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Vacinar ou não vacinar contra o coronavirus?

Diante da pandemia do coronavírus, o desenvolvimento de uma vacina se tornou


tema de interesse mundial. Mas, mesmo diante da gravidade da Covid-19, há
uma parcela da população que prefere não tomar a vacina. E nesse ponto, o
Governo Federal brasileiro declarou que essa deve ser uma decisão individual.
Essa atitude pode pôr em risco a coletividade? Quais as consequências dessa
postura negacionista e individualista? A vacina oferece realmente algum risco a
saúde que possa justificar a desconfiança de muitos grupos de pessoas?

Na corrida mundial contra o tempo, todos estão em busca de uma vacina de


qualidade, segura e eficaz contra a COVID-19, e isto envolve uma disputa
mundial por credibilidade científica e logicamente visando os aspectos
econômicos.

Que tipos de vacinas COVID-19 estão sendo testadas?

Vacina inativada - o vírus é morto com uma substância química. Mesma


abordagem usada para fazer as vacinas contra poliomielite inativada, hepatite A
e anti-rábica.

Vacina de subunidade - Uma parte do vírus que é importante para a imunidade,


como a proteína spike na COVID-19, é usada para fazer a vacina. Abordagem
usada para fazer as vacinas contra hepatite e papilomavírus humano.

Vacina viral viva enfraquecida - o vírus é cultivado no laboratório em células


diferentes daquelas que infecta nas pessoas. Conforme o vírus cresce em
laboratório, ele se torna menos capaz de se reproduzir nas pessoas. Abordagem
usada para fazer as vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, varicela e uma
das vacinas contra o rotavírus.

Replicando a vacina de vetor viral – é utilizado um vírus que não causa doenças
nas pessoas (chamado de vírus vetor) e adicionam um gene que codifica, neste
caso, a proteína spike do coronavírus. Os genes informam como às células
devem produzir proteínas. Abordagem usada para fazer a vacina contra o vírus
Ebola.

Vacina de vetor viral não replicável - Semelhante às vacinas de vetor viral


replicante, um gene é inserido em um vírus vetor, mas o vírus vetor não se
reproduz no receptor da vacina.

Vacina de DNA - o gene que codifica a proteína spike COVID-19 é inserido em


um pequeno pedaço circular de DNA, chamado de plasmídeo.

Vacina de mRNA - Nesta abordagem, a vacina contém RNA mensageiro,


denominado mRNA. O mRNA é processado nas células para produzir proteínas.
Uma vez que as proteínas são produzidas, o sistema imunológico dará uma
resposta contra elas para criar imunidade.
(Dr. David Bichara, Médico Patologista, Belém, PA)

No dia em que as primeiras doses da vacina contra a covid-19 começaram a ser


distribuídas na Inglaterra e, em São Paulo, se discute o calendário estadual de
vacinação, os Estados Unidos se deparam com um desafio impensável: parte da
população não quer receber nenhuma dose.

Segundo uma pesquisa feita pela consultoria Suffolk Poll, em parceria com o
jornal USA Today, um em cada quatro estadunidenses não pretende tomar o
imunizante contra o novo coronavírus em hipótese alguma. Já dois terços dos
entrevistados disseram que pretendem tomar o antivírus, mas não
imediatamente.

A queda na cobertura vacinal do Brasil, que ganhou destaque na atualidade,


pode fazer o país reviver surtos de doenças antes tidas como controladas, assim
como ocorre nos últimos tempos com os casos de sarampo e febre amarela.

O alerta é do pesquisador e professor Luiz Carlos Dias, do Instituto de Química


da Universidade de Campinas (Unicamp).

Ele, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências e integrante da


força-tarefa criada pela Unicamp para o combate à covid-19, ressalta ainda que
é necessário mobilizar e sensibilizar toda a sociedade para a compreensão do
que significam as vacinas e os seus benefícios.

“Respeitar a vacinação é uma questão de responsabilidade social. Ela é coletiva,


é uma questão de empatia, de respeito à vida”, lembra o professor, que
conversou ainda sobre outros pontos relacionados ao tema, como o grau de
segurança dos imunizantes, as etapas pelas quais passam uma candidata à
vacina e a percepção pública que se tem da ciência no Brasil.

Em entrevista ao programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato, Dias chamou a


atenção para os riscos do movimento antivacina.

Apontada como um dos fatores que levaram à redução da cobertura de


imunizações no país, a mobilização ganha fôlego em meio ao avanço da extrema
direita, que, no Brasil e no mundo, tenta desacreditar a ciência e os
pesquisadores.

“Precisamos realmente de todos neste momento pra que a gente possa


combater esse movimento, que não é forte no Brasil, mas já vem crescendo,
infelizmente”, afirma o especialista, ao realçar a importância de se ter a
informação como arma contra o problema.

Já a desconfiança quanto ao tempo "recorde" de produção dessa vacina, o


doutor Offit garante que não é algo excepcional. "A vacina da poliomielite, hoje
bastante popular, também foi desenvolvida em um ano", explica o imunologista,
acrescentando que os protocolos de segurança não são flexibilizados e que a
agilidade acontece porque o governo tira o risco financeiro das farmacêuticas.
Embora admita que não haverá doses suficientes para sequer discutir a
obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19, o médico é irredutível quanto às
políticas firmes de aplicação impostas no país, onde crianças só podem
frequentar a rede pública de ensino com certas vacinações comprovadas. "Você
é um membro da sociedade e, portanto, não é seu direito pegar e transmitir uma
infecção potencialmente fatal. Quando você se recusa a vacinar seus filhos
contra, por exemplo, sarampo, está colocando em risco os filhos de outras
pessoas. Quando se trata de infecções potencialmente fatais, a decisão não é
sua. Desculpe".

A fala do especialista inflama o debate entre grupos que se definem como "pró-
escolha", que fazem parte do movimento popularmente conhecido como
"antivacina". Para o doutor Offit, grupos de pessoas que se colocam contra uma
determinada droga sempre existiram e sempre existirão. O principal argumento
desse movimento é que vacinas causam autismo ou doenças como diabetes,
esclerose múltipla ou até déficit de atenção.

O médico explica que, ao longo da história, algumas vacinas tiveram alguns


efeitos indesejáveis, mas nada como alardeiam os adeptos de teorias da
conspiração. Além disso, o imunologista lembra que quem opta por não tomar a
vacina não está se livrando de um risco, mas escolhendo correr outro.

"É fato que estamos enfrentando um vírus altamente contagioso que, só nos
Estados Unidos, matou mais de 250 mil pessoas em menos de um ano. Seria
bastante óbvio assumir que uma vacina contra essa doença seria vantajosa,
não? A escolha de não tomar a vacina, não é uma escolha sem risco. É apenas
uma escolha de assumir um risco diferente. Sobretudo porque todos os dados
que temos até o momento apontam que a injeção é segura e eficaz, então a
escolha de não tomar a vacina é indiscutivelmente a escolha mais arriscada",
defende.

Para entender o raciocínio de quem opta por ignorar a ciência, a reportagem


ouviu o cientista político e professor da Universidade de Tulane, Geoff Dancy,
especialista em teorias da conspiração. "Se você tem uma crescente
desconfiança nas instituições e nas elites, misturada com incerteza sobre o
futuro e combina isso com eventos caóticos, então você terá teorias de
conspiração", disse. "Todas as teorias da conspiração são um tipo específico de
explicação, usada em demasia, que depende de um pequeno grupo de pessoas
agindo em uma trama secreta para se beneficiar às custas de todos".

Isso explica as "hipóteses" que circulam pelas redes, dizendo que o novo
coronavírus faz parte de uma estratégia chinesa para o controle mundial, que a
nova vacina será aplicada com um chip para monitoramento e outras tantas
possibilidades absurdas.

Para cada uma delas, o doutor Offit tem uma única resposta: "Quer dizer que
temos que convencer as pessoas de que a SARS CoV-2 foi uma doença
contagiosa, que causou um enorme sofrimento, hospitalizações e mortes? Eu
ainda me surpreendo com a capacidade das pessoas de ignorar tudo que está
ao seu redor, e fico ainda constrangido com a disposição de certos governos de
negar a gravidade disso".

Vacina no Brasil deve começar a ser aplicada em fevereiro de 2021

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê que as primeiras doses da vacina


contra a covid-19 já estejam disponíveis para a população em fevereiro de 2021.
De acordo com a instituição, medidas de distanciamento social, uso de máscara
e higienização deverão se prolongar até a vacina alcançar todo o território
nacional. A previsão é de que isso aconteça apenas em 2022.

“Todos os outros grupos que não foram imunizados precisarão manter


distanciamento social e uso de máscara até que a gente consiga fazer um
bloqueio da transmissão do vírus. Quando poderemos parar de fazer as medidas
protetivas? Vão ser as curvas de contaminação e a vacina que irão dizer. Mesmo
com o início da vacinação, o uso de máscara, a lavagem das mãos e o
distanciamento deverão ser feitos até o bloqueio da transmissão”, explicou.

A Fiocruz está se preparando para produzir toda a vacina, mas, em um primeiro


momento, vai formular, envasar e distribuir 100 milhões de doses até que ocorra
a transferência da tecnologia para o desenvolvimento por inteiro no Brasil.
Segundo Rosane, o critério para a vacinação da população ainda não foi
definido.

Com base na leitura do texto, responda com suas próprias palavras dando a sua
opinião sincera.

1) Você pretende se vacinar contra o coronavirus ? Porque?

2) Você acha que as vacinas que serão disponibilizadas para a população


brasileira podem causar algum dano no organismo (prejuízo a saúde) ?
Quais?

3) Cites as vacinas que estão sendo disponibilizadas e seus respectivos


métodos de ação no organismo.

Obs.
Copie as perguntas, responda e entregue até o dia 11/01/2021 na Escola.

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