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Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. Doutora Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana
Orientadora: Prof. Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen
Vogal: Prof. Doutor Vasco Manuel Araújo Peixoto de Freitas
Outubro 2014
AGRADECIMENTOS
A conceção desta dissertação corresponde ao final de um longo percurso, que pressupôs um trabalho
pessoal de ponderação, investigação e inspiração. Por esta razão, desejo expressar a minha
admiração, o meu apreço e os meus sinceros agradecimentos a todos os que, com a sua ajuda,
contribuíram para a sua concretização.
Em primeiro lugar, agradeço à minha orientadora científica, a Professora Doutora Inês Flores-Colen,
pela sua disponibilidade e apoio; por toda a informação transmitida; pelas críticas, correções e
sugestões; pela preocupação demonstrada e principalmente pela sua boa disposição e otimismo
contagiantes quando eu desanimava.
Aos meus amigos agradeço pela confiança e força transmitidas, pelo companheirismo e pelos
momentos de distração.
Agradeço à minha família por todo apoio e incentivo, que nunca deixou de acreditar e apostar em
mim.
Agradeço ao Hugo, pela ajuda no tratamento de algumas imagens e principalmente pelo seu amor,
carinho e paciência, durante a realização deste trabalho.
Ao meu irmão Miguel, agradeço pelas suas críticas relativas à apresentação e pela ajuda prestada na
utilização de algumas ferramentas do word.
Para finalizar, agradeço aos meus pais por toda motivação e preocupação constantes, pela paciência
e compreensão. Um especial obrigado ao meu pai pelos conselhos académicos, revisão do texto e
críticas construtivas que fez durante o desenvolvimento deste trabalho.
iii
RESUMO
A pesquisa bibliográfica realizada no âmbito desta dissertação revelou uma diminuta existência de
publicações ou informação técnica sistematizada de apoio ao Engenheiro Civil envolvido em
inspeções ou em projetos de reabilitação. Neste sentido, constata-se a necessidade e importância de
sistematizar a informação atualizada com vista à elaboração de elementos de suporte ao diagnóstico
em serviço.
Esta dissertação pretende dar uma contribuição para minimizar o problema identificado, tendo como
objetivos a identificação, sistematização e divulgação das técnicas de diagnóstico aplicáveis a
edifícios a reabilitar, através da sua organização na forma de um catálogo, de modo a permitir uma
consulta rápida e expedita de cada técnica. O trabalho realizado resultou na conceção de um
catálogo que incluísse as técnicas de diagnóstico existentes, aplicadas a elementos não-estruturais e
organizadas em fichas individuais para cada técnica. Com este objetivo foi reunida, analisada e
sistematizada a informação referente a várias técnicas, tendo sido produzidas 20 fichas.
v
ABSTRACT
The natural degradation of buildings justifies the need to study and investigate the best practices for
their rehabilitation. Buildings gradually acquire several defects during their lifetime, so conducting a
preliminary assessment of diagnosis is the first step towards an intervention in service. To diagnose
the non-structural part of buildings, professionals of Civil Engineering must be aware of the existing
diagnosis techniques applied to these elements and, in this way, perform a more objective inspection
for the detection and monitoring of defects over time, supporting maintenance and rehabilitation
actions.
The bibliographic research conducted, in the context of this dissertation, revealed a diminished
existence of publications and systematic technical information to support the civil engineer involved in
inspections or rehabilitation projects. In this regard, it notes the need and importance of systematizing
the updated information on the drafting of supporting elements of the diagnosis in service.
This thesis aims to make a contribution to minimize the identified problem, having as objectives the
identification, systematization and dissemination of diagnostic techniques applicable to rehabilitate
buildings, through their organization in the form of a catalog, in order to allow a quick and expeditious
consultation of each technique. The work resulted in the design of a catalog that includes the existing
diagnosis techniques, applied to the non-structural elements and organized into individual sheets for
each technique. With this goal, was gathered, analyzed and systematized the information pertaining to
various techniques, in which 20 sheets were produced.
vii
ÍNDICE GERAL
RESUMO ..................................................................................................................................................v
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 1
2.4.1 “Defect Action Sheet” e “Good Building Guide” – BRE (1982; 1996) ............................ 37
ix
2.4.5 Fichas de Patologia – PATORREB (2004) .................................................................... 42
x
ÍNDICE DE FIGURAS
xi
Figura 2.39 Medidor de pH .................................................................................................................... 29
Figura 2.40 Condutivímetro ................................................................................................................... 29
Figura 2.41 Humidímetro ....................................................................................................................... 30
Figura 2.42 Ensaio tubo de Karsten ...................................................................................................... 30
Figura 2.43 Ensaio com o aparelho ISOMET........................................................................................ 31
Figura 2.44 Aparelho para medição da permeabilidade ao vapor de água .......................................... 31
Figura 2.45 Higrómetro.......................................................................................................................... 31
Figura 2.46 Exemplo da primeira página de uma “Defect Action Sheet” .............................................. 37
Figura 2.47 Exemplo da primeira página de uma ficha “Good Repair Guide” ...................................... 37
Figura 2.48 Exemplo de uma ficha de reparação de anomalias proposta pelo LNEC ......................... 38
Figura 2.49 Exemplo de ficha publicada pelo CIB W086 ...................................................................... 39
Figura 2.50 Exemplo de uma ficha do relatório do CIB de 2013 .......................................................... 41
Figura 2.51 Exemplo de uma “Fiche Pathologie du bâtiment” .............................................................. 42
Figura 2.52 Exemplo de uma das Fichas de Patologia publicadas no site do Grupo de Estudos
PATORREB (Campo correspondente à “Descrição da Patologia”) ...................................................... 43
Figura 2.53 Exemplo de uma Ficha de Reabilitação ............................................................................ 44
Figura 2.54 Exemplo de ficha de inspeção e ensaio, pág. 1/4 e 2/4 .................................................... 45
Figura 2.55 Exemplo de ficha de inspeção e ensaio, pág. 3/4 e 4/4 .................................................... 46
Figura 2.56 Exemplo de uma ficha de intervenção ............................................................................... 47
Figura 2.57 Exemplo de ficha de técnica de diagnóstico ...................................................................... 48
Figura 3.1 Proposta de modelo de ficha de técnicas de diagnóstico (frente) ....................................... 54
Figura 3.2 Proposta de modelo de ficha de técnicas de diagnóstico (verso) ....................................... 55
Figura 3.3 Exemplo de referência ......................................................................................................... 56
Figura 4.1 Ilustração esquemática dos elementos construtivos não estruturais do edifício corrente 65
xii
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1 Resultados estatísticos do número de edifícios em Portugal e da sua época de construção
................................................................................................................................................................. 4
Quadro 2.2 Estrutura de apresentação das paredes exteriores dos edifícios ........................................ 7
Quadro 2.3 Síntese dos revestimentos mais comuns em paredes exteriores e anomalias associadas 9
Quadro 2.4 Tipologias dos revestimentos de pisos .............................................................................. 16
Quadro 2.5 Quadro síntese de anomalias mais correntes em elementos não-estruturais exteriores de
um edifício ............................................................................................................................................. 18
Quadro 2.6 Quadro síntese de anomalias mais correntes em elementos não-estruturais interiores de
um edifício ............................................................................................................................................. 19
Quadro 2.7 Técnicas de perceção sensorial ......................................................................................... 21
Quadro 2.8 Técnicas de ação mecânica ............................................................................................... 24
Quadro 2.9 Técnicas de propagação de radiação eletromagnética ..................................................... 27
Quadro 2.10 Técnicas de reação química ............................................................................................ 28
Quadro 2.11 Técnicas elétricas ............................................................................................................. 30
Quadro 2.12 Técnicas hidrodinâmicas .................................................................................................. 30
Quadro 2.13 Técnicas higrotérmicas .................................................................................................... 31
Quadro 2.14 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico às anomalias ......................... 33
Quadro 2.15 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico aos elementos não-estruturais
exteriores de um edifício ....................................................................................................................... 34
Quadro 2.16 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico aos elementos não-estruturais
interiores de um edifício ........................................................................................................................ 35
Quadro 2.17 Quadro síntese dos métodos de análise e diagnóstico de anomalias ............................. 49
Quadro 4.1 Índice do catálogo de fichas de diagnóstico de elementos não-estruturais em edifícios
correntes ................................................................................................................................................ 64
Quadro 4.2 Resumo das técnicas de diagnóstico desenvolvidas em fichas ...................................... 106
xiii
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos 20 anos assistiu-se a um nível de desenvolvimento do país que, no âmbito da construção
civil viabilizou um crescimento acelerado da construção de edifícios (Amaral, 2011). Atualmente o
ritmo de construção de novos imóveis abrandou drasticamente e torna-se necessário apoiar as
intervenções de edifícios em serviço associadas a trabalhos de reabilitação.
A reabilitação tem em vista corrigir as anomalias que os edifícios vão adquirindo ao longo do seu
tempo de vida útil, pois grande parte é gravosa para a segurança pública, segurança dos utentes dos
edifícios ou mesmo para a segurança do próprio edifício (sujeito a eventual colapso). No caso de
anomalias não-estruturais, o colapso da estrutura não está em causa, exceto nos casos em que a
anomalia não-estrutural se agrava tanto, que acaba por se transformar num problema estrutural.
Devido às inúmeras técnicas de ensaios existentes torna-se difícil o trabalho de diagnóstico nos
diferentes elementos não-estruturais. Assim, no caso das construções recentes torna-se necessário
um conjunto de técnicas que permita realizar uma inspeção detalhada dos seus elementos não-
estruturais, idealmente organizado sob a forma de um catálogo, que possibilite a constituição de uma
base de dados de fichas técnicas sobre diagnóstico em construções correntes.
Neste contexto, torna-se relevante uma sistematização dessas técnicas de ensaio adequadas à
caracterização do real estado dos elementos construtivos dos edifícios correntes e o diagnóstico das
respetivas anomalias, de forma a tornar as inspeções em serviço mais céleres e menos dependentes
da experiência do inspetor, ou seja, com menor subjetividade.
O objetivo geral deste trabalho de investigação é o estudo das técnicas de diagnóstico e a sua
sistematização em fichas tipo. São objetivos específicos desta dissertação os seguintes:
1
o Produzir um catálogo de técnicas de diagnóstico para elementos não-estruturais em edifícios
correntes, que possa ser utilizado por engenheiros civis ou técnicos na sua atividade de
inspeção e de preparação dos trabalhos de reparação a realizar.
No presente trabalho de investigação foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada em livros,
publicações em revistas científicas, atas de congressos e conferências, documentos normativos, com
especial destaque para as referências internacionais. A busca de informação recaiu também em
teses de doutoramento e mestrado, publicações de organismos nacionais e internacionais e ainda
documentos didáticos e material utilizado em disciplinas escolares sobre o tema. Uma vez que é um
trabalho essencialmente de recolha e organização de informação, a qualidade das pesquisas é um
fator muito importante num documento deste tipo, pelo que se tentou utilizar o máximo de referências
internacionais.
No capítulo 1 é apresentado o tema da dissertação e feita uma breve introdução, são definidos os
objetivos a atingir e exposta a metodologia utilizada.
O capítulo 2 consiste no Estado da Arte relativa à patologia e diagnóstico de edifícios correntes, onde
se faz a caraterização do edifício corrente, a exposição das técnicas de diagnóstico não-destrutivas e
uma listagem, incluindo uma breve descrição, dos métodos existentes de análise e diagnóstico de
anomalias.
2
2 PATOLOGIA E DIAGNÓSTICO DE EDIFÍCIOS CORRENTES
Neste capítulo, referente ao “estado da arte”, são abordadas as temáticas mais importantes para uma
melhor compreensão do património construído e dos problemas que advêm do seu uso ou da sua
exposição aos agentes agressivos, nomeadamente agentes climatéricos, ações de choque e erosão,
agentes biológicos, ação química da poluição e dos sais contidos na água e no solo. Neste contexto,
é feita uma caracterização e tipificação dos edifícios, incluindo uma breve contextualização histórica.
É feita uma apresentação das várias partes constituintes de um edifício corrente, sendo identificadas
as principais anomalias sofridas pelos seus elementos não-estruturais. São também apresentadas as
técnicas de diagnóstico mais relevantes, aplicadas a elementos não-estruturais. No final de cada
subcapítulo são apresentados quadros síntese sobre as temáticas abordadas.
É normalmente aceite que os edifícios podem ser divididos em dois grandes grupos, conforme a sua
época de construção (Cóias, 2006):
Figura 2.1 Exemplo de edifício antigo [W1] Figura 2.2 Exemplo de edifício corrente [W2]
3
Segundo vários autores (Freitas, 2012; Cóias, 2006), os edifícios antigos distinguem-se dos edifícios
correntes pela sua época de construção, ou seja, eram a construção predominante até à segunda
guerra mundial. Com a guerra, apareceram as estruturas de betão armado, as quais passaram a ser
muito frequentes. Incluem-se no grupo dos edifícios antigos, o património monumental, os edifícios
classificados e o património corrente em que a pedra, a madeira, a cal e o vidro são materiais
dominantes.
Os edifícios antigos (Figura 2.1) têm em comum o recurso a materiais predominantemente naturais e
pouco transformados e a técnicas que não evoluíram de forma muito significativa ao longo dos
tempos. Verifica-se a existência de padrões comuns na construção antiga que se mantiveram durante
séculos. Normalmente, as intervenções de reabilitação em edifícios antigos são condicionadas por
limitações impostas pelas entidades municipais e instituições ligadas ao património, com maiores
limitações em intervenções no património classificado (Freitas, et al., 2012). Estes edifícios não fazem
parte do âmbito do presente trabalho.
A partir dos anos sessenta do século XX, registou-se em Portugal um forte crescimento de novas
habitações em torno dos grandes centros urbanos, de forma a suprir as carências habitacionais da
época. Como consequência, a maior parte dos edifícios têm data de construção posterior a 1960
(Paiva et al., 2006). Os resultados estatísticos dos Censos de 2011 apresentam, em Portugal, um
aumento de 3.160.043 edifícios em 2001, para 3.544.389 edifícios em 2011. Observou-se um
aumento de 12,2%, o que significa que há mais 384.346 edifícios. O estado de conservação dos
edifícios, de acordo com os critérios aplicados nos Censos 2011, revela que apenas 1,7% dos
edifícios se encontram muito degradados e 27,3% necessitam de reparações. A maioria dos edifícios,
71% que correspondem a 2.519.452, encontra-se em bom estado de conservação e não necessitam
de reparações. Estes resultados são consequência direta de um parque habitacional pouco
envelhecido, reflexo da dinâmica construtiva das últimas décadas (INE, 2011).
Quadro 2.1 Resultados estatísticos do número de edifícios em Portugal e da sua época de construção
(fonte: INE, 2011)
Antes 1919- 1946- 1961- 1971- 1981- 1991- 1996- 2001- 2006-
Total
de 1919 1945 1960 1970 1980 1990 1995 2000 2005 2011
3.544.389 206.343 305.696 387.340 408.831 588.858 578.845 268.179 290.292 300.635 209.370
Pela observação do Quadro 2.1, pode-se concluir que a maioria dos edifícios existentes em Portugal
é classificada por edifícios correntes, pois em 3.544.389 edifícios contabilizados nos censos de 2011,
apenas 512.039 pertencem ao grupo de edifícios antigos.
Este trabalho incide sobre os edifícios correntes de estruturas em betão armado (alguns autores
utilizam a designação de edifícios recentes).
4
2.2.1 Caracterização e tipificação construtiva dos edifícios
Cóias (2006) considera que um edifício pode ser analisado em quatro perspetivas principais:
Estes tópicos são analisados de seguida, tendo em consideração os materiais constituintes de cada
elemento, tal como as principais anomalias a que estão sujeitos. Não são abordadas as anomalias da
estrutura e fundações pois não são objeto deste trabalho.
Trata-se do local onde se encontra a habitação e do modo como o edifício se encontra posicionado e
orientado (Cóias, 2004). A localização de um edifício tem uma grande importância na sua
durabilidade e manutenção, maioritariamente pelas condições ambientais envolvidas. Consoante a
sua localização, os edifícios estão sujeitos a diferentes condições ambientais, que pressupõem
diferentes conceções, materiais e pormenores construtivos. Por exemplo, os edifícios situados perto
da orla marítima estão sujeitos a uma deterioração mais rápida do que os outros situados no interior.
5
encontra numa encosta de grande inclinação, o que poderá conduzir a alguns problemas patológicos
no futuro.
A exposição a Sul e a Poente, por se encontrarem mais expostas à incidência solar e à chuva
incidente (chuva + vento), exigem uma melhor e adequada conceção das fachadas e do
guarnecimento dos vãos (IPMA, 2013).
2.2.3 Envolvente
A “envolvente” corresponde à “pele” do edifício: é tudo o que está diretamente exposto aos agentes
climatéricos, ações de choque e erosão, ação química da poluição e dos sais contidos na água e no
solo. Deve ser resistente a estes agentes, esteticamente agradável e, ao mesmo tempo, impedir a
entrada da água para o interior do edifício e isolá-lo termicamente (Veiga et al., 2004; Cóias, 2006;
Magalhães, 2002). Por conseguinte, fazem parte da envolvente, as fachadas, as coberturas e as
portas e janelas, que são analisados a seguir.
Veiga et al. (2004) refere ainda que os revestimentos são, em geral, dos primeiros a necessitar de
intervenções. A função que lhes cabe de proteção das paredes torna a sua manutenção de grande
importância para a conservação das construções.
Quanto às fachadas e revestimentos exteriores (Figura 2.4), como referido, estão em contacto
permanente com o exterior e estão sujeitas às adversidades climatéricas, ações de choque, entre
outros. Deste modo, devem responder a algumas exigências funcionais, como o comportamento
mecânico, o conforto higrotérmico, a estanqueidade à água, o isolamento ao ruído, a segurança
contra incêndios e a sustentabilidade dos edifícios (Alves, 2001).
6
Figura 2.4 Exemplo de fachadas e paredes exteriores de um edifício (fonte: HAPM, 2001)
No Quadro 2.2, coluna da esquerda, apresenta-se a classificação das paredes exteriores dos
edifícios antigos tal como proposto por Freitas et al. (2012); na coluna do lado direito apresenta-se em
complemento uma proposta para edifícios correntes adaptada da divisão anterior.
7
Segundo Cóias (2006), existe um grande número de possibilidades quanto à tipologia e ao
revestimento das fachadas. Já no que respeita à sua constituição, a variabilidade não é tão grande:
as construções mais recentes são de tijolo cerâmico ligeiro ou de blocos de betão, mas também
podem ser de betão armado ou de blocos de betão celular ou de material autoclavado (Cóias, 2004;
Alves, 2001).
A constituição mais comum das fachadas de edifícios correntes inclui geralmente panos de alvenaria,
por exemplo, uma dupla fiada de tijolos ou blocos com ou sem caixa-de-ar drenada e ventilada, com
pano exterior bem confinado e grampeado ao pano interior, e isolamento térmico (ver Figura 2.5).
Normalmente, a face exposta é rebocada e sobre esta é aplicada uma pintura ou é revestida com
azulejo ou material pétreo (Cóias, 2004).
As manifestações patológicas com maior expressão nas paredes exteriores são os fenómenos de
fissuração e os defeitos associados à ação da humidade. Das manifestações de humidade
potenciadoras de anomalias em paredes convém salientar aquelas que dizem respeito à humidade do
terreno, à humidade de precipitação e à humidade de condensação (Ferreira, 2010).
Deste modo, com base em vários autores, são destacados os seguintes revestimentos de paredes
exteriores para edifícios correntes:
o revestimentos cerâmicos;
o revestimentos pétreos;
o revestimentos cimentícios;
o revestimentos por pinturas.
Apenas são referidos estes revestimentos, pois são considerados os mais comuns em Portugal. No
Quadro 2.3 é apresentada uma síntese destes revestimentos, tal como as principais anomalias a
estes associadas.
8
Quadro 2.3 Síntese dos revestimentos mais comuns em paredes exteriores e anomalias associadas
Revestimentos Anomalias
O papel dos revestimentos nos edifícios é essencialmente estético, contribuindo, não só para a
definição da sua imagem, mas também, para a qualidade do espaço urbano. Ainda que proporcionem
alguma proteção, esta corresponde ao limite de resistência do revestimento aos agentes de
degradação, principalmente, aos agentes atmosféricos.
9
(a) (b) (c)
Devido à sua maior exposição aos agentes climatéricos, também os elementos singulares como as
varandas existentes nas fachadas sofrem, frequentemente, de problemas de estanqueidade, de
isolamento térmico e de conservação dos materiais.
2.2.3.2 Coberturas
A cobertura (ver Figura 2.7) guarnece o topo do edifício e tem a função de proteger a construção da
chuva, do vento, da neve, do calor e do frio. Deverá proporcionar ainda conforto térmico, segurança
ao fogo, segurança estrutural, segurança contra intrusão e também captar e distribuir as águas
pluviais (Garcez et al., 2012). Segundo a sua forma de inclinação exerce uma influência essencial
sobre o aspeto do conjunto de um edifício.
Deste modo, para efeitos deste trabalho consideraram-se como partes constituintes das coberturas
os revestimentos, as instalações (algerozes, caleiras, entre outros) e outros elementos singulares,
como chaminés, beirados, entre outros.
10
Figura 2.7 Exemplificação de cobertura de um edifício (fonte: HAPM, 2001)
o As coberturas planas ou em terraço (ver Figura 2.8) são constituídas por materiais dispostos
em camadas horizontais ou próximo dessa posição e são compostas pelos seguintes
elementos principais: estrutura resistente, suporte da impermeabilização, isolante térmico,
sistema de impermeabilização e revestimento de proteção. Existem diversos tipos de
revestimentos como o asfalto, ladrilhos de diversos tipos, ajardinadas, entre outros. As
coberturas planas podem ser acessíveis ou não (Silva & Gonçalves, 2001; Cóias, 2006).
Segundo vários autores (Freitas et al., 2012; Lopes et al., 2004), as coberturas inclinadas podem ser
de vários tipos, conforme apresentado na Figura 2.9:
11
Cobertura de uma água – cobertura inclinada constituída por uma vertente.
Segundo Lopes et al. (2004), em Portugal, as coberturas inclinadas são bastante mais frequentes que
as coberturas em terraço, inclusive a telha cerâmica é estimada como o revestimento predominante
das coberturas inclinadas. Por conseguinte, as anomalias mais comuns que se verificam nas
coberturas inclinadas com revestimentos de telha cerâmica são (Cruz & Aguiar, 2009; Garcez et al.,
2012):
Nas coberturas planas, as principais anomalias ocorrem ao nível das telas de impermeabilização
(Silva & Gonçalves, 2001; Walter et al., 2005; Paiva et al., 2006; Cruz & Aguiar, 2009):
o fissuração;
o empolamentos;
o perfuração;
o arrancamento;
o formação de pregas;
o remates deficientes.
12
A duração dos revestimentos impermeabilizantes pode ser drasticamente reduzida, sobretudo, por
uma conceção deficiente, mas também pela fraca qualidade dos materiais ou da sua aplicação
(Cóias, 2006).
As juntas de dilatação são, igualmente, locais suscetíveis de originar problemas, especialmente, tal
como acontece com as impermeabilizações, se a sua conceção ou execução forem deficientes (Silva
& Gonçalves, 2001).
As portas e as janelas são os elementos que constituem a caixilharia das fachadas. Um bom
guarnecimento dos vãos tem reflexos muito importantes na climatização do edifício e assim na
redução do consumo de energia. Existem vários tipos de caixilharia: quanto às janelas estas podem
ser de batente, de correr, basculantes ou de guilhotina; já as portas apenas podem ser de batente, de
correr ou articuladas (Cóias, 2004).
Nas construções antigas o material predominante das caixilharias é a madeira, enquanto nos edifícios
correntes são utilizadas maioritariamente caixilharias de alumínio, P.V.C. ou madeira (Cóias, 2006).
As Figura 2.10 e 2.11 são exemplos de elementos de caixilharia utilizados em edifícios correntes.
Figura 2.10 Exemplo de caixilharias em alumínio de Figura 2.11 Exemplo de caixilharias em madeira de
portas e janelas [W7] portas e janelas [W8]
Estes elementos estão em contacto com o exterior e por isso sujeitos aos agentes de deterioração.
Os materiais constituintes das caixilharias, como madeiras, metais ou pedras, começam a perder
funcionalidades e operacionalidade, bem como a deteriorarem-se esteticamente.
o condensações;
o descolamentos;
o empenos;
o deficiente estanqueidade à água e ao ar;
o mau isolamento térmico e sonoro;
o mau funcionamento;
o acumulação de detritos/vegetação;
o baixo nível de proteção contra a intrusão.
13
Grande parte destas anomalias advém de uma deterioração precoce dos materiais constituintes das
caixilharias.
2.2.4 Interiores
São considerados interiores, todos os elementos construtivos que não estejam em contacto com o
exterior, como se ilustra na Figura 2.12. São exemplos destes elementos, entradas, escadas, áreas
anexas, garagens, caves, arrecadações, paredes divisórias, pavimentos, tetos, sótãos, e caixilharias
interiores (Cóias, 2004).
Figura 2.12 Exemplo de paredes interiores e pavimentos de um edifício (fonte: HAPM, 2001)
No interior dos edifícios, o maior agente de deterioração é a água, conduzindo à degradação, mais ou
menos rápida, dos revestimentos, acabamentos e componentes interiores. Daí a importância da
manutenção regular para evitar a degradação das condições de habitabilidade e de conforto do
edifício (Paiva et al., 2006; Sousa et al., 2003).
Esta secção inclui a entrada do edifício, as áreas anexas, as escadas, as caves, a garagem, os
sótãos e outras partes comuns. As principais anomalias da entrada e acessos resultam da falta de
resistência ao uso e ao desgaste dos revestimentos dos pavimentos e paredes (Figura 2.13) (Paiva et
al., 2006).
Nas caves, arrecadações e garagens (Figura 2.15) os principais problemas são a estanqueidade das
zonas enterradas e a durabilidade dos materiais de revestimento, além da ventilação dos espaços
(Cóias, 2006). Quanto aos sótãos, a humidade é um dos maiores problemas, devido normalmente, ao
deficiente isolamento térmico e às infiltrações.
14
B
Figura 2.13 Fissura em Figura 2.14 Desgaste em coberturas Figura 2.15 Infiltrações no pavimento
revestimento de entrada de um de pedra em escada [W9] de garagem [W10]
edifício corrente
As Figuras 2.13, 2.14 e 2.15 ilustram, respetivamente, exemplos de uma entrada de um edifício,
umas escadas de acesso aos pisos e uma garagem num piso enterrado; servem apenas para
exemplificar algumas das áreas comuns dos edifícios correntes. Relativamente à Figura 2.13, é
notória uma grande fissura no revestimento pétreo da parede, indicado em B. Na Figura 2.14 é
possível a observação de algumas anomalias, como o desgaste das escadas, a fratura nalgumas
zonas do revestimento de mármore e algum descasque na pintura das paredes. A Figura 2.15
apresenta um grave caso de falta de estanqueidade da zona enterrada de garagem.
Trata-se de divisões que têm em comum a presença de equipamentos e instalações essenciais para
o dia-a-dia, envolvendo a utilização de água, um importante agente de deterioração. Os principais
problemas estão associados às fugas e infiltrações de água (que podem afetar também, os
compartimentos vizinhos, ver Figura 2.16 e Figura 2.17), à condensação de humidade, à deficiente
ventilação, à reduzida durabilidade do equipamento e ao deficiente isolamento acústico (Sousa et al.,
2003; Paiva et al., 2006).
As Figura 2.16 e Figura 2.17 exemplificam anomalias relativas a infiltrações em cozinha e casa de
banho, respetivamente, possivelmente provenientes do andar superior.
15
Figura 2.16 Infiltração em cozinha [W11] Figura 2.17 Infiltração em casa de banho
As paredes interiores delimitam os vários compartimentos de cada piso; são usualmente constituídas
por panos de alvenaria e estucadas mas também podem ser revestidas de madeira, cerâmicos ou
pétreos. As anomalias mais comuns em elementos interiores, como tetos, pavimentos, paredes e
caixilharias, são (Ventura, 2013; Cóias, 2006):
o manchas de humidade;
o deficiente isolamento sonoro e térmico;
o deterioração precoce dos revestimentos (biodeterioração);
o sujidade;
o fissuração;
o desprendimentos, descolamentos;
16
o esmagamento, lascagem;
o desgaste, riscagem;
o escorregamento;
o eflorescências e criptoflorescências;
o empolamento;
o perda de coloração;
o bolhas;
o fungos de podridão, ataque de xilófagos.
Nos Quadro 2.5 e 2.6 é apresentada uma síntese de relação entre as principais anomalias que
ocorrem em Portugal e os elementos não-estruturais de edifícios correntes.
Num processo de reabilitação de edifícios existentes é imprescindível avaliar o seu estado atual para
que seja possível propor soluções que permitam atingir o desempenho desejado. A reabilitação deve
ser adaptativa, pelo que não há estratégias pré-definidas, é necessário um diagnóstico específico e
fundamentado, que permita propor uma metodologia técnica e economicamente adequada (Freitas et
al., 2012; Paiva et al., 2006). O presente subcapítulo aborda as técnicas de diagnóstico mais
relevantes para edifícios correntes.
Técnicas de diagnóstico são qualquer tipo de ensaio praticado a uma amostra com a finalidade de
avaliar as suas propriedades. Vários autores (Cóias, 2006; Padrão, 2004; Flores-Colen, 2009),
classificam as técnicas de diagnóstico em termos de:
17
Quadro 2.5 Quadro síntese de anomalias mais correntes em elementos não-estruturais exteriores de um edifício
(Fais & Casula, 2010; Amaro et al., 2013; Flores-Colen et al., 2008; Gaião et al., 2012; Garcez et al., 2012; Medeiros, 2010)
18
Quadro 2.6 Quadro síntese de anomalias mais correntes em elementos não-estruturais interiores de um edifício
(Fais & Casula, 2010; Amaro et al., 2013; Flores-Colen et al., 2008; Gaião et al., 2012; Garcez et al., 2012; Medeiros, 2010)
Entrada e zonas comuns Cozinhas e casas de
Pavimentos Tetos Paredes Interiores
Anomalias interiores banho
Alvenarias Revestimentos Revestimentos Instalações Revestimentos Revestimentos Alvenarias Revestimentos
Fissuração X X X X X X
Fraturação X X X X
Empolamento X X X
Desprendimento/descolamento X X
Destaque laminar, desgaste,
desagregação granular, X X X
alveolização
Degradação/perda de material
X X X X
de refechamento de juntas
Lacuna de material X X X
Colonização biológica X
Vegetação parasitária
Eflorescências/
X X X X
criptoflorescências
Manchas de humidade X X X
Sujidade X X X
“Fantasmas”
Marcas de escorrência
Graffiti
Alterações
X
cromáticas/descolorações
Deficiente isolamento térmico
X X X X X
e/ou acústico
Acumulação de detritos
Condensações X X X X X X
Deficiente estanqueidade X X X X
19
Existem várias técnicas de diagnóstico para avaliar o estado de degradação de uma construção,
desde a simples, mas fundamental, inspeção visual, até à realização de ensaios laboratoriais sobre
amostras recolhidas em obra (Cóias, 2006; Flores-Colen, 2009).
- Técnicas não-destrutivas são qualquer tipo de ensaio praticado a um material que não altere
de forma permanente as suas propriedades físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais.
Servem para avaliar as propriedades de um material, componente ou sistema, sem causar
danos, baseando-se na aplicação de fenómenos físicos tais como ondas eletromagnéticas,
acústicas, elasticidade, capilaridade, absorção e qualquer tipo de teste que não implique um
dano considerável à amostra examinada (Freitas et al., 2012; Flores-Colen et al., 2006). Na
verdade, nem todas as técnicas não-destrutivas o são completamente, pois algumas provocam
pequenos danos localizados na construção, geralmente de fácil reparação, estas são chamadas
de técnicas semi-destrutivas (Cóias, 2006; Paiva et al., 2006).
- Técnicas destrutivas são qualquer tipo de ensaio no qual a amostra a ser examinada fica
inutilizada após a realização do ensaio, ou seja, é um ensaio em que ocorre a destruição da
amostra através de alterações permanentes físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais
(Cóias, 2006; Paiva et al., 2006).
Segundo Cóias (2006) e Freitas et al. (2012), as técnicas de diagnóstico são usadas
fundamentalmente na:
o deteção de elementos ocultos, tais como pilares, arcos, estruturas de pisos intermédios, entre
outros;
o avaliação da extensão dos danos em estruturas fissuradas;
o deteção de vazios, fissuras internas e cavidades;
o qualificação dos materiais e caracterização das zonas de heterogeneidade dos mesmos;
o deteção da degradação superficial;
o avaliação do teor de humidade e da altura de ascensão capilar;
20
o análise das propriedades dos materiais.
Nos subcapítulos seguintes são apresentadas algumas das técnicas utilizadas em elementos não-
estruturais em Engenharia Civil para o diagnóstico de edifícios correntes. De forma a sistematizar a
apresentação das várias técnicas, adotou-se uma classificação, utilizada por vários autores (Amaro et
al., 2013; Cóias, 2006), segundo os princípios em que se baseiam:
Na utilização destas técnicas o operador serve-se dos próprios sentidos, visão, audição, olfato e tato.
Pode eventualmente usufruir de aparelhos que potenciem os sentidos, para um melhor diagnóstico,
como binóculos ou lupas (Cóias, 2006; Flores-Colen, 2009; Amaro et al., 2013).
Quadro 2.7 Técnicas de perceção sensorial (Cóias, 2006; Flores-Colen, 2009; Sousa et al., 2003; Padrão, 2004;
Abreu, 2013; Ferreira, 2010; Rodrigues, 2010; Garcez et al., 2012; Dashöfer, 2013; Maia, 2007; Guerrero et al.,
2003; Fais & Casula, 2010; CIB, 2013; Magalhães et al., 2003; Apps, 2011)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Inspeção visual
A inspeção visual é
Vantagens: fácil
sempre a primeira técnica
perceção dos
ser aplicada no diagnóstico
mecanismos de
de edifícios, pois é a mais Avaliar de modo
deterioração
simples, feita a olho nu ou geral as
Figura 2.18 Binóculos predominantes.
com recurso a dispositivos características
[W12] Desvantagens: requer
óticos, como binóculos ou geométricas dos
profissional com
lupas. É ainda edifícios e dos
experiência, prática,
complementada com materiais que os
perspicácia e
alguns equipamentos constituem.
conhecimento, pois os
auxiliares, como máquina
resultados não deixam
fotográfica, fita métrica,
de ser subjetivos.
escada, entre outros.
Figura 2.19 Lupa [W13]
21
Quadro 2.7 Técnicas de perceção sensorial (continuação)
Vantagens/
Técnicas de diagnóstico Descrição Objetivos
Desvantagens
Comparador de fissuras Vantagens: fácil
utilização, económico.
Ensaio não-destrutivo e
Desvantagens: é
utilizado in situ. Consiste
Estimar a necessário utilizar um
num retângulo
abertura de medidor ótico de
transparente, com
fissuras. fissuras para
diferentes traços de
quantificar com maior
espessuras conhecidas.
Figura 2.20 Régua rigor a abertura de
comparadora de fissuras fissuras e fendas.
Ensaio não-destrutivo e
Fissurómetro Medir os Vantagens: fácil
utilizado in situ.
movimentos utilização, económico.
Constituído por duas
relativos que se Desvantagens: requer
partes, “A” e “B”, que
verificam num leitura rigorosa, de
possibilitam um controlo
Figura 2.21 Fissurómetro ponto duma modo à obtenção de
das fissuras ao longo do
[W14] fissura ou fenda. resultados fiáveis.
tempo.
Medidor ótico
Vantagens: rigor na
Ensaio não-destrutivo e Caracterizar o
quantificação da
utilizado in situ. Aparelho estado da
abertura de fissuras e
constituído por um superfície
fendas.
conjunto ótico focável, permitindo uma
Desvantagens: difícil
cujo campo de visão pode observação
observação em
ser iluminado por uma qualitativa dos
fissuras de acesso
Figura 2.22 Aparelho ótico lâmpada. defeitos.
complicado.
[W14]
Detetar zonas
Martelo, corrente, Vantagens: ensaios
Ensaios de percussão delaminadas na
aparelho de rodas rápidos e de custo
dentadas realizados in situ, através superfície de
reduzido.
da interação dos revestimentos por
Desvantagens:
instrumentos com os meio de
ensaios destrutivos,
materiais a serem percussão,
possível necessidade
testados é possível obter arrastamento de
de reparação no caso
resultados sobre correntes e
dos elementos
Figura 2.23 Martelo de possíveis anomalias nas passagem com
borracha [W15] e aparelho de ensaiados não
construções. um aparelho de
rodas dentadas superarem os testes.
rodas dentadas.
22
Quadro 2.7 Técnicas de perceção sensorial (continuação)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Medição da variação de Vantagens: aparelho
cor – Colorímetro portátil, fácil de usar e
portátil de custo reduzido.
Ensaio não-destrutivo
Possibilita ainda a
com colorímetro,
impressão dos
realizado in situ.
Medir a cor do resultados no local.
Instrumento de medição
elemento em teste. Desvantagens:
de cor para uma grande
equipamento
variedade de superfícies
dispendioso,
em diversas aplicações.
necessita de bom
23
2.3.3 Técnicas de ação mecânica
Este conjunto de técnicas de diagnóstico implica a utilização da ação mecânica sobre os elementos
de revestimento ou simplesmente na escolha dos materiais que melhor se adaptam ao ambiente em
questão. Esta ação pode ser aplicada de forma generalizada ou pontualmente. A ação mecânica
pode ser feita com recurso a remoção de partes do elemento construtivo, ou por dispositivos
mecânicos, elétricos, hidráulicos ou eletromecânicos (Cóias, 2006; Amaro et al., 2013).
Quadro 2.8 Técnicas de ação mecânica (Cóias, 2006; Padrão, 2004; Sousa et al., 2003; Galvão, 2009; Abreu,
2013; Rodrigues, 2010; Ferreira, 2010; Dutra, 2010)
Vantagens/
Técnicas de diagnóstico Descrição Objetivos
Desvantagens
O ensaio de aderência Vantagens: aparelho
por pull-off, consiste portátil e de fácil
Arrancamento por tração na aplicação suave de manuseamento, custo
(Pull-off) uma força de tração, médio, fácil
Avaliar a aderência
exercida no elemento interpretação de
entre o revestimento
a testar, pode ser resultados.
e o suporte.
realizado in situ, Desvantagens:
Verificar as
traduzindo melhor as necessários
especificações
condições presentes posteriores trabalhos
exigidas para os
no local. Ensaio semi- de reparação. Ensaio
Figura 2.27 Ensaio de Pull-off, materiais em causa.
destrutivo ou de longa duração (1 a
para pastilhas de pequenas
dimensões destrutivo, também 2 dias) e realização
pode ser realizado em faseada (preparação,
laboratório. ensaio, reparação).
O ensaio de choque
de esfera dá
Ensaio semi-
informação sobre a
Choque de esfera destrutivo, realizado in Vantagens:
deformabilidade do
(Martinet Baronnie) situ para diagnóstico, averiguação fácil da
revestimento e sobre
é aplicável geralmente resistência superficial
a resistência ao
a revestimentos de do elemento em teste.
choque.
paredes e pavimentos. Desvantagens: ensaio
Permite avaliar o
O ensaio de choque qualitativo, podendo
desempenho do
de esfera consiste na ser condicionado por
revestimento para
aplicação de um imperfeições ou
Figura 2.28 Aparelho Martinet aplicação em
Baronnie choque de uma esfera, irregularidades do
determinada
(fonte: Flores-Colen, 2009) em que é medido o elemento a ser testado.
localização e a sua
diâmetro da mossa.
capacidade de
segurança ao uso.
24
Quadro 2.8 Técnicas de ação mecânica (continuação)
Vantagens/
Técnicas de diagnóstico Descrição Objetivos
Desvantagens
Ensaio não destrutivo ou
Vantagens: ensaio
Esclerómetro de pêndulo semi-destrutivo de
de grande
resistência superficial
Obter a dureza simplicidade e
executado in situ.
superficial de um rapidez de
Baseado no mesmo
dado material. execução.
princípio de
Avaliar a Desvantagens:
funcionamento do
homogeneidade do pouca fiabilidade
esclerómetro, mas é
material, assim dos resultados
normalmente aplicado a
como a sua obtidos, permitindo
materiais de dureza
qualidade. geralmente apenas
Figura 2.29 Esclerómetro de inferior como as
uma avaliação
pêndulo argamassas de
qualitativa.
revestimento.
Ensaio realizado in situ
maioritariamente em
Determinar a Vantagens: ensaio
argamassas. É fixada
resistência de uma rápido e de custo
uma hélice (broca) na
Arrancamento de hélice argamassa de reduzido.
argamassa, à qual é
assentamento ou Desvantagens:
depois anexado o
de refechamento apenas indicia sobre
dispositivo de
de juntas de as propriedades
arrancamento.
Figura 2.30 Aparelho de alvenaria. qualitativas do
Estabelece a relação
arrancamento de hélice Determinar a material, sendo
entre a força de
(fonte: Cóias, 2006) resistência de necessário o
arrancamento da hélice e
referência duma desenvolvimento de
as propriedades
argamassa. ensaios adicionais.
mecânicas da argamassa
em teste.
25
Quadro 2.8 Técnicas de ação mecânica (continuação)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
O ensaio consiste na
Microperfuração produção controlada de um Vantagens: ensaio
pequeno furo, durante o qual rápido e fácil.
o equipamento mede a força Desvantagens:
Avaliar a
da resistência oferecida pelo ensaio pouco
resistência
material e a distância destrutivo, mas
mecânica do
percorrida. O resultado que requer uma
material quando
obtido representa a dureza pequena
perfurado.
do material em estudo, à reparação. Tem
Figura 2.31 Berbequim de
perfuração (Nogueira et al., perfuração em profundidade. um custo
2014) Pode ser realizado in situ ou moderado.
em laboratório.
26
2.3.4 Técnicas de propagação de radiação eletromagnética
As técnicas deste grupo tiram partido das alterações provocadas localmente na forma como a
construção altera a propagação de ondas eletromagnéticas (Cóias, 2006).
Quadro 2.9 Técnicas de propagação de radiação eletromagnética (Cóias, 2006; Padrão, 2004; Abreu, 2013;
Ferreira, 2010; Fais & Casula, 2010; Garcez et al., 2012; Maia, 2007)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Termografia de Ensaio não-destrutivo e
Vantagens: técnica
infravermelhos utilizado in situ. Permite
de análise de edifícios
tirar fotografias da Identificar alguns
rápida, aparelho
energia térmica dos tipos de anomalias,
portátil e
materiais. Todos os como fendas ou
extremamente
corpos irradiam energia vazios; detetar
potente.
sob a forma de raios humidades; medir e
Desvantagens:
infravermelhos. Com avaliar a
equipamento
uma câmara heterogeneidade de
dispendioso. Por
termográfica é possível a paredes ou outros
vezes as imagens
captação de imagens de elementos.
Figura 2.34 Imagem e termográficas não são
aparelhos termográficos calor (termogramas) não
de fácil interpretação.
[W19] visíveis ao olho humano.
Radiografia
Vantagens: deteção
Técnica não-destrutiva
de tubagens,
realizada in situ, através Analisar a natureza
canalizações ou
de um radar de baixa e o estado dos
humidade no interior
frequência, o que elementos
de paredes.
permite maior existentes por baixo
Desvantagens: baixo
penetração nos da superfície visível.
nível de
elementos construtivos.
pormenorização.
Figura 2.35 Aparelho de
radar de baixa frequência
[W20]
27
Quadro 2.10 Técnicas de reação química (Cóias, 2006; Flores-Colen et al., 2008; Padrão, 2004; Abreu, 2013;
Ferreira, 2010; Fais & Casula, 2010; Garcez et al., 2012; Maia, 2007; ASTM D4610)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Determinação de sais
Avaliar a natureza
- Kit de campo Ensaio não-destrutivo Vantagens: testes
dos compostos
realizado in situ, nas rápidos e de execução
cristalinos que
eflorescências que se fácil.
constituem as
formam à superfície ou Desvantagens:
eflorescências, para
nas camadas internas material dispendioso,
ajudar a
dos revestimentos, que ensaio intrusivo que
compreender os
surgem devido à requer recolha de
mecanismos de
presença de água. amostras.
Figura 2.36 Kit de ensaio degradação.
[W21]
28
Quadro 2.10 Técnicas de reação química (continuação)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Ensaio semi-destrutivo
Medição de pH realizado in situ, Vantagens: testes
constituído por um rápidos e de execução
elétrodo e um circuito fácil.
potenciómetro. A leitura Desvantagens: ensaio
Determinar o pH.
do aparelho é feita em intrusivo que requer
função da leitura da recolha de amostras,
tensão que o elétrodo grande variabilidade de
Figura 2.39 Medidor de pH gera quando submerso resultados.
na amostra.
Medição de
Condutividade Ensaio não-destrutivo
realizado in situ, em Vantagens: testes
eflorescências e Determinar a rápidos e de execução
manchas de capacidade que o fácil.
revestimentos. material possui para Desvantagens:
Estabelece uma relação conduzir correntes necessita de
entre os minerais elétricas. calibração, antes e
presentes na água com depois de usar.
Figura 2.40 Condutivímetro a condutividade aferida.
[W22]
Neste tipo de técnicas de diagnóstico, os ensaios baseiam-se na utilização de aparelhos, que através
de efeitos elétricos conseguem obter resultados sobre as suas caraterísticas (Cóias, 2006). No
Quadro 2.11 apresentam-se as técnicas elétricas desenvolvidas.
29
Quadro 2.11 Técnicas elétricas (Cóias, 2006; Padrão, 2004; Galvão, 2009; Abreu, 2013; Ferreira, 2010; Fais &
Casula, 2010; Garcez et al., 2012; Maia, 2007)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Vantagens: ensaio
Ensaio executado in não-destrutivo, fácil e
Medição de humidade
situ, através de um limpo.
superficial
aparelho eletrónico Desvantagens:
(humidímetro), que se Determinar o teor necessário grande
vai posicionando de humidade na número de medições.
sucessivamente sobre a superfície dos Ensaio apenas oferece
superfície de uma paramentos das resultados sobre a
parede, ao longo de construções. superfície do
uma malha de paramento, o que não
referência previamente exclui a possibilidade
Figura 2.41 Humidímetro
marcada. de humidade no seu
interior.
As técnicas hidrodinâmicas (Quadro 2.12) servem, sobretudo, para o estudo do modo como a água,
em diferentes estados físicos, penetra e se movimenta no interior dos materiais de construção
obedecendo a processos como de absorção, efeito de capilaridade e permeabilidade associada a
diferenças de pressão (Cóias, 2006; Abreu, 2013; Ferreira, 2010).
Quadro 2.12 Técnicas hidrodinâmicas (Cóias, 2006; Padrão, 2004; Abreu, 2013; Ferreira, 2010; Rodrigues, 2010;
Gonçalves, 2010; Duarte, 2009; Garcez et al., 2012)
Técnicas de Vantagens/
Descrição Objetivos
diagnóstico Desvantagens
Tubo de Karsten
Vantagens: ensaio de
Ensaio realizado in situ Avaliar a capacidade custo reduzido, simples
ou em laboratório, que de resistência do e expedito.
recorre ao tubo de material à penetração Desvantagens:
Karsten, em que é da água líquida e necessidade de
medida a absorção de prever o seu grau e homogeneidade do
água a baixa pressão. sensibilidade de revestimento, ensaio
Usualmente utilizado deterioração em dependente das
em rebocos. serviço. condições
30
2.3.8 Técnicas higrotérmicas
As técnicas higrotérmicas, apresentadas no Quadro 2.13, estão relacionadas com o conforto térmico.
Quadro 2.13 Técnicas higrotérmicas (Cóias, 2006; Novo, 2011; Padrão, 2004; Abreu, 2013; Ferreira, 2010;
Rodrigues, 2010; Garcez et al., 2012)
Vantagens/
Técnicas de diagnóstico Descrição Objetivos
Desvantagens
Consiste na quantidade de
Registo de condições
Ensaio não-destrutivo
higrotérmicas
executado in situ ou em Vantagens: ensaio
Medir e
laboratório. A temperatura rápido e fácil.
monitorizar a
e a humidade relativa Desvantagens:
temperatura e a
afetam o conforto e a resultados das
humidade
saúde dos utilizadores, tal medições variam
relativa do ar no
como a durabilidade do conforme a humidade
interior.
edifício e o seu consumo do exterior.
de energia.
Figura 2.45 Higrómetro [W24]
31
2.3.9 Quadros síntese
No Quadro 2.14 que se apresenta de seguida, é feita uma síntese em que se relacionam as possíveis
anomalias com as técnicas de diagnóstico. A lista das anomalias selecionadas corresponde à
combinação das anomalias mais comuns em Portugal.
De notar que estes quadros apenas pretendem exemplificar algumas relações entre técnicas e
anomalias, tal como as técnicas e os elementos construtivos. Estas relações foram estabelecidas
com base em informação disponibilizada, tendo apenas um propósito exemplificativo. Muitas destas
técnicas são utilizadas para controlo de alguns parâmetros e por isso poderiam ser colocadas numa
nova categoria designada por técnicas de monitorização.
Numa altura em que o processo de construção evolui rapidamente, assimilando novas tecnologias,
novas técnicas e materiais, o número de problemas que afetam os edifícios aumentam também a um
ritmo similar. O fraco conhecimento de materiais e técnicas, os apertados prazos de entregas e o
débil projeto de execução, contribuem para o aparecimento de anomalias nos edifícios. O CIB
publicou em CIB-W86 referências sobre a importância de sistematizar a informação recente com vista
à elaboração de catálogos, de modo a prevenir grande parte dos problemas que ocorrem nas
construções (CIB, 2013).
Assim, o CIB nas suas publicações tem procurado que este conhecimento seja integrado na
conceção de novas edificações, no desenvolvimento de novos materiais e nos projetos de
construção, incorporando técnicas inovadoras e permitindo a concentração no desempenho, além da
estética (CIB, 2013).
Cada país criou ao longo dos anos, a sua própria base de dados de catálogos sobre anomalias em
edifícios. Apresentam-se nos próximos subcapítulos, por ordem cronológica, alguns exemplos mais
relevantes dos métodos de análise e diagnóstico utilizados, tanto a nível internacional como a nível
nacional. A escolha incide em métodos que sistematizam a informação através de fichas, dado ser o
objetivo desta dissertação. É importante esta sistematização da informação existente, tendo em vista
o desenvolvimento de um catálogo mais completo, que inclua fichas que condensem toda a
informação relevante para técnicas de diagnóstico em elementos não-estruturais de edifícios.
32
Quadro 2.14 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico às anomalias (Flores-Colen et al., 2008; Silvestre & Brito, 2011; Neto & Brito, 2011; Amaro et al., 2013;
Garcez et al., 2012; Cóias, 2006; Flores-Colen, 2009; Ferreira, 2010; Abreu, 2013)
Anomalias *
Técnica
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20
Inspeção visual X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Comparador de fissuras X X
Fissurómetro X X
Medidor ótico de fissuras X X X
Martelo, corrente, aparelho de rodas dentadas X X X
Colorímetro portátil X X X X X X X X
Inspeção boroscópica X X X X X X
Arrancamento por tração (Pull-off) X X X X X
Choque de esfera (Martinet Baronnie) X X
Esclerómetro de pêndulo X X
Arrancamento de hélice X
Microperfuração X
Resistência à compressão de amostras de
X
revestimentos
Resistência à penetração X X
Termografia de infravermelhos X X X X X X X
Determinação de sais - Kit de campo X X X
Determinação de sais - Fitas colorimétricas X X X X X
Determinação da presença de fungos ou algas X X X X
Medição de pH X X X X
Medição de condutividade X X X
Medição de humidade superficial – Humidímetro X X X X X X X
Tubo de Karsten X X X
Medição de condutibilidade térmica X X X
Permeabilidade ao vapor de água X X X X
Registo de condições higrotérmicas X X X X X
* Legenda: A1 – Fissuração, A2 – Fraturação, A3 – Empolamento, A4 – Desprendimento/descolamento, A5 – Destaque laminar, desgaste, desagregação granular, alveolização, A6 – Degradação/
perda de material de refechamento de juntas, A7 – Lacuna de material, A8 – Colonização biológica, A9 – Vegetação parasitária, A10 – Eflorescências/criptoflorescências, A11 – Manchas de
humidade, A12 – Sujidade, A13 – “Fantasmas”, A14 – Marcas de escorrência, A15 – Graffiti, A16 – Alterações cromáticas/descolorações, A17 – Deficiente isolamento térmico e/ou acústico, A18 –
Acumulação de detritos, A19 – Condensações, A20 – Deficiente estanqueidade.
33
Quadro 2.15 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico aos elementos não-estruturais exteriores de um edifício (Flores-Colen et al., 2008; Silvestre & Brito, 2011;
Neto & Brito, 2011; Amaro et al., 2013; Garcez et al., 2012; Cóias, 2006; Flores-Colen, 2009; Ferreira, 2010; Abreu, 2013)
34
Quadro 2.16 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico aos elementos não-estruturais interiores de um edifício (Flores-Colen et al., 2008; Silvestre & Brito, 2011;
Neto & Brito, 2011; Amaro et al., 2013; Garcez et al., 2012; Cóias, 2006; Flores-Colen, 2009; Ferreira, 2010; Abreu, 2013)
Entrada e zonas comuns
Cozinhas e casas de banho Pavimentos Tetos Paredes Interiores
Técnica interiores
Alvenarias Revestimentos Alvenarias Revestimentos Revestimentos Revestimentos Alvenarias Revestimentos
Inspeção visual X X X X X X X X
Comparador de fissuras X X X X X X X X
Fissurómetro X X X X X X X X
Medidor ótico de fissuras X X X X X X X X
Martelo, corrente, aparelho de
X X X X
rodas dentadas
Colorímetro portátil X X X X X
Inspeção boroscópica X X X
Arrancamento por tração (Pull-
X X X X
off)
Choque de esfera
X X X X
(Martinet Baronnie)
Esclerómetro de pêndulo X X X
Arrancamento de hélice X X X X X X
Microperfuração X X X X X X
Resistência à compressão de
X X X
amostras de revestimentos
Resistência à penetração X X X X
Termografia de infravermelhos X X X X X X X X
Determinação de sais - Kit de
X X X X X
campo
Determinação de sais - Fitas
X X X X X
colorimétricas
Determinação da presença de
X X X X X
fungos ou algas
35
Quadro 2.16 Quadro síntese de aplicação de técnicas de diagnóstico aos elementos não-estruturais interiores de um edifício (continuação)
Medição de pH X X X X X
Medição de condutividade X X X X X
Medição de humidade
X X X X X
superficial - Humidímetro
Tubo de Karsten X X X X
Medição de condutibilidade
X X X X X X X X
térmica
Permeabilidade ao vapor de
X X X X X X
água
Registo de condições
X X X X X
higrotérmicas
36
2.4.1 “Defect Action Sheet” e “Good Building Guide” – BRE (1982; 1996)
Entre 1982 e 1990, 144 registos ou relatórios sobre anomalias, intitulados coletivamente “Defect
Action Sheet – DAS”, foram preparados e publicados por uma organização inglesa especializada em
construção (CIB, 2013; Sousa, 2004).
Figura 2.46 Exemplo da primeira página de uma Figura 2.47 Exemplo da primeira página de uma ficha
“Defect Action Sheet” (fonte: Sousa, 2004) “Good Repair Guide” [W25]
Atualmente, o BRE edita periodicamente uma vasta lista de publicações na área da construção de
edifícios sob a forma de fichas ou guias, como por exemplo, os “Digests”, os “Information Papers”, os
“Good Building Guides” e os “Good Repair Guides” (BRE, 2013; Trotman, 2006).
37
Lançados em 1996, os “Good Repair Guides” (Figura 2.47), relativos à patologia da construção, são
guias práticos desenvolvidos no sentido de permitirem a identificação, o diagnóstico e a reparação
das anomalias dos edifícios mais recentes no Reino Unido (Sousa, 2004). As anomalias são
apresentadas de uma forma genérica, sendo analisadas as causas e especificadas soluções para a
sua reparação. Cada “guia” desenvolve-se em cerca de 4 a 6 páginas, não tendo uma estrutura
comum.
A ficha apresentada na Figura 2.48 foi publicada, juntamente com outras, servindo como modelo da
sua apresentação e estruturação.
Figura 2.48 Exemplo de uma ficha de reparação de anomalias proposta pelo LNEC (fonte: Paiva, 1985)
38
A ficha de reparação de anomalias proposta pelo LNEC contém um cabeçalho com a identificação
das anomalias associadas aos materiais, de seguida o corpo é dividido em 4 campos, os “sintomas”,
onde é explicado o problema. No campo denominado “exame” segue-se à examinação dos vários
materiais e das anomalias a eles associadas, enquanto no “diagnóstico das causas” são
apresentadas as causas e o impacte que as anomalias causam ou irão causar nos elementos
construtivos posteriormente. Por fim, no campo “reparação” são propostas sugestões para corrigir a
anomalia e o modo de como proceder antes dos trabalhos de reparação.
A sigla CIB, antiga abreviatura francesa para Conseil International du Bâtiment (Conselho
Internacional da Construção), atualmente corresponde ao acrónimo de International Council for
Research and Innovation in Building and Construction (Conselho Internacional para a Investigação e
Inovação da Construção Civil) (CIBworld, 2013). O CIB possui um grupo de trabalho responsável pela
investigação, divulgação e estudo da patologia na construção, devidamente designado por W086
Building Pathology (Abrantes & Silva, 2012; Sousa, 2004).
Este grupo de trabalho publicou, em Junho de 1993, um modelo de fichas de patologias que se
propunha elaborar, denominadas “Cases of Failure Information Sheet” (Figura 2.49), apresentando
também algumas fichas, já elaboradas, como exemplo (CIB, 1993).
Figura 2.49 Exemplo de ficha publicada pelo CIB W086 (fonte: CIB, 2013)
39
Com este modelo de ficha o CIB pretendeu sistematizar a informação no âmbito da patologia,
sugerindo a seguinte estrutura de ficha: “elemento em causa”, “descrição da anomalia”,
“representação gráfica”, “identificação das causas da anomalia”, “erros” e “diagnóstico”.
Em Junho de 1999, no Encontro de Vancouver do CIB W086 Building Pathology foi proposta a
criação de um fórum aberto, onde fosse possível a publicação de estudos de casos de patologia – o
“Building Pathology Forum” (BPForum), com o intuito de agrupar e divulgar a informação disponível
no âmbito do estudo da patologia e apresentar os casos mais significativos e correntes da patologia
da construção dos diversos países (CIB, 1999).
Mais recentemente em 2013, no relatório publicado pelo CIB W086 são apresentados novos estudos
sobre patologia tal como novas propostas de fichas para a avaliação das anomalias, fichas de
técnicas de diagnóstico, fichas de reabilitação, entre outras.
Na Figura 2.50 é ilustrado um exemplo de uma das fichas de técnicas de diagnóstico, publicado no
CIB W086, da autoria de I. Flores-Colen, J. de Brito e F. Branco, professores no Instituto Superior
Técnico (CIB, 2013). Inês Flores-Colen em conjunto com Jorge de Brito, Fernando Branco, Vasco de
Freitas (Prof. na FEUP) e o Engº. Jorge Galvão, desenvolveu um conjunto de fichas sobre técnicas de
diagnóstico, sob o nome de “Survey Information Sheets”, com o intuito de criar um ponto de partida
para futuros desenvolvimentos sobre o tema.
Estas fichas focam-se em quatro pontos essenciais, a “descrição do ensaio ou técnica”, onde se
encontra um resumo elucidativo sobre as informações básicas da técnica. O “procedimento” que
descreve a execução do ensaio ou o modo de aplicação da técnica. O campo “resultados”,
corresponde ao espaço onde são apresentados os resultados obtidos dos ensaios, enquanto que na
“interpretação” os resultados obtidos são discutidos permitindo a obtenção de conclusões.
40
Figura 2.50 Exemplo de uma ficha do relatório do CIB de 2013 com autoria de Prof. Inês Flores-Colen, Prof. Jorge
de Brito e Prof. Fernando Branco (fonte: Flores-Colen, 2013)
No ano de 1995, a Agence Qualité Construction (AQC) – organismo francês responsável pela
qualidade na construção – em parceria com a Fondation Excellence SMA – empresa do grupo
SMABTP, da sociedade de seguros mútuos líder no domínio da construção em França – criaram em
41
suporte de papel, uma coleção de fichas sobre as anomalias na construção, mais correntemente
designadas por “Fiches Pathologie du Bâtiment” (Figura 2.51) (Abrantes & Silva, 2012; Sousa, 2004).
Figura 2.51 Exemplo de uma “Fiche Pathologie du bâtiment” (fonte: AQC, 2002)
Estas fichas foram elaboradas com o objetivo de disponibilizar aos profissionais da construção
informações sobre as anomalias correntes nos edifícios, com vista a melhorar a qualidade dos
mesmos, como é o objetivo da Agence Qualité Construction (AQC, 2013; Sousa, 2004).
A coleção constituída por 61 fichas de anomalias tem sido objeto de inúmeras publicações, sendo
actualmente possível a sua consulta através da Internet (AQC, 2013). A disponibilização on-line das
“Fiches Pathologie du Bâtiment” permitiu não só o acesso a registos atualizados de anomalias, como
também colocou à disposição do utilizador um conjunto de hiperligações a regulamentos e
publicações técnicas, permitindo o aprofundamento dos seus conhecimentos (AQC, 2013).
42
O Grupo de Estudos da Patologia da Construção é coordenado pelo Laboratório de Física das
Construções (LFC) da FEUP, no entanto, conta também com a participação de outras universidades,
incluindo o IST, e com o apoio de diversas empresas e pessoas singulares. A organização e
publicação das Fichas de Patologia são da inteira responsabilidade do LFC, sendo este considerado
o “editor” (PATORREB, 2004).
O objetivo fundamental deste Grupo de Estudos incide na identificação e difusão das anomalias
frequentes nos edifícios, assim como a divulgação da informação existente nesta área. Nesta ótica, e
com base no Catálogo de Patologias apresentado na tese de mestrado de Marília de Sousa (2004), o
Grupo de Estudos criou um site na Internet onde foram disponibilizadas on-line Fichas de Patologia.
O site do PATORREB encontra-se disponível desde Junho de 2004, sendo que, atualmente, conta já
com a publicação de cerca de 98 fichas (PATORREB, 2004).
Figura 2.52 Exemplo de uma das Fichas de Patologia publicadas no site do Grupo de Estudos PATORREB
(Campo correspondente à “Descrição da Patologia”) (fonte: PATORREB, 2004)
A Figura 2.52 é um Print Screen da Ficha 001 disponibilizada no site do PATORREB, sobre
anomalias no piso térreo de um edifício (PATORREB, 2004). O catálogo inclui fichas de 17 elementos
de um edifício, por enquanto, destacando-se como exemplos: vários tipos de coberturas, paredes e
pavimentos, os vãos envidraçados, platibandas, juntas de dilatação, varandas, entre outros.
Quanto à sua estrutura, as fichas são divididas em “descrição da patologia”, “sondagens e medidas”,
“causas” e “soluções”.
43
2.4.6 Método Simplificado de Diagnóstico de Anomalias – Abrantes (2005)
O Método Simplificado de Diagnóstico de Anomalias (SDA), sugerido por Vítor Abrantes em 2005
(publicado em livro em 2012), pressupõe uma metodologia específica e simplista, onde a definição da
anomalia passa pela seleção progressiva de opções existentes, respetivamente reunidas em grupos,
que se apresentam posicionados do geral para o particular, convergindo desta forma para a obtenção
do diagnóstico (Abrantes & Silva, 2012; Lima, 2009).
Figura 2.53 Exemplo de uma Ficha de Reabilitação (fonte: Abrantes & Silva, 2012)
O método apresentado no exemplo da Figura 2.53 possui uma base de dados que reúne um conjunto
de “Fichas de Reabilitação” em correspondência com cada anomalia apresentada. Cada “Ficha de
Reabilitação” reúne toda a informação necessária sobre determinada anomalia (Abrantes & Silva,
2012; Lima, 2009).
A ficha contém um cabeçalho com a identificação dos parâmetros previamente definidos na matriz
geral, focando posteriormente quatro pontos essenciais para análise e correção da mesma. O
44
primeiro ponto consiste na “descrição sumária da anomalia”, onde se encontra um resumo elucidativo
da aparência e localização frequente da mesma. Seguidamente, nas “causas possíveis”, reúne-se
uma síntese dos fatores possíveis que deram origem à anomalia, enquanto que nas “consequências”
são apresentados os efeitos que a mesma pode causar. Por fim, no ponto designado por “estratégias
de reabilitação”, encontram-se descritas sugestões de técnicas eficazes para corrigir a anomalia,
assim como formas para atenuar a mesma (Abrantes & Silva, 2012; Lima, 2009).
O autor Vítor Cóias apresenta no seu livro, “Inspeções e ensaios na reabilitação de edifícios” (2006),
um conjunto de 44 fichas de métodos correntes de inspeção e ensaio. As fichas variam entre 2 a 5
páginas e a informação distribui-se maioritariamente por quatro campos: “introdução”, “equipamento”,
“metodologia” e “campo de aplicação”. Estas fichas não têm uma estrutura comum, certos casos os
campos são ainda divididos em 2 ou 3 tópicos conforme o ensaio em questão.
Figura 2.54 Exemplo de ficha de inspeção e ensaio, pág. 1/4 e 2/4 (fonte: Cóias, 2006)
As Figura 2.54 e 2.55 apresentam um exemplo de uma ficha de inspeção e ensaio da autoria de
Cóias. Esta ficha foi dividida em quatro campos, a “introdução”, onde é feita uma descrição da técnica
e explicados os objetivos da técnica e os princípios em que se baseia; o “equipamento”, onde é
indicado todo o equipamento utilizado e em algumas fichas explicado o seu modo de funcionamento e
45
utilização; a “metodologia”, em que se descreve o modo de execução do ensaio; “registo e análise
dos dados”, que corresponde ao campo onde são registadas e analisadas todas as observações e
informações obtidas no ensaio, incluindo fotos e esquemas.
Figura 2.55 Exemplo de ficha de inspeção e ensaio, pág. 3/4 e 4/4 (fonte: Cóias, 2006)
Mais recentemente, Medeiros (2010) apresentou 18 fichas de intervenção de reabilitação, que visam
a reparação da anomalia, através da aplicação de técnicas de reabilitação estruturais e não-
estruturais. Estas fichas vêm no seguimento das fichas criadas em 2003, no âmbito do Sistema
Integrado de Manutenção de Edifícios de Habitação (SIMEH), como um complemento de informação.
O SIMEH consistiu num projeto de desenvolvimento de 14 Fichas de Diagnóstico e de Intervenção,
de forma a serem acessíveis a pessoal não especializado, como é o caso das assistentes sociais.
Este projeto foi destinado a um município da Área Metropolitana do Porto, cujo objetivo principal
coincidia com a gestão de um parque de habitação social.
Estas fichas têm como finalidade definir e auxiliar as ações de reparação a executar, de modo a
impedir a evolução da anomalia que se verificou em curso. A Figura 2.56 é um exemplo de uma
destas fichas, que seguem a seguinte estrutura: o “cabeçalho”, onde se identifica a intervenção a
46
executar; “informação geral”, que reúne os dados gerais relativos ao edifício; a “anomalia”, onde se
descreve a anomalia em estudo; “materiais e equipamentos necessários”, campo onde se indicam em
forma de check-list uma lista dos materiais e equipamentos necessários à intervenção a realizar; a
“intervenção”, que corresponde ao campo onde é proposta uma solução de reparação da anomalia
em causa; as “observações”, onde se referem os cuidados especiais para a intervenção em análise; o
último campo é “a preencher pelo responsável pela intervenção”, o qual descreverá como correram
os trabalhos e se houve algum contratempo.
47
2.4.9 Fichas de técnicas de diagnóstico – Abreu (2013)
O método de análise mais recente é da autoria de Domingos Abreu em 2013, através da elaboração
de um catálogo de fichas de técnicas de diagnóstico no seu trabalho de dissertação de mestrado
(Abreu, 2013).
Na Figura 2.57 é apresentado um exemplo de uma ficha elaborada por Abreu (2013).
A ficha proposta por Abreu (2013), ilustrada na Figura 2.57, contempla os aspetos mais importantes
de cada técnica, tais como, o nome da técnica, a localização da realização do ensaio, os elementos
construtivos em que pode ser utilizada, uma breve descrição da técnica, o seu princípio de
funcionamento, o procedimento de ensaio, os equipamentos necessários, as potencialidades, as
limitações, o custo, a dificuldade, se é uma técnica destrutiva ou não-destrutiva, a expressão dos
resultados obtidos, a interpretação destes resultados, as entidades prestadoras do serviço, os
documentos normativos em que se baseia e alguns valores de referência relevantes. Cada ficha
possui ainda uma referência com vista à organização do catálogo.
48
2.4.10 Quadro síntese
No Quadro 2.17 são sintetizados, por ordem cronológica, os métodos de análise apresentados nos subcapítulos anteriores onde se procede a uma
comparação de alguns fatores entre os vários métodos.
Quadro 2.17 Quadro síntese dos métodos de análise e diagnóstico de anomalias (Abrantes & Silva, 2012; Trotman, 2006; CIB, 2013; CIB, 1993; CIBworld, 2013; Sousa, 2004;
BRE, 2013; LNEC, 1985; AQC, 2013; PATORREB, 2004; Lima, 2009; Cóias, 2006; Medeiros, 2010; Abreu, 2013)
Número de
Referência Fichas Campo Constituição Elementos do edifício Versão online
páginas
Descrição da anomalia
Descrição das causas
“Defect Action Sheet” Anomalias Todos 2 Não
Medidas de prevenção
BRE Referências
Descrição da anomalia
“Good Repair Guides” Reabilitação Descrição das causas Todos 4a6 Não
Soluções de reparação
Sintomas
“Fichas de Reparação Exame
LNEC Reabilitação Todos 1 Não
de Anomalias” Diagnóstico das causas
Reparação
Identificação de componentes afetados
Descrição das causas
“Cases of Failure
Anomalias Descrição da anomalia Todos Variável Não
Information Sheet”
Identificação das causas
CIB Indicação de erros cometidos
Descrição
“Survey Information Técnicas de Procedimento Revestimentos de
1 Não
Sheets” diagnóstico Resultados paredes
Interpretação
Descrição da patologia
“Fiches Pathologie du Diagnóstico das causas
AQC Anomalias Todos 2 Sim
Bâtiment” Pontos “sensíveis”
Conselhos de prevenção
49
Quadro 2.17 Quadro síntese dos métodos de análise e diagnóstico de anomalias (continuação)
Número de
Referência Fichas Campo Constituição Elementos do edifício Versão online
páginas
Identificação da patologia
Descrição da patologia
PATORREB “Fichas de Patologias” Anomalias Sondagens e medidas Todos 1 Sim
Causas da patologia
Soluções possíveis de reparação
Descrição sumária da anomalia
“Ficha de Causas possíveis
SDA Reabilitação Todos 1 Não
Reabilitação” Consequências
Estratégias de reabilitação
Introdução
“Fichas de inspeção e Inspeções e Equipamento
Cóias Todos 2a5 Não
ensaio” ensaios Metodologia
Campo de aplicação
Informação geral
Anomalia
Medeiros “Ficha de Intervenção” Reabilitação Materiais e equipamentos Todos 3 Não
Intervenção
Observações
Elementos construtivos
Descrição
Princípio de funcionamento
“Fichas de técnicas de Técnicas de Procedimento de ensaio
Abreu Todos 2 Não
diagnóstico” diagnóstico Equipamento
Custo
Dificuldade
Expressão dos resultados
Pela análise do Quadro 2.17 é notório um certo padrão nos campos das diferentes fichas, na grande maioria o campo “descrição” é recorrente, tal como o
campo “causas” e os campos “intervenção” ou “prevenção”, podendo ter designações diferentes para estes campos, mas focando nestes tópicos, sejam em
fichas de anomalias, diagnóstico ou reabilitação.
50
2.5 SÍNTESE DO CAPÍTULO
De forma a dar a conhecer um pouco sobre esta área da Engenharia Civil, é apresentada em primeiro
lugar a constituição de um edifício, desde a sua envolvente exterior até à própria constituição interior.
Neste capítulo, foram classificadas as técnicas de diagnóstico mais relevantes em elementos não-
estruturais. Foram divididas pelos princípios em que se baseiam, perceção sensorial, ação mecânica,
propagação de radiação eletromagnética, reação química, efeitos elétricos, hidrodinâmicos e
higrotérmicos.
Este capítulo inclui, ainda, uma apresentação generalizada dos métodos de análise e diagnóstico de
anomalias existentes organizada cronologicamente. São referidas essencialmente fichas, catálogos,
tabelas de diferentes organizações e países. Sentiu-se a necessidade de fazer uma síntese
comparativa em forma de quadro entre os vários métodos de análise e diagnóstico de anomalias
existentes, de modo a uma melhor perceção das características de cada um e suas diferenças.
Chegou-se à conclusão que a maioria das fichas seguem uma estrutura análoga, nomeadamente nos
campos “descrição”, “causas”, “intervenção” ou “prevenção”, podendo ter designações diferentes para
estes campos, mas focando nestes tópicos.
51
3 CONCEÇÃO DE UM MODELO DE FICHA DE TÉCNICAS DE
DIAGNÓSTICO
Inicia-se com a proposta de modelo de ficha e a sua organização e prossegue com a apresentação
dos vários campos escolhidos, terminando com a justificação dos vários campos.
O modelo de ficha para técnicas de diagnóstico proposto neste trabalho tem como base o modelo
desenvolvido por Abreu (2013). No entanto, este trabalho propõe novos tópicos e algumas alterações,
como no campo referente aos elementos construtivos, com o intuito de completar e melhorar a
informação já estruturada.
O modelo proposto consiste numa ficha de 2 páginas apenas, onde é condensada toda a informação
relevante para cada técnica de diagnóstico em elementos não-estruturais de edifícios correntes. É um
modelo de fácil utilização e entendimento, onde mesmo um utilizador sem conhecimento
especializado pode obter as informações necessárias sobre cada técnica.
Ambas as páginas da ficha estão divididas em quadros para uma melhor organização do espaço e
visualização da informação de cada técnica, permitindo uma consulta fácil e precisa do utilizador.
No cabeçalho optou-se por colocar apenas a designação da técnica e a respetiva referência. O corpo
da primeira página da ficha prossegue com os elementos não-estruturais em que a técnica pode ser
aplicada, o grau de destruição da técnica, o local da sua utilização (in situ ou laboratório), o seu
princípio de funcionamento, a descrição da técnica, os equipamentos e materiais necessários, as
vantagens e limitações. No rodapé inclui-se ainda o princípio de utilização e a referência da ficha em
questão.
A segunda página da ficha prossegue com uma escala de custo e dificuldade da técnica, o
procedimento de ensaio, os parâmetros de medição, os documentos normativos ou técnicos
aplicáveis, os valores de referência ou orientativos e a interpretação dos resultados. Tal como na
primeira página é apresentada a referência no rodapé juntamente com a designação da técnica.
Algumas fichas incluem ainda as referências bibliográficas utilizadas no seu desenvolvimento.
Neste contexto, é proposto o seguinte modelo de ficha de técnicas de diagnóstico, apresentados nas
Figuras 3.1 e 3.2, no qual são explicados grande parte dos campos.
53
Ref.ª
Palavras-chave: 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
Tal como o nome indica, neste campo são referidas as Antagonicamente ao campo à esquerda, neste campo são
principais vantagens da técnica em análise. É um campo referidas as principais desvantagens da técnica em análise. É
importante que fornece informação bastante útil sobre as um campo importante que fornece informação bastante útil
benesses da técnica, o que permite ao utilizador do catálogo sobre as limitações da técnica, o que permite ao utilizador
uma base de comparação entre as várias técnicas. do catálogo uma base de comparação entre as várias
técnicas.
54
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: No espaço referente às normas aplicáveis são colocadas as
Económico Médio Oneroso normas portuguesas, europeias ou outras existentes sobre o
ensaio relativo à técnica em análise. No caso de ensaios em
Custo de realização do ensaio:
que não hajam normas aplicáveis são utilizados documentos
Económico Médio Oneroso técnicos relativos ao ensaio em causa.
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO:
Neste campo referente ao procedimento de ensaio, tal
como o nome indica, é explicado, em tópicos enumerados,
todo o procedimento a seguir para efetuar corretamente o VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
ensaio correspondente à técnica em análise. Os Os valores de referência são valores oriundos de
procedimentos apresentados nas fichas foram retirados de documentos de referência, como documentos normativos,
livros, documentos e fichas de ensaios ou de estudos ou valores obtidos através de estudos, trabalhos ou
anteriores sobre os ensaios. relatórios de ensaios anteriores e servem como uma boa
base de informação para o utilizador, que os pode consultar
eficazmente durante ou após a realização do ensaio em
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO: causa, com o objetivo de inferir sobre a validade dos
Este campo corresponde ao espaço onde são apresentados resultados obtidos com o ensaio realizado ou até mesmo
os resultados dos ensaios, quer resultados numéricos, quer comparar valores.
sob a forma de gráficos ou imagens. Podem ser resultados
obtidos pelos equipamentos, leituras realizadas por
técnicos, entre outros.
55
3.3 ELEMENTOS DO MODELO
A designação da técnica é o primeiro campo da ficha e corresponde ao título, pelo qual, a técnica de
diagnóstico é identificada.
Neste campo constam ainda as palavras-chave, definidas de forma a permitir uma caracterização
sumária da técnica de diagnóstico apresentada, sendo referenciado, principalmente, o ensaio, os
aparelhos utilizados, os elementos construtivos e os materiais.
3.3.2 Referência
A cada ficha foi atribuída uma referência de identificação, composta pelo número sequencial da ficha
na apresentação do catálogo e um código, composto pelas iniciais do respetivo princípio de utilização
da técnica (ver exemplo da Figura 3.3, na qual o número 19 corresponde à 19ª ficha do catálogo e as
letras THd indicam tratar-se de uma técnica hidrodinâmica). Este campo localiza-se no canto superior
direito, facilitando a organização e pesquisa das técnicas no catálogo.
Ref.ª
19 THd
Figura 3.3 Exemplo de referência
Este campo apresenta-se logo após a designação da técnica e ilustra de forma ligeira os elementos
não-estruturais de um edifício em que a técnica de diagnóstico pode ser utilizada. Para a identificação
dos elementos construtivos não-estruturais nas fichas das técnicas de diagnóstico, foi adotado um
sistema de check box, de modo a facilitar a compreensão dos elementos e seus constituintes, onde
cada técnica pode ser aplicada. Este esquema provém da divisão adotada no capítulo anterior e é
uma sintetização de praticamente todos os elementos não-estruturais de qualquer tipo de construção
corrente.
Este sistema abrange a maior parte dos elementos não-estruturais: as fachadas, representadas sob
alvenarias, revestimentos e outros (elementos singulares como, varandas, parapeitos, platibandas,
entre outros); a cobertura, seja ela plana ou inclinada, é dividida em revestimentos, instalações (por
exemplo, drenagem de águas) e outros (chaminés, entre outros); os vãos dos quais se distinguem as
caixilharias, os envidraçados e outros elementos constituintes, como por exemplo os parapeitos; na
entrada do edifício e nas zonas interiores comuns são consideradas as alvenarias e os revestimentos.
Relativamente às superfícies horizontais, os pavimentos que separam os diferentes pisos, tal como
os tetos são considerados apenas os revestimentos. Já nas cozinhas e casas de banho que também
foram objeto de estudo neste trabalho, são consideradas as alvenarias e os revestimentos. Para
efeitos do catálogo, as alvenarias correspondem aos panos de alvenaria que constituem as paredes e
não são considerados elementos estruturais.
56
3.3.4 Técnica realizada in situ/laboratório
Este campo é apresentado no topo à direita e serve para inferir sobre o local onde a técnica pode ser
realizada. Existem técnicas que tanto podem ser utilizadas in situ como em laboratório, pelo que
nesses casos ambos os campos deverão estar assinalados.
Este campo apenas serve para dar a conhecer ao utilizador se a técnica de diagnóstico é destrutiva
ou não-destrutiva. Como nem todas as técnicas se inserem numa destas categorias é apresentada
uma terceira categoria, as técnicas semi-destrutivas, as quais são consideradas muito pouco
destrutivas.
Uma técnica diz-se destrutiva quando, durante o processo da sua execução ou no final da realização
do ensaio, ocorre a destruição ou alteração do elemento construtivo/material ensaiado através de
alterações permanentes físicas, químicas, mecânicas, dimensionais e requer uma ação de reparação.
Em oposição, o resultado da aplicação de uma técnica não-destrutiva são as inalteradas formas,
propriedades, características do elemento ou material ensaiado, ou seja, a amostra não apresenta
danos após a realização do ensaio. As técnicas semi-destrutivas são um meio-termo entre as
anteriores, pois provocam pequenos danos localizados na construção, geralmente de fácil reparação.
No campo princípio de funcionamento são expostos os princípios utilizados pela técnica em análise
na avaliação e verificação do material ou elemento não-estrutural em causa. Como este modelo tem a
intenção de ser adaptado para todas as técnicas de diagnóstico aplicadas a elementos não-
estruturais existentes, são incluídos mais princípios do que os apresentados no capítulo 2.
3.3.7 Custo
Colocado no primeiro campo da segunda página da ficha de técnicas de diagnóstico, o custo permite
uma estimativa do preço de aquisição do equipamento e do preço de execução do ensaio incluindo a
mão-de-obra especializada, excluindo o custo do equipamento. Optou-se por uma classificação de
custo que envolve os seguintes campos, económico, médio e oneroso. Não é feita uma classificação
com base no custo real devido à dificuldade de obter valores concretos dos custos associados à
execução das técnicas.
3.3.8 Dificuldade
A dificuldade é classificada quantitativamente em três níveis, baixa, média e elevada e serve apenas
como uma referência para o utilizador do catálogo. A dificuldade em vista aqui consiste no conjunto
57
de aplicação da técnica, utilização dos aparelhos, necessidade de conhecimentos técnicos
especializados, duração do ensaio e quantidade de ensaios necessários.
Para a realização desta ficha foi utilizada a bibliografia indicada no subcapítulo referente à bibliografia
do catálogo. As referências bibliográficas são indicadas nos vários campos da ficha, no entanto tanto
para esta como para muitas outras fichas, podem não estar indicadas na ficha todas as citações
utilizadas, na maior parte dos casos por falta de espaço e outras pela extensão de referencias que se
seguiria no texto.
Os campos “grau de destruição”, local de realização do ensaio (in situ ou laboratório), “elementos
não-estruturais”, “princípio utilizado”, foram preenchidos segundo a informação do capítulo 2.
A informação apresentada no espaço relativo aos documentos normativos provém de sites que
contêm os padrões normalizados existentes. Foram feitas pesquisas em normas europeias (CEN),
portuguesas (NP), brasileiras (ABNT), americanas (ASTM), internacionais (ISO), entre outras.
Este capítulo pretendeu a elaboração de uma ficha de duas páginas para técnicas de diagnóstico
para elementos não-estruturais de edifícios correntes.
Na segunda página do modelo são apresentadas mais sete características da técnica, o custo, a
dificuldade da técnica, o procedimento de ensaio, os parâmetros de medição, os documentos
normativos ou técnicos aplicáveis, os valores de referência ou orientativos e a interpretação dos
resultados. No rodapé é indicada a designação da técnica e a referência.
58
Ref.ª
AVALIAÇÃO DA PERMEABILIDADE À ÁGUA LÍQUIDA – TUBO DE KARSTEN
19 THd
Palavras-chave: tubo de Karsten; absorção de água; baixa pressão; permeabilidade à água líquida; porosidade;
argamassa; revestimentos cerâmicos; revestimentos de paramentos. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o técnica simples e expedita; o ensaio dependente das condições atmosféricas e da
o reduzidos custos; humidificação do suporte;
o baixo grau de especialização do técnico; o exige homogeneidade do revestimento;
o dispensa de fonte de energia externa e de recolha de o requer aplicação de material de fixação cuidadosa;
amostras. o o método avalia o comportamento do conjunto
revestimento-suporte e não apenas o revestimento;
o técnica desadequada para avaliar elementos com alta
absorção de água.
Ref.ª 19 THd TÉCNICA HIDRODINÂMICA
59
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios com tubos de Karsten:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
Testing of aggregates – Test methods for the
DIN 52 106 2004
Custo de realização do ensaio: assessment of the weathering resistance.
Fe Pa 39 Ficha de Ensaio, Revestimento de Paredes – Ensaio
Económico Médio Oneroso LNEC de absorção de água sob baixo pressão
2002
durante os intervalos de tempo definidos. É feita uma Modelo de argamassa 2,7 (aos 11
-
tradicional mais tijolo (lab.) meses)
média aritmética de cada uma das zonas ensaiadas e Argamassa de cal aérea
1,0 (às 14
através destes valores é produzido um gráfico do volume [19.8] mais cimento branco (in -
semanas)
situ)
de água absorvida em função do tempo, permitindo assim
calcular o coeficiente de absorção [19.3] e [19.4].
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
A absorção de água (𝐴𝑓𝑎𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 ) é calculada pela seguinte
expressão [19.1]: O método fornece informação generalizada sobre a
homogeneidade do suporte da parede, do revestimento e das
anomalias existentes. Apesar da sua simplicidade, a execução
𝐴𝑓𝑎𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 = 𝐶𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜 × √𝑡𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
do ensaio pode aumentar a variabilidade dos resultados caso
em que,
2 não se tenham em conta alguns fatores:
𝐴𝑓𝑎𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 – absorção de água (kg/m );
o existência de microfissuras;
𝐶𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜 – coeficiente de absorção de água da camada
2 o excesso de material de fixação, provocando uma redução
superficial (kg/[m .√h]);
na área de contacto da água com o revestimento;
𝑡𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 – tempo do ensaio (h).
o garantia de um nível constante de pressão durante a
realização do ensaio.
Dos resultados obtidos da utilização desta técnica há a
concluir que quanto menor for a absorção de água, melhor a
resistência do material ensaiado ao desenvolvimento de
manchas e ao ataque químico [19.1].
Referências: [19.1] a [19.9] AVALIAÇÃO DA PERMEABILIDADE À ÁGUA LÍQUIDA – TUBO DE KARSTEN Ref.ª 19 THd
60
4 ELABORAÇÃO DO CATÁLOGO DE TÉCNICAS
As fichas desenvolvidas nesta dissertação foram elaboradas com base em informação retirada de
uma vasta bibliografia, que se considerou relevante, no que diz respeito à utilização de técnicas de
diagnóstico. Assim, para a sua elaboração, utilizaram-se diversas fontes de informação,
nomeadamente, catálogos de equipamentos, guias técnicos de utilização, documentos normativos,
especificações técnicas, dissertações e teses e informação online, tanto técnica, como comercial.
Após a apresentação do índice geral, onde estão listadas as técnicas que compõem o catálogo, foi
inserida uma figura ilustrativa dos vários elementos construtivos não-estruturais evidenciados nas
fichas. De seguida, surgem as fichas, as quais foram organizadas segundo os respetivos princípios
de utilização (perceção sensorial, ação mecânica, propagação de radiação eletromagnética, reação
química, elétrico, hidrodinâmico e higrotérmico), de modo a fornecer uma consulta rápida e expedita,
tendo sido utilizada a seguinte codificação:
61
Foram elaboradas 20 fichas de técnicas de diagnóstico; algumas das fichas elaboradas (9) são
resultado de melhorias introduzidas em fichas propostas inicialmente num trabalho de mestrado
realizado por Abreu (2013) e 11 são propostas de novas fichas.
As técnicas foram organizadas segundo uma numeração sequencial, seguida do código de cada
categoria (ex. 01 TPS, 02 TPS, …, 06 TAM, …). Deste modo, futuras fichas poderão ser adicionadas
prosseguindo a numeração sequencial adotada, seguidas dos respetivos códigos de técnicas. Note-
se que, existem técnicas que têm mais do que um princípio de utilização, nomeadamente as técnicas
de medição de pH e da condutividade elétrica, que se baseiam em reações químicas e efeitos
elétricos. Apenas para efeitos de referência, foram colocadas no catálogo sob a categoria de técnicas
de reação química.
De modo a uma melhor perceção dos elementos construtivos não-estruturais em que a técnica em
causa pode ser utilizada, foi inserido um esquema dos elementos construtivos não estruturais de um
edifício (ver Figura 4.1), que ilustra todos os elementos construtivos presentes nas fichas. Esta figura
foi integrada no catálogo de modo a facilitar a identificação destes elementos em caso de dúvida.
Tendo sido concebidas com base numa pesquisa bibliográfica, as fichas propostas neste trabalho
pretendem proporcionar melhorias significativas ao nível de apresentação, clareza, estrutura e
conteúdo informativo e técnico. Por exemplo, relativamente ao catálogo desenvolvido por Abreu
(2013), introduziram-se as seguintes melhorias:
o Nas técnicas relativas à determinação de sais, Abreu (2013) apresenta uma ficha única com
dois ensaios: “Kit de Campo” e “Fitas Colorimétricas”. Porque esta dissertação tem por
objetivo desenvolver um catálogo de técnicas de diagnóstico em elementos não-estruturais,
optou-se por uma caracterização mais pormenorizada de cada uma das técnicas, tendo sido
feita uma ficha para cada ensaio.
o No mesmo sentido, nesta dissertação foram propostas três fichas distintas relativamente à
medição e variação da abertura de fendas e fissuras, nomeadamente com recurso ao
comparador de fissuras, ao fissurómetro e ao medidor ótico de fissuras. Abreu (2013) propôs
uma ficha única relativa ao uso do fissurómetro, e referiu o comparador de fissuras e o
medidor ótico num campo complementar ao modelo de base na mesma ficha.
o Complementarmente, e a título de exemplo, a informação contida no campo “descrição” foi
significativamente melhorada nas fichas kit de campo, fitas colorimétricas, arrancamento por
tração, choque de esfera, termografia, esclerómetro pendular, absorção de água sob baixa
pressão, fissurómetro e condutibilidade térmica. Para as fichas kit de campo e fitas
colorimétricas, Abreu (2013) apenas menciona as eflorescências, referindo o que são, como
se formam e os problemas que causam, referindo-se exclusivamente aos ensaios no campo
“Princípio de Funcionamento”. Assim, numa tentativa de melhoria destas fichas, o campo
“Princípio de Funcionamento” foca-se no princípio utilizado (neste caso corresponde a um
princípio de reação química, para ambas as técnicas); no campo “Descrição” é exposta a
62
técnica em causa e são explicados alguns pontos importantes, nomeadamente, em que
consiste, quais os objetivos, qual a sua utilização, entre outros.
o Relativamente ao “grau de destruição”, Abreu (2013) apenas faz a distinção entre destrutiva
ou não-destrutiva. No entanto, para alguns ensaios, é necessária a recolha de material, o que
implica alguma destruição, levando a uma pequena reparação, ou após a execução do ensaio
o provete ficou levemente danificado, necessitando assim de pequena reparação; nestes
casos Abreu (2013) ora os considerou ensaios destrutivos, ora não-destrutivos. De modo a
proporcionar uma informação mais precisa foi introduzida a opção semi-destrutiva, o que
levou a uma diferenciação da consideração do grau de destruição, relativamente a Abreu
(2013); as técnicas de determinação do teor de sais (kit de campo e fitas colorimétricas),
resistência ao impacto ou choque de esfera (Martinet Baronnie) e arrancamento por tração
(Pull-off), foram consideradas neste trabalho semi-destrutivas ao invés de destrutivas.
o Na ficha relativa ao choque de esfera, no campo referente ao “equipamento/material
necessário” incluiu-se uma régua de precisão de 0,1 mm para a medição precisa das mossas
provocadas pelo impacto da esfera, pois é considerado um meio auxiliar essencial para a
obtenção de resultados mais exatos.
o Para os ensaios kit de campo e fitas colorimétricas, no que diz respeito à localização da
realização do ensaio, este pode ser executado in situ e em laboratório.
o Nos campos relativos às “vantagens” e “limitações” foram introduzidas diversas alterações
com informação mais apropriada, nomeadamente nas técnicas: medição da variação da
abertura de fissuras e fendas, arrancamento por tração, resistência ao impacto ou choque de
esfera, esclerómetro de pêndulo, determinação de sais e medição de humidade superficial.
o Relativamente à técnica de termografia, no campo “documentos normativos” foram
acrescentadas normas que também se adequam a este ensaio e atualizadas as datas das
existentes.
Foram elaboradas novas fichas de técnicas (como por exemplo, arrancamento de hélice,
microperfuração, determinação de fungos e algas, medição de pH, medição da condutividade, entre
outras), que se consideraram relevantes na avaliação do diagnóstico de edifícios correntes, com base
em informação disponibilizada em inúmeros meios, como livros, documentos técnicos, websites de
venda de equipamentos de ensaio, entre outros.
No que diz respeito às referências bibliográficas, optou-se por colocá-las separadamente das
referências da dissertação, tendo sido inseridas em anexo. Deste modo, é proporcionada a vantagem
da utilização deste catálogo de forma independente da dissertação. De modo a evitar conflitos de
apresentação entre as referências relativas à dissertação e as relativas ao catálogo, adotou-se uma
numeração sequencial para as referências do catálogo.
Nas páginas seguintes apresenta-se o catálogo de fichas de técnicas de diagnóstico para elementos
não-estruturais em edifícios correntes utilizadas em Engenharia Civil.
63
4.2.1 Apresentação do catálogo de técnicas de diagnóstico
Quadro 4.1 Índice do catálogo de fichas de diagnóstico de elementos não-estruturais em edifícios correntes
64
Coberturas
Revestimentos
Instalações
Outros (ex: chaminés)
Cozinhas e casas de banho
Alvenarias
Revestimentos
Vãos
Caixilharias Tetos
Envidraçados Revestimentos
Outros (ex: parapeitos)
Fachadas
Alvenarias
Paredes interiores
Revestimentos Alvenarias
Outros (ex: varandas, Revestimentos
portadas, cornijas
platibandas)
Pavimentos
Revestimentos
Entrada e zonas comuns interiores
Alvenarias
Revestimentos
Figura 4.1 Ilustração esquemática dos elementos construtivos não estruturais do edifício corrente (adaptado de
Mascarenhas, 2012)
A Figura 4.1 pretende auxiliar o utilizador do catálogo através da ilustração dos vários elementos
construtivos não-estruturais, de um edifício corrente, considerados nas fichas.
65
Ref.ª
MEDIÇÃO DA ABERTURA DE FISSURAS E FENDAS – COMPARADOR
01 TPS
Palavras-chave: comparador de fissuras; fissura; fenda; controlo de fissuras; medição de fissuras; abertura;
monitorização. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o equipamento económico; o requer ensaios adicionais como o fissurómetro, para
o instrumento de pequenas dimensões e muito leve; quantificar com rigor a variação da abertura de fissuras
o ensaio simples de fácil e rápida realização; e fendas;
o ensaio de baixa exigência técnica. o aplicável apenas em fissuras e fendas acessíveis.
66
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos ou
Económico Médio Oneroso técnicos relativos a fissuração ou para este tipo de ensaio.
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [1.4]:
1. Colocar a régua sobre a fissura e fazer incidir os traços
do comparador com a fissura, registando na folha de
registo a abertura que mais se aproxima com a fissura VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
ou fenda. Consideram-se os traços da régua do comparador de
fissuras, os valores de referência relativamente a este
ensaio para a abertura de fissuras e fendas.
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
O comparador de fissuras serve apenas para uma primeira INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
leitura da abertura de fissuras e fendas, não é um A análise das leituras obtidas permitem concluir sobre a
instrumento rigoroso, pelo que permite uma aproximação abertura das fissuras e das fendas no momento da medição
inicial. Este ensaio é usualmente utilizado com o [1.5]. A Figura 1.3 ilustra uma medição obtida com o
comparador de fissuras.
fissurómetro e complementado com o medidor ótico. Em
que o primeiro mede a variação da abertura ao longo de um
determinado período de tempo e o segundo fornece um
valor mais rigoroso da abertura das fissuras e das fendas
[1.1].
Referências: [1.1] a [1.8] MEDIÇÃO DA ABERTURA DE FISSURAS – COMPARADOR DE FISSURAS Ref.ª 01 TPS
67
Ref.ª
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DA ABERTURA DE FISSURAS E FENDAS –
FISSURÓMETRO 02 TPS
Palavras-chave: fissurómetro; fissura; fenda; controlo de fissuras; medição de fissuras; deslocamento;
monitorização. 2014
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o equipamento económico; o requer rigor na leitura, para obtenção de resultados
o ensaio simples de fácil realização; fiáveis;
o ensaio de baixa exigência técnica. o ensaio de longa duração;
o aplicável apenas em fissuras e fendas acessíveis.
68
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos ou
Económico Médio Oneroso técnicos relativos a fissuração ou para este tipo de ensaio.
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [2.4]:
1. Selecionar os pontos de medição e desenhar pequenos
traços horizontais ou verticais a lápis, perpendiculares
à fissura, com 20 cm. VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
2. Fixar o fissurómetro, de modo a centrar as setas com Não existem valores de referência relativamente a este
os traços desenhados anteriormente e fazendo o ensaio, pois sendo um ensaio de monitorização e análise
centro do reticulado coincidir com a fissura. O durante um certo período de tempo, os resultados das
fissurómetro é posicionado segundo a direção mais medições variam de caso para caso e com o tipo de material
próxima da normal à fissura. fissurado em causa.
3. A fixação é feita consoante o tipo de suporte. Para a
fixação com cola, deverá usar-se a mais rígida possível Tabela 2.1 – Níveis de severidade de fissuração (função da abertura) [2.8]
depois de endurecida e deverá ser aplicada em 0 1 2 3 4
0,1 a 0,25 0,25 a 1,0
camada tão fina quanto possível. ≤ 0,1mm 1,0 a 2,0 mm ≥ 2 mm
mm mm
4. Após o endurecimento do material de fixação, retiram- Bem definida.
Visível,
se os dois autocolantes, ficando o fissurómetro a medir Tenuamente
localizada.
visível em Efeitos
os movimentos da fissura nesse ponto. Não visível
fotografia a 3 estruturais.
Limiar da em
5. Fazer medições regularmente, registando as leituras Fio de cabelo m da fachada. Facilmente
visibilidade fotografias
Pode estar visível em
de cada fissurómetro. (exceto em
acompanhada fotografia
detalhes de
de mais
pormenor)
NOTA: os fissurómetros deverão ser marcados com anomalias
Microfissuras Fissuras Fendas
números que corresponderão a uma folha de registo.
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
Com esta técnica é medida a variação da abertura de INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
fissuras e fendas. Com o fissurómetro é possível medir duas A análise das leituras obtidas ao longo do tempo nas folhas
componentes de deslocamento, segundo as direções de registos permitem concluir sobre a tendência do
longitudinal e transversal, e uma componente de rotação, movimento para um agravamento, para uma estabilização,
para uma recuperação ou para uma variação cíclica.
em torno do eixo perpendicular ao plano do instrumento
Eventualmente, poderá estabelecer relações de causa-efeito
[2.2]. com ações ou ocorrências a que a construção esteja sujeita
Para realizar estas leituras, basta registar na respetiva folha [2.2].
a posição relativa dos traços de referência e do reticulado. A integração das leituras dos diferentes fissurómetros
A fim de obter uma informação mais apurada das aberturas permitirá interpretar os movimentos em termos do
das fissuras no final da monitorização, devem ser medidas comportamento dos revestimentos e dos elementos
estruturais envolvidos [2.1].
também as aberturas no início da monitorização, com o
comparador de fissuras ou com o medidor ótico e registá-
las na folha de registo [2.1].
Referências: [2.1] a [2.8] MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DA ABERTURA DE FISSURAS E FENDAS – FISSURÓMETRO Ref.ª 02 TPS
69
Ref.ª
MEDIÇÃO DA ABERTURA DE MICROFISSURAS – MEDIDOR ÓTICO
03 TPS
Palavras-chave: medidor ótico de fissuras; fissuras; microfissuras; microfissuração; controlo de fissuras; medição
de fissuras; abertura; monitorização. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o aparelho portátil e de fácil transporte; o apenas permite obter informação sobre a abertura das
o aparelho com alimentação própria; fissuras no instante da medição (análise quantitativa);
o ensaio simples de fácil e rápida realização; o aplicável apenas em fissuras e microfissuras acessíveis.
o ensaio de baixa exigência técnica;
o rigor na quantificação da abertura de fissuras e fendas.
70
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos relativos a
Económico Médio Oneroso fissuração ou para este tipo de ensaio. No entanto, o
equipamento é acompanhado de um documento técnico, o
Custo de realização do ensaio:
manual do equipamento.
Económico Médio Oneroso
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [3.1]:
1. Colocar o microscópio ótico sobre a fissura de maneira
a fazer incidir a lente com a fissura, registando na
folha de registo a abertura que mais se aproxima com VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
a fissura ou microfissura. Não existem valores de referência para esta técnica. No
2. Repetir o procedimento descrito em 1. em vários entanto, um estudo anterior considerou níveis de severidade
pontos, de modo a obter melhor noção das relativamente à fissuração apresentados na Tabela 3.1.
caraterísticas da abertura da fissura.
Tabela 3.1 – Níveis de severidade de fissuração (função da abertura) [3.10]
0 1 2 3 4
0,1 a 0,25 0,25 a 1,0
≤ 0,1mm 1,0 a 2,0 mm ≥ 2 mm
mm mm
Bem definida.
Visível,
Tenuamente
localizada.
visível em Efeitos
Não visível
fotografia a 3 estruturais.
Limiar da em
Fio de cabelo m da fachada. Facilmente
visibilidade fotografias
Pode estar visível em
(exceto em
acompanhada fotografia
detalhes de
de mais
pormenor)
anomalias
Microfissuras Fissuras Fendas
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
O medidor ótico de fissuras serve apenas para quantificar INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
com rigor a abertura de fissuras e microfissuras, pelo que A análise das leituras obtidas permitem concluir sobre a
permite uma leitura da abertura exata de fissuras. Este abertura de fissuras e de microfissuras no momento da
ensaio é usualmente utilizado como complemento do medição [3.4].
fissurómetro, que mede a variação da abertura de fissuras
num período de tempo e do comparador de fissuras, que
permite uma primeira aproximação da abertura de fissuras
[3.1].
Referências: [3.1] a [3.10] MEDIÇÃO DA ABERTURA DE MICROFISSURAS – MEDIDOR ÓTICO Ref.ª 03 TPS
71
Ref.ª
DETEÇÃO DE DELAMINAÇÕES SUPERFICIAIS – PERCUSSÃO, ARRASTAMENTO DE
CORRENTES E APARELHO DE RODAS DENTADAS 04 TPS
Palavras-chave: percussão; delaminações superficiais; martelo; arrastamento correntes; rodas dentadas. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o ensaio fácil e de rápida execução; o requer pequena reparação no caso de os elementos
o equipamentos portáteis e de fácil transporte; ensaiados não superarem os testes;
o permite obter informação qualitativa sobre a falta de o não permite valores quantitativos da aderência.
aderência de um revestimento.
72
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos ou
Económico Médio Oneroso técnicos para este tipo de ensaios.
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [4.1]:
1. Ensaio com martelo: percutir a superfície em estudo
com um martelo leve e marcar as zonas de som oco;
2. Ensaio com correntes: arrastar manualmente uma
corrente ou esteira de correntes sobre a superfície
horizontal em estudo e marcar as zonas de som oco;
3. Ensaio com aparelho de rodas dentadas: percorrer VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
com o aparelho a área a inspecionar, marcando as Não aplicável a este ensaio.
zonas que apresentarem som oco.
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
Sendo uma técnica de princípio sensorial, a audição é o
sentido mais relevante neste tipo de ensaios. Deste modo, INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
ao longo do ensaio, as zonas que “soarem a oco” Apenas existe uma forma de interpretação de resultados
correspondem a zonas delaminadas, pelo que, são deste tipo de ensaios, sempre que durante os ensaios o som
marcadas de modo a serem facilmente identificadas [4.1]. obtido corresponder a um som oco, estar-se-á na presença
de superfícies delaminadas [4.2].
No caso de superfícies que não passem nestes ensaios, mas
que se apresentem boas visivelmente, deverá ser usada a
técnica 06 TAM, referente à medição de delaminações da
aderência de revestimentos (Pull-off), para um melhor
diagnóstico da superfície em estudo.
73
Ref.ª
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE COR – COLORÍMETRO PORTÁTIL
05 TPS
Palavras-chave: colorímetro; cor; descoloração; revestimentos; medição de cor; espectros de cor; qualidade da
cor; avaliação da cor. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o aparelho portátil de fácil transporte; o equipamento algo dispendioso;
o ensaio de fácil e rápida realização; o necessita de bom meio de acesso à amostra;
o aparelho de fácil utilização e baixa exigência técnica; o necessita calibração.
o resultados fiáveis impressos no local e na hora;
o fácil interpretação de resultados.
74
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
ISO 11664-3 Colorimetry - Part 3: CIE Tristimulus Values 2012
Custo de realização do ensaio: ASTM D2616
Standard Test Method for Evaluation of Visual
2012
Color Difference With a Gray Scale
Económico Médio Oneroso Standard Test Method for Color and Color-
ASTM E1347 -
Difference Measurement by Tristimulus 2011
DIFICULDADE: 06
Colorimetry
Standard Practice for Visual Appraisal of Colors
Baixa Média Elevada
ASTM D1729 and Color Differences of Diffusely-Illuminated 2009
Opaque Materials
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [5.5]: Colorimetry - Part 4: CIE 1976 L*a*b* Colour
ISO 11664-4 2008
Space
1. Calibrar o aparelho, utilizando a placa de calibração.
Ensaios complementares:
2. Colocar o colorímetro sobre a amostra e realizar o
Ref.ª Designação Ano
ensaio necessário, selecionando no aparelho o Standard Practice for Calculation of Color
programa pretendido. ASTM D2244 Tolerances and Color Differences from 2014
3. Ligar o aparelho ao processador de dados e imprimir Instrumentally Measured Color Coordinates
Standard Practice for Identification of
os resultados.
ASTM E805 Instrumental Methods of Color or Color- 2012
Difference Measurement of Materials
Standard Practice for Reducing the Effect of
ASTM E1345
Variability of Color Measurement by Use of 2008
- 98
Multiple Measurements
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
Os colorímetros empregam três filtros de banda larga para INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
obter três números que podem ser convertidos diretamente O parâmetro ΔE corresponde à medida total da variação da
para valores. São utilizados dois sistemas, o XYZ – CIE 1931 e cor e representa a distância Euclidiana entre dois pontos no
o CIELAB 1976, ambos estabelecidos pela Comissão espaço tridimensional. O cálculo de ΔE para dois pontos de
Internacional de Iluminação [5.2]. medição no sistema CIELAB é feito através da fórmula:
O sistema CIE XYZ está na raiz de toda a colorimetria. Todas
as cores visíveis podem ser definidas utilizando apenas ∆𝐸 = √(𝐿2 − 𝐿1 )2 + (𝑎2 − 𝑎1 )2 + (𝑏2 − 𝑏1 )2
valores positivos, em que o valor Y corresponde à
luminosidade. Por conseguinte, as cores das próprias em que:
Li = valor da coordenada L no ponto i;
primárias XYZ não são visíveis. Uma cor definida neste
ai = valor da coordenada a no ponto i;
sistema é referida como Yxy. Uma terceira coordenada, z, bi = valor da coordenada b no ponto i.
também pode ser definida, mas é redundante, dado que x +
y + z = 1 para todas as cores [5.4]. As coordenadas do sistema CIELAB podem ser convertidas
O sistema CIELAB é o espaço de cor mais completo no CIE XYZ através das seguintes expressões:
especificado pelo CIE, pois permite a especificação de 𝑌
𝐿∗ = 116 𝑓 ( ) − 16
perceções de cores em termos de um espaço 𝑌𝑛
𝑋 𝑌
tridimensional. Fornece três parâmetros de cor: L*, a* e b*. 𝑎∗ = 500 𝑓 ( ) − 𝑓 ( )
𝑋𝑛 𝑌𝑛
O valor L* fornece a luminosidade que varia entre o branco 𝑌 𝑍
(L*=100) e o preto (L*=0). Os valores de a* e b* 𝑏 ∗ = 200 𝑓 ( ) − 𝑓 ( )
𝑌𝑛 𝑍𝑛
1
correspondem, respetivamente, ao intervalo de cor 6 3
𝑡3 𝑠𝑒 𝑡 ≥ ( )
vermelho-verde e amarelo-azul [5.5]. onde: 𝑓(𝑡) = {1 29 2 4 29
( ) 𝑡+ 𝑞. 𝑞.
3 6 29
Referências: [5.1] a [5.7] MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE COR – COLORÍMETRO PORTÁTIL Ref.ª 05 TPS
75
Ref.ª
MEDIÇÃO DA ADERÊNCIA DE REVESTIMENTOS – ARRANCAMENTO POR
TRAÇÃO (Pull-off) 06 TAM
Palavras-chave: pull-off; ensaio aderência; arrancamento; tração; revestimento; ladrilhos; argamassa; paredes;
pavimentos.
2014
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o aparelho portátil; o necessários trabalhos de reparação posteriores;
o permite obter informação sobre uma característica o ensaio executado por fases (fase de preparação e colagem
de desempenho (aderência) e sobre a sua perda em das pastilhas, fase de realização do ensaio e fase de
condições de serviço; reparação);
o resultados fiáveis e de fácil interpretação; o necessidade de meios de acesso ao ensaio in situ;
o não necessita de fonte de energia in situ; o requer técnicos com alguma formação específica.
o não necessita de trabalho laboratorial.
Ref.ª 06 TAM TÉCNICA DE AÇÃO MECÂNICA
76
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios em argamassas de revestimento:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso NBR 13528 Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas -
2010
(ABNT) Determinação da resistência de aderência à tração
Custo de realização do ensaio: MDT.D.3 Determination “in situ” of the adhesive strength of rendering
2004
(RILEM) and plastering mortars to their substrate
Económico Médio Oneroso Methods of test for mortar for masonry. Determination of
EN 1015-12
adhesive strength of hardened rendering and plastering 2000
(CEN)
DIFICULDADE: mortars on substrates
NF P15-201 Enduits aux mortiers de ciments, de chaux et de mélange plâtre
Baixa Média Elevada (DTU 26.1) et chaux aérienne
1990
peça metálica de ensaio é colada com uma cola Ensaios em sistemas ETICS:
epoxídica à superfície. Ref.ª Designação Ano
4. Após a ligação, coloca-se o aparelho de modo a que ETAG 004 Guideline for European Technical Approval of External Thermal
2000
(EOTA) Insulation Composite Systems with Rendering
a garra seja corretamente fixada à peça metálica e
coloca-se o indicador de escala em zero. VALORES DE REFERÊNCIA (fu):
5. Inicia-se a aplicação de força de tração Argamassas de reboco cimenticias [6.8]:
gradualmente, através do volante de tensão e O valor médio do ensaio deve ser superior a 0,3 MPa, sem
determinações individuais inferiores a 0,2 MPa, ou com rotura coesiva.
observa-se na escala (em N ou MPa) o incremento
Ladrilhos cerâmicos [6.9]:
de força até à rotura da superfície.
Mínimo de 0,3 MPa para o reboco de regularização do suporte (DTU
6. Registo do valor da força ou da tensão aquando do
26.1, NF P15-201); mínimo de 0,5 MPa no caso de cimento-cola normal
arrancamento do provete e da tipologia de rotura. e de 1,0 MPa em cimento-cola de características melhoradas.
Sistemas ETICS [6.10]:
NOTA: Devem ser executados no mínimo três O valor médio do ensaio deve ter no máximo 0,08 MPa, caso contrário
arrancamentos por zona de ensaio. poderá ocorrer a rotura no isolamento térmico.
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO: NOTA: Valores apenas orientativos, sendo necessário um maior
número de estudos para validação.
São medidos os valores de tensão (fu) ou força (Fu),
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
conforme a leitura dos aparelhos utilizados, podendo
ser analógicos ou digitais [6.2], deve ser também O arrancamento tanto para revestimentos de ladrilhos
cerâmicos como para argamassas pode ocorrer, segundo a
avaliada a tipologia de rotura.
Figura 6.3 por [6.5]:
No caso de um aparelho de mostrador digital, com o o Rotura coesiva no suporte (tipo A) – rotura do material de
valor da força aplicada (Fu), o resultado da tensão é suporte;
obtido pela divisão da força pela área da pastilha o Rotura adesiva (tipo B) – perda de aderência na interface
metálica (pastilha quadrada) [6.2]. entre o revestimento e o suporte;
Para os aparelhos onde é lido o valor da tensão, a área o Rotura coesiva no revestimento (tipo C) – rotura do
da pastilha deve ser previamente inserida [6.2]. material de revestimento;
o Rotura adesiva (tipo D) – perda de aderência entre a cola
A tensão é traduzida pela expressão [6.5]:
𝐹𝑢 e o revestimento.
𝑓𝑢 = (𝑀𝑃𝑎) A tensão que provoca rotura no plano de contato do
𝐴
em que: revestimento com o suporte (tipo B) é a tensão de aderência
fu – tensão de aderência (MPa) [6.10].
Fu – carga de rotura (N) Se a rotura for do tipo A ou C, o valor obtido equivale ao limite
A – área da pastilha (mm )
2 inferior da tensão de aderência, sendo válido para o cálculo de
um valor médio da resistência ao arrancamento [6.10].
Referências: [6.1] a [6.14] MEDIÇÃO DA ADERÊNCIA DE REVESTIMENTOS – ARRANCAMENTO POR TRAÇÃO (Pull-off) Ref.ª 06 TAM
77
Ref.ª
RESISTÊNCIA AO IMPACTO OU CHOQUE DE ESFERA – MARTINET BARONNIE
07 TAM
Palavras-chave: resistência superficial; impacto; atrito; choque de esfera; Martinet Baronnie; paramentos; ação
mecânica. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o ensaio de fácil interpretação, fácil averiguação da o necessária pequena reparação, no caso do revestimento
resistência superficial do elemento em teste; não passar o teste;
o equipamento portátil; o difícil garantir a queda vertical da esfera, devido à sua
o ensaio sem grande complexidade técnica; massa significativa;
o possível a aplicação desta técnica a revestimentos de o ensaio condicionado por imperfeições ou irregularidades
ladrilhos cerâmicos, tendo em vista a verificação de dos elementos;
descolamentos ou de zonas ocas na camada de o o número de camadas do revestimento pode influenciar
assentamento. a resistência superficial se o impacto conduzir a
fissuração.
78
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
Edificações habitacionais - Desempenho
NBR 15575-4
Custo de realização do ensaio: (ABNT)
Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações 2013
verticais internas e externas - SVVIE
Económico Médio Oneroso ETAG 004 External Thermal Insulation Composite Systems
2013
(EOTA) with Rendering
DIFICULDADE:
TR 001 Determination of impact resistance of panels and
2003
Baixa Média Elevada (EOTA) panels assemblies
Thermal insulation products for building
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [7.5]: EN 13497 applications - Determination of the resistance to
2002
(CSN) impact of external thermal insulation composite
1. Definir vários pontos de ensaio. systems (ETICS)
2. Posicionar o aparelho Martinet Baronnie com a esfera Vertical building elements - Impact resistance
ISO 7892 1988
fixada na extremidade livre do braço. Poder-se-á tests - Impact bodies and general test procedures
FE PA 25 Revestimentos de Paredes, Ensaio de choque de
polvilhar a esfera com grafite. 1980
(LNEC) esfera
3. Colocar o aparelho na horizontal e segurar firmemente
a sua cabeça contra a superfície a ensaiar. O braço do VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
aparelho deve ser mantido ao longo do corpo, Foram reunidos na tabela 7.1, alguns critérios/ parâmetros
encostando a esfera ao rolo existente no pé. utilizados em vários estudos, para a resistência superficial
4. Deixar tombar livremente o braço de forma a ocorrer em revestimentos e fachadas.
o impacto da esfera na parede, mas de forma única,
sem que ocorram outros impactos. Tabela 7.1 – Resumo de critérios de avaliação/parâmetros de medição para a
5. Registar as fases e datar cada ensaio realizado. resistência superficial em revestimentos e fachadas [7.1]
NOTA: este ensaio pode ser realizado para um corpo duro Utilização Energia Parâmetros/Critérios
N. mínimo: não ocorrência de falhas
de 3J ou 10J [7.5]. Fachadas de edifícios 3,75 N. máximo: não ocorrência de falhas e pro-
fundidade da mossa ≤ 2mm (ABNT, 2002)
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
Revestimentos Diâmetro da mossa (mm) provocada pelo
10
Os critérios a ter em conta são a avaliação visual da monocamada/fachadas choque de grande corpo duro (CSTB, 1993)
degradação e a medição do diâmetro da mossa [7.1]. Deste Rebocos interiores em
3
Diâmetro da mossa (mm) provocada pelo
compartimentos choque (ex. Ømossa ≤ 20 mm) (Lucas, 1986)
modo, o resultado do ensaio de choque de esfera exprime-
Rotura equivale a mossa >2 mm. Defeitos
se pelos diâmetros (mm) das mossas resultantes dos vários Paredes interiores 3 na aparência: profundidade da mossa > 0,5
ensaios e respetiva média aritmética [7.6]. mm (sem fissuras) (NORDTEST, 1978)
Avaliação de superfí- Sem alterações significativas na aparência
3 e 10
cies verticais exteriores (Thorogood, 1978)
O aparelho de Martinet Baronnie permite ainda a realização
Pinturas interiores 3 Ømossa ≤ 20 mm (Uzac et al., 1966)
de outros ensaios: Sem penetração nem degradação visível.
Painéis em paredes
O ensaio de quadrilagem é usado para avaliar a resistência 3 ou 6 Diâmetro da mossa e profundidade da
exteriores
do reboco ao impacto de corpos rígidos de corte e de mossa (EOTA, 2003)
coesão do revestimento. Utiliza um bloco dentado metálico Nos documentos [7.10] e [7.11] estão apresentados
com massas diferentes (250, 500 e 1000 g), o qual produz resultados de alguns estudos realizados com o aparelho de
uma grelha quadriculada na superfície da amostra. No final Martinet Baronnie.
do ensaio, é avaliada a percentagem de área de argamassa
destacada, em relação à área atingida pelo choque do INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
elemento cortante [7.10]. A título de exemplo, determinando o coeficiente de variação
O ensaio de penetração controlada consiste na penetração a partir dos resultados publicados (Ømossa) por Magalhães &
de um prego de aço guiado por um acessório fixo ao Veiga para 23 casos de estudo, em argamassas à base de cal,
aparelho de Martinet Baronnie, para garantir a obtém-se um coeficiente de variação de 37% para os ensaios
perpendicularidade do impacto. São produzidos vários de impacto pela técnica de Martinet Baronnie. Sendo uma
impactos (em geral três impactos) com energia constante, técnica in situ, consideram-se como aceitáveis valores de
em que é registada a penetração obtida com cada um, coeficiente de variação inferiores a 50%, conforme o
permitindo a obtenção de informações sobre a resistência relatório Nórdico TR 581 [7.8].
mecânica da argamassa [7.11]. Deste modo, a classificação dos níveis de desempenho em
Os ensaios de riscagem e abrasão são usualmente termos da resistência ao impacto é feita através da energia
realizados nas camadas superficiais dos acabamentos. O mínima a que os revestimentos resistem e os critérios de
primeiro consiste na raspagem de 15 cm da superfície com aceitabilidade da deterioração dependem da localização do
um disco metálico, com força constante e o segundo utiliza revestimento na fachada, da sua acessibilidade aos utentes/
uma lixa para superfícies mais friáveis. É avaliada a transeuntes, da cor e textura da superfície e do custo de
profundidade do sulco provocado e a massa extraída pela reparação [7.6].
realização dos ensaios [7.3].
Referências: [7.1] a [7.14] RESISTÊNCIA AO IMPACTO OU CHOQUE DE ESFERA – MARTINET BARONNIE Ref.ª 07 TAM
79
Ref.ª
AVALIAÇÃO DA DUREZA SUPERFICIAL – ESCLERÓMETRO DE PÊNDULO
08 TAM
Palavras-chave: esclerómetro; esclerómetro pendular; esclerómetro de pêndulo; ensaio esclerométrico;
argamassa; ressalto; dureza; índice esclerométrico; resistência superficial; homogeneidade. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
80
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ref.ª Designação Ano
C805/C805M Standard Test Method for Rebound Number of
Económico Médio Oneroso 2013
(ASTM) Hardened Concrete
Ensaios do betão nas estruturas. Parte 2: Ensaio
Custo de realização do ensaio: NP EN 12504-2
não destrutivo. Determinação do índice 2012
(IPQ)
esclerométrico.
Económico Médio Oneroso Concreto endurecido – Avaliação da dureza
NBR 7584
superficial pelo esclerômetro de reflexão – 2012
DIFICULDADE: (ABNT)
Método de ensaio.
EN 13791 Assessment of in-situ compressive strength in
Baixa Média Elevada (CEN) structures and pre-cast concrete components
2007
MS-D.7 Determination of pointing hardness by pendulum
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [8.7]: 1997
(RILEM) hammer
BS 1881-202 Testing concrete. Part 202: Recommendations for
1. Prepara-se a superfície a ensaiar utilizando a pedra (BSI) surface hardness testing by rebound hammer
1986
abrasiva, de modo a ficar limpa, lisa e seca.
2. Antes de se proceder ao ensaio, deve ser determinado VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
o valor de correção, deixando a cabeça do pêndulo Não existem valores de referência, no entanto foram reunidos
bater livremente contra o material a ser ensaiado. na tabela 8.1, alguns valores obtidos em vários estudos
3. Coloca-se o aparelho na posição vertical, com a anteriores.
abertura circular na base. Pressiona-se o botão de
disparo e é instantaneamente libertada a massa, que Tabela 8.1 – Valores de ensaios esclerométricos do tipo P e PT, in situ em
choca contra a superfície, a qual reage, provocando argamassas
um ressalto. Valor do
Refª. Aplicabilidade Indicador de qualidade
ressalto
4. A cabeça do pêndulo quando atinge o deslocamento Rebocos tradicionais de base Desempenho mecânico
PT
máximo é travada por dispositivo específico, 66 ≤ IE ≤ 95
cimentícia adequado
[8.5]
permitindo a leitura do valor correspondente na Rebocos exteriores pré- 57 ≤ IEPT ≤ Desempenho mecânico
escala do equipamento. doseados de base cimentícia 106 adequado
5. Lê-se o índice esclerométrico e relaciona-se com o Rebocos exteriores pré- Desempenho mecânico
64 ≤ IEPT ≤ 75
doseados de base cimentícia adequado
ábaco fornecido pelo fabricante, estimando-se a
[8.6] Rebocos exteriores tradicionais
resistência à compressão do material ensaiado, Desempenho mecânico
e pré-doseados mais IEPT ≥ 75
relativamente a essa leitura. compactos, de base cimentícia
adequado
NOTA: realizar no mínimo 9 leituras em cada área de ensaio. IEP < 15 Argamassa muito fraca
Referências: [8.1] a [8.8] AVALIAÇÃO DA DUREZA SUPERFICIAL – ESCLERÓMETRO DE PÊNDULO Ref.ª 08 TAM
81
Ref.ª
DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ARGAMASSAS – ARRANCAMENTO DE
HÉLICE 09 TAM
Palavras-chave: arrancamento; hélice; argamassa; tração; força de arrancamento; resistência; juntas. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o medições de análise rápida; o fornece apenas uma análise das propriedades
o equipamento portátil; qualitativas do material;
o resultados fiáveis e de fácil interpretação; o possível a ocorrência de medições inválidas para teores
o não necessita de trabalho laboratorial. de humidade altos, por força da coesão;
o necessária pequena reparação após o ensaio.
82
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos para este
Económico Médio Oneroso ensaio.
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [9.4]:
1. Escolher os pontos de ensaio a meio da espessura de
argamassa da junta e executar um furo com 4,5 mm de
diâmetro. VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
2. Cravar, em cada furo, a hélice de fixação até ao Não foram encontrados valores de referência relativamente
comprimento de referência, utilizando o acessório a este ensaio.
para o efeito.
3. Colocar a peça de arrancamento e montar o
dispositivo de arrancamento, que irá tracionar a hélice
de fixação, provocando a rotura por corte da
argamassa.
4. Registar a respetiva força máxima.
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
É medido e visualizado no mostrador do aparelho, o valor
da força de arrancamento da hélice, em KN, para cada
ensaio e calculada a média.
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
O ensaio de arrancamento de hélice fornece uma gama de
valores de força de arrancamento para argamassas de
assentamento ou de refechamento de juntas de alvenaria
ou para argamassas de referência.
Assim, para a interpretação dos resultados, podem ser
comparados os valores de força obtidos para várias
determinações da mesma argamassa, inferindo sobre a sua
qualidade.
83
Ref.ª
RESISTÊNCIA MECÂNICA À PERFURAÇÃO – MICROPERFURAÇÃO
10 TAM
Palavras-chave: microperfuração; micro drill; argamassas; resistência; perfuração; heterogeneidade;
comportamento mecânico. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o a sua utilização in situ permite a obtenção de resultados o ensaio influenciado pela presença de humidade nos
em profundidade, ao contrário de outros ensaios, como materiais;
os ensaios de ultra-sons e esclerométricos, que apenas o fissuras e fendas influenciam os resultados obtidos;
permitem uma caraterização superficial do material em o apenas permite uma avaliação qualitativa da ligação
análise. entre pasta e agregados.
84
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos ou técnicos
Económico Médio Oneroso para este ensaio.
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [10.7]:
1. Posicionar o equipamento de furação e selecionar VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
a velocidade penetração e rotação pretendidas. Não foram encontrados valores de referência relativamente a
2. Proceder à furação. este ensaio, mas foram reunidos alguns resultados obtidos por
3. Repetir os passos 1 e 2, deixando uma margem de estudos anteriores.
pelo menos 10 mm de distância entre furos.
Tabela 10.1 – Resultados obtidos para a força de furação em argamassas [10.5]
Argamassas Força de furação (N)
Cal e cimento 25,5
Cal 10,8
Cal 5,3
Cal e pozolana 2,5
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
O equipamento regista automaticamente a força de INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
furação, (Fd) em N, ao longo do tempo. A interpretação dos resultados da resistência de perfuração é
geralmente baseada na média aritmética dos valores de Fd
A profundidade de corte por rotação, δ (mm), é obtidos dentro de um determinado intervalo de profundidade e
caracterizada pela profundidade atingida pela broca no fornecidos por um determinado número de testes.
interior do material e é definida pela expressão: Materiais mais homogéneos apresentam perfis de perfuração
com menos picos de carga e com a maioria dos valores de Fd
δ = 2π v/ω concentrados no meio do histograma, o que resulta num
em que: histograma mais simétrico. Por outro lado, uma gama mais
v – taxa de penetração (mm/min) ampla de valores Fd indica maior heterogeneidade do material,
ω – velocidade de rotação (rpm) em que o agregado de tamanho maior conduz a valores de pico
mais elevados, tal como exemplificado na Figura 10.3.
2
A resistência específica de furação, J (N/mm ),
corresponde à força de furação por área de corte,
obtendo-se de acordo com a seguinte expressão [10.2]:
F𝑑
J =
a×δ
em que:
F𝑑 – força de furação (N)
a – raio da broca (mm)
δ – profundidade (mm)
85
Ref.ª
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o ensaio de execução rápida; o apenas permite uma análise quantitativa;
o ensaio aplicável a provetes resultantes do ensaio de o necessária pequena reparação após a remoção do
pull-off; provete a ensaiar.
o permite a comparação da resistência à compressão de
carotes com os valores de referência.
86
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
Methods of test for mortar for masonry - Part 11:
EN 1015-11
Custo de realização do ensaio: (CEN)
Determination of flexural and compressive 1999
strength of hardened mortar
Económico Médio Oneroso Testing of mortars containing mineral binders -
DIN 18555-9 Part 9: Determination the compressive strength 1999
DIFICULDADE: of hardened mortar
87
Ref.ª
DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA SUPERFICIAL – TERMOGRAFIA
12 TPRE
Palavras-chave: termografia; infravermelhos; termograma; humidade; isolamento térmico; ponte térmica;
fluxo de calor; desempenho higrotérmico. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o inspeção rápida e em tempo real; o fornece apenas uma análise preliminar das condições
o não requer contato, o equipamento opera à térmicas e de humidade de uma superfície;
distância; o por vezes as imagens termográficas não são de fácil
o equipamento portátil, preciso e extremamente interpretação;
potente, pode ser utilizado em movimento; o radiações refletidas e emitidas pelo objeto podem adulterar
o equipamento com capacidade de deteção de o teste;
variações de temperatura tanto qualitativamente o dificuldade de aquecimento uniforme (termografia ativa);
como quantitativamente; o requer pessoal qualificado para interpretação.
o possibilidade de registo automático de leituras;
o não necessita iluminação externa.
88
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
Ensaios não destrutivos - Termografia - Medição
NBR 16292
Custo de realização do ensaio: (ABNT)
e compensação da temperatura aparente 2014
refletida utilizando câmeras termográficas
Económico Médio Oneroso Infrared thermographic inspection – General
GB/T 29183 technical requirements of in-situ inspection on 2012
DIFICULDADE: construction engineering
Standard Practice for Thermographic Inspection
Baixa Média Elevada
ASTM C1060 of Insulation Installations in Envelope Cavities of 2011
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [12.15]: Frame Buildings
DIN 54190 Non-destructive testing - Thermographic testing 2011
1. Aquecer o elemento a observar utilizando projetores DIN 54192 Non-destructive Testing - Active Thermography 2011
de luz com potência adequada (termografia ativa). No Thermal performance of buildings - Qualitative
caso de elementos exteriores, aproveitar a própria BS EN 13187 detection of thermal irregularities in building 1999
envelopes - Infrared method
radiação solar (termografia passiva).
TC 135/SC 8 Infrared thermography for non-destructive
2. Ligar a câmara e apontar à superfície em teste. 1998
(ISO) testing
3. Calibrar a câmara para o intervalo de temperaturas
mais ajustado, de forma a obter um termograma com VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
o máximo de informação pretendida. Não se aplica a este ensaio, no entanto ilustram-se alguns
exemplos de orientação nas Figuras 12.3 a 12.6.
NOTA1: Durante a medição, a câmara e a zona do elemento
em teste devem estar completamente sombreados, de
modo a reduzir a interação da radiação solar refletida pelas
superfícies envolventes [12.8].
NOTA2: Os equipamentos de termografia por
infravermelhos dispõem hoje em dia de programas
dedicados para o processamento de dados que são
instalados em computadores, e onde é possível importar as Figura 12.3 – Termograma de infil- Figura 12.4 – Termograma de ponte
imagens a cores ou em escala de cinzentos para posterior tração em parede e teto [12.12] térmica em fachada [12.12]
manipulação de diversos parâmetros, tais como, a
temperatura de fundo, emissividade, alcance e nível.
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
A interpretação da imagem térmica é um aspeto
fundamental e relativamente complexo em ensaios
termográficos. O objetivo do ensaio e a natureza do objeto
em estudo são fatores fundamentais para determinar se a
análise deve ser qualitativa ou quantitativa [12.5]. Figura 12.5 – Termograma de janela Figura 12.6 – Termograma de zona
permitindo passagem de ar [12.12] desprovida de isolamento térmico
A termografia qualitativa passa por uma análise simples da
[12.12]
imagem térmica, registando apenas a diferença local da
temperatura superficial no elemento em teste, em graus
centígrados (ºC), indicando a existência de anomalias. É INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
utilizada sempre que se pretenda uma abordagem mais Os resultados são interpretados visualmente, através da
superficial do problema. análise visual das imagens térmicas. É ilustrado um exemplo
Na termografia quantitativa, a análise da imagem térmica de termograma acompanhado de um registo das
passa por quantificar as variações de temperatura temperaturas obtidas com o ensaio (Figura 12.7).
superficial existentes que poderão indicar uma anomalia na
superfície, sendo necessário registar e posteriormente
introduzir uma série de parâmetros num programa
dedicado para o efeito, tais como, a temperatura ambiente,
humidade, distância à superfície e emissividade [12.9] e
[12.11].
89
Ref.ª
DETERMINAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS – KIT DE CAMPO
13 TRQ
Palavras-chave: eflorescências; revestimentos; argamassas; kit de campo; sais; teor de sais; concentração de
sais; iões de cloro; nitratos, sulfatos. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o fácil interpretação de resultados; o necessidade de trabalhos de reparação superficial;
o equipamento portátil de fácil transporte e o necessidade de recolha de amostras em pó a diferentes
alimentação própria; profundidades;
o prazo de validade dos reagentes;
o ensaio com grau de fiabilidade aceitável;
o a porosidade do filtro afeta o resultado do ensaio;
o ensaio sem exigência técnica. o resultados aceitáveis para cloretos e nitratos, mas com
alguma incerteza ao nível dos sulfatos, devido à sua
solubilidade.
Ref.ª 13 TRQ TÉCNICA DE REAÇÃO QUÍMICA
90
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos ou técnicos
Económico Médio Oneroso para este ensaio, no entanto existem alguns documentos
relativos a argamassas.
Custo de realização do ensaio:
Ensaios complementares:
Económico Médio Oneroso Ref.ª Designação Ano
ASTM C1152 / Standard test method for acid-soluble chloride in
DIFICULDADE: C1152M mortar and concrete
2012
Referências: [13.1] a [13.9] DETERMINAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS – KIT DE CAMPO Ref.ª 13 TRQ
91
Ref.ª
DETERMINAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS – FITAS COLORIMÉTRICAS
14 TRQ
Palavras-chave: eflorescências; revestimentos; argamassas; fitas colorimétricas; sais; teor de concentração; iões
de cloro; ligantes. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o fácil interpretação de resultados; o incerteza nos limites das gamas de leitura;
o equipamento portátil e leve; o necessidade de recolha de amostras em pó a diferentes
o ensaio com grau de fiabilidade aceitável; profundidades;
o ensaio sem exigência técnica. o a presença de substâncias estranhas com determinadas
concentrações pode afetar os resultados, tal como o valor
do pH das soluções.
92
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Não foram encontrados documentos normativos ou técnicos
Económico Médio Oneroso para este ensaio, no entanto existem alguns documentos
relativos a argamassas.
Custo de realização do ensaio:
Ensaios complementares:
Económico Médio Oneroso Ref.ª Designação Ano
ASTM C1152 / Standard test method for acid-soluble chloride
DIFICULDADE: C1152M in mortar and concrete
2012
Referências: [14.1] a [14.9] DETERMINAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS – FITAS COLORIMÉTRICAS Ref.ª 14 TRQ
93
Ref.ª
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o ensaio de curta duração; o ensaio requer alguma exigência técnica na análise de
o ensaio de realização fácil; resultados;
o resultados fiáveis e instantâneos. o apenas permite uma análise qualitativa.
94
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Económico Médio Oneroso Ref.ª Designação Ano
Standard Guide for Determining the
Custo de realização do ensaio: D4610 Presence of and Removing Microbial
2013
Económico Médio Oneroso (ASTM) (Fungal or Algal) Growth on Paint and
Related Coatings
DIFICULDADE:
Ensaios complementares:
Baixa Média Elevada
Ref.ª Designação Ano
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [15.1]: Standard Test Method for Evaluating
D3274 Degree of Surface Disfigurement of Paint
1. Aplicar uma gota de solução de hipoclorito de sódio a 2013
(ASTM) Films by Fungal or Algal Growth, or Soil and
5% (lixívia comum) na área suspeita de contaminação
Dirt Accumulation
com fungos ou crescimento de algas.
2. Esperar 60 s e observar se houve alteração da cor.
3. Para confirmação, examinar a superfície utilizando VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
equipamento de ampliação de 10-100x, de modo a Não se aplicam a este ensaio.
distinguir entre fungos, algas, ou sujidade, de acordo
com o Método de Teste D 3274 (ASTM).
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
Para este ensaio apenas é necessária fazer uma análise
visual relativamente à coloração obtida após o ensaio,
nomeadamente se houve descoloração ou se a amostra se INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
manteve inalterada relativamente à sua pigmentação. A descoloração é o fator condicionante na interpretação dos
No caso de não existir alteração de cor a anomalia não será resultados para este ensaio. Assim, a descoloração na
devido a colonizações biológicas, mas sim de sujidade superfície ensaiada indica a presença de fungos ou algas.
(Figura 15.3), por outro lado, se apresentar uma cor Contrariamente, se não houver descoloração da superfície,
avermelhada, estar-se-á provavelmente perante a presença dever-se-á apenas a sujidade na superfície [15.1].
de fungos ou algas (Figura 15.4) [15.3].
95
Ref.ª
MEDIÇÃO DE pH 16 TRQ
Palavras-chave: pH; medidor de pH; argamassas; indicador universal; fitas medidoras pH. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o ensaio de fácil e rápida execução; o ensaio intrusivo que requer recolha de amostras;
o resultados fiáveis, instantâneos e de interpretação o necessita calibração ocasional.
direta;
o equipamento portátil de fácil transporte;
o aparelho com alimentação própria;
o ensaio sem exigência técnica.
96
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
ASTM D4972 Standard Test Method for pH of Soils 2013
Custo de realização do ensaio: ASTM D1293 Standard Test Methods for pH of Water 2012
Standard Test Method for pH of Aqueous
Económico Médio Oneroso ASTM E70
Solutions With the Glass Electrode
2007
DIFICULDADE:
Ensaios complementares:
Baixa Média Elevada Ref.ª Designação Ano
ASTM New Practice for the Measurement of Surface
-
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [16.6]: WK28850 pH of Concrete Floor Slabs
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO:
Os resultados são obtidos através da média aritmética dos Figura 16.5 – Escala de pH [16.5]
valores medidos.
O pH corresponde ao logaritmo decimal do inverso da
concentração hidrogeniónica da amostra em solução e é
dado pela seguinte expressão [16.6]:
97
Ref.ª
MEDIÇÃO DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
17 TRQ
Palavras-chave: condutividade; medição de condutividade; reboco; argamassas; eflorescências; manchas;
revestimentos. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o ensaio rápido e de fácil execução; o ensaio que requer recolha de amostras;
o resultados fiáveis, instantâneos e de interpretação o necessita calibração;
direta; o necessários cálculos de correção da condutividade
o equipamento portátil de fácil transporte; devido à temperatura no caso do aparelho utilizado não
o aparelho com alimentação própria; dispor de compensação automática de temperatura.
o ensaio sem exigência técnica.
98
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
Standard Test Methods for Electrical
ASTM D1125 2014
Custo de realização do ensaio: Conductivity and Resistivity of Water
Test method for conductivity measurement of
Económico Médio Oneroso ISO 11894-1 ion-conductive fine ceramics -- Part 1: Oxide- 2013
ion-conducting solid electrolytes
DIFICULDADE: Standard Test Method for Bulk Electrical
ASTM C1760 2012
Conductivity of Hardened Concrete
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [17.6]: Ensaios complementares:
Ref.ª Designação Ano
1. Calibrar o aparelho com soluções tampão
Standard Test Method for pH Measurement of
convenientes. ASTM D5464 2011
Water of Low Conductivity
2. Diluir 5 g de amostra sob a forma de pó (resultante da Standard Practice for Internal Temperature
ASTM E377 2008
raspagem superficial de uma película de revestimento Measurements in Low-Conductivity Materials
99
Ref.ª
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o realização de um número significativo de ensaios em o o valor de leitura no humidímetro é significativamente
pouco tempo; elevado na presença de sais higroscópicos;
o fácil utilização do equipamento, não necessita de o proporciona apenas uma análise qualitativa da
técnico especializado; humidade superficial;
o aparelho portátil e leve; o sensível às condições atmosféricas;
o aparelho com alimentação própria; o necessários meios de acesso;
o aparelhos com capacidade para efetuar a leitura através o os humidímetros com elétrodos de cravação, para além
de tintas e outros revestimentos; de afetarem a integridade da superfície, têm reduzida
o aparelhos com memória para armazenamento de área de contato para leitura.
leituras sucessivas e com capacidade de descarga dos
registos efetuados para computador.
100
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: O método de ensaio do humidímetro não possui
Económico Médio Oneroso procedimentos normalizados ou critérios de verificação em
serviço. No entanto, o equipamento é acompanhado de um
Custo de realização do ensaio:
documento técnico, o manual do equipamento.
Económico Médio Oneroso
DIFICULDADE:
Baixa Média Elevada
PROCEDIMENTO DE ENSAIO [18.4]:
1. Marcar uma malha de referência sobre a superfície do VALORES DE REFERÊNCIA OU ORIENTATIVOS:
revestimento a ser ensaiada. Não foram encontrados valores de referência relativamente
2. Ligar o aparelho e selecionar o material a ensaiar, para a este ensaio, mas de acordo com os manuais dos
contabilização do seu peso específico, pois alguns fabricantes, o teor de humidade corrente numa parede,
aparelhos incluem uma base de dados com as determinado para uma humidade relativa média, situa-se
caraterísticas físicas de diversos materiais (madeiras, entre 1 e 6%; valores entre 5 e 10% requerem alguma
rebocos, estuques, alvenarias, betão, revestimentos de atenção para eventuais fontes de humidade e teores acima
pavimentos e de coberturas, entre outros). de 10% confirmam a presença significativa de humidade,
3. No caso de humidímetros de placas: encostar requerendo intervenção na parede [18.1].
firmemente o aparelho à superfície a ser medida e
esperar alguns segundos até à estabilização da leitura,
registar o valor obtido.
4. Para humidímetros de pinos de cravação: cravar os
pinos na superfície a uma profundidade de 1 a 2 mm e
efetuar a leitura.
5. Repetição da medição em diferentes pontos da
superfície. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
Apesar de as várias formas de humidade poderem ocorrer
NOTA: existem vários modelos no mercado, pelo que se isoladamente, é frequente que se manifestem em
deve ler o manual de utilização do aparelho a ser usado. simultâneo, o que pode vir a complicar substancialmente o
Este procedimento de ensaio é apenas um exemplo. respetivo processo de diagnóstico das causas das
PARÂMETROS DE MEDIÇÃO: anomalias. Assim, para que se possa fazer um diagnóstico
das anomalias motivadas por várias causas, é fundamental
O humidímetro mede o teor de humidade à superfície, que
conhecer-se muito bem as diversas formas de manifestação
se carateriza pela percentagem de água existente a uma
de humidade e as respetivas causas e sintomas [18.1].
profundidade de 3 a 5 cm (dependendo do aparelho),
O humidímetro, apesar de ser extremamente útil e bastante
relativamente à massa do material.
informativo, por si só não constitui uma ferramenta
O teor de humidade à superfície é dado por uma escala
completa para a realização do diagnóstico, não fornecendo
relativa de 0 a 100% [18.1] e [18.5].
dados suficientes para retirar conclusões definitivas; pode,
no entanto, revelar-se uma ferramenta muito precisa na
identificação da origem de humidade; quando utilizado para
mapear um painel relativamente extenso, pode permitir ver
a evolução da humidade em determinadas direções e saber
a sua origem ou a sua causa, o que, em conjunto com a
inspeção visual e outras técnicas complementares, permite
identificar a origem da humidade com alguma precisão
[18.6] e [18.7].
101
Ref.ª
AVALIAÇÃO DA PERMEABILIDADE À ÁGUA LÍQUIDA – TUBO DE KARSTEN
19 THd
Palavras-chave: tubo de Karsten; absorção de água; baixa pressão; permeabilidade à água líquida; porosidade;
argamassa; revestimentos cerâmicos; revestimentos de paramentos. 2014
GRAU DE DESTRUIÇÃO DA TÉCNICA: In situ
Destrutiva Semi-destrutiva Não-destrutiva Laboratório
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o técnica simples e expedita; o ensaio dependente das condições atmosféricas e da
o reduzidos custos; humidificação do suporte;
o baixo grau de especialização do técnico; o exige homogeneidade do revestimento;
o dispensa de fonte de energia externa e de recolha de o requer aplicação de material de fixação cuidadosa;
amostras. o o método avalia o comportamento do conjunto
revestimento-suporte e não apenas o revestimento;
o técnica desadequada para avaliar elementos com alta
absorção de água.
Ref.ª 19 THd TÉCNICA HIDRODINÂMICA
102
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ensaios com tubos de Karsten:
Ref.ª Designação Ano
Económico Médio Oneroso
Testing of aggregates – Test methods for the
DIN 52 106 2004
Custo de realização do ensaio: assessment of the weathering resistance.
Fe Pa 39 Ficha de Ensaio, Revestimento de Paredes – Ensaio
Económico Médio Oneroso LNEC de absorção de água sob baixo pressão
2002
durante os intervalos de tempo definidos. É feita uma Modelo de argamassa 2,7 (aos 11
-
tradicional mais tijolo (lab.) meses)
média aritmética de cada uma das zonas ensaiadas e Argamassa de cal aérea
1,0 (às 14
através destes valores é produzido um gráfico do volume [19.8] mais cimento branco (in -
semanas)
situ)
de água absorvida em função do tempo, permitindo assim
calcular o coeficiente de absorção [19.3] e [19.4].
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
A absorção de água (𝐴𝑓𝑎𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 ) é calculada pela seguinte
expressão [19.1]: O método fornece informação generalizada sobre a
homogeneidade do suporte da parede, do revestimento e das
anomalias existentes. Apesar da sua simplicidade, a execução
𝐴𝑓𝑎𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 = 𝐶𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜 × √𝑡𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
do ensaio pode aumentar a variabilidade dos resultados caso
em que,
2 não se tenham em conta alguns fatores:
𝐴𝑓𝑎𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 – absorção de água (kg/m );
o existência de microfissuras;
𝐶𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜 – coeficiente de absorção de água da camada
2 o excesso de material de fixação, provocando uma redução
superficial (kg/[m .√h]);
na área de contacto da água com o revestimento;
𝑡𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 – tempo do ensaio (h).
o garantia de um nível constante de pressão durante a
realização do ensaio.
Dos resultados obtidos da utilização desta técnica há a
concluir que quanto menor for a absorção de água, melhor a
resistência do material ensaiado ao desenvolvimento de
manchas e ao ataque químico [19.1].
Referências: [19.1] a [19.9] AVALIAÇÃO DA PERMEABILIDADE À ÁGUA LÍQUIDA – TUBO DE KARSTEN Ref.ª 19 THd
103
Ref.ª
VANTAGENS: LIMITAÇÕES:
o possibilidade de execução do ensaio in situ, através de o impossível a utilização do equipamento utilizado no
aparelho portátil; método Guarded-Hot-Plate, in situ;
o confirmação de valores declarados pelos fabricantes. o Guarded-Hot-Plate é um ensaio moroso e aplicável
apenas a materiais secos.
104
CUSTO: DOCUMENTOS NORMATIVOS OU TÉCNICOS:
Custo do equipamento: Ref.ª Designação Ano
Standard Test Method for Evaluating the Resistance to
Económico Médio Oneroso E1530
Thermal Transmission of Materials by the Guarded 2011
(ASTM)
Heat Flow Meter Technique
Custo de realização do ensaio: Refractory materials -- Determination of thermal
ISO
conductivity -- Part 1: Hot-wire methods (cross-array 2010
Económico Médio Oneroso 8894-1
and resistance thermometer)
NBR Desempenho térmico de edificações - Parte 4: Medição
DIFICULDADE: 15220-4 da resistência térmica e da condutividade térmica pelo 2005
(ABNT) princípio da placa quente protegida
Baixa Média Elevada Methods of test for dense shaped refractory products -
EN 993-15
Part 15: Determination of thermal conductivity by the 2005
(CEN)
PROCEDIMENTO DE ENSAIO (ISOMET) [20.10]: hot-wire (parallel) method
Thermal Performance Of Building Materials And
1. Colocar o provete em cima de uma placa de esferovite. EN Products - Determination Of Thermal Resistance By
2. Ligar as sondas ao equipamento e coloca-las em cima 12664 Means Of Guarded Hot Plate And Heat Flow Meter 2001
(CEN) Methods - Dry And Moist Products Of Medium And Low
do provete. Thermal Resistance
3. Ligar o aparelho, escolher o número de ensaios a Thermal Performance Of Building Materials And
EN Products - Determination Of Thermal Resistance By
realizar em cada provete e começar o ensaio, que 12667 Means Of Guarded Hot Plate And Heat Flow Meter 2001
deverá ter uma duração de 15 a 20 minutos. (CEN) Methods - Products Of High And Medium Thermal
Resistance
Thermal performance of building materials and
NOTA1: Calibrar os equipamentos antes de realizar os EN products - Determination of thermal resistance by
ensaios a partir amostras de condutibilidade térmica 12939 means of guarded hot plate and heat flow meter 2000
(CEN) methods - Thick products of high and medium thermal
conhecida. resistance
NOTA2: Os valores de condutibilidade térmica, para cada Thermal performance of building products and
EN 1946- components - Specific criteria for the assessment of
material ensaiado, podem ser comparados com os valores 1999
2 (CEN) laboratory measuring heat transfer properties - Part 2:
de referência, no ITE 50 [20.1]. Measurements by guarded hot plate method
Thermal insulation - Determination of steady-state
ISO 8301 thermal resistance and related properties - Heat flow 1991
meter apparatus
Thermal insulation - Determination of steady-state
ISO 8302 thermal resistance and related properties - Guarded 1991
hot plate apparatus
Materiais de construção. Determinação da
NP 116 1962
condutibilidade térmica pelo processo da placa quente
105
4.3 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO
A estrutura do catálogo proposto consiste num índice, uma figura de apoio aos elementos não-
estruturais constituintes de um edifício corrente, na coleção de fichas de diagnóstico desenvolvidas e
na bibliografia do catálogo.
Relativamente à organização do catálogo optou-se por uma divisão das técnicas segundo o seu
princípio de utilização (Quadro 4.2), utilizando uma nomenclatura própria para esse efeito,
nomeadamente, TPS - Técnicas de Perceção Sensorial; TAM - Técnicas de Ação Mecânica; TPRE -
Técnicas de Propagação de Radiação Eletromagnética; TRQ - Técnicas de Reação Química; TE -
Técnicas Elétricas; THd - Técnicas Hidrodinâmicas e THt - Técnicas Higrotérmicas.
Técnicas de diagnóstico
01 TPS - Medição da abertura de fissuras e fendas – Comparador
02 TPS - Medição da variação da abertura de fissuras e fendas –
Fissurómetro
TPS - Técnicas de Perceção
03 TPS - Medição da abertura de microfissuras – Medidor ótico
Sensorial
04 TPS - Deteção de delaminações superficiais – percussão,
arrastamento de correntes e aparelho de rodas dentadas
05 TPS - Medição da variação de cor – Colorímetro portátil
06 TAM - Medição da aderência de revestimentos – Arrancamento
por tração (Pull-off)
07 TAM - Resistência ao impacto ou choque de esfera – Martinet
Baronnie
TAM - Técnicas de Ação 08 TAM - Avaliação da dureza superficial – Esclerómetro de
Mecânica pêndulo
09 TAM - Determinação da resistência de argamassas –
arrancamento de hélice
10 TAM - Resistência mecânica à perfuração – Microperfuração
11 TAM - Resistência à compressão de amostras de revestimentos
TPRE - Técnicas de Propagação
12 TPRE - Determinação da temperatura superficial – Termografia
de Radiação Eletromagnética
13 TRQ - Determinação de sais solúveis – Kit de campo
14 TRQ - Determinação de sais solúveis – Fitas colorimétricas
TRQ - Técnicas de Reação
15 TRQ - Determinação de fungos e algas
Química
16 TRQ - Medição de pH
17 TRQ - Medição da Condutividade
TE - Técnicas Elétricas 18 TE - Medição de humidade superficial – Humidímetro
19 THd - Avaliação da permeabilidade à água líquida – Tubo de
THd - Técnicas Hidrodinâmicas
Karsten
THt - Técnicas Higrotérmicas 20 THt - Medição da condutibilidade térmica
106
5 CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
A sistematização das técnicas de diagnóstico desenvolvidas nesta dissertação, pode constituir uma
mais-valia na abordagem ao trabalho de inspeção e diagnóstico na reabilitação de edifícios correntes.
Neste sentido, o objetivo principal (desenvolver um catálogo de fichas de técnicas de diagnóstico para
elementos não-estruturais de edifícios correntes) foi cumprido. Espera-se deste modo, facilitar o
trabalho de diagnóstico e inspeção deste tipo de edifícios.
O trabalho tinha como objetivo final a organização de um catálogo de fichas de diagnóstico para
elementos não-estruturais de edifícios correntes.
107
Foram identificadas as principais anomalias associadas a cada um dos elementos construtivos, sendo
feita uma posterior relação com as técnicas desenvolvidas.
Este trabalho de síntese resultou na conceção de um modelo de ficha, de duas páginas (uma folha,
frente e verso), destinada à descrição e princípios de utilização das técnicas de diagnóstico para
elementos não-estruturais de edifícios correntes. Na conceção da ficha modelo consideraram-se os
seguintes campos: designação da técnica, palavras-chave, referência numérica, elementos
construtivos não-estruturais em que a técnica pode ser aplicada, grau de destruição da técnica, local
da sua utilização (in situ ou laboratório), princípio de funcionamento, descrição da técnica,
equipamentos e materiais necessários à realização do ensaio, vantagens e limitações, custo,
dificuldade da técnica, procedimento de ensaio, parâmetros de medição, documentos normativos ou
técnicos aplicáveis, valores de referência ou orientativos e interpretação dos resultados.
Foram elaboradas 20 fichas de técnicas de diagnóstico; algumas das fichas elaboradas (9) são
resultado de melhorias introduzidas em fichas propostas inicialmente num trabalho de mestrado
realizado por Abreu (2013) e 11 são propostas de novas fichas. As melhorias de fichas consistiram na
adição de conteúdo informativo e técnico mais claro e específico para as técnicas em causa e numa
melhor organização dos campos da ficha modelo, tendo o cuidado de manter a mesma estrutura em
todas as fichas do catálogo. Por exemplo, teve-se o cuidado de elaborar uma ficha para cada técnica,
ou seja, não juntar várias técnicas ou ensaios com metodologias distintas dentro da mesma ficha
técnica.
108
o TPS - Técnicas de Perceção Sensorial
o TAM - Técnicas de Ação Mecânica
o TPRE - Técnicas de Propagação de Radiação Eletromagnética
o TRQ - Técnicas de Reação Química
o TE - Técnicas Elétricas
o THd - Técnicas Hidrodinâmicas
o THt - Técnicas Higrotérmicas
As técnicas foram organizadas segundo uma numeração sequencial, seguida do código de cada
princípio (ex. 01 TPS, 02 TPS, …, 06 TAM, …), de maneira à futura adição de fichas prosseguindo a
numeração sequencial adotada, seguidas dos respetivos códigos de técnicas.
A realização deste trabalho foi gratificante e contribuiu para o aprofundamento dos conhecimentos
próprios numa área de interesse para o futuro como é a patologia dos edifícios.
Por outro lado, seria importante validar alguns aspetos relacionados com a utilização das fichas em
ambientes reais de trabalho, pelo que seria interessante verificar in situ ou em laboratório se as fichas
estão a resultar da forma pretendida e assim poder introduzir melhorias.
109
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116
REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS
117
118
ANEXO
A.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CATÁLOGO
III
[3.3] I. Flores-Colen, Metodologia de avaliação do desempenho em serviço de fachadas rebocadas
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[3.4] A. Pereira, Sistema de inspeção e diagnóstico de estuques correntes em paramentos
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[3.5] R. W. Johnson, The significance of cracks in low-rise buildings, Structural Survey, Vol. 20,
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[3.6] D. M. Abreu, Técnicas de Diagnósticos Utilizadas em Engenharia Civil, Porto: Dissertação de
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[3.7] J. A. Ferreira, Técnicas de Diagnóstico de Patologias em Edifícios, Porto: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2010.
[3.8] Obtido em 25 de Setembro de 2014, http://www.scielo.br/img/revistas/ac/v11n1/a03fig13.jpg
[3.9] C. Díaz-Goméz, Some considerations about observetion methods, measurements and tests for
technical inspection of buildings, CIB - W086 A State-of-the-Art Report on Building Pathology,
Publication 393: CIB, pp. 47-49, 2013.
[3.10] P. Gaspar, I. Flores-Colen, J. de Brito, Técnicas de Diagnóstico e Classificaçao de Fissuraçao
em Fachadas Rebocadas, PATORREB, 2º Encontro sobre Patologia e Reabilitaçao de
Edificios, Vol. II, Porto, 2006, pp. 541-550.
IV
[6.2] I. Flores-Colen, Metodologia de avaliação do desempenho em serviço de fachadas rebocadas
na ótica da manutenção predictiva, Lisboa: Dissertação para o grau de Doutor em Engenharia
Civil, Instituto Superior Técnico, 2009.
[6.3] M. I. N. Rodrigues, Caracterização de Materiais e Sistemas Construtivos através de Ensaios
Laboratoriais e In Situ, Porto: Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, 2010.
[6.4] Obtido em 5 de Janeiro de 2014, http://www.enkaymachine.com/dyna.htm
[6.5] A. Lopes, Avaliação da variabilidade da técnica de ensaio “pull-off” na medição da resistência
de aderência à tração em revestimentos de ladrilhos cerâmicos e argamassas. Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Lisboa, 2012.
[6.6] Obtido em 5 de Janeiro de 2014, http://news.thomasnet.com/fullstory/Pull-Off-Testers-store-
complete-record-of-test-20003128
[6.7] FE Pa 36, Revestimentos de paredes, Ensaio de Arrancamento por tração, LNEC, 1986.
[6.8] DTU 26.1, NF P15-201 – Enduits aux mortiers de ciments, de chaux et de mélange plâtre et
chaux aérienne, 1990.
[6.9] CEN NP EN 12004 – Colas para ladrilhos. Requisitos, avaliação da conformidade,
classificação e designação, 2008.
[6.10] EOTA, ETAG 004 – Guideline for European Technical Approval of External Thermal Insulation
Composite Systems with Rendering, 2000.
[6.11] RILEM, MDT.D.3 – Determination “in situ” of the adhesive strength of rendering and plastering
mortars to their substrate, 2004.
[6.12] J. A. Ferreira, Técnicas de Diagnóstico de Patologias em Edifícios, Porto: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2010.
[6.13] I. Flores-Colen, Survey information sheets, A State-of-the-Art Report on Building Pathology,
CIB - W086 Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 78-83, 2013.
[6.14] I. Lombillo, L. Villegas, C. Liaño, Non (minor) destructive methodologies applied to the study
and diagnosis of masonry structures of the built heritage, A State-of-the-Art Report on Building
Pathology, CIB - W086 Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 90-96, 2013.
V
[7.8] A. C. Magalhães, M. R. Veiga, Comparison of in-situ mechanical tests on masonry mortars:
sphere impact and controlled penetration test, In: HWC2006 - Heritage, Weathering &
Conservation Conference, Madrid: CSIC-RTPHC / SWAPNET, 2006.
[7.9] I. Flores-Colen, Survey information sheets, A State-of-the-Art Report on Building Pathology,
CIB - W086 Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 78-83, 2013.
[7.10] I. Flores-Colen, J. de Brito, V. Freitas, Expected render performance assessment based on
impact resistance in situ determination, Construction and Building Materials, Vol. 23, 9, pp.
2997-3004, 2009.
[7.11] M. Veiga, A. Velosa, A. Magalhães, Experimental applications of mortars with pozzolanic
additions: Characterization and performance evaluation, Construction and Building Materials,
Vol. 23, 1, pp. 318-327, 2009.
[7.12] I. Lombillo, L. Villegas, C. Liaño, Non (minor) destructive methodologies applied to the study
and diagnosis of masonry structures of the built heritage, A State-of-the-Art Report on Building
Pathology, CIB - W086 Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 90-96, 2013.
[7.13] J. C. Lucas, Revestimentos para paramentos interiores de paredes de alvenaria de blocos de
betão celular autoclavado. Volume I. Classificação, descrição geral e exigências funcionais de
revestimentos de paredes, Procº. 83/11/7334, Tese de Especialista, Lisboa: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 315p., 1986.
[7.14] R. Uzac, J. Vigier, P. Baronnie, Essais de qualification des surfaces peintes, Cahier 695, Paris:
Centre Scientifique et Technique du Bâtiment, 1966.
VI
[9.4] C. Mesquita, P. Lança, Levantamento, Inspeção e Ensaios para avaliação da segurança
estrutural de edifícios antigos, em Ponta Delgada, Açores. Lisboa: Oz Diagnóstico,
Levantamento, e Controlo de Qualidade em Estruturas e Fundações, Lda., 2007.
[9.5] I. Lombillo, L. Villegas, C. Liaño, Non (minor) destructive methodologies applied to the study
and diagnosis of masonry structures of the built heritage, A State-of-the-Art Report on Building
Pathology, CIB - W086 Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 90-96, 2013.
VII
Ficha 12 TPRE – Técnica de Termografia
[12.1] V. Cóias, Inspeções e Ensaios na Reabilitação de Edifícios, Lisboa: IST Press, ISBN 972-
8469-53-5, 2006.
[12.2] J. A. Ferreira, Técnicas de Diagnóstico de Patologias em Edifícios, Porto: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2010.
[12.3] J. A. Maia, Inspeções e Diagnóstico - tecnologias para a manutenção e reabilitação de
estruturas, Oeiras: ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade, 2007.
[12.4] A. N. Gonçalves, Estudo da influência dos fatores de aplicação no desempenho de
argamassas de revestimento recorrendo a técnicas de ensaio in-situ, Lisboa: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 2010.
[12.5] L. Sousa, Aplicação de Termografia no Estudo do Isolamento Térmico de Edifícios. Aveiro:
Dissertação de Mestrado, Universidade de Aveiro, 2010.
[12.6] Obtido em 17 de Setembro de 2014, http://www.clickplus.pt/p50596
[12.7] Obtido em 17 de Setembro de 2014, http://www.construible.es/noticias/anerr-da-comienzo-al-
proyecto-prei-piloto-de-rehabilitacion
[12.8] D. M. Abreu, Técnicas de Diagnósticos Utilizadas em Engenharia Civil, Porto: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2013.
[12.9] E. M. Barreira, Aplicação da termografia ao estudo do comportamento higrotérmico dos
edifícios, Porto: Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, 2004.
[12.10] R. B. Pires, Sistema de inspeção, diagnóstico e reabilitação de revestimentos por pintura em
fachadas rebocadas, Lisboa: Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior
Técnico, 2011.
[12.11] A. Pereira, F. Palha, J. Brito e J. D. Silvestre, Inspection and diagnosis system for gypsum
plasters in partition walls and ceilings, 25, pp. 2146–2156, 2011.
[12.12] Obtido em 17 de Setembro de 2014, http://www.peritagemdeedificios.com/termografia.html
[12.13] I. Lombillo, L. Villegas, C. Liaño, Non (minor) destructive methodologies applied to the study
and diagnosis of masonry structures of the built heritage, A State-of-the-Art Report on Building
Pathology, CIB - W086 Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 90-96, 2013.
[12.14] S. Freitas, V. Freitas, E. Barreira, Application of infrared thermography to the diagnosis of
façade rendering detachment, A State-of-the-Art Report on Building Pathology, CIB - W086
Building Pathology. Publication 393: CIB, pp. 97-103, 2013.
[12.15] E. Edis, I. Flores-Colen, J. de Brito, Passive thermographic detection of moisture problems in
façades with adhered ceramic cladding, Construction and Building Materials, Vol. 51, 2014,
pp.187-197.
VIII
[13.5] J. Tuna, Caracterização “in situ” de eflorescências e de outros compostos salinos em
paramentos, Lisboa: Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico,
2011.
[13.6] I. Flores-Colen; J. de Brito; V. P. Freitas, Ensaios “in-situ” e em laboratório para caracterização
do desempenho em serviço de rebocos pré-doseados aplicados em fachadas de edifícios
correntes, 3º Congresso Português de Argamassas de Construção, Lisboa, 2010.
[13.7] D. Abreu, Técnicas de Diagnóstico utilizadas em Engenharia Civil, Porto: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2013.
[13.8] CEN, EN 1015-17 - Methods of Test for Mortar for Masonry - Part 17: Determination of Water-
Soluble Chloride Content of Fresh Mortars, 2000.
[13.9] ÖNORM B 3355-1 - Dehumidification of masonry - Part 1: Building diagnostics and planning
principles, 2011.
IX
Ficha 16 TRQ – Técnica de Medição de pH
[16.1] Flores-Colen, Metodologia de avaliação do desempenho em serviço de fachadas rebocadas
na ótica da manutenção predictiva, Lisboa: Dissertação para o grau de Doutor em Engenharia
Civil, Instituto Superior Técnico, 2009.
[16.2] Obtido em 1 de Setembro de 2014, http://portuguese.alibaba.com/product-gs/water-meter-
digital-ph-meter-pen-type-ph-meter-256517176.html
[16.3] Obtido em 1 de Setembro de 2014, https://www.pce-instruments.com/espanol/instrumento-de-
medida/medidor/medidor-de-ph-hanna-instruments-deutschland-gmbh-medidor-de-ph-edge-
det_517462.htm?_list=qr.art&_listpos=8
[16.4] Obtido em 1 de Setembro de 2014, http://www.zettatronic.com.br/nova-loja/index.php
[16.5] Obtido em 1 de Setembro de 2014, http://photonmundial.pt/pt/index.php/kit-controlo-de-ph/
[16.6] LNEC, Revestimentos com base em ligantes sintéticos. Determinação do pH. Ficha de ensaio
FE Pa 06, LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia, 1980.
X
Ficha 19 THd – Técnica do Tubo de Karsten
[19.1] I. Flores-Colen, Metodologia de avaliação do desempenho em serviço de fachadas rebocadas
na ótica da manutenção predictiva, Lisboa: Dissertação para o grau de Doutor em Engenharia
Civil, Instituto Superior Técnico, 2009.
[19.2] J. L. Ungericht, Acabamento de parede de alvenaria com revestimento de escariola,
Florianópolis: Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa
Catarina, Brasil, 2002.
[19.3] R. M. Duarte, Técnicas de medição in‐situ para avaliação do comportamento em serviço face à
água de fachadas rebocadas. Humidímetro e tubo de Karsten, Lisboa: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 2009.
[19.4] C. P. Apps, Avaliação da variabilidade da técnica de ensaio do tubo de Karsten na medição da
permeabilidade à água líquida em revestimentos de ladrilhos cerâmicos e argamassas, Lisboa:
Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 2011.
[19.5] A. N. Gonçalves, Estudo da influência dos fatores de aplicação no desempenho de
argamassas de revestimento recorrendo a técnicas de ensaio in-situ, Lisboa: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 2010.
[19.6] A. Vilhena e M. Veiga, Bases para homologação de revestimentos pré-doseados de gesso
para paramentos interiores de paredes, Lisboa: LNEC, 1995.
[19.7] J. A. Ferreira, Técnicas de Diagnóstico de Patologias em Edifícios, Porto: Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2010.
[19.8] A. C. Magalhães, M. R. Veiga, Caracterização da higroscopicidade de argamassas com base
em cal, Relatório 201/2007 - NRI. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia, 42p, 2007.
[19.9] Fe Pa 39, Ficha de Ensaio, Revestimento de Paredes – Ensaio de absorção de água sob
baixo pressão, LNEC, 2002.
XI