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Introduçã o nº1

A formação das rochas sedimentares encontra-se associada a todos os tipos de


rochas que são expostas à superfície ou perto desta, em condições de temperatura e
pressão diferentes daquelas em que se originaram. Muitos minerais que constituem
estas rochas tornam-se instáveis e formam novos minerais mais estáveis para as
condições superficiais e que vão constituir as rochas sedimentares. Existem três tipos
de rochas sedimentares: as rochas magmáticas, as rochas detríticas (consolidadas e
não consolidadas) e as rochas metamórficas.
A acumulação sucessiva e contínua de sedimentos provoca uma compactação
das camadas inferiores e mais antigas que ficam sujeitas a uma maior pressão por
efeito do peso das camadas superiores. Os sedimentos não consolidados são sujeitos a
afundamento e o seu volume pode ser reduzido, expulsando elevados volumes de
água que se encontrava nos poros.
Um processo importante na diagénese é a cimentação de novos minerais que
permitem preencher os poros dos sedimentos, unindo as diferentes partículas e
aumentando a consolidação (litificação) da rocha. A cimentação resulta numa
diminuição da porosidade. Após a precipitação, muitos dos minerais recristalizam,
originado novos minerais mais estáveis para as pressões de condições e temperaturas
superiores.
As rochas sedimentares formadas por elementos detríticos são classificadas de
acordo com a sua consolidação e dimensão das partículas que as constituem.
Quando as partículas possuem dimensões inferiores a 0,0039 mm, designam-se
por argilas (abordadas nesta experiência). Os depósitos de argilas acumulam-se nos
lagos, nos cursos inferiores dos rios e nos oceanos, sob a ação de correntes fracas ou
ausentes que se verificam nas planícies abissais. As reduzidas dimensões das partículas
argilosas permitem que sejam transportadas em suspensão.
Os minerais argilosos adquirem elevada plasticidade, quando misturados com a
água, e coerência, quando secos. Assim, quando absorvem a água, formam uma
camada impermeável, que ao secar, forma fendas de dessecação. Os depósitos de
argila podem formar argilitos quando sofrem um processo de diagénese.
A deposição é facilitada quando os sedimentos atingem o mar com água
salgada devido à floculação. Este fenómeno consiste na aglutinação de partículas
formadas na coagulação que, por possuírem ainda dimensões reduzidas e baixa
densidade, apresentam dificuldade de sedimentação. A floculação pode ser realizada
por agitação mecânica, arrefecimento, evaporação ou por adição de eletrólitos de
massa molecular elevada, que facilitam a união entre as partículas coaguladas,
originando outras de maiores dimensões e mais fáceis de separar da massa líquida, por
gravidade.

Conclusã o nº1
A nossa experiência foi bem-sucedida, já que o objetivo principal foi cumprido.
Pretendíamos observar o efeito da adição de NaCl na deposição de argilas, para que
pudéssemos constatar qual é a importância do cloreto de sódio na deposição de
materiais argilosos.
Através da observação dos dois tubos de ensaio, verificámos que, no primeiro,
existiam diversas fendas de dessecação e que a mistura se encontrava dura, uma vez
que esta amostra continha sal que estimula a ocorrência de floculação das partículas, o
que faz com que a velocidade de deposição seja superior. Já, no segundo tubo,
observaram-se poucas fendas de dessecação. Para além disso, a mistura ainda era algo
plástica devido à ação da água e a sua coesão era diminuta, porque não há presença
do sal, que funciona como eletrólito, de forma a acelerar a deposição. Como não há
esta ação do cloreto de sódio, então as partículas demoram mais tempo a depositar-
se, porque possuem menos massa e, assim, não há o desaparecimento total da água.
Com a realização desta atividade experimental, pudemos verificar que o NaCl
influencia sobretudo a velocidade de deposição dos sedimentos. O fenómeno que
provoca esta alteração na velocidade de deposição é a floculação, que consiste na
formação de agregados de argila. Este processo ocorre porque as cargas elétricas das
argilas são neutralizadas pelos iões de carga contrária presentes nas soluções com
NaCl. A formação destes flóculos permite uma deposição mais rápida dos sedimentos
em águas salgadas. A força gravítica é um fator importante na deposição dos
sedimentos. Como a ação neutralizante dos iões de NaCl possibilita a formação de
aglomerados (flóculos de maior massa), a força neles aplicada é maior facilitando a
deposição dos mesmos mais rapidamente.
Também, pudemos compreender a intensa deposição de sedimentos que
ocorre quando estes atingem os oceanos, principalmente ao nível dos estuários. Esta
sedimentação deve-se então à ação do sal que, quando misturado com a água e a
argila (sedimentos de pequena dimensão), ioniza na solução (floculação) e une-se aos
detritos argilosos, formando depósitos de argila.

Introduçã o nº2
As rochas sedimentares podem classificar-se, com base na origem dos
sedimentos que as compõem, em detríticas, quimiogénicas (abordadas nesta
atividade) e biogénicas. As rochas quimiogénicas permitem estudar as condições do
ambiente de deposição. Embora a formação destas rochas de origem química possa
ocorrer em lagos, ela verifica-se fundamentalmente nas bacias oceânicas. As rochas
quimiogénicas resultam da litificação de precipitados químicos, em consequência da
evaporação da água ou por variação das propriedades da água.
Na formação de rochas carbonatadas, a variação das condições químicas da
água, nomeadamente a diminuição do seu teor de dióxido de carbono, desencadeia a
precipitação do carbonato de cálcio que as vai constituir, sendo por este facto
designadas rochas de precipitação.
A dissolução da calcite na presença de um ácido fraco é importante na
definição do relevo cársico, característico das regiões calcárias. A dissolução tende a
acompanhar os processos de hidrólise, quando se geram iões e minerais solúveis em
água e que não precipitam.
A solubilização e a precipitação são fenómenos que ocorrem normalmente na
Natureza, como por exemplo a formação de estalactites e estalagmites. A formação de
estalactites e de estalagmites está relacionada com o carbonato de cálcio, que é o
principal constituinte das denominadas rochas calcárias. As águas subterrâneas,
contendo CO2 dissolvido atacam lentamente esse tipo de rochas, transformando o
carbonato em hidrogenocarbonato:
−¿( aq)¿
2 +¿ ( aq ) +2 HCO3 ¿
CaCO3 ( s ) +CO2 ( aq )+ H 2 O (l ) ↔Ca
Como o hidrogenocarbonato de cálcio é um pouco mais solúvel do que o
carbonato de cálcio, as rochas calcárias vão sendo lentamente corroídas pela água
subterrânea, com a formação de grutas. Quando a água atinge uma gruta, liberta
dióxido de carbono para a atmosfera da mesma. Nessa altura, o equilíbrio anterior
desloca-se para a esquerda e dá-se a precipitação do carbonato de cálcio. Muitas
vezes, a água entra nas grutas pelo teto, escorrendo sob a forma de pingos, e é a lenta
precipitação do carbonato de cálcio que dá origem às estalactites e às estalagmites.

Conclusã o nº2
A experiência correu como era esperado, visto que cumprimos o nosso objetivo
primário. Tínhamos como objetivo observar a formação de estalactites e estalagmites
de forma a perceber como se processava a sua formação e quais eram as condições
necessárias para que isto ocorresse.
Apesar de termos observado estalactites, estas eram de pequena dimensão e,
apenas, se formaram de um lado do fio. O facto de serem de pequena dimensão pode
dever-se ao facto de não ter tido o tempo necessário para haver formação apropriada.
Além disso, o fio não era na totalidade de algodão, pelo que não absorve tanta água e,
assim, não se desenvolve a quantidade de estalactites que estávamos à espera.
Ao analisar os resultados, verificámos que os sais precipitaram no cordel junto
à borda de um dos gobelés, pois o cordel absorveu a água com os sais, e quando esta
evaporou, os sais ficaram agarrados ao cordel, precipitando-se neste.
Pudemos concluir que as estalactites e estalagmites se formam através da
dissolução do calcário com ácido que transforma o carbonato contido no calcário em
hidrogenocarbonato, ou seja, os sais de fruto (compostos por carbonato e ácido) em
conjunto com a água fizeram efervescência ( CaCO3 ( s ) +CO2 ( aq )+ H 2 O (l ) ) e formaram
hidrogenocarbonato de cálcio (Ca ¿). Posteriormente, a água evaporou, liberta-se
dióxido de carbono e ocorre a lenta precipitação do carbonato, formando-se as
estalactites. Deve salientar-se que um dos copos tinha uma cor mais escura, o que
pode indicar uma maior concentração de sais. Deste modo, com uma maior
concentração de sais, mais rápida é a formação de estalactites, tendo em conta a
existência de estalactites somente nesse copo.
Assim sendo, podemos depreender também como ocorre a formação dos
calcários: as águas podem transportar hidrogenocarbonato de cálcio em solução. Em
determinadas condições, o hidrogenocarbonato pode precipitar sob a forma de
carbonato de cálcio. A deposição e cimentação do carbonato de cálcio formam
calcário, já, para ocorrer a sua dissolução, basta a presença de um ácido fraco.

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