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● AS MÍDIAS NA ERA DA INFORMAÇÃO

Laura Regina do Canto Leal1 e Viviane Marques2

RESUMO

Este artigo tem por objetivo fazer uma reflexão sobre as relações das mídias enquanto
fontes de informações na organização das sociedade disciplinar e de controle, assim como
sua importância no sistema de vigilância e privacidade dos indivíduos na era da tecnologia
digital. Busca-se analisar de que forma as informações foram organizadas em cada uma das
sociedades, assim como os efeitos do excesso de informação que se tem atualmente, além
do monitoramento e da falta de individualidade das pessoas, bem como a quebra de
princípios éticos regulamentados em norma.

Palavras-Chave: Informação. Mídias. Privacidade. Sociedade disciplinar.


Sociedade de controle. Vigilância.

INTRODUÇÃO

Este trabalho se propõe a apresentar uma reflexão sobre as relações das


mídias enquanto fonte de informação na organização das sociedade disciplinar e
sociedade de controle, assim como suas relações com a vigilância e a privacidade,
considerando que vivemos hoje uma explosão informacional devido à globalização.
A informação é parte integral da vida humana e se apresenta em tempo real,
graças aos avanços tecnológicos, evidenciando dessa forma, os efeitos sociais que
o excesso da mesma apresenta e de como somos moldados pelos meios midiáticos,
sendo a internet um desses meios de propagação, haja visto que novas tecnologias
são apresentadas diariamente.
São muitos os meios de comunicação existentes, desde os tradicionais,
sejam eles públicos ou privados, aos mais novos meios de informação ofertados ao
grande público na palma de sua mão. Chamamos de mídias as fontes de informação

1
Aluna do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalho
realizado como pré-requisito para avaliação da disciplina de Ética da informação (2018/2), ministrada
pelo Prof. Jackson da Silva Medeiros.
2
Aluna do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalho
realizado como pré-requisito para avaliação da disciplina de Ética da informação (2018/2), ministrada
pelo Prof. Jackson da Silva Medeiros.
que atuam e atendem a grupos de interesses diversos, na divulgação ou não de
determinadas informações, mas para isso é necessário que estejam inseridas na
agenda midiática.
Para tanto, é fundamental que conheçamos o conceito do que é mídia, e de
quando começamos a nos apropriar da mesma, bem como de que forma ela se
relaciona com as fontes de informações que encontramos na internet, sua
credibilidade e legitimação, levando sempre em conta a vigilância e a falta de
privacidade ao qual ficamos expostos, uma vez que nosso acesso a sites de internet
podem ser perfeitamente monitorados pelos servidores onde eles estão
hospedados, pois deixamos rastros em cada requisição feita, gravando-se um
registro chamado Cookie em nosso computador, onde o uso desses dispositivos
servem como forma de controle social.

1 FONTES DE INFORMAÇÃO E MÍDIAS

Devido à quantidade de informações que recebemos diariamente através dos


meios de comunicação, sejam eles, internet, televisão, jornais, rádios, revistas, entre
outros, restando assim a dúvida de como saber o que de fato é relevante e
importante para nossas vidas, assim como a credibilidade e legitimidade que está ali
disponível e da mesma forma, se temos segurança no que postamos nas redes
sociais, se essas informações não serão usadas maliciosamente. Portanto, é preciso
nos ater aos principais critérios que são necessários para avaliar a qualidade da
informação disponibilizada, uma vez que é ela quem dará suporte para inúmeras
pesquisas e atividades profissionais, devendo atender a propósitos específicos de
quem a busca, assim como nas informações disponibilizadas em sites, blogs e redes
sociais, pois além de consumidores, somos também produtores de informação.
Um dos grandes problemas encontrados é o excesso de informações, pois
em muitos casos estão incompletas, desconexas e inexatas, assim como se faz
necessária e crucial a seleção das melhores fontes de informação e que tenham
qualidade e legitimidade, diante do que encontramos circulando nas mídias. Para
isso, o usuário deverá implementar o uso de filtros para melhor administrar o
contingente informacional, haja visto que não existe um indicador que permita avaliar
a qualidade de uma informação, pois cada indivíduo vai fazer sua própria leitura e
cotejo da informação, sendo ela coerente ou não, principalmente quando a busca é
na web, pois existem milhares de indivíduos manipulando a informação
disponibilizada nos diferentes meios de comunicação.
Atualmente são as mídias que propagam o maior número de informações
que circulam entre as pessoas, pelos diferentes meios de comunicação. No caso da
web, apresenta um crescimento exponencial, principalmente nas áreas de pesquisas
acadêmicas, envolvendo não só os profissionais da informação, como também de
áreas distintas, como por exemplo, da informática,da biomedicina, entre outras.
Para entendermos o que é mídia e como ela está inserida na vida de todos,
enquanto meio de comunicação e informação, temos que caracterizar a
comunicação como uma atividade que envolve a produção, transmissão e recepção
de informações, utilizando diferentes suportes, sendo que o meio de comunicação
tradicional mais antigo, no Ocidente, surge com o desenvolvimento tecnológico da
prensa de Gutenberg por volta de 1450, data de publicação do primeiro livro
impresso.
Segundo Desgaldo (2014, p. 198):
A era da comunicação de massa teve sua transição iniciada no século XIX,
com a expansão dos jornais, o surgimento do telégrafo e do telefone, mas só
veio a ser implementado no século XX, com a adoção do filme, o surgimento
do rádio e da televisão, de forma acessível a um grande contingente de
pessoas, numa sociedade organizada em conglomerados urbanos.

Os meios de comunicação tradicionais evoluíram ao longo do tempo, em


função do desenvolvimento de novas tecnologias e das indústrias, contudo, nos
primórdios, somente a “elite”, com poder de compra, tinha acesso como a televisão
e rádio. Com o aprimoramento da produção e das novas tecnologias, seu custo ficou
mais barato e acessível a todas as camadas sociais, do bairro nobre à favela o
televisor estava sobre uma mesa na sala ou na cozinha, e assim dispositivos de
rádio e televisão chegaram a milhares de pessoas. Este cenário que perdurou até a
década de 90, se compõe antes do advento da internet, sendo o rádio e o televisor
os principais veículos de comunicação, cabendo-lhes, portanto, o título de meios de
comunicação de massa.
Com um grande número de pessoas acessando esses veículos de
comunicação, inaugura-se um novo mercado de grande ascensão econômica,
conhecido como a indústria do entretenimento e as grandes agências de notícias.
Com um público cada vez mais exigente e desejoso por novidades, era necessário
estar sempre apresentando novos atrativos, mais uma vez foi preciso recorrer à
tecnologia, desta maneira os meios tradicionais de comunicação que conhecíamos
foram novamente se modificando e se propagando e interagindo com novas formas
de comunicação, graças ao advento da internet e os modernos dispositivos
eletrônicos.
Essa gama de informações que chega de diferentes plataformas/suporte
passou-se a se denominar de mídia. A palavra mídia vem do vocabulário latino que
significa meios em português, mas devido processo de aculturamento
norte-americano, adotamos a pronúncia inglesa: mídia.
Para Veronezzi, (2005, p. 21):
“O termo mídia é empregado para designar à função, o profissional, a área, o
trabalho de mídia, o ato de planejar, desenvolver, pensar e praticar mídia:
pelos veículos de comunicação a serem usados na campanha, sua grade,
entre outros”.

Com o uso da internet as fronteiras do conhecimento se estreitaram e


despontando um novo modelo midiático, como forma de comunicação de massa,
que passa a exercer influência direta sobre o comportamento das pessoas.
Conforme Rüdiger (2004, p. 88): “[...] precisamos observar que as mídias não são
boas, nem más; constituem sistemas técnicos de comunicação, que em si mesmo
são neutros e podem ser empregados para resolver ou manipular o processo da
comunicação”.
De forma muito sutil, passa-se a perceber que os modernos veículos de
comunicação seduziam e influenciavam o comportamento social, com um marketing
bastante incisivo, o incentivo ao consumo descontrolado e o entorpecimento da
audiência, bem como passou-se a ditar a moda e promover determinadas crenças
políticas, sentimentos nacionalistas, aceitação da dominação carismática, ou até
mesmo repúdio a tudo isso, entre outros, conforme Desgaldo (2014, p. 199), “é
nítida a influência exercida pela sedução das massas sob os aspectos: social,
psicológico e cultural, fazendo emergir questionamentos acerca deste poder”.
Um contraponto é estabelecido pela Comissão da Comunidade Europeia,
conforme enfatiza:
Usada adequadamente, a tecnologia de informação pode empoderar
pessoas comuns e suas comunidades, colocando-as em melhor controle de
suas vidas de trabalho, permitindo o pleno exercício de seus direitos e sendo
uma saída para sua criatividade. (COMMUNITY DEVELOPMENT
FOUNDATION, 1995 apud ABATH; IRELAND, 2002, p. 242)

Percebe-se que a tecnologia ao mesmo tempo em que pode ser utilizada para
influenciar, cercar e seduzir, pode também interagir de forma mais branda,
atendendo as necessidades e interesses da sociedade, inclusive pode contribuir
positivamente para o desenvolvimento e aprendizagem, haja vista os antigos
programas de Telecurso.

2 SOCIEDADE DISCIPLINAR E SOCIEDADE DE CONTROLE

O imenso avanço das tecnologias nas áreas da informação e da


comunicação, bem como a Internet, permitiram a circulação de informação e
conhecimento a nível global e em tempo quase real. Embora não possa ser
considerada homogênea, pois se manifesta de formas diferentes dependendo de
onde circula, seja, em países, nações, regiões e até mesmo em domicílios, devido,
por exemplo, aos custos que se tem ao acessá-la através da internet, não se pode
negar que a informação está disponível a quem quiser e puder acessá-las, desde
que se disponha de recursos econômicos e intelectuais para o acesso, pois a
Internet ainda não é gratuita a todos os cidadãos, bem como há de se ter critério
para a escolha da fonte, no tocante a sua veracidade e credibilidade.
Uma das preocupações existentes é com a privacidade e a segurança, onde
o vazamento de informações que não se tem interesse em divulgar ou bloqueio de
sites e conteúdos disponíveis na internet, que segundo Ferreira (2014, p. 110):
[...] ações essas que colocam em evidência as relações intrínsecas e cada
vez mais fortes entre informação, conhecimento e poder no mundo
contemporâneo. É neste sentido que hoje são travadas outras lutas sociais
que se colocam para além da educação, da saúde, da segurança, da
moradia e da renda, de forma que os indivíduos se preocupam não apenas
com as garantias de acesso à informação, ao conhecimento e à cultura como
também com a proteção de sua privacidade e com o direito ao esquecimento
de suas ações no ciberespaço.
Portanto, nesse caso, podemos pensar a sociedade da informação, através
da sociedade disciplinar, onde segundo Foucault (1997), as relações se davam
através da hierarquia, da vigilância, do confinamento, da autoridade e centralização,
onde as pessoas passavam por processos de moldagem, pois o molde era fixo e
poderia ser aplicado de diversas formas e em diferentes instâncias na sociedade.
Aqueles que não se adequassem ao padrão eram enclausurados em meios
fechados como hospícios, prisões, hospitais, etc.
As sociedades disciplinares estão situadas entre os séculos XVIII e meados
do século XX, onde tudo o que se aplicava e estava relacionado à disciplina era
documentado, convertendo-se em conhecimento sobre os indivíduos, mas após a
Segunda Guerra Mundial, começa a entrar em declínio, devido à expansão dos
meios de comunicação e o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas ao
capitalismo, isso não significa dizer que ela se extinguiu.
As informações, na sociedade disciplinar estavam organizadas de forma
vertical e hierarquizadas, onde o problema do acesso à informação se confunde com
a posição do indivíduo na sociedade e na hierarquia, parecendo adequar-se a
estratégia de compartimentalização, onde cada instituição detém parte da
informação, como se esta pertencesse ao próprio espaço físico, como se o lugar
físico e a propriedade de informação fossem os mesmos.
O que foi produzido em termos de conhecimentos científicos e as mudanças
de ordenamentos jurídicos serviram para disciplinar e deixar os indivíduos mais
dóceis e ocupados, reduzindo desta forma sua possibilidade de lutar, pois o poder
disciplinar tinha por objetivo garantir a subordinação, o adestramento espontâneo,
manter o controle e a ordem, colocando cada indivíduo em um lugar
hierarquicamente controlado.
Foucault (2010), em suas pesquisas se utiliza da relação de processos
criminais, de jornais, de discursos entre outros documentos, como informação,
explorando seu potencial, como recurso de ocultamento, analisando aquilo que está
nas entrelinhas do documento, chegando à conclusão que discurso e poder estão
relacionados entre si. Sendo que para ele o perigo do discurso reside em:
[...] em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo
controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de
procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar
seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade.
(FOUCAULT, 2012, p. 8).

Ao se acreditar na verdade do discurso, se limita a informação e se cria tabus


ou se silencia a informação. Para que isso acontecesse se utilizou de vigilância,
controle de comportamento e interiorização do indivíduo, na sociedade disciplinar.
Em muitos aspectos, na atualidade, a sociedade disciplinar ainda está
presente coexistindo com a sociedade de controle, pois para Kuhn (2011) um novo
modelo não implica no desaparecimento do anterior e sim na convivência dos dois
por um longo tempo. De uma forma ou de outra o controle disciplinar e a vigilância
se mantém presente na sociedade da informação, através da necessidade de
dominar a comunicação e a informação propiciada pelas relações sociais e digitais
em todos os campos de trabalho, onde novos mecanismos regulam a vida dos
indivíduos, mas não sob o controle comportamental ou físico, como era no passado.
Conforme Costa (2004):
Nenhuma forma de poder parece ser tão sofisticada quanto aquela que
regula os elementos imateriais de uma sociedade: informação,
conhecimento, comunicação. O Estado, que era como um grande parasita
nas sociedades disciplinares, extraindo mais-valia dos fluxos que os
indivíduos faziam circular, hoje está se tornando uma verdadeira matriz
onipresente, modulando-os continuamente segundo variáveis cada vez mais
complexas.

No século XXI, o grande volume de informações em diferentes suportes,


produzida pela própria sociedade, modificam a forma de vigilância e controle, que
passa a ser descentralizada, onde se espera que todos participem e que ocorra uma
divisão das responsabilidades, onde os espaços de convivência também se
multiplicam, transformando-se no que conhecemos por sociedade de controle, onde
as publicações de informações e imagens nas redes impedem que se faça segredo
de tudo e de todos.
Nessa passagem da sociedade disciplinar para a sociedade de controle a
informação se torna dispersa. Antes um autor da informação dava legitimidade, ou
seja, "todos" acreditavam naquela única informação, até porque não eram todos que
tinham acesso a ela. A informação era restrita e direcionada a um público seleto.
Entretanto, na sociedade de controle a informação pode se tornar qualquer
coisa, o trabalho intelectual, por exemplo, se disseminou com a ajuda das
tecnologias da informação que estão ligadas com a rede. A informação se reproduz
tão rápido que ela consegue chegar por diferentes meios de comunicação e para
diferentes públicos instantaneamente.
Um dos aspectos mais salientes da comunicação no mundo moderno é que
ela acontece numa escala cada vez mais global. Mensagens são transmitidas
através de grandes distâncias com relativa facilidade, de tal maneira que
indivíduos têm acesso à informação e comunicação provenientes de fontes
distantes. Além disso, com a separação entre o espaço e tempo trazida pelos
meios eletrônicos; o acesso às mensagens provenientes das mais remotas
fontes no espaço pode ser instantâneo ou virtualmente instantâneo
(THOMPSON, 2012, p. 197).

Nessa fase teremos o papel essencial da juventude, os jovens são os


protagonistas e estão muito mais ligados à rede. Todas as gerações na sociedade
de controle passaram por diferentes fases. Houve um momento em que a juventude
esteve mais dividida, em diferentes grupos, isso no século XX, a partir dos anos 50.
Porém no século XXI, há uma juventude mais plural, onde as culturas estão
interligadas, ocorrendo uma multiculturalidade.
Segundo Veiga-Neto (2003, p. 140 apud Hennigen, 2006):

Uma das consequências mais marcantes de tal mudança se manifesta nas


formas pelas quais nós subjetivamos: de uma subjetivação em que a
disciplinaridade é central (...) está-se passando para uma subjetivação aberta
e continuada – na qual o que mais conta são os fluxos permanentes que,
espalhando-se por todas as práticas e instâncias sociais, nos ativam, nos
fazem participar e nos mantém sob controle.

O excesso de informação na mídia em forma de textos técnicos, análises,


críticas, opiniões, interpretações superficiais, podem acarretar em complicar
interpretações, segundo Braga (2015, p. 2): "[...] ao invés de embasar o
conhecimento e auxiliar a tomada de decisão, acaba causando uma dispersão do
conteúdo informacional que pode gerar conclusões mal fundamentadas e decisões
equivocadas."
Na sociedade de controle, o excesso de informações disponíveis, traz
frustrações que faz parte de um dos efeitos colaterais dessa nova era. Essa
quantidade informacional pode até ter nos pego de surpresa, fazendo com que não
estejamos preparados para lidar com tantos meios de comunicação e suas diversas
fontes de informações (periódicos, teses, dissertações, base de dados, livros, filmes,
fomento à pesquisa e etc.).
Nossa forma de procedermos não está mais sendo dirigida de forma
tradicional por meio de instituições como a escola, a igreja ou a família, nossa
maneira de agir e pensar está sendo influenciada pelas mídias, pelos dispositivos
dispersos e internalizado no próprio indivíduo que sente medo da exclusão, da
segregação e da condenação de terceiros, fazendo com que se sintam coagidos.
O modo de agir muda inclusive na forma de vigilância. Antes éramos
concretados e vigiados dentro de quatro paredes, atualmente podemos ser vigiados
ao ar livre. Há uma vigilância contínua, intensificada pelas câmeras espalhadas em
comércios, bancos, escolas e nas ruas. Isso nos modifica tanto intrinsecamente
como extrinsecamente. Incorporando de certa forma a disciplina, a tal ponto que os
indivíduos estão sob o efeito de “dispositivos disciplinares” que têm o mesmo poder
da autoridade de um inspetor, por exemplo.
Segundo POMBO (2015), o controle é “glamourizado” na sociedade atual pela
indústria cultural. A violência física e a guilhotina foram substituídas por novas
técnicas de controle social, por vigilância, pela psicologia, pela psiquiatria e meios de
comunicação de massas, produzindo certa forma de ser, de viver, de pensar e de
sentir.

3 VIGILÂNCIA E DIREITO À PRIVACIDADE

A vigilância é um dos principais dispositivos que se tem hoje no controle


social, pois a necessidade de vigiar o outro está presente em todas as áreas da vida
do indivíduo, não somente com câmeras de vigilância espalhadas pelas cidades,
mas também através dos dispositivos eletrônicos que utilizamos, como celulares,
tablets, notebooks, entre outros, com isso a privacidade, que já era pouca, vai se
perdendo. Como apresenta Bezerra (2016, p.232):
[...] a partir da utilização de tecnologias digitais para a realização de
monitoramentos massivos de dados e metadados, especialmente
impulsionados pelos ataques ao World Trade Center em setembro de 2001 e
amplamente discutidos após as denúncias de Edward Snowden, em 2013,
sobre as práticas de vigilância mundial da agência de segurança
norte-americana NSA.
Com o ataque ao WTC3 a prioridade em muitos países passou a ser a
segurança, seja ela pública ou privada, e, em prol dessa segurança, a sociedade se
deixa vigiar sem resistência, perdendo assim sua privacidade. O que nos remete
diretamente a cultura do medo, onde preferimos perder a privacidade, mas estarmos
seguros. As mídias, reforçam essa cultura, ao apresentarem notícias catastróficas,
de grande repercussão - como atentado terrorista ao WTC em tempo real, em 2001
-, acabam por reforçar a ideia de que monitorar é algo positivo para o “bem comum.”
Devido ao processo de globalização e as novas formas de tecnologia, e redes
interligadas permitem o monitoramento em massa, onde é possível que tudo o que
postamos nas redes sociais, na troca de correio eletrônico, telefonemas,
videoconferência, troca de arquivos, entre outros, estejam em constante
monitoramento, bem como recolhimento dos dados para fins comerciais sem
autorização.
A ideia de vigiar o outro, não é nova, tal como a literatura já registrou com o
escritor George Orwell (1903 - 1950), no livro 1984, observamos que a neura da
vigilância vai além da ficção: “O Grande Irmão está observando você.” Há de ser
considerado o direito à privacidade, onde as pessoas e suas informações pessoais
não sejam expostas a terceiros e/ou ao público em geral, devemos lutar por esse
direito e ao mesmo tempo, também pelo direito à informação e de termos nossa
intimidade preservada. Conforme Limberger (2007, p. 200, a)
A intimidade que se restringia ao direito de não ser molestado, resolvido com
a não intervenção estatal na seara particular, começa a demandar ações
concretas, como o consentimento para a coleta de dados, os quais devem
ser corretamente armazenados por um prazo delimitado e utilizados para os
fins a que foram recolhidos.

Cabe destacar que a Constituição brasileira, prevê em seu primeiro capítulo


os direitos e deveres individuais e coletivos, o direito inviolável ao sigilos dos seus
dados, bem como são invioláveis a honra e a vida privada das pessoas conforme
dispõe:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)

3 World Trade Center


X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
(...)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de
1996).” (Brasil, Constituição da República Federativa do Brasil (1988).

Assim, sem uma ordem judicial, os dados dos usuários não poderiam ser
moeda de troca pelas empresas, bem como a intimidade da pessoa não pode ser
exposta, tal como aconteceu com a atriz brasileira Carolina Dieckmann, que em
2012 teve suas fotos íntimas vazadas na internet.
Pode-se dizer, que existe uma relativização do que é privacidade, dentro do
sistema de tecnologia digital, isto fica claro através do monitoramento em todos os
meios eletrônicos, em compras on line e em câmeras de vigilâncias distribuídas nas
diversas áreas da sociedade, seja espacial, econômica ou social, o que atinge e
restringe cada vez mais o comportamento das pessoas.
O processo tecnológico e o direito à informação vão configurar uma nova
fase ao conceito de intimidade. às vezes, o direito à informação encontra
limites em alguns direitos fundamentais, entre eles o direito à intimidade;
outras vezes, isso não ocorre. Nos casos concretos face um confronto entre
os interesses públicos e privados, a fim de determinar qual é o predominante.
(LIMBERGER, 2007, p. 52).

Justificativas para vigiar o outro sempre aparecem, no caso dos Estados


Unidos, que já tinham um sistema de vigilância antes do atentado ao WTC,
monitorar tornou-se fundamental, pois desta forma podem estar preparados para
coibir atentados terroristas. Segundo Obama (apud Bezerra, 2016, p. 232):
“Eu acho que é importante reconhecer que não se pode ter 100 por cento de
segurança e também ter 100 por cento de privacidade e zero de
inconveniência. Nós vamos ter que fazer algumas escolhas como uma
sociedade. E o que eu posso dizer é que, na avaliação desses programas,
eles fazem a diferença na nossa capacidade de antecipar e evitar possíveis
atividades terroristas”

No entanto, sabemos que essa prática não é usada só para monitorar


possíveis atentados terroristas, mas também como fonte de informações prioritárias,
nesse caso, o governo norte-americano, dentro de seus próprios interesses vem
vigiando ou espionando, a muito tempo, tanto os países que considera seus
inimigos, quanto os que considera seus amigos. Alegando sempre a proteção e os
direitos de todos os cidadãos, independente de serem estadunidense ou não, em
prol de um “bem maior.”
No entanto, nem todos pensam assim, em 2013, o ex-técnico da NSA Edward
Snowden, através das mídias, tornou público o sistema de Vigilância Global de
comunicação e de tráfego de informações estadunidense, executado por diversos
programas, sendo o ao denunciar que seu governo monitorava a grande maioria as
informações trocadas pela população estadunidense e de vários países do mundo,
incluindo o Brasil. Para justificar o vazamento de informações, Snowden disse ao
jornal inglês The Guardian: “Não quero viver em um mundo onde tudo o que digo,
tudo o que faço, todos com quem converso, toda expressão de criatividade, amor ou
amizade estejam sendo gravados.” (SNOWDEN apud HARDING, 2014, p.9)
O que se percebe é que o governo dos Estados Unidos não tem interesse em
defender os direitos e privacidade de ninguém e sim se beneficiar das informações
coletadas através da vigilância global. Snowden afirma que não se trata somente de
privacidade e sim da liberdade individual de cada pessoa:
[...] não é uma questão de privacidade, é uma questão de liberdade. Até que
ponto podemos ligar para os amigos conversar com nossa namorada ou
namorado, andar de ônibus, comprar um livro, ir à biblioteca, assistir a um
filme, sem que isso seja gravado? Eu acho que - e tradicionalmente era o
que fazíamos -, se o governo vai se intrometer na vida privada de alguém, ele
tem de ter algum motivo. Tem de provar no tribunal que tal pessoa pode estar
envolvida em atividades criminosas. Se vigiarmos todo mundo o tempo todo,
todo homem, mulher e criança do nascimento à morte, e criarmos registros
de suas atividades, eles são livres? Isso afeta o comportamento humano,
pois quando sabemos que somos vigiados mudamos nosso comportamento.
(SNOWDEN, 2014)

Ao efetuar as denúncias sobre a vigilância dos Estados Unidos sob a


população mundial, incluindo governos e pessoas civis, Snowden, tornou-se o
espião mais procurado do planeta. As denúncias apresentadas por Snowden, de que
o Brasil não estava fora da vigilância estadunidense, desengavetou o projeto de lei
do Marco Civil da Internet, de iniciativa popular, anterior aos vazamentos de
informação. O mesmo tornou-se a Lei N° 12.965/14, batizado popularmente com a
Lei Carolina Dieckmann.
O Marco Civil (2014) se construiu através de direitos e liberdades civis, tem
como finalidade a neutralidade na rede - acesso a todos os conteúdos
disponibilizados; privacidade na web - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações,
isto é direito a privacidade; proibição de armazenamento de registros de acesso -
sem armazenamento de rastros digitais; responsabilidade pelo conteúdo - a
empresa que fornece a conexão não é responsável pelo que é postado, mas se
diante de ordem judicial não retirar o conteúdo denunciado, torna-se responsável
pelo material postado; por fim a obrigação do governo por fazer cumprir a lei e
possibilitar a circulação de informações de forma igualitária e sem discriminação.
O Marco Civil (2014), ainda aborda a questão da participação do governo no
meio informacional digital em estabelecer elementos que disponibilizem a
informação de forma transparente, neutra, democrática e para todos os setores da
sociedades, sejam eles empresariais, civil ou acadêmico, assim como procurar
reduzir as desigualdades, incentivar e a produção e circulação de conteúdo nacional,
além da abertura estruturada dos dados de informações públicas, inclusive a própria
Lei de Acesso à Informação levou ao estabelecimento da Política de dados abertos
por parte de toda a Administração Pública a fim de se obter melhorias na prestação
de serviço, bem como ampliar a oferta de serviços e empresas interessadas em
fornecer os bens de consumo para todas as esferas do Poder Público.
Ao analisarmos as questões de poder, inclui-se também o das mídias, não
podemos esquecer de mencionar a ética, pois ao disciplinarmos, controlarmos,
vigiarmos, entre outros, estamos enfraquecendo os valores que a permeiam.
Segundo Leszek Kolakowski (1996, p.339):
A ética como a lógica e a metafísica é um ramo da Filosofia intimamente
ligada à religião e ao direito, ela ocupa-se das normas que regem ou devem
reger as relações de cada indivíduo com os outros e dos valores que cada
indivíduo deve realizar no seu comportamento. Ao contrário das normas
legais, as da ética não são, no entanto impostas por uma repressão
manifesta ou oculta, não são sustentadas por um poder, mas quando muito
por uma autoridade, que não pode deixar de fazer apelo para um sentimento
de responsabilidade em face de algo que está para além do individual: um
deus, a sociedade ou a humanidade considerada como um todo .

Em 2014 uma das maiores autoridades quando o assunto é ética e


informação, Rafael Capurro, concedeu uma entrevista ao Observatório de Imprensa
tendo como pauta as dinâmicas do modo capitalista de produção, a informação em
si, a política e a democracia na contemporaneidade, o papel das recentes redes
sociotécnicas, os conflitos entre noções de público e privado. Ao ser questionado
sobre a possibilidade de uma definição de ética contemporânea da informação, ele
afirma:
“(...)podemos definir uma ética contemporânea da informação como a
problematização das morais comunicacionais, ou seja, das regras
comunicacionais explícitas ou implícitas nas diversas sociedades. Estas
normas morais estão, em parte, sancionadas por leis nacionais, assim como
por acordos e declarações internacionais geradas, também, na época
pré-digital. “(CAPURRO, 2014)

Na Sociedade da Informação, os indivíduos estão permanentemente


conectados em seus smartphones, não se dão conta, por exemplo, de que ao usar o
Google MAPS estão fornecendo dados a uma das maiores companhias digitais, as
quais muitas vezes utilizam essas informações para desenvolvimento de estratégias
de mercado. Observando através de uma ótica ingênua, podemos pensar que não
há maiores consequências, ao contrário, podemos nos sentir inclusive partícipes do
processo de desenvolvimento tecnológico no momento que nossos dados são
importantes, mas nos esquecemos que para governos totalitaristas e autoritários,
dados relativos à privacidade podem ser um prato cheio para medidas de controle.
O fato é que tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos
quanto em nossa própria Carta Magna, nossa privacidade é direito inviolável. Como
um país se manterá soberano na medida em que todos os dados que viajam na
galáxia da internet foram coletados à revelia? Infelizmente, o comportamento social
nos mostra que independente de dispositivos legais normatizadores de uma conduta
ética, o interesse capital é nefasto e prevalece, desrespeitando assim direitos,
incorrendo o desenvolvimento de novos dispositivos reguladores, e assim, mais uma
vez Tácito (historiador e político romano nascido em 56 d.C.) é assertivo quando
afirma: "Corruptissima republica plurimae leges" (Estado corrupto, múltiplas leis).

5 CONCLUSÃO

A forma como a mídia se transformou nos últimos anos, evidencia o


paradigma do processo de transição cultural. A chamada sociedade de controle foi
um passo à frente da sociedade disciplinar, que por sua vez, não deixou de existir,
apenas foi ampliada através do processo de globalização e integração das
tecnologias digitais.
Com isso, a mídia, enquanto fonte de informação também sofreu
consideráveis mudanças, seja na sua forma de acessar os diferentes meios e
dispositivos que foram sendo inventados ao longo dos tempos, ou na sua forma de
vigilância, muito embora estejamos no século XXI, permanece a certeza do
monitoramento, a qual se justifica pela pseudo sensação de segurança que a
constante vigília implica.
A ideia inicial de disciplinar e controlar a sociedade permanece “viva”, pois o
aperfeiçoamento dos dispositivos televisivos e digitais, fazem com que continuemos
a sermos vigiados, controlados e manipulados, fazendo com que as pessoas tenham
sua liberdade e privacidade desconsideradas.
Contudo, é mister que todos os profissionais que trabalham com informação,
principalmente os bibliotecários estejam constantemente atentos aos processos e
inovações que surgem com o avanço da tecnologia e ciência, uma vez que em seu
juramento o acesso democrático à informação está previsto no código de ética que
regulamenta a profissão.

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