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GEOLOGIA

INTEMPERISMO
Docente: Renata S. Nascimento

Marabá/PA
2022
• Um material resultante da decomposição e desintegração de rochas pela ação de agentes
intempéricos.

Intemperismo Químico
Agente: água

Intemperismo Físico
Agentes: variação da
temperatura, ação do gelo e
força do vento e da chuva

Intemperismo Biológico
Agentes: organismos vivos
Intemperismo Físico
• Ou mecânico - desagregação física e redução no tamanho das rochas sem
alterar sua composição química. Material fraturado, friável, incoerente,
Agentes: T e P –

• Exemplos:

✓ cobertura de gelo
(crioclastia)
❑ Mudanças de temperatura (termoclastia)

✓ Variação de T (regiões áridas)

✓ Diferentes coeficientes de dilação dos


minerais

✓ Deslocamento relativo entre os


cristais
❑ Cristalização de sais

✓ Cristalização - aumenta volume -


expansão das fissuras -
desagregação (Ex.: tafone, em
ambientes costeiros)

Tipo favo de mel - arenitos da Ilha Gabriola –


Formação Spray (Colúmbia Birtânica -
Canadá). Os buracos são causados pela
cristalização de sal dentro dos poros da rocha.
❑ Juntas de alívio (diaclases)

✓ Ascensão dos corpos rochosos das partes mais profundas até níveis mais
superficiais – alívio da pressão - expansão do corpo rochoso - abertura de
fraturas.

✓ Resfriamento de derrames de lavas, por ex. - contração - fraturamento das


rochas em colunas prismáticas = disjunção colunar.
Juntas colunares – Devil’s Tower - EUA
❑ Intemperismo esferoidal

O intemperismo O avanço do
químico é mais intemperismo
eficiente em químico tende a
cantos e quinas. gerar blocos
esferoidais, forma
Os blocos retangulares surgem porque
mais estável de
a rocha original era marcada por
alteração.
fraturas, que foram sendo
gradativamente atacadas pelo
intemperismo químico.
Lajedo do Pai Mateus
Cabaceiras - PB
Intemperismo Químico
• Decompõe, dissolve, altera ou enfraquece a rocha por meio de processos
químicos para formar novos materiais residuais, distintos do original.

• Exemplos: carbonatação, hidratação, hidrólise parcial e total, oxidação e


dissolução.
• REAÇÕES DO INTEMPERISMO

• Minerais formadores das rochas não são estáveis em superfície

• Rocha aflora na superfície - minerais em desequilíbrio - transformação em


novos minerais mais estáveis através de reações químicas.

• DEPENDEM DOS REAGENTES (minerais originais da rocha e soluções


de alteração) E DAS CONDIÇÕES EM QUE AS REAÇÕES SE
PROCESSAM (clima, relevo, presença de organismos, tempo)
Dissolução
➢ Primeiro estágio de intemperismo químico.

➢ Materiais solúveis mais comuns na natureza.

Gipsita
➢ NaCl existindo em regiões de clima extremamente
CaSO4*2H2O seco

➢ Dissolve-se muito lentamente em água pura, fornecendo


íons de Ca+2 e de CO-23 em solução:

CaCO3 Ca+2 CO-23

Calcita Íon cálcio Íon carbonato


➢ Água contendo CO2:

CO-23 H+ HCO-3
Íon bicarbonato

➢ Água contendo dióxido de carbono (CO2) pode dissolver muito mais calcita
que a água pura:

CaCO3 H2O CO2 Ca(HCO3)+2

Bicarbonato de Ca

Calcita Bicarbonato de Ca
Oxidação ou Redução
➢ Oxidação - reação com oxigênio para formar óxido ou com oxigênio e água
para formar hidróxido.

➢ A redução é um processo oposto ao da oxidação e ocorre na natureza me


ambiente subaquosos anaeróbios, ou seja, pobre ou praticamente isentos de
oxigênio.

➢ Pirita e marcassita (FeS2) são altamente suscetíveis a oxidação e passam a


sulfato, devido a afinidade do Fe pelo O.

2FeS2 2H2O 7O2 2FeSO4 2H2SO4


Pirita ou Sulfato de ferro Ácido sulfúrico
marcassita
Hidratação ou Hidrólise
➢ Hidratação – adição de água a um mineral sem que ocorra qualquer reação
química, enquanto que a hidrólise é uma reação química entre o mineral e
a água, ou seja, entre os íons H+ e OH- e os íons do mineral.

➢ A hidratação ocorre pela atração entre dipolos das moléculas de água e


cargas elétricas não neutralizadas na superfície dos grãos.

➢ Entrada de H2O na estrutura


mineral - o modifica - novo
mineral.
➢ Exemplo é a transformação da anidrita em gipso:

CaSO4 2H2O CaSO4 * 2H2O


Gipsita
CaSO4*2H2O

➢ Hematita pode absorver água e se transformar me hidróxido de ferro

Fe2O3 nH2O Fe2O3 * nH2O


Limonita
➢ A hidrólise é a mais comum das reações de intemperismo químico de
minerais silicatados. É ocorre quebra as ligações químicas e libera cátions e
ânions.
➢ A água pura é suavemente ionizada, mas é suficiente para reagir com alguns
minerais silicatados mais suscetíveis, como é o caso da olivina:

Mg2SiO4 4H+ 4OH- 2Mg+2 4OH- H4SiO4

4 moléculas Íons em solução Ácido silícico


ionizadas de água

Olivina
➢ Em ambientes naturais de sedimentação existe a ocorrência do CO2:

Mg2SiO4 4H2O 4CO2 2Mg+2 4HCO-3 H4SiO4


Íon bicarbonato Ácido silícico

➢ Ocorre perda dos metais alcalinos e alcalinos terrosos e de Si em maior ou


menor grau.

➢ Al e Fe permanecem nos novos minerais.

➢ Os cátions resultantes das reações podem:


✓ permanecer no solo, como integrantes dos minerais secundários ou
neoformados ou como íons trocáveis adsorvidos na superfície de partículas
coloidais;
✓ ou ficar dissolvidos em soluções de lixiviação.
➢ K-feldspato reage com água e transforma-se em caulinita:

4KAlSi3O8 4H+ 2H2O 4K+ Al4Si4O10(OH)8 8SiO2

Sílica

K-feldspato Caulinita

➢ Hidrólise total - 100% dos cátions e Si e K são levados pela lixiviação.

➢ Há a formação de hidróxidos de Al e Fe, que permanecem no perfil.

➢ Exemplo: formação de gibbsita – óxi-hidróxido de Al como resíduo do K-


feldspato:
KAlSi3O8 8H2O Al(OH)3 3H4SiO4 K+ OH-
Ácido silícico

K-feldspato Gibbsita

➢ Hidrólise parcial - Parte da sílica permanece no perfil, o K pode ser total ou


parcialmente eliminado.

➢ Esses reagem com Al e formam:

✓ Argilominerais (aluminossilicatos hidratados)


➢ Pode ser de dois tipos:

a) 100% do K é eliminado em solução e 66% da sílica, permanecendo o Al.


➢ Monossialitização (1:1) remoção total de cátions e parcial de Si
➢ Ex: Caulinita (1 átomo de silício para 1 de alumínio)

b) Parte do K não é eliminada em solução: eliminação de 87% de K, 46% de


Si e permanência do Al
➢ Bissialitização (2:1) remoção parcial de cátions
➢ Ex: Esmectita (Al2Si4O10(OH)2)
Carbonatação
➢ Reações de íons carbonato ou bicarbonato com os minerais formadores de
rochas:

2KAlSi3O8 2H2CO3 H2O Al2Si2O5(OH)4 2KHCO3 4SIO2

K-feldspato Ácido Caulinita Bicarbonato Sílica


carbônico de K

➢ Combinação de CO2 e H2O


(formação de ácido carbônico)
contribui para o aumento de H+, o
que ajuda a promover a alteração
química/mineralógica dos
constituintes das rochas.
Quelação ou complexação
➢ Processo orgânico pelo qual cátions metálicos são incorporados a moléculas de hidrocarboneto.

➢ A quelação - processo em que o mineral é envolvido pelos aminoácidos, formando uma


espécie de esfera, com o mineral no centro, evitando que reaja com outras substâncias.

Zn
➢ É um processo natural pelo qual os elementos
inorgânicos minerais são transformados em formas
orgânicas, que podem ser perfeitamente absorvidas.

➢ Minerais quelatos são moléculas formadas pela ligação de


um íon metálico a um carreador orgânico – aminoácidos
Zn
ou carboidratos – por meio de ligações covalentes.
➢ Os resíduos – parte dificilmente solúvel em água, nas condições superficiais,
sendo compostos principalmente por quartzo, quantidade variáveis de feldspato e
mica
➢ Solutos – metais alcalinos, principalmente Na e K, além de terras raras, Mg, Ca e
Sr. Tendem a ser lixiviados do perfil de intemperismo e em sua trajetória vão
terminar nos oceanos onde são precipitados como calcários, dolomitos e outros
evaporitos.
➢ Durante os primeiros estágios de intemperismo, os minerais máficos (olivina,
piroxênios e anfibólios) degradam-se para formar argilominerais ricos em Fe
e Mg.

KAlSi3O8
Feldspato

Sericita Australia Illita Caulinita

➢ O resíduo final de uma rocha intensamente intemperizada é composto de


quartzo (se for abundante na rocha-matriz), caulinita, bauxita (silicatos e
hidróxido de Al) e limonita (hidróxido de Fe).
Intemperismo Biológico
• Deterioração de rochas e minerais causados por organismos vivos.

• Exemplos:
✓ atividade orgânica de líquen e algas,
✓ por crescimento de plantas ou raízes,
✓ escavação por organismos e secreção
✓ Escavação por organismos (formigas, cupins, minhocas e pequenos roedores) e secreção.

➢ Estima-se que 10 a 15 t/ano de material particulado fino sejam


deslocados até a superfície por esses organismos.

➢ Organismos vivos desempenham papel fundamental na


gênese dos solos – resíduos minerais e humus.

➢ Humus – Restos orgânicos. Fertilidade do solo

➢ Importante na preservação da umidade – acelera os processos


de intemperismo químico.
2. Intemperismo e Clima
➢ O intemperismo é favorecido por determinados fatores climáticos e inibidos por outros.

➢ Correlação entre
os tipos e
intensidade de
intemperismo e as
diferentes regiões
climáticas da terra
➢ Máxima lixiviação – áreas tropicais – altas pluviosidade e temperaturas – florestas pluviais.

➢ Zonas desérticas o intemperismo químico é desprezível pela baixa temperatura e escassez de


água.
➢ O intemperismo químico nos trópicos é tão intenso que os argilominerais são dessilicificados
como acontece com a caulinita em ambiente com grande excesso de água.

Al2Si2O5(OH)4 5H2O 2Al(OH)3 2H4SiO8


Caulinita Gibbsita Ácido silícico

➢ Não se conhece a forma real da sílica (SiO2) removida por lixiviação, mas é possível que em
parte seja amorfa e/ou coloidal. Ela pode se precipitar no nível de lençol freático para formar
nódulos, crostas e leitos de calcedônia ou opala.
✓ Minerais presentes (composição química e estrutura cristalina)
✓ Estruturas (contatos, descontinuidades)
✓ Permeabilidade

✓ Climas úmidos = soluções diluídas - Permanência dos elementos


menos solúveis (Al, Fe, Si).
✓ Climas secos = soluções concentradas – Permanência de todos os
elementos.

✓ Regula a velocidade de escoamento superficial das águas pluviais


✓ Reações químicas mais intensas onde há boa infiltração da água e
percolação por tempo suficiente – boa drenagem.
✓ Encostas muito íngremes – má infiltração – favorece a erosão.
Rocha Coluviais Aluviais
✓ Fornecimento de matéria orgânica - degradação - produção de ácidos
orgânicos e CO2.
✓ Crescimento de raízes ruptura de rochas
✓ Estabilização das encostas e retardamento da erosão mecânica
✓ Favorecimento da infiltração das águas da chuva e, portanto, do
intemperismo químico

✓ Mais tempo de atuação dos agentes de intemperismo é necessário para que


um perfil de alteração em determinada rocha seja desenvolvido.
Sedimentos formados
pelo intemperismo
❑ O ciclo sedimentar clássico é composto pelas fases de intemperismo,
erosão, transporte, deposição, litificação e soerguimento.
❑ Tipos de Erosão:

Fluvial

Pluvial
Eólica

Marinha
❑ Tipos de Transporte:

❑ Água pluviais, fluviais e correntes costeiras, ventos, geleiras e movimento


de massa.

➢ Areias e cascalhos, que são


relativamente grandes e pesados, são
transportados por arrastamento,
rolamento ou saltação junto ao leito,
constituindo a carga de fundo.

➢ As partículas argilosas e sílticas são


leves e/ou apresentam formas que
permitem o transporte como carga de
Pluvial, Fluvial suspensão.
➢ Partículas que permanecem muito juntas podem sofre colisão, durante o
processo de transporte, causando a fragmentação.
➢ O vento geralmente consegue transportar areia.

➢ Granulação dos sedimentos – areia fina (0,125-0,250 mm) a muito fina


(0,062-0,125 mm) e composição é predominantemente quartzosa.

➢ Semelhante o transporte por água corrente o vento transporta os sedimentos


por: suspensão, saltação ou por arrastamento superficial.

➢ Silte – suspensão

➢ Areia – combinação de
arrastamento e saltação.
3. Deposição
➢ Corresponde a fase de sedimentação e/ou acumulação de partículas
essencialmente minerais, sob condições físicas e químicas normais, isto é,
muito parecidas com as existentes na superfície da terrestre (temperaturas
superficiais e pressões atmosféricas).

➢ Inicia-se quando a força transportadora é dominada pelo peso das


partículas; quando a água torna-se supersaturada em soluto ou ainda pela
atividade ou morte de organismo.
❑F
ATÉ A PRÓXIMA
AULA

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