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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia e Ciências


Faculdade de Engenharia

Alan Modesto de Oliveira


Felipe Grossi Lento
Leonardo Lameira
Othon Kiemon Tsutiya Paris

SUBESTAÇÕES EM SF6

Disciplina: Subestações II
Professor: Roberto Vigoderis

RIO DE JANEIRO - RJ
2019.2
SUMÁRIO

1. O QUE É O SF6 ....................................................................................................................... 3


2. UTILIZAÇÃO DO SF6 ............................................................................................................... 3
3. BENEFÍCIOS DE SE USAR O SF6 .............................................................................................. 3
4. EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM SF6 .................................................................................... 3
4.1. Transformadores em SF6: ............................................................................................. 3
4.1.1. As vantagens e os inconvenientes: ....................................................................... 4
4.2. Disjuntores em SF6........................................................................................................ 4
4.2.1. Princípio de interrupção: ....................................................................................... 5
5. A CUBA HERMÉTICA QUE ENVOLVE OS EQUIPAMENTOS (GIS) ............................................ 6
5.1. Vantagens da GIS........................................................................................................... 9
5.1.1. Capacidade: ........................................................................................................... 9
5.1.2. Proteção Contra Poluentes: .................................................................................. 9
5.1.3. Operação Segura e de Rara Manutenção: ............................................................ 9
5.1.4. Compatibilidade Estética:...................................................................................... 9
5.1.5. Sobre a inflamabilidade:...................................................................................... 10
5.1.6. Custos: ................................................................................................................. 10
5.2. Exemplo real ................................................................................................................ 11
1. O QUE É O SF6
O hexafluoreto de enxofre (SF6) é um gás usado em equipamentos de energia
elétrica. É transparente, inodoro, não inflamável e quimicamente estável. Essa
estabilidade faz deste gás útil em equipamentos elétricos. O SF6 é um ótimo isolador
elétrico, e pode efetivamente extinguir arcos eléctricos nos aparelhos de alta e média
tensão preenchidos com SF6. Esse gás é formado por uma reação química entre enxofre
fundido e fluoreto. Esse último é obtido pela eletrólise de ácido fluorídrico (HF).

2. UTILIZAÇÃO DO SF6
O SF6 é utilizado como um gás isolante em subestações, como um isolador
médio refrescante em transformadores, como um isolador e extintor de arco elétrico em
interruptores para aplicações de alta e média tensão.
Em sistemas de energia elétrica, é exigido nos interruptores de alta e média
tensão no poder de corte para, no caso de uma falha, proteger as pessoas e os
equipamentos.
As subestações isoladas com gás encontram-se principalmente em áreas
urbanas e frequentemente instaladas em edifícios num pequeno local. Essas subestações
reduzem o campo magnético e removem completamente o campo elétrico. Essa é uma
real vantagem para os instaladores, pessoal de manutenção e as pessoas que vivem na
redondeza de subestações.

3. BENEFÍCIOS DE SE USAR O SF6


O SF6 garante uma insolação eléctrica extremamente boa e uma eficiente
extinção do arco eléctrico. Essas propriedades tornam possível construir equipamentos
eléctricos e aparelhos compactos, usando uma quantidade menor de material (em relação
à subestação convencional), são seguros e durarão muito tempo. À pressão atmosférica
normal, o SF6 tem um valor dielétrico de capacidade resistiva 2,5 vezes maior que a do
ar. Normalmente, o gás é usado a 3-5 vezes a pressão atmosférica, o que torna as
propriedades de dielétrico dez vezes maior que a do ar.
Assim:
• O SF6 tem um dielétrico de capacidade muito alta;
• O SF6 extingue efetivamente arcos eléctricos em circuito de média e
alta tensão;
• Os aparelhos com SF6 são compactos e quase livres de manutenção;
• O equipamento com SF6 é extremamente seguro de ser operado.

4. EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM SF6


4.1. Transformadores em SF6:
Os transformadores imersos em hexafluoreto de enxofre (SF6), apresentam
aspectos construtivos próprios. O núcleo ferromagnético é formado pelo empacotamento
da chapa magnética, sustentado por uma estrutura de perfilado de ferro. Os enrolamentos
são isolados com materiais sintéticos e podem ser do tipo bobina ou do tipo em banda de
cobre, conforme a intensidade da corrente eléctrica que os atravessa. Esses órgãos, que
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formam a parte ativa do transformador, encontram-se encerrados no interior de uma
CUBA HERMÉTICA (GIS).
O material isolante eléctrico e condutor de calor, utilizado para promover o
isolamento eléctrico e o arrefecimento do transformador, é um gás, o hexafluoreto de
enxofre (SF6).
4.1.1. As vantagens e os inconvenientes:
O transformador em SF6 é apresentado como uma máquina eléctrica que não
requer manutenção.
O comportamento desses transformadores quanto ao impacto ambiental é
satisfatório, pois, no fim da vida útil, os seus materiais são recicláveis, e também não
apresentam impactos ambientais durante a fabricação e funcionamento, e operam tanto
protegidos do meio ambiente, no interior de prédios e outras construções, como expostos
ao tempo em acomodação ao ar-livre.
Quanto à aplicação desses transformadores, verifica-se que apresentam uma
apreciável capacidade de sobrecarga e que não necessitam de fossa em sua instalação, o
que reduz a necessidade de espaço para construção de subestações e de postos de
transformação.
Constata-se que transformadores em SF6 ocupam 30% menos espaço e
apresentam, como valor típico na sua aplicação, uma redução de 15% no custo global de
uma subestação, apesar desse tipo ser mais caro que o tradicional imerso em óleo. Assim,
o preço de aquisição constitui o seu maior inconveniente.

4.2. Disjuntores em SF6


A interrupção em gás SF6 é efetuada sem estiramento do arco ou geração de
sobretensões. Essas características garantem aos disjuntores vida elétrica elevada e à
instalação limitadas solicitações dinâmicas, dielétricas e térmicas. Os polos do disjuntor,
que constituem a parte disjuntora, são sistemas com pressão vedada para a vida operativa
(normas IEC 62271-100 e CEI 17-1) e não necessitam de manutenção. O comando
mecânico, tipo ESH, funciona por acúmulo de energia com disparo livre e permite
manobras de abertura, e fechamento, independentes do operador. O comando e os polos
são fixados à estrutura metálica que funciona também como suporte para o cinematismo
de acionamento dos contatos móveis.

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4.2.1. Princípio de interrupção:
O princípio de interrupção dos disjuntores HD4 baseia-se nas técnicas de
compressão e autogeração para obter as melhores prestações a todos os valores de
corrente de interrupção, com tempos mínimos de arco, extinção gradual.
Desconexão dos contatos principais
Nenhum arco elétrico se estabelece porque a corrente flui através dos contatos
quebra-arco. Durante o seu curso para baixo, o equipamento móvel comprime o gás
contido na câmara inferior. O gás comprimido flui da câmara inferior à câmara superior
levando ambas à mesma pressão.
Desconexão dos contatos quebra-arco
A corrente flui graças ao arco elétrico que se estabelece entre os contatos
quebra-arco. O gás não pode sair através do orifício porque o furo ainda está fechado pelo
contato quebra-arco fixo, e nem pode sair através da parte interna do contato quebra-arco
móvel porque o arco elétrico o fecha (clogging effect):
• Com correntes de pouca entidade, quando a corrente passa pelo seu zero
natural e o arco se extingue, o gás flui através dos contatos; a baixa
pressão atingida não pode estirar a corrente e a quantidade reduzida de
gás comprimido é suficiente para restabelecer a rigidez dielétrica entre os
dois contatos impedindo um reengate na frente de saída da tensão de
retorno.
• Com correntes de curto-circuito elevadas, a onda de pressão gerada pelo
arco elétrico fecha a válvula entre as duas câmaras, assim, o interruptor
começa a funcionar como um “puro selfblast” (autogeração); a pressão
aumenta, no volume superior, graças ao aquecimento do gás e à
dissociação molecular devido à alta temperatura. O aumento de pressão

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gerado é proporcional à corrente de arco e garante a extinção na primeira
passagem pelo zero da corrente.
Disjuntor aberto
O arco foi interrompido, e a pressão autogerada no volume superior se reduz
porque o gás está fluindo através dos contatos. A válvula se reabre, e, assim, um novo
fluxo de gás fresco aflui na câmara de interrupção, desse modo, o aparelho está pronto
para o restabelecimento e a interrupção até o nível máximo.

5. A CUBA HERMÉTICA QUE ENVOLVE OS EQUIPAMENTOS (GIS)


GIS é uma abreviação em inglês do termo: Gas Insulated metal-enclosed
Switchgear, em tradução livre, chave Isolada a gás com invólucro de metal.

Dentro dela existem disjuntores (GB’s), Chaves Seccionadoras (CS’s),


Chaves de Aterramento (HE’s), transformadores de potência (VT’s), transformadores de
corrente (CT’s) , Para-Raios (SA’s), barramentos (Bus Bar). Esse conjunto todo está
dentro de um invólucro de metal aterrado e pressurizado com SF6.

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Diagrama unifilar característico

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Legenda:

Azul: Gás SF6

Amarelo: Isoladores

Rosa: Partes Vivas

Laranja: TP e TC

Cinza: Peças aterradas

Comparação no espaço físico utilizado

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Comparação no espaço físico utilizado

5.1. Vantagens da GIS


5.1.1. Capacidade:
A GIS possibilita a construção de Subestações em áreas altamente populosas,
terrenos montanhosos, subterrâneos, etc, uso externo ou interno, atendendo aos requisitos
de cada cliente - uso eficaz dos espaços confinados.

5.1.2. Proteção Contra Poluentes:


Como todas as partes vivas da GIS estão enclausuradas, elas são totalmente
protegidas contra o meio externo, tal como, maresia, tempestade de areia, umidade
atmosférica, entre outros.

5.1.3. Operação Segura e de Rara Manutenção:


Partes vivas (ex: barramentos e condutores) estão dentro de invólucros
aterrados e são inacessíveis, dando máxima segurança para o operador e reduzindo a
manutenção. Gás Hexafluoreto de Enxofre (SF6) é não-inflamável, inerte e quimicamente
estável.

5.1.4. Compatibilidade Estética:


A GIS une requisitos exigidos com compatibilidade estética com o ambiente
ao seu redor, uma vez que, esta pode ser instalada em edificações reduzidas.

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5.1.5. Sobre a inflamabilidade:
Nenhum sistema anti-incêndio especial é necessário, uma vez que o gás SF6
não é combustível. Também não há necessidade de bacias de contenção ou de paredes
corta fogo.

Não há risco de explodir, o gráfico de pressão por tempo do SF6 mostra que,
durante uma falta interna, a variação de pressão nos GITs é muito lenta, e não atinge a
suportabilidade do tanque do transformador. O mesmo não pode ser visto nos OITs.

5.1.6. Custos:
Segundo (JACOBSEN, 2002) o custo de implantação de uma GIS é em média
de 60% a 70% maior em relação a AIS, devido a sua alta complexidade tecnológica.

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Porém nessa comparação não está contemplado o valor do m² do terreno. Quando se trata
de um terreno em um centro urbano, Cenário II, o preço do m² pode ser elevado, quando
localizados em regiões valorizadas, justificando a implantação de GIS. Desconsiderando
esse cenário de centros urbanos com elevado preço do m² do terreno, AIS possuem grande
vantagem em relação aos custos totais de implantação de um SE. Existem casos em que
foram realizadas substituições de AIS existentes por GIS, onde a venda do terreno ajudou
nos custos de investimentos. Trata-se de duas subestações, uma localizada no bairro
Leblon do Rio de Janeiro, e outra em Copacabana, também na mesma cidade. Vide a
seguir parte da notícia do site da ABB de 23 de julho de 2003.

5.2. Exemplo real


Metrô Linha 5 Lilás

Como estudo de caso, optamos pela área da Subestação Primária


Bandeirantes, da linha 05 Lilás.

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Endereço: Avenida dos Bandeirantes, 2200 – Campo Belo – São Paulo/SP

Local do empreendimento

• Tensão de 88-138/22kV

• Potência de 3x33MVA ONAN

• Configuração AIS (Air Insulated Swichtgear)

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Arranjo GIS + Sala de comando

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Entrada de Linha 88kV

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Saída para o Trafo 88/22kV

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