início da concretização de uma
vontade, a ação que leva a uma concretização. Somos nós agindo de
acordo com a nossa vontade primeira. Essa é a idéia primeira do
arcano um, o que explicaria, inclusive, O Mago ser o primeiro arcano.
O um simboliza tudo o que vem primeiro, a independência, a
liderança, a iniciativa, o vanguardista, o pioneirismo em qualquer área
da vida, a capacidade de pensar e realizar.
O Mago é O Louco maduro para alguns, aquele que já detém
algum conhecimento, mas que não sabe de toda a sua potencialidade,
aquele que está no início de alguma etapa.
É o aprendiz, o estudante, o candidato, o iniciante, o neófito com
muito potencial que poderá tornar-se um dia O Hierofante, o mestre, o
sacerdote, o superior hierárquico, o chefe, o conselheiro.
Num sentido mais espiritual, O Mago é aquele que possui aptidões
para lidar com os elementos (ar, fogo, terra e água). Nesse mesmo
sentido, O Mago sabe criar através da manipulação dos elementos,
mas não sabe por que faz isso e nem para que faz isso. Talvez falte no
Mago um pouco de maturidade, compreensão e vivência para
conhecer os mistérios espirituais.
No mundo dito profano, ou seja, no mundo material, podemos pensar no universitário recém formado (ou até aquele
que ainda está se graduando) que é dedicado, que é estudioso, que conhece bem aquilo que seus professores lhe
ensinaram, mas que ainda não possui vivência prática de seu ofício. É com certeza um profissional em potencial que
poderá se tornar um grande líder, um grande mestre, mas ainda está no início de seu caminho. Talvez possa ser até um
pouco arrogante... Mas isso é por que ele ainda está aprendendo.
No Tarô Mitológico, e também em outros baralhos, a figura mitológica atribuída a esse arcano é Hermes, Mercúrio, o
mensageiro dos Deuses, o portador do Caduceu. Crowley chama O Mago de o portador do bastão, que é o símbolo do
poder mágico. É com o bastão que o mago cria, dá forma no mundo material. Para os autores do Tarô Mitológico, O
Mago representa o mestre espiritual. Para mim, mestre espiritual é O Hierofante. O Mago seria, portanto, o aspirante,
aquele que um dia poderá ser o mestre: O Hierofante. No Mago temos a primeira iniciativa que nos levará ao
Hierofante, buscamos no Mago a independência espiritual, nos tornando mestres de nós mesmos em muitos aspectos,
ainda que ainda sejamos aprendizes de alguém.
Em boa parte dos tarôs, O Mago possui um chapéu em forma de oito deitado (lemniscata) que é o símbolo do infinito
e do conhecimento esotérico. A mão esquerda do Mago está direcionada para o alto e a mão direito para o chão. Isso
significa que O Mago conhece a máxima "em cima, como embaixo", de Hermes Trismegisto. Desta forma, O Mago
conhece certas leis e faz uso delas para concretizar sua vontade. A mão erguida segura o bastão, símbolo do poder ativo,
do princípio masculino, o fogo. Sobre a mesa podemos ver os símbolos dos outros três elementos dispostos. A Taça,
símbolo da água, princípio feminino, aquele que mantém a forma, o amor, a beleza; a espada, símbolo do ar, da mente,
do astral, da transformação, da ousadia, o masculino; e a terra, símbolo da matéria, da posse, do feminino. Há também
uma tulipa aos pés do Mago (em outras representações verde grama) que significa o início das atividades do Mago, a
iniciação.
*Compilado de textos sobre O Mago
Nós tarôs clássicos e modernos, revela um jovem em pé (símbolo do vigor e das aspirações) lidando habilmente com
as mãos (símbolo de atitudes pessoais) absorvendo toda a energia criativa universal com seu valioso bastão (símbolo do
poder mágico) para emaná-la no plano real e prático (simbolizado pela mesa). Sobre sua cabeça está a lemniscata, ou
um chapéu (símbolo do infinito e de todas as possibilidades do universo) mas será que tudo isso se encontra em sua
mente? O Mago, para criar seu intento – o tarot -, sua obra, sua vida, seu projeto, se utiliza de todas as possibilidades do
mundo, simbolizadas pela forma mais rudimentar dos quatro elementos, que irão se manifestar em sua forma mais
primorosa no arcano 21, O Mundo:
 Moeda, pentáculo, dados, pedra ou um touro = elemento Terra: material, bens, posses (realização prática);
 Espada, faca, lança, machado ou um anjo = elemento Ar: mental, metas, planejamento (realização egoísta);
 Taça, copo, jarra, cabaça ou uma águia = elemento Água: sentimental, desejo, intuição (realização vaidosa);
 Bastão, vareta, caldeirão, raios ou um leão = elemento Fogo: espiritual, aspiração, harmonia (realização
perfeita).
O Mago aponta o céu com uma mão e a terra com a outra, dizendo que o homem deve refletir a vontade divina e
também fala do antigo aforismo: assim em cima como embaixo. Em alguns baralhos, seu cinto é uma cobra que morde a
própria cauda, outro arquétipo da eternidade.
Todo o simbolismo desse arcano gera um grande número de possibilidades, muito
trabalho, intenso livre-arbítrio, grande criatividade, mas pouquíssima conclusão.
Indica sempre o início de qualquer atividade: trabalho, namoro, relação, estudo,
compra, vendas, crenças. Na interpretação divinatória, pode significar que um novo
fato vai ocorrer na vida do consulente, e que circunstâncias materiais virão em favor
do mesmo. Pode significar também um encontro com um homem jovem, tanto para o
homem como para a mulher. Como a carta tem um sentido de ilusão, é bom ficar
atento às cartas a sua volta, pois o Mago é uma das cartas que mais influência recebe
das outras. Recomenda fé, trabalho, esforço e o uso do poder do raciocínio para
resolver algum problema. É uma carta que prediz muito trabalho pela frente.
1) MATERIAL = negociação, promessa, habilidade, possibilidade, especulação
pueril e frágil.
2) MENTAL / VERBAL = criatividade, nova idéia, pesquisa rápida, plano
inovador.
3) SENTIMENTAL = expectativa, vontade, aspiração, desejo frágil, atração
efêmera.
4) ESPIRITUAL = nova filosofia, busca de estudo transcendental, iniciação
mística.
 Advertência para os quatro planos = não dispersar, crer em si, analisar os
fatos.
 Em casa de conselho = ser criativo, flexível e buscar novos projetos.
 Em casa negativa = desânimo, inércia, mexerico, falta de escrúpulos, a
exploração do outro, a timidez, indecisão, vacilação que pode fazer o consulente perder algo que quer muito,
intriga.
 Representação abstrata = inteligência, autoconfiança, habilidade, presença de espírito, diplomacia, iniciativa,
vontade, luta, coragem, controle da situação, espírito competitivo.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO
Para o exercício de conexão com O Mago, você precisará de símbolos dos 4 elementos: uma taça com água dentro,
incenso (de preferência de lavanda), uma vela vermelha e um punhado de terra (ou sal).
Os símbolos deverão ficar nos pontos cardeais. Se você tem familiaridade com a correspondência tradicional dos
elementos nos quadrantes, disponha dessa forma. Se, ao contrário, você utiliza outro tipo de correspondência, faça do
seu modo. Para aqueles que não têm nenhuma vivência com a Bruxaria, pode seguir o modo como eu disponho os
elementos nos quadrantes: ar fica no leste, água no oeste, terra fica no sul e fogo no norte.
Coloque todos os símbolos no chão, numa distância que caiba você no meio deles, deitado com as pernas e braços
esticados e abertos (formando um pentagrama). Escolha uma música que te induza ao transe (som de tambor é
excelente). Acenda a vela e o incenso e deite-se. Relaxe sua mente.
Após sentir-se plenamente relaxado, veja em sua tela mental o número 1 na cor branca, a cor do ar. Retenha essa
imagem por alguns segundos. Em seguida veja o número 1 branco balançando numa rajada de vento ou numa brisa.
Retenha essa imagem e então diga em voz alta: eu sou ar. Pense por alguns segundos em sua mente, seus pensamentos e
então relaxe novamente.
Após sentir-se plenamente relaxado, veja em sua tela mental o número 1 na cor vermelha, a cor do fogo. Retenha
essa imagem por alguns segundos. Em seguida veja o número 1 vermelho ardendo em chamas. Retenha essa imagem e
então diga em voz alta: eu sou fogo. Pense por alguns segundos em seu espírito e então relaxe.
Após sentir-se plenamente relaxado, visualize o número 1 agora na cor azul, cor da água. Retenha essa imagem por
alguns segundos. Em seguida veja o mesmo número 1 azul dentro de uma taça cheia de água. Retenha essa imagem por
alguns segundos.
Diga em voz alta: eu sou água. Pense em suas emoções por alguns segundos e então relaxe.
Após sentir-se plenamente relaxado, veja em sua tela mental o número 1 na cor marrom, a cor da terra. Retenha essa
imagem por alguns segundos. Em seguida veja o número 1 marrom junto a um punhado de terra (ou sal). Retenha essa
imagem e então diga em voz alta: eu sou terra. Pense em seu corpo físico por alguns segundos e então relaxe.
Em seguida, visualize-se como sendo O Mago do tarô. Visualize-se dentro da carta do Mago, veja-se tocando os 4
elementos e sinta como você consegue manipulá-los bem. Então visualize o símbolo do infinito por alguns segundos.
Abra os olhos e vagarosamente sente-se.
Reflita por alguns instantes sobre o significado do Mago e encerre o exercício.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma idéia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porque.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
9. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 1 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção.
O MAGO – EXTRAS
Poesia
Uma faca apontada para meu peito. Vejo uma mulher em toda majestade
e poder me olhando com seus olhos de coruja que parecem enxergar o
fundo da minha alma. Ela me questiona: “Quem é este que se encontra no
limiar do templo dos Antigos? O lugar que não é lugar num tempo que não
é tempo.”. Eu digo: “Sou aquele que vem puro de coração para encontrar a
luz da verdade.” Ela continua com seu olhar penetrante e questiona: “E
como você vem a este local?” Eu respondo: “Em perfeito amor e em
perfeita confiança para celebrar os Antigos!” Ela sorri com minha resposta e
retira a lâmina do meu peito. Uma faca com cabo preto.
Agora, sem a lâmina da ameaça de morte por se achegar num local
sagrado agredindo meu peito, esta mulher me abraça como se eu fosse
alguém que não via há muito tempo e que está feliz em ver meu retorno.
Abraço ela e sinto uma energia ancestral nos envolver. Ela se afasta e pega
um pote que exala uma fumaça com cheiro de artemísia e sálvia e passa por
todo meu corpo. Depois pega uma vela violeta e faz o mesmo, assim como
também com uma taça cheia de água cristalina e um cristal com inúmeras
pontas. Durante todo o processo percebo que fico mais sereno, mais
centrado e, posso até dizer, mais puro. Sinto uma estranha leveza, como se
minha alma alcançasse as mais elevadas alturas. Mas ainda assim, meu coração bate fortemente e num ritmo acelerado.
É estranha essa sensação de calma enérgica que sinto. Então, sem esperar que essa exaltação diminuísse, uma venda é
posta em meus olhos.
Ela me convida a adentrar o círculo de pedras que é o ponto que separa este mundo do mundo dos Antigos. E,
quando o faço, tudo o que imaginei ser este mundo se quebra e toda minha imaginação é ínfima, sendo praticamente
impossível descrever a forma sem geometria deste local. Estava frio lá fora. Aqui a energia é quente e aconchegante.
Durante algum tempo que não saberia descrever se foram minutos ou eras que se passaram, fico a esperar nova
orientação, mas o que recebo é uma ordem: “Faça o juramento!” Eu faço. Depois outra ordem: “Repita perante os
Antigos o que você diz ter vindo fazer aqui. Qual seu objetivo?” Eu digo. A venda é retirada.
Ainda tento expressar aquele momento e compará-lo antes de tê-lo vivido. Antes de entrar no Círculo, lá fora, me
sentia cego e surdo. Dentro, posso ver mil formas diferentes com matizes e cores nunca antes sonhadas nos meus
maiores devaneios e ouço. Ah, como ouço. Canções, como se milhares de eras entoassem numa só afinação de coros e
solos ao mesmo tempo toda a sabedoria universal. Enquanto isso ocorre, o silêncio de minha alma é ainda maior e é
como se se encaixasse tão perfeitamente com a sinfonia de sons que poderia deixar de existir naquele momento e ainda
assim ficaria arrependido, pois não teria visto tudo o que este mundo poderia me proporcionar. Porém, a maior alegria
foi quando pousei meus olhos neles. Aqueles aos quais somente ouvia falar. Aqueles aos quais estava buscando
conhecer e me aproximar. Aqueles que me guiam e me protegem. O esplendor era imenso e caí de joelhos em
veneração. Eles me puseram de pé e me disseram: “Você não é nosso escravo e nem nosso servo. Você é nosso amigo.
Sou sua mãe e seu pai. Seu filho e todos seus outros parentes. Sou a árvore que doa seu fruto, a terra que você pisa, a
brisa que toca seu rosto e a caverna que te serve de abrigo na tempestade. Sou tudo e sou nada. Assim como você.
Somos iguais. Venha celebrar conosco! Você agora é um Iniciado.”
Mesmo se tivesse consciência do início e fim, o tempo que passei com Eles teria sido ainda maior e mais rico aos
meus olhos. Mas, devo voltar para a dimensão da qual vim, pois tudo tem sem tempo, mesmo que este não exista e seja
arbitrário. Então, eles se foram assim como a magia que envolvia toda essa outra dimensão e tudo se tornou mais real.
Ou deveria dizer mais irreal? Entretanto, sinto a presença deles como se não tivessem ido, pois aprendi que eles sempre
estarão comigo, até que a última folha caia e o inverno chegue ao mundo. Eles estarão dentro de mim.
Olho para o centro do Círculo e vejo uma mesa com alguns objetos e a mulher que havia me conduzido me olhando
ternamente. Uma sacerdotisa. Ela diz: “Vamos finalizar a operação. Devo agora repassar a você todo o conhecimento
necessário. Mas mantenha o segredo. E não o revele a qualquer um. Somente aos puros de coração que vem sem nada,
somente com suas trouxas de conhecimento e experiência, que é a única coisa que podem levar e trazer deste e de outros
mundos. Revele o conhecimento somente aos que disseram as palavras corretas. Venha aprender a ser 1 + 1. Venha
aprender a ser A Sacerdotisa...”
*Texto por Dallan Chantal
Canções que retratam O Mago
The Wizard, Black Sabbath - http://www.youtube.com/watch?v=XKQ5jhtFypg
Wishmaster, Nightwish - http://www.youtube.com/watch?v=KqUX70mle_s

Arcano II, A Sacerdotisa


*Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
A Sacerdotisa é também conhecida nos Tarôs clássicos como A Papisa. Seu nome nos faz lembrar da lenda de ter
havido na história de Igreja Católica um papa mulher. Verdade ou não, o fato é que A Sacerdotisa representa o feminino
intuitivo, a sabedoria, o conhecimento, os mistérios ocultos. É aquela que conhece e guarda os segredos. Por isso é
também chamada de “Guardiã do Templo”.
Nota-se que, regra geral, está sentada entre duas colunas (o portal do templo) e segura nas mãos um livro e às vezes
uma chave também. Os pilares simbolizam os dois lados do todo, o feminino e masculino, o bem e o mal, o claro e o
escuro, o frio e o quente, etc. A Sacerdotisa, portanto, é aquela que conhece os
mistérios das polaridades. Além das pilastras, pode ser que você veja também um véu
sobre o rosto da sacerdotisa, ou atrás dela. O véu, símbolo daquele que está velado e
revelado, símbolo dos mistérios... Significa que esta carta é talvez uma das mais
enigmáticas do Tarô. Em outras palavras, numa jogada, nunca revela todo o conteúdo
do que foi perguntado, pois Ela guarda bem aquilo que não deve ser revelado naquele
momento.
A Sacerdotisa representa a busca pelo conhecimento, tanto interno como externo,
pois tem um apelo muito forte de ampliação de si, de seus canais e de sua relação com
o Todo. Por esse motivo, pode marcar um período de conexão com outras dimensões,
abertura de canais, intuições poderosas. Atenção especial deve ser dado aos sonhos
quando A sacerdotisa surge numa jogada, pois esses podem vir com forte carga
profética ou seu conteúdo pode conter mensagens veladas muito importantes.
Pode marcar um momento de parada, de introspecção, de afastamento do mundo
dito profano para buscar conhecimento, sempre enfocando a necessidade de manter-se
conectada às intuições.
Para Waite, A Sacerdotisa, em alguns aspectos, é uma das mais sagradas cartas dos arcanos maiores, pois simboliza a
Mãe Celestial, a Mãe Espiritual, A Noiva Sagrada... a metade espiritual feminina do todo indivíduo. Nesse passo, O
Hierofante seria a metade masculina, O Sacerdote.
Ao contrário do que muitos pensam A Sacerdotisa somente será uma carta que denota frieza se estiver em mau
aspecto, pois em sua essência, ela é puro amor espiritual, ela é o enigma do próprio amor. Em desequilíbrio pode
significar passividade excessiva, falta de cultura, falta de estudos, falta de conhecimento, alguém que não se concentra
direito, uma falsa mestra, uma mulher poderosa que engana a todos com falsos sorrisos e falsos discursos. No entanto,
essa falsa mestra é dificilmente desmascarada. É preciso fazer com que ela caia por si, pois todo aquele que desejar
desmascarar A Sacerdotisa, corre o risco de ser ele mesmo tido como impostor, tamanha é a força e poder de persuasão
e manipulação da Sacerdotisa. Ela tem uma capacidade enorme de ler as pessoas.
*Compilado de textos sobre A Sacerdotisa
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma mulher (símbolo da intuição e da
fecundação) enclausurada em vestes escuras e pesadas, que simbolizam a supressão
de sua atração física. Ela segura um livro e/ou chaves, simbolizando que não deseja
transmitir nada que não seja o conhecimento da causa necessária. A Sacerdotisa
protege o portal do templo sagrado da alma humana e só permitirá a entrada de
quem souber decifrar seu enigma: fidelidade e integridade. A Papisa, como também
é chamada, simboliza a guardiã da sabedoria iniciática e nos lembra que a
verdadeira sabedoria repousa sobre aquele que a busca em silêncio e em
concentração... Um detalhe de sua roupa forma uma cruz que diz que a verdade
foge aos olhos profanos.
Esse conjunto simbólico sugere que há uma grande força pessoal retida e que
não será revelada facilmente, há um desejo passivo e muita elucubração. A análise e
a intuição são por demais profundas nos fatores envolvidos, a busca do
conhecimento é pela perfeição, os projetos e as relações são as mais passivas e
corretas possíveis. A interpretação divinatória desta carta fala da sabedoria,
fecundidade e imaginação em todos os aspectos, e por isso é geralmente benéfica.
Simboliza sucesso. Funciona como multiplicadora das forças das cartas que a
rodeiam. Se a consulente for mulher, representa ela mesma.
1) MATERIAL = passividade, averiguação, burocracia, inação, sem avanço.
2) MENTAL / VERBAL = planejamento, reflexão, perfeição, segredo sobre o
que se deseja.
3) SENTIMENTAL = mágoa, ressentimento, carência, introspecção, afeição não expressada.
4) ESPIRITUAL = intuição, devoção, conhecimento místico.
 Advertência para os quatro planos = o fundamental é agir imediatamente, falar, realizar.
 Em casa de conselho = manter a calma, aguardar, analisar com cuidado.
 Em casa negativa = precipitação, desacordo, insegurança, intenções ocultas, intolerância e instabilidade
emocional.
 Representação abstrata = desenvolvimento de uma ação em segredo, mas de maneira mais lenta se comparada
ao Mago. Fecundidade secreta, percepção das coisas visíveis ou não, sabedoria, modéstia, discrição, paciência,
piedade, pressentimentos, poderes psíquicos, sensibilidade e bondade, amigos compreensivos. Um conselho útil
pode vir da mãe, da tia ou de uma professora.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO
Para realizar este exercício você precisará de: 
 Uma lâmina da Sacerdotisa;
 Uma chave;
 Um livro que você goste, que lhe toque a alma de uma forma especial;
 Uma vela amarela;
 Música apropriada;
 Incenso de Lavanda (preferencialmente).
Escolha aquele período do dia em que não é mais dia e nem noite para realizar este exercício. Prepare o local para o
exercício com a vela no centro, seguida da carta da Sacerdotisa e o incenso, como que enfileirados para ficarem à sua
frente. Do lado direito coloque o livro e do esquerdo a chave. Coloque a música, acenda o incenso e a vela. Sente-se
confortavelmente, fite a carta da Sacerdotisa por alguns instantes, estique os músculos por alguns segundos, fazendo
respirações profundas até sentir que está pronta para iniciar a visualização.
Feche seus olhos e visualize-se caminhando por uma longa e reta estrada. Caminhe por ela prestando atenção em
seus pés. A estrada é bastante longa, mas você está disposto a percorrê-la até o final. Percorra... percorra até perceber
que lá ao longe, você avista algo... Uma espécie de templo. Vá até ele. Aproxime-se.
Conforme vai se aproximando você nota que a porta dele está cerrada entre duas colunas bastante altas. Aproxime-se
mais da porta. Fique em frente a ela entre as duas colunas. Observe o templo como um todo. Demore o quanto precisar
para perceber os detalhes da arquitetura, os desenhos da porta, a altura e o desenho das colunas.
E então a porta se dissolve em sua frente dando lugar a uma mulher sentada num imenso trono. Ela parece impedir
sua passagem. Ela parece ser a guardiã do templo. Aproxime-se dela. Fique cara a cara com ela. Como ela é? Com quem
ela se parece? Ela é uma mulher silenciosa, mas com olhar fraternal que o chama para mais perto. Quando você se
aproxima dela, ela lhe entrega um livro e uma chave e então desaparece fazendo ressurgir a porta à sua frente.
Fique olhando a porta e então, vagarosamente, abra os olhos. Pegue o livro e a chave e segure-os junto ao peito por
alguns instantes e então, quando sentir-se pronto, abra o livro numa página qualquer e aponte a chave para alguma frase
ou trecho. Leia-o. Essas são as palavras de passe da Sacerdotisa para que você adentre os portões do templo sagrado.
Guarde essas palavras com carinho e medite com elas. Deixe a chave no livro por alguns dias. Volte a reler o trecho.
Medite sobre a mensagem nos dias que se seguirem.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação
ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto
abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano
em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não
lhe tenha ficado claro e explique o porque.
5. Faça uma relação deste arcano com algum
aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa,
ou ainda com alguma situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em
estudo e o arcano anterior.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no
mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião,
tenha relação com o significado do arcano em
estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o
exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 2 do
Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham
lhe chamado a atenção e que tenham relação com
o arcano em estudo.
A SACERDOTISA – EXTRAS
Comentário
A Sacerdotisa vai um pouco além do Mago. Ela
talvez não precise mais dos materiais que o Mago
precisa para se conectar com o universo. Ela já
compreende com a alma e não precisa de algo
concreto e material para acessar os segredos da
alma. Ia dizer que a Sacerdotisa é uma iniciada,
mas penso que ela deve ser mais como uma
iniciadora. A portadora dos segredos que pode
abrir o caminho da consciência espiritual. Outro ponto interessante é o magnetismo da personalidade representada por
este arcano. Os conhecimentos ocultos podem ser fascinantes, e todo segredo guarda em si mesmo o poder de encantar
quem tem um primeiro contato, mas ainda não possui a compreensão completa do mesmo.
Paola - Sibilando
Canções que retratam A Sacerdotisa
Ave Maria, Beyoncé - http://www.youtube.com/watch?v=ciQYH9711JM
Hecate Cerridwyn, Inkubus Sukkubus - http://www.youtube.com/watch?v=UAacVG8WZRA
Maria Maria, Milton Nascimento - http://www.youtube.com/watch?v=lmeU-jQ2swU

Arcano III, A Imperatriz


*Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
A Imperatriz simboliza a vida plena, a preparação para os nascimentos físicos ou não. É por esse motivo que em
muitos tarôs esse arcano é representado como uma mulher grávida sentada num trono, coroada e segurando um cetro,
símbolos do comando, o comando dos mundos, pois ela é a Mãe do mundo.
Alguns autores sugerem que a denominação Imperatriz tenha sido uma modificação do original dessa carta. Uma
pista de sua origem perdida talvez seja o Tarô Carey da Revolução francesa, datado de 1791, em que a Imperatriz e o
Imperador carregavam a denominação de "A Grande Avó" e "O Grande Avô".
De toda forma, a Imperatriz é a representação da Mãe material, diferente da Sacerdotisa, que representa a mãe
espiritual. A Imperatriz nos traz a fertilidade, o amor, as mudanças advindas em razão de um nascimento, que pode ser o
nascimento de uma criança, de uma ideia, de um projeto, etc. É o arcano 3 por que três é o número da multiplicação, do
crescimento e da fertilidade.
Outra forma de enxergar esse arcano é como o encontro entre os opostos (por isso em
uma jogada pode simbolizar um amor). Podemos dizer que é o encontro dos polos
masculino e feminino manifestados através da gestação. 1 (masculino)+2 (feminino)=3
(união).
Nesse sentido temos a Grande Mãe, a Grande Deusa, geradora de tudo, cultuada há
tanto tempo. Ela é para os Incas Pachamama (Pacha significa universo e mama mãe),
para os egípcios ela é Mut, para os gregos é Deméter  e para os hindus ela é a Deusa
tríplice, as shaktis (elementos femininos de Deus).
Ela é a geradora de tudo, o Feminino como origem de tudo o que existe, a mãe do
mundo, a própria Terra.
Numa jogada ela traz a proteção, o casamento, o amor, o nascimento, a fertilidade.
Tal qual uma mulher grávida, ela nos traz a descoberta do corpo como um templo
sagrado e valioso, e nos alerta para ter cuidado com as coisas do corpo, as coisas do
mundo, as coisas materiais. Pode significar também que o consulente está descobrindo
sua porção mulher, conscientizando-se de sua beleza interior ou exterior e preparando-se
para projetar todo esse sentimento ao mundo através de seus atos.
Marca um período em que os sentimentos são infinitamente mais evidentes que os pensamentos.
Profissionalmente favorece ramos de alimentação, decoração, moda e artes.
A Imperatriz possui contornos diversos em alguns tarôs. Em alguns, como o de Marselha, ela exprime todo o seu
poder de comando. Ela comanda o reino dos sentimentos, é esse o comando de que trata esse arcano.
No Old Path Tarot a Imperatriz é representada nutrindo seu filho. Aqui ela não exprime sua autoridade com o cetro, a
coroa e o escudo, como no de Marselha, mas nos ensina que a vida deve ser nutrida, alimentada e que vida se alimenta
de vida.
No tarô de Crowley duas luas simbolizam as faces da Deusa (e da mulher), é o desdobramento da mulher/deusa. É
um simbolismo interessante se pensarmos na relação da mulher com a lua. Ambas sempre estiveram relacionadas, o que
se evidencia pela relação dos ciclos menstruais e as fases da lua. Por essa razão, em desequilíbrio pode significar
problemas de saúde relacionados com a menstruação, gestação, fertilidade, doenças nos órgãos reprodutores femininos,
inclusive doenças venéreas.
Vale notar que A Imperatriz é vida, é plenitude é fertilidade pura. Porém, devemos lembrar que vida se alimenta de
vida. Qualquer que seja o aspecto de criação, é preciso que a vida termine e sua essência volte à origem para que uma
nova semente possa germinar.
Deméter não é apenas a mãe cuidadosa de Perséfone. Ela é também a mãe enlutada.
Essa é também a mensagem da Imperatriz para nós.
Numa jogada, pode simbolizar uma mulher poderosa, a mãe, a sogra, a parceira, a rival. A Imperatriz também pode
ser frívola e dada aos prazeres sexuais sem muito pudor ou cuidado, o que fortifica a possibilidade de doenças nos
órgãos reprodutores da mulher. Pode simbolizar ainda uma situação de gestação, de uma criança ou de um projeto. Não
é a abundância imediata, pois assim como a mãe que espera o bebê nascer, o projeto precisa de tempo para amadurecer.
Mas, no positivo,  sempre nos indicará a possibilidade de grande felicidade e abundância.
*Compilado de textos sobre A Imperatriz
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma mulher (símbolo da procriação) representada com roupas mais leves do
que as do arcano anterior, simbolizando maior interação com o meio social. O cetro (símbolo de autoridade e poder
material) é sua fonte de vontade e desejo. Ela segura firmemente o escudo com a águia (símbolo de superioridade e
espiritualidade), indicando que protegerá sempre o status em primeiro lugar. A posição no trono mostra que está pronta
para atuar, sua intuição é primorosa, sua inteligência é aguçada, seu olhar é felino, nada lhe escapa. Embora esta
condição também indique que domina os instintos básicos, na realidade ela não os conhece em profundidade. O cetro
ainda aponta para o alto demonstrando que possui objetivos elevados e em sua ponta há um globo, símbolo do mundo,
sempre em evolução. A figura desta mulher com um sorriso sereno é confortante. A águia aponta para cima, ou seja,
elevação.
Esse arcano sugere que se pode projetar e fecundar qualquer coisa, tudo cresce e prospera, pois é o equilíbrio entre a
criação (O Mago) e a análise (A Sacerdotisa). Para o consulente, este carta sugere sucesso real para sua vida e realização
pessoal e seus benefícios serão sentidos no cotidiano, pois a Imperatriz influencia a rotina e a praticidade. Anuncia
alegria e vitória nos empreendimentos, conforme os obstáculos forem sendo transpostos. É uma carta neutra e deve-se
atentar para as cartas que a acompanham para saber o que ela quer dizer.
1) MATERIAL = crescimento, prosperidade, promoção, desenvolvimento, aquisição, realização.
2) MENTAL / VERBAL = inteligência, planejamento, capacidade de análise dedutiva, boas ideias.
3) SENTIMENTAL = alegria, prazer, desejo, vontade, afeto, carinho.
4) ESPIRITUAL = compreensão, meditação, intuição, busca de harmonia.
 Advertência para os quatro planos = não mudar absolutamente nada, continuar na ação.
 Em casa de conselho = manter o autocontrole em relação a tudo, ter confiança em si.
 Em casa negativa = desinteresse, dissimulação, fracasso. Fala dos
sentimentos volúveis e passageiros no amor, sedução, vaidade em
excesso, atitudes afetadas que comprometem a reputação, desejos frívolos,
pompa e pose, alienação psíquica, tirania materna, infidelidade,
clandestinidade, dúvida ou ignorância.
 Representação abstrata = o progresso feminino, disposição e ação, talento
natural, encanto pessoal, intuição e poder de sedução, poder da alma,
generosidade, abundância, estabilidade doméstica e honestidade de
sentimentos. Também aconselha inspiração ou conforto através de um
maior contato com a natureza. Longevidade, vitalidade, nascimento,
beleza, elegância, narcisismo, mulher jovem, nova amiga, pergunta ou
prova respondida com sucesso.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A IMPERATRIZ
Este exercício deve ser realizado ao ar livre, num gramado, de preferência. Você
vai precisar de:
 Incenso e uma música que, para você, tenha relação com o que
aprendemos no Arcano III (se possível um som de tambor, pois é bem
aproriado)
Vista-se com uma roupa confortável e solta em seu corpo. Para mulheres, um
vestido largo; para os homens, uma calça larga e uma bata ou camiseta larga. Você
iniciará o exercício fazendo um exercício básico de respiração: deite-se no chão e
comece a prestar atenção nas batidas do seu coração. Concentre-se. Pode ser que de imediato você não consiga se
centrar e focar em seu coração. Tente. Quando sentir que está bom, comece então a prestar atenção em sua respiração.
Inspire e expire profundamente durante algum tempo, até sentir que está calmo e centrado no exercício que começa a
partir de agora.
Comece visualizando-se deitado no local em que está. Veja-se na tela da sua mente. Note que você está deitado na
Mãe Terra, seu corpo está junto ao corpo da Terra. Concentre-se na linha que separa seu corpo do corpo da Terra.
Visualize raízes saindo da Terra e enroscando por todo o seu corpo. Não é uma sensação ruim, mas uma sensação de
unicidade com a Terra. Perceba que enquanto as raízes da Terra te envolvem, você e a Terra vão se fundindo. Pouco a
pouco você e a Terra tornam-se um.
Nesse momento, repita as seguintes palavras três vezes: “Eu nutro a Terra, a Terra nutre a mim, eu sou na Terra”. 
Visualize as raízes saindo da Terra novamente. Note que em meio a muitas raízes, uma pequena árvore começa a
crescer. Lentamente a árvore vai tomando forma e crescendo, crescendo. Você é a árvore. Enquanto ela cresce, vá se
levantando, vagarosamente. Na medida em que a árvore vai crescendo, você se movimenta. Vá abrindo os braços, como
se esses fossem os galhos. Estenda-os bem alto e visualize o céu. Sinta que a árvore (você) alcança os céus. Sinta-se
subindo aos céus, crescendo e subindo cada vez mais. Veja-se bem no alto, subindo cada vez mais. O planeta Terra vai
ficando distante e você pode ver a Terra ao longe. Abaixe os braços lentamente e veja que seus braços podem tocar a
Terra.
Visualize a Terra próxima de seus braços. Abrace-a. Tome a Terra em seus braços, como se fosse uma criança.
Abrace-a com carinho e sinta todo o amor que existe entre vocês. Abrace-a forte, até que, novamente, vocês se tornem
um. A Terra e você são um. Repeta novamente as seguintes palavras por três vezes: “Eu nutro a Terra, a Terra nutre a
mim, eu sou a Terra”.
Finalize o exercício.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porque.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e o arcano anterior: A Sacerdotisa.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 3 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
A IMPERATRIZ – EXTRAS
Comentário
A Imperatriz somos todas nós mulheres, mães, esposas e mais um monte de papéis que assumimos. A Imperatriz
representa todas as que estão vivendo a vida intensamente, estão na entrega cotidiana para os seus sem se esquecer da
parte em nós meio femme fatale, que também aflora. Vai parecer até meio clichê por causa do comercial da Nextel, mas
a música que marca este arcano é a música Maria, Maria de Milton Nascimento, interpretada por Elis Regina.
Principalmente no momento em que ela canta: “Mas é preciso ter força / É preciso ter raça / É preciso ter gana sempre /
Quem traz no corpo essa marca / Maria, Maria, mistura a dor e a alegria / Mas é preciso ter manha / É preciso ter graça /
É preciso ter sonhos sempre / Quem traz no corpo essa marca / Maria, possui a estranha mania de ter fé na vida...” Acho
que em geral mulheres são assim mesmo: graciosas, sábias quando intuitivas, cheias de vida e ao mesmo tempo “vis”,
no sentido de impiedosas... No entanto, homens tem medo de seu poder, mas não somos más, somos nada além do que
mulheres reais... Abençoadas por Deuses, e bonitas por
natureza. Rsrsrsrs
Tati – Sibilando
Imperatriz... A toda poderosa... A mãe que a todos protege e de
todos cuida com amor... Terrível quando enfurecida...
Intolerante e mandona, ela impõe sua vontade sobre todos... A
mãe também pode ser carrasca, pode pôr seus filhos de castigo e
dar palmadas.
Sempre gerando vida... Novos projetos, novos amores, novas
possibilidades na vida, nova vida... Ela é aquela que tem o
poder e sabe disso... Pode usar isso para o bem e para o mal... A
escolha é só dela! Assim como a semente que germina, a planta
que cresce e a árvore que dá frutos... Também é a Imperatriz...
Mãe que gera vida, alimenta, orienta e cuida de seus filhos até
que possam seguir seu próprio caminho.
Andreia – Sibilando
Talvez me atendo ao aspecto da Sacerdotisa como mãe
espiritual, e da Imperatriz como mãe material, acho que a
Sacerdotisa nos leva para o mundo de dentro, enquanto a
Imperatriz nos traz para o mundo de fora. Uma é a mente, a
outra é o corpo. A Sacerdotisa nos remete ao nosso
subconsciente, à nossa alma, aos nossos conhecimentos e
intuições. A Imperatriz nos remete ao nosso corpo, à nossa
matéria, aos nossos sentimentos e necessidades.
Hydra-Chan – Sibilando
Canções que retratam A Imperatriz
Desconstruindo Amélia, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=3cHl5SyjtYQ
Run The World (Girls), Beyoncé - http://www.youtube.com/watch?v=VBmMU_iwe6U
Only Girl (In The World), Rihanna - http://www.youtube.com/watch?v=pa14VNsdSYM
Vacation, G.R.L. – https://www.youtube.com/watch?v=KgfO-CvSs1g
Mulher, Elba Ramalho – https://www.youtube.com/watch?v=wouvnjS2pV8
Mulher Independente, Claudia Souza – https://www.youtube.com/watch?v=WpySsIWojCo
G.U.Y, Lady Gaga – https://www.youtube.com/watch?v=ohs0a-QnFF4

Arcano IV, O Imperador


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
Este arcano nos fala da estabilidade, das ordens, do poder material,
do comando. Todas essas características podem nos levar a interpretar
O Imperador como um arcano de frieza, ditatorial, o mandante
destemido e seguro que passa por cima daquilo que para ele é pequeno
em prol do bem maior: a ordem de seu reino. É possível que essa visão
se deva ao nosso conceito de império, de governo, de mandante,
daqueles que conduzem, daqueles que governam. A história dos seres
humanos nos mostra muito mais reis tiranos e implacáveis, que reis
amorosos e sensíveis. É como se o ato de governar tivesse de vir
acompanhado necessariamente da frieza. Bem, proponho enxergar esse
poderoso comandante com outros olhos a partir destas linhas.
O Imperador, sem dúvida alguma, nos remete à ideia de
poder/comando/estabilidade, muitas vezes representa a vitória material
a que tanto almejamos na vida. É o arcano das ações manifestadas, da
concretização material das ideias, ou da energia para concretizar nossos
planos. Tem muito da motivação ariana, a liderança, a atitude.
Numa jogada, esse arcano forte pode sinalizar a voz de comando: a
nossa ou de quem nos favorecerá ou nos atrapalhará, em alguma
empreitada.
É a firmeza, o controle a propriedade na tomada de decisões. Representa as possibilidades que favorecem a
realização de nossos projetos, são os protetores influentes ou os inimigos influentes.
Sólido, pode nos indicar uma boa relação, uma relação estável e forte, seja em que âmbito for.
Quando negativo, nos alerta sobre possíveis rivais, tirania, autoritarismo e a não concretização de nossos projetos. Da
mesma forma que positivamente ele nos mostra possibilidades materiais de realização, no negativo, inversamente, nos
alerta para projetos que iniciamos e que não concluímos, seja por nossa vontade, seja por questões externas.
É o arcano que simboliza o pai ou uma autoridade masculina influente, ou ainda, todo aquele que protege os que
ama, sendo certo que, no negativo, pode significar problemas/confrontos com tal figura.
Seja como for, quando O Imperador surge numa jogada, somos desafiados a concretizar uma ideia, trazer algo do
mundo das ideias para o mundo físico, executar os planos que desenvolvemos mentalmente. Se assim agirmos, a
autonomia virá e com ela a prosperidade. A regra é: faça, realize, concretize. A consequência é: responsabilidade por
suas tarefas e muita prosperidade.
*Compilado de textos sobre O Imperador
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um homem (símbolo da força ativa e da autoridade) sentado de pernas
cruzadas formando o número quatro, que simboliza o poder sobre a matéria e as direções da vida terrena. Tanto o
número quanto o trono representam o cubo, a única forma geométrica criada pelo homem – portanto um símbolo
estritamente terrestre; este número por si só já representa o poder material e estático. O conjunto de cetro, coroa e trono
representa o símbolo máximo da realização pessoal e social. No desejo de manter a qualquer custo sua posição, será
imprescindível reter todos os bens e galgar novas conquistas. O escudo com a águia (símbolo da espiritualidade), por se
encontrar a seus pés, retrata que compreensão e respeito não são seu ponto forte. Entretanto, ele poderá utilizá-lo quando
se fizer necessário. Outra observação: suas pernas formam uma cruz que aponta para os quatro pontos cardeais,
simbolizando a expansão do poder do homem pelo mundo. Diferentemente da Imperatriz, a águia em seu escudo aponta
as asas para o chão, mostrando a direção dos pensamentos da figura, ligada às coisas da terra. É uma carta que mostra a
situação do consulente no plano material. Repare que apesar de ser um imperador, ele não usa uma coroa e sim um
capacete, como se tivesse pronto a liderar seus exércitos. O capacete tem pontas voltadas para cima, mostrando a
elevação de princípios. Como a Imperatriz, ele também possui um cetro com um
globo na ponta, e note que novamente a cruz aparece. Em alguns tarôs o trono é de
ouro, simbolizando o poder e ao mesmo tempo a elevação de pensamentos deste
personagem.
Esse arcano sugere o poder objetivo, a estabilização de qualquer processo, a
legislação, o ponto final da projeção elaborada (A Imperatriz). Interpretar esta carta
não é muito complicado. Como está ligada ao plano material não possui as
sutilezas dos sentimentos. Seus efeitos dependem das cartas que a acompanham. A
vitória que esta carta prenuncia depende da inteligência e dos esforços sabiamente
direcionados do consulente. Pode significar também um encontro com um homem
importante, que poderá vir a ser um poderoso aliado ou um tirano irredutível. Ele
lembra que o combate é necessário quando as causas são justas e a verdade precisa
ser defendida. O verdadeiro sucesso e a verdadeira liberdade só são conseguidos
com a luta contra os obstáculos e a vitória sobre as circunstâncias. Nada deve vir
sem merecimento pessoal.
1) MATERIAL = manutenção, concretização, poder, realização.
2) MENTAL / VERBAL = plano objetivo, ideia prática, automoralismo,
razão, fixação.
3) SENTIMENTAL = possessividade, rigidez, intolerância, falta de afeto,
egoísmo.
4) ESPIRITUAL = ausência de compreensão, falta de fé, ceticismo,
materialismo.
 Advertência para os quatro planos = ser condescendente, afável e menos
tenso.
 Em casa de conselho = manter a autoridade, impor a vontade pessoal.
 Em casa negativa = limitação, estagnação, fraqueza, autoritarismo, ditadura, tirania, dominação.
 Representação abstrata = esta carta representa o poder que cria e se mantém, e a criação através da vontade, e
não de sentimentos. Essa carta não está ligada ao amor, e sim ao poder, estabilidade e proteção. Ajuda, dinheiro,
experiência, uma pessoa qualificada, senso prático, emoções estáveis, excelentes notas, países estrangeiros,
questões judiciais, um chefe, um pretendente muito mais velho.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O IMPERADOR
Para esse exercício você precisará de um espelho.
Procure relaxar e esvaziar sua mente dos problemas cotidianos. Faça algumas respirações profundas.
Quando se sentir relaxado, visualize uma figura masculina poderosa, forte e imponente. Tente se lembrar de algum
personagem, de sua vida ou não, que te faça lembrar do arcano IV: uma figura paterna, um governante, etc. Fixe a
imagem deste homem por alguns segundos em sua tela mental. Veja-o como o grande comandante que ele é. Aos
poucos, deixe que a sua imagem tome o lugar do Imperador. Veja-se como um governante, um rei, uma figura paterna, o
Imperador.
Retenha em sua mente essa imagem, sinta-se e veja-se agindo como o Imperador e então, aos poucos, deixe que essa
imagem se dissipe vagarosamente dando lugar a uma bruma de cor violeta. Deixe a bruma inunde sua mente. Sinta-se
em meio a uma forte neblina de cor violeta. Permaneça nela por alguns instantes. E então, aos poucos, visualize em sua
tela mental a figura de Deus como você o compreende, o poder masculino que a todos comanda... com amor e
dedicação. O grande pai, o grande imperador. Veja-o, sinta-o... Ele é amor.
E então, vagarosamente, deixe retornar em sua mente as duas figuras anteriores. Fixe a sua visão interior nas três
figuras, juntas, lado a lado e ainda em meio a névoa violeta que permeia sua mente. E então, vagarosamente deixe que
as três imagens se fundam, tornado-se um só ser. Fixe essa imagem por alguns minutos e em seguida abra os olhos e
olhe-se no espelho.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porque.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 4 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
O IMPERADOR – EXTRAS
Comentários
O Imperador representa toda a força ativa que é projetada para um determinado alvo. É a conquista do que foi planejado
e estudado com muito cuidado. Todo o seu foco é voltado para a matéria, para a conquista, para a vitória, para o sucesso
de seus próprios planos, não importa o que deva ser feito para conquistá-los. Ele vai fazer. Isso é um fato. A experiência
dele consiste em dominar, não necessariamente as pessoas, mas as situações em sua vida transformando os obstáculos
em meros atrasos ligeiros que não impactam em nada seus objetivos, que é sempre captar novas coisas. Ele não é o
início, nem o meio. Ele é o fim. Por isso já foi chamado de O Grande Avô.
Ele não desenvolve nada. Ele pensa e faz com agilidade, pois tem uma meta
a cumprir. Uma de suas funções é manter seu status social que alcançou.
Não por vaidade, mas porque ninguém terá a capacidade que ele tem de
governar com maestria todo o reino que ele labutou para manter e expandir.
Ele é o Rei de Reis.
Dallan Chantal – Sibilando
É a preocupação pelo bem maior, é a coragem de tomar as decisões e a
firmeza de mantê-las.
Sammy – Sibilando
O Imperador X O Louco
 
O Imperador é estratégico, ora rígido, ora paternal...
O Louco é aquele que faz e pronto, acabou, não tem planos, somente
desejos...
O Imperador exige resultados, controla, educa, pune...
O Louco é instinto, chega a lugares que chama de resultados, sem nem saber
direito como foi parar lá...
O Imperador domina...
O Louco se entrega...
O Imperador marcha...
O Louco dança com o vento...
O Imperador é nobre...
O Louco é o feliz camponês...
O Imperador é estruturado...
O Louco é o sorriso, o lugar nenhum e ao mesmo tempo o “tudo” necessário
para alcançar a plenitude!
Pandora de Lys – Sibilando
Canções que retratam O Imperador
Hino Nacional Brasileiro - http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=KbJvAvjtqCc
Admirável Chip Novo, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=aXJ_Ub1xbhw
Lama, Clara Nunes - https://www.youtube.com/watch?v=X9C654MARxs
Heart of Fire, Black Veil Brides - https://www.youtube.com/watch?v=RZxhWqxwsBQ
Arcano V, O Sacerdote
* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
O Hierofante representa o mestre, aquele que estabelece a conexão
entre o mundo espiritual e terreno. Pode representar um guia espiritual,
um mestre, um sacerdote que tem a missão de levar aos homens as
mensagens do Divino. Em representações antigas do tarô, o Hierofante
era figurado pelo Papa. Porém, este arcano não simboliza qualquer
seguimento religioso específico. Por essa razão que Juliet Sharman-
Burke e Liz Greene, em O Tarô Mitológico, estabelecem Quíron como
representação do Hierofante. Quíron é selvagem e se mostra à porta de
uma caverna, que representa o inconsciente individual.
O inconsciente individual é o meio pelo qual o ser humano
experimenta Deus de uma forma muito particularizada, seja como um
guia, um mestre ou Deus interior, seja como o um guia, mestre ou
Deus exterior que algumas religiões propagam. Quíron representa essa
visão individual e não coletiva de Deus bem como o caráter dúplice do
mensageiro de Deus. O centauro Quíron, metade humano, metade
animal, representa essas duas polaridades do Hierofante, o que tem
acesso ao Divino e ao terreno.
Nesse sentido, o Hierofante pode significar também o curandeiro
que, ainda que não possa curar suas próprias chagas, leva a cura ao seu
povo. É por essa razão que esse arcano representa a compreensão da
dor do mundo, é aquele que sentiu a dor e que por suas experiências
dolorosas consegue compreender a dor alheia e, com bondade, curá-
las.
É uma carta carregada do poder masculino, o que significa que toda a
bondade, a compreensão e a missão do Hierofante são ativas, enérgicas e, embora altamente espiritual, esse arcano nos
mostra a razão. O Hierofante, aquele que pode tocar o céu e a terra, utiliza-se de sua razão para fundamentar o espiritual.
É a carta da união do espírito e da matéria/razão.
Pode significar também um analista, um terapeuta, um conselheiro, um filósofo, um professor, um superior
hierárquico, um médico. Todas as figuras que, de alguma forma guiam outros seres humanos são representações do
Hierofante. Por isso, o ensino, o auxílio, a orientação, a fé são também considerados significados deste arcano.
Em representações clássicas, o Hierofante aparece sentado entre duas colunas, segurando um cetro e fazendo o sinal
de bênção com a outra mão. Prostrados diante dessa figura estão duas pessoas.
Segundo tais representações clássicas, para alguns estudiosos, a coluna direita simboliza os desígnios de Deus, as leis
divinas e a coluna esquerda seria a opção por seguir tais Leis,
ou até mesmo a razão. As duas pessoas seriam os seguidores do
Hierofante ou os gênios, respectivamente, da luz e das trevas
que o Hierofante pode tocar.
O número cinco do arcano nos sugere a completude dos
sentidos humanos físicos, através dos quais o Hierofante
encarnado (posto que o Hierofante pode significar também o
guia espiritual não encarnado) pode irromper nos mistérios da
vida. Além disso, o cinco, que é símbolo de rapidez e de
peregrinação, nos faz compreender o caráter de orientação do
Hierofante, ele é o guia que se comunica, que orienta as massas
pelo mundo.
É o princípio espiritual, o poder de uma ideologia, a lei e o
rigor, a conduta diante dos desígnios divinos.
Pode ser tirano, imoral, dominador, demagogo. Pode ser o
falso mestre que se vale de sua capacidade de conexão com o
divino.
Por ser o mestre que une os mistérios do céu aos mistérios da
terra, o Hierofante é visto, em nível adivinhatório como uma
união perfeita, uma aliança, um casamento, uma sociedade
perfeita, a compreensão e a união de dois lados.
*Compilado de textos sobre o Sacerdote
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um homem adulto
com vestes sacerdotais (símbolo da doutrina espiritual e dos
dogmas sociais) ensinando ou advertindo a dois discípulos que
se encontram de costas e ajoelhados, simbolizando a
necessidade do aprendizado da moral e dos bons costumes. O
báculo do sacerdote (símbolo da autoridade espiritual), e suas mãos expressando bênçãos indicam pleno domínio sobre
as pessoas envolvidas. Algumas cartas representam este arcano como o Hierofante, sacerdote que presidia os mistérios
de Elêusis, na Grécia Antiga, mas no Tarot de Marselha, a contraparte da Sacerdotisa se parece muito com o Papa
romano. Por trás dele figuram duas colunas que representam a intuição (Jakin) e a razão (Bohaz). A parte de dentro de
suas roupas é branca, ou em algumas vezes azul claro, e revela a pureza de suas intenções e de seu espírito. A cruz que
ele traz possui três braços, símbolo da penetração da Divindade nos três mundos (mental, anímico e físico) e suas pontas
são arredondadas, uma alusão ao setenário das virtudes necessárias para vencer os sete pecados capitais: orgulho (Sol),
preguiça (Lua), inveja (Mercúrio), cólera (Marte), luxúria (Vênus), gula (Júpiter) e avareza (Saturno).
Esse arcano faz clara alusão ao poder espiritual ou moral sobre o mundo material ou social; temos a síntese dos
arcanos anteriores, a perfeita qualidade de saber lidar com tudo e com todos. É interessante notar que esse arcano não se
reporta à justiça divina, aos movimentos cármicos ou ao mundo espiritual diretamente, mas sim à justiça idealizada e
outorgada pelos homens para os homens, suas leis e dogmas sociais, sua condição moral e religiosa. Esse arcano sugere
a necessidade de agir na legalidade, dentro da ordem e da moral, e também possibilita a organização e a reclassificação.
Essa carta indica a vinda de uma autoridade superior que beneficiará o consulente, trazendo-lhe a serenidade necessária
para que ele supere seus obstáculos e fé para melhor compreender um fato que pareça antagônico e que surge de repente
em sua vida. Ela pede muita concentração, revela vocações e é um apelo à libertação das coisas mundanas através de um
mestre ou guia espiritual. Indica proteção e pede uma atenção maior do consulente para as coisas do espírito.
1) MATERIAL = organização, união, sociedade, equilíbrio, reciprocidade, realização.
2) MENTAL / VERBAL = dogma, rigidez, moralidade, unilateralidade, inflexibilidade.
3) SENTIMENTAL = amizade, afeto, consideração, lealdade, respeito.
4) ESPIRITUAL = espiritualidade, fé, religiosidade, devoção.
 Advertência para os quatro planos = agir na legalidade, ouvir as outras pessoas.
 Em casa de conselho = reorganizar o meio ambiente, ter fé, crer na vida, ouça a voz do alto (o Eu Superior que
muitos conhecem pelo nome de consciência e que muitas vezes ignoramos solenemente).
 Em casa negativa = equívoco, logro, retardamento, calúnia, propaganda enganosa, falta de humanidade, erros
repetidos, cativeiro.
 Representação abstrata = é ligada à inspiração, bons conselhos, afeto sólido, segredo revelado, consciência,
casamento, aliança, compaixão, bondade, sinal inconfundível, espera útil.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O SACERDOTE
Separe um ou mais símbolos de união (Exemplos: um Ying e Yang, um ouroboros, uma estatueta ou uma imagem de
um casal, uma vassoura, etc.).
Nos quatro pontos cardeais distribua seus elementos. No Norte, fogo, no sul, terra, no leste ar e no oeste, água.
Deixe próximo de você um cálice e um punhal (ou faca). Dentro do cálice, vinho ou outra bebida que lhe agrade.
Coloque uma música que lembre a carta do Hierofante.
Você se deitará no chão, em forma de pentagrama, com a cabeça voltada para o elemento terra, nesse caso sul. Em
seu peito, coloque o (s) símbolo (s) de união.
Enquanto a música toca, imagine-se como um mestre, como alguém que consegue tocar tudo aquilo que você
considera sagrado. Imagine-se podendo tocar tudo aquilo que você considera terreno. Você compreende os mistérios.
Ao final da música, com a mão direita segure o cálice e com a esquerda o punhal. Enquanto você profere as seguintes
palavras, introduza o punhal dentro do cálice:
“Eu conheço o sagrado dentro de mim e conheço o terreno. Compreendo as dores e as alegrias do mundo, auxilio e
uno, pois o que está em cima é como o que está embaixo. Assim seja.”
Após proferir essas palavras, retire o punhal de dentro do cálice e beba o vinho ou bebida vagarosamente, refletindo
sobre a simbologia do Hierofante.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 5 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
O SACERDOTE – EXTRAS
Comentários
A face visível do homem (unificação)

Como sempre acontece


Chapéu de cardeal,
Não faz mal,
Mas obedece,
Pode ser dotado do maná,
Conexão com a divindade,
Enxerto, impulso e céu,
A face invisível da vontade,
Adição, caráter e desvão,
Repouso dos consulentes e autoridades,
Entre código e autenticidade
O Papa segura a chave,
E o poder supremo lhe dá
O cetro da infalibilidade,
Mas ele segura o cajado,
Desfigura o número esférico e o infinito,
Verte sua paixão na lição,
Do animus ser transferido para o cinco,
E se a iniciação for adequada,
Cura o efeito pela causa,
Na quinta-essência do pão,
Eleva um onze na entrada,
Quero misturá-lo em mim,
Cinco dedos em cada mão,
E só desenvolver o que preciso,
Essa necessidade de iluminação.
Poema de Cristina Guedes na exposição
A Casa do Mundo no Reino dos Arcanos

Bem, digamos que seja assim... O Mago imagina


um negócio... A sacerdotisa analisa a
documentação... A Imperatriz faz as
negociações... O Imperador abre o negócio e o
Hierofante gerencia, pois ele ordena, disciplina,
cumpre retamente o que lhe atribuem e tem uma
fé e confiança inquebrantáveis.  Brincadeiras à parte, o Hierofante é um líder, mas, antes de tudo, um servo.
Um detalhe não tão sutil que separa o mundo da matéria do mundo do espírito. O Imperador é um líder no mundo da
matéria e sua autoridade se faz sentir, quase sempre, de forma clara e direta. Ele tem o controle total da situação, pelo
menos no que diz respeito a vida prática, material. O Hierofante é um líder no mundo do espírito, é um intermediário
dos Deuses e é um obediente embaixador. Ele não define, intermedia. Não cria as leis, as divulga. Assume o desafio de
trazer o que é divino para o mundo humano e, sendo humano, ensina o que é divino.
Jussara - Sibilando
Quando busquei o caminho, sempre almejava mais o Hierofante, queria curar vidas, queria ajudar pessoas através do
Divino, através do sagrado. Essa é minha busca, a busca do sacerdócio. Aprender a abdicar da própria dor, é o que existe
de mais difícil ao meu ver, pois para a maior parte dos humanos sempre é mais confortável ser a parte "vitima" da
historia, onde todos terão pena e tentarão ajudar... O difícil é quando todos buscam ajuda e o sacerdote tem como
compromisso ajudar, apesar de sua própria dor. Lindo ver também como o Hierofante compreende a dor do outro, pois
por sua experiência de vida, ele também já esteve do outro lado, portanto ele poderá mostrar os buracos do caminho para
que não venhamos a cometer o mesmo erro. A união do sagrado com o profano, do mundano com o divino... O
Hierofante vem despertar a essência divina que há dentro de cada um de nós, vem nos mostrar o "caminho das pedras"...
Ele sempre nos diz que não será fácil, pois nunca é fácil cutucar feridas. Mas ele se coloca ao lado, como um
auxiliador... Mas não ache que o Hierofante é muletas, pois ele apenas mostra o caminho, te guia... Mas nunca
percorrerá o caminho por ninguém...
Josy Büll - Sibilando 
O Hierofante = O Sacerdote
União com o SAGRADO!
Dos caminhos que já trilhei, e penso não ser nem a metade do que ainda tenho para andar, encontrei alguns elos que me
ligaram com o meu sagrado...
O aprendizado dentro da bruxaria que me mostrou o quanto meu corpo matéria é sagrado e o quanto devo respeitá-lo e
mantê-lo o mais saudável possível, pois ele é a ligação com meu espírito; e se quero realmente evoluir preciso vivenciar
e aprender através dele e com ele.
Que em mim habita uma centelha divina (Deusa-Deus) que me mantêm em desenvolvimento e aprendizado contínuo;
são eles que me auxiliam nas decisões que preciso ter a cada momento.
E os mestres principais que tornaram possível minha vinda para esse plano: meu pai, a disciplina e a ordem com amor e
respeito; minha Mãe, já não mais presente na matéria, mas sim no espiritual. Com muita sabedoria, fé e
responsabilidade ela me mostrou; a união deles é a razão da minha existência.
Assim vou seguindo e tentando ser essa ligação entre o sagrado e o mundano “O Hierofante”, moldando-me para quem
sabe poder auxiliar os que se chegarem até mim, independente de seus objetivos, pois nem todos dos que conhecemos
tem essa noção de evolução espiritual e são apegados a matéria ficando com seus aspectos arraigados sem intenção de
conhecer seu sagrado nessa existência.
Ivana - Sibilando
O Hierofante é um Arcano de paralelos, de simetrias que partem de um ponto comum e diferenciam-se ao longe, com o
tempo. Eu, particularmente, observo no Hierofante a percepção plena do humano em suas dualidades
(Feminino/Masculino, Ativo/passivo, Dominador/Dominado, Agregador/Disseminador) e, na epifania dessa dicotomia,
percebo claramente a visão entre o que experimentamos (uma faceta mais terrena e de manifestação física) e o que
intuímos (a faceta misteriosa, tendendo ao divino, contida no humano).
Cesar – Sibilando
Canções que retratam O Sacerdote
Pastor João e a Igreja Invisível, Raul Seixas e Marcelo Nova - http://www.youtube.com/watch?v=z5UU7cRhOKM
Quem Vai Queimar, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=sO7ufYbjUv8
Geni e o Zeppelin, Chico Buarque - http://www.youtube.com/watch?v=_DnRU-PRCG8

REFLEXÃO
Um índio Charokee falou a seu neto sobre uma batalha que se desenrolava dentro de si:
“Meu filho”, disse ele, “a vida é vivida entre dois lobos. Um é cheio de ira, inveja, dor, autopiedade, inferioridade e
superioridade. O outro é pleno é pleno de alegria, paz, esperança, humildade, bondade e fé.”
O neto perguntou ao avô: “Qual lobo vence?”
O velho simplesmente respondeu: “O que eu alimento”.
Corpo em equilíbrio, Nancy Mellon, Editora Cultrix

CAMINHO DO LIVRE-ARBÍTRIO

Todos os arcanos do Caminho da Vontade irão se manifestar nesta fase, decidindo qual a melhor forma de continuar
com os objetivos, como ou quando realizar a vontade: temos nosso desejo manifestado e a escolha final determinará um
resultado irreversível. O Caminho do Livre-Arbítrio se refere somente ao arcano 6, O Enamorado. Observe que não
existe símbolo de poder pessoal como os do Caminho da Vontade, somente figuras em pé – fixas novamente – com o
mesmo estilo de roupa e um cupido, ou Eros, acima deles. Neste caminho, por exemplo, estamos decidindo com quem
ficar, para qual universidade faremos vestibular, qual a marca e cor do carro a ser comprado, como ajudar a família, a
que horas falaremos com um amigo. O tempo futuro nos arcanos do Caminho da Vontade (irei adquirir) tornou presente
a possibilidade de realizar o desejo (estou adquirindo). A partir de nossa escolha, os resultados poderão ser positivos ou
negativos; portanto, a partir do Caminho do Livre-Arbítrio surgirão três possibilidades: se acertar seguirá pelo Caminho
do Prazer, errando transitará pelo Caminho da Dor e tendo experiência irá optar pelo Caminho da Esperança.

QUESTIONÁRIO
Com o ritual nós atraímos o que é sagrado. O ritual é a chave que não se deve extinguir. – Choistina Baldwin
Que tipo de sagrado é atraído para nossa vida através de um ritual e que tipo de conexão isso com tem a ver com nossas
decisões?

Arcano VI, O Enamorado


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
Ao contrário do que muitos dizem, este arcano não é o arcano da indecisão, mas sim da decisão. O arcano 6 do Tarô
nos fala de um momento em que somos impelidos a escolher determinada situação, a passar a ter determinada postura, a
optar dentre algumas possibilidades. É um arcano que fala das escolhas do mais íntimo de nosso ser. Sempre me
perguntei a razão de Os Enamorados, ou O Enamorado, guardar relação com o amor. Percebi que ele nos fala de amor,
sim... da escolha que fazemos seguindo o nosso coração. Dizer isso não significa enaltecer o emocional em detrimento
do racional. Esse amor de que trata Os Enamorados é aquele amor universal que a tudo permeia, que a tudo toca e que a
tudo criou. O amor é aquilo que conhecemos como Divindade. E que mora dentro de cada um de nós.
Assim, sempre que surge numa jogada, Os Enamorados marca uma situação em que há de se fazer uma escolha
perguntando ao mais íntimo e puro de nosso ser, ao nosso Eu Divino: que caminho seguir?
Este arcano nos fala muito do amor, de
escolher com o coração, de nos deixar
guiar pelo amor. Mas não são escolhas
emocionais! Tampouco são escolhas
racionais, pois a razão, a lógica pode nos
levar a conclusões errôneas. Do mesmo
modo, o emocional, a cegueira da
emoção. Quando falamos do amor,
estamos falando de nossa porção divina,
aquela que jamais erra... Daí a
importância de estarmos muito bem
centrados, sob pena de escolhermos
errado por confundirmos o amor
verdadeiro com sentimentos outros.
Quando não estamos centrados, fazemos
escolhas erradas ou escolhemos a
estagnação... ou ficamos indecisos,
confusos. E é a partir desse desequilíbrio
que esse arcano também nos revela a
indecisão nas escolhas do caminho. Mas é
bom que tenhamos sempre em mente que
ela não é a carta da indecisão, mas da
decisão.
A lâmina Os Enamorados marca
aquele momento em que somos levados a
nos posicionar, a escolher dentre outras
opções, aquela que nos conduzirá ao
nosso destino mais apropriado ao nosso
aprendizado. Nem sempre o caminho
mais fácil, mas o caminho mais adequado
ao nosso desenvolvimento como seres
espirituais que somos.
Pode significar um relacionamento
afetivo, uma tomada de decisão que
mudará nossas vidas, pode nos mostrar
que estamos pronto para tal ou indeciso
quanto a tal.
Ainda num mau aspecto, este arcano
pode nos fazer vacilar nas escolhas da
vida, deixando que os sentimentos
ofusquem nossas escolhas ou nos deixem paralisados, indecisos, deixando oportunidades passarem. Pode significar
ainda pressões externas para que movimentemos nossas vidas, para que tomemos uma atitude. Se benéficas ou não, não
sabemos, mas as influências externas podem muitas vezes ter o efeito contrário: nos deixar mais e mais indecisos e sem
centro.
*Compilado de textos sobre o Enamorado
Nos tarôs clássicos e modernos, revela que a figura do Sol (símbolo da consciência e da
verdade) está encoberta por Cupido (Deus Romano da paixão) que retesa seu arco para
atirar a flecha embebida pelo veneno do desejo. Tal simbolismo é uma advertência de que o
livre-arbítrio está terminando e as decisões se tornam urgentes. As pessoas figuradas, que
não se tocam reciprocamente, parecem estar num triângulo de possibilidades. Difícil saber
quem terá que decidir, o homem ou as mulheres: todos estão envolvidos. De qualquer
forma, este é um momento importante, pois uma vez escolhido o caminho, não haverá
retorno. A liberdade tem o seu preço – o livre-arbítrio; e o livre-arbítrio tem o seu peso: a
escolha do caminho correto! Mas pelo que devemos optar? Pelos dogmas sociais ou por nós
mesmos? Onde se encontra a razão quando o desejo invade o coração? As escolhas devem
ser regidas pela intuição e pela inspiração. Uma das mulheres apoia a mão sobre o ombro do
jovem, o que sugere dominação, e aponta com a outra para a pélvis, como que advertindo-o
sobre as armadilhas da carne. Já a outra aponta para o Enamorado com uma mão e com a
outra aponta numa outra direção (em alguns baralhos, com uma das mãos ela dá a impressão
de que o está puxando), como se mostrasse suas intenções de querer que aquele cavalheiro a
acompanhasse para longe. Ela aponta para a direita, o que quer dizer o futuro. E a camisa do
Enamorado é listrada de diversas cores, mostrando a indecisão do jovem.
Esse arcano sugere as nossas escolhas diárias entre duas situações, duas possibilidades e uma única conclusão. É o
arcano da beleza, do amor, da união, da harmonia e principalmente de nossas decisões mais urgentes para a projeção da
vida. Esta carta ainda fala que uma hesitação trará mais problemas que uma má escolha. Deve-se saber que a demora de
uma decisão muitas vezes significa a perda do direito de escolha. É uma carta com forte dose de confusão e deve-se
consultar as cartas que a acompanham para ter uma visão melhor.
1) MATERIAL = encontro, benefício, ofertas múltiplas, união, promoção, vantagens.
2) MENTAL / VERBAL = dúvida, indecisão, opção, conflito, hesitação, muitas possibilidades.
3) SENTIMENTAL = amor, afeto, alegria, felicidade, desejo.
4) ESPIRITUAL = intuição, canalização, mediunidade, devoção.
 Advertência para os quatro planos = agir de acordo com a consciência, evitar a emoção.
 Em casa de conselho = buscar a paz, a união entre os opostos, reconciliação.
 Em casa negativa = desacordo, separação, insatisfação. Indica uma pessoa presa demais á família que o
prejudica, não lhe dando liberdade para escolher, crescer e amadurecer.
 Representação abstrata = pode significar tanto o despertar de um grande sentimento quanto o risco de
infidelidade e rompimento doloroso de relacionamento por
causa de comportamentos imorais e natureza fraca. Este
arcano pede cautela e aconselha o consulente indeciso a ficar
em silêncio para decidir, pois influências externas o estão
atrapalhando. Casamento, sucesso nas provações, exame em
que é preciso passar, atração física, paixão, elegância, paquera,
senso artístico, triângulo amoroso.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O ENAMORADO
Para este exercício, você precisará de um incenso de sua
preferência, uma vela branca e uma preta, lâminas do arcano VI, papel
e caneta.
Sente-se confortavelmente em algum lugar tranquilo. Faça
respirações profundas e, quando se sentir pronto, visualize uma longa
estrada. Caminhe por ela. Perceba a natureza a seu redor. Continue
caminhando até avistar uma bifurcação à sua frente. Quando estiver
bem próximo da bifurcação, pare e analise os dois caminhos. Note as
diferenças entre eles. Permaneça em estado de observação e então
pense em algum momento de sua vida em que você fez uma escolha
importante, uma escolha que fez toda a diferença para você. Relacione
essa escolha a um dos caminhos. Pense também na outra possibilidade,
aquela que você deixou para poder escolher o outro caminho.
Permaneça em reflexão por alguns minutos e então abra os olhos.
Escreva palavras que se relacionem com o caminho escolhido em
um pedaço de papel. No outro, escreva palavras que se relacionem
com o caminho que você deixou de escolher.
Pegue o papel correspondente ao caminho que você não escolheu. Escolha uma das velas e queime o papel. Ao
terminar de queimar, apague a vela escolhida.
E então, pegue o papel do caminho escolhido e queime na outra vela. Deixe que essa vela seja consumida.
Reflita sobre suas escolhas na vida e onde elas te levaram. Todas as escolhas que fez, você as fez com o coração?
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 6 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
O ENAMORADO – EXTRAS
Comentários
(...) As nossas decisões internas sempre já estão tomadas, além de todas as influências. É uma questão de honestidade
consigo mesmo...
Jussara – Sibilando
Não faço uma relação com minha personalidade ou de uma outra pessoa ou com uma situação da minha vida, mas faço
com a vida. De todos e da minha. A todo instante escolhas são feitas, tanto minhas quanto dos outros e todas essas
escolham irão refletir de alguma forma no ser de cada um de nós, pois todos nós somos ligados uns aos outros e, assim
como diz o efeito borboleta, o bater de asas deste pequeno e singelo inseto pode criar um furacão no norte da América.
As nossas escolhas sempre culminarão em algo, grandioso ou não, por conseguinte, a relação é com o ato da escolha em
si, que é sutil e portentoso ao mesmo tempo.
Dallan Chantal – Sibilando
Nunca tenho muitas palavras pra falar d'Os Enamorados: não que não tenha paixão pela vida, ou que sinta-me menos
apaixonado por ela... Simplesmente não tenho vontade de falar sobre isso. Sendo um arcano singular, que remete à
duplicidade, Os Enamorados vivem em seu mundo privado, observando ao longe a evolução dos que não encontraram
essa paixão em suas vidas: Os Enamorados percebem essa plenitude, e a falta dela, nas pessoas que os cercam (e é este o
motivo que a torna uma carta de decisão, de opinião, de vontade afirmada em ação) e conseguem orientar e direcionar as
pessoas à encontrar suas próprias paixões...
Paixões...
Pra quem conhece semiótica, um dos estudos mais básicos dessa área da linguística é a Semiótica das Paixões. Num
resumo bem cru e simplificado, é o estudo comparativo-analítico das relações positivas e negativas da paixão como
elemento motivador de criação de coisas. Essa força motriz mágica, de suporte inimaginavelmente forte, que faz com
que as pessoas, Enamoradas ou não, consigam alcançar objetivos muito grandes, por terem sua própria motivação
interna, em vez de procurar forças fora. É nisso que foco minhas interpretações sobre Os Enamorados: sobre o
motivador máximo que temos por sermos humanos – a paixão. Falei, logo no começo, sobre um retorno ao equilíbrio,
que enxergo claramente neste arcano: é nele que encontramos a dualidade expressa por inteiro na arte e no significado
da lâmina. Por conta da impossibilidade de ser um Enamorado sem algo pelo que se esteja Enamorado, o arcano remete
ao equilíbrio, no sentido de divisão, não de troca necessariamente, entre o que se deseja/anseia e quem deseja/anseia.
Essa dualidade é mágica e, por poder acontecer em diversos planos, explica a dificuldade que algumas pessoas possuem
com este arcano. Sem conclusões, este arcano é, sem dúvida pra mim, o primeiro retorno ao infinito pelo qual O Louco
passa, pois é na Paixão que encontramos a primeira chave para abrir os Portões do Infinito que o estudioso do oculto
anseia abrir.
Cesar – Sibilando
Eu poderia colocar que o Hierofante é o mestre que vem te preparar para as escolhas que terá que exercer mais para
frente (Enamorados).
Sam - Sibilando
Conversas entre membros do Grupo Sibilando com a moderadora Lua
Serena
Mirian
Neste exercício pude constatar que na maioria das vezes não optei pela
minha decisão  individual, e sim pensando nos outros. Vou explicar
melhor... Me questionei, o que é mais importante para mim: minha
satisfação pessoal ou a satisfação coletiva? Pude perceber que tenho
dúvidas em relação a isto. Se pudermos questionar  satisfação, posso
afirmar que na satisfação coletiva eu também me satisfaço então o que vem
do coração não é a decisão de um amor individual, mas aquele que sabemos
que será o melhor para todos. Nossa creio que acabei de descobrir a
América... rsrsrsrs. Será que consegui me fazer entender? Eu estava até
agora considerando que este arcano vem mostrar o desejo egoísta, aquele
tipo “tenho um emprego, mas desejo o outro por satisfação financeira e
provar que sou capaz. Mas analisando, percebo que este mesmo pagando
menos tem a função que me realiza e que tenho tempo, digamos assim, para
me dedicar aos meus. Portanto fico onde estou”. Seria esta a situação de
comodismo?
LUA: Pergunta para o seu eu divino que ele responde... hehehe É
impressionante como esses exercícios nos fazem refletir... Eu acho
fundamental fazê-los para interiorizar melhora a carta.
Dallan Chantal
Sobre dificuldades com o arcano, hoje não sinto tantas. Creio não tê-las.
Mas é quando nos sentimentos assim que os imprevistos aparecem neh?!
Então, não boto a mão no fogo por mim não... rsrsrs
LUA: Adorei Dallan! Falou brincando, mas tem uma grande lição por trás dessas palavras... pois estamos falando de
Tarô, né? E ele sempre, mesmo para os mais experientes estudiosos, vem de uma forma a surpreender a gente vez por
outra, nos mostrando novas nuances, novas possibilidades.... Por isso a troca de experiências, de ideias e interpretações
são tão válidas e ricas. Eu adoro.
Canções que retratam O Enamorado
Songbird, Eva Cassidy - http://www.youtube.com/watch?v=19YOHMJXCZs
Call Me When You’re Sober, Evanescence – http://www.youtube.com/watch?v=_RrA-R5VHQs
Same Mistake, James Blunt - http://www.youtube.com/watch?v=b3c32wBYdU0
Cuidar Mais de Mim, Paula Fernandes -

REFLEXÃO
Seja lá o que você possa fazer, ou sonhe que pode, comece. A ousadia tem feito, poder e magia dentro de si. –
Goethe

CAMINHO DO PRAZER

O Caminho do Prazer é representado por: arcano 7 (O Carro), arcano 8 (A Justiça), arcano 9 (O Eremita), arcano 10
(A Roda da Fortuna), arcano 11 (A Força). Observe que o primeiro arcano que caminha contém os mesmos símbolos de
poder dos arcanos do Caminho da Vontade – cetro, coroa, roupas, luxo, status; porém, enquanto os primeiros arcanos
estavam estáticos, agora encontramos um movimento: as escolhas do arcano 6 (Caminho do Livre-Arbítrio) foram
direcionados e são realizadas na temporalidade presente, imediatamente. Os possíveis percalços são conhecidos e
transpostos; nada impedirá a conclusão e as possíveis mudanças serão contornadas. Contudo, toda realização é
acompanhada de responsabilidade pessoal e/ou social e de sua manutenção, apesar dos percalços ao longo do tempo.
O que se processa quando compramos um carro? Ficamos felizes quando o adquirimos. Mas... e depois? Temos a
responsabilidade de colocar combustível, cuidar do motor, lavar, limpar. E quando ocorre um defeito, não ficamos
aborrecidos? Consertamos e voltamos a ficar satisfeitos. Não é uma alegria imensa sermos admitidos numa
universidade? Sim! Mas para adquirirmos o diploma, temos que estudar muitos anos! Não é difícil a labuta com o
estudo? Sim! Porém, ultrapassamos todos os obstáculos dos exames porque queremos manter nosso prazer: nos
tornarmos profissionais!

REFLEXÃO
Nunca discuta, você não convencerá ninguém. As opiniões são como pregos: quanto mais martelados, mais se
enterram. – Alexander Dumas

Arcano VII, O Carro


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
O Carro é considerado por alguns estudiosos como a carta da vitória.
Não é por outro motivo que no Tarô Egípcio esse arcano é chamado de
O Triunfo. E, de certo modo, esse é um arcano de vitória, mas não
simboliza uma vitória final.
O arcano VII simboliza a vitória da vontade. Alguém sob a
influência desse arcano sente-se impelido a tomar as rédeas de sua vida,
procura dirigir sua vontade para a consecução de seus anseios, ainda
que não saiba definitivamente o que quer.
O Carro simbolizando a tomada das rédeas de nossas vidas, sem
sombra de dúvida nos permite compreender por que esse arcano é tido
como O Triunfo. Quando tomamos em nossas mãos a direção do carro
de nossas vidas, somos vitoriosos. Quando não nos deixamos mais nos
levar por fatores externos, por tudo aquilo que sufoca nossa verdadeira
essência.
Representa, portanto, a renovação criativa, a vontade de equilibrar
contradições internas ou externas, as emoções contraditórias, para
poder decidir de forma correta.
É a primeira iniciação (morte e renascimento) pela qual passamos,
deixando para trás certas rotinas, certos hábitos, para buscar novos
horizontes, ainda que estejamos talvez perdidos pelo caminho. Essa
iniciação gera dificuldades, pois para vencer o guerreiro deve aprender
a ser soberano de seus instintos.
No Tarô Mitológico esta carta é simbolizada por Ares, o Deus da
Guerra, significando nossos instintos mais fortes, prontos para guerrear.
Os dois cavalos que puxam o carro seguem direções opostas, simbolizando as contradições, as dicotomias que nos
impedem de seguir nosso rumo. Conseguir guiar o carro diante das adversidades e de nossas próprias contradições é a
grande vitória da qual trata esse arcano.
É a plena capacidade do ser humano em administrar uma situação através da maturidade, por conseguir experienciar
os predicados de sua personalidade. É o triunfo alcançado mediante nossa vontade.
O arcano sete encerra o conjunto das sete primeiras cartas dos arcanos maiores, que representam o desenvolvimento
da personalidade, das qualidades do ser humano. Simboliza, portanto, o fim de um ciclo e o início de outro, o sentido de
uma iniciação (morte e renascimento).
A partir desse arcano um novo ciclo se iniciará e o iniciado precisa ser dono de suas vontades, conhecer a si mesmo e
saber controlar sua vida para que compreenda, a partir do novo ciclo que se inicia, que não se é o personagem principal.
Ainda que o ciclo seja desconhecido e provoque medo, o iniciado sabe que quer e deseja dar o próximo passo, mesmo
que isso signifique romper com certos aspectos.
É representado graficamente nos tarôs clássicos como um jovem altivo que dirige um carro puxado por dois cavalos,
um de cada cor e seguindo em direções opostas. O jovem segura em sua mão um cetro e em sua cabeça tem uma coroa.
*Compilado de textos sobre o Carro
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um homem em movimento em que
está dirigindo uma biga ou carruagem, simbolizando a força controlada e
direcionada. Ele está vestindo uma rica roupa, e usa o cetro e a coroa, já
vistos nos arcanos anteriores como símbolos do poder material e pessoal. A
roda (símbolo do movimento e do futuro) e o cavalo (símbolo da força
adestrada) vão para qualquer lugar que se deseje. Embora os cavalos
pareçam ir em direções diferentes, o auriga os comanda corretamente, ele
tem o poder de direção bem planejada. A base irregular do terreno indica um
caminho novo e árduo, simbolizando que se avança com destreza, certeza e
desenvoltura. O carro é quadrado (aliás, a figura toda é), mostrando a
concretização da vontade do homem. A coroa usada pelo jovem indica seu
grande intelecto e suas ombreiras possuem a forma de crescentes lunares
com caras, como se estivessem sempre atentos à vontade divina. As quatro
colunas representam os quatro elementos submetidos à vontade do condutor
do carro. Outra observação sobre os cavalos é que um é claro, outro escuro, e
simbolizam os poderes antagônicos, bem e mal, yin e yang, aqui atrelados e
submetidos à vontade do condutor.
Esse arcano sugere o momento em que estamos com a vida bem
planejada, anunciando a vitória e o progresso do que se deseja; indica novas
metas ou oportunidades. Esta é uma das cartas mais felizes do tarot. Indica
que os Deuses deram ao consulente discernimento, diplomacia, inteligência e
talento para resolver qualquer problema e vencer qualquer desafio, o que
certamente o fará com o presságio desta carta.
1) MATERIAL = progresso, vitória, desenvolvimento, segurança, realização, poder.
2) MENTAL / VERBAL = determinação, criatividade, planejamento, continuidade, inteligência.
3) SENTIMENTAL = atração, magnetismo, impulsividade, desejo incontrolável.
4) ESPIRITUAL = poder e controle mental, mediunidade, força mística.
 Advertência para os quatro planos = o caminho é correto, mas se deve ir com moderação.
 Em casa de conselho = manter tudo como se deseja, direcionar a vida.
 Em casa negativa = inércia, obstáculo, irreflexão, egocentrismo, orgulho, falta de caridade com os mais
humildes, desprezo pelos direitos alheios, opressão, autoritarismo, brutalidade e habilidade para tirar proveito
com a desgraça alheia. Presunção, vingança.
 Representação abstrata = o consulente pode estar enfrentando alguma sorte de obstáculos, mas se mantiver sua
retidão de caráter e firmeza de vontade, vencerá. Tem forte relação com o público e exerce grande influência
sobre os artistas; também indica que o consulente terá ganhos mediante seu próprio mérito. Ajuda, proteção
divina, triunfo, coragem, aventuras, viagens, fuga inteligente, efeitos rápidos.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O CARRO
Antes de dormir, coloque uma música bem suave, faça uma série de reflexões sobre sua vida, sua postura diante dela,
decisões importantes que você já tomou, momentos em que você precisou da energia desse arcano, momentos em que
você vibrou na energia desse arcano, etc.
Esse exercício pode ser feito mais de uma vez (é até melhor). Preste atenção aos seus sonhos.
Antes de começar, prepare seu quarto ou qualquer outro cômodo com uma cadeira em que você possa recostar.
Acenda incenso de Arruda e coloque uma música que lhe permita conectar O Carro. Música clássica é uma boa pedida.
Escolha uma música equilibrada, nem muito forte, nem muito suave.
Faça um banho com as seguintes ervas: Gengibre, Coentro e cascas de Cebola.
Após o banho normal, seque-se com a toalha e derrame o banho de ervas pelo seu corpo, dos ombros para baixo. Se
você tiver uma banheira, fique “de molho” no banho de ervas por uns 10 minutos. Não seque o corpo.
Vista uma roupa vermelha e branca.
Importante: assim que você começar a jogar a água do banho de ervas em seu corpo, sinta a energia do arcano que
estudamos, você é o condutor do Carro e mesmo em meio a tantas contradições de sua vida, você tem as rédeas dela e a
conduz. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, já dizia o poeta.
Depois de vestir-se, sente-se na cadeira de forma confortável e visualize-se dirigindo um carro, da maneira que você
melhor o conceber. Visualize-se guiando-o em meio a estradas tortuosas, obstáculos e buracos. Perceba que seu carro
tem a tendência de se desgovernar muitas vezes, como se as rodas (ou cavalos) tivessem vontade própria. Você, mesmo
assim, firmemente conduz o Carro. Na verdade, você talvez não saiba para onde está indo, qual é o seu objetivo. Mas
você sabe que precisa dirigi-lo da melhor maneira possível. Perceba os sentimentos que essa viagem  lhe provoca.
O Carro é difícil de governar, mas aos poucos, você vai conseguindo controlá-lo. Aos poucos você vai se acalmando
e sua mente já consegue perceber que não importa mesmo para qual lugar você está indo, o importante naquele
momento é dirigir O Carro, controlá-lo. Vez por outro você vacila e o carro volta a se desgovernar, mas bem menos do
que o início.
Vagarosamente o carro vai ficando estável e você pode dirigi-lo bem, não com tranquilidade plena: é preciso estar
vigilante e atento para que ele não volte a se desgovernar.
Você percebe que embora tenha controlado a direção, os obstáculos, os buracos e as encruzilhadas permanecem ali e
você passa por cada um desses pontos com firmeza e garra. Sempre vigilante para que o carro não volte a se
desgovernar.
Aos poucos, você vai percebendo que a direção do carro desaparece, todas as partes do carro começam a desaparecer,
mas você continua a viagem, na mesma velocidade, com a mesma garra, com a mesma vontade.
A viagem continua estranhamente da mesma forma... e então você percebe que na verdade o carro não desapareceu,
ele se fundiu a você. Por isso a viagem continuou a mesma: você é o carro. Mantenha essa ideia e imagem em sua mente
e vagarosamente vá voltando à consciência, mexendo as pernas, os braços, o pescoço. Abra os olhos e espreguice-se.
Durma, de preferência com a roupa que vestiu. Preste atenção aos seus sonhos.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de
conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 7 do Livro
Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado
a atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
O CARRO – EXTRAS
Comentários
(...) Seria alucinação acreditar, que a vida da pessoa
mágica fluísse tranquilamente, por diante, mergulhado
em contemplação encantada, ou sabedoria barata, dada
em esquinas e locais, por poucos a pouquíssimos. Pelo
contrário, a herança do movimento é a inquietação:
ameaça tensão, dispersão. Mas é justamente disto que o
deus constrói o seu veículo; É justamente disto que ele
sabe refrear, que faz andar este veiculo, por ele
conduzido, para os saguões maiores, às vielas mais
perigosas, às metas mais luminosas. Unir o disperso, sem
eliminar a qualidade do dispersivo, é esta a grande arte!
E é este o significado do símbolo Antimônio dos
alquimistas.
Arthur – Sibilando
O Carro às vezes nos atropela, quando sabemos o que
queremos, mas temos medo de ir adiante... Esse espirito
de seguir na direção que nos parece certa nos inquieta e
as vezes ate incomoda. Mas isso é natural, quando temos
as rédeas da nossas vidas. Por vezes, sinto que seria
muito mais fácil se tivéssemos alguém pra escolher tudo
por nós, alguém que tomasse as rédeas das nossas vidas,
pois assim, se algo acontecesse fora dos planos ou algo
desse errado, a culpa não seria nossa... é mais fácil culpar
o demônio por coisas ruins do que assumir os próprios
erros. Ter as rédeas da própria vida engloba tudo isso:
cada um é responsável por tudo o que acontece em sua
própria vida. Ninguém tem culpa de nada, ninguém
engana ninguém, ninguém magoa e nem trapaceia sem
que deixemos que isso aconteça. Somos seres com livre
arbítrio, podemos escolher nossos caminhos e trilhar por
eles com a responsabilidade de tudo o que virá acontecer. Somos responsáveis pelas sementes que plantamos...
eternamente!
Josy – Sibilando
No andar da carruagem tudo se encaixa. Depois que optamos por algo teremos que dar seguimento para sua conclusão,
se agirmos colocando em prática aprendizados adquiridos através das experiências já vividas provavelmente teremos
êxito. Não podemos é deixar que nos momentos difíceis percamos o controle e o foco do que realmente queremos,
ficarmos pensando no como seria se tivéssemos feito outra escolha ou nos fracassos causados por nossas próprias ações
em outras situações. É a oportunidade que temos para seguir em frente  e fazer acontecer, pois em mais um giro da roda
infinitas possibilidades chegarão até nós e com elas novas escolhas, novos inícios, ainda que o ciclo seja desconhecido e
provoque medo. Sabemos que estar participando desse novo nos leva as transformações necessárias para evoluirmos em
nossa jornada.
Ivana – Sibilando
Canções que retratam O Carro
Vai Toma no Cu (Se Piorar Estraga), Yuri Grapeggia - http://www.youtube.com/watch?v=sXVMTtcMDjE
Guerreiros são Guerreiros, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=im-cnivGcMQ
What You Want, Evanescence - http://www.youtube.com/watch?v=wVWazHTunSI

Arcano VIII, A Justiça


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
Esse arcano é também conhecido pelo nome de O Ajustamento, pois muito mais que justiça, que é um conceito
deveras humano e relativo, o Arcano 8 simboliza os ajustes da vida, que muitas vezes podem ser bem distantes da
justiça compreendida pelos homens. A justiça é em si um conceito complexo que depende de muitos fatores, tais como
cultura, momento histórico, enfim, não é dessa justiça que trata o arcano 8.
A Justiça do Tarô está relacionada com as forças que equilibram a vida, forças essas que, novamente vale dizer,
podem não ser justas na concepção humana do termo. Nas palavras de Crowley: “Apesar de ser exata, a Natureza não é
justa sob nenhum ponto de vista teológico ou ético”.
Esse arcano nos fala da causa e efeito de nossos atos, o recebimento
do troco por nossas ações como forma de equilíbrio natural das coisas.
É a carta da lógica, da sequência de atos, da razão muitas vezes
incompreensível ao ser humano. Isso porque essa carta nos mostra o
sistema organizado da teia cósmica, a ordem do universo, a lógica
obscura de dar aquilo que se recebe.
Em outras palavras, embora possamos prever os movimentos dessa
carta, não podemos prever ou compreender sua lógica, como a própria
vida: tudo aquilo que transmitimos a nós retorna, mas não
necessariamente nos exatos moldes que transmitimos. A causa pode
gerar diferentes efeitos, mas sempre gerará efeitos invariavelmente. É
como dizem, se pegarmos o cabo de uma panela quente, vamos nos
queimar, por melhores que sejam as nossas intenções ao pegar a panela.
A lógica e a razão inerentes a esse arcano não devem ser
interpretadas como frieza ou indiferença. A própria imparcialidade
simbolizada nessa carta não significa indiferença. Talvez a imagem de
uma mulher nas representações gráficas queira nos dizer exatamente
que a razão / lógica / imparcialidade não devem ser vistas como frieza.
A incompreensão dessa ideia também se pode ver exprimida nas
Deusas que encontramos representadas nesse arcano: Atena e Maat.
Vistas muitas vezes erroneamente como Deusas frias, tanto Atena
como Maat são Deusas da sabedoria, da estratégia, da lógica das coisas.
Atena nos ensina a vencer a guerra através da mente, da sabedoria,
do conhecimento das leis cósmicas. Maat, Aquela que é a Verdade,
coloca em sua balança uma pena em um prato e o coração humano no
outro. É preciso que o coração seja tão ou mais leve que a pena para que suas bênçãos nos alcancem.
Por vezes implacáveis, essas Deusas nos mostram a verdade por detrás de nossas ações. O resultado daquilo que
plantamos explicita a relativa impotência de nossa vontade perante as leis cósmicas.
É o arcano que nos ensina a não culpar o outro por nossas mazelas, nem de julgá-los por suas imperfeições.
Em alguns tarôs poderemos encontrar a numeração desse arcano invertida com a carta da Força. Cada estudioso
encontra razões que justificam essa e outras alterações. No entanto, entendo por certo manter a sequência tradicional que
atribui a esse arcano o número oito. Até mesmo por que o oito é o número da justiça.
Numa jogada, pode simbolizar o recebimento por nossas ações ou reflexões sobre nossas vidas, uma revisão de
nossos atos por meio da análise dos resultados. Ou ainda um momento em que se necessita de ajuste, de equilíbrio.
Talvez a vinda do equilíbrio não signifique tranquilidade, é o que esse arcano nos vem mostrar. Ajustar a vida de vez em
quando se revela extremamente doloroso, bagunçado, rígido e pouco justo para os corações humanos que compreendem
a justiça como sendo a SUA justiça, aquilo que lhe beneficia. A justiça, no tarô, não é isso. De outro turno, a lei do
retorno expressa nesse arcano não significa punição, mas resultado. E, venhamos e convenhamos, nós seres humanos,
somos da lei... da lei do menor esforço conjugada com a teimosia. Resultado: aprendemos da maneira mais difícil
muitas vezes. Talvez as maiores de nossas lições de vida sejam aprendidas mediante a dor, a dificuldade de passarmos
pelos ajustamentos da vida.
Lições importantes começam a se revelar, é o que esse arcano vem dizer. E não são, nem de longe, momentos fáceis.
É o que alguns chamam de lei cármica, ajuste cármico, carma. Pode simbolizar, portanto, ajustes necessários,
negociações, intenções, a necessidade de sermos honestos conosco.
Aqui temos a correção de nossos atos, seja por nossas próprias mãos ou pela mão de Maat.
Nos fala também da equidade, probidade, honestidade, o triunfo daqueles que ficam do lado da lei, a manifestação da
justiça que muitas vezes não entendemos. Nos fala do receber o que se é merecido, a necessidade de encarar a verdade
de uma situação com honestidade... ou da desonestidade e negação em ver a verdade.
Outras Deusas relacionadas a esse arcano: Astrea, Diké, Ananke, Temis, Nêmeses e Líbia.
*Compilado de textos sobre a Justiça
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma mulher (símbolo da elucubração e da passividade) que está sentada e
ereta, expressando muita paciência. Seus braços estão abertos e suas mãos seguram uma balança (símbolo da justiça e
do equilíbrio) e uma espada com a lâmina para cima (símbolo da decisão, da benção e da morte). Ela está sentada num
trono, indicando que tem o poder de administração e gerenciamento. Sua atitude demonstra frieza, imparcialidade e
advertência. Ela olha diretamente para o consulente, dizendo que está atenta a cada ação e que nada escapa aos olhos da
Justiça. O encosto do trono por trás dela parece um par de asas douradas, sugerindo o espírito elevado e ideais
superiores.
A justiça terrena, a lei dos homens, se diz cega; nesse arcano, a condição da “justiça” é, antes de tudo, a lei de causa e
efeito, como diz um antigo provérbio: “Olho por olho, dente por dente.” Esse arcano sugere
muita ponderação, pois é um momento para se refletir sobre as atitudes; também indica
austeridade, fim das ilusões, processos cíclicos, mudanças, ordem moral, acautelamento. Esta
carta revela a ideia da “justiça imanente”, a de que toda culpa desencadeia automaticamente
as forças da autodestruição, pondo para isso em movimento todo um mecanismo psíquico e
psicossomático. Representa também a determinação pensada e sem excessos, valorização das
coisas retas, imparcialidade e integridade.
1) MATERIAL = busca da ordem, da mudança ou do equilíbrio, dificuldades,
obstáculos, problemas.
2) MENTAL / VERBAL = organização, planejamento, racionalidade, ponderação.
3) SENTIMENTAL = frieza, distanciamento, imparcialidade, respeito, diplomacia,
desilusão.
4) ESPIRITUAL = proteção, equilíbrio, harmonia.
 Advertência para os quatro planos = observar todos os prós e contras, ter cautela.
 Em casa de conselho = ser mais racional, frio e imparcial com os fatos.
 Em casa negativa = prejuízo, orgulho, intolerância, injustiça, incapacidade de tomar
iniciativa, manobras mal intencionadas, ilusões e aplicação excessivamente rígida da
Lei.
 Representação abstrata = pode significar um contato com a justiça e processos legais. Honestidade, triunfo
merecido da lei, objetividade, sabedoria, rito, contrato, reflexão oportuna, receio de se enganar, crítica.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A JUSTIÇA
Para realizar este exercício, você precisará de um incenso de sua preferência, cartas do arcano A Justiça, música
relaxante e um ambiente tranquilo. Procure realizar esse exercício durante o dia ou em ambiente bem iluminado.
Sente-se confortavelmente e observe as figuras do arcano por alguns instantes. Note os detalhes de cada carta, reflita
por alguns instantes, procure relaxar completamente sua musculatura e feche os olhos. Respire profundamente por
alguns momentos e quando se sentir pronto visualize um imenso descampado. Caminhe por ela, perceba os detalhes da
paisagem, sinta o frescor da manhã que se faz naquele local. Você avista uma pedra ao longe, vá até ela. É uma pedra
perfeita para se sentar e descansar um pouco. Sente-se e descanse. Vagarosamente, note que outras pessoas também se
aproximam e se sentam ao seu lado. Você não as conhece, mas no fundo, como num sonho, você parece conhecê-las.
Elas se sentam aos montes... são muitas, muitas... e preenchem completamente aquele lindo descampado. Homens,
mulheres, bebês, jovens, velhos... casais apaixonados, amigos, pais e filhos, mães e tios, avós... todos parecem fazer
parte de uma imensa família, mesmo que sejam aparentemente tão diferentes.
Então, de repente, ao longe, em meio à multidão sentada no descampado, você avista um casal se aproximando de
mãos dadas... eles se aproximam trazendo nas mãos uma imensa linha vermelha. Conforme eles se aproximam, a linha
vai passando de mão em mão, conectando a todos naquele descampado... até chegar a você.
O casal passa por você e continua levando a linha infinita até que você os perde de vista... sempre deixando um
pouco da linha com as pessoas sentadas.
Note que agora aquele enorme descampado forma uma imensa teia. Perceba como todos estão ligados pela linha
vermelha distribuída pelo casal. Encare alguns rostos e perceba que muitos lhe são, de fato, conhecidos... parentes,
amigos antigos que há muito você não vê... antigos amores... amados que já partiram... antigos desafetos... atuais
amigos... Todos ligados pela grande teia cósmica.
Você então se dá conta de que é parte de um imenso todo sagrado e que seus atos, sua conduta, a forma como você
segura o fio influencia todo o resto. Permaneça nesse estado de contemplação por alguns instantes e então, lentamente,
volte à consciência objetiva. Sentido seus pés, pernas, tronco, mexendo-se e retornando completamente.
Deixe que o incenso queime por completo enquanto medita sobre essa experiência.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 8 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
A JUSTIÇA – EXTRAS
Comentários
A justiça não é fria, que ela apenas vê as coisas sobre outro ponto de vista. Ou seria melhor dizer que ela vê sob todos os
pontos de vista?
Sophie – Sibilando
A Justiça – Colhemos o que semeamos por quantas vezes nos rebelamos
sem entender o porque dos ocorridos em nossas vidas e ficamos cegos
olhando somente para o que nos parece ser correto? Então pergunto:
Correto para quem cara pálida? Muitos passam toda sua existência
acreditando que se uma fatalidade ocorre foi a vontade de “Deus”, outros
questionando porque “Deus” deixou com que tal fato acontecesse, sem
conseguirem enxergar que essa nossa vida é feita de causa e efeito. É mais
fácil ter algo para responsabilizáramos do que reconhecermos que
dependendo de nossas atitudes teremos um resultado, e esse virá de acordo
com o que for adequado para nossa evolução. Hoje entendo que as Forças,
Deus, Deusa são energias que potencializam meus atos e não os
responsáveis pelos mesmos, e sendo assim num simples gesto que eu venha
ter provocarei uma reação, durante nosso dia a dia pensamos, falamos,
agimos de maneira descuidada e não lembramos que teremos
consequências disso, e é exatamente aí que os acontecimentos
desagradáveis, a nosso ver, se formam. Não basta não fazermos o mal,
temos que praticar o bem se assim o queremos em nossas vidas, conforme
se planta se colhe.
Ivana – Sibilando
Eu a comparo com o arcano 3 (a imperatriz), que é responsável pelo
amadurecimento dos grãos. A Justiça é o amadurecimento das nossas
ações.
Edson – Sibilando
O que seria a justiça para nós, pobres mortais?
Seria essa mania tola de achar que o mundo só é justo conosco quando
somos favorecidos, mesmo que sem merecimento? Ou ainda quando recebemos um beneficio que nem sequer era pra
ser nosso?
Mas nos apoiamos na ideia de que “todos nascemos bons, o meio que nos corrompe” e por esse motivo sempre
merecemos as melhores coisas e mais justas da face da terra... será?
A Justiça nada mais é que a colheita daquilo que plantamos. Se plantarmos jiló, como podemos colher lindas maçãs?
Vamos colher jiló!
Mas nem sempre é fácil encarar A Justiça como ela realmente é e não como queremos que ela seja, pois isso nos força a
reconhecer que às vezes (muitas vezes) não somos justos e retos, nem com as pessoas e nem conosco. Isso dói, pois nos
arranca a falsa ilusão de que somos perfeitos, que nossa bondade é infinita.
A Justiça pode até causar dor e ser desafiadora, mas é acima de tudo, JUSTA.
Josy – Sibilando
Um arcano cármico, a figura olha diretamente para você, mostrando que nada escapa a sua visão.  A visão que ela
representa é a visão da Inteligência Cósmica que muitos denominam de Deus, Deusa, Deuses, Energia Superior, enfim...
E essa visão é totalmente imparcial, apesar de não ser fria, pois o que mais fielmente ela ensina e representa é a lei da
ação e reação. Pode parecer que essa justiça nos devolve as coisas de forma diferente e não merecida às vezes, mas esse
pensamento é incorreto. Se você der um murro em uma parede ela te devolverá sua força na mesma intensidade e a dor
será terrível, porém, dê um soco com a mesma força em um balão... a reação será a mesma, ou seja, a mesma força que
você enviou retornará, contudo, a recepção dessa força será diferente. O que quero dizer é que se você conta uma
mentira ela pode ter uma repercussão diferente dependendo da pessoa para a qual você contou, dependendo da mentira e
da situação em que se encontra, mas uma mentira não deixará de ser mentirá e o que você receberá de volta será aquilo
que merece baseado na sua escolha, apesar de que na sua visão poderá ser algo muito ruim, entretanto, na visão da
Inteligência Cósmica será na medida certa daquilo que você apenas escolheu para si mesmo. Sendo assim, o antigo
ditado é verdadeiro: a Justiça não falha!
Dallan Chantal – Sibilando
Vídeo da Lua Serena sobre o Arcano VIII
http://www.youtube.com/watch?v=IaR4SyM4_BA
Canções que retratam A Justiça
The Cross of Changes, Enigma - http://www.youtube.com/watch?v=5RG4JO-HTWM
O Cristo de Madeira, Ana Carolina - http://www.youtube.com/watch?v=LGz60VqAmEQ
Kiss With a Fist, Florence + The Machine - http://www.youtube.com/watch?v=1SmxVCM39j4

Arcano IX, O Eremita


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
O Encapuzado, O Profeta, O Mago da Voz do Poder, O Eremita, O Ermitão ou O Buscador são apenas alguns dos
nomes pelos quais esse arcano é conhecido. Ele nos fala da passagem do tempo e tudo que isso implica em muitos
níveis, desde a maturidade e experiência adquirida com os anos e experiências vividas, até a negação da passagem do
tempo, a resistência às mudanças e solidão, que muitas vezes é consequência dessa postura. O Eremita representa todo
aquele que leva a luz, o conhecimento, o esclarecimento. Por isso, na imensa maioria de suas representações, o
peregrino na ilustração carrega uma lanterna em meio um caminho escuro. A lanterna é o símbolo da luz do
conhecimento que brilha na escuridão e na solidão.
Essa carta nos revela a consciência das limitações de ser mortal, é a consciência da mortalidade e limitações do
corpo, e é a consciência de estar sozinho na vida, por mais cercado de amor e de pessoas... somos sozinhos no corpo. Tal
qual os Deuses ou Deus, chame você do que quiser, somos uma parte de imenso todo, mas somos também indivíduos,
somos únicos em nosso complexo modo de ser também... Deus. É disso
que trata O Eremita. Representa as lições da vida e do tempo que
ensinamos aos que estão chegando, seja num caminho espiritual, num
emprego, a um filho, a um amigo. Pode representar um mestre
espiritual, um velho sábio, ou a auto-iluminação, a auto-iniciação, um
desejo profundo de seguir aquilo que é extremamente significativo e
toca seu coração ou um momento de recolhimento temporário. Numa
jogada de saúde, pode simbolizar cura pelas mãos, complicações
intestinais ou de coluna, bem como longevidade, dependendo bastante
das cartas ao redor. É um arcano que nos inspira a solidariedade e à
busca por sermos uma pessoa melhor, é a compreensão de que tal busca
e tal inspiração nasce de dentro e está diretamente ligada a nossos
ancestrais, nossos mais velhos e nossos Deuses. O Eremita simboliza
os conhecimentos secretos que acessamos na solidão de nossas
meditações, quando entramos em contato com nossos velhos mestres
espirituais. Por isso, na verdade, esse arcano nos fala da solidão de
associações mortais, físicas, pois espiritualmente nos conecta com os
seres espirituais, muito embora nem todos deem ouvidos a isso. Talvez
esse seja o aspecto vivenciado em distorção que nos leva ao sentimento
da solidão negativa.
Simboliza a busca de todos nós por
respostas, e é nessa busca que alguns, de
fato, tornam-se grandes eremitas, levando a
luz aos outros que seguem atrás, usando
seu trabalho no mundo como um caminho
espiritual. Alguns podem confundir esse arcano com O Hierofante. Nesse caso, vale a lição
de Wirth, que nos diz o seguinte a respeito desse arcano: “A missão do Eremita não é fixar
crenças pela formulação de dogmas, pois ele não é O Hierofante; ele não se dirige às
multidões nem se deixa ser abordado com facilidade e, desta forma, ele prepara eventos
formidáveis, pois por ser desconhecido de seus contemporâneos, ele se torna um moldador
real do futuro. Sem interesses próprios, ele tece a teia sutil do que está para acontecer.”
Em outras palavras, O Eremita muitas vezes se veste de um estranho anonimato, sendo
aquele que poucos percebem à frente. Um verdadeiro sábio que mesmo sem a pompa do
Hierofante molda muitos que talvez jamais venham a enxergar isso.
*Compilado de textos sobre o Eremita
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um homem idoso (símbolo da experiência de vida e da sabedoria humana).
Ele usa uma lanterna (símbolo do conhecimento adquirido pelo esforço próprio), que ilumina pequenas áreas (símbolo
da dimensão e da expansão), para saber por onde ir. Ele já conhece todos os caminhos da vida, seus percalços e
obstáculos. Contudo, se apoia em um cajado (símbolo da prudência e da aptidão) para se localizar e afastar os
infortúnios. A lanterna também representa a luz esotérica, irradiando seus conhecimentos e iluminando a visão do
viajante. Sua roupa escura representa a austeridade, mas seu forro claro simboliza discrição.
Esse arcano traz o equilíbrio necessário ao ser humano para a busca de seu autoconhecimento, e também ao lento
progresso em longo prazo. Sugere prudência, lentidão, silêncio e, principalmente, a procura pela iluminação interior.
Como Pitois o chamou, está relacionado ao Velho Sábio, que todos nós temos e que nos aparece por vezes em sonhos e
visões. Esta carta é neutra, e não tem valor em relacionamentos nem muito efeito no plano físico. Propicia o estudo e
pesquisa para o consulente, ativando a chama do autoconhecimento que existe em cada um. Também pode significar um
segredo desvelado, algo que estava oculto no passo e que a luz da razão e inteligência poderá revelar. Representa
também a retomada de um projeto antigo, mas não prediz fracasso ou vitória.
1) MATERIAL = progresso lento, obstáculo, superável, realização em longo prazo, adiamento, burocracia.
2) MENTAL / VERBAL = planejamento, prudência, estudo e pesquisa para uma nova vida.
3) SENTIMENTAL = afeto, paz, calma, interiorização, respeito, lealdade.
4) ESPIRITUAL = intuição, aprofundamento, iluminação, mediunidade.
 Advertência para os quatro planos = tentar agilizar os fatos, nunca desistir.
 Em casa de conselho = ter paciência, calma, perdoar e seguir em frente.
 Em casa negativa = esterilidade, retrocesso, falta de tempo hábil; lembra ainda dos defeitos dos velhos, e mostra
que o consulente está ranzinza, triste, só, com medo do novo e desconfiado demais. Dissimulação, trapaça,
corrupção, traição.
 Representação abstrata = nos lembra que o verdadeiro conhecimento requer um estudo constante de coisas
novas. Ela recomenda paciência e dedicação, observando com atenção cada passo tomado. Circunspecção,
silêncio, seriedade, espera necessária, sangue-frio, medo de se expor.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O EREMITA
Para realizar esse exercício, você deverá separar uma vela branca e vela preta, incenso cujo aroma te remeta a alguém
importante para a sua vida, alguém que você considera como um iniciador em sua vida, uma pessoa que muito lhe
ensinou. Se você não conseguir estabelecer essa relação entre o aroma e uma pessoa, não tem problema, use o incenso
de sua preferência.
Arrume um quarto escuro com uma mesa, pode ser pequena, que você possa usar como
um altar. Nesse altar você colocará a vela preta, ainda apagada, o incenso, um pequeno
sino ou outro instrumento que faça um som semelhante, e fotografias ou pertences de seus
antepassados.
Na porta de entrada do quarto, para o lado de dentro você deve deixar um castiçal ou
pires. Certifique-se de que você montou o altar a frente da porta de entrada, de modo que
a vela da porta de entrada fique atrás de você, numa distância razoável.
O ideal é que esse exercício seja feito no mais puro silêncio. Porém, se isso não for
possível, uma música instrumental ou uma música suave que te remeta a alguém que você
julga ter sido um grande mestre em sua vida pode ser tocada.
Tome um banho de relaxante antes de iniciar esse exercício. Vista-se com uma roupa
preta. Se tiver uma túnica muito bem. Tenha a vela branca e um isqueiro à mão.
Deixe o incenso queimando dentro do quarto, se tiver música já a deixe tocando. Feche
o quarto e saia. Se for possível estar num local também escuro tanto melhor. Sente-se no
chão e faça um exercício básico de respiração.
Concentre-se na simbologia da carta. Pense em tudo estudado sobre esse arcano nos dias anteriores. Comece a se
colocar como o próprio Eremita, mentalizando-se como tal. Quando estiver preparado levante-se e acenda a vela
dizendo:
“Eu sou escuridão e luz.”
Caminhe até o quarto vagarosamente, abra a porta e entre, feche e pare de pé em frente ao altar. Concentre-se nesse
momento nos grandes iniciadores da sua vida. Diga o nome deles em pensamento. E quando sentir que é o momento,
coloque a vela branca no castiçal ou pires da porta dizendo:
“Eu sou luz que é escuridão.”
Então vagarosamente caminhe em direção ao altar, quando estiver próximo pare e olhe para a vela da porta. Perceba
que aquela luz é a luz da lanterna de todos aqueles que trilharam o caminho antes de você. Pense neles, lembre-se dos
seus laços de sangue, dos seus laços afetivos, dos laços espirituais que te unem às pessoas. Vá até o castiçal, pegue a
vela preta e acenda dizendo:
“Escuridão que é luz.”
Fixe os olhos na vela que você segura e olhe de vez em quando para a vela da porta. Olhe para as fotografias, para os
pertences antigos que você levou para o altar. Concentre-se na sabedoria do tempo, pense em sua idade e na idade da
pessoa mais velha que você conhece. Reflita sobre o significado do arcano IX.
Encerre o exercício agradecendo toda a bagagem ancestral que você carrega, a sabedoria transmitida. Quando sentir
que é o momento, apague as velas com um abafador ou com o dedo dizendo:
“Que a luz da sabedoria ancestral esteja sempre aqui quando eu necessitar.”
Se você puder, adormeça nesse quarto logo após ter realizado o ritual.
Guarde a vela branca e a preta e sempre que você precisar de luz para alguma questão acenda as duas velas,
honrando seus ancestrais.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em
estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o
significado do arcano em estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este
arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 9 do Livro Dogma e Ritual de
Alta Magia que tenham lhe chamado a atenção e que tenham relação com o
arcano em estudo.

O EREMITA – EXTRAS
Comentários
O Eremita... Aquele que busca sabedoria... O homem que é sábio! Sempre em
seu silêncio a meditar... O que será que pensa? Em que mundo se encontra?
Figura de grande poder... Poder de entrar dentro de si e buscar o
autoconhecimento... Poder de passar seus conhecimentos adiante. Um ótimo
conselheiro para quem busca orientação de um ser dotado de inteligência!
Ancião que por muitas coisas já passou na vida e tem a experiência para falar
de tudo que viu, sentiu e viveu nesta vida. Quem sabe se não possui também a
experiência de outras vidas em sua memória? Pode ser que suas meditações o
tenha feito conectar-se com forças além de nossa compreensão! Pode ter um link direto com os deuses e seus
ancestrais... Enfim, alguém com quem se pode conversar e confiar em seus sábios conselhos!
Andreia - Sibilando
Ele representa a passagem do tempo. Tudo o que aprendemos, negamos, fingimos esquecer. Ele traz tudo à tona quando
ficamos sozinhos com o silêncio. As respostas que procuramos estão dentro de nós e tudo o que o Eremita faz é nos
mostrar isso. Ele nos mostra que as respostas não estão lá fora e sim dentro de nós. Isso significa que temos que nos
isolar por um tempo, procurar essas respostas com calma. Isolar-nos de outras pessoas físicas. Ouvir a voz do tempo, de
nossos antepassados e deixarmo-nos guiar através de nossas lembranças. Carta no tarô de Marselha: Seus olhos atentos,
sua testa franzida. Ele olha e pensa. Calcula cada passo do caminho. Ele segura a lanterna e se apoia em um cajado. O
cajado representa suas experiências, os ancestrais. A dobra da sua capa forma uma meia lua. No Shadowscape: Os patos
selvagens que migram no inverno, sempre em direção ao calor, ao sol, à luz. Assim somos nós, sempre buscando
respostas.  O arco em que ele está em pé parece um portal.
Sophie - Sibilando
Este arcano me dá uma paz profunda, mas percebi pelo que li, que temos que ter a consciência de que é necessário
meditarmos, mas sem se isolar por muito tempo, o cuidado para não sairmos da realidade em que vivemos, portanto a
paz que creio ser encontrada pela meditação e autoconhecimento deve ser usada como forma de vivermos de uma
maneira mais tranquila, buscando uma vida mais saudável e enriquecida. Que apesar de muitas vezes sermos vistos
como “LOUCOS” temos que ter a lucidez de sabermos nos conectar com os dois mundos.
Mirian – Sibilando
Canções que retratam O Eremita
Medo, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=znY5SSMaxhg
Querer Depois, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=AD6M7_aCYCQ
130 anos, Agridoce - http://www.youtube.com/watch?v=taysJhjoORA

Arcano X, A Roda da Fortuna


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
A Roda dos Mundos, A Roda da Vida, A Roda da Fortuna, A Retribuição, A Mudança são alguns de seus nomes.
Todos eles simbolizam a essência desse arcano: o movimento incessante da vida, mesmo que em alguns momentos não
percebamos.
A Roda representa a mutação e o sentido do eterno. Para alguns, a Roda é a representação máxima da lei do eterno
retorno, A Roda das Encarnações. Segundo tal entendimento, estamos fadados a reencarnar eternamente... Em
contrapartida, alguns entendem que esse retorno não seria eterno e através das encarnações e aprendizados, um dia,
deixaremos de encarnar na Terra, evoluiremos.
Independente disso, se eternamente estaremos retornando ou se um
dia não retornaremos mais, o que importa é a mensagem desse arcano,
ele representa a mutação da vida de cada um de nós, nos mostrando que
ora estamos em cima, outra estamos embaixo, e que certos padrões
podem se repetir. É o destino, a sina, a sorte, a fortuna que vem por que
tem de vir, muitas vezes imprevisíveis, muitas vezes sem que notemos.
Um dia em que saímos atrasados para o trabalho, perdemos aquele
metrô, escolhas pequeninas que podem marcar para sempre nossas vidas.
Quem de nós não se lembra de algum momento em que teve
determinada atitude que desencadeou uma série de acontecimentos,
como se estivéssemos de verdade presos em uma roda, sentindo como se
embora fossemos responsáveis por nossas vidas, algo muito maior, algo
que talvez nos tenha impulsionado a fazer um trajeto diferente do
cotidiano tenha se apresentado como fator transformador em nossas
vidas...
Possibilidades, encontros, desencontros, o universo em constante
movimento são elementos desse arcano. E nós, como parte desse
universo também somos responsáveis pelo toque que girará a roda.
As Moiras, As Queres, As Norns, As Parcas, as Senhoras do destino
de cada um reinam nesse arcano, nos ensinando que tudo muda o tempo
todo. Cloto é a que fia o tecido da vida, Lachesis mede a linha do
destino, da vida, e Atropos é aquela que invariavelmente corta o fio da
vida. Assim é para todos.
A roda é o eterno movimento, mas nos ensina que seu eixo é firme e
não se mexe. O eixo em si é a Divindade como cada um compreende,
podendo representar também nosso eu interior, onde, de fato, mora a
Divindade. Significa que diante das mutações da vida, devemos manter o
centro firme, nunca estático no sentido de algo sem fluidez, mas algo
sólido e forte para sustentar o girar da roda de nossas vidas.
O simbolismo da roda, do círculo, do redemoinho, da espiral nos fala daquilo que não é linear. Nos ensina que a vida
não é linear, embora tenhamos essa sensação. Por isso aqui temos a noção das estações do ano, sempre mudando, mas
sempre vindo cada uma delas novamente. Jamais igual, jamais cessando.
Na maioria das representações desse arcano temos três figuras girando na roda: Esfinge, Hermanúbis e Tífon. Só a
pesquisa e estudos dessas três figuras dariam um livro inteiro. Mas basicamente, cada um deles tem um propósito de
estar li. Existe uma série de opiniões do porquê de tais imagens estarem dispostas dessa forma. Eu tenho uma forma
muito particular de interpretar...
Divido com vocês uma interpretação para tais figuras, embora eu não concorde
inteiramente. Para Johann Heys “uma esfinge se encontra no topo, aparentemente
imune à rotação e suas mudanças. O símbolo da esfinge é antigo e abrangente,
evocando consciência superior, serenidade e sabedoria. O macaco Hermanúbis,
que já apareceu no arcano do Mago, está em ascensão na roda e representa
energia crescente, agitação inquietude. O terceiro ser, em movimento de descida, é
Tífon, um monstro filho da deusa Hera que foi criado como vingança desta deusa
ao saber que seu marido Zeus havia criado Atena sozinho. Tífon vem então a ser
inimigo natural de Atena. Esses três seres mitológicos que habitam a roda
representam diferentes tipos de pessoas e situações, bem como sua alternância na
roda da vida.”
Pode ser uma carta afortunada ou não, dependendo muito do contexto em que ela
sai e dependendo também da associação desse arcano com os demais numa
determinada jogada.
A Roda da Fortuna, portanto, nos alerta para a mudança na roda, aquele que
esteve embaixo, subirá, os de cima cairão e assim será, assim é. Mudanças boas ou
ruins, crescimento em razão de um novo momento da vida, ações que nos levarão ao
fracasso... Muitas possibilidades. Nesse momento, não temos certeza absoluta do
que vem pela frente, sabemos apenas que as coisas mudarão. Em geral prenuncia
uma mudança que será marcante em nossa vida. Pessoas, fatos, circunstâncias que serão agentes dessa mudança e que
jamais esqueceremos... mesmo depois do girar de muitas rodas.
*Compilado de textos sobre a Roda da Fortuna
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma esfinge, um dos legados mais complexos que os antigos sábios nos
deixaram. Representa o símbolo absoluto do destino: “Decifra-me ou te devoro”. Seus atributos simbólicos são: a
cabeça que recomenda Saber; as garras, que mandam Ousar; os flancos, que determinam o Querer; e as asas, que
solicitam o Calar. Ela segura uma espada flamejante (símbolo da mais alta espiritualidade e superioridade humana) e
usa uma coroa (símbolo da autoridade material). Assim, determina quem subirá ou quem descerá no caos da vida. A
figura que sobe é o gênio das forças construtivas, enquanto quem desce é o das forças destrutivas; o bem e o mal
operando o equilíbrio universal, a transmutação do ativo para o passivo ou vice-versa. Dessa forma, temos a imagem de
que nada permanece na decadência. Tudo é transitório, tudo é passageiro, tudo é cíclico. Apesar do que foi dito, o
círculo (símbolo da eternidade) é sua representação mais adequada no que se refere à continuidade dos ciclos, e,
inicialmente, esta carta mostrava quatro figuras, e não três. A primeira ficava no alto com a inscrição Regno (Eu Reino);
à direita, figurava um jovem que subia a roda com a inscrição Regnarei (Eu Reinarei); contrário a ele um homem idoso
descendo a roda com a inscrição Regnavi (Eu Reinei); finalmente, aparecia uma quarta figura, um velhinho apoiado nas
mãos e joelhos com a inscrição Sum Sine Regno (Eu Não Tenho Reino). Era um simbolismo muito forte da evolução do
homem em suas faz de nascimento, crescimento, velhice e morte. Uma outra observação a ser feita sobre o atual
simbolismo dessa lâmina: a figura que aparece no alto tem uma fisionomia de macaco com orelhas de abano também é
uma referência ao rei Midas, aquele que, graças a Baco, transformava tudo que tocava em ouro e terminou por suicidar-
se quando descobriram um terrível segredo seu
(ele possuía orelhas de asno que Apolo lhe dera
em virtude de sua parcialidade ou inexperiência
ao julgar uma disputa musical entre Apolo e Pã,
o desafiador, amigo de Midas e vencedor da
peleja); a criatura que sobe é Hermanúbis,
representação do Bem, das forças construtivas;
descendo está Tífon, representação do Mal e
das forças destrutivas.
Esse arcano sugere as mudanças rápidas e
inevitáveis, a instabilidade, o resultado da lei
imutável de causa e efeito. A alusão da carta é
ao destino. Note que o chão no qual a roda se
apoia não é firme, mas se parecendo com um
oceano, e ela lembra que nada é permanente na
vida. É uma carta com caráter duplo, yin/yang,
e distribui tudo na vida seguindo esta dualidade.
Pode trazer tristezas e alegrias, vida e morte,
sucessos e fracassos. Quando aparece num
jogo, ela indica que nada nem ninguém
mudarão seu trajeto, pois a Roda é implacável e
está acima da vontade do homem.
1) MATERIAL = mudança, instabilidade,
transferência, alteração, obstáculo, fortuna, sorte.
2) MENTAL / VERBAL = incoerência, plano desconexo, ideais sem conclusão, confusão, excesso, tormento.
3) SENTIMENTAL = ansiedade, nervosismo, nova emoção, agitação, inquietação, desgaste emocional.
4) ESPIRITUAL = interferência, negatividade, desproteção.
 Advertência para os quatro planos = deve-se procurar ter calma e renovar os objetivos.
 Em casa de conselho = deixar o destino fluir, não impedir nada, aceitar.
 Em casa negativa = interrupção, dificuldade, inação. Indica uma pessoa que se recusa a aprender com seus
erros, má sorte, inconstância e fracasso. O consulente deve se preparar para uma maré de acontecimentos
antagônicos, pois nada impede a roda de continuar girando.
 Representação abstrata = é uma carta forte, mas que deve ser vista com muita atenção, pois apesar de seu caráter
aparentemente neutro, recebe influências das cartas vizinhas. Sucesso, elevação, oportunidade para agarrar,
transição, diferença de idade, felicidade.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A RODA DA FORTUNA
Separe alguma música relaxante, sente-se confortavelmente em um cômodo não muito iluminado e fite a carta do
arcano X por algum tempo. Então... feche seus olhos e visualize um imenso círculo de cor dourada girando
incessantemente acima de sua cabeça. A roda é brilhante e parece um pouco distante de você. Observe seus movimentos
por algum tempo. Note que então a roda começa a baixar lentamente, sem parar de girar. Conforme ela desce, seus raios
dourados se expandem atingindo proporções enormes. A roda vai descendo e se expandindo cada vez mais até tomar
conta de todo o seu corpo. Sinta a energia dourada da roda, veja seu próprio corpo como parte central da imensa roda
dourada. Você está bem no centro da imensa roda que gira sem parar. Você é o eixo que movimenta essa roda.
Permaneça em estado de contemplação, sentido as mensagens que a roda lhe oferece. Deixe que sua mente vague no
imenso dourado pelo tempo que desejar e então encerre a visualização numa profunda inspiração. Enquanto inspira,
visualize toda a energia dourada da roda entrando por suas narinas.
Encerre o exercício.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano
em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não
lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum
aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou
ainda com alguma situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em
estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no
mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião,
tenha relação com o significado do arcano em
estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício
de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 10 do
Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham
lhe chamado a atenção e que tenham relação com o
arcano em estudo.

A RODA DA FORTUNA – EXTRAS


Comentários

Recebe os ensinamentos na vida


E aplica-os à vida.
Não te encerres na vida,
Mas ergue-te acima da vida, na qual estás.
Este grau é o Grau do Cavalheiro da Roda, O
Cavalheiro da Rosa, o Rosa-Cruz.
A roda, com seus dois eixos,
E assim, a cruz na rosa.
São os Cavalheiros da Távola Redonda (Símbolo
da roda).
Em muitas ilustrações, esta roda tem doze raios.
São estes doze cavalheiros, doze reis,
Mas também o tempo.
Isto significa: comprova-te no tempo, na época em que estás.
Não sonha com um futuro, ao qual queres dar forma
E não sonha com um passado, que está detrás de ti.
Poema

Bom, como já disse certa vez, sou wiccana e percebo o tarô como um instrumento de
autoconhecimento perante o caminho iniciático. Muitas vezes, durante este caminho,
parece que os deuses nos deixam loucos... Bem no início, inclusive, percebe-se uma
mudança gigante de paradigmas: tudo parece virar de cabeça para baixo, muitas
informações são recebidas, você se dá conta de várias realidades! E aí, num momento, a
surpresa: não dói. Tudo aquieta e volta a revirar, indo e vindo, num ciclo de aprendizado
que não termina! Eu percebo estas mudanças como dádivas, que recebo de bom
grado. Ter certeza do caminho que se deseja seguir é aceitar também os desafios que ele
nos traz.
Aysel - Sibilando
Nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas.  Ter esta consciência é
fundamental para a vida como um todo, afinal ninguém é capaz de deter a própria
evolução, ainda que ignore deliberadamente todos os movimentos contínuos da natureza
em seu próprio ser. Como assim? É preciso se ter a consciência de que um amor, um
amigo, uma mão estendida, um choro, uma alegria... Nada é para sempre. Até as coisas
que parecem "perdurar" não são, necessariamente, as 'mesmas' coisas se olharmos bem: elas mudam, evoluem,
transformam-se e se melhoram ao se modificarem... Nem a gente mesmo é "o mesmo" para sempre, pois repito: nada é
permanente, a não ser a própria impermanência das coisas. Esta consciência bem firmada traz a segurança de seguir a
vida aproveitando cada momento divino como dádiva dos céus. E, por definição, uma dádiva é algo que se recebe de
graça. Se você recebeu uma dádiva, aceite-a. Abra-se e receba as dádivas que a vida lhe traz, como o sol que nasce todos
os dias: ele sempre nasce e é sempre diferente. Da mesma forma
são as amizades que você (re)conheceu, os amores que
(re)encontrou, a família (de sangue ou não) que ganhou, os risos
e choros que já viveu... Seja o que é, viva bem, até quando for,
até quando tiver de ser. 
Aysel - Sibilando
Um ponto que sempre penso ao me deparar com este arcano é no
destino versus o livre-arbítrio. O Destino é geralmente
concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos
relacionada a uma possível ordem cósmica. Portanto, segundo
essa concepção, o destino conduz a vida de acordo com uma
ordem natural, da qual nada que existe pode escapar. Concepção
antiga, é presente em algumas mitologias, como por exemplo, na
mitologia grega, através das Moiras, mas também em correntes
filosóficas, como é o caso do fatalismo. Livre-arbítrio é
basicamente a expressão usada para significar a vontade livre de
escolha, as decisões livres. Há termos sinônimos, também
usados para significá-lo, tais como liberum arbitrium, liberum
voluntatis arbitrium, libertas arbitrii, ou livre-alvedrio. O livre
arbítrio, que quer dizer, o juízo livre, é a capacidade de escolha
pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o
errado, conscientemente conhecidos. Ele é uma crença religiosa
ou uma proposta filosófica que defende que a pessoa tem o
poder de decidir suas ações e pensamentos segundo seu próprio
desejo e crença (fonte dos conceitos: Wikipédia). Com estes
conceitos vejo o Carro como o livre arbítrio (complementando a
questão anterior) e a Roda como destino. É aí que muitas vezes
quero brigar com a Roda (algo que não adianta mesmo rs), pois
creio que somos responsáveis por nossos atos e pelo o que nos
ocorre... mas não há como negar que há coisas que só acontecem
quando devem acontecer e outras que não ocorrem por mais que
se faça tudo para que aconteçam. A Roda da Fortuna, para mim,
é aquele direcionamento que os Deuses fazem em nossas vidas quando querem mexer com algum “palitinho” aqui na
Terra. Podemos não entender ou aceitar no momento que ocorrem, mas depois tudo faz um enorme sentido... somos
guiados em muitos momentos da vida.
Danielle - Sibilando
É muito interessante pensar na Roda da Fortuna, pois ela me faz lembrar vários ditados populares, como por exemplo:
“a vida dá voltas”, “aqui se faz, aqui se paga”, entre vários outros e o que percebo é que é uma grande verdade. Como é
saborosa a chance de ver alguém que lhe fez muita injustiça passar por situações de humilhação igual as que lhe fez
passar? Como é satisfatório ver aquele ex-namorado que tanto lhe fez sofrer, sofrer tanto quanto você por uma pessoa.
Mas, melhor que o sabor da desgraça alheia, é muito mais satisfatório e feliz quando somos gratificados com bênçãos
que não esperamos e que a vida nos dá simplesmente porque vivemos na retidão e na justiça. É muito mais emocionante
quando as coisas pequenas que recebemos superam as grandes perdas que fomos submetidos. Tudo é um ciclo, tudo
gira, tudo é a Roda... essa é a vida!!!
Josiane – Sibilando
Canções que retratam A Roda da Fortuna
Roda Viva, Chico Buarque - http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c
Meu Sapato Já Furou, Clara Nunes - http://www.youtube.com/watch?v=rBtulzDJ9EU
Como Uma Onda, Lulu Santos – http://www.youtube.com/watch?v=1mSFe5WzDec
Ar Move, Fogo Transforma - http://www.youtube.com/watch?v=K4TSeN2z6ng

Arcano XI, A Força


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
A Força é chamada por alguns estudiosos por A Persuasão, O Avanço e O Tesão. Representa nossa capacidade de
comandar nossas vontades e as ditas “baixas paixões”. Essas “baixas paixões” podem ser compreendidas como tudo
aquilo que nos limita, que nos impede de crescer, tudo aquilo que de alguma forma pode atrofiar nossa vontade mais
poderosa, aquela vontade que nos impulsiona na vida. As “baixas paixões” ou “vícios” são, portanto, comportamentos,
padrões, situações, pensamentos capazes de nos afastar de nosso eu mais profundo que por sua vez é o grande
comandante da vontade.
Assim, a grande lição desse arcano talvez seja o autoconhecimento, pois somente através dele podemos compreender
e lidar bem com nossos erros, fraquezas, vícios. Sem o autoconhecimento somos vencidos e facilmente devorados pelo
leão interno. O Leão, nesse passo, simboliza nossos instintos mais primitivos, que mal trabalhados se tornam as ditas
“baixas paixões” ou “vícios”. De outro modo, se bem trabalhado, somos capazes de direcionar toda essa força primitiva
na consecução de nossos objetivos e, por óbvio, no alcançar de nosso desenvolvimento espiritual.
Um grande equívoco se verifica nesse arcano, talvez
por culturas dominantes que pregam a anulação do ego e
o controle total dos desejos. Muitos dizem que A Força
trata do controle dos desejos, como se desejar, sentir, se
apaixonar (por alguém ou algo) fosse algo puramente
negativo e prejudicial. Ocorre que é simplesmente
impossível anular o ego, pois o ego faz parte do que nos
compõe como seres. Qualquer observador da História e
da humanidade pode constatar que a repressão do lado
instintivo humano causou muito mais dor, sofrimento e
violência do que equilíbrio e harmonia.
Assim, devemos entender a palavra “controle” nessa
carta não como uma supressão de desejos, mas como a
sedução de si. A sedução, a conquista da independência
frente aos nossos agentes limitadores. A Força nos fala
de não nos deixarmos escravizar e apenas conseguimos
essa proeza se entendermos quem somos, se
compreendermos nossas aparentes limitações e as
trabalharmos. Controle e domínio aqui não tem vez com
rigidez, frieza, racionalismo... O controle e o domínio da
Força vêm com a suavidade... com a delicadeza... com a
sedução.
A Força nos mostra que quem deve estar no controle
somos nós, e nos mostra através da suavidade da mulher
que abre a boca do leão de que forma devemos exercer
esse controle. Esse controle não pode se dar nem pela
força física ou pela dureza de pensamentos e ações, nem
pela negação de nossos instintos primitivos. Esse arcano
nos mostra que somente com a sedução podemos lidar de
forma plena com nossos instintos mais profundos e
primitivos, deixando muito claro que não devemos negar
nosso lado bicho, pois esse lado é fundamental para uma
existência plena e satisfatória. A sedução a que falamos é
a sedução de si mesmo e do mundo. Abrir a boca do leão
sem usar a força é seduzir... seduzir a si mesmo.
Este arcano nos fala daquela força interna, uma força
que parece sutil, mas é extremamente poderosa... a força
que nos faz amar a vida e a si mesmo, ainda que
estejamos passando por adversidades. É a capacidade de
viver a vida de forma feliz, mesmo sabendo que ela é
difícil. Força interior para realizar projetos. É também uma carta de sedução e amor... o amor que seduz tudo a todos
com a delicadeza e que consegue abrir a boca de muitos leões. O leão pode simbolizar nosso eu mais profundo,
mostrando que somos humanos capazes de tocar nosso eu mais íntimo e com delicadeza comandá-lo. Significa também
que somente com amor vencemos as adversidades da vida. É uma carta ligada ao fogo, a força do amor e da paixão... a
chama da vida está intimamente ligada a este arcano e só é compreendida quando temos domínio de nós mesmos.
Numa jogada pode simbolizar o domínio de uma situação, uma situação de controle em que a pessoa exerce sua
vontade, é a força espiritual interna, nos fala da capacidade de enfrentar a vida, é a força das paixões superiores e o
equilíbrio das paixões inferiores.
*Compilado de textos sobre a Força
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma mulher (símbolo da suavidade e da sutileza) que domina sem esforço as
mandíbulas de um leão (símbolo da supremacia instintiva, do poder e da virilidade). Um ser superior controlando sem
crueldade um ser inferior, o domínio sobre os instintos; a força do ego atuando sobre a vida. A lemniscata, símbolo do
infinito e eternidade, indica que as vontades iniciadas no Arcano I, também com o mesmo símbolo, foram completadas.
É uma referência ao poder da inteligência sobre as forças bestiais da natureza. E, como tudo acima, a jovem somente
domina o leão, dizendo que não devemos destruir as forças interiores, mas subjuga-las e invertê-las, para que trabalhem
a nosso favor. É o princípio da alquimia, de transformar as forças negativas em positivas. Esta carta representa o poder
do homem de subjugar seus instintos mais básicos e primitivos (principalmente sexo e qualquer tipo de violência)
através da inteligência e da espiritualidade.
Esse arcano sugere o domínio da vida e dos sentimentos, legítimos direitos, poder de
conquista, magnetismo, equilíbrio e estabilização. É uma carta muito feliz quando surge
num jogo, pois mostra a possibilidade clara de se chegar onde se quer e domínio total da
situação e das forças que se apresentam antagônicas. Deve-se, no entanto, ter clareza das
metas a serem atingidas e manter-se em constante vigilância sobre instintos brutais e
irracionais. No caso de referir-se a uma escolha do consulente, indica que ele tomou uma
decisão acertada e que atingirá o sucesso, pois seu julgamento está claro e lúcido. E não
devemos esquecer o quanto este arcano está ligado a sexualidade, em que a figura expressa a
bocarra do leão onde está situado o chakra sexual e a própria vagina.
1) MATERIAL = domínio, empreendimento, administração, sucesso, promoção,
realização.
2) MENTAL / VERBAL = inteligência, paciência, projeto real, praticidade,
flexibilidade.
3) SENTIMENTAL = forte desejo, afetividade, amor, magnetismo, casamento.
4) ESPIRITUAL = proteção, poder mental e místico, crescimento.
 Advertência para os quatro planos = aceitar todos os limites, dar valor ao próximo.
 Em casa de conselho = ser forte, manter o amor-próprio, dominar.
 Em casa negativa = descontrole, impaciência, repressão, ira, presunção, uma pessoa
que possui vontade fraca e que é constantemente dominada pelos seus baixos impulsos e instintos naturais pode
medo de enfrentar as condições de família e a sociedade, orgulho.
 Representação abstrata = indica vitória sobre os contratempos que se apresentam, valentia, autocontrole,
harmonia entre sentimento e razão, fé, reconciliação com o inimigo (que pode ser subjetivo), energia, ação,
generosidade, honrarias, ferida emocional, prepotência, revelação de si mesmo, o cerne da questão.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A FORÇA
Para realizar esse exercício, utilize uma carta do Arcano XI. Realize esse exercício num dia ensolarado.
Sente-se confortavelmente num ambiente tranquilo e após alguns minutos de contemplação da carta d’A Força, feche
os olhos e visualize um imenso sol radiante sobre a sua cabeça. Perceba a luz brilhante que te banha em todo esplendor.
Note que de dentro daquela imensa bola de fogo, está a imagem d’A Força. A mulher afaga o leão com delicadeza e esse
se rende totalmente a ela. Contemple a cena por alguns instantes e então
perceba que vagarosamente você toma o lugar da mulher da carta,
afagando o leão com muito carinho. Conforme você passa a mão no leão
ele abre a boca e dela saem símbolos de sentimentos limitadores... dor,
medo, raiva, vingança, inveja, fraqueza, pessoas, situações... Note que
os símbolos são dissipados na luz brilhante do sol...
Encerre o exercício dizendo: “Eu sou a força, eu sou o leão, eu me
purifico e curo com meu poder interno”.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual?
Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não
foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro
e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua
personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma situação de sua
vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já
estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano
em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o
significado do arcano em estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 11 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

A FORÇA – EXTRAS
Comentários
Citando Aniela Jaffé:
"Os instintos suprimidos e feridos são os perigos que ameaçam o homem civilizado: os impulsos não reprimidos são os
perigos que ameaçam o homem primitivo. Em ambos os casos o "animal" é alienado de sua verdadeira natureza; e para
ambos, a aceitação da alma animal é a condição da totalidade e de uma vida plenamente vivida. O homem primitivo
precisa domesticar o animal em si mesmo e fazer dele o seu companheiro útil; o homem civilizado precisa curar o
animal em si e torná-lo seu amigo”.
Não é fácil isso... Não acredito que haja alguém que não tenha sentido esta força em algum momento da vida, quando a
emoção nos subjuga e fazemos coisas que nos arrependemos depois, uma cólera incontrolável, uma paixão indomada,
um acesso se riso ou crise de choro que nos paralisa diante de um choque ou medo. É frustrante depois vermos como
fomos dominados facilmente por esta força que, naquele momento, era incontrolável. Por isto a necessidade de conhecê-
la e sabermos lidar intimamente com ela, para não nos sentirmos como um animal movido pelo instinto. Reprimi-la,
escondê-la, negá-la, é deixá-la faminta, na primeira oportunidade ela vai aparecer... Se formos dotados de uma força de
vontade sublime, a fúria deste animal enjaulado pode aparecer sob a forma de uma doença, pois a mente não aguenta a
pressão que esta luta interna causa... Não ter o leão em nosso interior é ser um eterno fantoche, sem vontades, opiniões
ou nada que nos caracterize individualmente...
È... Não é fácil não...
Jussara - Sibilando
A Força não reside nos músculos e, sim, na mente – por isso a lemniscata na figura e na cabeça da mulher. O ser
humano se utiliza somente de aproximadamente 10% de sua capacidade cerebral e
alguns cientistas afirmam que se utilizássemos pelo menos 20% já seríamos capazes
de movimentar objetos pelo pensamento. Isso me faz pensar na pedra filosofal que
tinha por objetivo transformar chumbo em ouro, uma metáfora para a transformação
de uma mente ignorante em uma mente iluminada, o que me leva a pensar no
autoconhecimento. Como alguém que não conhece nada do mundo e nem de si
mesmo pode subjugar suas baixas paixões e evoluir? Não consigo ver essa
possibilidade. Realmente a chave máxima nesse arcano é o do autoconhecimento,
indo dele para a iluminação, partindo para a sedução de nossos vícios e “baixas
paixões” e, por último, entrando no estágio das realizações de nossos mais elevados
objetivos. “Conheça-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os Deuses”. Isso nunca
fez mais sentido. O que somos nós senão uma micro cópia do grande Universo e
uma micro cópia da Divindade?
Dallan Chantal - Sibilando
Quando li o texto que a Lua nos ofertou, lembrei-me daquele conto infantil “A Bela
e a Fera”, de como a doce donzela domina a temida Fera com sutileza e suavidade.
Fui além, lembrei-me de um conto sobre Baba Yaga que li certa vez, onde contava-
se que ela seria uma bela donzela que havia se casado com um feroz Urso, sendo ela a única pessoa do mundo que
conseguiria domar o terrível ser. Quantos monstros levamos dentro de nós? Como eles devastam as nossas vidas às
vezes? E por que isso acontece? Simples, não usamos A Força que temos em nós, usamos simplesmente a força, a raiva,
o medo, a frustração para combater e não compreender. Que vantagem levamos tendo essa atitude? Nenhuma, pois
apenas gastamos energia e sofremos, nos tornamos seres frios... Não podemos ver nossos monstros como inimigos e sim
como aliados. Temos que encontrar a
paixão e o amor que existe dentro de nós
para compreender o que tais monstros
querem nos ensinar. Coragem não é usar a
força para combater e sim usar o coração
para compreender.
Josyane Büll - Sibilando
A Força representa nossa capacidade de
lidar com nossas sombras. Quando
encaramos nossos defeitos e erros de frente
é hora de enfrenta-los e trabalhar para que
possamos nos equilibrar. É hora de
reconhecer o nosso lado que, no geral,
jogamos pra debaixo do tapete, ou não
costumamos admitir pra nós mesmos,
aquilo que representa de certa forma o
conteúdo inconsciente. Ter força para lidar
com aquilo que sempre negamos a nós
mesmos e que agora vemos diante de nós e
se torna uma fraqueza no nosso
desenvolvimento pessoal.
Aline B. - Sibilando
A Força pode se manifestar de muitas formas. Nem sempre a força mais eficiente é a bruta. Muitas vezes a força mental,
o magnetismo e o poder de convencer são mais úteis do que um braço forte e um punho apontado. Quem sabe se o que
precisamos domar não está no mundo, mas dentro de nós mesmos? Somos muito mais capazes de mudar nosso mundo
interior do que as milhares de pessoas no mundo lá fora. E quando tivermos força e coragem para isso (mudar a nós
mesmos, aceitar quem somos e sermos inteiros) o mundo todo vai conspirar a nosso favor.
Paola - Sibilando
Na minha opinião, o que a presença do lemniscata nesta carta nos quer revelar é que uma vez atingido a compreensão
desse arcano, conseguimos compreender o infinito de nosso próprio ser, ou seja... nossa alma (ou espírito, como tb
chamamos)... a imortalidade e a totalidade de quem somos se compreende quando nos amamos , quando nos
seduzimos... pois seduzir o nosso bicho é seduzir a nós mesmos. É uma grande chave de mistério. Essa é minha visão.
Lua Serena – Sibilando
Canções que retratam A Força
Pain, Three Days Grace (Atributos negativos) - https://www.youtube.com/watch?v=Ud4HuAzHEUc
Lithium, Evanescence (Atributos negativos) - https://www.youtube.com/watch?v=NnV8n0nQJHw
No More, Three Days Grace - https://www.youtube.com/watch?v=7qj8piDrxOI

REFLEXÃO
No fim de cada dia, ponha tudo de lado... Você fez o melhor que pode. Se houver erros e enganos, esqueça-os
imediatamente. Amanhã será um novo dia, comece-o bem e com serenidade. – Dale Carnegie

CAMINHO DA DOR

O Caminho da Dor transcorre por meio do arcano 12, O Pendurado; do arcano 13, A Morte; do arcano 14, A
Temperança; do arcano 15, O Diabo; e do arcano 16, A Torre. Observe que o primeiro arcano desse caminho não
contém símbolos de poder pessoal, como vimos nos arcanos anteriores, além disso, está em posição invertida,
pendurado, amarrado, impossibilitado. No último arcano, novamente vemos o homem em posição invertida, desta vez
sendo jogado ao chão, desamarrado e em meio a uma tempestade. Assim, a dor existe porque a vontade não está sendo
alimentada, o amor não é nutrido, o sonho não é realizado! Nesse caminho, vivemos nossa utopia, nosso orgulho, nossa
vaidade; diariamente nutrimos a dor da ilusão, da mudança, do tempo, da ambição, da perda. Existe um fino véu que
separa o sonho da ilusão, confundindo nossas aspirações com devaneios. Esses arcanos revelam que terceiros estão se
opondo ao nosso desejo, o que significa o próprio destino, o carma ou a vontade diferente dos outros. Como este
caminho pode ser acessado por duas vias distintas, fornecerei exemplos específicos de cada uma delas:
 No resultado do Caminho do Prazer ao tentar manter tudo sob a mesma visão pessoal, não desejar acompanhar
as responsabilidades e o respeito ao próximo, terminarei por perder o controle sobre a realidade. Por exemplo:
contraí um matrimônio, mas quero manter uma vida de solteiro ou dominar o parceiro da forma exata como
desejo: “Tem que ser na minha cartilha!”. Conclusão: perda e dissolução! “Quero manter os filhos sob o jugo
familiar, escolhendo sua profissão, seus companheiros, seus amigos.” Conclusão: perda e abandono!
 No resultado do Caminho do Livre-Arbítrio a minha escolha foi errada, a minha vontade não se realizará a
contento. Por exemplo: tive o desejo de comprar um carro, e mesmo verificando que não tenho com atender às
condições de pagamento, pretende continuar tentando a vida toda! Estava querendo namorar uma pessoa,
cortejei-a, mas não consegui conquista-la; porém, vou tentar mais vezes: “Essa pessoa vai ser minha de qualquer
jeito, não consigo esquecê-la!”

REFLEXÃO
Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito: um se chama “ontem” e o outro se chama “amanhã”.
Portanto “hoje” é o dia certo para amar, perdoar, acreditar, sorrir, fazer o que tem de ser feito... Hoje é o dia de viver. –
Dalai Lama

Arcano XII, O Pendurado


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena.
Parada voluntária, sacrifício voluntário, sacrifícios, entrega total a um propósito.
Tradicionalmente O Enforcado aparece de cabeça para baixo, pendurado pelo pé e não pelo
pescoço, o que sugere uma situação de desconforto e não de tortura insuportável. Consiste na
aceitação de uma situação, ou até mesmo a aceitação de nós mesmos, da nossa própria
natureza. O Enforcado sugere essa entrega, mesmo que isso signifique estar em uma posição
desconfortável. É o arcano da rendição, da entrega, do abrir mão de uma situação em prol de
algo maior. Pode significar também a necessidade de se fazer o contrário daquilo que se
espera. É também a carta da devoção. Toda a entrega do Enforcado é para alcançar algo
maior, algo que vale a pena o esforço. É algo tão maior o que ele quer alcançar que talvez
por esse motivo sua expressão seja serena ante o fato de estar dependurado. Sua figura
central mostra um homem dependurado pelo pé, suas pernas formam uma cruz e suas mãos
para trás formam um triangulo. O modo como O Enforcado, ou O Pendurado se apresenta
mostra que a permanência dele naquela posição depende apenas de sua vontade. Alguns
artistas até colocam O Enforcado de mãos atadas, mas seu rosto, seu semblante sempre nos diz que ele pode sair daquela
situação ou que sua estada ali é voluntária. Pode sugerir uma interiorização, o momento para o qual nos voltamos ao
nosso interior. Ele pode ser também a estagnação, o comodismo, a preguiça em aspecto negativo. Sugere a necessidade
de direção, estamos em busca de uma nova direção e isso implica o sacrifício de um estilo de vida, de uma postura na
certeza de que é a coisa certa a fazer no momento. O elemento predominante é a água, razão pela qual alguns autores o
chamam de O Afogado.  
*Compilado de textos sobre o Pendurado
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um homem (símbolo da atividade e do conhecimento) pendurado pelo pé,
simbolizando sacrifício e renúncia. A perna (símbolo da ação e do movimento planejado) está dobrada, aludindo à total
impossibilidade de conquista. As mãos (símbolos de atividade e destreza) estão viradas para a parte de trás do corpo,
sem nenhuma ação, indicando que não há iniciativa e nem possibilidade de realização. Note que a expressão dele é de
tranquilidade, como se ele não se desse conta de sua situação ou estivesse ali por vontade própria. Os pilares que
sustentam a vida em que ele está suspenso têm seis ramos cortados cada uma, uma alusão à morte das doze expressões
humanas, a destruição das doze casas do zodíaco. Em alguns baralhos, como o de Gringonneur, o Enforcado é um ruivo
despenteado na trave horizontal de uma forca, castigo a que eram
submetidos os devedores, e em cada mão, ele tinha um saco de
moedas ganhas de modo ilícito, uma lembrança de Judas que traiu
Cristo por trinta moedas. Graças a isto, este arcano também recebe o
nome de O Traidor. A alusão a Judas toma um outro aspecto. Judas
ficou conhecido como o traidor, mas era também o braço direito de
Cristo e um iniciado nos mistérios, o escolhido para precipitar o que a
providência já havia decidido. Os povos primitivos mantinham suas
divindades entre o céu e a terra, pois era uma maneira de mantê-las
puras das influências de um e de outro. O Pendurado oscila entre o
céu e a terra, pois vive para os mistérios, para as coisas do espírito. A
oscilação tanto pode significar a dor por um desejo não satisfeito
como a capacidade de voo, através da viagem astral e do
desprendimento do espírito.
Nesse arcano, a vida foi cessada, não há chances de recuperação e
nem de vitalização. Toda força material foi excluída; todo
planejamento, anulado. Assim, só restam as forças espirituais para a
contemplação e pedido de ajuda. Refletir, resignar-se, meditar e orar
são extremamente importantes para que possamos receber a luz
divina, uma intuição, uma saída para o caos instalado, que levará a
descoberta de nossos limites pessoais. Esse arcano sugere renúncia,
abandono, fracasso, ilusões, utopia, indecisão. Indica também que o
consulente tomou ou tomará uma decisão desastrosa, em virtude de
sua falta de sentido
prático. Ao mesmo
tempo em que
simboliza perdas no
plano material, indica elevação do espírito através da retirada do
caminho de algo que o atrasava e prendia. Representação também do
signo de Peixes, esta carta revela uma natureza preocupada com os
problemas alheios, uma vida de abnegação e caridade. Recomenda
ainda a rever a situação, pois como Judas, alguém, talvez o consulente,
está sofrendo um julgamento errado.
1) MATERIAL = impossibilidade, dificuldade, erro, inércia,
obstáculo, irrealização.
2) MENTAL / VERBAL = obsessão, utopia, perturbação, busca
da perfeição moral, erro de julgamento, pensamento no
passado, falta de vontade.
3) SENTIMENTAL = amargura, aflição, sofrimento, amor cego,
agonia, nostalgia, decepção.
4) ESPIRITUAL = renúncia, devoção, filantropia, abnegação,
religiosidade.
 Advertência para os quatro planos = ter amor-próprio, mudar o
paradigma da vida.
 Em casa de conselho = calar, meditar, não fazer nada, orar.
 Em casa negativa = abertura, desenvolvimento, liberdade.
 Representação abstrata = indica fraudes, enganos, traição de
pessoa próxima, cegueira em relação a pessoa amada, adultério,
sabedoria, circunspecção, discernimento, adivinhação, profecias, sacrifícios necessários, autocontrole, tentação,
castigo, restrições, cura mágica, terapia natural.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O PENDURADO
 Eu permito que padrões se estabilizem em minha vida?
 Às vezes me sinto inclinado a parar e deixar de fazer o que devo fazer? Por quê?
 Eu já passei por momentos em que sentia a necessidade de parar e me recolher? Como foi essa experiência?
 Eu já parei para me recolher quando a vida impôs e acabei me entregando ao comodismo? Como foi?
 Eu me entrego a tudo aquilo que me proponho? Mesmo que tenha de passar por momentos de estagnação e
certo sofrimento?
 Eu me permito parar quando sinto que é necessário? Por quê?
 Eu seria capaz de sacrificar aquilo que amo para alcançar um objetivo maior? Por quê?
 Eu já sacrifiquei algo importante que amava em prol de algo maior? Por quê?
 Já me senti dependurado pelo pé na vida? Como foi? O que aprendi?
Para o exercício de conexão, use como base os questionamentos acima ou faça uma série de reflexões sobre sua vida
baseando-se no contexto da carta O Enforcado.
Antes de dormir, coloque uma música que para você tenha relação com o significado do Enforcado. Música clássica
vai bem.
Se não conseguir pensar em nenhuma música relacionada com esse arcano, escolha uma que seja boa o suficiente para
que você medite.
Acenda uma vela roxa e queime incenso de lavanda. Deixe próximo de você uma lâmina do Enforcado.
Deite-se ou recoste-se numa cadeira de forma confortável, mas que não te faça adormecer, e pegue a carta do
Enforcado. Olhe cada detalhe da carta. Observe-a o tempo que achar necessário.
Depois, coloque a carta ao lado e feche os olhos. Visualize-se como sendo o  Enforcado, sinta seu pé preso na corda,
o incômodo, mas ao mesmo tempo a serenidade de estar ali porque algo maior depende daquele momento. Enquanto
você estiver pendurado, comece a fazer os questionamentos, pense em suas emoções, nos padrões em sua vida, nos
momentos em que sentiu necessidade de parar, nos momentos em que parou demais, pense na sua entrega espiritual, na
sua entrega material, enfim, nas entregas que você já fez na vida, pense no real sentido delas e em tudo que você
sacrificou em busca de algo maior. Permaneça na posição de Enforcado pelo tempo que achar necessário e então se
desprenda. Você pode se desprender.
Mantenha as ideias centrais do Enforcado sua mente e vagarosamente vá voltando à consciência, mexendo as pernas,
os braços, o pescoço. Abra os olhos e espreguice-se, estique todo o corpo e sinta como é bom também ser livre de
amarras, note que os momentos de parada são importantes, mas que sem equilíbrio podemos cometer muitos erros.
Esse exercício pode ser feito mais de uma vez (é até melhor). Preste atenção aos seus sonhos e anote suas impressões
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram
mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o
porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de
outra pessoa, ou ainda com alguma situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado
do arcano em estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 12 do Livro Dogma e Ritual de Alta
Magia que tenham lhe chamado a atenção e que tenham relação com o arcano em
estudo.

O PENDURADO – EXTRAS
Comentários
E assim...

- Acorda, são onze da manhã…


Assim começam quase todos os dias dele: mudar o ritmo da própria vida pra não mais lidar com problemas matinais
foi sua escolha… 
O problema foi não ter avisado à ninguém além de si mesmo. Era como se tivesse esquecido de que vivia numa casa
em que todos acordavam cedo, e que a produtividade era medida no “Deus ajuda a quem cedo madruga” – sob esta
ótica, ele deveria ser ainda mais ajudado, pois ia dormir pouco depois de assistir ao nascer do Sol, como uma saudação
ao seu próprio ritmo interno… Mais cedo que isso, impossível…
Costumeiramente sentia-se dentro de algum filme: das comédias românticas que povoavam os horários da tarde em
tantos canais aos filmes de mistério, em que cada curva, diferença de luz, balanço da câmera traziam novos significados
àquilo que fosse apresentado segundos depois. Era parte de algum jogo, como os que gostava tanto no computador, ou
de um roteiro, previamente escrito, mas com algumas linhas faltando, daquelas que fazem os personagens serem mais
realistas, mais próximos de nós…
Mais verossímeis.
- Ah… Vou dormir mais: só tenho de sair de casa depois das três da tarde mesmo…
Eram suas escolhas, no seu tempo, no seu jeito único de ser… Seu ritmo louco, de fazer com que dormisse suas três
horas confortavelmente e estendesse seu descanso apenas para dar ordem aos pensamentos, que vinham em profusão o
tempo todo. 
Eram idéias, daquelas de mudar as pessoas à sua volta.
Todos, menos com quem convivia.
– Não me interessa: tenho de trocar os lençois e você atrapalha a minha rotina. Anda, vai tomar um banho e tome seu
rumo!
Num misto de indignação, preguiça e falta de bom senso, algo normal pelas manhãs, simplesmente virou para o lado
e, antes de voltar a dormir, disse:
- Vou continuar a dormir, já que você pode arrumar as coisas quando eu for trabalhar e trazer dinheiro pra casa, como
faço já tem tempo… Meu descanso é tão sagrado quanto o seu, então não me enche…
Ignorando qualquer som, movimento ou sombra que viesse de sua interlocutora, sentiu seu corpo retornar ao
relaxamento de antes de dormir, aquele que nos faz sentir tão confortáveis sempre que estamos cansados…
Aquele que nos leva a pensar no que fazemos, antes de dormir.

Poema de Cesar
http://cmmarcondes.wordpress.com/2012/06/09/e-assim/

Feliz olhar novo

O grande barato da vida é olhar pra trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como
se a receita da felicidade fosse o AQUI e AGORA!
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o bolo sola, o pneu fura, chove demais. Mas... Pensa só: tem
graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de
uma discussão na ida pro trabalho? Tá certo, eu sei, Polyana é personagem de ficção, hiena come porcaria e ri, eu sei.
Não quero ser cega, burra ou dissimulada. Quero viver bem. 2009 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e
realizações, mas também cheio de problemas e desilusões... Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas... Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que
acabou... Normal. 2010 não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem
sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo pra todos nós é sabedoria, é que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência!
Que todos consigam perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por
um dia ruim. Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passa pra categoria três, a dos
amigos. Ou muda de classe, vira colega. Além do mais, a gente, provavelmente,
também já decepcionou alguém. O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava
na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de
uma frase que adoro: 'Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade').
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar
contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com
generosidade, as coisas ficam diferentes...
Desejo pra todo mundo esse olhar especial. 2010 pode ser um ano especial se
nosso olhar for diferente. Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e
egoísmos, e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o
outro. 2010 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, maneiro, especial...
Pode ser puro orgulho. Depende de mim! De você! Pode ser. E que seja!!!
"Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para
repensar tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se
tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"
Poema de Carlos Drummond de Andrade

O sacrifício necessário para alcançar uma comunhão com a divindade e com o eu


interior. Este arcano simboliza uma parada de recolhimento e afastamento do
mundo material para se refletir o que se está fazendo da vida, o que se quer, quais
são suas reais necessidades. O  sacrifício deste arcano representa, em minha
opinião, tudo o que deve ser deixado no mundo material e todos os percursos o quais temos que passar para nos
curarmos, entrarmos em equilíbrio e assim alcançarmos nossa conexão com a divindade. Em aspecto negativo, este
arcano representa a estagnação, estar completamente entregue  a uma situação na vida.
Aline B. – Sibilando
A palavra-chave positiva (até certo ponto) que considero nesta carta é a reflexão. Um momento de parada, ocasionada
por ninguém menos que nós mesmos, necessária para a compreensão de um todo maior. Lembro-me neste momento de
uma frase de Sheldon Kopp que diz: “De cabeça para baixo, vejo o mundo com outros olhos”, e é bem isso mesmo. O
Enforcado vive tanto em seu mundo que criou para si mesmo que consegue entender até o Mundo melhor do que a
maioria, entretanto, às vezes deixa-se levar pela fantasia e pela utopia do que considera o que o Mundo deveria ser e
assim não consegue se libertar – ou pela fantasia ser profunda demais ou pelo comodismo de sair daquela posição que
atende aos seus desejos, mas que na prática não muda o Mundo pelo qual ele vive para transformá-lo no Mundo em que
ela anseia viver. Temos então a palavra-chave negativa da lâmina (até certo ponto): a resignação. Visto que a fantasia é
tão profunda que ele se contenta em viver no Mundo que ele não quer - pois sabe que não terá a força para mudá-lo, já
que ele acredita que a única força que tem é a de se libertar e voltar a viver a vida -, ele então neste ponto falha em sua
sabedoria adquirida tendo visto o Mundo com outros olhos. Ele se esquece de que somos o Todo e que sua ação altera o
curso da evolução da humanidade e se olhasse para além do horizonte ele veria o Mundo pelo qual anseia estando mais
próximo. Portanto, a dica é: Reflita, mas pelo tempo suficiente para tomar a sua decisão e nada além disso, pois se você
se demorar você pode estagnar.  E também não seja extremamente resignado quanto ao destino do Mundo; saiba que
você não pode mudar o Mundo da forma como você imagina, pois é a sua visão muito particular e microcósmica. Mude,
então, a si mesmo que assim o Mundo irá mudar para melhor e para uma realidade mais bela – se posso usar essa
palavra.
Dallan Chantal - Sibilando
Canções que retratam O Pendurado
Déjà Vu, Pitty - http://www.youtube.com/watch?v=His5BZcgxj8
Upside Down, Jack Johnson - http://www.youtube.com/watch?v=9r1TjVl0S0M
Like A Stone, Audioslave -
http://www.youtube.com/watch?
v=7QU1nvuxaMA

Arcano XIII, A Morte


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua
Serena
A Morte é sem dúvida um dos arcanos
mais temidos do Tarô. Sua presença em uma
jogada, aos olhos de leigos e de nem tão
leigos assim, é vista com desconfiança de que
algo ruim se anuncia, mau agouro, sofrimento
e dor.
Mas ao contrário do que muitos pensam, A
Morte não significa um mal. A Morte é
simplesmente A Morte, o fim de um ciclo, a
finalização de algo. É muito mais a conclusão
de algo do que a interrupção. Essa última fica
bem mais por conta do arcano XVI. A Morte
anuncia um fim sim... mas nem sempre o fim
de algo bom. Ela apenas cumpre seu papel
quando a hora é chegada. Nós é que,
insistentes em manter tudo o que
ilusoriamente chamamos de nosso, negamos
que é chegada a hora de colocar um ponto
final em algo. Olhando por esse prisma, A
Morte vem nos ensinar sobre a não
perenidade das coisas, e vem nos ensinar a
arte do desapego. Nada fácil. É aí que reside a
dor. Quando negamos o fim de um ciclo
inevitável (pois é isso que A Morte anuncia)
iniciamos um doloroso caminhar rumo ao
sofrimento.
Falar do desapego quando estamos diante
do fim de coisas materiais é fácil, mas falar de
desapego quando o assunto é amor, gente,
relação, fim de uma vida... é infinitamente
mais difícil. Mas é a lição deste arcano. Ele nos vem dizer “solte, deixe ir... tudo se ajeita”. Somos de uma cultura de
temer as mortes, os finais... olhamos para a dama da morte com medo, como se ela fosse um monstro tenebroso que só
vem nos causar pesar. Porém, a morte de tudo (não só a morte física) é na realidade uma grande professora, um grande
mestre. Por trás da lição do fim, vem a certeza de um novo ciclo e isso é expresso na simbologia da carta. No Tarô de
Marselha, a Morte ceifa vidas, mas no chão podemos ver brotar o verde, o novo, o recomeço. Saber compreender A
Morte é uma grande lição, lição essa pela qual todos nós passaremos na vida. E não estou falando da morte física, estou
falando das muitas e muitas mortes pelas quais passamos na vida. A morte de um ideal, a morte de um você, a morte de
uma situação, de uma relação... Morremos a cada momento, a cada acontecimento marcante da vida, acontecimentos
internos e externos. Morrer é preciso, diz um texto que circula pela internet e atribuem a Fernando Pessoa... esse texto
expressa muito bem o que A Morte vem nos ensinar.
Não é tarefa fácil, mas todos nós aprendemos a lidar com ela... cedo ou tarde.
A Morte assunta por que nos leva ao desconhecido. Quando ela surge numa jogada, nos impele ao desconhecido. Ela
nos diz que aquilo que conhecemos como tal vai acabar ou já acabou... Não nos conta o que virá. Isso nos faz tremer.
Ficaremos bem? Depende de muitos fatores, mas todos os fatores dependem apenas de nós mesmos.
Mas veja que a morte deve ser encarada como o que ela de fato é: uma transformação. Esta lâmina nos fala da
transformação das coisas, daquilo que não mais será como foi um dia, nos fala da completa mudança de uma situação,
pois a ideia de morte que temos, na realidade, não existe... o que existe é a transformação de algo em outro algo.
É uma carta que prenuncia sofrimento? Depende de nós. Depende de como encaramos o fim de algo, depende do que
é que está morrendo, do que é que está se transformando, do que é que não mais será.
É preciso ter coragem para encarar A Morte de frente e abraçá-la. Você teria coragem disso? Você se arriscaria?
Você se desapegaria? Você conseguiria? Não, não é uma tarefa fácil exercitar o desapego... aí está a dor de vivenciar
este arcano.
A Morte numa jogada vem anunciar os finais, os términos, as mortes que são sempre transformações que nos levam a
uma oportunidade de renovação, de renascimento e de crescimento. Embora poucos assim admitam, até mesmo para que
não se restrinja o significado deste arcano ou até por temerem a própria morte (irônico), para mim este arcano pode
simbolizar sim a morte física numa jogada. Mas como tudo, vai depender de outros fatores que compõem a jogada.
A Morte anuncia a necessidade de encerrar um ciclo para dar espaço ao novo, mas para que possamos vivenciar o
novo é preciso que nos libertemos. É disso que trata essa carta também: libertação do passado, de padrões, de condutas,
de pessoas. Mesmo por vezes dolorosa, A Morte sempre nos traz enormes lições e marcam momentos de profunda
transformação em nossas vidas.
*Compilado de textos sobre a Morte
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um esqueleto (símbolo da
perpetuação, da preservação da espécie e da duração da vida),
segurando uma foice (símbolo da morte e da colheita) denotando
um momento dinâmico e urgente de autocontrole. A cabeça
coroada simboliza que a forma de pensar está mudando; as mãos
cortadas simbolizam que toda forma antiquada de vida está sendo
eliminada; tudo sugere o florescimento de novos valores através da
dor autoimposta. Esse arcano, também chamado de O Ceifador,
provoca um susto danado em leigos, mas não é tão ruim quanto se
pensa e, como a maioria das cartas, dependendo do jogo em que
cair pode trazer bastante influências positivas para o consulente. A
alegoria da Morte como um esqueleto nasce na Idade Média,
quando a morte era considerada uma força niveladora, pois não
fazia distinção entre reis e camponeses, nobres ou plebe. E pra
completar esta cena dantesca, em alguns baralhos o esqueleto
parece cortar a própria perna com a foice, sendo isso um sinal de
que às vezes é preciso perder para ganhar, como uma libertação
dolorosa.
Esta lâmina representa o rompimento definitivo com o passado
para que nasça uma nova vida repleta de novidades – a dor faz parte
da vida, o sofrimento é opção de cada um. Também sugere
verdades, transformações, rompimento de valores e/ou ilusões, fim
de ciclo e indica prosperidade futura. No entanto, esta
transformação é precedida de uma destruição, mas raramente se
refere à morte física. É comumente associada a Saturno, que pode
as árvores para que novos galhos nasçam. Este arcano lembra que
às vezes é preciso destruir a forma, mas manter a essência.
1) MATERIAL = modificação, mudança, alteração (tudo é
originado pelo consulente); obstáculo superável, caminhos
diferentes.
2) MENTAL / VERBAL = análise crítica, lucidez, objetividade, reorganização.
3) SENTIMENTAL = melancolia, tristeza, rancor, desamor, distanciamento, amargura.
4) ESPIRITUAL = medo, falta de fé, ceticismo, afastamento religioso.
 Advertência para os quatro planos = ser mais moderado, reflexivo, calmo.
 Em casa de conselho = fazer as mudanças necessárias, eliminar o passado, replanejar o futuro.
 Em casa negativa = imobilidade, fracasso, vaidade, decrepitude, perda de segurança financeira, fatalidade,
estagnação, ruína, doenças.
 Representação abstrata = esta carta aconselha o consulente a reavaliar sua vida, pois será necessário cortar dela
o que não é mais funcional, o que tinha uma duração a ser cumprida e não tem mais utilidade. Fim,
contrariedades, renovação que se dará rapidamente, esclarecimento de uma situação, desconforto, a passagem
do tempo.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A MORTE
Para este exercício você precisará de uma vela branca apenas.
Faça alguns exercícios de relaxamento em um espaço reservado. Procure
relaxar.
Procure ficar no absoluto escuro por algum tempo. Puxe em sua memória
as diferentes pessoas que você já foi. Quantas delas ainda vivem dentro de
você? Quantas já se foram? Por que elas se foram? Procure lembrar-se de
situações finais em sua vida, finais de ciclos, saída de empregos, formaturas,
finais de relacionamentos, mortes de pessoas queridas... relembre
lentamente... não tenha pressa alguma. Procure vivenciar novamente as
sensações por você experimentadas. Reflita sobre isso e então acenda a vela.
Fixe seus olhos na chama da vela e procure se lembrar de como foi o seu
renascimento após as experiências relembradas. O que você aprendeu com
cada uma dessas situações? Como sua vida se restabeleceu depois dessas
experiências? Como você renasceu? Você conseguiu renascer com
plenitude? Como você vivenciou a morte? Você teve coragem de abraçá-la...
ou você a negou? Reflita sobre essas questões.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por
quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram
mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já
estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o
arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação
com o significado do arcano em estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão
com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 13 do Livro Dogma
e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a atenção e que
tenham relação com o arcano em estudo.

A MORTE – EXTRAS
Comentários
Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem


Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando

Poema de Vinícius de Moraes

Quando eu for, um dia desses,


Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar


Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso..."


Poema de Mario Quintana

A morte sempre é vista como algo muito doloroso por conta do apego que temos as coisas e/ou pessoas... Permitir que
se vá é uma das lições mais difíceis de aprender... Desde crianças somos acostumados a utilizar o “meu”: Meu
brinquedo, minha mãe, meu pai, meu
irmão, meu programa de TV favorito,
meu bichinho de estimação... O
“MEU”, torna-se algo
substancialmente importante em
nossas vidas e algo quase impossível
de ser desvinculado do SER. Somente
quando permitimos que o “meu”
torne-se “nosso” e deixamos ir, é que
conseguimos parar de encarar a morte
como uma vilã e passamos a encará-la
como uma oportunidade de mudanças
e crescimento.
Pandora de Lys – Sibilando
Entra... Senta um pouco e toma essa
xícara de chá comigo enquanto
ouvimos Beethoven e sua Sonata ao
Luar, uma última vez... Há quanto
tempo somos amigas, já perdi a conta
das voltas que a roda deu, já não sei
mais quantas vezes vieste me ver...
mas desta vez, você vai sentar um
pouco aqui comigo antes de partir
novamente. Está tudo pronto, não há
pressa, podemos nos desfrutar nesses
poucos momentos que restam, pois
vamos partir juntas, não é? Lembra a
primeira vez que te vi? Poucos
minutos antes de eu nascer, você
estava ao meu lado e embora seus
lábios não se movessem, eu te ouvia
me incentivando à vida: “Vai! Você
consegue! Força!” E em cada
momento que algo ou alguém
precisava ser retirado da minha vida,
lá estava você, como o lavrador ao fim
da colheita, me dizendo que era tempo
de limpar o terreno dos restos do
passado, para que novas sementes pudessem ser plantadas. Agora espera... Não diga nada. Deixa-me apenas olhar a tua
face e encontrar a mim mesma, por inteiro, antes de tornar-me outra. Quando vier até mim, eu lhe darei as boas-vindas.
Então a acolherei no meu útero, meu caldeirão de transformação, onde você será misturada e peneirada, fundida e
fervida, derretida e triturada, reconstituída e depois reciclada. Você sempre volta para mim, você sempre vai embora
renovada. Morte e renascimento não são nada mais que pontos de transição ao longo do Caminho Eterno. Não há pressa,
estou sempre aqui. Estou pronta. Vamos.
Jussara – Sibilando
A vida precisa ser renovada. A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se
modificam na estrutura dos que ficam e, sendo uma lei natural, ela é sempre um bem, muito embora as pessoas não
queiram aceitar isso. Nada é mais inútil e machuca mais do que a revolta. Lembre-se de que nós não temos nenhum
poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável. O inconformismo, a lamentação, a evocação reiterada de quem se foi,
a tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida. Ele também sente a
sensação da perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos dos que ficaram, a sua
tristeza e a sua dor. Se ele não consegue vencer esse momento difícil, volta ao lar que deixou e fica ali, misturando as
lágrimas, sem forças para seguir adiante, numa simbiose que aumenta a infelicidade de todos. Pense nisso. Por mais que
esteja sofrendo a separação, se alguém que você ama já partiu, libere-o agora. Recolha-se a um lugar tranquilo, visualize
essa pessoa em sua frente, abrace-a, diga-lhe tudo que seu coração sente. Fale do quanto a ama e do bem que lhe deseja.
Despeça-se dela com alegria, e quando recorda-la, veja-a feliz e refeita.
A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz.
Danielle – Sibilando
Canções que retratam A Morte
Dead Boy’s Poem, Nightwish - http://www.youtube.com/watch?v=ChJddroZ8pY
Dog Days Are Over, Florence + The Machine – http://www.youtube.com/watch?v=aUrO1EgjYag
Exodus, Evanescence - http://www.youtube.com/watch?v=K7mmrlskOw8
Epílogos, Agridoce – http://www.youtube.com/watch?v=NaehQGE11bE

Arcano XIV, A Temperança


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
Esse arcano, assim como outros, padece de uma, por assim dizer, distorção ou limitação em sua simbologia. Se não o
primeiro, talvez o mais conhecido estudioso do tarô a tratar desse assunto foi Aleister Crowley, que denomina o arcano
XIV como A Arte, o que, em nosso sentir, é deveras apropriado, como veremos mais adiante. O sentido mais conhecido
desse arcano, sem dúvida, é o equilíbrio e a transmutação. A própria imagem nos transmite facilmente essas duas ideias
centrais. A palavra “Temperança” deriva do latim temperantia e significa moderado. Na maioria dos baralhos
está representada graficamente com um anjo que manipula dois recipientes com líquido que joga de um para o outro,
lembrando bastante misturas alquímicas. Sim, esse arcano simboliza o equilíbrio e a transmutação de algo.
Mas não é só.
A Temperança trata da mistura de todas as circunstâncias, momentos e fatos que fazem nascer o equilíbrio. Fala de
equilibrar as diferentes condições e situações da vida, da capacidade que temos em nos harmonizar ainda que estejamos
diante de um problema. Fala da mistura de elementos opostos, tema
que podemos encontrar em outras lâminas. Porém, nesse arcano essa
mistura é muito mais profunda. Não se trata apenas da união de duas
polaridades, mas de uma fusão profunda do masculino e do feminino.
Assim como o Yin Yang dos orientais, na Temperança temos a
compreensão de que a fusão dos opostos gera equilíbrio e transmuda a
nossa vida. Porém para a compreensão exata desse equilíbrio e
transmutação se faz necessário um mergulho dentro de nós mesmos,
pois A Temperança é exatamente esse mergulho retratado numa lâmina
de tarô.
Dentro de nós temos a porção divina daquilo que nos criou. Embora
não sejamos essa Divindade, paradoxalmente, nós somos. E a
compreensão da nossa porção divina talvez seja a tarefa mais difícil em
nossa vida diária, pois ao compreender o meu eu e o meu eu divino,
também compreendo que o outro é de igual maneira divino. E então
teremos também de nos fundir com o outro para atingir o equilíbrio.
A Temperança é a fusão alquímica do fogo e da água. Em outras
palavras é a fusão de tudo aquilo que é oposto, e a vivência dessa fusão
é que nos leva ao equilíbrio. Aliás, esse arcano nos fala que é preciso
experenciar essa fusão para atingir a harmonia. Somente através da
vivência dessa fusão é que, de fato, seremos equilibrados. Para que só a
partir desse equilíbrio o novo possa surgir.
Não é tarefa fácil. A imagem serena da Temperança pode enganar
os menos avisados, pois embora ela trate do equilíbrio e da harmonia,
sua profundidade nos impõe assumir posturas difíceis. É um trunfo que nos oferece o bem, mas que nos alerta que para a
consecução desse bem, é preciso vivenciar também o outro lado (a fusão das polaridades), talvez a tarefa mais difícil
para muitos de nós, senão para todos nós.
Crowley chamou esse arcano de A Arte porque ele é em si a alquimia perfeita, a Grande Arte de nos fundirmos com
o oposto, com o oposto de fora e com o oposto de dentro... todos dentro de nós. Em nós está a Grande Arte, nós somos
os mistérios, dentro de nós residem os opostos, somos água e fogo, além de ar e terra.
A Temperança fala dos sentimentos ambivalentes por que é água e fogo, ambos os elementos relacionados com os
sentimentos e com o espiritual, mas ao mesmo tempo opostos entre si.
No tarô mitológico está esse arcano é representado pela Deusa Iris, a Deusa do Arco-íris, a mensageira alada dos
Deuses, aquela que realizava os desejos dos Deuses e dos humanos, sejam eles quais forem. Nesse sentido, A
Temperança nos alerta para fazer sempre tudo o que for possível para não perder a harmonia (ou falsa harmonia). Não
há, portanto, crescimento, pois não há fluidez real. Por essa razão, A Temperança pode simbolizar a estagnação para não
gerar conflito.
O arco-íris é a expressão da fusão da água com o fogo, já que é a água da chuva unida com a luz solar. O Deus
africano Oxumaré, cujo símbolo é o arco-íris é metade homem, metade mulher. A bem da verdade, não seria bem isso,
seria além... ele é a fusão do masculino e do feminino. Um Deus que, com certeza, caberia muito bem na representação
mitológica desse arcano.
Diante de tudo isso, numa jogada, A Temperança pode significar uma união, um relacionamento, uma fusão que
aparentemente poderá nos parecer conflitante, embora esse conflito não seja uma regra. Estamos diante do nosso oposto,
talvez do nosso par perfeito para aquele momento, pois será através dessa união que atingiremos o equilíbrio interno
para que algo novo possa surgir.
Está relacionado com todos os processos de transformação, processos que exigem não a pressa, mas ao contrário,
uma lenta fluidez. Portanto, não espere muita rapidez nas questões que estão sob o domínio da Temperança, e lembre-
se: o sucesso dependerá do quanto você conseguirá se fundir com os opostos e atingir o equilíbrio.
*Compilado de textos sobre a Temperança
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um anjo de duas asas, elo entre os
homens e as hierarquias angelicais superiores, portanto, símbolo de conforto e
ajuda espiritual. Encontra-se tocando o solo, denotando intervenção e proteção
espiritual. Ele segura dois jarros (símbolo dos sentimentos) com cores opostas que
simbolizam a qualidade universal (positivo/negativo, ativo/passivo,
consciente/inconsciente). O anjo está temperando as forças opostas através da água
(símbolo do fluxo da vida e do movimento espiritual do homem) que simboliza a
passagem do sentimento à razão, do emocional ao mental, do espiritual ao físico e
vice-versa. O tempo e a transmutação são fenômenos pertencentes aos mistérios
divinos, tentar controla-los implica ir além dos limites da realidade tridimensional e
viver em um plano atemporal, ou seja, é uma alegoria ao constante4 movimento
cíclico do mundo, que deve sempre mudar e transmutar para evoluir. O anjo ainda
pode ser uma personagem hermafrodita e por isso o símbolo do conjunto
oppositorum da Alquimia, portanto, a dualidade já citada.
Esse arcano sugere adaptação, trégua, reflexão, conciliação, estados de
passividade, inércia, tempos e distâncias longas. Pode representar também a
possibilidade do consulente alcançar seu desejo se observar uma direção diferente
da qual está seguindo. Determina mudanças neutras, não dizendo se serão boas ou
ruins. Ainda fala que as pessoas só são felizes se não permanecem atadas umas às
outras.
1) MATERIAL = lentidão, conciliação, trégua, realização demorada,
obstáculo, democracia.
2) MENTAL / VERBAL = reflexão, adaptação, longo planejamento,
ponderação excessiva.
3) SENTIMENTAL = tédio, marasmo, enfado, sublimação, passividade amorosa, ligação, casamento, novas
amizades.
4) ESPIRITUAL = proteção angelical, cura, poder, mediunidade, poder de autocura.
 Advertência para os quatro planos = se tiver paciência, manter os ideais até o fim.
 Em casa de conselho = ser moderado, aceitar a limitação do tempo, esperar, adaptar-se às situações.
 Em casa negativa = precipitação, desunião, discórdia, disputas, frustração, projetos e esforços estéreis,
vacilações perigosas, instabilidades apatia.
 Representação abstrata = harmonia entre as atividades do homem e seus objetivos, um bom relacionamento com
pessoas e circunstâncias, sinal certo de um futuro melhor. Indica amor sem paixão, equilíbrio, constância, a
passagem contínua dos dias, bom gerenciamento, economia, contenção, reajustamento, crítica justa, empenho
constante.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A TEMPERANÇA
Para fazer o exercício de conexão com A Temperança, você precisará de um dia inteiro. Sim... você deverá fazer o
dia inteirinho de exercício com finalização de noite. Tente fazer assim: inicie o exercício ao meio dia e faça o
encerramento à meia noite, se começar às 7 da manhã, termina às 7 da
noite, e por aí vai. Durante o dia inteiro você precisará prestar atenção a
tudo o que te ocorrer, tudo o que te chamar a atenção, anote ou guarde
na mente. Um cachorro fazendo xixi na calçada, alguém bravo no
trânsito. Anote ao lado de tudo que você viu, qual a sua sensação, a
primeira coisa que lhe veio à mente ao ver aquilo (Ex.: ao ver o
cachorro, nojo; ao ver a pessoa brava, desprezo). Toda vez que você vir
a cena e anotá-la ou guardá-la em sua mente, medite por alguns
minutinhos sobre ela e a sensação que ela te causou. Faça isso até a
noite. E depois, passe para a segunda parte.
Tome banho com duas ervas cujas energias sejam opostas. Vou dar
algumas opções: Artemísia e manjericão, Jasmim e girassol, Louro e
babosa, Gerânio e cebola, etc. Você precisará de uma roupa de duas
peças com cores opostas (Ex.: camisa branca e calça preta)... Tente
escolher cores que tenha a ver com o momento que você vive, sinta
quais cores você precisa usar no momento, deixe sua mente dizer quais.
Você precisará também de dois cálices ou copos com um pouco de
água dentro de cada. Sente-se no chão confortavelmente e traga com
você os papéis que você anotou ou se não anotou, tenha-os em mente,
um a um.
Utilize um incenso de sálvia ou noz-moscada. Música relaxante vai
bem. Faça um exercício básico de respiração e então comece o
exercício. Pegue a primeira cena que você viu durante o dia e
concentre-se nela. Lembre-se dela, voltando para a sensação que teve
ao presenciá-la. Quando tiver pensando o tempo suficiente na cena e na
sensação, invente uma cena oposta, completamente oposta daquela
vista e prenda-a na sua mente por alguns segundos. Reflita sobre o
sentimento que essa cena oposta te traz. Sentimento oposto? Fixe-se
nele, sinta-o. Então abra os olhos, estiver com eles fechados, e jogue o
papel dentro de um dos copos. Se não tiver papel, use a sua mão como
se estivesse jogando dentro do copo a cena e os sentimentos. Pegue os
dois copos e misture os líquidos várias vezes, passando de um copo para outro enquanto em sua mente você retoma as
cenas opostas e os sentimentos opostos. Faça isso com todas as cenas que você viu durante o dia e após terminar o
último, jogue a água nas suas mãos. Encerre com uma meditação básica sobre a carta.
Importante: você deve compartilhar esse exercício com as pessoas para ele se completar, contando das experiências e
sentimentos que você colocou nos cálices, para que as outras pessoas deem o feedback.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 14 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

A TEMPERANÇA – EXTRAS
Comentários
Vejo também este arcano como um desafio para o homem, que veio a este mundo para se tornar pleno... Na maioria dos
decks, este arcano é retratado como um anjo transferindo as águas de um vaso para outro, estes vasos podem significar
as forças masculinas e femininas fundindo-se para gerar vida (a plenitude alcançada através do equilíbrio). Os
rosacruzes, por exemplo, visam atingir o chamado  ‘Domínio da Vida’. Onde fratres e sorores atingem um grau de
consciência pleno e harmônico entre o Divino, a natureza e as leis universais, alcançando uma conscientização cósmica;
mas para isso, primeiramente é necessário atingir o “Domínio de si mesmo”, que é exatamente o que A Temperança nos
ensina. Na maioria das vezes, as pessoas acreditam que para conquistar algo, ou resolver um problema, deve-se bater de
frente, ser radical... Isso pode até funcionar em algumas situações que exigem esta carga mais “enérgica”, mas em outras
é necessário controlarmos nossos impulsos e “simplesmente temperar”... Agir de forma mais tolerante, harmônica,
centrada e suave (o que não representa medo ou fraqueza), mas sim sabedoria, para que possamos ter a “visão da águia”
e solucionar os problemas sem que estejamos envolvidos neles.
Pandora de Lys – Sibilando
Fiz dois espelhos da minha alma, cada um eu dividi em quatro partes.
Para o fogo dei a determinação, a ousadia e a coragem.
Para a água, sensatez, serenidade e perdão.
Para o ar, esforço, alegria e prazer.
Para a terra, pontualidade, senso de responsabilidade e atenção.
Mas o outro me mostrava no fogo, irritabilidade.
Na água, a teimosia.
No ar, a excessiva curiosidade.
Na terra, a melancolia.
Observando as duas imagens, só me faltava transmutar.
Para em um só espelho me observar.
Jussara – Sibilando
Canções que retratam A Temperança
Sereníssima, Legião Urbana - https://www.youtube.com/watch?
v=95yXkm9vh4w
Om, Mani Padme Hum, Mantra Tibetano –
https://www.youtube.com/watch?v=bbgHZWwyhcQ
Calmaria / Não Sei Quantas Almas Tenho, Maria Bethânia –
https://www.youtube.com/watch?v=Y9Ysc73lkWw

Arcano XV, O Diabo


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
O Diabo, como é conhecido este arcano, também padece do
problema da incompreensão. Tido como um arcano que prenuncia o mal, a traição, o engano, os vícios... é temido por
muitos.
Mas assim como muitas outras cartas, O Diabo não simboliza apenas isso e nem é aquilo que a visão deturpada de
tanto tempo nos passou. É preciso olhar mais profundamente para ele para compreender toda a sua complexidade.
O Diabo simboliza aquela situação em que estamos diante de nossas sombras,
daquele aspecto de nós mesmos que detestamos encarar. Ele aparece quando
estamos imersos naquela parte de nós que não mostramos nem para nós mesmos, ou
quando é preciso encarar todas as nossas fraquezas, medos, erros e vontades
escondidas no mais recôndito do nosso ser. Ele simboliza todas as ilusões que
criamos para nos satisfazer e para nos enganar... não, ele não é um ente que as traz,
ele mostra a nós que nós mesmos criamos essas ilusões e nos tornamos escravos
delas. Situações que não nos fazem lá muito bem, mas que por algum motivo não
conseguimos, ainda que provisoriamente, sair delas... viciamos em vibrar naquela
energia. É por isso que encontramos na carta do Diabo, na maioria de suas
representações, dois seres humanos acorrentados, amarrados, de alguma forma
restringidos, enquanto O Diabo as controla.
Na verdade, O Diabo apenas faz o seu trabalho, nós é que não o compreendemos.
O Diabo é o condutor do êxtase, do corpo, do sexo, de tudo aquilo que é material. E
nós, muitas e muitas vezes, apenas nos deixamos levar por tudo isso. Escravidão.
Ele não nos escraviza, ele apenas faz o trabalho dele... Tenham isso em mente e
notarão o quanto somos responsáveis por nossas vidas. Não há alguém para culpar,
embora sempre busquemos isso. O Diabo nos mostra também essa característica, o
de procurar um bode expiatório. Aliás, ele é o próprio símbolo do bode expiatório,
pois ele mesmo se tornou isso para a humanidade que, temerosa em assumir seus
impulsos, rejeitando a sombra e ignorando a existência do Diabo acaba por tornar-se
vítima manipulada. Somente quando encaramos o Diabo dentro de nós é que somos
nós mesmos por completo.
O Diabo, então, não é o mal! Somente vivenciando esse aspecto de nós mesmos aprendemos a outra lição desse
Senhor: a alegria de estar vivo, de ser matéria, de ser corpo, de fazer sexo, de comer, de ir ao banheiro.
A humanidade negou O Diabo por não compreende-lo, a humanidade o teme por não querer enxergar que, na
verdade, ele é um aspecto da própria humanidade.
“Deus fez o homem sua imagem e semelhança.”
Ele é o fruto proibido da árvore, que sempre simbolizou somente o conhecer do bem e do mal. O Diabo nos ensina, e
muito, que somente é possível equilíbrio se conhecer o nosso bem e o nosso mal, e o bem e mal de tudo. Isso é
completude. Mas só podemos vivenciar o mal... vivenciando aquilo que mais tememos. Não me admira que essa figura
tenha sido transformada em algo tão amedrontador.
Ele é o poder oculto que
constrói e destrói. Ele é aquele
que escancara as nossas portas
e janelas, nos mostrando como
insistimos em negar nossos
próprios erros, nossas próprias
ações. Ele não tinha nem de
longe como ser suave, fácil ou
tranquilo.
Isso é O Diabo!
Aquele que nos força a
trazer à tona tudo aquilo que
esforçamos em esconder. Ele
simboliza o engano e a traição
sim, mas muito mais profunda
é a traição que fazemos
conosco ao negar esse lado
sombrio.
Ele é implacável. Não há
como fugir. O grande lance é
esse: quanto mais se foge, mais
escravo você fica.
Numa jogada, analisar as
cartas ao redor fará toda a
diferença, pois ele poderá
simbolizar os enganos, as
mentiras, as trapaças... mas
também poderá simbolizar a
paixão, o sexo, a alegria de
estar vivo e pisando a terra.
Sinta essa carta com todo o seu
corpo quando estiver lendo as
cartas. Analise bem... O Diabo
engana!
*Compilado de textos
sobre o Diabo
Nos tarôs clássicos e
modernos, revela a figura
mítica do diabo, símbolo do
desejo, da ambição, do poder,
do sexo, da fortuna e também
do orgulho, da preguiça, da
cobiça, da luxúria, da lascívia,
da gula. Suas mãos indicam
controle sobre todas as
direções, sinalizando que tem o
poder de criar e destruir,
dependendo do que se faça. As duas figuras amarradas aos pés do diabo serão colaboradores ou prisioneiros? Eles são
os símbolos de nossos desejos carnais que não podemos aniquilar: quanto mais os rejeitamos mais prisioneiros ficamos
da bestialidade. Vivenciar a dualidade do ser, os extremos emocionais, conhecendo todos os limites, para então dominar
e não ser dominado, é a grande lição de nossa vida terrestre. Neste arcano, o diabo possui asas de morcego, pés e mãos
simiescos e chifres de cervo. Os chifres são de Set, Deus Egípcio da destruição e perversidade, comumente representado
levando dois pajens amarrados em cordas, sendo por isto que esta lâmina foi assim desenhada. Os pés, às vezes
representados como pés de cabras, são de Pã, Deus Grego da fecundidade e amante das ninfas, e o elmo que aparece –
às vezes -, vem do Deus Celta Cernunnos. Ele está de pé sobre uma espécie de cálice invertido (em algumas ilustrações
é um cubo), demonstrando que não há um amor real, pois os sentimentos são práticos e direcionados à matéria, mas
ainda assim é uma divindade com enorme poder, visto que suas asas estão elevadas. No entanto, as asas são débeis e
mostram a mediocridade dos que pensam em vencer tirando vantagem da desgraça alheia. O diabo ainda empunha uma
espada sem cabo, o que mostra sua inabilidade na hora da real necessidade, e apesar de possuir genitais masculinos,
exibe seios desenvolvidos. Repare que os pés dos encoleirados parecem mãos, uma alusão incrivelmente clara de que a
pessoa sob a influência desta carta tende a trocar os pés pelas mãos. Já em algumas ilustrações os pés dos prisioneiros
são como patas de caninos, demonstrando que a pessoa sujeita às influências desta carta é dominada pelos instintos
básicos somente.
Esse arcano sugere o desejo e a ambição do poder material e espiritual. Esta carta alude ao uso da magia para fins de
destruição e de meios escusos para se conseguir o que quer. Também tem muito sentido sexual, prevendo o uso do sexo
para conseguir ganhos. O consulente mostra-se egoísta e totalmente surdo aos planos anímicos superiores. Sua tendência
é se deixar escravizar pelos instintos primitivos que o homem deveria aprender a controlar. Numa interpretação ainda
mais séria, mostra que há um perigoso desejo de possuir um corpo à força. Esta carta é uma séria advertência contra os
impulsos grosseiros que escravizam os homens fracos.
1) MATERIAL = poder, domínio, diversão, realização, investimentos,
ganhos.
2) MENTAL / VERBAL = sagacidade, ardilosidade, inteligência,
perspicácia, controle.
3) SENTIMENTAL = paixão, vontade, prazer, egoísmo, possessividade,
atração, luxúria, sedução.
4) ESPIRITUAL = displicência, intensidade, poder místico e mágico.
 Advertência para os quatro planos = moderar a ambição, refletir,
aceitar os limites sociais.
 Em casa de conselho = ser mais audacioso, apaixonado na vida,
buscar o prazer pessoal.
 Em casa negativa = degeneração, fracasso, desilusão, ignorância,
amores ilícitos, egocentrismo, apatia e/ou falta de apetite sexual.
 Representação abstrata = mistérios, magnetismo, proteção contra
encantamentos, eloquência, a natureza animal, força, veemência,
esforços extraordinários, tentações, destino ou carma, violência,
dinheiro, submissão, momento parado e trancado, jogo perigoso,
risco, engano, chantagem, grande erotismo, sadomasoquismo, amante,
inimigo.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O DIABO
Para realizar esse exercício você vai precisar de um papel, caneta, um
recipiente para colocar álcool, fósforos, incenso de arruda ou guiné, e um
espelho.
Dê preferência para realizar de noite, sob a luz de uma vela, na cor que
você desejar. E escolha um ambiente com privacidade total.
Um banho de alecrim, arruda e guiné antes do exercício é bem-vindo. Uma música de sua preferência cai bem
sempre.
Na hora escolhida para realizar o exercício, vista-se com uma roupa bonita, alguma roupa que lhe seja muito querida.
Use também acessórios, anéis, pulseiras, chapéu, gorro, sapatos... adereços que você julgue importante usar.
Aos que praticam bruxaria, use roupas ritualísticas, bem como joias e adereços mágicos se quiserem.
Faça um exercício respiratório antes de iniciar os trabalhos. Sente-se de frente para o espelho e fixe o olhar em si
mesmo. Respire fundo e solte várias vezes. Relaxe os músculo, relaxe bastante, mas não feche os olhos, mantenha-os
fixos em seu reflexo.
Quando sentir que está pronto, comece a retirar cada peça de roupa, acessório e adereço que você está vestindo. A
cada peça retirada, você deve escrever no papel reservado previamente “Eu me conheço e controlo o que há de...”
(complete com algum aspecto seu de que não gosta). Ex.: Ao retirar um gorro, uma tiara, um elástico de cabelo, diga e
escreve: “eu me conheço e controlo o que há de vaidoso em mim”.
Reserve a roupa ao lado. Faça isso até ficar completamente nu (a). Ao terminar, olhe fixamente para si no espelho e
lembre-se dos aspectos de si que menos gosta de evidenciar, aqueles mais escondidos. Ao se lembrar, pegue o papel em
que escreveu os aspectos que não gosta e leia-o em voz alta. Em seguida jogue-o no recipiente com álcool (com
cuidado!!!) e enquanto ele queima, abrace seu corpo e diga:

“Eu me conheço e sou luz e a escuridão”.

Encerre o exercício após o papel ter sido completamente destruído pelo fogo.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 15 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

O DIABO – EXTRAS
Comentários
Desfrute
Eu sou o fruto do teu pecado.
Cada curva...
O fruto do teu desejo.
Sou a doçura da uva
O picante, o azedo.
Sou fruto da tua imaginação
Fruto da tua loucura, da tua fúria.
Sou o fruto na mão
O deleite na boca
A languidez no teu corpo...
Sou fruto fluido
Fruto maduro
Fruto proibido.
Sou a maçã rubra lá do alto
Sou fruta gula...
Tentação.
Fruta carne
Nua e crua
Fruta vontade...
FrutAção.
Poema de Carolina Salcides
Por um momento, o rosto que vejo no espelho não é o meu. Rugas novas, algumas pintinhas... não sou eu! Os seios que
observo não têm mais um contorno tão firme (será que ponho
silicone?), e o abdômen está um espanto, parece que estou com uma
boia na cintura (vou aproveitar a minguante para iniciar a dieta!!!).Os
pelos pubianos estão mais ralos (isso é bom, vou fazer economia na
depilação), as pernas continuam firmes e bem torneadas, assim como
a bunda (ufa, pelo menos isso), o dedão do pé esquerdo tem um
horrível joanete (será que vou ter que cortar a lateral dos sapatos
daqui há uns anos?).
Depois da inspeção corporal, me deparo com os meus olhos e ali
estou eu... eu e Ele. E os olhos Dele me falam de admiração pelas
lutas vencidas que as rugas assinalam, pelos seios que amamentaram,
pelo abdômen das muitas horas sentadas no trabalho, pela firmeza das
pernas que me levam aonde necessito ir, pelo joanete dos sapatos
incômodos que muitas vezes precisei usar para ganhar o pão de cada
dia. Ele me abraça com os meus braços e me diz: ¨Eu sou o que se
lembra da mortalidade no auge da vida... pois que a vida é imortal e o
que é vivo deve envelhecer e morrer. Eu sou a força que protege, que
impõe limites. Sou o poder que diz: ‘Não, e nada mais, e basta... ’
Sopre-me um beijo quando o céu estiver negro e eu sorrirei, mas não
haverá outro beijo em troca, pois meu beijo é o último para toda carne
mortal... ¨ Me abraço com os braços Dele e percebo o quanto
negligenciei meu corpo em prol do intelecto, do bem estar de outros, o
quanto é necessário saber equilibrar o tempo de forma a ter tempo
para o meu corpo. Afinal, quem gosta de morar numa casa velha,
caindo aos pedaços? Eita respostas doidas... rsrsrsrsrsr
Jussara – Sibilando
O Louco com o Diabo poderia acompanhar pessoas como Raul Seixas ou Jim Morrison... e enquanto a Sacerdotisa
buscaria o silêncio, o espiritual, o controle, o não movimento o Diabo iria quebrar tudo numa grande festa.
Danielle – Sibilando
Sou uma pessoa de desejos, hiper-sexualizada, hiper-sensualizada, hiper-estimulada, que encontra momentos de vale tão
intensos quanto momentos de pico. Esse movimento, pra mim, é a manifestação dos momentos de aproximação e de
afastamento do que é O Diabo, essa força motriz tão mal compreendida, mas que é uma das minhas inúmeras fontes de
força: eu sou resultado daquilo que desejo, que transformo em verdade e que anseio ter e, nesse equilíbrio, cortejo meu
sucesso, minha vida, meus objetivos e minha relação com o mundo.
Cesar – Sibilando
Canções que retratam O Diabo
Sympathy For The Devil, The Rolling Stones – http://www.youtube.com/watch?v=78Oxux1o2rQ
Io Pan, Inkubus Sukkubus – http://www.youtube.com/watch?v=9Q-HrTQ21hc
No Light, No Light, Florence + The Machine – https://www.youtube.com/watch?v=DrAEgcz1x2s
Libido, Ana Carolina – http://www.youtube.com/watch?v=RiiDEywfZFQ
Brinquedo Torto, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=3hEvVKlaM_o
Seu Mestre Mandou, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=u53e_5kuX2k
De-Energized, After Forever - https://www.youtube.com/watch?v=_1JRPXV2uRc

Arcano XVI, A Torre


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
Esse arcano talvez seja o que mais variedade de denominações possua. É mais conhecido como A Torre, porém
também, pode ser encontrado como A Casa de Deus, A Destruição, O Raio, A Casa do Fogo, A Fragilidade, A Guerra.
Seu número é 16 e, segundo
alguns autores, 4x4 significa o
extremo da matéria, a matéria
que atinge tamanha concentração
e acaba por se desintegrar.
Na sua representação gráfica
uma torre é fulminada por um
raio ou pelo fogo, em outras
representações. É possível ver
duas pessoas caindo no chão.
A Torre é o arcano da
destruição, da mutabilidade, da
transformação dolorosa. O raio
ou labaredas que vem do céu
representa a força que está além
da nossa, a força dos Deuses, a
força da qual não podemos
escapar ou a qual não podemos
enganar. A Torre é o símbolo da
perda total. Ao fim do processo
que A Torre encerra, teremos de
construir novamente, tijolo a
tijolo nosso lar, nossa vida, nosso
amor, nosso trabalho, nossas
amizades.
A destruição que a Torre traz
é de tudo aquilo que construímos
e que acabou nos aprisionando,
ainda que neguemos isso, ainda
que não notemos.
Esse arcano simboliza a
destruição das formas, dos
conceitos, de tudo aquilo que foi
por nós construído, tijolo a tijolo,
com dedicação e amor. Pode
parecer um arcano nefasto numa
primeira análise, pois tira de
nossas mãos o que amamos, nos
derruba dos postos que
alcançamos com tanto empenho,
destrói relações que construímos
e mantivemos de forma profunda.
O raio que atinge a Torre nos tira
o chão, ou melhor, nos lança ao
chão sem aviso. É doloroso, é por
vezes traumático, mas é preciso
que compreendamos que o raio destrói padrões que devem ser mudados. Muitas vezes construímos uma Torre linda, que
nos protege das dores do mundo, é nosso lar, nosso refúgio. Sentir esse refúgio ser destruído por um raio é doloroso
demais, deixa marcas, nos faz chorar, nos faz sangrar.
No entanto, a destruição da Torre é necessária.
Quando transformamos nossa Torre numa prisão, ela precisa ser destruída. Pode ser que nem notemos que
transformamos nossa Torre numa prisão, pode ser que continuemos dizendo para nós mesmos que aquele é nosso lar,
aquela é nossa vida, aquela Torre é nosso trabalho, é nosso amor, aquela Torre é nós mesmos...
A Torre destrói a vida organizada, a rotina, aniquila prisões externas (modo de vida, pessoas, trabalho) e internas
(identidade, o eu). É o implacável fim doloroso, a destruição do véu de Maya (ilusão), a explosiva desintegração.
Se conseguirmos passar pela Torre e deixar aniquilar tudo aquilo que é necessário, passaremos para um estágio bem
mais sereno. Lembre-se que as pessoas, na representação gráfica da carta, caem no chão, na Terra, na Mãe Terra... São
sementes lançadas.
O raio que destrói a Torre nos abala, abala todas as nossas estruturas, nossa fé, nosso eu. Simboliza um poder acima
do nosso, note que o raio, ou fogo, vem do céu, a morada dos Deuses.
É um arcano de vivência complicada e delicada, pede muita clareza e compreensão para passar pela situação que A
Torre implica, para que não nos percamos durante a lição desse arcano.
*Compilado de textos sobre a Torre
Nos tarôs clássicos e modernos, revela a estrutura de uma torre – símbolo da empáfia humana de pretender chegar à
morada dos Deuses – e também símbolo dos segredos, do poder, da repressão, da religião, da opulência, da vaidade e do
orgulho. O céu escuro e nublado representa desesperança, angústia e sofrimento. O raio, força dominante da natureza
sobre o homem, é o símbolo da consagração divina ou da fúria celestial; ele gera e destrói – é vida e morte
simultaneamente e, nesse arcano, representa a ruptura do poder e do status. Os dois seres caindo da torre serão os
mesmos do arcano XV? Isso significa que estão se libertando das amarras ou será a destruição delas? Eles tocam o chão,
ao contrário da figura no arcano XII, e passam a ter a noção da realidade dura e cruel – não há mais coroas, roupas
suntuosas, cetros, nada. Descobriu-se a real causa da dor – formas estruturais obsoletas, couraças psíquicas
programadas, ilusão, erros do passado. Tudo deve ser literalmente reconstruído. Esta carta é uma alusão à Torre de
Babel, cujo orgulho e presunção dos homens precipitou para a
ruína pelos céus. Suspeita-se que a alegoria possa derivar também
de uma lenda escrita entre 1.230 e 1.248 por Jacobs da Varaggio,
chamada Lenda Dourada, ou Vida dos Santos, que conta que
quando a família sagrada fugiu para o Egito, os templos e altares
desmoronavam nas cidades por onde eles passavam. Uma terceira
lenda bíblica fortalece também o sentido desta carta, segundo o
qual um raio atingiu o templo de Jerusalém, no momento da
morte de Jesus, rasgando o véu que cobria a Arca Sagrada – a
arca da Aliança – dividindo-o em dois. Ela representa a queda
através do orgulho, que precipita o castiga divino. Os tijolos, nas
primeiras ilustrações, são cor de carne, para aumentar a
comparação com o homem. A “cabeça” da torre parece uma
coroa, e é a parte que é diretamente atingida. Acredita-se que os
dois homens caídos sejam o rei e o arquiteto da torre,
responsáveis diretos pelos erros.
Esse arcano sugere libertação, mudança, dissipação,
rompimento; ele anuncia que não haverá retorno perante os fatos
e que um mundo melhor se abrirá num futuro. Anuncia uma crise
saudável, um parto, temperamento piedoso e no sentido mais
benéfico, religiosidade prática.
1) MATERIAL = dissolução, obstáculo intransponível,
realização com prejuízo (tudo causado por terceiros),
dificuldade, perda, irrealização, abalos, adversidade,
miséria, doenças, perda de reputação.
2) MENTAL / VERBAL = obsessão, decepção, confusão, irracionalidade, incompreensão.
3) SENTIMENTAL = desilusão, medo, sofrimento, abandono, amor ao passado, desespero, amargor.
4) ESPIRITUAL = fé cega, fanatismo, credulidade, desproteção, transformações surpreendentes.
 Advertência para os quatro planos = perdoar a si e aos outros, ter fé, rever a nova vida.
 Em casa de conselho = fazer todas as mudanças, romper definitivamente com o passado, mudar o rumo, se
ainda houver tempo; aviso.
 Em casa negativa = não há obstáculos, construção, fortalecimento, esperanças.
 Representação abstrata = queda, ruínas, terremotos, tragédias, catástrofes, ambições desenfreadas, apetites
insaciáveis, sofrimentos desnecessários, egoísmo radical, dominação despudorada sobre os outros sem caridade
ou consideração, mudanças súbitas e rápidas, perigo, magia, intoxicação.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A TORRE
Para realizar esse exercício você vai precisar responder os seguintes questionamentos: 
 Eu já passei por algum processo que lembre A Torre? Como foi? O que aprendi? 
 Tenho em minha vida alguma Torre, que eu pensei ser um
refúgio, uma proteção e acabou por se revelar uma prisão?
 Em relacionamentos eu já estive preso numa torre?
 Costumo deixar morrer aquilo que precisa morrer em minha
vida, mesmo que esse processo seja doloroso e brusco?
 Quantas vezes eu caí na vida e o que aprendi com tudo isso?
 Eu me deixo aprisionar facilmente?
 Eu consigo distinguir proteção, cuidado e segurança de
prisões?
Para esse exercício você vai precisar de uma boa dose de
imaginação. Aos bem treinados em visualização, não será difícil!
Esse é um exercício de alta conexão com um Deus ou Deusa.
Para tanto, você deverá acender um incenso em honra uma alguma
Deusa ou Deus que tenha relação com raios, tempestades. Um
exemplo de Deusa: Iansã, para a qual você pode acender incenso de
lírio ou rosa amarela. Um exemplo masculino: Zeus, para quem
você pode acender incenso de olíbano.
Procure alguma divindade que te fale ao coração, dê preferência
a divindades relacionadas ao raio, ao trovão, às tempestades. Porém,
se você sentir que deve trabalhar com outra divindade, faça! De
igual forma, caso prefira se conectar apenas com seu mentor
espiritual, faça.
Procure montar um pequeno altar com elementos que serão
ofertados a seu Deus/Deusa. Por exemplo, para Iansã, rosas
amarelas (ou flores amarelas em geral) e jasmim, velas amarelas,
alecrim, arruda, etc.
Escolha algumas músicas de tambor ou utilize o seu, caso você
tenha um. O importante é que o som te deixe relaxado no começo, mas gradualmente aumente o ritmo.
Você deve se preparar, tomando um banho preparado com os elementos da divindade que você escolheu. Após o
banho, coloque uma roupa confortável ou vista-se de céu.
Quando tudo estiver preparado, coloque-se de pé, em frente ao altar. Comece a respirar profundamente,
concentrando-se. Sinta-se relaxado, mas alerta. Imagine-se num lindo quarto ou numa linda sala, confortável, com
almofadas fofas, tapetes felpudos, cortinas semicerradas que dão ao ambiente um ar acolhedor e tranquilo. Ande por
esse lugar, sinta como é cheiroso e como você gosta de estar ali, sinta que este lugar é seu lar, que é tudo aquilo que
você sempre desejou ter. Perceba que você está no lugar pelo qual você batalhou a vida toda e a sensação de estar ali é
profundamente agradável. Continue passeando pelo aposento, toque alguns objetos, veja que em um móvel há
fotografias de você construindo aquele lugar, note que as fotos transmitem a exata sensação de esforço e dedicação que
você teve para construir tudo aquilo, cada tapete, cada tijolo, cada móvel,
cada parede, você construiu com amor e dedicação. Ali você se sente
protegido, se sente feliz. Vá até uma janela e abra as cortinas. Veja que você
está no alto de uma linda torre, de cima você pode ver uma paisagem
maravilhosa, com muito verde e pássaros voando. Olhe para baixo e veja
como as pessoas que passeiam lá por baixo estão tão pequeninas, tão
distantes de você. Olhando pela janela você percebe o sol forte queimando
seu rosto, e então você recua mais para dentro da torre, mas ainda permanece
em frente à janela. Fique observando a paisagem e note que vagarosamente
ela vai se transformando, o sol vai enfraquecendo gradualmente, chove, faz
frio, o sol aumenta, nascem flores nos campos, você consegue compreender a
vida se renovando. Você está presenciando de sua janela as estações do ano
mudarem e voltarem sempre...
É lindo, mas ainda assim é preferível estar dentro da torre, é mais seguro,
você não se molha, você não se queima com o sol, você está protegido.
Você percebe que mais uma chuva se anuncia, você ouve os trovões e os
pingos começam a cair. Desta vez a chuva se torna cada vez mais forte e
escurece o céu. Você ouve trovões e os relâmpagos no céu clareiam o
ambiente, como flashes de uma máquina fotográfica. Você sente medo, mas
se sente segura por estar na sua torre, protegida de qualquer coisa. Você
continua em frente da janela olhando para a tempestade lá fora. A
tempestade é tão forte que você consegue ver árvores sendo derrubadas,
pessoas correndo desesperadas para se esconder, raios cortando o céu... mas
você se sente protegido dentro da torre.
De repente, no céu você percebe uma nuvem muito carregada e fica observando a mesma, de repente uma descarga
elétrica atinge a torre e você sente o chão tremer. Então outros raios começam a atingir a torre, um após o outro. No
interior da torre, você se desespera. Fogo começa a consumir os objetos que você tanto ama, as fotografias são
queimadas, os tapetes, cortinas, móveis, quadros... Os raios continuam a atingir a torre sem parar, até que você é
arremessado para fora dela. Sinta o choque elétrico em seu corpo, sinta-se caindo do alto... (Nesse momento, desabe seu
corpo no chão).
Você atinge o chão. Machucado e triste você olha para cima e vê a torre incendiada, alguns pedaços dela estão caídos
no chão. A torre está destruída. Você deita de barriga para cima e olha para o céu, os pingos caem forte, mas
vagarosamente a chuva vai cessando. Você está desolado, triste. Chore. Tudo aquilo que você construiu desmoronou em
fração de segundos. Você chora e olha para o céu. Perceba que as nuvens começam a se dissipar e então uma imagem
um tanto desfocada entre as nuvens que se afastam. É a Deusa/Deus!
Você sente uma energia muito grande percorrer seu corpo. Você olha para as ruínas da torre e sabe que será
impossível reconstruí-la, mas ainda que lamentando, você começa a perceber o quanto é bom estar no chão da Terra.
Você sente cheiro de terra molhada, você sente que a mesma energia que pulsa na Terra pulsa em você também. Você se
senta e observa aquela cena de destruição, mas não lamenta mais, pois você sabe agora que a torre, em verdade, não te
protegia de nada, mas te limitava.
Vagarosamente vá dissipando a cena de você sentado no chão e vá voltando ao estado consciente. Mexa pés, pernas,
braços e pescoço. Abra seus olhos e fique por algum tempo meditando sobre a experiência.
No dia seguinte, ou se preferir, no mesmo dia, recolha tudo que você ofertou à divindade e leve para algum lugar
bem alto, numa mata, jardim. Deixe tudo lá em oferenda à divindade com quem você trabalhou essa visualização (Obs.:
Só não leve os restos das velas, a Mãe Terra agradece!).
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 16 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

A TORRE – EXTRAS
Comentários
Constrói, arruma, enfeita, tudo se encaixa e parece perfeito...
Nada precisa mudar, está tudo certo assim...
Fecha as portas, as janelas, até que o sol ou luar deixem de entrar.
Você nem percebe, pois está preso de boa vontade no mundo irreal que
criou.
Vem a chuva, a tempestade, mesmo assim se sente seguro até que o pior
venha acontecer... Raios destroem o que se construiu, passam fulminando,
derrubando, atropelando, pondo fim a tudo o que se acreditava ser para
sempre verdadeiro... Arrancam o teto, derrubam paredes, quebram tijolos e
pedras... Seus pertences, tudo aquilo que era sua força, seu orgulho, seu ego
acabou.
E assim você se vê... derrotado, sem forças, sem nada... o que lhe resta?
Nada! Já perdeu tudo.
Algum tempo passa... E você então percebe que sem nada a perder pode
fazer qualquer coisa e recomeça, reconstrói... Mas vai ter cuidado para que
as bases, paredes sejam mais fortes, de preferência coloca também um para-
raios...
Danielle – Sibilando
No Shadownscape: O raio vem do céu e a torre fica em chamas. O estranho
é que esta Torre está em meio a Natureza, como se a Natureza tentasse
entrar e chegar até quem está escondido. A Natureza, ou os Deuses, nos
chamam o tempo todo. Porém estamos tão trancados dentro de nossas torres
que eles são obrigados a destruí-las, para chegar até nós.
Nyx – Sibilando
A Torre, assim como A Morte, é um arcano-professor que não se cansa de nos dizer que estamos transitando por
caminhos errados e, mais do que isso, nos dá um belo tapa no traseiro para que voltemos à trilha correta.
Jussara – Sibilando
Canções que retratam A Torre
Shalott, Emilie Autumn – http://www.youtube.com/watch?v=xQCAo5tKFyc
Bye Bye Beautiful, Nightwish – http://www.youtube.com/watch?v=_TlBTvgAofU
Meu Mundo Caiu, Maysa – http://www.youtube.com/watch?v=f_2MtwlnLg0

REFLEXÃO
A realização das aspirações mais elevadas de um buscador não depende tanto de acumular conhecimentos, mas sim
de superar os obstáculos mentais e obter um estado interno de clareza sobre a verdade. Para isso, a orientação de um
professor experiente é uma necessidade prática. – Lobsang P. Lhalunga, The Life of Milarepa

CAMINHO DA ESPERANÇA

Dentro da estrutura do Tarot, temos agora, realmente, um glorioso passo: o Caminho da Esperança por meio do
arcano 17, a Estrela. Observe que é o primeiro arcano em que um personagem está nu, que é a primeira vez que toda a
divina natureza é representada. As águas dos jarros do arcano 14, os desejos retidos, agora são despejadas no rio. Tudo
está sendo diluído, o despojamento é total nessa fase, não há mais dores do passado, somente alegria de um futuro novo!
Temos a aspiração mais profunda do espírito: acreditar na vida e na Divindade, não importa em que nível estejamos.
Quando aprendemos a sentir a esperança em toda sua plenitude, ligamo-nos imediatamente com o Caminho da Vontade
e o do Livre-Arbítrio, deixamos para trás todas as possibilidades do prazer e da dor, buscando uma melhor qualidade de
vida. A partir dessa fase podemos, finalmente, tomar decisões seletivas e corretas; dessa vez, mesmo se escolhermos
vias “não muito certas”, saberemos retornar, perdoar, pedir desculpas e seguir pelo caminho verdadeiro de nossa
evolução espiritual. Afinal, somos humanos e podemos errar a qualquer momento, mas o orgulho não deve prevalecer
sobre um erro, e um erro não desculpa outro. Por exemplo: aprendemos no Caminho da Dor que não podemos comprar
o que não temos condições de pagar, que não podemos ter uma imagem social sem os recursos necessários, que para
manter um casamento é essencial haver integração e fidelidade! Enfim, a vida continua bela, estamos melhor do que
antes e com muito mais experiência.

REFLEXÃO
Devemos pensar em Deus tanto como mãe quanto como pai. Devemos pensar sobre isso e venerar a Santa Mãe, falar
para a Santa Mãe e ingressar nessa consciência da Santa Mãe dentro de nós. – Charles Fillmore

Arcano XVII, A Estrela


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
A Estrela é, no geral, uma carta bastante positiva, pois simboliza um
momento de cura e esperança, integração ativa e suave do consciente
com o inconsciente, representando a tomada de consciência do corpo,
da mente e da imortalidade do espírito. Esse equilíbrio consciente pode
vir manifestado por meio da boa saúde. Assim, o arcano 17 pode
significar boa saúde ou melhora no estado físico. Nesse mesmo sentido,
nos fala da graça, estética harmoniosa, beleza... de nos sentirmos bem
com nossos corpos e aparência. Por isso é também a carta da autoestima
Geralmente está indicando uma boa visão das situações da vida.
Alguém sob a influência dessa carta tem uma visão abrangente e clara
de seus projetos e de sua vida e, levando-se em conta as demais cartas
numa jogada, consegue planejar e executar aos meios para atingir seus
objetivos.
Como o próprio nome do arcano sugere, pode significar o contato
com um guia, um mestre espiritual, interno ou não, que vem para
auxiliar consulente num momento de necessidade. Pode indicar,
portanto, ajuda espiritual, ou ajuda de pessoas amigas para ajudar o
consulente a enxergar as coisas de maneira mais clara. Num nível mais
profundo, é a conexão com seu mentor interno, chamado de muitos
nomes em diferentes religiões, o eu interior, o guia, o anjo, o amigo
espiritual.
Por nos falar sobre a tomada de consciência da integração do ser,
pode vir numa jogada nos falando sobre a manifestação dessa sintonia
por meio da criação, da inspiração artística, trazendo situações que
levam o consulente a criar, a executar projetos aspirados e inspiradores, ou, num momento anterior a esse, pode
significar a própria inspiração para criá-los.
É, portanto, um arcano que simboliza a esperança, o auxílio, inspiração e orientação e o equilíbrio.
*Compilado de textos sobre a Estrela
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma mulher nua, símbolo de pureza e leveza. A figura se encontra integrada
com a natureza (símbolo do bem-estar) mostrando sem pudor os seios (símbolo de nutrição da vida); tudo indica que a
alma está em harmonia com o meio ambiente. Os jarros são os mesmos do arcano 14, mas agora a vida é exteriorizada, e
a figura revela com muita humildade (na posição ajoelhada) o esplendor de toda a sua vivência – a alegria de um mundo
melhor voltou. As estrelas, símbolo de esperança, estão resplandecendo no céu, indicando que a vida é bela e
inesgotável. Assim, temos o resultado da libertação do passado: o retorno à paz, na
qual tudo é imberbe, puro, frágil, lírico e verdadeiro. Uma das jarras é de prata (ou
azul) e seu conteúdo é derramado na água, enquanto que, a outra é de ouro (ou
vermelha) e seu conteúdo é derramado sobre a terra seca, trazendo possibilidade de
nova vida. No chão nasce uma plantinha que parece ser uma acácia, símbolo da
imortalidade. Aquele passarinho que aparece pousado num arbusto à esquerda é um
íbis, pássaro sagrado do pensamento. Acima dela brilham sete estrelas e mais uma no
centro, uma referência às Plêiades, que foram transformadas em estrelas pelos
Deuses para que pudessem fugir do assédio insano de Órion, o caçador gigante que
ninguém ousava enfrentar. Transformadas em estrelas viviam seguras, ao mesmo
tempo em que as florestas, rios e vales estavam a salvo da perseguição insensata.
Serviam também de consolo para seu pai, Atlas, que fora obrigado a carregar o
universo nas costas desde que ousara se defrontar com Zeus pela supremacia do
Olimpo.
Esse arcano sugere eterna esperança, fé, otimismo, benefícios, tranquilidade,
alento, consolo. Tudo passa, tudo se renova, tudo acontece. É uma carta muito
benéfica e é capaz de neutralizar os efeitos de uma carta negativa. Repare que a
moça está despojada de roupas, sapatos e adereços, mostrando-se livre e tranquila
para o mundo. Age como guia para o consulente e influencia os sonhos da juventude,
a poesia e o entusiasmo. Ela fornece a visão para resolver os problemas cotidianos.
Ajuda a suportar alegremente qualquer dificuldade, mesmo a miséria. Representa a
beleza, o amor romântico e a sorte.
1) MATERIAL = realização, prosperidade, crescimento, promoção, caminhos abertos, simplicidade.
2) MENTAL / VERBAL = inspiração, discernimento, certeza, idealismo, credulidade, bom humor.
3) SENTIMENTAL = afeto, otimismo, esperança, paz, amizade, lealdade, satisfação, confiança.
4) ESPIRITUAL = intuição, proteção, meditação, mediunidade, destino feliz, verdade, tranquilidade.
 Advertência para os quatro planos = continuar o que
se propôs a realizar e ser mais realista.
 Em casa de conselho = manter a esperança e a
dedicação, ter otimismo na vida. Seja jovem.
 Em casa negativa = desapontamento, mágoas,
insatisfação, falta de confiança em si mesmo,
curiosidade indiscreta aliada à mania de meter o
nariz onde não é chamado, rigidez mental, falta de
amor.
 Representação abstrata = indica inocência, encanto,
sensibilidade e ternura. Também indica um novo
amor, ou o renascer de um amor antigo, um
encontro com alguém que trará beleza, harmonia e
inspiração à sua vida. Realização de um desejo.
Uma moça, sorte.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A ESTRELA
Você vai precisar de uma vela prata ou branca e um
espelho.
Sente-se confortavelmente em frente à vela acesa.
Respire profundamente atingindo um estado de relaxamento
profundo. De olhos fechados, visualize-se próximo de um
lago límpido numa noite estrelada. Aproxime-se lentamente
do lago e sente-se a beira. Observe a água límpida refletindo
o céu e as estrelas. Note que próximo a você há uma
pequena ânfora. Tome-a nas mãos e brinque com a água do
lago. Pegue um pouco da água com a ânfora, levante a
ânfora e deixe que a água se derrame de volta para o lago.
Observe o movimento, ouça o som do líquido escorrendo e
caindo no lago. Continue brincando e se conectando com o som e a imagem... De repente, note no reflexo do lago que
há uma estrela no céu maior que as demais. Ela brilha mais que as demais. Mire o reflexo dessa estrela na água, observe
os contornos e o brilho. Deixe a ânfora e olhe para o céu. Fixe seus olhos na estrela imensa que brilha no céu. Perceba
que vagarosamente a imagem da estrela no céu transforma-se num rosto... um rosto conhecido... você percebe os olhos,
o nariz, o formato do rosto e então reconhece a estrela. É você. Olhe fixamente para sua imagem brilhante no céu. Você
é a estrela, você brilha num imenso céu estrelado. Mantenha a imagem em sua mente e então, devagar, abra os olhos.
Tome o espelho nas mãos e olhe sua imagem. Permaneça observando seu rosto e então diga: você, eu, a estrela... somos
um.
Encerre o exercício.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 17 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

A ESTRELA – EXTRAS
Comentários
Certas vezes recebemos dádivas do Universo... Elas vêm como alento, uma forma do Universo dizer "estou aqui por
você", alguém olha por você. Se você ganhou uma dádiva é porque ela é, agora, feita para você. Um amor, um amigo,
uma mão estendida, um choro, uma alegria... Se será para sempre? Bom... Nada o é. Até as coisas que
parecem "perdurar" não são, necessariamente, as 'mesmas' coisas se olharmos bem: elas mudam, evoluem,
transformam-se e se melhoram ao se modificarem... Nem a gente mesmo é "o mesmo" para sempre, pois nada é
permanente, a não ser a própria impermanência das coisas. 
Sabendo disso, pensamos: então será breve? Bom... Depende de você! Pessoas, dádivas são presentes dos céus: usar
bem é o segredo! Apenas receba e cuide: li certa vez que é preciso saber que muito do que ganhamos funciona como
um "empréstimo", a partir de então, somos seus guardiões. Daí nos engrandecemos com a dádiva, somos mais felizes,
mais fortes... Nos sentimos melhor com elas e devemos viver isso de uma forma justa e verdadeira, para honrar a dádiva
dia após dia, com equilíbrio e justiça, e assim sendo não teremos que devolver grande parte do que nos está sendo dado
agora.
Se você recebeu uma dádiva, aceite-a. Não duvide e não "se endivide"... Abra-se e receba as dádivas que a vida lhe
traz, como o sol que nasce todos os dias: ele sempre nasce e é sempre diferente. Da mesma forma são as amizades que
você (re)conheceu, os amores que (re)encontrou, a família (de sangue ou não) que ganhou, os risos e choros que já
viveu... Seja o que é, viva bem, até quando for, até quando tiver de ser! Não desanime e acredite: a Estrela brilha
mesmo para todos.
Duas coisas maravilhosas me chegaram novamente por conta d'A Estrela, que
para mim fala das bênçãos que recebemos, as dádivas do Universo. Por definição,
uma dádiva é algo que se recebe de graça. Uma dádiva pode vir de um alento, um
sorriso, um presente, um agrado... E ela é sempre sincera; se não o for, não é
dádiva. Será que você merece? Será que deve dar algo em troca? Não se
grile: lembre-se que dádiva não é 'dívida' e nem 'dúvida', rs... Esses últimos
são seus dois extremos: tem gente que recebe dádiva achando que agora "deve
algo" e tem quem receba se perguntando "porque ganhou, o que se esconde
através do gesto"... Uma dádiva não é um ponto de interrogação, muito menos
moeda de troca.
Uma das coisas que este arcano me trouxe foi a noção de completude do
TODO, que nos é tão vaga... De acordo com a teoria geostática, não se pode ter
conhecimento do "todo" por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma
de suas partes: "(...) ‘A+B’ não é simplesmente ‘(A+B)’, mas sim um terceiro
elemento ‘C’, que possui características próprias". A Estrela me traz esta
sensação... É algo tão magnífico, tão íntegro e completo que às vezes não vemos
em sua totalidade, mas pequenas partes que reluzem na vida... Partes estas de
felicidade e benesses que temos que honrar sempre que recebemos. Ou que às
vezes vemos em partes que reluzem, e nos enganamos, achando que é aquilo só.
A outra coisa que me veio ao coração foi a questão da benção que se ganha quando se está no caminho correto da vida.
Aquela sensação que "as coisas entraram no eixo", entendem? E você se vê no início do caminho com ares
renovados!! Joseph Campbell, o mitólogo norte-americano, tinha uma maravilhosa forma de instigar seus alunos.
Quando questionado por eles sobre o que deveriam fazer na vida ele costumava dizer: "Follow your bliss". A expressão,
marcante no trabalho de Campbell, não é de fácil tradução para o português. No entanto, no prefácio de seu livro "A
Jornada do Herói", organizado por Phil Cousineau, esta simples sentença encontra uma maravilhosa tradução, na
página 13, em nota de rodapé: "A palavra 'bliss' é frequentemente traduzida como felicidade. No conceito
campbelliano, porém, representa a busca pelo caminho pessoal, ainda que nele possamos passar por dores, alegrias,
sofrimento ou êxtase". De toda forma, como continua a nota do escritor: "Bliss é algo que não podemos deixar de fazer,
é um chamado." Quando seu chamado acontece, as coisas se ajeitam abençoadamente!
Aysel – Sibilando
No Shadownscape: A Estrela está de pé sobre um Lago, que nada mais é do que um espelho natural. Um espelho lindo,
que mostra nosso reflexo iluminado pela luz da Lua. Os peixes dourados me remetem a ideia de sorte, e o que é a Sorte
se não uma esperança que deu certo?
No Marselha: A Estrela em cima parece uma bússola. Indicando que mesmo não sabendo por qual caminho seguir,
devemos acreditar que saberemos no momento certo. Ter paciência e esperança.
Flores brotam, um novo renascer depois da Torre. Um pássaro preto está pousado sobre uma flor. Parece um corvo.
Corvos são incompreendidos atualmente, assim como nós quando desejamos “ser” e não mais “fingir”. O Corvo foi
considerado um mensageiro dos Deuses, aquele que traz o chamado da Papisa “de volta para casa”. A Estrela está nua,
está livre de vestes. Assim como a esperança nos torna livres do medo.
Nyx - Sibilando
Canções que retratam A Estrela
Starlight, Muse – http://www.youtube.com/watch?v=NQZr1E4FeKY
Imaginary, Evanescence – http://www.youtube.com/watch?v=-wkp6osrw7Y
Cosmic Love, Florence + The Machine – http://www.youtube.com/watch?v=7jOtkpaROto

REFLEXÃO
A escuridão é o tempo de repouso, de incubação, de formação e de rejuvenescimento da natureza; é o ponto de
encontro de forças invisíveis e de realidades ocultas. – Rocco Errico

CAMINHO DA EVOLUÇÃO

No último estágio de nosso aprendizado nos arcanos maiores, percorremos o Caminho da Evolução por meio do
arcano 18, a Lua; do arcano 19, o Sol; do arcano 20, o Julgamento; do arcano 21, o Mundo; e do arcano sem número, o
Louco. Nessa fase, descobrimos quem somos e a que podemos verdadeiramente aspirar. Observe o simbolismo: em
todos os arcanos numerados as figuras estão nuas, a natureza é amplamente retratada, não há mais nenhum símbolo de
vaidade ou status. Além disso, o arcano 19 é o primeiro a mostrar duas pessoas se tocando reciprocamente, revelando
harmonia, ao contrário do que se vê nos arcanos 6 e 15, em que não há reciprocidade, mas sim vaidade. No arcano 19, a
imagem solar, símbolo da verdade, se encontra exposto, ao passo que está oculto no arcano 6 pela paixão pessoal
(Cupido) e pelo inconsciente no arcano 18 (A Lua). Esse caminho é o fruto da experiência humana, e infelizmente não
nascemos com ele, temos que aprender eternamente a viver os percalços da vida. Contudo, a cada novo trabalho, nova
relação afetiva, novos amigos, novos bens, passamos a ser mais compreensivos, condescendentes, sábios,
espiritualizados. Toda dor foi transformada em conhecimento e toda sabedoria em transcendência. Aqui se aprende que
para preservar o carro será necessário pagar seus impostos, reforma-lo quando for preciso e vende-lo para adquirir algo
mais moderno, de modo que o seu valor de revenda não fique defasado.
O Caminho da Evolução retorna ao Caminho da Vontade, pois os eventos em nossa vida serão sempre cíclicos,
porém teremos uma visão madura de suas possibilidades reais; afinal, aprendemos que é necessário acompanhar a
mudança dos tempos, a evolução tecnológica, o avanço social e, principalmente, aceitar os limites que a vida impõe a
cada um! Esta conexão cíclica, a corrente da vida, o elo entre o que foi e o que será, é efetuada através do último arcano
deste caminho, o Louco (sem número), e o primeiro arcano do Caminho da Vontade, o Mago (1), que leva toda sua
experiência passada e está ávido por descobertas futuras. A vida é um eterno aprendizado.

REFLEXÃO
Não se apresse e não se atrase qual é o próximo passo? Qual é o próximo passo? – Angeles Arrien

Arcano XVIII, A Lua


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
Carta relacionada ao passado, ao ilusório, ao oculto, aos sonhos, à magia, projeção astral.
Na cabala, o número dezoito (1+8=9x2) representa as fases da lua, a transcendência do mundo ilusório, o
inconsciente. Alguns associam esse arcano com Hécate, a Deusa das feiticeiras, das encruzilhadas e da magia. A bem da
verdade, é possível associar tal carta a todas as deusas lunares porque todas elas regem os poderes do inconsciente.
Porém Hécate, tal qual o arcano da lua, é uma Deusa difícil, é uma Deusa que, por mais que a estudemos, sempre
estaremos longe de compreender toda a sua complexidade, como uma verdade preciosa que foge misteriosamente à
formulação exata.
Esse arcano representa o interior,
o resgate de si mesmo, vidas
passadas, nossas origens, nossa
família. É uma carta difícil porque
estamos encarando nossa sombra,
nossos fantasmas. Nesse sentido,
pode também representar os papéis
que a pessoa representa ou já
representou na vida. Aponta sempre
para sensações mais profundas que,
muitas vezes, preferimos não
enxergar. A Lua adverte para a
necessidade de olhar para dentro e
descobrir o que nos faz sentir de
determinada maneira ou o que nos
mantém presos a certa situação.
É a carta da iniciação nas trevas,
na escuridão, onde nos encontramos
com os mistérios e medos. É na
escuridão que estão também os
nossos inimigos ocultos, ainda que
esses sejam aspectos de nós mesmos.
Em representações clássicas,
encontramos nesse arcano um campo
iluminado pela Lua ao mesmo tempo
cheia e ao mesmo tempo crescente.
Duas torres podem ser vistas em
cada lado da carta e, diante dessas,
encontram-se um cachorro e um lobo
que ladram para a Lua. Entre o cão e
o lobo, na água, encontramos um
lagostim, que simboliza o signo de
câncer, que é regido pela Lua e cujo
elemento é a água. Câncer é o signo
das emoções.
As torres, segundo alguns autores,
simbolizam as armadilhas do
caminho iniciático da Lua,
advertindo-nos que conhecer os
mistérios lunares não deve nos tirar
da Terra, pois também somos
matéria. Podem também representar,
tal qual a Sacerdotisa, as polaridades,
a dualidade.
O cão e o lobo simbolizam os
guardiões da Terra. Podem
representar também reverência aos
poderes da Lua, ou ainda um alerta
aos que pretendem conhecer o
caminho da bruxaria, da magia, posto
que é um caminho de luz, mas é também um caminho de trevas. O uivo de um cão denota também a saudade de seu
dono, o que pode relacionar este arcano com a saudade, a nostalgia, o pensar no passado.
A Lua é uma carta ambígua que pode simbolizar também o excesso de imaginação, a falta de pés no chão, o engano,
a ilusão de Maya.
A Lua pode nos colocar em contato direto com emoções nunca assumidas, forçando-nos a enfrentá-las e assumi-las.
Pode indicar período de introspecção, necessidade de adiamento ou desistência de alguma atividade ou projeto.
A Lua tem o poder de esconder ou trazer à tona tudo aquilo que se encontra oculto, não revelado, por isso é uma
carta difícil, pois nem sempre queremos trazer à luz alguns aspectos nossos ou enxergar alguns aspectos de outras
pessoas.
Previne contra pretensões, esquisitices, superstições exageradas, credulidade, contra dependência em vários níveis, a
falsidade, a ilusão, a traição, contra as formulações de duplo sentido.
*Compilado de textos sobre a Lua
Nos tarôs clássicos e modernos, revela a imagem da lua, um dos mais complexos
símbolos – mãe, nutrição, magia, divindade, rituais, fecundidade, prosperidade, amor, terror.
A luz lunar remete tanto aos ritmos românticos como aos funestos, tanto à fada quanto à
bruxa; a lua retrata o mundo das aparências e da ilusão com seus raios diáfanos. Mas como
analisa-la neste arcano? A lua é o símbolo exato do inconsciente humano, de onde emanam
todas as formas que devem ser moldadas em sua eterna criação. Já foi observado que o
simbolismo da torre no arcano 16 e dos animais no arcano 10 é a dualidade – a diferença
nesse arcano, é que as torres e os animais estão se contrapondo e não se alternando: o bem e
o mal, o ativo e o passivo, o consciente e o inconsciente. O lago (símbolo de sentimentos
inertes) está exposto à dualidade instintiva dos cães, matar ou morrer – tudo é duplo neste
arcano. Do profundo lamaçal surge ainda um lagostim (símbolo da psique imutável)
aludindo à vontade de mudar, de ser diferente, de buscar novos paradigmas. Formado pelas
águas (sentimentos) que foram retidos no arcano 14 e derramados no arcano 17, o lago, no
arcano 18, simboliza o passado. Nessa carta não há presença humana, a não ser pelas
construções arquitetônicas que margeiam as figuras centrais. Uma lua enorme surge no céu,
cheia por fora, mas crescente por dentro, mostrando e afirmando ainda mais o duplo sentido.
Relacionado aos dois animais que parecem uivar para a lua, alguns estudiosos dizem ser
dois canídeos, que representariam deuses guardiões dos mistérios iniciático. Outros já pensam serem os animais de
Diana, um cão – símbolo dos instintos servis que se escondem por baixo das adulações – e um lobo - símbolo da argúcia
e do espírito hostil que prepara emboscadas. Repare que a radiação que a lua emite está invertida, significando que na
verdade ela suga energia da terra e dos homens. Representa assim, o poder imaginativo e impressionável que atrapalha o
consulente, distorcendo sua visão da realidade.
Esse arcano sugere um momento delicado, de verdades dolorosas e cheio de dualidades (amor/ódio, alegria/tristeza,
ganhos/perdas), mas, em todo o caso, novos caminhos surgirão trazendo a felicidade e a prosperidade. A pessoa sob o
domínio deste arcano parece viver literalmente no mundo da lua, e muitas vezes atrai a irritabilidade das pessoas com
quem convivem que simplesmente não a compreendem. É uma pessoa diferente daquela com influencia do arcano O
Louco, que parece viver num outro mundo porque está, de fato, num outro mundo. O Louco ouve outra música, e por
isso dança outro ritmo. A Lua ouve um monte de músicas diferentes e não se decide por nenhum ritmo, pois isso
implicaria uma perda, e este arcano não admite perder nada. Para elucidar melhor, imagine a Lua como o signo de
Câncer – ao qual já é relacionado – e o Louco como o signo de Peixes.
1) MATERIAL = prosperidade, promoção, competição, ganhos, caminhos diversos.
2) MENTAL / VERBAL = ilusão, devaneio, confusão, dualidade, hesitação, incerteza, más influências.
3) SENTIMENTAL = emoção forte, ciúme, paixão, egoísmo,
atração, desejo, o passado, lembranças, rancor.
4) ESPIRITUAL = poder e magia pessoal, intuição aguçada, força
astral, pressentimentos, sonhos.
 Advertência para os quatro planos = ter cuidado com a
imaginação, a lucidez é fundamental.
 Em casa de conselho = buscar o autoconhecimento e a verdade
dos fatos; deixe a preguiça.
 Em casa negativa = vantagem, certeza, benefício.
 Representação abstrata = prevê armadilhas de inimigos e pede o
uso da intuição, ao invés da razão, para salvar-se. É uma carta
ilusória, e que se deve ter cuidado quando ela aparece num jogo.
Se estiver em companhia de cartas fortes ela tem o efeito de
multiplicar o efeito destas. Mas como é uma carta de miragens, é
sempre bom pensar bem antes de ver o que ela realmente quer
dizer. Indica alcoolismo, fraude, drogas, estado obscuro da alma.
Indica também uma vacilação constante que o fará perder coisas
e pessoas importantes. Recomenda que o consulente mude alguns
hábitos, procurando lugares secos e ao sol. Inimigos e perigos
ocultos, subconsciente, imaginação, medos, fantasia.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM A LUA
Para esse exercício você precisará de um véu ou um pano que faça
você enxergar as coisas ao seu redor de maneira nebulosa, uma carta da
Lua e um espelho. Esse véu/pano deve ser grande o suficiente para cobrir
o seu rosto. Vá para um lugar ao ar livre onde você possa ver o céu e a Lua (se for Lua nova não tem problema).
Coloque uma música que lhe agrade, que seja inspiradora, pode ser uma música que inspire mistérios novamente ou
uma das músicas que tem relação com a Lua ou qualquer outra que você goste. O importante é que a ao final da música
que você escolher, outra música se inicie, pois você vai meditar após a vivência.
Enquanto você escuta a música, olhe para a Lua (ou para o céu se for lua nova). Tenha por perto uma lâmina do
arcano para que de vez em quando você olhe para ela. Quando você se sentir pronto dance para a Lua. Não racionalize,
sentindo-se talvez ridículo por estar fazendo aquilo. Lembre-se da Carta da Lua e tudo o que falamos durante os estudos.
Dance até terminar a música. Ao final da música retire o véu e encare a Lua por alguns segundos. Em seguida sente-se e
encare-se no espelho, meditando sobre você, seu eu, respondendo às questões particulares que foram enviadas junto com
o texto. Ao terminar a música, agradeça pela oportunidade de trabalhar com esse arcano e encerre.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 18 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

A LUA – EXTRAS
Comentários
O arcano dos sonhos proféticos, medos, ilusões. Aquela pulga atrás da orelha
que diz que algo está errado, mas poucos terão coragem de ir atrás e ver,
verificar o que é que está acontecendo e tomar as medidas necessárias. Com
a Lua, vem a necessidade de mergulhar na sabedoria do inconsciente, e
buscar as respostas para clarear o momento, e suas expectativas. É um
momento de apreensão sobre algo que não é claro ainda, um medo, do
presente, que pode trazer muitos frutos, caso a pessoa tenha coragem de
enfrentar.
Gisele – Sibilando
Comparando a Lua e o Diabo. O diabo nos mostra nosso lado sombra, aquele
que consideramos “ruim” e por isso escondemos. A Lua nos mostra nosso
passado, de onde viemos, traz para nosso consciente o que estava escondido
no inconsciente. Em comum, os dois arcanos trazem a tona lados nossos que
estavam escondidos.
Nyx – Sibilando
A Lua nos mostra mistérios, sonhos, luz e sombras. É o mundo da
sensibilidade e do interior indecifrável de cada um. Lá está tudo que é
guardado, sentido, escondido às vezes até de nós mesmos.
Medos, incertezas, inseguranças. 
O mundo de Hades e de Perséfone. A descida de Inanna. 
Castelos no ar, fuga da realidade. 
Também a luz do autoconhecimento, quando as sombras deixam seu
esconderijo e se apresentam, nos fortalecendo.
Danielle - Sibilando
Canções que retratam A Lua
Comum de Dois, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=hRFICXalkus
Shadow of the Moon, Blackmore’s Night – http://www.youtube.com/watch?v=ArOS_WsT1tw
Hecate, Wendy Rule – http://www.youtube.com/watch?v=6bY1s3of4Hk

Arcano XIX, O Sol


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
O Sol é sinônimo de vida, de alegria, de fazer acontecer os nossos sonhos de alegria e prazer. É o despertar de nossa
criança interior que nos leva a uma nova perspectiva de vida, com a liberdade de sermos quem somos.
Depois da Lua, a escuridão de nosso inconsciente, trilhamos o caminho da luz da consciência, conectados com o que
somos, cientes de que somos trevas e de que somos luz. Aprendemos que não podemos ficar apenas na escuridão
introspectiva, pois somos a luz, o movimento e a vida.
O Sol fertiliza a terra e é por isso que simboliza a vida. Mas, notem que esse arcano vem depois da Lua... Porque
para compreendermos sua luz e para sermos parte dessa luz, precisamos antes adentrar as nossas mais escuras
profundezas. Somente damos valor e compreendemos a importância da luz quando nas trevas. De igual forma, a
compreensão da importância da escuridão só pode ser plenamente compreendida quando encontramos com a luz.
Essa carta representa todos os caminhos abertos pela luz, seja pelos nossos próprios atos transparentes, seja pelo
brilho dos Deuses. É uma carta de bênçãos plenas e brilhantes, do otimismo, da confiança em si e na vida, clareza nos
caminhos.
É a carta da cooperação, da união que faz a força, da colaboração. Sentimo-nos entusiasmados com algum projeto,
algum momento da vida. Simboliza também um início de um novo ciclo feliz que nos impulsiona ao FAZER, ao colocar
em prática tudo aquilo que aprendemos até o momento. Aqui já trilhamos momentos difíceis, trevas e pedras,
desmoronamentos, mortes... agora renasceremos livres de amarras e podemos agir sendo quem somos de verdade.
Em muitos tarôs a carta nos mostra duas crianças com
aspectos felizes e símbolos dos signos do zodíaco. Significa
dizer que é a carta da harmonia entre todos e a percepção
consciente de que, de fato, “o sol nasce para todos”.
Pode significar também uma união, um casamento ou uma
profunda amizade. Ao mesmo tempo tem-se a consciência da
individuação, da unidade paradoxal de ser UM com o todo.
Através da luz do Sol enxergamos a vida de uma forma nova,
feliz e ativa.
No tarô egípcio esse arcano é denominado “A Inspiração”,
que é obtida através do acesso à luz interior de cada um de nós.
Simboliza também a revelação de segredos, o enxergar sem
ilusões.
Por simbolizar a consciência e a mente, esse arcano é
símbolo da cabeça e cérebro, do que se infere que problemas
nessa parte do corpo podem ser percebidos quando essa carta sai
em uma jogada. Mas não podemos esquecer que é também o
símbolo do coração, razão pela qual problemas no chacra do
coração ou mesmo no órgão podem ser percebidos quando
temos o aparecimento desse arcano numa jogada.
É o arcano da razão aliada à espiritualidade em seu aspecto
mais benéfico.
No entanto, como já notamos, é também uma carta ambígua,
pois o Sol que fertiliza a terra, também é responsável pela morte.
O Sol, o fogo que aquece também destrói se não manipulado
com equilíbrio. E é por isso que em seu aspecto benéfico trata da
razão com espiritualidade ou sentimento. Razão e somente razão
nos leva a extremos. Razão sem emoção ou sem espiritualidade
pode nos levar aos caminhos da arrogância do tudo saber e com
o ceticismo que cega. O Sol ilumina nossos caminhos, mas pode
também nos cegar.
O Sol, quando em desequilíbrio, pode sinalizar também perda
de energia vital, depressão, tristeza, falta de vontade de viver.
É preciso equilíbrio e sabedoria para vivenciar todo o brilho
trazido pelo Sol, a fama, o sucesso, a grandiosidade são domínios do Sol.
Vivenciar o Sol plenamente é equilibrar razão e emoção, mente e espírito, uniões que se revertem em compaixão e
ação, assim renasceremos e viveremos sempre com alegria e felicidade.
*Compilado de textos sobre o Sol
Nos tarôs clássicos e modernos, revela a figura do Sol: símbolo da imortalidade, da
ressurreição, da verdade; seus raios são o símbolo de influências espirituais protetoras. O
muro baixo (símbolo de propriedade, divisão e proporção) revela a sabedoria do limite
pessoal. Os jovens, símbolo da vitalidade, estão se tocando com harmonia (símbolo da união
verdadeira e feliz); eles estão seminus, símbolo de simbiose social. A imagem desse arcano
se reporta a felicidade, expansão, verdade, consciência, liberdade. A realização da vida, a
organização de um novo status ou a conclusão da obra foi totalmente executada, tudo é pura
harmonia. O sol irradia calor e luz (raios ondulados e retos) sobre as crianças, que parecem
felizes usufruindo de suas influências, que ao contrário da lua, não esconde ciladas e
mistérios. Ele veio trazer a luz ao mundo que estava obscuro. O muro atrás das crianças
simboliza ainda a tarefa – física e espiritual – que as crianças já realizaram. O muro ainda
está muito baixo, significando que elas ainda têm muito a viver e muita experiência ainda
pela frente.
Esse arcano sugere vitória, êxito, satisfação, triunfo, crescimento, prosperidade,
legalização, união, amor. Prediz felicidade, alegria, revelação, honras, celebridades, nobreza,
beleza física, saúde e clareza mental, aliança, a conquista de uma nova relação. É uma possível alegoria ao signo de
Gêmeos.
1) MATERIAL = sucesso, realização, promoção, ganhos, sorte, saúde.
2) MENTAL / VERBAL = consciência, verdade, inteligência, bons pensamentos, expressão.
3) SENTIMENTAL = afeto, paz, entusiasmo, carinho, lealdade, amor, sorte, simplicidade.
4) ESPIRITUAL = evolução, proteção arcangélica, iluminação, devoção, vitalidade.
 Advertência para os quatro planos = não mudar nada, tudo está correto e perfeito.
 Em casa de conselho = ser mais otimista, harmonizar-se, realizar os desejos.
 Em casa negativa = adiamento, interrupção, desamor, frivolidades, orgulho, vaidade excessiva e gosto pelo
brilho fácil, teimosia.
 Representação abstrata = símbolo máximo da interação entre consciente e inconsciente e representa a
capacidade do homem de realizar seus empreendimentos. Profunda integração entre a natureza espiritual e
animal, boas novidades, uma criança, descontração, poder, escolha decisiva, comunicação, amizade.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O SOL
Para realizar esse exercício, opte pelo nascer do sol ou o meio-dia.
Um banho de ervas solares é uma boa pedida para se fazer antes do exercício (algumas opções: cascas de laranja,
louro, girassol, crisântemo, calêndula, angélica, canela).
Acenda um incenso de sua preferência (tente escolher algum feito com
ervas do Sol).
Separe uma vela amarela.
Sente-se confortável de frente para o nascer do sol ou, se for meio dia,
num local onde o sol bata forte em vc.
Acenda a vela.
Respire fundo algumas vezes e concentre-se.
Imagine um imenso sol brilhando e iluminando vc. Os raios do sol
banham você e aos poucos você vai sentindo que seu corpo se aquece e se
ilumina. Imagine seu corpo inteiro num tom amarelo dourado e brilhante.
Vagarosamente o brilho vai se expandindo e tomando conta de todo
ambiente, partindo de você. A luz se expande, expande, tomando conta de
todo o local em que você está, e vai se expandindo mais e mais. Imagine
todas as ruas, casas e pessoas se iluminando e ficando na tonalidade
amarela como a sua. A luz se expande mais e mais, tomando conta do país
em que você está, os mares, atingindo outros povos, outras nações.
Imagine todas as pessoas do mundo iluminadas com os raios do sol
brilhante. Vá expandindo cada vez mais, até que toda a Terra esteja
inundada pelo brilho do sol, todos os povos, todos os lugares por onde
você já passou e também por onde você nunca passou e talvez nunca
passará fisicamente.
Quando tudo estiver iluminado, sinta o imenso amor que tudo
permeia... todas as pessoas unidas e iluminadas pelo sol se abraçam, todos
os povos, todos os amigos e inimigos são então uma única luz brilhando
num intenso amor.
Então abra seus braços e eleve ao céu. Mantenha-os abertos no alto, sentindo que todo aquele amor que permeia o
mundo vem de você e do sol. Então vagarosamente junte suas mãos, como se pudesse tocar a luz e abrace-a.
Sinta-se responsável por toda a iluminação e amor e então abrace a si mesmo. Sinta o amor e então direcione a luz
para a chama da vela. Nesse momento, você pode dançar se sentir vontade. Sempre sentindo o grande amor que tudo
toca.
Finalize o exercício. Deixe que a vela se queime por inteiro.
Obs.: se estiver chuvoso ou em um dia nublado, não tem problema, mas prefira fazer num dia ensolarado.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma
situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 19 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.
O SOL – EXTRAS
Comentários
Aquele que ilumina
Mas também aquele que cega
Aquele que faz nascer
Aquele que mata
Aquele que nasce e morre todo dia.
O Sol dos Deuses
Traz a força que nos faltava
Traz a vontade de viver
Aquela que deixamos escapar inúmeras vezes
Ele dá
Ele tira
É o Senhor da Vida
Nyx – Sibilando
Indo do meu consciente, Sol em busca dos prazeres da vida e voltando
pra lua sobras do meu interior me sinto muito confortável, pois o brilho
do meu amor pelo ser humano ilumina qualquer escuridão ou fantasma
do meu interior. Não tô de sacanagem não, não é por ser santo, não
tenho é estrutura para suportar culpas e remorsos.
Arthur – Sibilando
Canções que retratam O Sol
I Kissed a Girl, Katy Perry – http://www.youtube.com/watch?
v=tAp9BKosZXs
Teenage Dream, Katy Perry – http://www.youtube.com/watch?
v=41i4uCWST_U
Stupid Girls, P!nk (Atributo negativo) –
http://www.youtube.com/watch?v=BR4yQFZK9YM

Arcano XX, O Julgamento


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
Durante bastante tempo, o entendimento desse arcano
foi bastante difícil para mim. Talvez pela associação com
o juízo final cristão, um tanto quanto distante do meu
entendimento. Com o tempo e depois de muito meditar,
consegui compreender a profundidade desse arcano.
O Julgamento nos remete a um chamado, a uma nova
realidade, a uma nova chance. Essa chance se relaciona
com a oportunidade de fazer ou refazer algo. Sem dúvida
é a oportunidade de fazer algo melhor, um novo plano
que depende de nosso posicionamento. A imagem
clássica de mortos levantando dos túmulos, acordados
com uma trombeta de um anjo simboliza esse despertar
para uma nova possibilidade de ação. É chegado o
momento de fazer algo, de decidir, de acontecer.
Esse despertar pode se manifestar pela noção do
arrependimento de nossa conduta atual, com o basta de
uma situação, com o perdão, com aquele momento em
que já não podemos culpar o outro ou esperar que o
outro nos resgate, ou ainda relaciona-se com aquele
momento em que não mais podemos esconder de nós
mesmos, e nem dos outros, que somos responsáveis por
tudo aquilo que nos acomete... é a noção mais profunda
de nossos atos. O “colher o que se plantou” em seu
aspecto máximo, pois além de nos avaliarmos e
concluirmos seja lá o que for a nosso respeito, é hora de
despertar para a realidade da responsabilidade e ação.
Portanto, pode sinalizar uma mudança de postura, de
crenças, de situação. É o momento em que somos
julgados e refletimos os julgamentos que fizemos até o
momento.
No DruidCraft Tarot, essa carta é a carta do Renascimento, pois é exatamente isso que O Julgamento nos diz: é hora
de renascer, e esse renascimento só pode vir com a compreensão de quem somos, do que nos transformamos, do que nos
compõe... esse momento nasce muitas vezes com o perdão e o arrependimento como molas propulsoras para nossa
ascensão, nosso crescimento. Assim, seu aspecto negativo pode ser visto como o arrependimento que nos atrofia, que
nos impede de despertar. É o estar-se preso a sentimentos de remorso, de culpa, de dor sem o renascimento. Em outras
palavras, muitas vezes o arrependimento e a necessidade do perdão nos vem como um entrave, nos impedindo de
renascer, simplesmente porque não temos a coragem de mudar, de perdoar, de pedir perdão, de refazer aquilo do que
nos arrependemos.
É uma carta extremamente profunda e que mostra muito claramente que aquilo que
tudo pode ser ferramenta para nosso crescimento ou para nossa queda. Depende apenas
de nós mesmos. Nascer ou renascer é como sair do ventre de nossas mães... não
depende apenas da força da mãe e nem das contrações, mas também de nós mesmos
enquanto bebês. O sucesso do parto é consequência da determinação e força empregada
pela mãe, pela natureza e por aquele que nasce.
Crowley chamou esse arcano de O Aeon, o novo aeon, a nova era. Para ele, este
arcano simboliza o fim de antigos dogmas de culpa-julgamento-punição. O arcano XX
de Crowley é o renascimento das crianças do novo aeon, da nova era. Não há espaço
para a culpa e o remorso, mas para a conscientização, o entendimento, o esclarecimento
de que somos todos crianças aprendendo, filhos da nova era, e que temos sempre como
refazer nossos passos, temos sempre como decidir diferente, mudar e crescer. Aqui o
espírito se renova, se limpa, se liberta de suas amarras e renasce.
Num aspecto mais profundo ainda, esse arcano significa a compreensão do espiritual
e do material, possível plenamente apenas quando não estamos no corpo físico. Nesse
passo, também pode simbolizar a oportunidade de reencarnar.
*Compilado de textos sobre o Julgamento
Nos tarôs clássicos e modernos, revela um anjo (símbolo do elo entre os planos
espiritual e material) tocando uma trombeta (símbolo da anunciação divina); ele se
encontra nas nuvens (símbolo da porta celestial). Os seres humanos retratados estão
nus, sem máscaras ou ilusões, e rezando, o que simboliza a resignação, a espera, o
resultado, a expectativa do novo, da ordem superior e inquestionável. A lápide (símbolo da expiação) está aberta e
exposta para que todos vejam e analisem a realização, a obra e os caminhos futuros; observar e aceitar as opções
oferecidas pela vida é uma sabedoria adquirida e não uma cultura social imposta. É possivelmente uma representação do
Juízo Final do Apocalipse, em que um anjo soará uma trombeta que despertará nos homens o desejo da ressurreição e os
mortos sairão de suas tumbas em esqueleto, e ao entrar em contato com a luz os ossos irão se revestir de carne e pele,
conforme a tradição popular dita – talvez por isso, todos foram retratados nus.
Esse arcano sugere o renascimento, uma nova vida, um futuro diferente, progresso e desenvolvimento. Nada nem
ninguém será como antes: surpresas, revelação, mudanças. É uma carta benéfica e atenua os acontecimentos das cartas
vizinhas. Indica entusiasmo, exaltação, medicina milagrosa, inventividade, boa saúde, novos relacionamentos, volta às
velhas tradições e elevação espiritual.
1) MATERIAL = novidade, surpresa, renovação, novos caminhos,
mudanças, oportunidades (originadas pelo destino); é uma carta
fulminante que precipita o efeito das outras; ganho judicial.
2) MENTAL / VERBAL = meticulosidade, crítica, intelectualidade,
análise e pesquisa para uma vida nova, uma missão, descoberta feliz, o
inesperado, surpresa.
3) SENTIMENTAL = novas emoções, vontade, expectativa, afeto,
esperança; é uma carta neutra.
4) ESPIRITUAL = fé, compreensão, iluminação, devoção, renovação
total, transmutação, libertação.
 Advertência para os quatro planos = aceitar a mudança e a nova vida,
ela é bem melhor.
 Em casa de conselho = perdoar, transcender e buscar a paz interior.
Evite atitudes impensadas que poderão lhe trazer uma culpa inútil
posteriormente.
 Em casa negativa = dúvidas, adiamento, falsas promessas, ofuscamento
da inteligência, embriaguez, fanatismo cego e erros de julgamento,
inclusive sobre si mesmo; sentimento de culpa.
 Representação abstrata = no Julgamento, todos serão julgados pelo que
fizeram e pelo que não fizeram, e haverá muitas punições e poucas
recompensas. A carta diz que o consulente está sendo julgado por uma
ação passada e que receberá ajuda do Alto, se for merecedor. Fala de
um trabalho de biblioteca e compilação, nos relacionamentos permitirá
que o consulente veja seus sentimentos com clareza. Cura, mudança de estado civil ou cidade, amor à primeira
vista, viagem aérea.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O JULGAMENTO
Procure sentar-se confortavelmente num espaço que para você seja sagrado. Feche os olhos e procure sentir-se no
ventre de sua mãe, sinta como é estar sendo gerado e preparado para a nova vida que se anuncia. Mantenha a
visualização nesse momento por alguns instantes enquanto relembra momentos de fortes emoções, boas e ruins em sua
vida. Então, lentamente, sinta que o corpo de sua mãe começa a se contrair... vem chegando o momento de você
renascer. Vivencie essa experiência enquanto as imagens e lembranças de sua vida se desvanecem. E então renasça. Ao
renascer, sinta todas as emoções próprias... chore, se sentir vontade, pense nesse momento que aqui e agora é o
momento de você refazer toda a sua história. Ainda dá tempo, aliás, esse é o tempo. Quando estiver pronto, abra os
olhos e agradeça o fato de estar vivo. Nos dias que se seguirem, procure pessoas que lhe se são importantes. Diga a elas
o quanto você as ama. Procure pessoas que por algum motivo, te feriram ou você feriu. Peça perdão a essas pessoas. Se
isso não for possível, visualize essa pessoa na sua frente e peça perdão a elas. O mesmo poderá ser feito às pessoas que
você ama e que não podem ser encontradas.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em
estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto.
Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que
não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado
claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua
personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com alguma situação de
sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já
estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o
arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação
com o significado do arcano em estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão
com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 20 do Livro Dogma
e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a atenção e que
tenham relação com o arcano em estudo.

O JULGAMENTO – EXTRAS
Comentários
Sabe aquelas vezes em que
gostaríamos de recomeçar? Nos
libertar do passado e começar
outra vez? E muitas vezes não o
fazemos, esperamos por um evento ou algum acontecimento que “marque” nossa
mudança. Como o Ano- Novo.
Não precisamos de um grande chacoalhão em nossas vidas para recomeçar. Podemos
fazer isso agora mesmo. Tudo do que precisamos é da nossa vontade de mudar.
Sophie Cast – Sibilando
Sinto-me Ré confessa no tribunal dos arcanos...
Acusada de heresia aos princípios pagãos...
Condenada por não compreender o renascimento julgado...
Não separando-o do renascimento morrido!
E como ré confessa, resta-me apenas acatar a sentença...
Qual será ela?
Qual minha punição?
Punição é cristã... Renovação é pagã...
E lá vou eu de novo, novamente e mais uma vez pecando...
Mas como pecar se não existe pecado? Como errar se são sempre pontos de vista?
Presa pelos grilhões dos dogmas...
Alimentando minha confusão mental com regras e certezas...
Paro...
Deixo fluir...
Sem tentar dominar ou impor...
Sinto...
Pesos e medidas...
Analisando meu trajeto, apontando os desvios...
E surge uma criança...
Entregando-me uma folha A4 em branco, um giz de cera na mão...
Sim, é ele!
O “Sr. Julgamento”... Trazendo-me a oportunidade de refazer meu caminho!
Pandora de Lys – Sibilando
Canções que retratam O Julgamento
Paradise (What About Us), Within Temptation feat. Tarja Turunen – http://www.youtube.com/watch?v=Dy6MpsDPKts
Juízo Final, Clara Nunes – http://www.youtube.com/watch?v=q8cfnPc7Cx4
As Profecias, Raul Seixas – http://www.youtube.com/watch?v=VxF1GDyE2is
Tente Outra Vez, Raul Seixas - http://www.youtube.com/watch?v=8OxlAOvAmZk

Arcano XXI, O Mundo


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
O Mundo ou O Universo simboliza o término feliz de algo, portanto, representa o final de um ciclo. Contudo, esse
final, ao contrário do que temos no arcano XIII ou XVI, não vem acompanhado da
dor, mas da sensação de missão cumprida, de que realizamos aquilo que nos
propusemos a fazer. Numa jogada, portanto, O Mundo vem trazer a realização, a
conclusão de algo, com um mundo de oportunidades e possibilidades se
descortinando ao consulente.
É tida como a melhor carta do Tarô por que traz sempre a noção de felicidade, de
satisfação, o amor, a integridade, a honestidade, o sucesso... Em suma, o que melhor
se encontra no mundo e nos seres humanos, se encontra no arcano XXI, motivo pelo
qual ela traz uma noção muito forte de unidade do individuo com o todo.
Algo importante que devemos ter em mente quanto a este arcano é que embora
ele sinalize um final, este fim não é definitivo... O fim chega para determinado ciclo,
mas sempre há algo novo nascendo do fim de algo. É como concluir a faculdade. O
Mundo, nesse simplório exemplo, seria a formatura, a coroação de ter terminado um
período importante, a felicidade e a gratidão por tudo o que se passou... mas a
certeza de que agora mais será exigido daquele que se formou. Não há mais o
benefício de ser um aprendiz... e muito trabalho e luta aguardam aqueles que se
graduam. Assim, O Mundo no fala das muitas formaturas da vida. Estamos plenos,
felizes e com aquela sensação de missão cumprida... mas em breve, muito breve,
novos desafios, novas jornadas, novos mistérios nos aguardam.
No Mundo, todas as lições aprendidas foram postas em prática para a finalização
de algo, todas as tarefas foram terminadas, todos os frutos foram colhidos, há a
plenitude total de determinado ponto da jornada.
Talvez o arcano XXI seja o mais espiritual de todos os arcanos, pois nos fala de sermos um com o todo, ou, uno com
a divindade. Durante alguns momentos em nossas vidas, nos sentimos assim, sendo a própria manifestação da
divindade, parte e todo ao mesmo tempo. Nesses momentos, é muito comum que uma
forte emoção brote dos corações das pessoas, e as lágrimas são acompanhadas pelo
sorriso, expressões de uma profunda e inexplicável gratidão. Talvez seja difícil de
compreender esse momento por aquele que ainda não experenciou isso. Mas todo
aquele que é um buscador, independente de religião – pois a divindade está muito,
mas muito além de qualquer rótulo religioso - , um dia em sua existência sentirá o que
tentei descrever nessas poucas linhas e compreenderá do que estou falando.
Há quem entenda que O Mundo numa jogada, mesmo em uma posição negativa,
jamais representa algo difícil por passar. Eu ouso discordar. Pela minha experiência,
O Mundo no negativo nos fala muito de perdermos oportunidades, de não
concluirmos aquilo que nos propusermos, ou até mesmo de ambições irreais e
utópicas.
*Compilado de textos sobre o Mundo
Nos tarôs clássicos e modernos, revela que o símbolo da mulher, visto em vários
arcanos anteriores, bem como o simbolismo de estar seminua, atinge sua maturidade
nesse arcano. Ela está andando ou dançando, símbolo de movimento harmônico. As
duas mãos, igualmente ocupadas com o bastão, visto no arcano 1, remetem à intensa
atividade controlada e direcionada. A guirlanda que circunda a figura feminina tem o
mesmo atributo do círculo ou da mandala, que são símbolos do universo, da
expansão, do infinito. Os animais querúbicos à volta da figura retratam os quatro
elementos que no arcano 1 estavam limitados ao quadrado da mesa, e que agora se expandem além do círculo,
denotando o término e uma finalização natural. É a essência da gênese universal e representa aquele que atingiu a
perfeição através do equilíbrio de suas polaridades yin/yang. Em suma, ela reúne tudo em si e por isso é a Anima Mundi
(Alma do Mundo) dos alquimistas. A relação mágica deste arcano reside ainda em seu número XXI: é o produto de 3x7
(a trindade e o absoluto) e a soma de seus algarismos (2+1) revelam a própria trindade.
Esse arcano sugere realização, finalização, perfeição, capacidade, recompensa, meta final, progresso, evolução,
mudanças, vitórias de acordo com o valor moral do consulente. O triunfo e a glória estarão presentes em sua vida e seu
desejo mais claro será satisfeito. É uma carta tão poderosa que sua simples aparição torna positivas todas as outras.
Confere lucidez para discernir o certo do errado e conhecimento aliado à criatividade.
1) MATERIAL = conclusão, prosperidade, ganhos, mudanças (originada
pelo consulente), realização de desejos e sucesso nos projetos já
encaminhados, boa fortuna, saúde de ferro, vida longa, riqueza.
2) MENTAL / VERBAL = idealizações, questionamento, síntese, novos
planos, expressão harmônica.
3) SENTIMENTAL = sinceridade, afeição, honestidade, felicidade,
narcisismo, segurança de emoções, amor próximo, momento de
esplendor, relação sólida, paz, união.
4) ESPIRITUAL = proteção angelical, êxtase, autorrealização; é o mais alto
grau de realização humano e todos os aspectos negativos estão
momentaneamente superados; perfeita integração com os homens e com
Deus.
 Advertência para os quatro planos = continuar as metas e planejamentos,
tudo está perfeito.
 Em casa de conselho = momento de finalizar os objetivos, mudar e
ampliar os horizontes, paciência.
 Em casa negativa = dispersão, incapacidade, dificuldade. Esta carta é tão
boa que seus efeitos negativos são bastante fracos. Prevê discussão em
ambiente familiar que confundem e prejudicam a concentração do
consulente.
 Representação abstrata = o consulente passa por um período de grande
inspiração e poderá contar com ajuda tanto de amigos quando de desconhecidos. Esta carta anuncia o fim de um
ciclo, mas não como a Morte e a Torre, com dor e pranto, e sim com total plenitude, iniciando um novo ciclo
mais elevado. Recompensas, viagem para longe, mudança de lugar ou de estado, voo físico ou mental,
estabilidade, diversão, alegria, companhia.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O MUNDO
Procure realizar esse exercício num ambiente aberto, no alto de um morro, onde haja uma boa e ampla vista. Sente-se
confortavelmente e simplesmente observe a vista. Procure observar os animais... Há pássaros? Como está o clima?
Ensolarado? É possível ver o sol? Há vento? Procure fechar os olhos e sentir as sensações que aquele local lhe
provocam. Procure também realizar esse exercício mais de uma vez. É
bastante provável que você venha a se emocionar. Caso isso ocorra, não se
reprima. Nesse momento você estará estabelecendo a conexão com O
Mundo.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado no texto. Qual? Por
quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em estudo que não foram
mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe tenha ficado claro e
explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de sua personalidade ou
de outra pessoa, ou ainda com alguma situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo) sobre o arcano em
estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o
significado do arcano em estudo e explique o porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este
arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 21 do Livro Dogma e Ritual de
Alta Magia que tenham lhe chamado a atenção e que tenham relação com o
arcano em estudo.
O MUNDO – EXTRAS
Comentários
Enquanto a Roda da Fortuna traz eventos que independem de nós e instabilidades, o Mundo nos mostra as realizações e
finalizações/recomeços alcançados por nossos próprios passos... Nas duas cartas as coisas giram.
Danielle – Sibilando
O Mundo é uma luta árdua, é a luz lááá no fim da estrada percorrida pelo Louco. Ele vai trilhando, caminhando, meio
perdido, às vezes encontra tantas pedras no caminho, mas vai persistente, vê o brilho do Sol, anda mais um pouquinho....
aí chega ao Mundo, que felicidade! Imagino como ele deve se sentir quando ele olha pra trás, tudo que ele passou. Mas
é só o começo, ixi, tem muita coisa pela frente, tem muito Mundo ainda pra conquistar.
Aline B. – Sibilando
Canções que retratam O Mundo
Tocando Em Frente, Almir Sater – http://www.youtube.com/watch?v=SWtjTkixv5M
We Are The World, USA For Africa – http://www.youtube.com/watch?v=M9BNoNFKCBI
20 Passos, Agridoce – http://www.youtube.com/watch?v=eNvrixaZ0MI

Arcano XXII, O Louco


* Texto extraído do grupo Sibilando, por Lua Serena
O Louco ou, como é menos conhecido, O Bobo, O Tolo, é o primeiro impulso, aquele sopro interior, a primeira
respiração do bebê ao sair do útero de sua mãe... o sopro da vida, o espírito puro e sem as amarras da persona. Sempre
aparece em momentos de transição de nossas vidas, indicando que devemos ter coragem de nos mover em direção ao
desconhecido, simbolizado pelo abismo, com fé e coragem.
Pode representar a possibilidade de começar algo novo, de recomeçar algo que se havia deixado de lado por muitos
anos. É o salto corajoso para uma nova fase. O Louco não nos fornece o resultado de nossas ações, não sabemos nunca o
que vem desse impulso... ele é apenas o impulso, o que virá depois dependerá de muitos outros fatores não
contemplados por este arcano. O Louco apenas segue a sua voz interior (talvez seja dificultoso para alguns
compreender, mas... essa voz é também o próprio Louco). É essa voz interior que move os passos do Louco, motivo
pelo qual o Louco segue aparentemente a esmo, porque a voz interior não pode ser racionalizada, ela é sentida e seguida
inconscientemente.
Na simbologia clássica, no mais das vezes, é retratado como um bobo da corte ou
um jovem um tanto quanto maltrapilho carregando uma trouxa de roupas seguindo em
direção ao horizonte ou na ponta de um penhasco. O lugar é sempre preenchido por
vegetação e há sempre um animal com o louco, seja um cão, um gato, um lobo.
A loucura pode ser, digamos, boa se O Louco for ativo. Neste caso é a loucura de
se lançar ao precipício do conhecimento e autoconhecimento, essa seria a loucura aos
olhos do mundo. Em contrapartida, pode ser a falta de rumo, perdição e até mesmo a
demência. Todas elas causadas pela falta de atividade, posto que O Louco jamais para,
ele é um andarilho. Como veremos no decorrer de nossos estudos, não é uma carta boa
ou má. Todas as cartas possuem muitas faces. O Louco em desequilíbrio faz sofrer
quem tem a natureza ativa e age contra ela (passivo). Num aspecto exacerbado, o
Louco faz sofrer as consequências também quem se lança sem responsabilidade e com
extrema precipitação (essas características também fazem parte do Louco). Outro
aspecto distorcido desse arcano pode trazer a ideia de abandono e desprezo pelas
responsabilidades e pessoas de nossas vidas. É a pessoa que vai embora sem se
preocupar com os corações que deixou para trás.
Poder marcar um período de afastamento para se descobrir e descobrir o mundo.
O louco é também símbolo da inocência, da inconsequência, da juventude tenra,
seja ela literal ou de uma ideia, de uma situação, de um projeto.
*Compilado de textos sobre o Louco
Nos tarôs clássicos e modernos, revela uma figura masculina andando a passos largos, simbolizando intensa
atividade; o homem segura numa das mãos um bastão, o mesmo dos arcanos 1 e 21, e uma trouxa (símbolo de
experiência e desprendimento do ego social) que está apoiada em seu ombro (símbolo de força braçal e capacidade de
suportar problemas). Com a outra mão, ele segura um cajado, o mesmo do arcano 9, que está posicionado atrás de seu
pé, expressando completa displicência e irreverência. Ele está vestido como um bufão (símbolo de segregação social e
inaptabilidade) e acompanhado por um animal doméstico (símbolo da comunidade social). Note que ele caminha
decidido, voltado completamente para a direita, o futuro. Seu rosto está à mostra, mas ele está de costas, o que significa
que ele deu as costas para seu passado, abandonando pessoas e situações completamente, rompendo definitivamente
suas ligações. Suas roupas são coloridas e sem nexo, como seus sentimentos. Entre as cores, o amarelo se destaca em
seu estranho gorro, no cinto e num colarinho meio solto indicando ser ele possuidor de abstração e espiritualidade. É tão
extravagante quando o Mago, mas não tem nenhum compromisso estético. Sua calça rasgada mostra que ele não nota o
papel que faz, não está lá muito ciente de suas atitudes. Voltando ao animal, em alguns baralhos, percebemos que pelo
seu vigor e tamanho sugere-se um cão, porém, se parece mais com um gato ao mesmo tempo, representando os
remorsos e culpas do Louco. O animal morde-lhe a perna esquerda, símbolo do inconsciente. Apoiado em seu bastão
vermelho – símbolo da vontade e da atividade,
ele prossegue num mundo de muitas novidades,
sem medo, receios, compromissos ou destino.
Por isto este arcano está ligado à
irresponsabilidade e a atitudes sem reflexão.
Esse arcano sugere tudo ou nada, desordem,
extravagância, imaturidade, insensatez; mas é
importante observar que embora o homem se
encontra disperso, o momento é o mais poderoso
da vida, e ele deve, então, tomar uma direção.
Sua influência é indeterminada , pois a qualquer
momento ele pode lançar mão de seus artifícios
– que mantém sempre à mão – ou dar um
pontapé no cachorro – ou gato, ou seja lá que
bicho for esse – que lhe morde a perna e perder o
último resquício de sanidade que lhe resta. É
também uma possível alusão aos Clericci
Vagante – estudantes medievais inquietos e
andarilhos que viviam buscando novos mestres
ou novas tabernas, segundo Alberto Cousté.
1) MATERIAL = precipitação, erro,
nulidade, busca indefinida, obstáculo,
prejuízo, decadência.
2) MENTAL / VERBAL = desatenção,
irreflexão, indecisão, excesso de
confiança, loucura, delírio.
3) SENTIMENTAL = prazer, alegria,
desejo forte, efemeridade, fragilidade,
solidão.
4) ESPIRITUAL = desordem, negativismo,
problema astral, caos mediúnico.
 Advertência para os quatro planos =
organizar os planos e ser mais coerente
em tudo.
 Em casa de conselho = buscar ser feliz,
usar a liberdade de expressão, ousar.
Aconselha parar o que se está fazendo
imediatamente e repensar toda a sua
vida, inclusive e principalmente você
mesmo, para encontrar uma nova meta
realizável ou adquirir uma verdadeira
inspiração.
 Em casa negativa = objetividade, acerto,
confiança, amizade, crescimento, centramento.
 Representação abstrata = é uma personificação da sorte e, como ela é incontrolável. O Louco marca um período
afetado pela instabilidade, em que há falta de uma meta clara e objetiva. Busca de experiências novas,
esperanças, pureza, mas também intoxicação, frenesi, disparates, aventuras, impulsos, rapidez, caos, rebeldia
contra convenções, esforço, perda.
EXERCÍCIO DE CONEXÃO COM O LOUCO
Para esse exercício você vai precisar de uma ou mais cartas do arcano zero.
Sente-se confortavelmente e serene sua mente por alguns instantes. Feche os olhos e inspire profundamente pelo
nariz e solte vagarosamente pela boca. Quando estiver se sentido relaxado, abra seus olhos e olhe fixamente para a carta.
Note as nuances dos desenhos, as cores. Reflita por alguns instantes sobre o significado do arcano zero.
E então feche os olhos novamente. Mantenha sua mente serena e calma ainda pensando nas verdades inseridas no
arcano zero. Quando se sentir preparado, visualize um campo muito verde num dia de sol não muito intenso. Caminhe
pelo campo sem pressa. Note que aos poucos uma trilha se abre em meio à vegetação. Ande por ela, caminhe pela trilha
despreocupadamente. Perceba seus pés tocando o chão enquanto você caminha. Sinta-se caminhando pela trilha por
algum tempo e perceba devagar que ao longe você começa a ver o fim dela. O fim lhe parece um pouco confuso.
Continue caminhando rumo ao final. Conforme você se aproxima, aos poucos você consegue ver que o final da trilha é
um enorme penhasco. Chegue bem perto e olhe para baixo. É um imenso penhasco e venta forte... Mas você não tem
medo. Pare bem em frente ao enorme penhasco e reflita sobre o que ele representa para você. De quantos penhascos
você já se lançou na vida? Continue olhando fixamente para o fundo do penhasco. Reflita se deve lançar-se rumo ao
desconhecido, rumo ao mais profundo daquela enorme cratera. Você deve pular? Você consegue se soltar? O que te
impede de se lançar? Você vislumbra uma ponta de
medo? Por quê?
Demore o tempo que for preciso e se sentir que deve,
pule. Pule e sinta as sensações de estar em queda sem
atingir o chão... Uma longa e demorada queda. Caso
não se sinta a vontade, permaneça olhando e refletindo
sobre o penhasco.
Encerre a visualização mexendo seus pés e pernas.
Voltando à consciência objetiva, tenha você pulado ou
não do precipício.
QUESTIONÁRIO
1. Quais as suas maiores dificuldades com relação ao
arcano em estudo?
2. Há alguma discordância sobre algum ponto abordado
no texto. Qual? Por quê?
3. Acrescente ao texto outros aspectos do arcano em
estudo que não foram mencionados.
4. Indique alguma ideia inserida no texto que não lhe
tenha ficado claro e explique o porquê.
5. Faça uma relação deste arcano com algum aspecto de
sua personalidade ou de outra pessoa, ou ainda com
alguma situação de sua vida.
6. Faça uma breve comparação entre o arcano em
estudo e outro já estudado.
7. Desenvolva um pequeno texto (10 linhas no mínimo)
sobre o arcano em estudo.
8. Identifique alguma música que, em sua opinião, tenha relação com o significado do arcano em estudo e explique o
porque.
9. Discorra sobre a sua experiência com o exercício de conexão com este arcano.
10. Identifique trechos e/ou ideias do capítulo 22 do Livro Dogma e Ritual de Alta Magia que tenham lhe chamado a
atenção e que tenham relação com o arcano em estudo.

O LOUCO – EXTRAS
Comentários
Hoje saio à caminhar...
Todo o mal me abandona...
Serei tal como fui antes...
Terei o corpo leve e uma brisa fresca a percorrer-me o corpo...
Hei de ser feliz para sempre...
Nada há de me impedir...
Eu caminho com a Beleza à minha frente...
Eu caminho com a Beleza atrás de mim...
Eu caminho com a Beleza acima de mim...
Eu caminho com a Beleza abaixo de mim...
Eu caminho com a Beleza ao meu redor...
Belas serão minhas palavras...
Oração Navajo
(...) também é visto muitas vezes no fim da jornada e, portanto, poderia
representar também um velho que se desgarra dos vínculos que o barram de ser
quem é, e depois de uma jornada inteira de aprendizados decida ser ele mesmo.
Diferentemente do Eremita, o velho Louco não se enclausura para obter o
conhecimento e mais sabedoria da jornada em que se está vivendo, mas se afasta
para simplesmente viver uma jornada diferente, visto que a sua já acabou, pela
simples vontade de viver. Isso me fez lembrar dos leões e lobos velhos, que na
hora da morte simplesmente se afastam de perto dos seus semelhantes para viver uma nova jornada solitariamente (isto
só no início... estranho falar da morte como início para algumas pessoas... rsrs). E, ainda me lembrei de uma música da
Pitty que retrata a faceta de fim do Louco. A música se chama Querer Depois. (...) Falando de um velho, me lembrei
ainda da canção Storytime, desta vez do Nightwish, que fala de um homem que depois de adulto descobre em si uma
criança interior. E quando essa criança vem à tona ele percebe que pode criar toda uma realidade só sua. Ao meu ver,
exemplifica muito bem essa dualidade “início/fim” do Arcano. Na letra, é possível perceber a busca do homem por si
próprio não usando de sua razão, mas de seus devaneios e fantasias. Um Louco.
Dallan Chantal – Sibilando
O Louco é um Arcano misterioso, pois ele pode ser a inocência ou a sabedoria. Será que quem segue seu rumo sem
olhar para trás é Louco por arriscar ou sábio demais por acreditar em si mesmo? Quem tem coragem de assumir a si
mesmo e seguir seu rumo sem se importar com as consequências é taxado de louco. Quem quebra os dogmas e regras é
taxado de louco. Apenas quem vive nos moldes da sociedade garante a paz de não ser julgado. Mas valerá a pena? Esse
Arcano é tudo ou nada, e com certeza indica mudanças, renascimento, novas situações. Se isso será certo ou errado, só
saberá aquele que ousar...
Dayane – Sibilando
Ouvia 'Construção', de Chico Buarque e perdia-se nas frases cujo final, ao mudar apenas uma palavra, davam um novo
significado. Estava bobo, como quando mais novo e ouvira pela primeira vez tal canção, e cada vez mais via novos
resultados e construções na canção: via tons, subtextos, reconstruções, signos moldados em texto... Via caminhos.
Caminhos esses desenhados por letras e palavras diferentes, apenas rearranjadas no caminho inicialmente proposto. Via
palavras. Palavras em mutação de significados, dando valores novos para um posicionamento diferente. Via estruturas.
Estruturas aparentemente simples, dotadas de uma complexidade oculta – bem como as ocultas que estavam dotadas de
simplicidade explícita – em contornos de imagens que se preenchiam conforme o leitor/ouvinte/intérprete. Mas acima
de tudo, via potencial, via arte, via sonhos... Via tudo, enquanto ouvia 'Construção'.
Cesar – Sibilando
Dizem que sou louco, por pensar assim... mas louco é quem me diz que não é feliz... O que seria de nós, pobres mortais
se não tivéssemos a influencia dessa poderosa energia que nos impulsiona a nos mover? O que seria de nós se não
tivéssemos o start da loucura naquele momento em que decidimos trocar aquele emprego que nos dá tranquilidade
financeira, mas nos tira o ânimo para viver? Como seria nossas vidas sem aquele "empurrãozinho" na beira do abismo
que nos leva ao conhecimento? O que seria de nós se não fossemos loucos o suficiente para nos declarar para o grande
amor de nossas vidas!?
Então não me venham os
"normais" dizerem que sou
louca por cortar o cabelo
curtíssimo e tingir de
laranja, não me venham os
"normais" dizerem que sou
louca por querer tatuar
70% do meu corpo e, por
favor, não me digam que
sou louca por acreditar em
Deuses que são mais
antigos que seu próprio
Deus... pois minha loucura
não se limita a isso. Minha
loucura está na energia
intoxicante e embriagante
desse arcano que me leva
a coisas novas, me leva a
descobertas de novos
caminhos e novos
mistérios... Sim, sou louca,
boba e tola... sou o zero
que existe no começo e no
fim de cada jornada...
Josiane Büll – Sibilando
Sabe quando você perde
seu rumo? Aliás, perde
não... você acha seu rumo?
Você quebra todos os
paradigmas, solta os dados
e deixa de lado todas as
preocupações. Não se
importa mais com o futuro
e a única coisa que
começa a levar a sério são
aquelas frases "O futuro a
deus pertence", "Vou
deixar o barco correr"...
Não é um "estar perdido"
por estar. Você quis se
perder, você aceitou essa
jornada, resolveu se entregar e deixar o barco correr, a vida se levar por ela mesma. Tudo que você tem é a sua coragem,
a sua fé de que chegará a algum lugar algum dia. Deixa seu passado para trás e se entrega numa jornada ao
desconhecido. O Louco representa todo esse momento. Representa sua coragem de tentar e ao mesmo tempo sua
libertação de todas as amarras que te prendem. Age por impulsividade, sem destino, sem pensar nas consequências e
mesmo assim, continua deixando a vida te levar. Todos nós já passamos ou vamos passar por um momento desses na
nossa vida. Nos atiramos de um penhasco, nos lançamos numa caverna escura, entramos em uma floresta sem rumo,
perdemos um emprego ou simplesmente pedimos para sair. Esse é o momento que iniciamos uma jornada desconhecida
por uma trilha estranha. O Louco, para muitos é o estar perdido, mas começo a enxergá-lo como na verdade, aquele
momento em que nos entregamos ao desconhecido para começarmos a nos encontrar.
Kaleen – Sibilando
Acredito que todo mundo tenha suas dúvidas e inseguranças em alguns dos momentos em que somos chamados a agir
como O Louco. A mudança e o desconhecido nos dão medo, porque perdemos o controle e a previsibilidade e temos que
nos lançar apenas com a confiança de que somos capazes de continuar, do mesmo modo que continuamos em cada nova
jornada da vida. Na verdade, acredito que o ponto mais difícil deste arcano é o desapego. O Louco não carrega aparatos
nem leva consigo a sua casa inteira. Prestes a pular do abismo, ele não tem uma corda para se segurar e tentar voltar
caso algo dê errado. A mensagem que fica é a de se entregar por inteiro a cada desafio, expandir os limites do que era
então conhecido e se deparar com o novo que pode fazer com que inclusive você seja uma pessoa completamente
diferente ao final da viagem. Minhas maiores dificuldades com O Louco, portanto, passam exatamente por estes pontos:
O quanto é possível se entregar quando o futuro e as consequências daquela escolha são incertos? O que levar na
pequena trouxa (o que é essencial) para a viagem? Como não ter medo quando tudo o que há é indefinido e
infinitamente maior do que a nossa compreensão? Como não perder o que estimamos (o animal está na carta e talvez
represente, além dos nossos instintos, os nossos afetos) já no início da viagem? Vejo este arcano como uma etapa
extremamente individualista e, no entanto, necessária. Tornarmo-nos um para nos lapidarmos para o uno. (...) A
ausência de uma posição definida no Tarô (em alguns baralhos ele é o arcano 0 - o início -, em outros o 22 - o fim) já
nos dá ideia da transitoriedade e do desapego deste arcano. Ele é tão livre e tão seu que nem mesmo a sua representação
segue uma posição fixa, pois ele representa talvez toda a jornada interior rumo ao desenvolvimento. É como se ele fosse
protagonista da história representada pelos outros arcanos. Ele é a individualidade, a essência, que precisa sempre de um
movimento para continuar a existir, porque ele é novo a cada instante. A cada respiração ele se transforma. A cada passo
ele se torna o que é.
O animal que acompanha o Louco é o totem dele. Bem, pensando nisso e observando a ilustração do Tarot da Bruxa
Teen, eu creio que esse animal possa ser sim o guia e guardião.
Alguém mencionou que o animal arranha o Louco na coxa na parte rasgada da calça, no Tarot de Marselha, como se ele
percebesse que o Louco está seguindo um caminho duvidoso e faz isso para alertá-lo. Isso pode ter fundamento, visto
que O Louco se guia pelas vontades de sua alma e a alma sabe o melhor caminho para nos guiar. É nossa intuição, nosso
primeiro instinto, portanto, o animal representa essa nossa alma, visto que é movido pelo instinto. No Tarot de Marselha
as partes coloridas de bege são: a pele do Louco, a trouxa e o animal. Isso
demonstra, a meu ver, que realmente o Louco é movido pela alma. A alma está
encerrada em seu corpo (mostrando que a essência de tudo está em nós e
devemos nos mover conforme nosso verdadeiro ser), é o animal que é seu totem
(guia e mestre que o adverte quanto ao caminho e o aconselha) e também está na
trouxa (demonstra que apesar dele se mover pelos instintos ele ainda sabe de suas
experiências passadas e a coisa que ele carrega dentro dela é sua sabedoria que
demonstrou que não adianta o caminho a seguir e o lugar onde esteja, o
importante é ser quem você realmente é).
Voltando ao Tarot da Bruxa Teen... Na ilustração uma bruxa segura o rabo de um
bode que segue rumando a uma montanha. O bode é o guia dela e apesar do
caminho ser difícil e parecer que ela está indo contra sua vontade (e isto seja
talvez a questão de que temos consciência dos nossos atos e às vezes sabemos o
quanto pode ser imprudente ser O Louco) ela segura firmemente o rabo e não o
solta (demonstrando assim que sabemos que às vezes também é necessário
"chutar o pau da barraca" e vivermos nossa vida do jeito que deve ser vivida, nos
guiando somente pelos nossos instintos e vontades), guiada pelo seu totem, o
bode. Notemos ainda que uma peça de sua vestimenta se desprende (parece ser
um torque, ou um cinto e até um colar ou tiara... sei lá), simbolizando que
devemos nos despir de todas as coisas que nos prendem e seguirmos livres e
leves para as alturas de nosso ser. Para a montanha do bode. Para o recanto de nossa alma.
Tickibera – Sibilando
Canções que retratam O Louco
Anywhere Is, Enya – http://www.youtube.com/watch?v=3OvYaHtr1DI
Maluco Beleza, Raul Seixas – http://www.youtube.com/watch?v=auouKRLkids
Querer Depois, Pitty – http://www.youtube.com/watch?v=C9NxqiVc3z0
Simples Desejo, Luciana Mello – http://www.youtube.com/watch?v=WAWPeh0Ut5s
Storytime, Nightwish – http://www.youtube.com/watch?v=_vE2KFKerJQ
Natasha, Capital Inicial – http://www.youtube.com/watch?v=DNvDPxwC5NY
It’s My Life, Bon Jovi – http://www.youtube.com/watch?v=vx2u5uUu3DE
O Conto do Sábio Chinês, Raul Seixas – http://www.youtube.com/watch?v=QzxFGXjj9bw
Alegria, Alegria, Caetano Veloso – http://www.youtube.com/watch?v=hmK9GylXRh0
The Fool On The Hill, The Beatles – http://www.youtube.com/watch?v=EDtK7xUIDxk
Construção, Chico Buarque – http://www.youtube.com/watch?v=P7mHf-UCZp0

QUESTIONÁRIO
A verdadeira generosidade quanto ao futuro está em dar tudo ao presente. – Albert Camus
Como você compreende essa frase no contexto de consultas oraculares com o Tarot?

Tarologia x Taromancia

O primeiro passo rumo ao verdadeiro conhecimento de um arcano se processa com seu estudo simbólico. O segundo
e decisivo passo se desenvolve na estrutura geral do tarot, em todo o arcabouço dos arcanos, com a diferenciação da
Tarologia e da Taromancia – são duas áreas distintas, mas impossíveis de serem desagregadas. Sem esses dois preciosos
passos, não será possível chegar a uma leitura prática satisfatória ou à certeza de que se trilha caminhos verdadeiros
rumo ao autoconhecimento e ao entendimento do oráculo.

TAROLOGIA = Estudo dos símbolos


Nesse parâmetro, estudamos todos os símbolos, sintomas e atributos de cada arcano, as relações estruturais, as
possibilidades de interpretação, as manifestações, a história escrita, as lendas, as conjecturas. Aprendemos a conhecer a
evolução de uma situação ou pensamento através da sequência de seus arcanos, levando-se em conta todos os caminhos
de erros e acertos inseridos na estrutura do tarot. O estudo da Tarologia é que nos permite realizarmos uma análise
melhor rumo ao autoconhecimento. Quem já esteve em contato com estudantes de tarot já deve ter ouvido eles falarem:
“Tive que passar por uma Torre para conhecer os erros de minha vida”, “Preciso ser como o Pendurado neste momento”
ou “Estou numa fase de Estrela”. O que significa tudo isso, senão uma autoanálise? Ou seja, quem conhece um pouco
do tarot sabe o que é certo e errado ou as consequências de determinados atos, sem precisar abrir o oráculo. Entendendo
o tarot, seja de uma forma superficial ou profunda, é possível realizar análises filosóficas da vida, que nos permitem
compreender os processos naturais, pessoais e cíclicos de qualquer situação, ou a própria evolução. Nesse preâmbulo,
existem quatro doutrinas que se assemelham ao pensamento e à filosofia evolucional do tarot: hermetismo, gnosticismo,
alquimia e logosofia.

TAROMANCIA = Jogos, oráculo, orientação


Nessa classificação, aplicamos todos os conceitos teóricos que estudamos na Tarologia, em forma decodificada, para
um assunto inicial. A leitura correta de determinada manifestação do arcano para um assunto em particular é
fundamental. Fazemos análises simbólicas para definir uma projeção natural dos acontecimentos pesquisados,
observando como está sendo evidenciado o período. Para toda essa aplicação, necessitamos de uma diretriz, e a
Taromancia depende de métodos, ou seja, de forma de expor as cartas em jogos – sem um método adequado é
impossível ler o tarot e almejar uma resposta conclusiva. Os arcanos sozinhos serão apenas um alfabeto simbólico,
como nosso alfabeto de A a Z; juntando as letras formamos palavras e frases e, no caso do tarot, ilustramos histórias
pessoais, em que seu campo de atuação mais conhecido é o dos jogos oraculares.

Após tudo o que foi exposto, lembre-se: sem Tarologia não há Taromancia, pode haver “achomancia”... Nunca
utilize o tarot somente pela intuição. Estude seus símbolos e estrutura, pois senão você fará uma leitura incorreta.

REFLEXÃO
O otimismo multiplica as nossas forças. – Colin Powell

O Portal da Luz

As estruturas do tarô são formas filosóficas de analisar nossa vida e instrumentos para entender os contextos dos
jogos. Estudamos até o momento que cada arcano está relacionado com outro e que todos formam uma grande escala
espiritual. Existem outras estruturas simbólicas entre os arcanos maiores, e agora iremos ampliar mais um pouco este
conceito. Os arcanos maiores do 1 ao 11 representam a escolha e o livre-arbítrio, os estados alertas e egoístas em relação
ao que desejamos, sem, contudo, observarmos a construção da vida interior – denominamos este conjunto de Via Solar.
Os arcanos maiores do 12 ao 21, mais o sem número, refletem a necessidade de estruturar corretamente a própria alma e
espírito rumo ao seu destino verdadeiro; a tônica é o aprendizado com o meio ambiente – denominamos este conjunto de
Via Lunar. Os arcanos da Via Solar representam que tudo pode ser realizado e/ou transformado pela própria vontade ,
nós nos adaptamos aos eventos e tudo termina sem problemas, tanto pelo aspecto material quanto emocional. Porém, é
na Via Lunar que descobrimos nossos limites, obstáculos e problemas e também que aprendemos a valorizar as pessoas,
a ampliar nossa luz interior e a resgatar o amor incondicional.

ʘ Caminho da Vontade
Forças do Plano
Via Solar ʘ Caminho do Livre-Arbítrio
Consciente
ʘ Caminho do Prazer
Arcanos Maiores
Ϲ Caminho da Dor
Forças do Plano
Via Lunar Ϲ Caminho da Evolução
Inconsciente
Ϲ Caminho da Evolução

O autoconhecimento se inicia por meio dos degraus evolutivos do arcano 12 ao 16 e, como estudado, todos se
reportam ao aprendizado da libertação das amarras impostas pelo meio ambiente ou por nós mesmos. No arcano 17, a
essência pura e cristalina do próprio espírito, liberto do passado e pronto para conhecer a si mesmo, se prepara e abre
espaço para o arcano 18, o estágio final do autoconhecimento: o mundo das sombras. Somente a partir da vivência
completa desses degraus, vislumbramos a luz verdadeira do arcano 19, o Sol, retomando a paz e a felicidade na vida. Do
arcano 20 ao sem número, seguimos livres e confiantes em nossos projetos, com a certeza de que mais uma etapa do
destino foi realizada, que novos rumos surgirão ao longo de nossa jornada espiritual, que estaremos aptos a conhecer um
mundo novo e transcendente.
Muitos questionam por que o arcano 18, a Lua, o mundo das sombras, está posicionado entre a clareza do arcano 17,
a Estrela, e a iluminação do arcano 19, o Sol. O arcano 18 revela o lado escuro (ou obscuro) da vida, as formas sombrias
que povoam nossa mente, situações que ocultamos de nós mesmos, provocando um confronto com a própria realidade.
A sua natureza é sempre dupla: amor/ódio, prazer/dor, alegria/tristeza, fertilidade/putrefação, prosperidade/derrota,
paz/terror, conduzindo inevitavelmente à “noite escura da alma”. Nesse arcano tudo depende de nossa consciência e da
vontade pessoal em querer equalizar os caminhos do destino; quando vivemos as energias deste arcano, ficamos quase
que impossibilitados de observar o nosso verdadeiro caminho, e consequentemente a confusão se instala! Então, o que
fazer?
Primeiramente, nada é o que parece ser, devemos discernir o falso do verdadeiro e o imaginário do real, não devemos
acreditar naquilo que achamos ser o melhor – não podemos “achar”, temos que ter a certeza, a lucidez da vida e dos
fatos, doa a quem doer. Em segundo lugar, devemos dar atenção à nossa intuição e aspiração mais profunda , deixar
livres a mente e o coração para que o verdadeiro mundo surja diante de nós – este arcano prenuncia a prosperidade se
soubermos como controlar nossas ações. Caso não se passe por essa prova final da evolução espiritual, sendo subjugado
pela própria alma inferior, planejamento ou emoção do passado, então, retorna-se ao estágio inicial do aprendizado do
autoconhecimento no arcano 12, o Pendurado, o ponto de partida rumo a si mesmo. Assim, novamente iremos enfrentar
as forças opostas do destino representadas no arcano 16, a Torre, quantas vezes for necessário para que o aprendizado
cármico seja concluído, ou seja, para que o passado se dissolva e o ego se transforme em uma nova personalidade.
Todo padrão autodestrutivo se classifica na sequência 12-18-12 e diz sobre a repetição cármica negativa, ou seja,
nunca se aprende com as experiências pessoais e tudo se repete na vida. Por exemplo: uma pessoa deseja ardentemente
se casar, namorou três pessoas e todas elas eram casadas. Bem, talvez ela pense que na vida nada dá certo porque
somente consegue parceiros compromissados; mas as escolhas são somente dela, que não aprendeu a esperar, a ser
seletiva e a construir seu verdadeiro caminho. Nesses degraus evolutivos, do 12 ao 18, o ego, a vaidade, a futilidade, a
vingança, a paixão, a obsessão, o orgulho, a inveja, a hipocrisia, a mentira, a lascívia, o oportunismo devem ser
eliminados para que a verdadeira essência luminosa e espiritual floresça e o portal da luz se abra no arcano 19, o Sol!!!
Aprender com as experiências, boas ou más, é fundamental para a evolução da vida. Para que isso fique mais claro,
vamos dar uma olhada na Estrutura Binária que segue essa tônica. Depois, vamos observar outras formas de se
estruturar os arcanos maiores através das seguintes estruturas: ternária e setenária.

REFLEXÃO
A porta do inferno está trancada por dentro. – Wurt Vonnegui

OS ARCANOS MAIORES – ESTRUTURA BINÁRIA


Segundo Pitágoras a mônada (1) representa a essência de Deus, o fogo masculino que atravessa tudo, o eterno,, o
falo; a díade (2) simboliza o momento em que Ele se manifesta com a faculdade geradora e reprodutora; assim, Deus é
duplo, essência indivisível e substância divisível. Na filosofia mística dos números, o filósofo-matemático revela que a
díade representa a união divina do eterno-masculino e do eterno-feminino, gerando a natureza terrestre. O binário (2) é o
símbolo da reflexão, da oposição, da base de toda ciência, teologia e filosofia; nele repousa a dialética, convergindo
sempre para a evolução. O antagonismo latente se torna manifesto e recíproco, afluindo para a integração: positivo-
negativo, masculino-feminino, virtude-pecado, paraíso-inferno, consciente-inconsciente. O sucesso e o progresso
existem graças ao equilíbrio dos opostos, ao processo binário da dialética. Podemos aplicar esse conceito aos arcanos
principais, que claramente se distinguem em duas vias antagônicas já citadas: Via Solar e Lunar.
O núcleo do tarô, formado por 21 cartas numeradas e uma sem número, totaliza 22 símbolos distintos. Elas formam
uma escala evolutiva sempre com a carta numericamente sucessora: o arcano I (livre-arbítrio, início) se transporta
(simbólica e sintomaticamente) para o arcano II (reflexão, passividade), que por sua vez se transforma no de número III
(dedução, desenvolvimento), cuja energia se altera para o IV (controle, autoridade) e assim sucessivamente, até a
chegada do último arcano numerado – XXI (conclusão, realização). Completando o circuito progressivo, surge a carta
sem número (nada, vácuo), revelando-se um elo entre a carta XXI e a de número I, para a concepção de uma nova fase.
Esse processo simboliza a ponte entre o fim e o começo, o passado e o futuro – a continuidade da vida. Todos os
arcanos maiores se reportam ao eterno ciclo natural da existência: começo-meio-fim... recomeço/criação... começo-
meio-fim...

RITMO ALEGÓRICO

A primeira observação a ser feita nos arcanos principais é como os símbolos estão dispostos: do Louco ao Eremita.
Elas sugerem funções sociais (status), uma vez que as figuras estão bem paramentadas (poder pessoal) e plenamente
ornamentadas – chapéu, coroa, cetro, trono, báculo, espada, cajado. Tais alegorias remetem a inúmeras relações:
autoridade, poder, controle, satisfação, livre-arbítrio, etc. Note também que a personagem ocupa quase todo o espaço da
imagem/carta.
Dando continuidade ao ritmo simbólico, avalie da Roda da Fortuna à Torre. Agora encontramos figuras humanas
vestidas com roupas simples (sem poder pessoal) e figuras imateriais (morte, anjo, etc. – novos paradigmas). Não há
coroa ou trono (não há livre-arbítrio nem ação pessoal). Atente para a sequência das cartas de número XI a XVI, em que
personagens humanos estão figurados cada vez menores (dissolução, diminuição do poder) no contexto alegórico.
Por fim, avalie da Estrela ao Mundo. Nesse conjunto as figuras humanas estão nuas (liberdade pessoal) e
proporcionais à natureza (harmonização, autoconhecimento). Pela primeira vez o céu é retratado (compreensão dos
limites), as pessoas se tocam ou se regozijam (vida plena, desejo).
 Indumentária simboliza o tipo de classe social; nudez representa libertação social. Quando analisamos o arcano
sem número seguido dos arcanos de I a XVI, encontramos várias figuras humanas vestidas – nobres e plebeus,
ricos e pobres. A sequência e o ritmo simbólico das dezessete cartas indicam mudança irreversível de
paradigma. Os cinco arcanos restantes (Estrela ao Mundo) revelam o compasso de um novo mundo, aludindo a
libertação e desenvolvimento. O arcano XXI evolui para o arcano sem número, criando uma nova trajetória,
uma (re)evolução de conceitos; dessa forma, o primeiro conjunto (sem número + I a IX) esboça a força
consciente ou egotista; o segundo (X a XVI) expõe a energia retrógrada ou paradigmática e o último (XVII a
XXI) revela o poder harmonizador ou progressista.
 As únicas cartas dos arcanos principais que são ilustradas com chapéu (símbolo da inteligência humana) são: I,
XI e sem número. Observe que se posicionam no início-meio-fim (recomeço).

RITMO CÓSMICO

Sol, água e Lua são símbolos da vida, forças fundamentais para a natureza e o homem e, acima, de tudo, representam
o espírito e a alma, a razão e a emoção, o nascer e o morrer. A força solar produz a evaporação da água e a lunar, a
condensação – nada se perde; tudo se (re)cria. Por essa razão, a água se encontra intimamente ligada ao ciclo solar e ao
lunar, e não existem símbolos mais poderosos no inconsciente coletivo do que estes três.

SOL – simboliza vida espiritual, consciência, verdade, evolução, compreensão.


Encontra-se ornamentado da seguinte forma:
*Oculto pelo Cupído (desejo, vaidade) no Enamorado;
*Oculto pela Lua (inconsciente, emoção) na Lua;
*Aberto (íntegro, verdadeiro) no Sol;
*Oculto pelo Arcanjo (força superior) no Julgamento.
Primeiramente, a consciência é tolhida pelo desejo (VI); depois, pela emoção, tornando a vida turva (XVIII). A luz
solar deixa tudo claro e objetivo (XIX); por fim, o destino surge, ofertando novos paradigmas (XX). O movimento
indica o renascer da alma; mas observe que tudo se inicia no primeiro conjunto (ritmo alegórico). Assim, o conjunto
simbólico do Sol nas cartas representa estágios que a consciência transita pelas diversas fases de uma situação em busca
da perfeição: escolha, imaginação, verdade e transcendência.

ÁGUA – simboliza vida terrena, alimento, desejo, sentimento, purificação.


Está representada desta maneira:
*Alternada nos jarros (desejos retidos) na Temperança;
*Vertida no rio (presente, fluxo da vida) na Estrela;
*Represada (passado, experiência) na Lua;
*Orvalhada (futuro, transcendência) no Sol.
Os sentimentos (bons e maus) ficam retidos em nosso coração (jarro) e são analisados e reordenados diariamente
(XIV); em determinado momento nos libertamos, deixando a vida correr livremente, sem mais nos importarmos com a
dor ou os desejos (XVII). No entanto, ninguém pode apagar o passado, não podemos fugir do eu interior, o
autoconhecimento é a única evolução para a reconstrução da vida (XVIII). Após o perdão incondicional ou a aceitação
dos limites impostos pela vida, encontramos a felicidade e a reciprocidade (XIX). A sequência do símbolo da água
identifica os estágios sentimentais, transitando pelas diversas fases da vida em busca de paz interior: retenção, liberdade,
desejo, harmonia.

LUA – símbolo da alma, emoção, fantasia, inconsciente.


Esse símbolo guarda relação com vários arcanos, a começar peço Sol e o Julgamento. A imagem sugere um eclipse
solar – poderíamos dizer que existe a sequência cósmica: lua-sol-arcanjo? Contudo, nas alegorias do arcano XVIII
podemos notar, logo abaixo da conjunção astrológica, as torres (reconstruídas) da carta XVI. E os animais que se
confrontam? Seria alusão ao arcano Roda da Fortuna, em que animais/gênios se alternam? E o lago? Bem, ele contém
todas as águas da Temperança e da Estrela; no entanto, a água represada também alude ao arcano Diabo, pois a
putrefação/lodo (alimento do lagostim) é a morada de nosso ego, desejo latente, eternamente insatisfeito. Por fim, qual
seria a relação da Lua com o Enamorado?

SINTOMA DO ARCANO

Qual a razão de sempre aconselharem o consulente a ter calma no arcano XIII, ser mais ativo no arcano II, acreditar
em um mundo melhor no arcano XVI? É porque todo arcano imediatamente posterior é o conselho natural do
antecessor.
Os arcanos maiores e menores, sem dúvida alguma, incorporam intertextualidade e metalinguagem. Embora
comumente haja enorme preocupação em se entender o arcano, ele não pode ser estudado como um objeto autônomo.
Todo arcano contém limites de atuação que se concentram, primeiramente, no símbolo da própria carta, o atributo
capital (adivinhação). Todavia, encontraremos na segunda análise – o sintoma – algo extremamente revelador e
complementar ao contexto: a orientação (conselho). O conhecimento desse processo poderá tanto ser empregado na
compreensão da cadeia simbólica quanto de sua utilização oracular.
Os conceitos emissor, sucessor e ressoante são meios lógicos de se compreender a interligação dos arcanos. Dentre
as três possibilidades, o arcano emissor e sucessor são os mais fáceis de se entender, uma vez que um representará a
própria carta, e o outro, a imediatamente posterior; o arcano ressoante dependerá de conexões numéricas de acordo com
a redução pitagórica (arcano maior). O significado do arcano sucessor seria o passo natural a ser dado, podendo até
mesmo se pronunciar como um aconselhamento para que o resultado se manifeste a contento; no entanto, a trajetória
para o arcano ressoante representa algum anacronismo do desejo/situação, ocasionando uma espécie de vaivém contínuo
até que o arcano emissor possa continuar a jornada, ou seja, transformar-se no arcano sucessor. Assim, será possível
entender a trajetória da questão analisada durante uma consulta: fácil, difícil, neutra, aberta, fechada? Estude os
sintomas dos arcanos: a seta indica o sucessor, e o semicírculo, o ressoante.
Por exemplo, o arcano emissor I tem como sucessor o arcano II, e o ressoante, o arcano X (pois, 1 + 0 = 1). Essa
dinâmica significa que as novas ideias (Mago) do consulente devem ser analisadas (Sacerdotisa); caso contrário, criam-
se outros objetivos (Roda da Fortuna), não se seguindo o conceito inicial (Mago), nem se avançando rumo à reflexão
necessária (Sacerdotisa). Portanto, o arcano I é apenas um indicador de boas e novas ideias, mas dependerá de muito
esforço e organização para realiza-la.

*Tenha sempre em mente: o arcano ressoante não representa um estágio evolucional como o arcano sucessor; apenas
um eco, uma reverberação a ser eliminada. Assim, tudo retorna ao arcano emissor, para que este refaça a jornada e,
talvez, siga para o arcano sucessor.

Sintomas dos Arcanos Principais


1→2 2→3 3→4 4→5 5→6 6→7 7→8 8→9 9 → 10 10 → 11 11 → 12
Ѻ 10 Ѻ 11 Ѻ 12 Ѻ 13 Ѻ 14 Ѻ 15 Ѻ 16 Ѻ 17 Ѻ 18 Ѻ1 Ѻ2
1←0 0 ← 21 21 ← 20 20 ← 19 19 ← 18 18 ← 17 17 ← 16 16 ← 15 15 ← 14 14 ← 13 13 ← 12
Ѻ0 Ѻ3 Ѻ2 Ѻ 10 Ѻ9 Ѻ8 Ѻ7 Ѻ6 Ѻ5 Ѻ4 Ѻ3

VIA SOLAR (arcanos I ao XI)

Poderíamos também denominar Via Racional, pois todos os arcanos são ativos e pertencem ao princípio da iniciativa,
da razão, da vontade, da expressão clara e aberta, do estágio egotista de todo ser humano. Ela se reporta aos objetivos
diretos de qualquer situação ou desejo pessoal, em que tudo pode se caracterizar pela vontade própria, sem observar os
desejos alheios, a vontade de terceiros e a real construção da vida. Essa via simboliza o absoluto controle da vida, do
status de poder e glória. Tal circunstância pode ser tanto positiva quanto negativa, dependendo da evolução pessoal de
cada um.
O homem, ao assimilar o Mago (I), cria desejos por meio do absoluto livre-arbítrio, mas percebe que é necessário
obter certa reflexão contida na Sacerdotisa (II). Para executar a vontade inicial, também é necessário obter a inteligência
da Imperatriz (III) e o controle real do Imperador (IV), para que o intento se cristalize. O livro da sabedoria contido no
arcano II, porém, não será aberto, nem conhecido, antes que se tenha aprendido a viver e a controlar as ações. O que
fazer? Prossegue com o aprendizado e tentar desenvolver os limites.
Ao se atingir o Sacerdote (V), o conhecimento torna-se efetivo, adquirindo o rigor, a disciplina e a inspiração divina.
O homem pode, então, vislumbrar a autoridade social e já observa com acuidade o livro da sabedoria. Como todo
conhecimento gera dúvidas, deve-se procurar a harmonização e a verdadeira escolha no Enamorado (VI); pois sem o
impulso da inspiração e da escolha, não será possível realizar nada na vida.
Uma vez selecionado o caminho adequado, o homem desenvolverá um poder ilimitado no Carro (VII), seguindo
velozmente pelo caminho da prosperidade; contudo, sempre dependeremos de terceiros para a realização de um ideal.
Surge, então, a Justiça (VIII), apresentando certa advertência: não há causa alguma sem um efeito; o equilíbrio e a
racionalidade são primordiais para a realização dos objetivos.
Com os ideais bem-definidos, o homem partirá cautelosamente por intermédio do Eremita (IX), digerindo as
experiências em harmonia com o próprio tempo e buscando conhecer em profundidade o livro desejado. Afinal,
construir um futuro sólido e inabalável é o objetivo de todos, e deter os transtornos da vida é a meta primal. Porém, o
destino materializado na forma de uma enigmática esfinge com uma espada em punho, adverte ferozmente: para ocupar
meu lugar na Roda da Fortuna (X), dominando o próprio destino, terás de conhecer a ti mesmo – decifra-me ou te
devoro!
Somente sob os augúrios da Força (XI) o homem poderá deter o infortúnio destinal por algum tempo, uma vez que
adquirirá autocontrole e poder sobre terceiros; no entanto, terá ele a sabedoria para ler o próprio livro destinal? Como
fazê-lo? Ele, enfim, conseguirá entender e decifrar o enigma do livro da sabedoria: o poder pessoal não se encontra
apenas nas conquistas ou nos domínios de toda ciência, mas também, e principalmente, no controle absoluto das
energias instintivas e em todos os poderes latentes contidos no interior da alma. Somente com a autoestima e o
autoconhecimento será possível atingir a autocura! Ao final desta primeira via o homem entende o mundo exterior e se
prepara para conhecer a si mesmo na próxima jornada.

VIA LUNAR (arcanos XII ao XXI + sem número)

Neste passo interior que, igualmente, tem a denominação de Transcendental, todos os arcanos são passivos e
pertencem ao princípio da reflexão, ao estado de interiorização, à dissolução do ego e da vaidade, à estruturação da vida
em sintonia perfeita com o destino. Essa via se reporta aos obstáculos que surgem diante dos objetivos, os quais
dependerão de terceiros para a efetiva realização. Aqui, a reciprocidade é a única forma de sucesso. O início desta
jornada representa a perda do estado egotista, mas catalisa novas ideias e diretrizes rumo ao autoconhecimento. Não
teremos necessariamente sempre de passar por essa fase, mas em um dado momento sempre o encontraremos em nossa
vida: evolui quem quer!
O homem descobriu na Via Racional (Solar) que para alcançar os objetivos deverá dominar a si mesmo. Mas, para tal
tarefa hercúlea, terá de buscar dentro de seu íntimo as mais profundas respostas e caminhos para a perfeita realização da
sua vida. O primeiro passo será atravessar o umbral do Pendurado (XII), no qual os valores (materiais, sociais, pessoais)
adquiridos já não são mais eficazes. Aprender a interiorização e ter a coragem de praticar as lições do livro sagrado é a
única saída neste momento. A primeira página revela que os mistérios da vida encontram-se na Morte (XIII), cuja mão
rompe e queima as ilusões, devendo, então, mudar os paradigmas pessoais. Descobre-se que, longe de ser um fim, será
um recomeço, uma nova etapa, plena de possibilidades – cortar o mal pela raiz é um velho ditado popular!
Renovando e avaliando a personalidade por intermédio da Temperança (XIV), será imprescindível ao homem
apreciar o tempo para superar os obstáculos. É necessário utilizar esse momento de trégua para reequilibrar as energias e
se preparar para as batalhas consigo mesmo. Conhecer o Diabo (XV) é como o homem incauto ver o próprio abismo
instintivo, observar os mais secretos desejos, a ambição, o orgulho e a vaidade; entender esse grande mistério arcano é a
última página do livro sagrado da sabedoria. Conhecida toda a fonte da dor humana (desejo incondicional do poder e da
felicidade eterna), resta estabelecer o vínculo direto com a Torre (XVI) e romper os grilhões do passado, abrir a mente e
o coração para um novo futuro e uma nova estrutura pessoal. Quer o homem queira ou não, o novo chegará!
De agora em diante, será revelado ao homem, purificado e liberto, toda a fé e a esperança contidas na Estrela (XVII):
tudo se abre e floresce , o negativo se esvai, aparecendo tudo que é positivo. Depurado os instintos e desagregados os
valores sociais impostos, surge por intermédio da Lua (XVIII) o mergulho interior, no qual o homem buscará no
inconsciente, rico em enigmas, as respostas para se autoconhecer (finalmente). Logo após, ele emergirá, sob os eflúvios
da bem-aventurança e do autoconhecimento no Sol (XIX); pela primeira vez ele não está só, descobriu a si próprio,
quem é e o que quer. O livro da sabedoria foi totalmente assimilado e o desejo está finalmente concluído.
A partir de então, só a energia do Julgamento (XX), senhor absoluto do destino, poderá determinar o resultado da
realização do homem. O que virá? O bem, o mal, o certo, o errado? O que importa? Foi o melhor que ele pôde fazer na
mísera vida terrena. Ninguém é perfeito! O Mundo (XXI) só existe como síntese de tudo que o homem adquiriu,
conquistou, obteve, valorizou, e é muito mais um prelúdio de uma nova vida do que a preservação da conquista.
Mas, como a ânsia não para, o homem avança em direção ao Louco (carta sem numeração), carregando apenas o que
lhe convém. Reconhece que não possui nada válido e, em consequência, volta ao desconhecido. Busca em seu
inconsciente algo que ainda não reconhece, mas deseja ousar e revolucionar a vida, na esperança de se realizar outra
vez, outra vez, outra vez... Onde está o Mago?, ele pergunta, pois deseja criar uma nova ideia, abrir um novo ciclo de
vida. Tudo recomeça.

FORÇAS PROGRESSIVAS

A Via Solar e a Via Lunar também se contrapõem em valores, em que o intrigante binário da mente humana – lógica
e intuição – opera para a própria evolução, pois a ambiguidade latente em todos nós é que permite o desenvolvimento.
Na tabela a seguir apresenta-se a oposição dos arcanos na lei do binário, em que o Mago e o Louco se contrapõem; a
mesma coisa entre a Sacerdotisa e o Mundo e assim sucessivamente. Nessa estrutura, não compete obter respostas,
somente reflexões no potencial de cada carta. Tenha em mente que os antagonismos levam ao crescimento pessoal,
social e espiritual. Reflita e analise o conjunto da tabela a seguir:

ARCANO ANTAGONISMO ARCANO


1 Consciência Inconsciência Sem Número
2 Elucubração Exortação 21
3 Preservação Evolução 20
4 Retenção Expansão 19
5 Sociabilidade Introspecção 18
6 Hesitação Confiança 17
7 Avanço Obstáculo 16
8 Lógica Instinto 15
9 Isolamento Participação 14
10 Instabilidade Modificação 13
11 Controle Impotência 12

OS ARCANOS MAIORES – ESTRUTURA TERNÁRIA


Segundo Pitágoras, a tríade (3) simboliza a manifestação divina visível no tempo e no espaço, e alma mundi, sendo o
resultado do equilíbrio entre a mônada (1) e a díade (2). A tríade é, portanto, a lei constitutiva das coisas e a verdadeira
chave da vida, mostrando as correspondências entre o macrocosmo e o microcosmo. O ternário (3) é, basicamente, o
símbolo do equilíbrio; considerado a principal estrutura das ciências esotéricas, ele expressa a ordem intelectual e
espiritual em Deus, no homem e no universo – é a fase da grande iniciação oculta para a compreensão do mundo. Pelo
ternário podemos considerar que tudo é triplo no universo: Deus-Filho-Espírito Santo (mitologia cristã), Donzela-Mãe-
Anciã (neopaganismo), espírito-alma-corpo, pai-mãe-filho, passado-presente-futuro, masculino-feminino-andrógeno,
positivo-negativo-neutro. Essa fórmula traduz tanto a dialética da estrutura binária quanto o movimento da vida rumo ao
objetivo real – é o momento visível da criação. Por fim, o ternário equivale à superação da dualidade – expressando a
síntese da vontade à reunião e à resolução. Na estrutura ternária encontramos os arcanos principais agrupados em três
etapas: Via da Indução, Via da Reflexão e Via da Dedução. Esses três caminhos remeterão a uma subestrutura para o
equilíbrio das forças interiores: preparação, reavaliação e finalização.

VIA DA INDUÇÃO (I, IV, VII, X, XIII, XVI, XIX)

No primeiro caminho do ternário – a força motriz da vida – todos os arcanos serão ativos, progressistas, indutivos, e
estão diretamente acoplados à primeira máxima do ser
humano: o desejo. Da força do desejo e da necessidade da
realização no Mago (I) emana a autoridade, o princípio
sólido e real do Imperador (IV) para uma vida mais
completa e dinâmica no Carro (VII), rumo à felicidade
desejada. Todos os objetivos escolhidos dependerão sempre
de fatores externos contidos na Roda da Fortuna (X),
obrigando frequentemente a mudanças de planos na Morte
(XIII) para prosseguir com a vida rumo à felicidade
almejada. Portanto, a obtenção dos objetivos iniciais
depende, exclusivamente, de uma reestruturação das metas
por intermédio da Torre (XVI), a fim de se libertar de qualquer empecilho; somente agindo dessa forma atinge-se no Sol
(XIX) a plenitude da obra escolhida inicialmente.

VIA DA REFLEXÃO (II, V, VIII, XI, XIV, XVII, XX)

Nesse segundo desdobramento – a força contínua da vida -, todos os arcanos serão passivos, analíticos, reflexivos,
produzindo continuidade ao processo indutivo com a busca da verdade pessoal. As cartas dessa via estão diretamente
relacionadas à segunda máxima do ser humano: o planejamento. A utilização do conhecimento e de forças ocultas da
Sacerdotisa (II) depende do aprendizado do mundo humano e do espiritual no Sacerdote (V), para o esboço e a criação
de um objetivo pessoal. Como toda ação gera uma reação e nada passa incólume perante a Justiça (VIII), o
desenvolvimento do autocontrole é imprescindível na Força (XI), para que não se enfraqueça a força magnética dos
objetivos. Quando atingimos esse amadurecimento, surge, então, um objetivo mais elaborado na Temperança (XIV),
que se encontrará agregado com a paz interior e a integração social da Estrela (XVII). As responsabilidades dos limites
pessoais nos fazem constantemente traçar novos planos e objetivos na fase do Julgamento (XX), pois renascer ou
reformular uma ideia é sinônimo de evolução e aprendizado.

VIA DA DEDUÇÃO (III, VI, IX, XII, XV, XVIII, XXI)

No último passo do ternário – a força equilibradora da vida – todos os arcanos serão harmonizadores, conclusivos,
resolutivos, dando respostas ao processo anterior com melhor arquitetura do planejamento ou de uma conclusão final.
Estão diretamente vinculados à máxima final do ser humano: a realização. A natureza humana, sempre em busca do
desenvolvimento e da perfeição da Imperatriz (III), se vê diariamente diante de várias opções para manifestar esse
desejo no Enamorado (VI). Contudo, para escolher esse maravilhoso objetivo sabe que se deve ter a prudência e a
sabedoria do Eremita (IX), meditar e sacrificar múltiplos caminhos como o Pendurado (XII). Na labuta do
desprendimento, defronta-se com os mais profundos desejos contidos no Diabo (XV). Porém, ainda mergulhado no caos
interior, consegue discernir o falso do real, descobrindo o verdadeiro caminho por intermédio da Lua (XVIII).
Finalmente, após encontrar o autoconhecimento, deslumbra-se com a glória e a realização no Mundo (XXI), tendo,
assim, a absoluta certeza da existência de uma vida melhor e de que novos projetos serão estabelecidos.

TRÊ FASES DO EQUILÍBRIO

No ternário é possível encontrar uma subestrutura com sete etapas agrupadas em três fases, todas conduzindo à
lógica e ao princípio do equilíbrio; servem como ponto de apoio para a realização de qualquer desejo. Estude, observe.
PREPARAÇÃO
1 – 2 – 3 = A ideia primordial deve ser avaliada e gerada com inteligência.
4 – 5 – 6 = A vontade pessoal tem de ser disciplinada para se optar pela melhor solução.
7 – 8 – 9 = A meta precisa ser direcionada com equilíbrio e sabedoria.
REAVALIAÇÃO
10 – 11 – 12 = Os fatores externos devem ser controlados e analisados à exaustão.
FINALIZAÇÃO
13 – 14 – 15 = A atitude correta traz ponderação ao poder pessoal.
16 – 17 – 18 = A mudança conduz a um caminho pleno de esperança e prosperidade.
19 – 20 – 21 = A plenitude alcançada traz garantia e uma visão mais ampla do mundo.

OS ARCANOS MAIORES – ESTRUTURA SETENÁRIA


Segundo o filósofo Pitágoras de Samos o septêmplice (7) é o equilíbrio da tríade (3) sobre a tétrada (4), ou seja, a
divindade manifestada, o espírito (representado pelo triângulo) que se harmoniza com o homem encarnado, a matéria
(simbolizado pelo quadrado). Por conseguinte, envolve o encontro dos homens com Deus ou o pacto divino com a
humanidade. É a cifra dos adeptos, dos grandes iniciados; representa, acima de tudo, a lei da evolução. Entender a
septêmplice significa reproduzir a obra divina em si mesmo. Se o ternário (3) é o princípio de toda natureza e o
quaternário (4) é sua manifestação, então o setenário (7) é a conclusão do mundo, a plenitude dos tempos, símbolo
universal da totalidade. Esse sistema é comum à cosmogonia e à escatologia de todas as civilizações: sete dias da
semana, sete planetas, sete notas musicais, sete cores do arco-íris, sete dias da lua, sete corpos áuricos, sete chakras, sete
sábios da Grécia (Bias, Quílon, Cleóbulo, Periandro, Pítaco, Sólon, Tales), sete pecados capitais (orgulho, cobiça,
luxúria, ira, gula, inveja, indolência), sete virtudes cardeais (humildade, altruísmo, castidade, diligência, amor,
temperança, caridade), sete maravilhas do mundo (Pirâmides do Egito, Jardins Suspensos da Babilônia, Tumba do Rei
Cária, Templo de Diana, Colosso de Rodes, Estátua de Zeus, Farol de Alexandria), entre tantas relações possíveis. A
estrutura setenária também será dividida em três etapas: Via da Criação, Via do Planejamento e Via da Manifestação.
Elas também remeterão a uma subestrutura: preparação, reavaliação e finalização.

VIA DA CRIAÇÃO (arcanos I ao VII)

No primeiro caminho do setenário os arcanos são ativos, pertencem aos poderes latentes do homem, buscando todo
tipo de iniciativa e possibilidades para a conclusão de seus objetivos. A luz de uma obra deve ter início com muita
criatividade no Mago (I); no entanto, precisa se basear na sabedoria universal da Sacerdotisa (II). A continuidade baseia-
se na dedução e na iniciativa pessoal da Imperatriz (III) e, igualmente, deve ter um exercício diário de controle absoluto
expresso no Imperador (IV). Buscam-se a disciplina, a organização e a inspiração divina no Sacerdote (V), devendo
sempre optar pela essência verdadeira como almejado no Enamorado (VI). Assim se conduz uma obra para o sucesso:
com o máximo de rigor pessoal e poder mental possível, sem se dispersar um único momento por intermédio do Carro
(VII).

VIA DO PLANEJAMENTO
(arcanos VIII ao XIV)

No segundo passo todos os arcanos serão


intermediários, interagem na relação dos desejos
pessoais com as leis sociais e buscam se equilibrar
onde o ciclo natural da vida deve ser respeitado. As
leis naturais julgam as realizações falsas ou
verdadeiras na Justiça (VIII), e o veredicto será
cumprido com determinação, acuidade e sabedoria no
Eremita (IX). Mas como nenhum desejo ou obra
permanece estável por muito tempo, as leis do destino
são para todos diante da Roda da Fortuna (X);
portanto, devem-se adestrar as forças instintivas e
psicoemocionais na Força (XI) para reavaliar em
profundidade a vida como o Pendurado (XII), na
tentativa de se eliminar os excessos. A Morte (XIII)
ensina que a eterna reformulação é o segredo para a
continuidade do sucesso. Assim se planeja uma obra
para sempre: com equilíbrio, ponderação e renovação
constante de ideias; no entanto, para tal envergadura, é
necessário esperar, aguardar a germinação e a
maturação na Temperança (XIV).

VIA DA MANIFESTAÇÃO (arcanos XV ao XXI)

No último caminho todos os arcanos são passivos, pertencem às forças do mundo material e buscam realizar os
objetivos pessoais. Mas como essa via é a projeção das duas últimas, o resultado pode não ser o planejado, por isso há
necessidade de eterna reformulação da vida. A vontade incontrolável de poder material expresso pelo Diabo (XV), não
respeitando as leis universais, pode acarretar sérias catástrofes irreversíveis com a chegada da Torre (XVI). Aliás, na
vida, absolutamente nada resulta dos primeiros planos, temos sempre de modifica-los ao longo da projeção. Portanto, o
importante é ter serenidade, esperança e certeza de que tudo acontece na hora certa na Estrela (XVII); basta apenas
enfrentar o duelo natural do imaginário e do real, que, com frequência, confunde as verdadeiras decisões na Lua
(XVIII). A iluminação interior e a realização final do desejo no Sol (XIX) virão esclarecer se valeram tantos dissabores,
porque a recompensa ou o resultado final poderão ser doces ou amargos, de acordo com o Julgamento (XX). Assim se
manifesta uma obra de forma resoluta: ao concluir, adquirir a garantia da vitória ou a simples realização do desejo,
revela-se a necessidade de seguir adiante, rumo aos novos patamares abertos no Mundo (XXI).

SETE PASSOS DA EVOLUÇÃO

Os sete passos do setenário se agrupam em três etapas e todos conduzem à lógica e ao princípio da evolução: servem
como ponto de apoio para a realização de qualquer desejo. Estude, observe, avalie.
PREPARAÇÃO
1 – 8 – 15 = A vontade deve seguir a lei e a ordem para combater a arbitrariedade.
2 – 9 – 16 = A sabedoria e o conhecimento têm de ser progressistas e revolucionários.
3 – 10 – 17 = A natureza da criação precisa fluir livre e tranquilamente pela vida.
REAVALIAÇÃO
4 – 11 – 18 = O controle deve ser exercitado, mas livre de devaneios e dúvidas.
FINALIZAÇÃO
5 – 12 – 19 = A disciplina e o rigor das ideias conduzem à iluminação interior.
6 – 13 – 20 = A escolha certa e justa traz como resultado a recompensa esperada.
7 – 14 – 21 = A decisão pensada e analisada conduz ao resultado desejado.

Onde está o Louco?

Na estrutura binária temos a dialética humana, e o arcano Louco é parte integrante das grandes revoluções do
pensamento, das sociais às científicas ou religiosas; podemos dizer que, sem esse arcano inserido na alma, o homem
seria uma massa amorfa, sem evolução, e estaria fadado à inércia absoluta. Observe que a polaridade se processa com o
arcano Mago, ou seja, o Louco simboliza a difusão do inconsciente para a consciência, do caos para a ordem, do nada
para o absoluto – por essas razões aparece na estrutura binária. Porém, todo pensamento revolucionário tem como
resultado uma nova estruturação, planejamento e força direcional, que não fazem parte do arcano sem número; portanto,
ele não poderia estar presente na estrutura ternária, que discorre sobre o equilíbrio, tampouco na estrutura setenária, que
esclarece a evolução.
Bem, então se questiona: quer dizer que, uma vez revolucionando um sistema, seja pessoal, familiar ou social, ele se
torna ausente ou inerte? A resposta é não, pois o Louco estará oculto e prestes a atuar nas duas estruturas somente
quando for necessário, pois enquanto houver algum planejamento direcionado, ele não se manifestará. Você ousaria
mudar algo que está fluindo, dando certo? Não.
Embora nos tarôs clássicos essa carta não tenha valor numérico, por questões cartesianas e não simbólicas, vamos
considerar a numeração 22 somente para efeito de elucidação e para que se entenda como ele se encontra amalgamado
entre os arcanos. Simbolicamente, ele continua sem número, pois não aparece de forma real na estrutura – ele é uma
energia latente e, igualmente, o vácuo de tudo. Observe a soma nas tabelas a seguir e verifique como o Louco atua
secretamente nas duas estruturas.

O arcano Louco na estrutura ternária


1 2 3 1 + 21 = 22 2 + 20 = 22 3 + 19 = 22
4 5 6
7 8 9 4 + 18 = 22 5 + 17 = 22 6 + 16 = 22
10 11 12
13 14 15 7 + 15 = 22 8 + 14 = 22 9 + 13 = 22
16 17 18
19 20 21 10 + 12 = 22 11 + 11 = 22

O arcano Louco na estrutura setenária


1 2 3 4 5 6 7 1 + 21 = 22 2 + 20 = 22 3 + 19 = 22 4 + 18 = 22
8 9 10 11 12 13 14 5 + 17 = 22 6 + 16 = 22 7 + 15 = 22 8 + 14 = 22
15 16 17 18 19 20 21 9 + 13 = 22 10 + 12 = 22 11+ 11 = 22

OS ARCANOS MENORES – ESTRUTURA DECENÁRIA


Para Pitágoras, a década (10) é o número perfeito por excelência, pois representa os princípios divinos evoluídos e
reunidos em uma nova unidade. Da mesma forma que a mônada (1) evolui naturalmente para a tétrada (4), que encerra
em si a década (1 + 2 + 3 + 4 = 10), a década (10) se transforma na mônada (1 + 0 = 1) e assim sucessivamente, em um
ciclo eterno. O filósofo grego Prodo dizia que a década (dechomai = receber) é também mundana, é o mundo que recebe
as imagens de todos os números divinos, dos quais ele, sobrenaturalmente, participa. A estrutura quaternária e a
decenária estão intimamente ligadas, pois uma é a manifestação da outra e, como tal, se complementam – a evolução
dos seres, com o eterno viver, planejar, prosperar e expandir. A estrutura decenária (arcanos auxiliares) terá sempre uma
evolução linear, transitória, ascendente, percorrendo as formas concretas da vida até a realização ou a definição.
A numerologia não se aplica aos arcanos principais, pois há inúmeros arquétipos que só correspondem parcialmente
às cartas. Contudo, na estrutura dos arcanos auxiliares, a visão pitagórica dos números se ajusta perfeitamente – é a
única parte do tarô em que há uma adaptação na teoria metafísica dos números.
Notamos claramente quatro grupos distintos: princípio (1, 2 e 3), oposição (4, 5 e 6), equilíbrio (7, 8 e 9) e evolução
(10). Podemos considerar que o princípio do princípio (1), o princípio da oposição (4) e o princípio do equilíbrio (7) se
reportam à evolução (10), tendo como objetivo realizar a ideia prima (1); realizando a redução pitagórica, temos:

1=1
1 + 2 + 3 + 4 = 10 (1 + 0 = 1) = 1
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28 (2 + 8 = 10 = 1 + 0 = 1) = 1

Podemos também considerar que a oposição ao princípio (2), a oposição à oposição (5) e a oposição ao equilíbrio (8)
reproduzem uma fase transicional para a conclusão de cada estágio em que se encontra inserido – princípio (1, 2 e 3),
oposição (4, 5 e 6) e equilíbrio (7, 8 e 9) -, visto que:

1+2=3
1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 (1 + 5 = 6) = 6
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 = 36 (3 + 6 = 9) = 9

Estudar a estrutura numeral é um grande avanço para a compreensão das cartas numeradas, bem como para as
mensurações e potencialidades simbólicas de cada uma. Ao aprender a sequência, será possível classificar corretamente
o conceito de cada arcano, o que possibilita o aprendizado ou a exclusão de qualquer postulação equivocada sobre os
naipes em qualquer literatura de tarô.

LEI DOS NÚMEROS


1 Princípio
2 Oposição Princípio
3 Equilíbrio

4 Princípio
5 Oposição Oposição
6 Equilíbrio

7 Princípio
8 Oposição Equilíbrio
9 Equilíbrio

10 Evolução -----------

1. PRINCÍPIO – o número 1 (princípio do princípio) instaura a potencialidade irreversível de uma ideia/ação; no


entanto, sempre dependemos de terceiros para a realização dos objetivos. O número 2 (oposição ao princípio)
impõe certa limitação à vontade inicial (1), dependendo de concordâncias para a efetiva continuidade. O
primeiro conjunto da lei numérica encerra-se no número 3 (equilíbrio do princípio), fornecendo a retomada do
conceito inicial (1) com a devida superação do empecilho (2), dando continuidade ao projeto da situação (3 -4 ).
2. OPOSIÇÃO – o número 4 (princípio da oposição) revela conflitos em que a vontade pessoal (3) foi reformulada
ou não é mais acalentada. O número 5 (oposição à oposição) identifica o auge da problemática entre o mundo
interno e o externo (4): esvaziamento do poder, desperdício da vontade. O número 6 (equilíbrio da oposição)
termina essa tríade expondo a incontinuidade (4 -5), e revendo o problema inicial (4), escolhendo-se novos
patamares para se recuperar o tempo perdido (6 – 7).
3. EQUILÍBRIO – o número 7 (princípio do equilíbrio) identifica a tentativa de retorno ao poder pessoal, o
controle eficaz sobre a situação (1 – 3). O número 8 (oposição ao equilíbrio) assenta uma ruptura definitiva dos
padrões: a correção é compulsória, não havendo retorno às leis anteriores (1 – 7). O número 9 (equilíbrio do
equilíbrio) denota que todos os fatores, pessoais e sociais, estão reorganizados e o tempo se encarregará da
solução final (9 – 10).
4. EVOLUÇÃO – o número 10 (evolução) simboliza a conclusão de tudo, a realização da ideia de uma forma
plena e irreversível, o término de todas as variáveis ocorridas nos três conjuntos anteriores (de forma positiva ou
não). Também sinaliza novos patamares, ciclo de vida com progresso e desenvolvimento.

REALIZAÇÃO DA VIDA

Todo desejo, toda vontade, poderá ser realizada – revela enfaticamente um guru esotérico e muitas literaturas de
autoajuda, de neurolinguística ou motivacional... No entanto, a realidade não é bem assim!

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