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Silvano

Estou aqui para ajuda-lo a determinar as fronteiras de sua


vida: onde começa e termina algo. Então, não interfira no
andamento das coisas.

Deus dos Limites Selvagens


Silvano é o Deus Romano das florestas, dos bosques intocados pelos homens, dos pastos e pastores, do
gado, da música, da homossexualidade, das fronteiras entre o campo e as cidades e dos portos. Algumas
fontes dizem ser filho de Fauno com Flora, mas há certa obscuridade nesta afirmação. É equiparado a
alguns Deuses (Fauno, Sileno, Pã, Aegipan, Marte, Apolo, Selvans, Antinous e Inuus), principalmente com
Fauno e Pã, entretanto, em seus mitos pode-se notar pequenas distinções entre eles que os classificam
como seres diferentes e não faces
de um único deus. Seu nome
significa “Da Mata”.

A única história mitológica


conhecida a seu respeito é de que
estava apaixonado por Cupressus
e, por acidente, matou uma das
gazelas deste, o que levou o
amado a morrer de desgosto. Em
sua memória, Silvano
metamorfoseou Cupressus em
Cipreste e, por isso, sempre é
representado carregando um
ramo desta árvore ou ao lado da
mesma. Algumas fontes alegam
ser consorte de Pomona, mas são
raras exceções. O que é sempre
dito é que era apaixonado por Cupressus, o que o torna um deus ligado à homossexualidade ou, no
mínimo, à bissexualidade. Vale ressaltar ainda que este mito é semelhante ao de Apolo com Ciparisso.

Pelo mito acima também podemos distingui-lo do Deus Grego Pã, pois a árvore que representa Pã é o
pinheiro e não o cipreste. Contudo, assim como Pã, Silvano se comprazia em aterrorizar viajantes incautos
que se aventuravam pelos seus domínios, causando terror sem sentido. Também, assim como todas as
divindades pastoris, é um Deus da Música.

É uma divindade que se compraz no crescimento das plantações e árvores de forma selvagem, sem a
interferência humana. Como Deus agreste, protege os campos e o gado, promovendo a fertilidade do
rebanho e afastando os lobos predadores. Silvano foi o primeiro Deus que veio a separar o campo com as
cidades, delimitando limites entre as propriedades. Por isso é dito que existiam três Silvani (daí surgindo
uma outra forma de seu nome: Silvanus): o domesticus Silvano (protetor das casas), o agrestis Silvano
(protetor dos campos e dos pastores) e o Silvano orientallis (protetor das fronteiras, dos limites onde uma
propriedade começa).

Através dessa atribuição também podemos distingui-lo do Deus Fauno, pois, enquanto Fauno mantém
residência permanente no campo, não gostando de ir às cidades, Silvano é mais “sociável” e tinha até
mesmo dois templos nos territórios urbanos. Com Marte foi equiparado, e até chamado de Mars Silvano,
em virtude de ser ambos Deuses serem protetores do gado. Essa associação também foi realizada em
virtude de Marte ser um dos Deuses que representam o princípio masculino e Silvano não aceitar mulheres
em seu culto e sacerdócio; as mulheres não estavam sequer autorizadas a testemunhar os rituais em sua
adoração.

Recentemente também foi confundido com Antinous, visto que


uma imagem deste Deus com as mesmas representações e
ornamentos foi encontrada em 1.907 na Itália na cidade de
Lanuvium, além do aspecto homossexual que as duas divindades
carregam entre si. Também equiparado à Aegipan (por ser um
Deus-Bode), Inuus (pelo aspecto de fertilidade), Selvans (Deus
Etrusco das florestas com um nome muito semelhante a Silvano) e
Sileno (ainda não estou convencido do porquê; provavelmente por
tabela pela comparação a Pã e Fauno).

Silvano é representado de várias formas: um homem jovem e


másculo, totalmente humano; um homem baixo com pernas de
cabra, mas sem chifres; um homem velho muito alegre
acompanhado das Silvanae (ninfas mulheres-bode), porém, sem
desejo algum por elas sendo mais tratado como pai do que como
amante. Em todas essas representações é acompanhado pelo
galho de cipreste, frutas dos bosques (por vezes uvas), uma flauta
(por vezes uma sirynx, o que ajuda a confundi-lo com Pã) e um
podão ou foice. Por vezes é representado nu, mas nunca com
expressões lascivas, ou com roupas rústicas que chegam até os
joelhos. E sempre está barbudo.

Os sacerdotes de seu culto eram bastante respeitados e tinham


imensa reputação. Em sua adoração, os sacerdotes consagram
arvoredos como a demonstrar que não há lugar em que não haja a
presença divina. Há indícios de festivais criados em sua honra,
mas, quanto a data em que eram celebradas não há indícios.
Oferendas dedicadas a Silvano são o porco, leite, abacaxi, espigas
de milho, uvas, vinho e carne (também de porco). O cachorro
também é um dos símbolos de Silvano. É interessante notar que,
Antinous, Lanuvium 1.907 – Itália mesmo vinho sendo oferecido a Ele, é um Deus que é sempre visto
Imagem muito semelhante a Silvano sóbrio e jamais bêbado.

Assim como existem os faunos, que são entidades menores e distintas do Deus Fauno, também existem os
silvanos, que são habitantes das florestas e também entidades menores, mas distintas de Silvano. Muitos
autores confundem os silvanos com os faunos, contudo, são seres diferentes, assim como também são
distinguíveis dos sátiros e silenos.
Suas faces
 Deus Silvano
 Deus Pã
 Deus Aegipan
 Deus Inuus
 Deus Marte
 Deus Apolo
 Deus Selvans
 Deus Fauno
 Deus Sileno
 Deus Antinous
Epítetos
 Littoralis (Das praias / Dos limites entre terra
e mar)
 Lar Agrestis (Deus das Fazendas)
 Mars Silvano (epíteto de sincretismo entre os
Deuses Silvano e Marte)

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