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INTEMPERISMO

No livro de agricultura, escrito por ABU ZACARIA IAHIA no ano de


1145, Sevilla, Espanha, este autor, citando outros, afirma:

“A pedra se torna matéria lodosa no decorrer de um século, pela


ação do sol e das chuvas; o sol tem a virtude de secar e
desintegrar as partes (como o faz o fogo), e a chuva que vem
depois, desata as já enfraquecidas partes...”
INTEMPERISMO DE ROCHAS
DEFINIÇÃO DE INTEMPERISMO
“Conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que causam a
desintegração e a decomposição das rochas e de seus minerais
constituintes, resultando na formação de um saprólito ou mesmo de
um solo”

Agentes do intemperismo:

- Insolação
- Água – líquida ou no estado sólido
- Agentes biológicos
- Ventos (abrasão)
- Cristalizações de sais e óxidos, etc.
INTEMPERISMO FÍSICO

“Conjunto de processos físicos que causam a desintegração


das rochas e minerais, sem alterar sua composição
química”

PROCESSOS:

ALÍVIO DE PRESSÃO – rochas confinadas no interior da


crosta, após aflorarem à superfície, pelos movimentos
tectônicos ou pela erosão das camadas sobrejacentes,
sofrem “alívio” da pressão quando em equilíbrio com a
pressão atmosférica, resultando em trincamentos e
fraturas.
• Fraturas no granito. As rochas originadas em profundidade, tal como o
granito, ao atingir a superfície por erosão das camadas rochosas
suprajacentes, sofrem um alívio de pressão, do qual podem resultar estas
fraturas. O arrefecimento do magma pode também originar fraturas.
AÇÃO TÉRMICA DA RADIAÇÃO SOLAR –
Devido à insolação, as rochas aquecem durante o dia e resfriam durante à
noite. Cada rocha tem diferentes minerais. Minerais escuros aquecem mais
que minerais claros. Cada mineral tem seu coeficiente de dilatação térmica,
resultando em maior ou menor expansão linear e volumétrica com a
variação da temperatura.
Ciclos contínuos de expansão e contração dos minerais conduzem a um
estado de “fadiga” da rocha, resultando em esfoliação ou
descascamento.
AÇÃO MECÂNICA DA ÁGUA –
Gelo:

A água, ao congelar nas


fendas e poros da rocha,
aumenta em cerca de 1/10 o
seu volume, resultando em
pressões equivalentes a 2000
atm, causando fraturas e
trincamentos
• Abrasão mecânica:
Desgaste pelo vento:

Arches National Park.


Desgaste pela água líquida
Cristalização de sais e óxidos
Sais provenientes da
dissolução de minerais das
rochas, ao cristalizarem em
poros ou fendas, aumentam de
volume causando
desintegração 

A cristalização de
óxidos (Fe, por
exemplo) também pode
causar o mesmo efeito:

Efeito de raízes
Raízes das plantas,
ao penetrar em poros
e fendas das rochas,
quando aumentam
de volume exercem
pressão
considerável,
promovendo
aumento das fendas
e fragmentação
mecânica
Consequências do Intemperismo físico

Fragmentação das rochas  aumenta Área Superficial


Específica  Acelera Intemperismo químico
Semelhanças entre Intemperismo e outros
processos geológicos
Diagênese – alteração nas características
dos minerais durante eventos de formação das rochas :
Micas  Cloritas
Gibbsita  Caulinita

Alteração Deutérica – Voláteis do magma reagem com minerais das


rochas, produzindo novos minerais
Alcalis+Sílica+Olivina+Piroxênio  Cloritas, Serpentinas, Óxidos de Mn
(em veios, fendas)
Alterações Hidrotermais –
Soluções quentes+ minerais  caulinização, bauxitização  depósitos
INTEMPERISMO QUÍMICO
Definição – conjunto de processos químicos que causam
a decomposição (dissolução) das rochas e de seus
minerais constituintes, originando novos minerais.
Envolve “síntese” ou “neoformação” de minerais.
Pelo intemperismo químico formam-se minerais novos, estáveis nas condições
da superfície, e que futuramente darão origem ao solo. ...

Agentes: H2O, Oxigênio, ácidos orgânicos e inorgânicos

Processos: Dissolução, Hidrólise, Oxidação, Redução,


Hidratação, etc.
Dissolução
A dissolução ocorre principalmente
quando estes se encontram na forma
de sais, solúveis em água, a exemplo
de halita (NaCl), gesso (CaSO4) e
outros.

Como a maioria das águas de


chuvas são ácidas, ou se tornam
ácidas pela presença de gás
carbônico dissolvido na água
(H2O + CO2  HCO3- + H+), a
acidificação da água acelera a
dissolução, principalmente de
carbonatos.
Hidrólise
“Reação dos íons H+ ou OH- da água com os elementos ou íons dos
minerais, resultando na paulatina dissolução dos mesmos”
Principal mecanismo de decomposição química dos minerais.
“Água é o inimigo número UM dos feldspatos”.

Envolve o ataque protônico do H+ às ligações que unem os vários


elementos que compõem o mineral:

Feldspato-K + H2O + H+  Feldspato-H + K+

Íons H+ provém da dissolução do gás carbônico na água, cfe. reação:


(H2O + CO2  HCO3- + H+), ou de ácidos orgânicos

Cítrico, malônico, succínico, aspártico, oxálico, etc.


Reação geral de hidrólise para aluminossilicatos
Aluminossilicato + H2O + H+  Argilomineral + Cátion + H4SiO4 + HCO3- + OH-
(ou óxido de Al)

A reação envolve “quebra”=dissolução do aluminossilicato pelo efeito do


ácido, liberando Si e Al solúveis que se recombinam em solução para
formar minerais de argila (1:1 ou 2:1) ou óxido de Al (gibbsita),
dependendo do clima e do fluxo de lixiviação.

Cátions do mineral, tais como de K, Ca, Mg, Na etc. são também liberados
na reação, sendo a maior parte lixiviados.

A reação também produz oxidrilas e outros ânions, que podem manter o pH


mais alto ou mais baixo, dependendo da taxa de lixiviação.
Exemplo de alteração de feldspato produzindo cristais de caulinita e de
esmectidas, durante as reações de hidrólise
O mesmo mineral pode formar diferentes minerais de argila, ou gibbsita
apenas, dependendo do clima, pH e fluxo de lixiviação.

K.AlSi3O8 + 2H+ + 9H2O  H4Al2Si2O9 + H4SiO4 + 2K+ ( forma-se em condições de médio fluxo de lixiviação)
(ortoclásio) (caulinita) pH 5-7 e remoção parcial de Sílica

K.AlSi3O8 + 2H+ + 9H2O  Al(OH)3 + H4SiO4 + 2K+ (Forma-se em condições de alto fluxo lixiviante)
(ortoclásio) (gibbsita) pH baixo e remoção completa da sílica

Na.AlSi3O8 + 6H+ + 28H2O 3Na.66Al2.66Si3.33O10(OH)2 + 14H4SiO4 + 6Na+


(albita) (montmorilonita)
( forma-se em climas mais secos , em soluções aquosas com pH elevado e com pouca lixiviação)
Reações de hidrólise dissolvem minerais liberando:
Si
Al
Íons livres (Ca, Mg, K, Na...)
Bases

1) Si e Al recombinam-se em solução para formar:
a) argilominerais (1:1, 2:1)
b) óxidos de Al (gibbsita)
2) Íons (cátions) são em grande parte lixiviados
3) Bases, dependendo da taxa de lixiviação ocorrida,
podem manter o pH mais alto ou mais baixo.
Fatores que influem na hidrólise
• pH do sistema (entre 5 e 9 Si e Al são pouco solúveis)
• Disponibilidade de água
• Renovação da água (f  drenagem interna)
• Temperatura
• Fluxo lixiviante (f  Clima, disponibilidade de água)
Tipos de Hidrólise

• Hidrólise Total
100% de sílica e bases eliminadas
Alumínio imóvel

Climas quentes e úmidos, pH entre 5 e 7, lixiviação completa do Si e


das bases do sistema

KAlSi3O8 + 8H2O Al(OH)3 + 3H4SiO4 + K+ + OH-


Ortoclásio gibbsita

Possibilita a concentração de Al Alitização

Situações mais comuns no Brasil: Latossolos do cerrado, onde os


solos podem conter até 70% de argila, dominada por Gibbsita.
Solos OXÍDICOS
• Hidrólise Parcial
Somente parte da sílica e Al são removidos, possibilitando
a formação de argilominerais
Duas situações:
1) Maior parte das bases eliminadas
66% de sílica eliminada
Alumínio imóvel
Climas quentes e úmidos, pH entre 5 e 7, sem remoção completa da sílica

• 2 KAlSi3O8 + 11 H2O  Si2Al2O5(OH)3 + 4H4SiO4 + 2K+ + 2OH-


Ortoclásio caulinita
• Possibilita a formação de caolinita Monossialitização
• Ocorre na maior parte do Brasil, onde os fluxos de lixiviação não
foram suficientemente altos a ponto de remover toda a Sílica,
sobrando Si para formar argilominerais 1:1
2) Pouca lixiviação das bases
Menor remoção da Sílica
Alumínio imóvel
Climas quentes e sêcos, com pouca lixiviação, pH mais alto, entre 7 e
9, com Si em solução em quantidade suficiente para formar
argilominerais 2:1

Na.AlSi3O8 + 6H+ + 28H2O 3Na.66Al2.66Si3.33O10(OH)2 + 14H4SiO4 + 6Na+


(albita) (montmorilonita)

Possibilita a formação de Esmectitas  Bissialitização

Situação comum em climas mais secos, atualmente ou no passado,


como no Semi-Árido e na Campanha do RS, onde a fração argila do
solo é dominada por argilominerais do tipo 2:1, como a
montmorilonita
ACIDÓLISE
Tipo especial de reações de hidrólise ocorrente em regiões de clima mais
frio e úmido, com decomposição incompleta da matéria orgânica,
formando ácidos orgânicos, e valores de pH inferiores a 5
ACIDÓLISE TOTAL – pH < 3,0

Minerais primários são totalmente dissolvidos, exceto o quartzo,


resultando em solos ácidos e pobres, quartzozos e ricos em MO

ACIDÓLISE PARCIAL – pH 3 a 5
Minerais primários são quase totalmente dissolvidos;
Grande parte do Al é complexado pela MO;
Solos cauliníticos, com pouca ou nenhuma Gibbsita, quimicamente
pobres.
(processo não é bem esclarecido)
Resistência dos Silicatos ao Intemperismo
Químico
ESTABILIDADE DOS MINERAIS
Mais estável
Óxidos de ferro (Hematita, Goethita)
Hidróxidos de alumínio
Quartzo
Argilominerais
Muscovita
Ortoclácio
Biotita
Albita
Anfibólios
Piroxênios
Anortita
Olivina
Calcita e Dolomita
Gesso
Halita (NaCl)
Menos estável
Evidências naturais de reações de Hidrólise

Trabalho de Sherman, 1952, com solos da Ilha do Havaí, evidenciando como o


aumento da pluviosidade, para um mesmo material de origem (basalto), provoca
aumento no teor de argila e acelera as reações de intemperismo químico
Hidrólise por catálise ácida
A sequência de reações que ocorrem, por exemplo, na decomposição de um feldspato-
K, inicia com a perda dos íons alcalinos do mineral, visualizada como uma reação de
troca:

feldspato-K + H2O  feldspato-H + K+ + OH- (7)

ou, segundo o esquema estrutural seguinte:

Si Al + H+ (H 2O)  Si Al + K+ + OH- (8)


\  \ /
O OH
K+

A coordenação do próton ao oxigênio da ligação Si-O-Al é seguida pela ruptura


da ligação Al-O formando um grupo silanol ( SiOH ) e um íon Al 3+ instável que reage
imediatamente com a água; esta reação consiste numa hidrólise por catálise ácida,
conforme o seguinte esquema:

Si Al  =Si + Al 3+
(9)
\ / \
OH OH

3+ +
Al + H2O  Al ( OH2)  ( Al - OH )2+ + H +
( 10 )

A hidrólise por catálise ácida ocorre durante a decomposição dos


aluminossilicatos
Hidrólise por catálise básica

A ruptura das ligações siloxanas ( Si-O-Si ) entre os tetraedros de Si, é efetuada pela
coordenação de um íon OH - ao átomo de silício em reação de hidrólise por catálise
básica, conforme o esquema

Si Si  Si Si  Si + Si ( 12 )
\ /| \ / \ \ /
O OH O OH O OH
A hidrólise por catálise básica ocorre nos silicatos
Hidrólise de carbonatos
A dolomita é decomposta por ação de ácido carbônico segundo a reação:

CaMg(CO3)2 + 2H2CO3  Ca(HCO3)2 + Mg(HCO3)2 ( 17 )

originando bicarbonatos facilmente solúveis

Dependendo do clima, os bicarbonatos podem reprecipitar


formando Carbonatos secundários, formando Concreções ou
Horizontes endurecidos (petrocálcicos)
A formação de estalactites e estalagmites também depende da hidrólise
dos carbonatos em partes da rocha dos terrenos sobrejacentes

Neste caso os bicarbonatos solúveis, no interior da gruta, vão


reprecipitando na forma de carbonatos na medida em que a
concentração vai aumentando.
Interessante observar que o solo derivado da rocha carbonática ou
calcária, nos climas úmidos é extremamente pobre.
Experimentos de dissolução de minerais

Wollast (1967):
5% de feldspato-K moído em águas de pH 4 a 10

- Feldspato-K foi atacado pelo H+ tornando-se instável e se decompôs


rapidamente, liberando por difusão Si e Al para a solução;
- Velocidade da reação foi função direta do pH;
- Em pH 5 o Al precipitou como Al (OH)3 ;
- O Al(OH)3 precipitado formou uma camada protetora sobre o feldspato,
retardando a difusão do Si e dos cátions básicos à solução.
- O Si em solução correspondeu ao originalmente presente na camada
aluminosa superficial;
- A horizontalização da curva de H4SiO4 ( figura ) é atribuída à reação do Si
em solução com o Al ( OH )3 da camada superficial, resultando na
formação de um aluminosilicato amorfo, de composição similar à caulinita:

2Al (OH )3 + 2H4SiO4  Al2Si2O5 (OH)4 + 5H2O


• O experimento de Wollast foi conduzido em frascos
fechados e, consequentemente, a concentração de
H4SiO4 teve condições de aumentar suficientemente par
formar “ caulinita ” - monossialitização.
• Num sistema aberto com suprimento contínuo de água,
a continuidade da reação de dissolução do feldspato
resultaria na formação exclusiva de Al(OH)3 ( gibbsita ) -
alitização.
• Em fluxos lentos poderia haver reação de cátions
básicos com Al(OH)3 e sílica, resultando na formação de
esmectita - bissialitização.
• Isto mostra a importância do fluxo de água como fator
controlador no intemperismo.
• HIDRATAÇÃO. Refere-se à associação de moléculas de
água ou de grupos OH com minerais, frequentemente sem
decomposição do mineral.

No caso de sais simples como a anidrita (CaSO4), as


moléculas de água permeiam toda a estrutura originando o
gesso (CaSO4 .. 2H2O), conforme a equação:

• CaSO4 + 2H2O  CaSO4 . 2H2O

• Uma forma mais comum de hidratação consiste na


adsorção de moléculas d’ água à superfície de minerais e,
a associação de OH- e H2O na esfera de coordenação de
Al e Si nas arestas de minerais. Esta água adsorvida serve
de ponte para o ataque de íons H3O+ à estrutura do mineral
na reação de hidrólise.
OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
“Reações químicas que envolvem perda (oxidação) ou ganho (redução) de elétrons”

A oxidação ocorre em rochas bem aeradas e solos onde há amplo suprimento e


baixa demanda biológica de oxigênio. Ela é indicada pela mudança para cores
avermelhadas e amareladas nas rochas alteradas e sedimentos, devido a
oxidação do Fe( II ) à óxidos de Fe ( III ).
A redução ocorre quando o material está saturado com água, o suprimento de O2 é
baixo e a demanda biológica pelo mesmo é alta.
As reações de oxi-redução atuam no processo de gleização, constituindo
fenômenos atuais, de grande importância prática no manejo de solos alagados,
de drenos, e de solos tiomórficos.
OXIDAÇÃO
– Processo de decomposição química que envolve a perda de elétrons. Muitos elementos
constituintes das rochas podem ser oxidados ( Fe e Mn, por exemplo), ao se combinar
com o oxigênio.
– Em relação ao ferro, comumente ele ocorre na rocha na forma reduzida ( Fe2+). Ao
iniciar-se o processo de decomposição química através da hidrólise, o ferro é liberado
para a solução ainda na forma reduzida. Se o ambiente for bem drenado, o oxigênio está
presente no sistema, e o ferro sofrerá oxidação produzindo um novo mineral, por
exemplo, a HEMATITA. Esta reação é exemplificada a seguir :

– Fe2SiO4 + H2CO3 + 2H2O  2Fe2+ + 2HCO3- + 2OH-


fayalita hidrólise

– 2Fe2++ + 4HCO3- + 1/2O2 + 2H2O  Fe2O3 + 4 H2CO3


oxidação Hematita

– No exemplo anterior o mineral FAYALITA sofreu hidrólise, liberando o ferro ainda no


estado reduzido para a solução. Este ferro reduzido , em contato com o oxigênio,
oxidou-se para formar um novo mineral, o óxido de ferro HEMATITA, que imprimirá
uma coloração avermelhada ao material intemperizado.
– Quando o ferro dissolvido do mineral sofre oxidação num ambiente com maior presença
de água, poderá formar um óxido hidratado de ferro, como a GOETITA, que colorirá o
material de marrom ou amarelo.
Condições que favorecem a formação de Hematita em solos:
- Alto suprimento de O2 (Ambientes bem drenados);
- Rápida oxidação do ferro;
- Baixo teor de Matéria Orgânica (Húmus complexa Fe2+ e retarda oxidação);
- pH alto e alta concentração de bases.

- Geralmente forma primeiro ferridrita, que reorganiza-se para formar hematita.

Condições que favorecem formação de goethita:


- Suprimento de O2 mais lento;
- Maior tempo de residência de água no solo ou na rocha (drenagem + lenta);
- Maior teor de matéria orgânica;
- pH mais baixo
- rochas mais pobres em ferro
Oxidação da Pirita (FeS2)
Fe2+S2 + 15/4 O2 + 7/2 H2O  Fe3+(OH)3 + 2 H2SO4

Importância:

1 – Oxidação de pequenas quantidades de Pirita presente nas rochas


pode ser benéfica pois acelera reações de hidrólise;

2 – Oxidação de materiais com grande quantidade de pirita, como em


áreas exploradas com carvão mineral  Prejudicial!
Acidificação excessiva do solo – liberação de metais pesados,
contaminação de mananciais hídricos;
Solos com excesso de compostos de enxofre (banhados) 
drenagem promove oxidação  acidificação do solo  SOLOS
TIOMÓRFICOS
REDUÇÃO
Processo de intemperização química que envolve o ganho de elétrons.

Muitos elementos, em condições de deficiência de oxigênio no sistema, podem sofrer


redução, como é o caso de zonas da rocha (fendas, p. ex.) ou do solo, quando sofrem
confinamento de água por períodos prolongados. Muitos compostos podem sofrer
redução, tais como:
Fe3+  Fe2+

Mn3+ ou Mn4+  Mn2+

Durante o confinamento de água, no primeiro caso pode haver redução dos óxidos de ferro
hematita ou goethita previamente formados. No segundo caso, poderá haver redução de
óxidos de Mn tais como hansmanita, pirolusita previamente formados, ou mesmo a redução
do Mn de determinados minerais das rochas.
O significado prático da redução é que os compostos são dissolvidos, liberando o Fe ou o Mn que
ficarão solúveis e, portanto passíveis de serem mobilizados para outros locais. Quando estes
elementos encontram um ambiente oxigenado, podem sofrer reoxidação, produzindo novos
minerais
As reações de redução produzem oxidrilas, e quando o ambiente é fortemente redutor (caso de
ambientes alagados) podem resultar no aumento expressivo do pH.
Diferenciação de ambientes alagados:
Em ambientes alagados, a falta de oxigênio e a alta demanda biológica
pelo mesmo favorece um ambiente fortemente redutor, onde vários
compostos podem sofrer redução:
NO3-  N2O, N2↑ (primeiro composto a sofrer redução)
Mn+3+4  Mn+2 Compostos químicos, por ordem
Fe 3+  Fe 2+ decrescente de redução
S04 -2  H2S↑
CO2  CH4↑

Os compostos de ferro, devido a sua maior quantidade no solo


controlam os processos de oxi-redução:

FeOOH + 3 H+ + e-  Fe 2+ + 2H2O + OH-


Goethita red resp. pelo aumento do pH
Consequências dos processos de alagamento
1 – Compostos de Fe, Mn, etc., são reduzidos, liberando oxidrilas
pH sobe (autocalagem)

2 –Redução dos óxidos de ferro torna o ferro solúvel (Fe 2+):


Fe 2+ :lixivia (perde-se)  solo perde a cor, fica cinza  gleização

3 – Aumento do Fe 2+ e Mn 2+ na solução pode deslocar Ca, Mg, K das


cargas negativas,  aumenta [Ca, Mg, K] na solução;

4 – Dissolução dos compostos de Fe (hematita, goethita, ferridrita) liberta


o P previamente “fixado”  aumenta disponibilidade de P
FONTE E ACEPTORES DE ELÉTRONS NAS REAÇOES DE OXI-REDUÇÃO

A oxidação de substâncias orgânicas por microorganismos heterotróficos no solo ou


compostos orgânicos complexantes redutores gera os elétrons necessários para as
reações de oxi-redução:

C6H12O6 + 6H2O  6CO2 + 24H+ + 24e -

Em solos bem aerados, os prótons e elétrons originados na decomposição da matéria


orgânica reagem com o oxigênio formando água

24H+ + 24e- + 6 O2  12H2O + energia


( e- são transferidos para o Oxigênio)

Em solos alagados, devido à ausência de oxigênio atuam microorganismos anaeróbios


que utilizam compostos inorgânicos como receptores de elétrons. Assim, após a
redução do NO3 e dos óxidos de Mn( IV, III ), os prótons e elétrons originados na
oxidação da matéria orgânica passam a reagir com os óxidos de ferro:

24H+ + 24e- + 24Fe( III )OOH  24Fe( II ) + 6CO2 + 48 OH- ( 26 )


(e- são transferidos para compostos inorgânicos)

As OH- liberadas são responsáveis pela elevação do pH nos solos alagados.


O ferro é um dos elementos mais abundantes no solo e por isso tende
a controlar o potencial redox ( Eh ). A sua redução no solo pode ser
representada esquematicamente pela equação ( Rowell, 1981;
Fischer, 1983, 1988 ):

Fe( III ) + e -  Fe( II ) (20)

De fato, estas reações de redução são mais complexas, onde uma


melhor aproximação poderia ser a seguinte:

FeOOH + 3H+ + e-  Fe( II ) + 2H2O (21)


( óxidos ) ( prótons ) ( elétrons )

demonstrando que são envolvidos óxidos, prótons e elétrons. A


segunda equação não informa quanto ao mecanismo de redução,
mas a partir dela é possível estimar a intensidade de redução de
diferentes óxidos de ferro, utilizando a equação de Nernst:
• A partir da equação ( 23 ) é possível calcular diagramas de Eh vs.
pH para diferentes óxidos em relação às atividades estabelecidas (
ou medidas ) de Fe( II ) em solução :

VER TRANSPARÊNCIA

Observa-se que a Ferridrita é menos estável que a Lepidocrocita e


esta por sua vez é menos estável que a goethita.

Nos solos, devido ao elevado número de pares redox presentes, a


interpretação de Eh é mais qualitativa do que quantitativa. Isto
porque o Eh medido é constituído pelo somatório dos Eh individuais
dos sistemas participantes, em grande parte dos quais tanto o Eº
bem como a sua concentração no solo são desconhecidos.
Conforme a equação ( 21 ), a continuidade da reação de redução é controlada pelo
equilíbrio químico. Somente com a diminuição da atividade dos íons Fe( II ) no sistema
a reação prosseguirá da esquerda para a direita. Consequentemente, de acordo com a
equação ( 23 ) compostos que retiram Fe( II ) da solução diminuem a atividade destes
íons e favorecem a redução dos óxidos de ferro em potencial redox ( Eh ) mais alto ( ou
seja, menos negativo ). O efeito de ligantes orgânicos na elevação do Eh de redução da
goethita e da lepidocrocita é demonstrado pôr Fischer ( 1983 ),conforme o Quadro 5.2.

QUADRO 5.2. Potencial redox calculada para a redução ( concentração de Fe( II ) na


solução = 10mg / 1 de goethita e lepidocrocita a pH 7 na presença de soluções 0,001M
de complexantes orgânicos ( Fischer, 1983 ).

Complexante Relação Goethita Lepidocrocita


Fe(compl ) : Fe( II ) Eh (mV )
sem - -350 -180
serina 10 -290 -120
alanina 20 -270 -100
glicina 60 -240 -70
ácido asparagínico 300 -200 -30
ácido oxálico 3700 -140 30
cisteina 6x10 5 -10 160
• No mecanismo de redução dos óxidos de ferro( III ) deve, portanto,
haver participação de compostos orgânicos complexantes redutores ou
de microorganismos; somente a ação da água não é eficaz para haver
redução, pois o seu Eh é suficientemente elevado ( 0,81V ) para oxidar
o Fe( II )

• Com relação aos óxidos, a ação dos complexos e microorganismos


desenvolve-se com as seguintes etapas:

( 1 ) contato do complexante redutor ou do microorganismo com o


óxido de Fe ou Mn;
( 2 ) transferência de elétrons do complexante ou do microorganismo
ao Fe( III ) ou Mn IV) na superfície do óxido; e,
( 3 ) difusão do Fe( II ) ou Mn( II ) formado para a solução.
• A velocidade da redução dos óxidos de ferro( III ) depende :

• ( 1 ) dos tipos predominantes de complexantes ou microorganismos.

• 2 ) da atividade bacteriana, que é função da quantidade e da


qualidade de matéria orgânica de fácil decomposição, bem como do
teor de água no ambiente.

• ( 3 ) dos tipos e concentrações de óxidos de Fe( III ). Os cálculos


termodinâmicos mostram que possivelmente há diferenças na
velocidade de redução dos diferentes óxidos.
– Lepidocrocita e ferrihidrita são mais fácil e rapidamente reduzidas que
goethita e hematita.
– Os organismos reduzirão preferencialmente óxidos de Fe( III ) de baixa
cristalinidade, como a ferrihidrita e, em certos casos a lepidocrocita, pois a
necessidade energética é significativamente menor.

(Depende também do grau de cristalidade dos óxidos de Fe!)


• SEGREGAÇÃO DO FERRO EM SOLOS
• Solos estacionalmente saturados com água mostram
horizontes com manchas brunadas ou avermelhadas devido à
concentração localizada de óxidos de Fe(III), e horizontes ou partes
com cores cinzentas, azuladas ou esverdeadas devidas à ausência
destes óxidos.

• A presença destes mosqueados tem sido usada para distinguir


solos bem drenados daqueles estacionalmente mal drenados.

• O termo glei é empregado para designar o material cinzento com


ou sem mosqueados;

• São denominados também de plintita ( Soil Survey Staff, 1975 )


quando macios e sujeitos à endurecimento irreversível, quando
então passam à petroplintita ou laterita;

• Os solos nos quais estas características são marcantes constituem


as classes Gleissolos, Planossolos e Plintossolos.
Horozonte Cg com matriz de Mosqueados no interior de
fundo cinza (horizonte glei) e agregado cinzento, indicando
variegados amarelos fortemente possível saturação superficial do
disseminados na matriz, solo temporária.
indicando alternância com
condições oxidantes frequentes.

Horizonte glei cinzento, sem


mosqueados, indicando condição
permanentemente redutora
• No processo de segregação de Fe por reações de oxi-
redução distinguem-se:
• ( 1 ) Mobilização do ferro como Fe(II) em solução. As
condições para a redução do Fe( III ) à Fe( II ) são:
- presença de matéria orgânica complexante ou como
fonte de energia para os microorganismos;
- saturação do solo com água para diminuir a difusão
do oxigênio e,
- presença de microorganismos redutores de Fe( III ).
• ( 2 ) Transporte do Fe( II ) em solução, por difusão
conforme um gradiente de concentração ou, por fluxo de
massa sob ação da gravidade ou ação capilar.
• ( 3 ) Imobilização do Fe( II ) por oxidação pelo oxigênio e
precipitação à óxido de Fe(III).
• Quando o lençol freático é alto
Fe( II ) e Mn( II ) solúveis podem ser removidos pelas águas de
drenagem ou migrar nos microporos por difusão em direção zonas
não saturadas, onde oxidam e se acumulam.

- são oxidados nas proximidades ou nos macroporos aerados


e ao redor das raízes ( formando canais ferrificados - “ pipestems ”),
onde precipitam como óxidos mal cristalizados (ferrihidrita,
lepidocrocita, goethita) formando mosqueados; A zona de perda (
remoção ) do ferro assume cores cinzentas;
- Quando o lençol freático baixa, primeiramente oxidam os
canais e macroporos, isto é, a superfície de agregados, onde a
difusão do O2 é mais rápida O interior reduzido dos agregados
tem cores cinzentas, enquanto que na superfície há formação de
mosqueados de Fe( III ) - lepidocrocita e goethita.
• Quando a saturação ocorre nos horizontes superficiais
por excesso de chuvas:
A água contendo compostos orgânicos redutores penetra no solo a
partir da superfície, pelos canais e macroporos, saturando-os, enquanto
que no interior dos agregados ainda permanecem condições aeróbias.

Neste caso pode haver redução na superfície dos agregados e os


íons Fe( II ) e Mn( II ) migram por difusão para o interior dos mesmos 

 Mosqueados e concreções formam-se preferencialmente no


interior dos agregados.
Tiomorfismo em solos
São solos hidromórficos com alta quantidade de compostos de enxofre (S)
que correm banhados de áreas litorâneas e mangues.
 Identificados pelo forte odor de “ovo podre” (desprendimento de H 2S↑)

- Quando drenados estes solos acidificam à pH < 4 pela formação de H 2SO4


pela oxidação de sulfetos de Fe, principalmente pirita ( FeS 2 ).
- São reconhecidos, além do pH 3 - 4, pela presença de
mosqueados amarelos de jarosita
( KFe3(SO3)2(OH)6 )
• A formação de pirita nos sedimentos litorâneos depende da presença de sulfato,
de minerais com Fe, de matéria orgânica metabolizável, de bactérias redutoras
de sulfato (Desulfovibrio desulfuricans), e de condições anaeróbias alternadas
com aeração limitada, segundo a reação:
• Fe2O3 + 4SO4 + 8CH2O + ½ O2  2FeS2 + 8HCO3 + 4H2O
» resp. pela
» elevação do pH quando
» inundado
COMPLEXAÇÃO
Ocorre onde há presença de compostos orgânicos capazes de ligar-se com íons
metálicos.
A formação de complexos organo-metálicos pode aumentar significativamente a
solubilidade de Fe e Al, bem como de elementos traços ( Mn, Cu, Zn, etc. ) e de
metais pesados potencialmente tóxicos (Hg, Cd, Pb, etc.).

Complexantes em solos: ácidos húmicos e fúlvicos, e substâncias orgânicas


liberadas na decomposição dos resíduos vegetais, sintetizadas pelos
microorganismos e excretadas pelas raízes (ácido oxálico, ácido cítrico, ácido
salicílico, polifenóis e aminoácidos)

A ligação dos metais aos complexantes orgânicos se dá através de grupos funcionais,


principalmente carboxílicos (-COOH ), carbonílicos ( =C=O ), hidróxi-fenólicos (-
OH ), etc.

Pode ser eletrovalente ( íons metálicos positivos e grupos funcionais negativos ),


covalente ( pares de elétrons comuns entre o metal e átomos ( O- ou N- dos grupos
funcionais ) ou ambos.

Quando o metal fica ligado a dois ou mais grupos funcionais dos ligantes
originando anéis, o complexo é muito estável e é denominado de quelato.
• A proximidade de grupos OH e COOH no ácido orgânico é essencial à
sua capacidade complexante:
- os mais ativos tem 2 pares de OH / COOH ligados à 2 carbonos
adjacentes ( cítrico e tartárico ) ou 2 COOH conectados diretamente(
oxálico );
- os moderados tem um par de OH / COOH ( málico e salicílico )
ou 2 COOH ligados a um C comum ( malônico ).

Dependendo da concentração dos metais e dos ligantes orgânicos, bem


como da reação do solo, originam-se complexos de diferentes tipos e
estabilidade, com cargas positivas, negativas, ou sem carga.
Os metais pesados ocorrem na solução do solo principalmente como complexos
organometálicos com carga negativa.
A solubilidade destes metais aumenta significativamente, principalmente a
pH 5-6, em comparação com a de metais não-complexados;
Abaixo desta faixa de pH, a solubilidade dos metais pode diminuir devido
à adsorção dos complexos organometálicos negativos à óxidos de Fe e de Al
com carga positiva.
• A solubilidade do complexo organometálico é determinada
principalmente pela relação molar entre o ligante orgânico e o
metal.
– Quando há excesso de ácidos fúlvicos ou outros formadores de
quelatos, podem ser formados complexos de alta solubilidade com
relação molar ligante: metal de 2:1 para cátions divalentes e, 3:1 para
trivalentes.
– Aumentando a disponibilidade de metais formam-se complexos com
relação molar 1:1 e, finalmente complexos insolúveis com relação < 1

Portanto:

Quando há formação de altas quantidades ácidos orgânicos


complexantes, o complexo organometálico formado pode ser bastante
solúvel, e migrar dos horizontes superiores para horizontes ou
camadas mais profundas  caso da Podzolização
Quando a disponibilidade de metais é alta e os complexos organicos ficam
bastante saturados com metais, o complexo organo-metálico fica
insolúvel  Isto explica porque o húmus acumula-se na porção
superior do solo em solos com muito alumínio, ou muito Ca e Mg;
• Segundo De Coninck (1980 ) na formação de horizontes
espódicos ( Bhs ), o Fe e o Al devem estar disponíveis
em quantidades insuficientes para saturar o complexo (
isto é, manter uma alta relação molar ligante: metal;), e
assim, mantê-lo solúvel para ser eluviado; caso contrário
o complexo será imobilizado no local de sua formação.
Durante a migração descendente, os complexos
organometalicos podem ser imobilizados por:
• ( 1 ) alcançarem um ambiente no solo com maior
concentração iônica ou acidez diferente daquela em que
foram mobilizados;
• ( 2 ) contato com cátions metálicos suplementares que
neutralizam o complexo; e,
• ( 3 ) dessecação, que aumenta a concentração iônica,
contrai a dupla camada e expulsa as moléculas de água
do complexo.
• A formação de horizontes chernozêmicos
(epipedon mólico ) é explicada pela formação
de complexos Ca-humatos que são imobilizados
devido a baixa relação ligante: metal no
ambiente.

• Em áreas íngremes os complexos de Fe são


translocados lateralmente pelo lençol freático
suspenso, e onde há condições de oxidação (
geralmente em descontinuidades ) precipitam
formando um horizonte plácico, contendo
ferrihidrita, goethita e lepidocrocita
 Caso de São Joaquim, Bom Jardim da Serra
• Com relação à fertilidade do solo, a
complexação tem grande influência na
disponibilidade de micronutrientes, os quais na
forma quelatada são trocáveis por outros
metais.
• Adams & Moore ( 1983 ) constataram que a
complexação do Al por ácidos orgânicos
diminui a fitotoxidez deste elemento: em
horizontes Bt de solos cultivados havia
fitotoxidez de Al com 0,4 umol/L de Al na
solução do solo, não sendo constatada em
horizonte BE de florestas com > 134 umol/L de
Al
• Em solos saturados com água ( ambiente de redução ) há maior
formação de complexos organometálicos, pois os microorganismos
anaeróbios produzem mais substâncias orgânicas complexantes e
redutoras do que em ambientes oxidantes.

• Assim, grande quantidade de compostos orgânicos formadores de


complexos podem liberar prótons e elétrons, e consequentemente,
transformar Mn (III, IV ) e Fe( III ) por combinação com ataque ácido,
efeito redutor e complexação em Mn( II ) e Fe( II ).
 sua presença acelera processos de redução!

• Também em solos com predomínio de condições oxidantes pode


ocorrer dessa forma uma redução microbiológica de Mn e de Fe.
•  Dissolução redutiva de hematita e transformação em goethita
promovendo amarelecimento superficial do solo em regiões de
altitude

• Os metais pesados ( Cd, Pb ) também são intensamente complexados


em condições redutoras; por isso, podem ocorrer quantidade elevadas
destes metais em solos hidromórficos e sedimentos aquáticos,
alcançando níveis prejudiciais.
Efeito de xantização superficial em Latossolo Bruno de Curitibanos por
dissolução redutiva (seletiva) da hematita e neoformação de goethita
• AÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS SOBRE MINERAIS

• A ação de ácidos orgânicos sobre silicatos é designada de


intemperismo bioquímico ( Robert et al., 1979 ) ou de
intemperismo acidolítico por processo de ácido-complexólise
( Pedro, 1982 ). O processo consiste num somatório de hidrólise,
complexação, redução e troca iônica.

• Efeito dos ácidos orgânicos se distingue conforme sua propriedade


complexante ou não-complexante:

– Ácidos orgânicos complexantes são mais ativos na destruição da


estrutura dos minerais;
– Ácidos orgânicos simples são mais eficientes na dessaturação (
remoção de bases ) através do seu efeito acídico ( íons H+ ).
• A ação de ácidos orgânicos não-complexantes
é similar à de ácidos minerais e de água
acidificada com CO2, transformando micas em
vermiculitas com polímeros de Al-OH
entrecamadas ( cloritização )

• Com os ácidos orgânicos complexantes não


há formação desta lâmina Al-OH devido à
complexação do Al, e o mineral é destruído por
hidrólise.
• Huang & Keller ( 1970 )
• Solução 0,01M de ácido acético, aspártico, salicílico e
tartárico + olivina, augita, muscovita, labradorita e
microclina.
-Rápida dissolução de Si, Al, Fe, Mg, Ca e K nas
primeiras 24 horas, decrescendo após e atingindo valores
constantes após 5 à 21 dias.
- Elementos mais dissolvidos foram Si e os alcalino-
terrosos.
- Espessura mínima da camada dissolvida para Si e Al
entre 4 e 900nm.
- microclina e augita ↓
- olivina e labradorita ↑espessuras de dissolução.
- Entre os ácidos, o tartárico e o salicílico
produziram dissolução maior do que acético e aspártico.

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