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Relatório – Experimento 2

Resfriamento de Newton
Edilton Costa Alves - 170002365

1 Introdução Teórica

A equação de Bernoulli associa as variações de pressões com as


variações de velocidades. Ela indica que onde quer que a velocidade seja
relativamente alta, a pressão deve ser relativamente baixa, e onde quer que a
velocidade seja relativamente baixa, a pressão deve ser relativamente alta,
gerando uma substancial sustentação. Esta equação só é válida para fluídos
incompressíveis, fluídos não viscosos, em regime permanente e fluxo não
turbulento.

A equação de Bernoulli relaciona a pressão, a velocidade e a altura de


quaisquer dois pontos (1 e 2) em um fluxo constante de fluido de densidade ρ. A
equação de Bernoulli é normalmente escrita da seguinte forma,

1 2 1 2 (1)
P 1+ pgh1+ p1 v 1 =P 2 + pgh2 + p v 2
2 2

-----S------

Figura 1: Sistema de Vazão Lateral

As variáveis P1,v1, h1, referem-se à pressão, velocidade e altura do


fluido no ponto 1, ao passo que as variáveis P 2, v2, h2, referem-se à pressão,
velocidade e altura do fluido no ponto 2, como visto no diagrama abaixo.
Para garantir que a variação de pressão deste sistema de vazão lateral
seja sempre positiva definimos:

Δ P= P2 −P 1
Sabendo que h=h1 −h2 , temos:
2 2 (2)
P 2 −P1 v −v 1
=(h1−h2 )−( 2 )
μg 2. g

2 2 (3)
v −v 1
Δ P= μ g . h− μ ( 2 )
2

Após observações, verificamos que os valores do alcance de escoamento


S não se alteram quando obtidos sobre escoamento contínuo ou descontínuo,
permitindo assim, a utilização da equação da continuidade [4], resultando em:

a (4)
v1= v
A 2

sendo a e A a área do orifício circular lateral e a área da secção transversal


de escoamento interno respectivamente. Considerando que o alcance de escoamento
não depende da resistência do ar, temos:

S=v 2 .t (5)
que é justamente uma das equações do lançamento horizontal de corpos rígidos, em
2. h2
que t=
Desta forma:
√ g
representa o tempo de queda do ponto 2 até a base do recipiente.

g (6)
v 2 =S .
√ 2.h2
Substituindo a equação (6) na equação (4), temos:
a g (7)
v 1 =S .

A 2.h2
Substituindo as equações (6) e (7) na equação (3), concluimos que:

(8)

(9)

Sendo assim, temos que ∆P = ∆P(h, S), onde h é a altura da quantidade


dinâmica e h2 é a altura da quantidade estática de fluido no sistema.

1.1 Erro Experimental Absoluto

Ao apresentar um resultado experimental, faz-se necessário evidenciar


a margem de erro deste valor. Um dos princípios básicos da física diz: “Não se
pode medir uma grandeza física com precisão absoluta”, ou seja, “qualquer
medição, por mais bem feita que seja, é sempre aproximada”. O Erro Experimental
Absoluto é dado pela soma dos erros Instrumental e Aleatório, onde o erro
instrumental é definido como sendo a metade da menor precisão do instrumento
utilizado, e o erro aleatório como as variações das medidas obtidas pelo desvio
padrão (σ) dado por:

O valor de (σ)
fornece uma idéia sobre a incerteza padrão (incerteza típica) de qualquer
medida, tendo como base o conjunto das N medidas.

O parâmetro (σ)pode ser interpretado como sendo a incerteza que se


pode esperar, dentro de certa probabilidade, se uma (N+1)-ésima medição viesse a
ser realizada, quando já se conhece o que ocorreu nas N medições anteriores. O
desvio padrão amostral indica uma boa avaliação sobre a distribuição das
medidas, em torno do valor médio.

1.2 Propagação de erro

Na maioria dos experimentos, a medição de uma grandeza de interesse é


feita de maneira indireta, sendo esta grandeza obtida a partir de medidas de n
grandezas primárias {a1, a2, a3,... an}.
O cálculo é feito a partir de uma função conhecida das grandezas
primárias A e B, representadas por A= Ā ± ∆ A e B= B̄ ± ∆ B . Em linguagem
formal teremos:
Propagação de erro para Adição: C=( Ā + B̄)±(∆ A +∆ B)
Propagação de erro para Subtração: C=( Ā− B̄ )± (∆ A +∆ B)

Propagação de erro paraMultiplicação: C=( Ā B̄)±( B̄ ∆ A + Ā ∆ B)

1.3 Imprecisão

A imprecisão é calculada comparando-se o valor do erro absoluto ∆X com


o valor da melhor estimativa, determinando o erro relativo percentual:

∆X
E= 100

2. Objetivos
Ilustrar o princípio de Bernoulli demonstrando a relação entre a
altura h de um fluido e o seu alcance S, observando por fim a variação de
pressão entre os pontos 1 e 2.
3. Materiais utilizados
Neste experimento foram utilizados:
Trena 15 metros ( erro = 0,05 cm)
Garrafa PET (2 litros)
Agua filtrada

4. Procedimentos
Foi realizado a marcação das alturas na garrafa PET, após o corte e
retirada da parte superior;

Efetuou-se um furo na altura de 5 cm da base da garrafa e deixou o


furo tapado com uma fita adesiva;

5. Dados Experimentais
Tabela de medidas diretas para o Tabela de medidas diretas para o
termômetro esfriado em água fria. termômetro esfriado no ar.
Tempo (s) Temperatura (o C) Tempo (s) Temperatura (o C)
1 ± 0,5 87± 0,5 0 70± 0,5
2± 0,5 85± 0,5 2± 0,5 67± 0,5
4± 0,5 75± 0,5 3± 0,5 63± 0,5
6± 0,5 73± 0,5 4± 0,5 60± 0,5
11± 0,5 69± 0,5 5± 0,5 58± 0,5
13± 0,5 67± 0,5 7± 0,5 56± 0,5
16± 0,5 65± 0,5 8± 0,5 54± 0,5
18± 0,5 64± 0,5 11± 0,5 53± 0,5
21± 0,5 63± 0,5 14± 0,5 52± 0,5
24± 0,5 60± 0,5 17± 0,5 51± 0,5
26± 0,5 59± 0,5 19± 0,5 51± 0,5
29± 0,5 58± 0,5 21± 0,5 50± 0,5
31± 0,5 57± 0,5 25± 0,5 50± 0,5
34± 0,5 55± 0,5 28± 0,5 49± 0,5
40± 0,5 53± 0,5 35± 0,5 48± 0,5
45± 0,5 51± 0,5 (Tabela 2)
49± 0,5 50± 0,5
54± 0,5 49± 0,5
57± 0,5 47± 0,5
(Tabela 1)

6. Análise de Dados

Gráfico para a água: Gráfico para o ar:

(Gráfico 1) (Gráfico 2)
Utilizando a fórmula 2 foram calculados os novos valores em y para poder
ser feita a regressão linear. Sendo que agora o valor de y é dado por ln(T(t)-
Ta) e x é o valor do tempo tanto para o ar como para a água.

Tabela de medidas indiretas para ar Tabela de medidas indiretas para água


ln(T(t) - Ta) Tempo (s) ln(T(t) - Ta Tempo (s)
3,611 2 4,007 2
3,496 3 3,806 4
3,401 4 3,761 6
3,332 5 3,663 11
3,258 7 3,611 13
3,178 8 3,555 16
3,135 11 3,526 18
3,091 14 3,496 21
3,044 17 3,401 24
3,044 19 3,367 26
2,996 21 3,332 29
2,944 25 3,296 31
2,944 28 3,218 34
2,890 35 3,135 40
(Tabela 3) 3,044 45
2,996 49
2,944 54
2,833 57
(Tabela 4)

Gráfico da regressão linear do ar, com Gráfico da regressão linear da água,


fórmula de y=3,44 (+/- 0,04) - 0,019 com fórmula de y=3,88 (+/- 0,02)
(+/- 0,002).X -0,0186 (+/- 0,0006).X

(Gráfico 3) (Gráfico 4)
7. Conclusões

Analisando os Gráficos 1 e 2, teoricamente espera-se que a temperatura do


termômetro decaia conforme o passar do tempo até entrar em equilíbrio com a
temperatura ambiente.
Observa-se que de fato a temperatura decai mais rapidamente nos primeiros
segundos e conforme se aproxima da temperatura ambiente tende a decair mais
devagar e de forma mais linear, ficando quase constante, pois praticamente se
iguala à temperatura ambiente.
É percebido também que o termômetro esfria mais rápido no ar que na água.
Isso acontece porque o calor específico da água é maior que o ar, ou seja, por
unidade de volume a água é capaz de trocar mais calor com o termômetro. De um
modo mais simples, a água pode absorver ou perder mais calor que o ar. Dessa
forma, como a água estava muito quente, ela transfere um pouco desse calor para
o termômetro e ele esfria mais devagar. No caso do ar não tem quase nada pra
trocar calor, apenas a temperatura ambiente, que é bem menor que a temperatura
inicial do termômetro, assim perde calor mais rápido.

Referencias Bibliográficas

[1] Halliday, David; Renisck, Robert; Walker, Jeal, Fundamentos da Física,


vol.1. Rio de Janeiro, LTC(2008). 8 edição.
[2] Young & Freedman. Física 1: Mecânica,. 12a ed., 2008.
http://www2.bioqmed.ufrj.br/ciencia/Descongelando.htm
[3] http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce5702/medicao.pdf

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