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Prefácio de RAMATÍS

(Psicografia: médium Ana Lídia Ribeiro Pasa)

Florianópolis – 2018
Editora CONCEITO EDITORIAL

Presidente Conselho Editorial José Antônio Peres Gediel


Salézio Costa André Maia José Antônio Savaris
Adriana Mildart Lenio Luiz Streck
Editores
Aline de C. M. Maia Liberato Marcelo Alkmim
Orides Mezzaroba
Carlos Alberto P. de Castro Martonio Mont´Alverne B. Lima
Valdemar P. da Luz
Cesar Luiz Pasold Michel Mascarenhas
Coordenação Editorial Diego Araujo Campos Renata Elaine Silva
Lourdes Fernandes Silva Edson Luiz Barbosa Samantha Ribeiro Meyer Pflug
Fauzi Hassan Choukr Sérgio Ricardo F. de Aquino
Capa e Diagramação
Jacinto Coutinho Theodoro Vicente Agostinho
Paulo H. Benczik
Jerson Gonçalves C. Junior Vicente Barreto
João Batista Lazzari Vladmir Oliveira da Silveira
Jonas Machado Ramos Wagner Balera

Catalogação na Publicação: Bibliotecária Angela Schmidt CRB-14/1171

A162e

Abreu, Franciny Beatriz


Evolução : o caminho espiritual / Franciny Beatriz Abreu. – 1. ed. – Florianópolis:
Conceito Editorial, 2018.
164 p.

ISBN 978-85-7874-439-7

1. Evolução  2. Filosofia  3. Religião  4. Espiritualidade  I. Título

CDU – 291.211.2

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A violação dos direitos autorais é punível como crime, previsto no Código Penal e
na Lei de direitos autorais (Lei nº 9.610, de 19.02.1998).
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Todos os direitos autorais desta obra
foram doados ao Espaço Holístico
Jardim de Maria, de Bom Retiro (SC).
ADVERTÊNCIA INICIAL

“A letra mata, mas o Espírito vivifica.”1

Esta obra tem cunho Universalista. Pretende-se com ela


UNIR pensamentos2 (ciência, crenças e filosofias), em um só
verso (universo).
A Unidade do Pensamento é essencial à compreensão da
Unidade da Vida.
Vivemos no mundo que criamos com nossos pensa-
mentos, por isso é fundamental limparmos nossas mentes de
predeterminações, quer essas sejam sociais, morais, familia-
res ou religiosas, que limitam nossa evolução, para que com

1 “Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso


ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em
tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos. Tal é a confiança que
temos diante de Deus, por meio de Cristo. Não que possamos reivindicar
qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade
vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança,
não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.” 2
Coríntios 3:3-6
“Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado. Ora, o Senhor
é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade. E todos nós,
que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua
imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem
do Senhor, que é o Espírito”. 2 Coríntios 3:16-18
2  “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que
digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais
unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.” 1 Coríntios 1:10
9
“liberdade” possamos pensar e com isso sermos libertos das
vicissitudes da matéria.
O Espírita, neste ponto de vista, é quem assimila, sem
julgamentos (pois julgar é condicionar) a grandiosidade da
VIDA, infinita e eterna na qual, como centelhas divinas, esta-
mos inseridos. Para quem esta advertência for útil, esta obra
servirá como impulso inicial ao seu despertar.
Assim este livro se destina ao leitor que possui a mente
aberta para receber a mensagem de renovação espiritual que
se faz necessária neste momento tão importante de nossa his-
tória, como seres cósmico-espirituais que somos.
Sobre a necessidade de termos a correta compreensão
(universal) do que é ser Espírita, trago importante lição de
Emmanuel, psicografada por Chico Xavier, em Pedro Leo-
poldo, Minas Gerais, no dia 18 de abril de 1943:
“Irmãos, lembremo-nos sempre de que o Espiritismo, visto, pode ser
somente fenômeno; ouvido, pode ser apenas consolação; vitorioso pode ser
somente festividade; estudado, pode ser apenas escola; discutido pode ser
apenas teoria; propagado, pode ser somente movimentação; sistematizado,
pode ser apenas filosofia; observado, pode ser apenas ciência; meditado,
pode ser apenas doutrina; sentido, pode ser apenas crença. Não nos
esqueçamos, porém, de que Espiritismo Aplicado é VIDA ETERNA,
com Eterna Libertação. A codificação trouxe ao mundo uma chave
gloriosa, cuja utilidade se adapta a numerosas portas. Escolhamos com o
Apóstolo (Allan Kardec), que hoje recordamos, o caminho da aplicação:
TRABALHO, SOLIDARIEDADE, TOLERÂNCIA. De coração elevado
a Jesus temos por agora divisa mais nobre a recordar, Vivei-a na fé
consoladora. Espiritismo é Sol. Brilhai na sua Luz.”

Emmanuel.

10
Que no Caminho de nossa Evolução Espiritual,
rumo à Libertação, ampliemos nossa Consciên-
cia continuamente, e que a cada passo dado e
conquistado possamos absorver em nossas men-
tes as Leis da Vida Eterna (Divinas), com mais
facilidade.
F.B.A.
Para Alexandre e Rebeca,
luzes no meu caminho.
Autorretrato de Rebeca
Alexandre, desenhado por Rebeca
Agradecimentos

Ao meu pai, pelo apoio e orientação.


À amiga Cristina, pelo incentivo e disposição em ajudar.
Ao meu amado marido, pela compreensão e companheirismo.
“E no degrau em que o Homem realize a existência do
Espírito que está imanente no seu ser, ele subirá na escada
espiritual da vida. Eis o que significa desenvolvimento es-
piritual: o reconhecimento, a realização e manifestação do
Espírito dentro de nós.”3
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal
é a lei.”4

3  In: “O Caibalion: Estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia”,


Três Iniciados, ed. Pensamento, 2009, p. 60.
4 “NAÎTRE, MOURIR, RENAÎTRE ENCORE ET PROGRESSER SANS
CESSE TELLE EST LA LOI”, inscrição gravada no túmulo de Allan Kardec
e lema do espiritismo citada no capítulo IX da primeira parte da obra “Die
Wahlverwandstschaften”, de Johann Wolfgang von Goethe (versão francesa), e
também nas obras de Roustang:
“Tout, tout, dan cette grande unité de la création, existe, naît, vit, fonctionne
et meurt et renaît pour l’harmonie universelle”. “(...) il faut naître, mourir et
renaître jusqu’à ce que l’on soit parvenu aux limites de la perfecion”; in: “Les
Quatre Évangiles”, J.-B. Roustaing, Tome Premier, Paris, Librairie Centrale,
24, Boulevard des Italiens, 1866, às páginas 191 e 227, respectivamente. A
frase pode ser encontrada também, com algumas variantes, na obra “Clê de la
Víe”, de Louis Michel, organizada por C. Sardou e L. Pradel, editores, Rue du
Hassard, 9, Paris, datada de 1º de agosto de 1857, p. 570: “Saturées de l’aimant
divin, de l’amour divin, des provisions divines de toute nature, les âmes
solaires, par cet aimant, par cel amour, par tous ces divers agents cêlestes. font
naître, vivre, circuler, évolutionner, mûrir, se transformer, monter au chemin
ascendant, leurs soleils et leurs planètes, et, par les âmes de ces dernières, font
jouir des mêmes avantages la plus obscure image de Dieu elle-même, l’homme,
restê, encore, en dehors de l’unité; dès qu’il consent à s’y prêter un peu”. E em
discurso pronunciado na presença de Kardec, no dia 14 de outubro de 1861,
na Reunião Geral dos Espíritas de Bordéus, o Sr. Sabó disse textualmente: “...
pour aller à lui, il faut naître, mourir et renaître jusqu’à ce qu’on soit arrivé aux
limites de la perfection...”. (“Revue Spirite”, 1861, p. 331). Informações retiradas
da REVISTA ESPIRITISMO E CIÊNCIA. Paulo da Silva Neto Sobrinho,
24/07/2012.
17
SUMÁRIO

PREFÁCIO.................................................................................................. 21

MENSAGEM INICIAL................................................................................. 23

INTRODUÇÃO........................................................................................... 27

CAPÍTULO I – Quem Somos Nós?............................................................ 33


I.1 – A Origem Divina do Ser Humano..............................................................................33
I.2 – O Ser Humano em Evolução.......................................................................................36
I.3 – A Trindade Divina no Ser Humano...........................................................................46

CAPÍTULO II – De onde Viemos?............................................................. 51


II.1 – Os Estágios Evolutivos.................................................................................................51
II.1.1 – O Primeiro Estágio Evolutivo: Da Centelha à Mônada: o Espírito
e a Alma.................................................................................................................................53
II.1.2 – O Segundo Estágio Evolutivo: A União do Espírito com a
Personalidade.....................................................................................................................54
II.1.3 – O Terceiro Estágio Evolutivo: A União do Espírito à Mônada
(volta à Casa do Pai)..........................................................................................................55
II.2 – A Evolução Humana no Planeta Terra....................................................................55
II.2.1 – As Migrações, Raças e as Rondas Planetárias...........................................55

CAPÍTULO III – O que Viemos Fazer no Planeta Terra?.......................... 67


III.1 – A Evolução do Homem e do Planeta como Ser Cósmico Espiritual..........67
III.2 – O que Significa Evolução Espiritual nos Tempos Atuais?...............................68
III.3 – Evolução: Um Ato de Amor-Sabedoria................................................................73
III.3.1 – O Amor..................................................................................................................74
III.3.2 – A Sabedoria.........................................................................................................77
III.4 – A Evolução se dá pelo Pensamento......................................................................97

19
III.5 – “Com Quem” nos relacionamos? As relações “kármicas” e
“dhármicas”, nossos inimigos e amigos espirituais.................................................... 102
III.6 – O Sistema Evolutivo................................................................................................. 104

CAPÍTULO IV – Para Onde Vamos? O Futuro da Humanidade


Terrena................................................................................................... 117
IV.1 – A Transição Planetária............................................................................................. 118
IV.2 – A Humanidade do Terceiro Milênio: A Era da Fraternidade e do
Serviço....................................................................................................................................... 126
IV.3 – A Era de Regeneração: Alguns Apontamentos Pessoais............................... 141
IV.4 – O Momento Presente.............................................................................................. 143

CONCLUSÃO........................................................................................... 149

MENSAGEM FINAL................................................................................. 155

BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 157

20
PREFÁCIO

Queridos filhos, que a paz esteja com todos!


É com imenso prazer que prefaciamos este primeiro li-
vro dedicado ao Jardim de Maria, por Franciny.
Neste lindo alvorecer, desta nova Era, acreditamos que
esta mensagem trará muita luz às mentes daqueles que já
amadureceram ao longo da Era de Peixes.
É a Flor de Lótus que mostra o seu esplendor através
da simplicidade; que surge das águas, do lodo, mostrando a
transmutação das energias. Quando se está pronto, maduro, a
dor e os sofrimentos são transmutados em sabedoria.
Mensagens aqui contidas, garimpadas dos ensinamen-
tos de vários mestres, que já ensinavam as Leis Divinas desde
há muito tempo ... Mensagens que foram por muito tempo
esquecidas ou mal compreendidas, mas que hoje, no limiar
de uma nova era trazem entendimento a todos que anseiam
subir mais um degrau nesta escada de evolução.
Desejamos um bom aproveitamento a todos que encon-
traram este lindo diamante já bem lapidado.

Paz e Luz,
RAMATÍS
Mensagem psicografada por
Ana Lídia Ribeiro Pasa
Manhã do dia 21 de fevereiro de 2018
21
MENSAGEM INICIAL

Os pensamentos e os sentimentos definem o mundo ao


nosso redor.
Do que achas que o ‘céu’ e o ‘inferno’ são feitos?
Nós próprios somos pensamento divino em manifesta-
ção.
O UNIVERSO é mental.
Os mundos habitados foram gerados na mente divina.
Nós, suas criaturas, à imagem e semelhança do criador,
também possuímos latentes todas as suas potencialidades.
Para evoluirmos, precisamos aprender a usar as faculdades
desenhadas por DEUS, que estão adormecidas em nosso SER
(Espírito).
Tudo está dentro de nós.
Batei e a porta abrir-se-á.
SOMOS UM. UNIVERSO.
O Reino da Consciência é o Reino de Deus.
Nossa vida, tudo ao nosso redor, é produto de nossa pró-
pria mente. O que está interno, vem para o externo, no mun-
do manifesto.
Observai a tua casa terrena (teu corpo). Ela é a morada
temporária do Espírito (imortal). Cuidai dos teus pensamen-
tos e viverás bem.

23
Não existe local ou endereço para o céu e o inferno. Es-
tamos sempre no mesmo lugar.
SOMOS LUZ.
Espaço-tempo não é Real, só existe no mundo manifesto
– dual.
Canalizar o AMOR Crístico em nossas vidas nos traz
PAZ para vivermos em HARMONIA com tudo que existe,
com nosso Ser, com tudo que é Real.
A vida na Terra é expressão da vida Divina.
‘“Assim é em cima como é embaixo’”.
O Espírito É.
O Ser Humano ESTÁ.
Vivemos na matéria para aprender. Evoluir.
É infinita a Rede de Evolução.
Somos artífices de nossa própria vida. Lapidamos o Es-
pírito, galgamos andares mais altos na escada da evolução
pela Lei da vibração: “tudo vibra, tudo é energia, nada está
parado”. Quanto mais alta, mais sutil a vibração, mais puro,
mais evoluído o Espírito.
Quanto mais baixa, mais grosseiro.
A Evolução é a Lei Suprema.
É necessário extirpar todo o mal (ilusão – ignorância)
que estão alojados na mente humana. Transmutá-lo em Amor
e agir de acordo com a Lei do Coração, onde há o contato com
o divino (Deus interno). Viver por Amor.
DEUS é AMOR. ABSOLUTO.
DEUS é tudo que existe. O resto é ilusão criada pelo pró-
prio homem.

24
Conecta-te com teu Espírito. Viva de acordo com a Von-
tade Dele (Divina). Reconheça o Deus interno que vive den-
tro de ti. És imortal. És luz.
A paz infinita será sentida quando reconheceres teu ser
divino e toda sua Sabedoria.
És perfeito, assim como Deus o é.
Está tudo certo na Natureza e no Universo.
Tenha calma. Observa. Medita. Enxergarás isso com os
olhos do Espírito.
Aquele que tudo vê deseja na sua infinita sabedoria e
bondade que sejamos felizes.
Tudo depende de nós: Pensamento, sentimento, ação.
Teu SER precisa abrir a porta interna da ALMA e vis-
lumbrar o paraíso que existe dentro de ti:
“Aquele que tem olhos de ver, verá”.
Perceberás então que és Aquele que Cria a tua própria
VIDA, teu UNIVERSO, visível e invisível aos olhos terrenos.
Nesse instante, deixarás de ser escravo do ‘Mundo’ e se-
rás dirigido pelo teu ESPÍRITO.
Ele sabe. Ele é. Tu simplesmente estás.
Deixa Ele te guiar. Confia. Ame a tudo e ao Todo.
Deus está em ti. Contigo. Sempre.

25
INTRODUÇÃO

“‘Reconhecei a Verdade e ela vos libertará’, assim falou


há muitos séculos o grande Mestre da Sabedoria, Jesus. Toda
pessoa que transita pelo caminho espiritual indaga a respeito
da Verdade. A Verdade Pura é única e imutável. Entretanto, a
compreensão sobre a Verdade tende a modificar-se, de acordo
com o vosso grau de desenvolvimento. É necessário compreender
que para cada ‘buscador da Luz’ existe um conceito particular
de Verdade. Encontrando-se em distintos graus evolutivos,
eles têm diferentes capacidades de percepção da Verdade.
Assim, o entendimento do que vem a ser esta Qualidade Divina
ajusta-se, sempre, à compreensão do momento.”

Mestre Hilarion5

5  Foi Saulo de Tarso (Tarso, Cilícia, 5 d. C - Roma, 67 d C.), perseguidor de


Cristãos, que após ter feito contato espiritual com o Mestre Jesus na estrada
de Damasco “nasceu de novo” e passou a chamar-se Paulo, como resumo a
seguir: Um dia, enquanto ia a caminho de Damasco para prender cristãos,
uma luz brilhou e o cegou. Ele ouviu então uma voz lhe perguntando por
que ele “O estava perseguindo”. Essa voz era Jesus (Atos dos Apóstolos 9:4-6).
Saulo ficou esperando em Damasco, como Jesus tinha ordenado. Então Jesus
enviou um homem chamado Ananias para falar com Saulo. Ananias impôs as
mãos sobre Saulo e ele tornou a ver e foi batizado (Atos dos Apóstolos 9:17-
19). Desse momento em diante, Saulo foi um homem diferente, passando a
chamar-se Paulo (At. 9, 3-9;1Cor 9,1; 15, 8; Fl 3,12; Gl 1, 15 -17). A partir dessa
experiência, delimitou toda sua vida, impondo a si mesmo a sublime missão
de anunciar o Evangelho. Nas palavras do próprio Apóstolo: “Ai de mim se não
Evangelizar” (1Cor 9, 17). Posteriormente, reencarnou como o Santo Hilarion
27
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

A ideia desta obra tem estado em minha mente há al-


guns anos. Todas as leituras que fiz, nesse período, de forma
ordenada e encadeada, foram sendo por mim assimiladas, na
busca de uma síntese, já que um livro me levava a outro, e
outro a outro, até a presente data...
Sei que somos instruídos pelo Alto, que nos direciona
para aquilo que precisamos aprender ou “relembrar”, para
nossa própria evolução. Assim, tenho aceitado as intuições
como “aulas” que estão sendo-me dadas...
Tenho a consciência de que cada um de nós tem um
compromisso para conosco mesmos, nosso Espírito6 (Deus

(291 d.c. a 371 d.c.) e realizou curas por toda a sua vida, completando a missão
do apóstolo Paulo. Na Grécia antiga foi Phídias (500 a 432 a.c.), matemático e
escultor grego responsável pelo Parthenon, onde utilizou a proporção áurea ou
divina proporção, baseada no número grego ϕ ‘Phi’ (1,618), a qual demonstra
que em tudo e no todo (UNIVERSO) – micro e macro (no homem, em seu
próprio corpo; nos minerais; nos vegetais; nos animais e no cosmos) atua a
mesma lei. O físico e engenheiro elétrico americano Mark Barr (1871 -1950)
alcunhou a proporção divina de “Phi” em homenagem à Phídias. Atualmente,
Hilarion é o Chohan do Raio Verde e Hierofante do ‘Templo da Verdade’
situado no plano etérico de Creta, na Grécia. É, também, o orientador do
desenvolvimento da ciência em nosso Planeta. Busca, em suma, alinhar a
ciência, a filosofia e a religião em um só verso a mensagem da disciplina e da
obediência a Deus.
6  A palavra espírito tem sua raiz etimológica do Latim “spiritus”, significando
“respiração” ou “sopro”. Espírito seria, portanto, o sopro, a essência ou a centelha
divina. Pode ser denominado também de Mônada ou Atman, essência imortal
do homem. “Pode dizer-se que os Espíritos são seres inteligentes da criação.
Povoam o Universo, fora do mundo material”, in: Allan Kardec, “O Livro dos
Espíritos”, ed. FEB, 2001, pergunta 76. O Espírito é imortal, absoluto. A Alma,
por usa vez, é o veículo, a ponte, que faz a união da personalidade encarnada
que está no mundo dual – relativo, transitório - ao seu espírito que é (Deus
interno). Somos uma Trindade: Espírito em evolução que precisa da Alma para
se manifestar e da Personalidade para vivenciar, relacionar-se no mundo das
experiências. Essa Trindade está bem explicitada nos Prolegômenos do Livro
dos Espíritos: “Coloca na cabeça do livro cepa de vinha que te desenhamos
28
INTRODUÇÃO

interno), de estarmos prontos para a Nova Era que já se


iniciou, para a Nova Terra, para a Era de Regeneração; por
isso, resolvi aceitar o desafio de escrever este livro, já que
todo conhecimento deve ser compartilhado para que possa
gerar frutos.
A primeira coisa que precisamos entender é que a evo-
lução espiritual pode ser atingida por meio do conhecimen-
to verdadeiro da natureza do nosso Ser (despertar espiritual)
porquanto todo sofrimento advém da ignorância, do ego, de
nossa personalidade, nunca do Espírito (Divino) que somos.
Em segundo lugar, uma vez despertos para a realidade
da Vida, temos que perceber nosso lugar no mundo, em que
degrau estamos na escada evolutiva7 para podermos acessar
porque ela é o emblema do trabalho do Criador; todos os princípios materiais
que podem melhor representar o corpo e o espírito nela se encontram reunidos:
o corpo é a cepa; o espírito o licor; a alma ou o espírito unido à matéria o grão.
O homem quintessência o espírito pelo trabalho e tu sabes que não é senão
pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos”.
7  Jacó, o neto de Abraão, deixou-nos na Bíblia uma alegoria que nos fala dos
vários passos que damos durante a trajetória evolutiva do homem. Ele teve
um sonho no qual via uma escada com sete degraus apoiada no chão, mas
tão alta que tocava o céu. No alto dela, estava Jeová convidando Jacó a subi-la.
Jacó entendeu que aquela escada era a porta para a “terra prometida”, a nova
Jerusalém, a libertação do homem da matéria. Os degraus corresponderiam
aos montes Ararat, Moriá, Sinai, Carmelo, Tabor, Gólgota e Oliveiras e
cada um estaria relacionado com uma etapa evolutiva humana, sete grandes
esforços evolutivos que todo homem tem que passar em sua existência.
No primeiro degrau, depois do dilúvio, Noé chegou ao monte Ararat, onde
encontrou refúgio. Dali soltou depois uma pomba que voltou com um ramo de
oliveira no bico. Isto lhe revelava: A esperança, o recomeço, a lei dos ciclos, da
reencarnação, fundada no merecimento. Dando-nos a mensagem: Podemos
sempre recomeçar levando conosco os bens espirituais que já conquistamos
(dharmas).
No segundo degrau, conta a Bíblia que Abraão dirigiu-se ao monte Moriá,
sendo-lhe requerido por Jeová o sacrifício de seu filho Isaac. Ele o pôs então
sobre o altar do sacrifício, mas, por sua grande Fé, Deus o poupou. Esta
29
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

o próximo degrau com mais facilidade, e por fim, qual papel


estamos a desempenhar para a evolução da humanidade.
O Brasil foi escolhido pela administração planetária
para figurar nesta era que se inicia como seu protagonista,
como foi bem explicado nas obras “Brasil, Coração do Mun-
do, Pátria do Evangelho”, de Humberto de Campos, “A Ca-
minho da Luz”, de Emmanuel, ambas por meio do médium
Chico Xavier, e na obra “Brasil Terra de Promissão”, de Ra-
matís, psicografada pela médium América P. Marques, onde
o Brasil é alcunhado por Jesus como a “Terra do Cruzeiro”,
terra que possivelmente terá importante papel na condução
do mundo, pós transição.

passagem nos revela a fé em Deus.


Já o terceiro degrau da escada evolutiva refere-se a Moisés subindo o monte
Sinai. Ali ele receberia o Decálogo, um código de Leis Divinas, deixando-nos
a mensagem da disciplina e da obediência a Deus.
O quarto degrau está associado aos judeus, após atravessarem o deserto,
fugindo da escravidão no Egito, quando alcançam o monte Carmelo. Ali
encontraram verdadeiros e falsos profetas. Este é, portanto, o degrau do
discernimento.
Só após passarmos do degrau do discernimento poderemos subir ao monte
Tabor (quinto degrau), onde ocorreu a Transfiguração de Jesus. É o degrau
do renascimento (nascimento espiritual).
Depois da transfiguração, onde transcendem-se todas as diferenças religiosas
e culturais, o homem terá que subir o monte do Gólgota (sexto degrau),
onde enfrentará o “calvário” da sua solidão, da incompreensão por parte dos
homens que o cercam. É o degrau do silêncio, da entrega sincera e consciente
de sua vida a Deus. Da renúncia ao material para obtenção do espiritual. Neste
degrau, o homem mesmo estando em meio a um grande grupo, se sentirá só.
É o teste de sua persistência.
O sétimo degrau é simbolizado por Jesus no Monte das Oliveiras. É o
momento da entrega total, da consciência da unidade da Vida. É encontrar a
paz e a felicidade em unidade com Deus.
Assim, podemos dizer que a escada vista por Jacó simboliza os ciclos evolutivos
da vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimentos e “mortes”,
desdobrando-se em hierarquias de Seres, mundos e raças.
30
INTRODUÇÃO

Por isso, a espiritualidade de nosso povo aflora de for-


ma natural, já antecipando e preparando-nos para o porvir. O
amadurecimento espiritual de significativa parte dos brasilei-
ros (se comparada com a de outras nações), se deve à história
dos que aqui se encontram encarnados e reunidos, por terem
desenvolvido em vidas passadas poderes psíquicos e espiri-
tuais que os habilitaram para a tarefa porvindoura.
Ramatís, no livro “Mensagens do Astral” nos traz res-
posta bastante esclarecedora acerca do que sentimos nos tem-
pos atuais. Nesta obra, Hercílio Maes faz a seguinte pergunta:
“Quase todos os sacerdotes e instrutores religiosos es-
tão afirmando que ‘os tempos chegaram’, como se estivessem
ligados à mesma fonte de informações siderais! Protestantes,
católicos, espíritas, teosofistas, e mesmo os iniciados em es-
tudos complexos, lembram constantemente essa advertência
profética! Qual o motivo dessa unidade de vistas?
Ramatís: É porque a fonte em que todos se baseiam é a
mesma, pois a própria alma humana é a portadora da reve-
lação. A profecia apenas exterioriza para o campo da cons-
ciência comum aquilo que palpita com profunda veemência
na intimidade do espírito, o qual sabe o que está prefixado na
modificação gradual dos mundos físicos”.
Sabemos que a Natureza, a Vida, e o Universo funcio-
nam em ciclos (criação, manutenção, transformação) e que a
evolução humana ocorre de acordo com a lei do Amor, Sabe-
doria e Vontade divinas, que geram a Harmonia no Univer-
so, no qual estamos inseridos. Todos em verdade somos Um,
conectados, Universo = Unidade8.

8  O Salmo 133 sintetiza o que devemos entender por Unidade da Vida: “1


Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. 2 É como o
óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e
31
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Diante de um novo ciclo planetário, representado por


uma era que se inicia, desejo que todos nós possamos utilizar
a Vontade e Sabedoria de nossa Essência Divina para aprovei-
tar as energias de transformação em ação no planeta e colo-
carmos em prática nossos ideais de vida, em harmonia com o
todo, e desenvolvamos em nosso coração o Amor Universal.
Boa Leitura.

Namastê!
(O meu Deus interno saúda o teu
Deus interno e te deseja PAZ)9

que desce à orla das suas vestes. 3 Como o orvalho de Hermom, e como o
que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e
a vida para sempre”. Sobre a “Unidade”, vide também: “As Leis Divinas”, ed.
Conceito, Florianópolis, 2017, desta mesma autora e Maria Cristina Martins
da Silva Tezza, “Metodologia Socioterápica: Um processo para o Despertar da
Consciência”, ed. A Consciência, Curitiba, 2004.
9  A paz é a maturidade psicológica de quem aceitou todas as partes de si e
enfrenta a todas (consciente, subconsciente e inconsciente) com humildade
para tornar-se um Ser Integral. Assim, a humildade não é só um atributo moral,
mas sobretudo, faz parte da evolução da consciência, é um ato de coragem da
Alma que reconhece, ama e integra todas as partes de seu Ser Uno.
32
CAPÍTULO I

Quem Somos Nós?

I.1 – A Origem Divina do Ser Humano

“We are stardust: We´re made to shine”10.

Essas poéticas palavras foram originalmente citadas nos


anos 70.
A Cantora Joni Mitchell compôs a canção “Woodstock”
e encorajou muitos jovens daquela época a “Shine like a star-
dust, like bright gold’11.
Mais tarde, Carl Sagan12 conferiu base científica à ideia.
Ele demonstrou que em cada célula, em cada pequena partí-
cula que compõe nosso corpo, há história cósmica registrada.

10  Tradução: “Somos poeira estelar: Fomos feitos para iluminar”.


11  Tradução: “Ilumine como poeira de estrela, como ouro brilhante”.
12  Carl Sagan (1934 – 1996) foi cientista e escritor. Ele é autor de mais de 20
livros de ficção científica e ultrapassou a marca de 600 publicações acadêmicas.
Sagan deu início ao envio de mensagens a bordo de sondas espaciais e foi um
dos primeiros cientistas a estudar o efeito estufa em escala planetária. Ele
também foi o pioneiro no ramo da ciência exobiológica e fundou a organização
não-governamental “Sociedade Planetária”.
33
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

No livro “Conexão Cósmica”13, publicado no ano de


1973, Carl Sagan explica que nós, seres humanos, somos fei-
tos de uma extraordinária substância: Estrelas. Isto é, nosso
DNA é formado pelo mesmo material das estrelas.
Mais recentemente, em 2010, Chris Impey14, cientista e
professor de Astronomia da Universidade do Arizona (EUA),
comprovou que todo material orgânico que contém carbono
foi produzido por uma geração antiga de estrelas que explodiu.
Se levarmos em conta que todos os elementos químicos
que compõem a Terra e o nosso corpo têm a mesma origem,
chegamos à seguinte conclusão: Somos Filhos das Estrelas.
Isso é mágico! Nós fomos feitos para brilhar, para ilumi-
nar o mundo! Somos Luz!
As estrelas, com sua beleza, seus ciclos e movimentos rit-
mados orquestram uma sinfonia silenciosa magnífica.
O ritmo estelar é usado na agricultura, assim como pela
astrologia, que evoluiu para ciência da astronomia, deixando-
nos fascinados.
Jesus quando veio à Terra foi anunciado por uma Estre-
la, a Estrela de Belém, que seria, na verdade Sírius, o Sol Es-
piritual da Terra.
O Caminho da Espiritualidade têm nas Estrelas seu guia.
E aqui é que está a verdadeira mágica de todo o processo!
Nós (seres humanos) nos limitamos a olhar as estrelas
como se elas não fizessem parte de nós. As olhamos como
pontos de luz, no Universo longínquo....

13  “Cosmic Conexion”, ed. Cambridge, USA, 2000.


14 Vide: “Universo Vivo”, ed. Larrousse, 2009 e o site http://chrisimpey-
astronomy.com/, visitado em 30 de janeiro de 2018.
34
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

Agora é hora de despertar! De entendermos e termos


consciência de que não somos meros observadores das estre-
las. Nós somos estrelas!
Está na Bíblia: “Sois Deuses”15, disse o Mestre Jesus, que
completou: “Podeis fazer o que faço e muito mais”16.
Nós formamos o Universo. Toda sua beleza e divindade
está em nós, dentro de nós!
Nossa mente cria imagens que nos condicionam a pen-
sar que estamos todos separados. Mas a verdade é que somos
todos conectados. Somos Um = Universo. O cosmos, as estre-
las, fazem parte de nós. Não existe separação.
Vamos começar a brilhar para nós mesmos e para as pes-
soas ao nosso redor.
Somos Luz, somos Centelhas Divinas17, somos Seres
Cósmicos, em evolução! Imortais e divinos!
Ter em mente a consciência da grandiosidade do plano
divino no qual estamos inseridos, é essencial para o despertar
que a Nova Era exige:
“Hoje a Humanidade está madura para lançar o olhar a
alturas que nunca tentou divisar, a fim de nutrir-se de ideias
mais amplas e compreender o que antes não compreendia”18.

15  João 10:34.


16  João 14:12.
17 “Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem senão o espírito
do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas
o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é
dado gratuitamente por Deus.” 1 Coríntios 2:11,12. “Não sabeis vós que sois
o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Coríntios 1:3:16
18  Allan Kardec, “A Gênese”, ed. FEB, 2001 p. 415.
35
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Muitos já estão no processo, embora inconscientes...


Mas a Real Beleza do Mundo Interno (espiritual) só pode ser
visualizada por quem tem “olhos de ver”, como nos adverte
Joanna de Ângelis19:

“Nasceste para conquistar o infinito, e isso depende


exclusivamente de ti.”

I.2 – O Ser Humano em Evolução


“O homem é um ser em processo, dirigido por um princípio externo e
eterno – Espírito, sede da inteligência – Ser Consciente Livre, capaz de
predizer e criar, realizar sonhos e caminhos para a consecução dos fins
que o orientam: - enquanto ser contingente, material, para a perfeição
biológica e a qualificação do Ambiente ou da Circunstância que faz
o suporte da vida, e - enquanto ser transcendente e eterno, para a
perfeição da essência e a comunhão com Deus”20.
“Os espíritos mesmos melhoram-se; melhorando-se, passam de uma
ordem inferior para uma superior” e “todos se tornarão perfeitos”21.
“Caminhar para Deus é acelerar o campo vibratório do próprio
espírito; é o incessante libertar-se das formas ilusórias; é evitar que a
consciência menor crie raízes no mundo provisório, para mais breve
sentir, então, a tangibilidade da Consciência Maior que a criou”22.

Antes de iniciarmos, é preciso estarem bem definidos os


conceitos que serão aqui tratados, a fim de que não haja equí-
vocos ou interpretações dúbias do que se pretende expor, para

19  Divaldo Pereira Franco, “Pensamentos de Joanna de Ângelis”, ed. Leal,


2014, p. 119.
20  Alcides Abreu, em coautoria com Márcia Donner Abreu, in: “Educação:
Prioridade Nacional”, Editora da UFSC, 1984, p. 11.
21  Allan Kardec, in: “O Livro dos Espíritos”, ed. FEB, 2001, cap. VII.
22  Ramatís, in: “Mensagens do Astral”, obra psicografada por Hercílio Maes,
Editora do Conhecimento, p. 245.
36
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

que o ensinamento aqui passado seja captado de forma clara


e correta pelo leitor.
Adoto os conceitos utilizados pelo Espírito da Verda-
de, nas obras de Allan Kardec23, em que pese ele mesmo ter
encontrado dificuldade em expressar em palavras esses con-
ceitos de ordem espiritual (absolutos), aliados aos conceitos
teosóficos24 e aos encontrados nas obras de Ramatís25.

23  Allan Kardec é o pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon,


03 de outubro de 1804 – Paris, 31 de março de 1869). Foi o codificador da
“Doutrina Espírita”, a qual é composta pelo pentateuco: “O Livro dos Espíritos,
Princípios da Doutrina Espírita”, publicado em 18 de abril de 1857; “O Livro
dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores”, em janeiro de 1861; “O
Evangelho segundo o Espiritismo”, em abril de 1864; “O Céu e o Inferno ou
A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”, em agosto de 1865; “A Gênese, os
Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, em janeiro de 1868.
24 Teosofia: O termo Theosophia compõe-se de duas palavras gregas -
Theos, “Deus”, e Sophos, “Sábio”. De acordo com Helena Petrovna Blavatsky:
“Diógenes Laércio assinala a existência da Teosofia numa época anterior
à dinastia dos Ptolomeus; e cita como seu fundador um Hierofante egípcio
chamado Pot-Amun, nome copta que designa um sacerdote consagrado a
Amon, o deus da Sabedoria. A história, porém, mostra que ela foi revivida
por Amônio Saccas, o fundador da Escola Neoplatônica de Alexandria. Ele
e seus discípulos faziam-se chamar “Philaletéios”, ou amantes da verdade,
enquanto eram chamados por outros de “Analogistas”, devido ao método
de interpretar todas as lendas sagradas, os mitos simbólicos e os Mistérios
por uma lei ou analogia ou correspondência segundo a qual todos os fatos
ocorridos no mundo exterior eram encarados como a expressão de outras
tantas operações e experiências da alma humana. Amônio Saccas tinha como
ideal e objetivo reconciliar todas as seitas, todos os povos e nações sob uma fé
comum - a crença em um Poder Supremo, Eterno, Desconhecido e Inominado
que governa o Universo através de leis eternas e imutáveis”. In: “O QUE É A
TEOSOFIA?”, artigo publicado no primeiro número do “The Theosophist”, em
outubro de 1879, que Diógenes acabara de fundar para ser o órgão oficial da
Sociedade Teosófica.
25 No livro “Mensagens do Astral”, psicografado por Hercílio Maes, há a
informação de que Ramatís vivera no século X no Sudeste Asiático (Indochina),
durante o Império Kmmer. O nome Ramatís (Ramaatis) foi adotado em
37
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

O Homem é, em última análise, um Espírito Imortal.


E a Evolução da Consciência26 do Espírito (Ser Real) é que
trataremos nesta obra.
Esse Espírito, por sua vez, é Centelha Divina que se ma-
nifesta em nós, Seres Humanos, que estamos a trilhar o ca-
minho evolutivo desenhado por Deus rumo à Perfeição (O
Caminho Espiritual).
Viemos da casa do Pai Celestial, Fonte de toda Sabedoria
e Amor e estamos para lá retornando (Evolução). A parábola

homenagem ao poema épico hindu, Ramaiana. Nesse poema existem dois


heróis, Rama e Sita (Atis de trás para frente), um casal de príncipes que
encarnam os altos padrões de comportamento humano e inspiram a devoção
a Deus. Ramatís foi adepto nessa época da tradição de Rama, cultuando os
ensinamentos do “Reino de Osiris”, o senhor da Luz. Mais tarde, no espaço,
filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais, cuja insígnia,
em linguagem ocidental, era conhecida sob a denominação de “Templários
das Cadeias do Amor”, onde se dedica a trabalhos profundamente ligados à
psicologia oriental. Há um simbolismo no nome “RAMATYS”, ou SWAMI SRI
RAMATYS”, a partir de seu significado no sânscrito: Ramaa é o divino, Tys
(Syta) é a dualidade da vida na matéria. A união das palavras forma um mantra
poderoso para a conexão com o nosso Ser interno (Espírito), a divindade
dentro de nós (Unidade).
26  Consciência: A consciência é o centro de luz e de inteligência inseparável
e contido em cada espírito. Assim, a consciência é uma realidade essencial e
indestrutível que sintoniza com o plano em que o espírito estiver focado. O
plano em vivência, existência e experiência será mais denso ou mais sutil, de
acordo com o degrau que o espírito estiver na escada evolutiva. A cada degrau
alcançado e conquistado pelo espírito a consciência é ampliada.
38
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

do filho pródigo27 ilustra na Bíblia a jornada da alma humana


assim como Árjuna, no Bavaghad Gita28.

27  Lucas 15:11-32 (A parábola do filho pródigo): “11 E disse: Um certo homem
tinha dois filhos. 12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da
fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13 E, poucos dias
depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua
e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente.14 E, havendo ele
gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer
necessidades. 15 E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o
mandou para os seus campos a apascentar porcos. 16 E desejava encher o seu
estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 17
E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de
pão, e eu aqui pereço de fome! 18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-
lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. 19 Já não sou digno de ser chamado
teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. 20 E, levantando-se, foi
para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima
compaixão, e, correndo, lançou-se ao pescoço, e o beijou. 21 E o filho lhe
disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado
teu filho. 22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa,
e vesti-lo, e ponde um anel na mão e sandálias nos pés23 e trazei o bezerro
cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos24, porque este meu filho estava
morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se.25 E
o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa,
ouviu a música e as danças.26. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que
era aquilo. 27 E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado,
porque o recebeu são e salvo. 28 Mas ele se indignou e não queria entrar. E,
saindo o pai, insistiu com ele. 29 Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que
te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca
me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos30. Vindo, porém
este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe
o bezerro cevado. 31 E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas
as minhas coisas são tuas.32 Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos,
porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.”
28  Parte do épico Maabárata. O texto, escrito em sânscrito, relata o diálogo de
Krishna (A Suprema Personalidade de Deus, a verdade absoluta e inconcebível)
com seu discípulo guerreiro em pleno campo de batalha. Arjuna representa o
papel de uma alma confusa sobre seu dever, e recebe iluminação diretamente
do Senhor Krishna, que o instrui na ciência da autorrealização.
39
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

O impulso criador do Pai gerou as Centelhas que ruma-


ram para a manifestação. Todos fomos criados perfeitos, à
imagem e semelhança do Pai, mas inconscientes. Temos to-
das as potencialidades divinas adormecidas em nosso “código
genético espiritual”.
Atuando na matéria, o Espírito, que é uma individuali-
dade, manifesta-se através da Alma, ligada ao corpo huma-
no pelo Perispírito, liame que conecta o Espírito aos corpos
da personalidade (físico, aliado ao etérico; astral; e mental
inferior).
Enfim, estamos na matéria para a Evolução do Espírito.
Evoluímos em conjunto (unidade): Natureza, seres vivos, ho-
mem. O planeta precisa evoluir no todo e em suas partes. Por
isso é preciso despertar! Vivemos em todos os planos29, mas
conscientes em poucos, conforme nossa evolução. Esta mora-
da (corpo físico) é uma pequena escala no caminho evolutivo.
Aliado aos conceitos de Centelha Divina, Espírito,
Alma e Perispírito, tem-se, também, a Mônada, o “Tríplice
Espírito em Um”, a Unidade, o Absoluto, a Essência Divina, de
onde o Espírito advém (Casa do Pai).
Em suma, a Mônada é nosso Ser absoluto, fora da ma-
nifestação, a morada do Espírito.
A radiação monádica não pode vir até a manifestação.
Os corpos não podem ancorá-la. Por isso, uma pequena faísca
ou fagulha dela entra em manifestação, por meio da Alma,
que faz a ponte entre o plano espiritual (real – absoluto) e os

29  Cada plano é uma faixa de frequência vibratória regida pela lei da “sintonia,
afinidade e atração” a qual faz a seleção vibratória de almas que convivem em
cada dimensão. Entre um plano e outro existem portais dimensionais (faixas
de passagem) para acessar a vibração que se vai adentrar. O cordão de prata
liga os corpos da personalidade (físico, astral e mental) ao Espírito. Já o cordão
de ouro, liga o Espírito no plano espiritual à Mônada.
40
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

planos da personalidade (físico-etérico, emocional e mental),


relativos, duais.
O Espírito é o guia da personalidade. É o Ser interno –
Real em ascensão que atravessa os planos evolutivos ligados à
personalidade até voltar ao plano (mundo) espiritual.
A imagem, a seguir, extraída do Livro “O Homem, Deus
e o Universo” de I. K. Taimni, demonstra de forma bastante
elucidativa os planos de existência da personalidade, da indi-
vidualidade e de sua respectiva Mônada.
Assim, em síntese, o quadro que segue.

Alma:
É o Espírito manifestado nos corpos da personalidade
(físico-etérico, astral e mental inferior). É a segunda mani-
41
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

festação da Mônada. Representada pelo quartenário inferior


(quadrado). Como diz Kardec30, a Alma se situa mais parti-
cularmente na cabeça entre os grandes gênios e todos aqueles

30  Allan Kardec, Livro dos Espíritos, ed. FEB, 2001, questão 139. Comentário
de Kardec: “A palavra alma é empregada para exprimir as coisas mais
diferentes. Uns chamam alma ao princípio da vida, e nessa acepção é exato dizer
figuradamente, que a alma é uma centelha anímica emanada do Grande Todo.
Essas últimas palavras se referem à fonte universal do princípio vital, em que
cada ser absorve uma porção, que devolve ao todo após a morte. Esta ideia não
exclui absolutamente a de um ser moral, distinto, independente da matéria, e
que conserva a sua individualidade. É a este ser que se chama igualmente alma
e nesta acepção pode dizer-se que a alma é um Espírito encarnado. Dando
da alma diferentes definições, os Espíritos falaram segundo as aplicações que
faziam da palavra e segundo as ideias terrestres de que estavam ainda mais ou
menos imbuídos. Isso decorre da insuficiência da linguagem humana, que não
tem um termo para cada ideia, o que acarreta uma multidão de mal-entendidos
e discussões. Eis porque os Espíritos superiores dizem que devemos, primeiro,
nos entendermos quanto às palavras”. Extrai-se do Livro dos Espíritos:
“134. O que é a alma?
— Um Espírito encarnado.
134 – a) O que era a alma, antes de unir-se ao corpo?
— Espírito.
134 – b) As almas e os Espíritos são, portanto, uma e a mesma coisa?
— Sim, as almas não são mais que Espíritos. Antes de ligar-se ao corpo, a alma
é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, e depois reveste
temporariamente um invólucro carnal, para se purificar e esclarecer.
135. Há no homem outra coisa, além da alma e do corpo?
— Há o liame que une a alma e o corpo.
135 – a) Qual é a natureza desse liame?
— Semimaterial; quer dizer, um meio-termo entre a natureza do Espírito e a
do corpo. E isso é necessário, para que eles possam comunicar-se. E por meio
desse liame que o Espírito age sobre a matéria, e vice-versa.
Comentário de Kardec: O homem é, assim, formado de três partes essenciais:
1°) O corpo, ou ser material, semelhante aos dos animais e animado pelo mesmo
princípio vital;
2°) A alma. Espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação;
3°) O perispírito. Princípio intermediário, substância semimaterial, que serve
de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais são, num fruto, a
semente, a polpa e a casca.”
42
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

que usam bastante o pensamento; e no coração dos que sen-


tem bastante, dedicando todas as suas ações à Humanidade.
Assim, como a intuição vem da alma, ela pode vir a ser sen-
tida por meio dos chacras cardíaco e ajna (terceiro olho). No
coração e na cabeça também são os locais onde o cordão de
prata que liga o homem ao seu espírito se prende aos corpos
físico e etérico. No centro do crânio, entre os dois hemisférios
cerebrais, está situada a glândula pineal, “a morada da alma”
em nosso corpo físico, que se parece com uma pequena péro-
la. A pineal está ligada ao chacra coronário. O filósofo e mate-
mático francês René Descartes na “Carta a Marin Mersenne”,
de 1640, já afirmava que existiria no cérebro uma glândula
que seria o local onde a alma se fixaria mais intensamente
tendo afirmado que: “Ora, só há essa glândula à qual a alma
possa estar assim tão junta, pois não há senão ela, em toda a
cabeça, que não seja dupla”31. De acordo com André Luiz, na
obra “Missionários da Luz”, psicografada por Chico Xavier,
a pineal produz energia na forma de “hormônios” psíquicos
que controlam desde o sistema endócrino até as emoções e as

31  Marin Mersenne (1588-1648) conheceu Descartes provavelmente em


1623. Dedicado ao estudo da matemática, física, música, filosofia e teologia,
Mersenne publicou vários livros e exerceu uma importante função no meio
letrado: reuniu ao seu redor importantes personagens (Huyghens, Fermat,
Peiresc, Gassendi, Étienne e Blaise Pascal, Galileu e Beeckman, dentre
outros) e possibilitava o contato entre todos por meio de cartas, que serviam
como meio de divulgação e discussão no campo da ciência. Em 1635, funda
a Académia Parisiensis, uma versão prévia da Academia de Ciências de
Paris. A correspondência mantida com Descartes apresenta-se revestida de
importância, uma vez que por meio dela estão registradas as reações que
provocaram as ideias de Descartes no meio científico e o desenvolvimento
dessas ideias por meio das discussões registradas nas cartas” (in: Carta de
René Descartes a Marin Mersenne, “scientiae studia”, Vol. 1, No. 1, 2003, p. 87-
92). Carta publicada no site: http://www.scielo.br/pdf/ ss/v1n1/a07v1n1.pdf;
acesso em 30/01/2018.
43
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

forças criadoras da mente. É a sintonizadora dos fenômenos


de comunicação mental. Seria a pineal a responsável por nos
manter sintonizados com os seres de mesma faixa vibratória
que a nossa. Nas comunicações mediúnicas, a pineal se ilu-
mina e faz a transmissão da mensagem para o cérebro, que a
recebe e decifra em palavras. O médico neurocientista brasi-
leiro Sérgio Felipe Oliveira, formado e mestre em medicina
pela USP, é um grande divulgador da importância da pineal
em nossas vidas.

Corpo Etérico:
Chamado também de duplo etérico, está acoplado ao cor-
po físico, sendo responsável por sua vitalidade. É constituído
pelo éter físico emanado pelo próprio planeta Terra. Sua textu-
ra varia conforme o tipo biológico humano, ou seja, será mais
sutil e delicado nos homens adiantados e mais denso nos me-
nos. No desencarne, o corpo etérico é dissolvido, levando em
média 72 (setenta e duas) horas para tanto, não sendo, assim,
um veículo da consciência. Ele funciona como um mediador
na ligação entre o corpo físico e o perispírito. É um campo
mais denso que o perispiritual, condensando as energias espi-
rituais que seguem para o físico, mas, ao mesmo tempo, rece-
be os impulsos físicos, converte-os e direciona-os aos arquivos
perispíríticos, mentais, inconscientes e espirituais. Nele se si-
tuam os “chacras” vórtices que captam a energia, fluido vital
ou “prana”, que podem ser absorvidos do sol (fonte primária),
da natureza (lagos, rios e mares, árvores, etc.) e pela ingestão
de alimentos (frutas e verduras, quanto mais frescos melhor),
e os distribui por meio de sua rede de condutos conhecidos
como meridianos, energizando nosso corpo.

44
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

Perispírito:
É o princípio intermediário, formado de substância se-
mimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une
a alma ao corpo. No desencarne, liberam-se os corpos físico
e etérico e permanece o Perispírito como envoltório da Alma,
que liga o Espírito aos demais corpos da personalidade (astral
e mental inferior) = corpo astral.

Espírito32:
Individualidade. Ser em Evolução. Vive no mundo espiri-
tual (planos mental superior, búdico e átmico). É a primeira ma-
nifestação da Mônada (Um). Representado pela tríade superior
(triângulo). O Espírito é ligado à Mônada pelo cordão de ouro.

Mônada33:
Unidade. Individualização da Centelha Divina que
tem origem em Deus – Pai – Absoluto – Logos Cósmico e
32  “Pode dizer-se que os Espíritos são seres inteligentes da criação. Povoam o
Universo, fora do mundo material”, in: Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”,
ed. FEB, 2001, pergunta 76.
33  “Significa o triplo espírito em seu próprio corpo. No esoterismo oriental,
é uma tríade unificada; atma, buddhi, manas (vontade espiritual, intuição
e mente superior), ou seja, a parte imortal do homem que se reencarna”
(Charles, Webster Leadbeater, in: A história Secreta da Maçonaria, ed.
Madras, p. 64). “Uma mônada (do grego monas, unidade) é uma unidade por
si mesma, analisável em princípio ativo denominado alma, forma substancial
ou enteléquia e em um princípio passivo dito massa ou matéria primeira. A
mônada encerra um tipo de percepção e de apetição. É uma substância simples,
sem partes. Toda mônada é um espelho vivo do universo, a partir de seu ponto
de vista. Já que tudo que existe é uma mônada, um composto de mônadas,
estas são átomos substanciais”. [G. W. Leibniz, in: Monadologia, 1714, 1-21].
Sobre monadologia vide: http://www.leibnizbrasil.pro.br/leibniz-glossario.
htm. Sobre Mônada, vide também: C. W. Leadbeater, “A Mônada. Estudos
Sobre a Consciência Cósmica”, ed. Pensamento; e I. K. Taimni, “O Homem,
Deus e o Universo”, ed. Pensamento, citados na bibliografia desta obra.
45
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Solares. “A palavra mônada deriva do vocábulo grego monas e


significa ‘só’, ‘solitário’, ‘unidade’. Foi usada primeiro por Pitá-
goras e mais tarde por Leibnitz. No Ocultismo é um centro de
consciência, uma centelha imortal da Chama Divina, de cujas
qualidades participa.”34
O aqui explicitado pode ser retratado pela seguinte ima-
gem:

A MÔNADA = Unidade

O ESPÍRITO = 1ª Manifestação

A ALMA = 2ª Manifestação

I.3 – A Trindade Divina no Ser Humano


O Ser Humano é essencialmente uma Trindade (corpo,
alma e espírito), assim como é a Divindade.

34  C. W. Leadbeater, in: “A Mônada: Estudos Sobre a Consciência Cósmica”,


ed. Pensamento, 1991, sinopse.
46
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

“A matéria é o Veículo para a manifestação da Alma neste plano


da existência, e a Alma é o Veículo num plano mais elevado para a
manifestação do Espírito, e esses três são uma Trindade sintetizada pela
Vida, que as permeia a todos”35

Essa Trindade está bem explicitada nos Prolegômenos


do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:

“Coloca na cabeça do livro a cepa de vinha que te desenhamos porque ela


é o emblema do trabalho do Criador; todos os princípios materiais que
podem melhor representar o corpo e o espírito nela se encontram reunidos:
o corpo é a cepa; o espírito o licor; a alma ou o espírito unido à matéria o
grão. O homem quintessência o espírito pelo trabalho e tu sabes que não é
senão pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos”.

Portanto, temos em nosso Ser (Espírito) todas as poten-


cialidades divinas. O Pai celestial, fonte de todo Amor e Sabe-
doria é UM (absoluto), porém, sua manifestação é Trina.
Temos a Trindade Divina em tudo e no Todo (macro e
micro), regendo o Universo. A trindade católica é simbolizada
pelo Pai, Filho e Espírito Santo; a hindu pelo símbolo “OM”36,

35  H. P. Blavatsky, in: “A Doutrina Secreta”, tomo I, 2015, p. 80.


36  O símbolo “OM” tem origem nos Vedas. É definido como “aquele que tudo
inclui, a origem e o fim do Universo”.
Para os hindus, a vibração original, da criação, se manifesta como o som “OM
“. É o som primordial do Universo.
Antes da criação, era “Shunyākāsha”: o vazio ou o vácuo. Tudo existia em estado
latente de potencialidade. A vibração do “OM” simboliza a manifestação de
47
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

que reúne os três aspectos do absoluto (trimurti): Brahma,


pai criador; Vishnu, mãe responsável pelo equilíbrio, e; Shiva
a energia da transformação, dos ciclos cósmicos universais,
desde um átomo até uma galáxia inteira.
No antigo Egito, a Trindade tinha como representantes
Osíris (Deus – Pai), Ísis (sagrado feminino expresso na natu-
reza), Hórus (Filho) e Ptah (Mestre Arquiteto do Universo,
Espírito Santo, fogo criador de Deus).
Ramatís, no livro “Mensagens do Astral”, aponta que “A
pedagogia sideral ensina que princípios cósmicos, uníssonos,
constituem o próprio Deus, três manifestações absolutas do
Ser Supremo, que na exiguidade desta obra assim os resumi-
remos para um fugaz entendimento humano. São eles:
1) O Princípio Incriado Gerante; a Unidade Cósmica
ou o Espírito Eterno; Deus, o Pensamento Original
Cósmico;
2) O Princípio Criado Criante; o Cristo Cósmico, o
Amor, que estabelece o equilíbrio entre os opostos, o
divino ‘cimento’ que une o pensamento cósmico à for-
ma ou substância; o Elo entre o negativo e o positivo,
entre a luz e assombra; Espírito Eterno que harmoniza

Deus em forma “brahman saguna”. “OM” não tem início, nem fim, abraça tudo
o que existe. O mantra “OM” ou “AUM” também é considerado o nome de
Deus, a vibração do Supremo. Representa a energia divina (Shakti) unida em
seus três aspectos elementares: A trindade sagrada hindu.
Bhrahma Shakti (energia da criação) -> o olho de Deus.
Vishnu Shakti (energia da preservação) -> manutenção -> mãe.
Shiva Shakti (energia da transformação) -> libertação e /ou destruição.
Portanto, no “OM” o Universo se cria, se conserva e se dissolve (se transforma
continuamente). Nada é estático. Estamos em constante evolução. Essa lei
governa tanto o micro, quanto no macrocosmo (de uma pequena semente a
um planeta ou o próprio universo).
48
CAPÍTULO I - Quem Somos Nós?

a Unidade Cósmica: é a coesão entre os astros, a afini-


dade entre as substâncias e o amor entre os seres;
3) O Princípio Criado, que é o Agente, a Ação que plas-
ma o Pensamento de Deus Pai, no desejo de seu filho,
o Cristo. É também conhecido na tradição esotérica
como Espírito Santo, que concebe com a ‘energia vir-
gem’ ou forças cósmicas para a ‘gestação’ na matéria”.
A atuação da Trindade Divina (micro e macro), está de-
monstrada de forma sintética neste quadro:37
“A Trindade” PAI FILHO ESPÍRITO
Cristã.................. BRAHMA VISHNU SANTO
Hindu................. OSÍRIS HÓRUS e ÍSIS SHIVA
Egípcia................ PTAH
RAIOS Sabedoria Amor Vontade
CORPOS Mental Emocional Físico e Etérico
CHACRAS Ajna Cardíaco Garganta
ELEMENTOS Ar Água Terra e Fogo
LEIS DIVINAS Sabedoria Amor Crístico Serviço
Devocional
Grupal
CONSCIÊNCIA Pensamento Sentimento Ação
VIRTUDES 37 Fé Esperança Caridade
PRINCÍPIOS DO Vibração Harmonia Evolução
UNIVERSO
FORÇAS DO Criação Equilíbrio - Transformação
UNIVERSO Preservação
SER HUMANO Mônada Espírito Alma

Feitas essas explanações iniciais, passo a tratar do Cami-


nho Espiritual do Homem, Espírito em Evolução.

37  1ª Epístola de Paulo aos Coríntios, Cap. XIII.


49
CAPÍTULO II

De onde Viemos?

II.1 – Os Estágios Evolutivos


Todas as formas de vida são experimentadas e vivencia-
das na Escola da Vida. Desde o mineral, o vegetal e o animal,
culminando no Ser Humano, quando a Centelha individua-
liza-se em Mônada Humana e passa ser uma individualidade
(Espírito) que vai se manifestar através da Alma nos planos
da personalidade.
Lembre-se, tudo são termos utilizados para designar o
incomensurável. Portanto, relativos. Apropriados para o de-
senvolvimento da Consciência Humana no seu estágio atual.
Quanto maior a consciência, maior a visão da Realidade.
Assim, para o momento, esta definição é adequada. Portanto,
veja-se que não há “queda”. A involução38 é necessária à mani-
festação da Centelha Divina que precisa evoluir sua consciên-
cia.

38  O termo “involução” está relacionado aos planos de manifestação e não ao


Espírito, que nunca involui. A Centelha sai da casa do Pai, do absoluto (Um) e
entra na dualidade, na manifestação, começando a evolução da consciência do
Espírito no degrau mais denso (matéria física) até chegar ao degrau mais sutil,
plano espiritual, retornando consciente e humanamente perfeito à casa do Pai.
51
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

O Espírito Imortal que é Centelha Divina precisa passar


por todos os estágios de manifestação para compreender e as-
similar a grandiosidade da mente divina e de seu plano. Passar
pela dor, para introjetar o amor. Vivenciar, para poder criar.
Com todas as experiências vividas e acumuladas na me-
mória de seu Espírito, estará apto num futuro próximo a ser
colaborador do plano divino de evolução, subindo cada vez
mais na escada evolutiva (escada de Jacó) que é formada por
Hierarquias de Seres em diversas linhas de evolução (Seres da
Natureza ou Elementais, Anjos e Homens).
A Centelha Divina manifestada em Ser Humano, por-
tanto, é só uma das linhas evolutivas39 geradas por Deus (Pai),
fonte de todo Amor, Vontade e Sabedoria.
Curvar-se aos desígnios do Espírito traz o Homem para
Deus e impulsiona a sua Evolução.
E, para acessar, ter contato direto com o Espírito (Deus
interno) é preciso autodisciplina: Vigiar e Orar; Silêncio e Me-
ditação.
Somos uma Trindade: Espírito em evolução que precisa
da Alma para se manifestar e da Personalidade para viven-
ciar, relacionar-se no mundo das experiências. Assim, no Ca-
minho Espiritual do Homem temos, em resumo, os estágios a
seguir delineados.

39  Sobre o assunto, vide: C.W. Leadbeater, “O Lado Oculto das Coisas”, ed.
Pensamento, 1954.
52
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

II.1.1 – O Primeiro Estágio Evolutivo: Da Centelha


à Mônada: o Espírito e a Alma.
O Homem passa no decorrer de sua história, como cen-
telha divina que é, por todos os estágios de sua linha evoluti-
va, desde o mineral, vegetal, até o animal.
A Vontade do Pai (Deus – Fonte – Logos) gerou as Cen-
telhas que rumaram para a manifestação.
Cada Centelha é criada perfeita, com todas as potencia-
lidades Divinas, mas inconsciente.
Quando a Centelha obtém as vivências e as experiências
necessárias à evolução no estágio animal, ocorre a sua indivi-
dualização em Mônada (primeira etapa evolutiva humana),
adquirindo uma Alma individual, ligada ao Espírito, alcan-
çando a condição de Ser Humano.
A Mônada se divide em três ao atuar nos planos espiri-
tuais (1ª manifestação – descida – Espírito - planos mental
superior, búdico e átmico). Por meio da Alma, ligada aos cor-
pos, o Espírito inicia o processo de descida aos planos exis-
tenciais e experienciais (2ª manifestação), até o mais denso.
No plano físico mais denso inicia-se o processo evoluti-
vo humano (Caminho Espiritual de Ascensão), até retornar-
mos à casa do Pai.
No decorrer do Caminho Espiritual do Homem, as po-
tencialidades divinas adormecidas, uma a uma, vão sendo ati-
vadas, pelo merecimento40 e despertar da Consciência.

40  Dharmas: conquistas do Espírito.


53
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

II.1.2 – O Segundo Estágio Evolutivo: A União do


Espírito com a Personalidade.
A união do Espírito com a personalidade encarnada
(Homem) é o modo pelo qual a evolução ocorre neste estágio,
que estamos a transcender.
Mas, para tanto, para que haja uma transmutação real,
requer-se que o Homem esteja munido de profunda sincerida-
de e que haja a entrega de sua personalidade ao seu Espírito.
Este seria o “processo de individuação” e o objetivo a
alcançar a consciência plena, o desenvolvimento das facul-
dades divinas adormecidas no “código genético espiritual”, o
alcance do estado de amor-sabedoria: O Homem equilibrado
e harmonizado.
Amor, Sabedoria e Vontade (serviço devocional) são as
tuas potencialidades (divinas) a desenvolver neste ato. Os três
raios do Logos vinculados ao planeta Terra e sua humanida-
de. Por meio do Amor encontramos o caminho para a Sabe-
doria. E pelo desenvolvimento do estado de Amor-Sabedoria,
o Espírito alcança o Serviço Devocional e torna-se livre.
Assim, alcançada a meta, liberamos nossos corpos. Es-
tes não nos são mais necessários. A individualidade (Espíri-
to) agora vivenciará a vida Real do Ser cósmico universal que
É, sem as amarras dos corpos. Fecha-se um ciclo (milenar) e
abre-se outro.
Acessa-se então o plano mental superior (porta de en-
trada do “mundo” espiritual), libertando o Espírito do ciclo
de reencarnações compulsórias no “mundo” de provas e ex-
piações.

54
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

II.1.3 – O Terceiro Estágio Evolutivo: A União do


Espírito à Mônada (volta à Casa do Pai)
Neste estágio o Espírito não tem mais corpos, já os trans-
cendeu. Desvinculado dos corpos físico-etérico, emocional e
mental, o objetivo então será a União do Espírito Imortal e
Livre com a Mônada, volta à casa do Pai, passando a um novo
estágio evolutivo (espiritual).

II.2 – A Evolução Humana no Planeta Terra

II.2.1 – As Migrações, Raças e as Rondas


Planetárias
A humanidade evolui por etapas, não há saltos evolutivos.
A Teosofia denomina essas etapas evolutiva do Ser huma-
no como ‘raças’ que seriam, na verdade, níveis de consciência.
Apesar de estarmos na quinta raça desta ronda planetá-
ria, a raça ariana é a terceira raça humana propriamente dita.
A primeira raça sob o cuidado das hierarquias foi a Lemuria-
na, a segunda a Atlante e a terceira e atual a Ária.
Do livro de Humberto Eco “Histórias das Terras e Luga-
res Lendários”, retirei a seguinte ilustração, que retrata a terra
nos tempos de Mu, Lemúria e Atlântida:

55
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

A Raça Hiperbórea:
A raça Hiperbórea formada por seres gigantescos41, teria
sido efetivamente a primeira raça planetária.
Quando ocuparam o território da chamada “Pangea”,
os seus continentes estavam espiritualmente unificados e en-
globavam toda a superfície do planeta. Denomina-se Hiper-
bórea, provavelmente porque se desenvolveu no Hemisfério
setentrional.
A literatura teosófica relaciona esta raça ao “Polo Norte”,
deixando claro que se trataria do Polo “espiritual” da Terra,
chamado Monte Meru ou Su-Meru, expressão que indica a
Suméria, contemporânea da Civilização Hindu.

41  Sobre o assunto, vide a obra de D. José Amigó y Pellicer, “Nicodemos ou a


Imortalidade e o Renascimento”, ed. Edicel, ano não informado.
56
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

Para Arthur E. Powell42:


“(...) Em virtude da elevada consciência que entrou em contato com elas,
sejam às vezes chamadas de Raça dos Deuses; e também de filhos de
Yoga, porque os Barhishads expediram seus chhayas (sombras, sementes
de vida) quando imersos em meditação yogue. Também lhes chamaram
nascidas de si mesmas, porque não nasceram de pais humanos. São o
segundo Adão das escrituras judias.”

A Raça Antípoda:
A segunda Raça-raiz foi a Antípoda. Ela se desenvolveu
durante a primeira grande divisão dos blocos geológicos do
planeta, no Continente de Mu. Esta região se estendia sobre-
tudo ao sul do Equador, razão pela qual denominou-se de
Antípoda, que quer dizer: os “contrários” à raça original e ha-
bitantes do hemisfério oposto (sul).

A Raça Lemuriana:
A terceira raça, ou primeira da hierarquia, foi a Lemu-
riana. No período desta Raça o “Senhor do Mundo” e suas
Hierarquias teriam vindo de Vênus ao Planeta Terra, difundir
aos Seres que aqui habitavam a Sabedoria Ancestral.
Entretanto, o Senhor do Mundo e seus Mestres trataram
de meramente influenciar de forma indireta a humanidade,
sem terem feito qualquer contato direto.
A cor desta raça era negra, e o planeta regente Mercú-
rio. Essa seria uma das razões de se denominarem os gran-
des Mestres ou Avatares de “Budas”, pois Buddha significa
Mercúrio em sânscrito. É por muitos chamada de “Raça dos
Deuses” (os Cíclopes), dos espíritos etéreos que habitavam a
região, tendo a mitologia os associado ao Olimpo.

42  In: “O Sistema Solar”, ed. Pensamento, 1997.


57
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Sobre as transformações que deram origem a esta raça,


nos ensina Helena P. Blavastky43:
“O eixo da roda inclinou-se. O Sol e a Lua deixaram de brilhar sobre
as cabeças dessa porção de nascidos do suor, que conheceram a neve, o
gelo, a geada; e o crescimento dos homens, plantas e animais diminuiu.”

A Raça Atlante:
Em seguida, a Raça Atlante ocupou o grande território
da Atlântida, uma formação Sul-ocidental, incluindo o norte
do Brasil que, na época, era um grande Oceano interior.
Foi a primeira raça realmente considerada humana, por
isso é considerada “adâmica”, dando origem à atual humani-
dade.
Regidos por Vênus, os atlantes alcançaram grande de-
senvolvimento religioso, psíquico e emocional. Nessa época
houve o primeiro encontro entre a humanidade e a Hierar-
quia (Mestres e Seres de Luz).
No livro “A Caminho da Luz”, Emmanuel, por meio do
médium Chico Xavier, conta-se a origem das diversas raças
humanas, descrevendo a migração interplanetária havida há
dezenas de milhares de anos. Segundo tal obra, a raça adâmi-
ca (os atlantes, os egípcios, os hindus) que deram origem à
raça ariana, teriam emigrado do Sistema Solar de Capela. Tal
é a razão de todas as línguas das raças brancas terem afinidade
com o sânscrito.
A era de Atlântida teria sido a época em que a humanida-
de teria vivido literalmente sob o Jardim do Éden (Adam), que
significa “vermelho” em hebraico. Éden era o nome do Templo
desta Raça, como está escrito na Bíblia (Livro da Gênesis).

43  In: “A Doutrina Secreta I”, ed. Pensamento, 2015.


58
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

Extrai-se do livro Gênesis 6:4:


“Naqueles dias havia nefilins na terra, e também posteriormente,
quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes
deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos”.

Por razões que não temos como assegurar, os atlantes


com toda sua sabedoria e contato direto com a espiritualidade
desviaram-se do caminho divino, razão do “Dilúvio” (Gêne-
sis, 7) e queda de Atlântida. Segundo Platão44, a Atlântida te-
ria sido submersa por uma série de inundações que atingiram
seu apogeu há 11.500 anos. Milhões de seres humanos teriam
perdido sua vida física.
Na obra platônica “Timeu e Crítias”45, o protagonista
Crítias destaca em seu diálogo que o que irá relatar é um fato
histórico e não uma lenda. Crítias teria ouvido a história de
seu avô – Crítias, também – que era filho de Dropidas; este
por sua vez era parente e muito amigo de Sólon que transmite
o relato trazido da tradição sacerdotal do Egito. Platão tam-
bém descende de Sólon, assim, pode-se concluir que os fatos
conhecidos por Platão sobre Atlântida eram-lhe familiares.
Destaco da obra:

44  Platão (Atenas 427 a 347 a.C.). Filósofo e matemático grego, autor de
diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira
instituição de educação superior do mundo ocidental. Era discípulo de Sócrates.
Platão fez parte da aristocracia ateniense, filho de Aristo e de Perictona de
Atenas, e descende de Sólon por parte de pai. Viveu no Século de Péricles em
Atenas, quando essa cidade alcançou seu maior desenvolvimento econômico e
político, considerada o centro cultural e espiritual da época.
45  In: Platão, “Timeu-Crítias”. Tradução do Grego, Introdução e Notas de
Rodolfo Lopes. (Coleção Autores Gregos e Latinos). Coimbra: Cech, 2011. p.
69-211 e 212-246. Vide também a edição brasileira: Platão, “Timeu e Crítias
ou a Atlântida”, Tradução do Grego, Apresentação e Notas de Edson Bini, Ed.
Epidro, 2012.
59
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

“Primeiro que tudo, recordemos o principal: passaram nove mil anos


desde a referida guerra entre os que habitavam além das Colunas de
Héracles e todos aqueles que estavam para aquém (…)” (CRÍTIAS, 108 e).
“Coube a Poseidon a ilha de Atlântida, onde ele instalou os filhos que
havia gerado com uma mulher mortal numa região da ilha que me
disponho a escrever (...). A corrupção humana começa a nascer à medida
que a natureza humana prevalece sobre a divina” (CRÍTIAS, 113 c).
“Mas quando a parte divina neles se começou a extinguir, em virtude de
ter sido excessivamente misturada com o elemento mortal, passando o
carácter humano a dominar, então, incapazes de suportar a sua condição,
caíram em desgraça (…) pareciam desavergonhados, pois haviam
destruído os bens mais nobres que advêm da honra. (…) davam a
impressão de ser extremamente belos e felizes, mas estavam impregnados
de uma arrogância injuriosa e de poder.” (CRÍTIAS, 121 a-b).
“(...) recai novamente sobre vós, durante o habitual número de anos, uma
torrente vinda do céu, semelhante a uma doença, e apenas deixa entre
vós os analfabetos e os que são estranhos às Musas; de tal forma que
nasceis de novo, do princípio, tal como crianças, sem saber nada do que
aconteceu em tempos remotos, quer aqui, quer entre vós” (TIMEU, 23b).
“Posteriormente, por causa de um sismo incomensurável e de um dilúvio
que sobreveio num só dia e numa noite terríveis, toda a vossa classe
guerreira foi de uma só vez engolida pela terra, e a ilha da Atlântida
desapareceu da mesma maneira, afundada no mar” (TIMEU, 25d).

Tais relatos corroboram a tese de que as gerações primá-


rias de Atlântida possuíam em si um aspecto divino, o que é
defendido por André Louro de Almeida46, o qual assevera
em sua obra que em tal época os homens estavam unidos com
seus espíritos e viviam de acordo com sua vontade. Os cin-
co centro-terra e o cinco centros-céu (vórtices de energia, hoje
deslocados para acima e para abaixo do corpo etérico) se si-
tuavam no seus corpos, que os ligava ao plano espiritual. Ha-
via grande desenvolvimento mental e viviam de forma plena.

46  In: “Terra Última”, ed. Lux-Citania, Vila Nova de Gaia, Portugal, 2009.
60
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

Devido ao mau uso de seus poderes psíquicos, a admi-


nistração sideral teria intervido na Terra, e houve a queda
(Gênesis, 6), queda que não foi só da civilização, mas também
do estado de união que existia entre o homem e seu Espírito.
O homem deixou de ser um Ser integral espiritual, desligan-
do-se de seu Espírito (estado de Unidade que estamos a recu-
perar hoje). A “queda” também é tratada nas obras de Bailey,
Blavatsky, Besant, Leadbeater, D. José Amigó Pellicer, Pietro
Ubaldi e Josefa Rosalía Luque Alvarez47.
Os remanescentes do povo Atlante (selecionados da
quinta sub-raça) espalharam-se pelo oriente, levando consigo
muitos dos ensinamentos místicos e espirituais daquela raça,
mas já desunidos com seus espíritos. Do livro “Nicodemos”
extrai-se a seguinte passagem: “O oriente ó berço de todas as
civilizações porque ali nasceram as raças de luz descidas do pa-
raíso”48.
Chegando ao Egito, lá disseminaram os ensinamentos
oriundos da Sabedoria Ancestral, construindo as pirâmides,
como explicam Annie Besant e Charles W. Leadbeater na
obra “O homem: donde e como veio, e para onde vai? Regis-
tro de uma investigação clarividente”.
Da mesma forma Erich Von Däniken escreveu:
“Na Biblioteca de Oxford encontra-se um manuscrito em que o autor
copta Mas’Udi afirma haver sido o rei egípcio Surid quem mandou
construir a grande pirâmide. Singularmente governou o Egito antes do

47  Vide: “As Origens da Civilização Adâmica”, um tratado de quatro volumes


no qual Josefa Rosalía Luque Alvarez conta em forma romanceada o trajeto
evolutivo da humanidade. Ela demonstra de forma clara que a humanidade
terrena vem sendo acompanhada e assistida desde os primórdios pelos seres
espirituais da hierarquia (Grande Fraternidade Branca).
48  D. José Amigó Y Pellicer, in: “Nicodemos ou A Imortalidade e o
Renascimento”, ed. Edicel, São Paulo, p. 189.
61
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

dilúvio! (...). Segundo a tradição copta, pois, a pirâmide foi construída


antes do dilúvio. Tal suposição é confirmada por Heródoto no Segundo
Livro de sua história: Os Sacerdotes em Tebas ter-lhe-iam mostrado 341
figuras colossais, cada uma das quais indicaria uma geração de sumos
sacerdotes num período de 11.340 anos. Hoje sabemos que cada sumo
sacerdote, já em vida, fazia erigir sua própria estátua (...) Declararam
ainda que cada uma dessas 341 figuras representava uma geração
humana, e que antes dessas 341 gerações os deuses haviam vivido entre
os homens”49.

Os sábios sobreviventes de Atlântida instalaram-se tam-


bém no Vale do rio Indo, construindo as cidades de Mohenjo
Daro e Harappa. Assim, de Atlântida, passando por Mohenjo
Daro e Harappa, surge o chamado hinduísmo, considerada a
“religião” mais antiga.
Os Vedas formam a base do sistema de escrituras sa-
gradas do hinduísmo e se constituem a mais antiga literatu-
ra sagrada conhecida. A palavra Veda, em sânscrito, significa
“conhecimento” ou “sabedoria”. O Bhagavad Gītā resume em
um épico os ensinamentos espirituais dos Vedas, advindos da
tradição oral Atlante.
Por fim, os sábios atlantes também teriam dado origem
aos povos Inca, Maia e Asteca. Há, ainda, a teoria de que te-
riam se refugiado em cavernas no interior da Terra, no pla-
nalto brasileiro, como é exposto por Raymond Bernard, no
livro “A Terra Oca”, fundamentando-se em escritos de vários
autores europeus e americanos que defendem a existência do
mundo subterrâneo de Agartha50.

49  In: “Eram os Deuses Astronautas?”, ed. Melhoramentos, 2000, p. 99.


50  “A palavra ‘Agharta’ é de origem budista. Refere-se a um vasto império
subterrâneo cuja existência é reconhecida por todos os verdadeiros budistas.
A capital é Shamballah onde reina o Governante Supremo (...); No oriente
chamam-lhe Rei do Mundo e pensam que ele dá as suas ordens ao Dalai Lama,
seu representante terrestre. O filósofo e explorador Russo Nicolas Roerich,
62
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

George Ivanovitch Gurdjieff, na sua obra “Relatos de


Belzebu a Seu Neto: do Todo e de Tudo” reafirmou o que foi
dito por Platão sobre a Atlântida, asseverando que a seme-
lhança existente entre povos distantes se deu à dispersão da
população atlante pela Terra.
Assim, diante de todo o exposto, se explica a razão das
crenças bastante similares das antigas culturas hindu, dos po-
vos da América (incas, maias e astecas), da Suméria e do Egito.
Por fim, é importante destacar que recentemente (2017),
a BBC de Londres produziu um documentário chamado
“Atlantis”, com base nas filmagens das expedições científicas

que viajou muito ao Extremo Oriente, afirmava que Lassa, a capital do Tibet,
estava ligada por um túnel a Shamballah, a capital de Agharta”, in: “A Terra
Oca”, p. 169. Shamballah foi mencionada por Helena Petrovna Blavatsky em
seus livros e se tornou um nome familiar no ocidente, estimulando expedições
em tentativas de localização como as realizadas por Nicholas Roerich (1926),
Yakov Blumkin (1928), Heinrich Himmler e Rudolf Hess (1930, 1934-35,
1938-39). Blavatsky alegava estar em contato com alguns de seus habitantes,
todos pertencentes à Grande Fraternidade Branca. Segundo a Teosofia,
Shambhala é tanto um lugar físico como um espiritual e teria sido ali que os
Senhores da Chama, os progenitores espirituais da raça humana, liderados por
Sanat Kumara, teriam chegado e se estabelecido, vindos de Vênus. Aliado à
teosofia e à filosofia budista, a existência de um mundo interno é retratado pela
sabedoria ancestral peruana, de onde os Incas haveriam surgido ou emergido
do Lago Titicaca está tratada nas obras de Rubén Iwaki Ordonez, “El mensaje
de los Apus”, Emaus Ediciones, Cusco, Peru e “Operación Paititi”, da mesma
Editora, citados na bibliografia desta obra.
Para a tradição Inca, há três mundos na Terra, o mundo interno, o mundo da
superfície e o mundo espiritual, retratados na trilogia Inca: Serpente, Puma
e Condor. Nicolas Roerich no seu livro “Shambhala” aponta que na tradição
ancestral dos povos das montanhas mais elevadas da Mongólia, China,
Cachemira, Persia, Siberia, Russia, Lituania, Polonia, Hungria, Alemanha
e França, encontrou as mesmas lendas. Mais, recentemente, Trigueirinho
Netto na obra “ERKS, Mundo Interno”, e André Louro de Almeida no livro
“Terra Última”, ambos citados na bibliografia desta obra, também apontam a
existência desse mundo interno.
63
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

que estão sendo realizadas nas Ilhas Gregas, as quais culmina-


ram no descobrimento de ruínas, milênios mais antigas que
as gregas, cuja arquitetura e tecnologia estavam à frente das
utilizadas na Grécia. Os cientistas estão utilizando os relatos
de Platão para realizar a expedição, o qual descreve, inclusi-
ve, a geografia de Atlântida e seu desenho, em forma circular,
com canais marítimos; descrição que fecha com a encontrada
no local. Os cientistas já comprovaram também que há cerca
de 4000 anos atrás houve uma forte erupção vulcânica que
culminou num gigantesco “Tsunami”. Com os achados atuais,
os cientistas apontam no documentário que já há indícios de
que tais ruínas possam se tratar da Atlântida perdida. Se os
indícios forem confirmados, o mito terá se tornado em reali-
dade, como já se deu com a cidade grega de Tróia, que antes
de sua descoberta era tratada como mera lenda.

A Raça Ariana:
Já a Raça Ariana51 desenvolveu-se na região Norte-O-
riental, foi do Cáucaso aos Himalayas, logo ao Egito e mais
tarde à Europa, espalhando-se daí para o resto do mundo, in-
clusive para as Américas. Mas seu grande território foi a cha-
mada Aryavartha, o norte da Índia.
A cor desta raça é a branca. Sua natureza expansionista
e belicosa é característica da influência que recebe de Mar-
te. Desenvolveu-se nesta era a mente concreta, alcançando-se

51  Estas seriam as sete sub-raças desta Quinta Raça-raiz:


1ª Sub-Raça: Hindus (filosóficos) e egípcios (práticos).
2ª Sub-Raça: Árabes (tribais).
3ª Sub-Raça: Iranianos (mercantis).
4ª Sub-Raça: Celtas (emotivos).
5ª Sub-Raça: Teutônicos (comerciantes, cientistas, individualistas).
6ª Sub-Raça: Norte-Americanos (intuitivos, cooperativos, fraternais)
7ª Sub-Raça: Sul-Americanos (ecléticos, universalistas).
64
CAPÍTULO II - De onde Viemos?

grandes avanços intelectuais, mas poucos morais. A raça aria-


na tem desenvolvido intensamente a tecnologia, a ciência ma-
terial e penetrado em segredos perigosos do universo, como o
da energia atômica.
Portanto, o “seres do cérebro” precisam agora receber a
influência da nova Raça-raiz para libertarem-se do materia-
lismo racional e elevarem-se espiritualmente.
Estamos no limiar da quinta raça, entrando na sua últi-
ma sub-raça e, ao mesmo tempo, na quarta ronda planetária,
que também está no seu limiar, entrando na quinta, saindo
da Era de Peixes, entrando na Era de Aquário, a Era de Re-
generação.

65
CAPÍTULO III

O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

III.1 – A Evolução do Homem e do Planeta como


Ser Cósmico Espiritual
O Homem está na Terra para evoluir. A Evolução é o
sentido da Vida. Somos programados para a Evolução e é
através dela, na proporção que vamos desenvolvendo nossas
faculdades interiores, que nossa intuição, a conexão com o
Espírito é ativada.
A Evolução deve ser conquistada individualmente. Não
se pode forçar a evolução de ninguém. O amadurecimento
vem de dentro. Do Espírito. Se a Evolução não vier pelo amor,
no agir com alegria e resignação, pela confiança no plano Di-
vino; ela virá, derradeiramente, pela dor.
Estamos na matéria para a Evolução do Espírito. Evoluí-
mos em conjunto (unidade): Natureza, seres vivos, homem.
O planeta precisa evoluir no todo e em suas partes. Por isso é
preciso despertar!
A trajetória evolutiva que culmina na libertação e ilu-
minação de cada SER (Espírito) é irradiada para o TODO e
amplia o poder divino no plano físico, fazendo com que mais
LUZ seja sentida e vivida, o que facilita a transição do planeta
67
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

como Ser Cósmico Espiritual para uma era mais equilibrada,


virtuosa e amorosa, onde exista a consciência da UNIDADE
da VIDA, do planeta, do cosmos, do UNIVERSO.

III.2 – O que Significa Evolução Espiritual nos


Tempos Atuais?
A personalidade encarnada para evoluir espiritualmente
neste estágio em que se encontra precisa compreender que é
uma individualidade Divina. Conectar-se. Religar-se com seu
Espírito, verdadeiro Ser em evolução.
Em aos “Pés do Mestre”, Krishnamurti52, por isso adver-
te:
“Não confundas teus corpos contigo mesmo – nem o corpo físico, nem o
astral, nem o mental. (...) Precisas, porém, conhecê-los todos, e conhecer-
te a ti mesmo como senhor deles.”

E completa:
“Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui
novamente o discernimento é necessário. Tens que vigiar incessantemente
ou falharás”.

Então, o re-ligar (religião) é fundamental à evolução. E


para o “re-ligare” com o nosso Espírito, é fundamental desen-
volver, harmonizar, sublimar, pelo Amor, os corpos físico (alia-
do ao etérico); astral e mental; os quais estão ligados à perso-
nalidade e à sua vivência existencial e experiencial neste ato
na matéria:

Corpo físico -> ação


Corpo emocional -> sentimentos

52  Ed. Teosófica, 2006, p. 20 a 24.


68
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Corpo mental -> pensamentos

O Processo de Evolução Humana neste estágio evoluti-


vo ou Caminho Espiritual pode ser dividido em três graus ou
degraus:

1º - A Preparação;
2º - A Iluminação;
3º - A Iniciação.

A Preparação inicia o desenvolvimento dos sentidos es-


pirituais pelo controle do pensamento, sentimento e da ação
(pai, filho e espírito santo – Raios Divinos da Sabedoria, Amor
e Vontade-Poder). A Purificação dos corpos e a limpeza men-
tal então alcançada acende a luz espiritual pelo desenvolvi-
mento da intuição (chacra ajna) que culmina na Iluminação,
ativando nossos poderes psíquicos adormecidos, inauguran-
do o contato com as entidades espirituais superiores (Mestres
ou Seres de Luz), possibilitando-se ao espírito a adentrar na
etapa evolutiva da chamada Iniciação.
Para tanto, a consciência de se estar no “processo” de
evolução e a clareza do seu objetivo, facilita o alcance da meta.
Muita atenção é requerida porquanto fácil é desviar-se do ca-
minho que chega à Perfeição Humana.
No caminho, pequenas conquistas pessoais nos trazem
alegria e confiança no Plano Divino. A fé ardente e consciente é
conquistada. O Ser passa a ver Deus em si e em todas as coisas.
Dito isso, pode vir uma fatal pergunta à mente do leitor:

- O que podemos entender por desenvolver, harmoni-


zar, sublimar os corpos?

69
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

O UNIVERSO é HARMONIA (um só verso). Ao elevar-


mos nossos sentimentos e pensamentos, vibrando Amor, agi-
remos harmoniosamente com o Universo e não haverá mais
carma, já que “carma” nada mais é do que “a recuperação da
harmonia” pelo agir desconectado com as Leis do Universo,
com as Leis Divinas53.
O Ser humano no atual estágio de evolução precisa che-
gar ao que se pode chamar de compreensão do impulso do
Cristo54, desenvolvendo o Amor Universal.
O Amor é para o Espírito o que o Sol é para a Vida Ex-
terior. Quando praticamos Amor, quando o cultivamos, der-
ramam-se no mundo forças germinativas, criadoras, inician-
do-se um ciclo virtuoso (dharmas). Uma boa ação gera outra,
assim por diante.
O Amor, portanto, é o Sol Moral da Terra. Não há ati-
tude mais sábia do que cultivar e praticar o Amor. Assim o
impulso para o Amor cresce na medida em que o Homem
evolui. Amor e Sabedoria andam juntos.
Sabemos que nós, seres humanos, somos uma “central
de energia”55 formada por centros periféricos interconectados
numa malha “sensível” ao olhar, toque, humor, fala, música
(sentidos). Por consequência, o “Homem” evolui por meio de
suas vibrações.

53  Sobre o assunto, vide: “As Leis Divinas”, ed. Conceito, 2017, desta mesma
autora.
54 Vide: Rudolf Steiner, “O Amor e seu Significado no Mundo”, ed.
Antroposófica, 2014.
55  De acordo com Ramatís: “Há maior quantidade de espaços vazios, no
corpo, do que realmente matéria absoluta; o homem, na sua última realidade,
é apenas uma rede de magnetismo sustentando invisíveis corpúsculos
que, devido à precariedade do olhar físico, assumem, a distância, uma falsa
aparência de realidade compacta” (in: “Mensagens do Astral”, p. 259).
70
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Sabemos também que é a vibração do Amor que move


o Universo. Portanto, se assimilarmos em nossas vidas, gra-
dualmente, a vibração do Amor, evoluiremos.
Quanto mais atos de Amor praticarmos mais evoluire-
mos. Não existe evolução espiritual, autoaperfeiçoamento,
sem Amor. A Evolução é um ato de Amor que liga os Seres e
é irreversível. O Amor nunca morre, é absoluto, eterno. Deus
é Amor Puro.
Assim, pelo controle completo dos nossos veículos (cor-
pos) pelo Amor, chegaremos ao controle completo do meio
exterior, da vida manifesta.
Para que isso ocorra, os defeitos da personalidade de-
vem ser observados e extirpados da mente56 e do coração do
Homem que deseja evoluir espiritualmente: O ódio, o egoís-
mo, a crueldade, a instabilidade, o orgulho, a ignorância, a
ambição.... Todos são doenças da personalidade ou “pecados”,
erros de conduta que geram, cada um, um tipo específico de
enfermidade no corpo físico.
São defeitos que atentam contra a Unidade da Vida: A
Lei do Amor, e contra a Vontade do nosso espírito.
Isso porque, se todos somos Um em essência, irmãos e
filhos de um mesmo Pai, agredir ou causar dor (física ou mo-
ral) a si próprio ou a algum ser vivo é derradeiramente ofen-
der ao Todo, a Deus e a nós mesmos (Espírito).
Agindo em desacordo com a Vontade do Espírito (nos-
so Ser Real) nos desvirtuamos do caminho por ele traçado,
dificultando a evolução e o atingimento do propósito reen-
carnatório.

56  A mente do Homem também é um instrumento sagrado ao seu dispor.


Limpa, purificada e desenvolvida torna-se aliada do Espírito em Evolução.
71
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Para que ponhamos um fim a todo e qualquer defeito


de nossa personalidade e logremos êxito na Reforma Íntima,
é preciso ter-se consciência dos pensamentos e sentimentos
contrários à lei do amor que insistem em manter-se dentro de
nós e transmutá-los na virtude oposta (Princípio Hermético
da Polaridade), antes da ação (do falar e do agir), usando de
nossa intuição, razão e consciência. O Amor e ódio são a mes-
ma coisa, é a polaridade do sentimento que muda (- ou +).
Aos poucos a personalidade vai sendo dominada pela
Vontade do Espírito e uma vida virtuosa se inicia.
Com a virtude consolidada, o amor cria raízes e passa-
mos a nos resignarmos aos acontecimentos da vida que não
podemos mudar, vivendo com alegria, de forma plena, com
confiança no plano divino e praticando a compaixão para
com aqueles que se situam em degraus mais baixos da escada
evolutiva, onde já estivemos.
Não ofereceremos mais resistência aos atos contrários à
Lei do Amor, agindo com tolerância e compaixão para com
aqueles que nos importunam ou nos agridem. Não havendo
resistência, o sentimento ou ação voltados a nós que são con-
trários à Lei do Amor perderão gradualmente a força, pois
é uma lei da física: “Onde não há resistência não há perma-
nência”, e com isso, aos poucos, nos libertamos de carmas,
não criamos novos e nos afastaremos de pessoas que não mais
correspondem ao padrão vibratório que ostentamos, tudo au-
tomaticamente.
A vida se encarrega de afastar de nós todos aqueles que
não vibram, não sintonizam, mais conosco, aproximando
outros que agora farão parte desse novo ciclo (virtuoso) de
harmonia.

72
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

O Real significado da Unidade da Vida é sentido. Passa-


mos a ser humildes de coração porque vislumbramos a gran-
diosidade da escada de Jacó e dos Seres de Luz e hierarquias
superiores que velam por nós e por nossa evolução.
O amor e o desejo de ajudar o plano divino (fraternida-
de) se implanta em nosso coração e em nossa mente e ficamos
cada vez mais unidos com os desígnios do Espírito.
A Era do serviço devocional de nosso Ser se inicia.
- E qual seria então o objetivo último da Evolução?
Podemos dizer que o objetivo último a alcançar com a
evolução é o pleno domínio, pelo conhecimento, pela vivên-
cia e experiência de todos os planos de existência, para que
a Mônada (centelha divina) possa se expressar consciente de
sua divindade em qualquer plano e colaborar com o plano
divino de evolução.

III.3 – Evolução: Um Ato de Amor-Sabedoria

A evolução é um ato de Amor e Sabedoria que alme-


ja o domínio e ativação de todas as potencialidades divinas
adormecidas em nosso código genético espiritual. À máxima
grega: “Conhece-te a ti mesmo. E, ao conheceres a ti mesmo,
conhecerás o Universo”57, deve ser acrescentada a seguinte
conclusão: “Domina-te a ti mesmo” (mente – ego – persona-
lidade) para que a Luz que és, a tua essência divina resplande-

57  Inscrição na entrada do Templo de Delfos, na Grécia. O oráculo de Delfos foi


utilizado por Sócrates (469 a.C - 399 a.C) para impulsionar o autoconhecimento
na Grécia antiga. Segundo Sócrates, para se garantir a felicidade de uma cidade
seria necessário que os cidadãos tivessem o conhecimento de sua própria
natureza. O autoconhecimento seria fundamental para o aperfeiçoamento
moral humano. Por isso, defendia que antes de conhecermos qualquer coisa
externa, deveríamos antes conhecermos a nós mesmos (Ser Interno).
73
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

ça. O domínio do ego, da personalidade e de seus corpos é o


objetivo da evolução.
Não havendo mais carma, os corpos da personalidade
vão se ajustando, harmonizando e elevando. Com isso há o
início do processo de ascensão, quando as vibrações corporais
passam a ser mais sutis e harmônicas, acessando-se paulatina-
mente a Vontade do Espírito, quando então tornamo-nos por
ele guiados e nossa vida torna-se plena. Alcançamos a paz.

III.3.1 – O Amor
O Amor é a primeira potencialidade divina a desenvol-
ver e a mais importante. Quem o alcança acaba por ter facili-
dade para com as demais. E as demais sem amor não existem.
Assim, a meta primeira é a mais importante porque ela abre
as portas do Ser para a Evolução.
O Amor está representado no chacra cardíaco, na cavi-
dade do coração que é o veículo da intuição.
Quem o desenvolve e deixa Cristo (energia crística) se
manifestar estará apto a deixar o plano astral (corpo emo-
cional). Todas as mazelas sentimentais e apegos são deixados
para trás.
O Ser equilibrado emocionalmente e que ama incondi-
cionalmente não se envolve mais nos “problemas” mais co-
muns do Ser humano, tais como maledicências, atos desar-
moniosos, não revida se é ofendido, tem tolerância para com
os inimigos, alcança a “paz”.
Jesus, há cerca de 2000 anos atrás foi enviado à Terra
para nos falar do Amor, canalizar a energia crística, nos mos-
trando a importância do Amor para a evolução da humanida-
de, e por consequência, do planeta que habitamos.

74
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

O Amor está ligado ao elemento água, dado que o Ho-


mem deve saber usar com sabedoria, de forma harmônica,
todos os elementos da natureza para que tenha êxito nesta
etapa evolutiva.
O Raio do Amor tem como representante o Mestre Pau-
lo, o Chohan Veneziano. De acordo com Leadbeater58, “nos
homens deste Raio engajados no serviço à humanidade aparece
muito fortemente a característica da adaptabilidade, que per-
tence a esse Raio, e sua influência tende a fazê-los se ajustar
às pessoas pra ajudá-las da melhor forma, tornando-se assim,
como disse São Paulo, ‘todas as coisas para todos os homens’.
Aqueles que estão avançados neste Raio possuem grande tato e
uma rara faculdade de fazer a coisa certa no momento certo”.
Podemos, assim, sintetizar: O agente da Evolução é o co-
ração, veículo do Amor, nele reúnem-se os aspectos humano
e divino do Ser.

Amor:
• Raio do Amor-Sabedoria (3º Raio) – Mestre Paulo, o
Chohan Veneziano
• 4º chacra – Cardíaco
• Corpo Emocional
• Plano Astral
• Elemento Água
• Jesus – Cristo – “Filho”.

É tão importante que desenvolvamos o Amor e deixemos


a energia do Cristo se manifestar que neste momento ela está

58  In: “Os Mestres e a Senda”, ed. Teosófica, p. 309.


75
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

em cada um de nós, aguardando nosso comando interno para


que abramos a porta (livre-arbítrio).
O Código que abre a porta é simples, mas de grande sig-
nificado: a sinceridade da fé, a entrega do Ser ao Pai pelo
Amor libera a energia crística armazenada em nosso coração
(chacra cardíaco); energia que uma vez liberada acarreta uma
silenciosa e profunda mudança no corpo emocional, trans-
mutando seus códigos genéticos espirituais, propiciando que
vibrações mais elevadas sejam canalizadas e ancoradas. É a
chamada “transfiguração”59: O processo de encarnar a fre-
quência do Amor Crístico (universal) no coração humano,
gerando uma mutação psíquica irreversível. O “DNA” ou
“código genético espiritual” é modificado pelo amor, que aos
poucos vai atuando nos corpos da personalidade (físico-etéri-
co, emocional e mental), alterando a programação de células
e órgãos, preparando-os (transmutando-os) para a transição
interdimensional.
Dentre milhões de seres que encarnam no planeta, exis-
tem centenas de milhares de crianças que vêm para a terra já
unidas com seus Espíritos, canalizando a energia Crística para
que a mudança de paradigma seja alcançada e a Terra consiga
mudar de faixa vibratória, de plano de existência, passando
para a quarta dimensão, era do raio da vontade divina (espí-
rito santo) e do sétimo raio solar (da consciência da unidade,
da fraternidade, do serviço devocional, do grupo, do ritual).
Suas aspirações, maneira de agir refletem um Ser Inte-
gral. Recebem mais facilmente os comandos do Espírito, vi-
vendo em sintonia com a natureza e o universo (Amor). As
crianças denominadas pela psicóloga norte-americana Nancy

59 Vide: Allan Kardec, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, ed. FEB. 2001,


capítulo: “A Lei do Amor - Instruções dos Espíritos”, item 8.
76
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Ann Tappe, como “crianças índigo”, bem como as “cristal”, e


“arco íris”, são exemplos dessa assertiva. Por sua vez, o livro
“Vengo del Sol”, de Flávio Cabobianco, nos mostra as formi-
dáveis potencialidades psíquicas destas crianças da Nova Era.

III.3.2 – A Sabedoria
Aliado ao Amor, para evoluir o Homem há que desen-
volver a Sabedoria, por meio do autoconhecimento, da ins-
trução e do estudo das Leis que regem o Universo e a Vida. A
humanidade atual, portanto, tem como meta maior o alcance
do estado “Amor-Sabedoria”.
Porém, a Sabedoria só pode ser alcançada por quem já
implantou o Amor Universal. Com ela, atualizamos nosso
corpo mental para uma frequência mais fina (harmônica).
Portanto, agir imbuídos de Amor-Sabedoria deixa-nos pron-
tos para nos tornarmos manifestações da vontade divina na
Terra (re-ligados) ao nosso Ser (Espírito), acessando o plano
mental superior, porta de entrada do plano intuitivo (búdico),
preparando-nos para um novo estágio na vida Real, em toda
sua beleza, em comunhão com a energia crística.
O chacra representante do Raio do Conhecimento Divi-
no (Sabedoria) é o Ajna, Centro de controle, em sânscrito (ter-
ceiro olho). Por meio dele, através da intuição, expandimos
a consciência, alcançando todo o manancial de informações
existentes no éter (Registros Akáshicos60) e começamos tam-
bém a ativar nossos poderes mentais: clarividência, telepatia,
telecinese, teletransporte, etc.

60  Akasha (ākāśa आकाश) é a palavra em Sânscrito para “éter” ou “atmosfera”.


Seus registros armazenados no éter, abrangem tudo o que ocorre, ocorreu e
ocorrerá no Universo.
77
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Mas, para tanto, é necessário que o Ser (Espírito) e a perso-


nalidade estejam em fina Sintonia: “Mens sana in corpore sano”.
Conforme Steiner61, o homem somente pode ser con-
siderado verdadeiramente sadio se tudo o que fizer, realizar,
estiver subordinado à Vontade do seu Eu (Espírito). Um ho-
mem são em relação aos corpos físico e etérico tem o corpo
etérico dirigido pelo corpo emocional e o físico dirigido pelo
etérico. O corpo físico deve ser capaz de ser um servidor do
corpo etérico. A doença ocorre quando excedemos ou con-
trariamos o que o Espírito (Ser interno) quer. Assim, quanto
maior a união entre a personalidade e o Espírito, mais saudá-
vel é o Homem. Prestar atenção no pensar, sentir e agir, torna-
nos pessoas mais saudáveis e felizes.
Dito isso, resta claro que os corpos físico, etérico e emo-
cional devem estar limpos, ajustados e radiantes, subordina-
dos à Vontade do Espírito, para que sejam sublimados e pos-
samos acessar o Plano Mental Superior, onde há contato com
os Mestres (hierarquias62).
Para tratarmos com propriedade do assunto, é preciso
que voltemos no tempo, há cerca de 2500 atrás, a fim de que
recebamos os ensinamentos de Pitágoras63 (580 a 500 A.C.).
De acordo com a Literatura Espírita e Teosófica, Pitágo-
ras, teria sido Kuthumi e Ramatís.
Foi com o nome de Ramatís que o Mestre ditou obras no
Brasil ao médium Hercílio Maes, maçom, membro do rosa-
cruz e estudioso de Teosofia. Depois, de sua morte, Ramatís

61  In: “O Amor e seu Significado no Mundo”, ed. Antroposófica, 2014, p. 31.
62  Espíritos de luz, Anjos e Santos, Mestres, Rishis ou Iniciados.
63  É considerado o “Pai da Filosofia”. Nasceu na ilha de Samos, na Grécia. Com
dezoito anos dirigiu-se ao Egito. Estudou por 22 anos no templo de Mênfis, em
Tebas, tornando-se iniciado nos mistérios de Ísis e Osíris, o Senhor da Luz.
78
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

passou a ditar suas obras à psicóloga América P. Marques. Os


livros de Ramatís trazem complexos ensinamentos que antes
só eram acessíveis nos centros iniciáticos.
No século XIX, Pitágoras ficou conhecido como Kuthu-
mi ou Koot Humi, Mestre do Segundo Raio, da Sabedoria
e da Iluminação, cuja cor é o Amarelo Dourado. Viveu nas
montanhas do Himalaia, no Tibet. Kuthumi e o Mestre Mor-
ya (Primeiro Raio, da Vontade Divina) inspiraram Blavatsky e
Krishnamurti em suas obras. Suas mensagens baseiam-se em
Verdades Eternas.
Pitágoras ensinava e exigia de seus discípulos extrema
disciplina. Para ele, mente e Espírito necessitam de um corpo
limpo, são, saudável, para que as energias vitais ajudassem o
processo evolutivo da alma que o habita.
O vegetarianismo64 e abstinência do consumo de álcool65
eram requisitos “sine qua non” para se adentrar no Templo
(Círculo Pitagórico).
Exercícios físicos, música, meditação66 e estudo filosófi-
co-científico formavam o caráter do discípulo que dedicava-
se dia e noite ao alcance da perfeição humana.

64  O vegetarianismo torna nosso corpo físico-etérico livre das influências das
energias densas de animais, as quais, principalmente de mamíferos, aderem
facilmente em nosso corpo etérico, contaminando nossa aura e atingindo
nossa saúde mental, atrapalhando o desenvolvimento espiritual que precisa
ser concretizado nesta etapa evolutiva do ser humano na Terra. Além disso,
alimentar-se de um ser vivo é um ato de violência desnecessária à nossa vida
humana, no estágio em que nos encontramos.
65  O consumo do álcool, por sua vez, atrapalha a evolução porque influi de
forma negativa em nossos corpos, afetando nosso discernimento e atraindo
a atenção de seres espirituais de vibrações baixas, que compartilham de tal
“prazer” terreno, ao mesmo tempo em que afasta e impede a aproximação de
seres de luz.
66  “A meditação consiste na tentativa de trazer à mente desperta, isto
79
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Sua meta era alavancar o processo evolutivo humano


para o bem da sociedade. Por isso, envolveu-se na política de
sua época, formando líderes.
Escreveu o livro “O Discurso Sagrado”, mediante o qual
expressou que a Verdade só pode ser encontrada pela com-
preensão da UNIDADE e do TODO. Tudo se constitui da
“mesma coisa em seus diferentes aspectos”. A mensagem ini-
cial de sua obra continha a seguinte advertência:

é, à mente em seu estado normal de atividade, alguma percepção da


superconsciência, criar pelo poder da aspiração um canal através do qual a
influência do princípio espiritual ou divino – o homem real – possa irradiar-se
à personalidade inferior. É uma projeção da mente e sentimentos em direção
a um ideal, e uma abertura das portas da aprisionada consciência inferior à
influência daquela ideia.
‘Meditação’, diz H.P. Blavatsky, ‘é o inexprimível anelo do homem interior
pelo Infinito’. O ideal escolhido pode ser abstrato – pode ser uma virtude, tal
como simpatia ou justiça; pode ser o pensamento sobre a Luz Interna, aquela
Divina Essência que é a realidade mais íntima da natureza humana: ela pode
mesmo ser reconhecida apenas como uma vaga e pálida sensação do que
há de mais elevado em nós. Ou o ideal pode ser personificado num Mestre,
um Instrutor Divino, na verdade ele pode ser visto encarnado em qualquer
um que sentimos de algum modo dignos de nosso respeito e admiração.
Consequentemente o assunto e o tipo de meditação variarão largamente
de acordo com o temperamento e ‘raio’ do indivíduo. Mas em todos os
casos é essencialmente a elevação da alma à sua divina fonte, o desejo do
eu particular de tornar-se uno com o Eu Universal” (In: “Meditação para
Iniciantes”, de James Ingall Wedgwood (Londres, 1883, Farnham, 1951).
Doutor em Ciências pela Universidade de Paris. Em 1904, profundamente
influenciado por uma palestra de Annie Besant, juntou-se à Sociedade
Teosófica, tornando-se Secretário Geral da Seção Inglesa em 1911. Em 1916
foi consagrado como o primeiro Bispo da Igreja Católica Liberal. Artigo
publicado no endereço eletrônico da Sociedade Teosófica: http://www.
teosofico.com/livros/james-ingall-wedgwood/meditacao-para-iniciantes,
visitado em 30 de janeiro de 2018.
80
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

“VENERAI
MEUS CAROS JOVENS,
TODAS ESSAS COISAS
COM O SILÊNCIO”.

O silêncio, o silenciar da mente, é essencial à evolução


do Ser. É pelo silêncio, por meio da meditação, que se conse-
gue o acesso ao mundo espiritual e a outras dimensões do Ser.
Pitágoras, antes de implantar sua escola foi também à
Índia e lá assimilou os ensinamentos yogues de Patânjali67,
que consistem na prática disciplinada de exercícios físicos
(Assanas), de respiração (Pranaiamas), mentais (Yamas e Ni-
yamas) e de meditação, pelo controle absoluto dos órgãos dos
sentidos (Pratyahara), voltados para a reforma interna do Ser.
O Yoga é um caminho para se chegar à autosuficiência. O au-
toconhecimento leva à auto-suficiência e esta à felicidade (Sa-
mandhi), estado de iluminação, onde somos livres e autênti-
cos. Seu propósito é expandir a consciência, tornar o homem
um Ser integral, unido com seu Deus interno.
Os Yamas e Niyamas, que eram aplicados na escola pita-
górica, podem ser assim sintetizados:
1. Yama – cinco proscrições (conduta minha, para com
os outros): Não à violência física ou moral; não ao
roubo; não à mentira; não à cobiça; não abusar do
sexo;
2. Niyama – cinco prescrições (conduta minha, para
comigo): Cultivar a simplicidade; a alegria de viver;
resignar-se com o incomensurável, tudo aquilo que
está fora do meu alcance, que não posso mudar; bus-

67  Considerado o compilador ou sistematizador da tradição do Yoga. Estima-


se que viveu entre os anos 220 a.C. e 400 d. C.
81
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

car o autoconhecimento; ter paciência; e finalmente,


conquistar a fé (consciente).
Os objetivos do Círculo Pitagórico eram sete:
“1. Aperfeiçoamento físico, por meio de práticas esporti-
vas, regras de higiene e de alimentação; 2. Prática do bem, da
ética, da moral e da virtude; 3. Busca constante da Verdade me-
diante o conhecimento e a espiritualidade; 4. Tolerância para
com todas as religiões e crenças; 5. Prática da Caridade para
com os desafortunados, pobres, órfãos, viúvas e insanos; 6.
Formação de Mestres e Líderes, por meio dos quais os conheci-
mentos práticos e esotéricos pudessem chegar a toda a popula-
ção; 7. Formação de um círculo interno, esotérico, iniciático e
secreto, ao qual os candidatos só teriam acesso mediante convi-
te a pós juramento de silêncio, segredo e obediência”68.
Os belíssimos Versos Áureos Pitagóricos trazem uma
síntese dos ensinamentos de Pitágoras e nos mostram todos
os degraus evolutivos a alcançar no Caminho Espiritual:

“Versos Áureos69

Preparação
1 – Antes de tudo, sê religioso:
Ao grande Criador Onipotente
Rende o culto prescrito pela Lei,
Guardando com carinho a fé jurada;
Reverencia, após, como convém,

68 In: Carlos Brasílio Conte, “Pitágoras: Ciência e Magia na Antiga Grécia”,


ed. Madras, 2008.
69 Versão da primeira tradução dos Versos Áureos Pitagóricos para o
português, realizada por Viterbo de Carvalho, publicada pela Fraternidade
Rosa Cruz, Rio de Janeiro, início do Séc. XX.
82
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

A memória eternal e inapagável


Dos sublimes heróis e dos espíritos,
Semideuses geniais da Eterna Côrte.

2 – Considera que o culto da família


É fator primordial do teu progresso.
Ama e venera teus progenitores,
Estima teus irmãos e, sobretudo,
Sê casto esposo e carinhoso pai.

3 – Sem quaisquer condições nem preconceitos,


Dos teus iguais cultua o mútuo apreço,
E para teu amigo, dentre eles,
Escolhe o mais virtuoso e o mais digno.
Os seus conselhos segue e o seu exemplo,
E não discordes dele, em caso algum,
Por pequeninas coisas de insignificância.
Procura conservá-lo junto a ti,
Lembrando sempre esta imortal verdade:
Combinam-se a vontade e o destino
Para nortear a nossa evolução.

Purificação
Entrementes, convém que tu pratiques
Os conselhos seguintes, que se prendem
À cultura mental e corporal
Da tua própria individualidade.
1 – Sê senhor de ti mesmo.
Em qualquer caso,
83
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Aprende a dominar tuas paixões;


Sê sóbrio, ativo, casto e moderado,
Evita sempre a cólera nefasta.
2 – Sê justo, sê franco, sê honesto;
Em toda parte trata de ser digno,
Quer quando só, ou quando em companhia.
Sobretudo, respeita-te a ti mesmo;
Tua palavra inspira, e os teus atos,
Em severos princípios de justiça.

3 – Sê sempre refletido e não te apegues


Ao costume da vida maquinal;
Que a morte é inevitável, considera,
E que os bens materiais, como nos vêm,
Também se vão, com muita rapidez.

4 – Emprega sempre a máxima confiança


Em todo teu trabalho quotidiano.
Quanto à sorte que Deus te destinou,
Conforma-te com ela, sem protesto.
Por mais que te pareça injusta e má,
Será bem suportá-la com firmeza,
Tentando amenizá-la o mais possível;
Porque dos grandes males os mais sábios
Estão naturalmente preservados.

5 – Deves ser paciente e tolerante,


Recordando que o erro e a verdade
Costumam figurar de parceria.
84
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Nas imperfeitas opiniões humanas,


Que convém não repilas nem aceites
Sem um sereno e ponderado exame
Que sustente o teu reto julgamento,
E conserve integral tua harmonia.
Se, depois disso, o erro triunfar,
Mantém um silêncio deferente.
Recua, mas espera confiante.

6 – Atente bem ao que vou te dizer:


Não te deixes levar, sem refletir;
Pelas palavras ou por atos de outrem;
Fala ou age somente na ocasião
Em que a tua razão te aconselhar
O partido melhor e mais provecto.
Delibera primeiro, age em seguida,
Assim evitarás atos levianos,
Pois o que torna o homem desgraçado
É o costume de agir ou de falar,
Sem qualquer regra, nem qualquer medida.

7 - Sê também previdente. Pesa bem


Das tuas decisões as consequências,
Por mais longínquas que estas te pareçam.
Agindo assim, de certo, evitarás
Amargos travos de arrependimento.

8 - Sê modesto, por fim.


Não alimentes
85
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

A estulta pretensão de analisar


Aquilo que na verdade tu não sabes.
Em vez disso, procura te instruir,
Para gozares vida mais amena.

9 – Segue sempre um regime filosófico,


Melhor saúde ao corpo ministrando.
Tem cautela na escolha de alimentos,
Que deves ingerir com parcimônia.
Evita excessos, método observa
Em qualquer exercício que fizeres,
Pois é nessa atitude ponderada
Que o elixir terás da longa vida.

10 – Sê reservado nisso como em tudo


Quanto fizeres pelo teu progresso,
Do qual nunca deves te vangloriar,
Para que não se assanhe contra ti
A crítica soez e jactanciosa
Da ignorância ou da incompreensão
Com suas torpezas habituais.

11 – Além disso, sê sempre ponderado;


Não faças como a gente sem critério
Que gasta mais do que precisa ou pode,
Ou que, ao contrário, vive na miséria,
Dominada por sórdida avarícia.
O mais seguro alvitre, nesse caso,
Como em tudo, é guardar o meio termo.
86
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Assim evitarás qualquer prejuízo,


Para o que bastará que raciocines
Com toda segurança, antes de agir.

Perfeição
São esses os processos pelos quais
Se tiveres vontade, exalçarás
A cultura da mente e do corpo;
E que ao fastígio te conduzirão
De uma vida feliz e meritória
Se lhe acrescentares, desde já,
As salutares prescrições seguintes:

1 – Ao repouso do sono não te entregues


Sem fazer teu exame de consciência,
Inquirindo a ti mesmo: “Que fiz hoje?
Terei cumprido em tudo meu dever?”
Procura na balança teus atos
Resposta decisiva a tais perguntas.
Trata de corrigir o que foi mau,
E goza a recordação do que foi bom
Enquanto um sono justo concilias.
Ao despertar, eleva o teu espírito
E relaciona as obras beneméritas
Que deverás fazer durante o dia.

2 - Medita bem nestes conselhos todos,


Dando-lhes o melhor do teu apreço,
Pois que só eles poderão levar-te
87
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Das supremas virtudes à conquista.


Será, juro, teu guia em tudo isso
O Sacro Tetraedro, augusto emblema,
Que, com sincera prece, invocarás
Como penhor de fé e segurança.

Iniciação. Clarividência
Quando estiveres bem compenetrado
Desses sábios preceitos, chegarás
A conceber, nos mínimos detalhes,
A íntima e integral constituição
Do criador, dos homens e das coisas.
Ante teus olhos surgirá, bem clara,
A Unidade, princípio consagrado
Da grande obra natural inteira,
E ficarás, então, habilitado
A interpretar a Lei Universal
Que norteará tua vida eternamente:
“Em toda parte, espírito e matéria
Em vida e natureza são idênticos”.
Uma vez iniciado nessa Lei,
Começarás a ser clarividente,
E nunca mais serás atormentado
Por mordazes desejos ilegítimos.
Verás que os homens são os causadores
Dos próprios males de que lamentam,
E que esses infelizes ignoram
Que conservam em si, ao seu alcance,
88
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Todos os bens que a vida propicia;


Pois não tendo logrado perceber
Quanto tem esse erro funesto,
Carecem do poder de discernir,
Com a mais rigorosa precisão,
Entre aquilo que é lícito aceitar
E o que é necessário repelir.

Verdade oculta. Recompensa


Deus, nosso pai!
Orienta os desgraçados
E livra-os desse intenso sofrimento,
Indicando, de modo positivo,
Que a tua soberana Onipotência
Está sempre disposta ao seu serviço.
De que modo, porém, será possível
Que o homem goze teu divino amparo?
Pela pesquisa da verdade inteira,
Que a natureza encerra, prodigiosa,
Como fruto que é da tua imensa
E constante potência criadora.
E tu, homem, assim que conseguires,
Observando as minhas prescrições,
De todo aprender essa verdade,
De tuas provações será liberto;
- Teu Espírito, então, triunfante,
Será teu guia calmo e refletido
– E quando abandonares a matéria,
89
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Que o arcabouço forma desse corpo


Onde tens residência adventícia,
Deixarás, afinal, de ser mortal,
Regiões imponderáveis transporás
E chegarás aos paramos divinos,
Para formar na corte esplendorosa
Onde fulgura a glória dos eleitos,
Vanguardeiros de Deus na vida eterna.”

Pitágoras era discípulo da escola de Hermes Trimegis-


to, onde teria obtido ensinamentos iniciáticos no Egito.
Hermes Trimegisto (O Três Vezes Grande) era, na ver-
dade, o Mestre ou Senhor do Mundo, que teria chegado no
Egito há cerca de 40.000 anos antes de Cristo, usando o nome
de Tehuti ou Thoth, chamado depois pelos gregos de Hermes.

Consoante nos ensina Leadbeater70:


“Ele veio ensinar a extraordinária doutrina da ‘Luz Interna’ aos
sacerdotes dos templos e à poderosa hierarquia sacerdotal do Egito,
encabeçada por seu faraó. No átrio do Templo Maior, ensinou-lhes
acerca da ‘Luz que ilumina cada homem que vem ao mundo’, uma frase
sua que foi transmitida através das eras e ecoou no quarto evangelho
com suas primitivas e pitorescas palavras egípcias. Ele mostrou-lhes
que a Luz era universal e essa Luz que era Deus, morava no coração de
todos os homens. ‘E eu sou essa Luz’, e ordenou a eles que repetissem:
‘Eu sou essa Luz’. Essa Luz, disse ele, é o homem verdadeiro, embora os
homens não o reconheçam e até mesmo o neguem.” E continua: “Assim
ensinou Ele, e os sábios entre os sacerdotes ficaram felizes. Ao faraó, o
monarca, Ele deu este lema: ‘Busca a Luz’. Ele disse que o rei somente
poderá governar bem enquanto enxergar a luz no coração das pessoas. E
ao povo deu como lema: ‘Tu és a Luz, deixa que essa Luz brilhe’”.

70  In: “A História Secreta da Maçonaria”, ed. Madras, 2003, p. 34 e 35.


90
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Do Egito, Pitágoras foi à Crotona, implantando sua es-


cola (Círculo Pitagórico). Nela pôs em seu centro uma estátua
em homenagem ao grande Mestre, o qual sintetizou as leis
que regem a vida e a evolução do homem e do universo, na
Tábula Esmeraldina.
Palavras secretas de Hermes71:
“É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro. O que está em baixo
é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em
baixo, para realizar os milagres de uma coisa única. Assim como todas
as coisas foram e procedem do Um, pela mediação do Um, assim todas
as coisas nasceram desta coisa única, por adaptação. O Sol é seu pai, a
Lua é sua mãe, o vento o trouxe no seu ventre; a Terra o alimenta; o pai
de tudo, o Thelesma de todo o mundo, está aqui. A sua força permanece
inteira quando se converte em terra. Separarás a terra do fogo, o subtil
do espesso, suavemente e com grande habilidade; subirá da terra ao céu e
de novo descerá à terra, deste modo recebe a força das coisas superiores
e inferiores. Por este meio obterás a glória do mundo e toda obscuridade
se afastará de ti. É a força forte de toda força, pois vencerá toda coisa
subtil e penetrará toda coisa sólida. Assim foi criado o mundo. Disto se
farão admiráveis adaptações cujo meio está aqui. Por isso sou chamado
Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria de todo
o mundo. O que eu disse sobre a operação do Sol está completo.”

Do Caibalion, estudo da filosófica hermética do antigo


Egito e da Grécia, extrai-se que as Leis ou “Os Princípios da
Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente possui
a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem
ser abertas completamente.”
Tais princípios, também atribuídos a Hermes ou Toth,
estão assim sintetizados:
I. O Princípio de Mentalismo: “O TODO é MENTE; o
Universo é Mental.”

71 A tábula foi traduzida para o português por Antônio Monteiro, filósofo e
escritor português, membro da “The Rosicrucian Fellowship”, em outubro de 2005.
91
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

II. O Princípio de Correspondência: “O que está em


cima é como o que está embaixo, e o que está embai-
xo é como o que está em cima.”
III. O Princípio de Vibração: “Nada está parado; tudo
se move; tudo vibra.”
IV. O Princípio de Polaridade: “Tudo é Duplo; tudo tem
pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são
a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza,
mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas
as verdades são meias verdades; todos os paradoxos
podem ser reconciliados.”
V. O Princípio de Ritmo: “Tudo tem fluxo e refluxo;
tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se ma-
nifesta por oscilações compensadas; a medida do
movimento à direita é a medida do movimento à es-
querda; o ritmo é a compensação.”
VI. O Princípio de Causa e Efeito: “Toda a Causa tem
seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo aconte-
ce de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um
nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos
planos de causalidade, porém nada escapa à Lei.”
VII. O Princípio de Gênero: “O Gênero está em tudo;
tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio
feminino; o gênero se manifesta em todos os planos”.

Tudo está inserido nestas leis ou princípios.

O contato com tais ensinamentos milenares, e sua assi-


milação, facilitam a abertura da mente72 neste plano, dando

72  A mente é a união do inconsciente, do subconsciente e do consciente. Tudo


92
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

literalmente luz aos nossos neurônios. É a chave que abre as


portas para expansão da consciência.
Hermes Trimegisto é o regente da atual Raça planetá-
ria (quinta raça, quarta ronda), a Árya. Sua Escola iniciática
tinha o acúmulo da sabedoria, da ciência e da organização
geradas pelas raças lemuriana e atlante, somada à ariana.
Por meio de sua escola, legou também à humanidade as
cartas do Tarot (arcanologia), que nos foram trazidas ao oci-
dente pelos ciganos, originários do Egito. As cartas egípcias,
mas de origem atlante, foram levadas à Grécia e lá redesenha-
das suas figuras, adaptando-as ao padrão greco-romano.
Ao contrário do que parece, as cartas não são instru-
mento de adivinhação ou sorte. São, em verdade, uma das
melhores ferramentas existentes no planeta para o autoco-
nhecimento e aperfeiçoamento, ajudando-nos a transcender
a personalidade encarnada (ego). Além do Tarot, há outros
caminhos, tais como: a Meditação, o Yoga, o Reiki73, o uso dos

que vivemos fica registrado no subconsciente, que é o estado intermediário


entre o inconsciente (espírito) e o mundo consciente dos 5 (cinco) sentidos, da
experiência e do relacionamento na matéria.
73  Reiki ou Seichim/Sekhem é um sistema milenar de cura utilizado no antigo
Egito, advindo de Atlântida. Também está presente na tradição Inca e Maia na
América do Sul, bem como na Índia, Tibet, Japão e China. Seichim é o nome
usado na Índia e Sekhem é o nome usado no Egito, cujo significado é poder
ou intenção. Basicamente trata-se de uma técnica de cura pela imposição das
mãos. Os hindus denominam essa energia vital de “Prana”, já os japoneses
de “Ki” e os chineses “Chi”. No espiritismo, usa-se a denominação de fluido
cósmico universal.
93
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Florais de Bach74 e da Homeopatia75, o estudo do Eneagrama76


e a Astrologia; que no seu conjunto, ajudam no processo de
evolução, individuação e harmonização (união com a Alma,
ser interno em evolução).
Os 22 arcanos maiores (0 a 21) descrevem simbolica-
mente os arquétipos (modelos das personalidades humanas)
e trazem à tona o que está no subconsciente e no inconscien-
te, pela intuição.
Subliminarmente, na imagem de cada arcano, estão os
caracteres psicológicos da personalidade do Ser em evolução,
que se tornará integral quando desvincular-se dos arquétipos
em vivência e experiência, unindo todos em um (ser equili-
brado), sendo ao mesmo tempo todos e todos UM.

74 Para Bach, devemos nos “auto-curar” por meio do autoconhecimento.


Ele entende que não existe doença, mas doentes, sustentando que o futuro da
medicina é se tornar holística, tratando o ser humano como um todo (corpo,
mente e espírito). Afirma que a cura para cada sintoma deve ser feita por
meio da mudança interna (do comportamento que o gerou) e com a ajuda
dos elementos disponíveis na natureza. Vide: Dr. Edward Bach, “Os Remédios
Florais do Dr. Bach”, ed. Pensamento, 1995.
75 Samuel Hahnemann (1755-1843) é o “pai da homeopatia” a qual está
baseada no princípio “similia similibus curantur” (semelhante pelo semelhante
se cura). A homeopatia seria então o produto da diluição e dinamização
da mesma substância que produz o sintoma num indivíduo saudável,
considerando a doença como uma perturbação da energia vital. A homeopatia
é, portanto, um agente para restabelecer o equilíbrio energético do ser humano
76  O Eneagrama é um estudo filosófico da personalidade de origem Sufi que
busca o autoconhecimento baseado num diagrama de 09 pontas. George
Ivanovich Gurdjieff (1866-1949), filósofo armênio, trouxe para o ocidente
o estudo do eneagrama no começo do século passado. Conhecido como
o Quarto Caminho ou o “Trabalho”, o sistema de Gurdjieff foi baseado nos
ensinamentos do Oriente que ele adaptou para a vida moderna no Ocidente.
A respeito, vide também: Dr. David Daniels e Virginia Price, “A Essência do
Eneagrama”, ed. Pensamento, 2011.
94
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

De acordo com André Louro de Almeida77:


“A Humanidade recebe do Alto, para seu desenvolvimento coletivo,
uma constelação de arquétipos, de forças modeladoras divinas que pré-
determinam as qualidades e categorias do comportamento de povos e
indivíduos; essa família de arquétipos – pai, mãe, filho, herói, Messias,
bem, mal, iniciação, árvore da vida, elixir da eterna juventude, ancião,
criança, etc. – marcará as grandes auto estradas da nossa evolução
psicológica. Uma galáxia recebe 21 arquétipos, os atractores cósmicos,
supremos, de toda a evolução dinâmica em macroescala, tractores ou
signos, que exercem o seu poder de síntese tanto sobre as partículas
materiais, como sobre a consciência, como sobre as Mónadas”.

Pelo estudo das cartas de Tarot e seus arquétipos pode-


mos elaborar um “mapa” da personalidade e do Ser espiritual
em evolução, descobrindo seu nível de consciência, carma,
destino, etc. Tal ferramenta é de grande ajuda para serem su-
perados os entraves da personalidade humana, “desidentifi-
cando” o Ser Verdadeiro (Espírito) de seu Ego (personalidade
encarnada).
Todas as personalidades humanas encontram-se retrata-
das nos arcanos do Tarot e os quatro elementos (terra, água,
fogo e ar) são simbolizados pelos naipes (paus, ouro, espa-
das e copas). Portanto, os naipes tem relação com as áreas de
vivência e experiência humanas. O naipe “paus” tem relação
com o trabalho; “espadas” com os relacionamentos interpes-
soais; “ouros”, com os bens materiais e o dinheiro; e “copas”
com os sentimentos, com o Amor.
Portanto, os arcanos são modelos de personalidade que
o Espírito em Evolução escolhe para desenvolver certas habi-
lidades que lhe faltam para a completude (unidade).

77  In: “Terra Última”, ed. Lux-Citania, 1ª edição, Vila Nova de Gaia, Portugal,
p. 426.
95
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung78 interessou-se


pelo estudo dos arcanos e passou a ver nos oráculos a voz
do inconsciente. A “mágica” das coincidências significativas
foi conceituada por Jung como sincronicidade79. Para ele, o
propósito da existência humana é aumentar nosso senso de
percepção do consciente.
Jung enxergou no Tarot uma rica expressão do incons-
ciente coletivo – conceito que criou para designar o conteúdo
residual de todas as experiências da humanidade, atualizada
por repetição com o passar dos anos. Lá estão representados,
por exemplo, o amor materno, o impulso para a guerra e o
fascínio pelo divino. Ao estudar o Tarot vislumbrou nele uma
ferramenta para estudo da psicologia humana. Todas as po-
tencialidades humanas estariam nos chamados “arquétipos”.
Assim, podemos sintetizar, Sabedoria:
• Raio do Conhecimento Divino-Sabedoria (2º Raio) –
Mestre Kuthumi
• 5º Chacra – Ajna
• Sincronicidade – “insights”

78  Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundou a psicologia


analítica. Jung propôs e desenvolveu os conceitos da personalidade
extrovertida e introvertida, arquétipos e o inconsciente coletivo. Seu trabalho
tem sido influente na psiquiatria, psicologia e no estudo da religião, literatura
e áreas afins. O conceito central da psicologia analítica é a individuação,
considerada por Jung como o processo central do desenvolvimento humano.
Foram criados por ele vários conceitos psicológicos hoje conhecidos, tais
como: o arquétipo, o inconsciente coletivo, o complexo, e a sincronicidade.
Vide a obra “O Homem e seus Símbolos”, ed. Harper Collins e “Jung and the
Tarot, an Archetypal Journey”, de autoria de Salie Nichols, ed. Samuel Weiser,
York Beach, Maine, EUA.
79  Para mim, sincronicidade é o sinal de nosso Espírito (Deus interno) nos
dizendo que estamos no caminho certo.
96
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

• Corpo Mental e Búdico


• Plano Mental e Intuitivo
• Elemento ‘Ar’
• Pai
• Hermes Trimegisto e Pitágoras.

Para finalizar, trago a definição precisa de Ramatís80


acerca do Homem e sua Evolução:
“O Homem só consegue a sua alforria espiritual depois que descobre
a ‘senda interna’; e isto ele o fará com mais êxito sob a inspiração do
silêncio, em contato com a ‘Voz sem Som’, que lhe indicará o trajeto
exato. Mas o verdadeiro iniciado é aquele que já elimina as divisas do
mundo interior e do mundo exterior; a sua projeção no campo físico de
formas é apenas o prolongamento do seu conteúdo consciente interno”.

III.4 – A Evolução se dá pelo Pensamento


Diante de tudo que aqui foi escrito acerca do Caminho
Espiritual do Homem, chegamos à seguinte conclusão: Evo-
luímos pela Reforma Íntima (autoconhecimento que deve
estar somado ao autodomínio).
Evoluímos pelo “pensamento”. Não há outra forma de
evoluirmos como Seres Espirituais que somos.
Pensamento controlado, dominado pelo Espírito, é a
única forma de evoluir.
Ao criar-se ambiente adequado, o Amor se manifestará
(Cristo).

80  In: “Mensagens do Astral”, p. 302 e 303.


97
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

É pelo pensamento que viemos para a Terra e é pelo pen-


samento que dela sairemos. Tudo que trazemos e levamos do
“mundo” são pensamentos.
O pensamento é nosso maior tesouro, ele constrói o
mundo ao nosso redor. Mal cuidado, pode ser nossa perdição.
Portanto, o primeiro e maior objetivo a se alcançar nesta
vida é a limpeza mental.
Com a mente limpa, com pensamentos de ordem posi-
tiva, alcançamos a paz interior e a alegria de viver. O Amor
Crístico então pode ser ancorado. O Amor é a Lei e com ele
alcançaremos a salvação.
Mas, para alcançarmos o auto-domínio, que nada mais é
do que o controle dos pensamentos (da mente pelo Espírito)
é preciso CALMA.
Para o “religare”, para que haja União entre o Espírito e a
Personalidade é preciso praticar a calma interior.
Para tanto, faz-se necessário desligar-nos dos problemas
e assuntos cotidianos em algum momento do dia e ... meditar
ou orar81 em uníssono com o Espírito (Ser Interno), “ao nosso
pai em secreto”:
“1. Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que,
afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem
vistos pelos homens. – Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua
recompensa. – Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e,
fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o
que se passa em secreto, vos dará a recompensa. Não cuideis de pedir
muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam
que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. Não vós

81  A oração, mais difundida no ocidente, seria a ação de “falar com Deus” e
a meditação, por sua vez, com origem no oriente, seria um ato de silêncio, de
“escutar” Deus dentro de si. Na realidade, ambas são comunicações com teu
Ser Interno (Espírito Divino que és), embora tenha denominações diferentes.
98
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes
necessidade, antes que lho peçais. (S. MATEUS, 6:5 a 8.) – grifei.”

O ritual da ‘calma interior’ deve ser instituído para que


o Espírito possa se manifestar e acessemos sua Vontade em
nosso dia-dia, e com isso alcancemos a paz.
Dito isso, passo a conversar contigo:
Diariamente, podes criar o costume de te afastares dos
afazeres e das preocupações mundanas, acalmar a mente,
para que nesse tempo, te concentres no teu Ser Interno (Espí-
rito) somente.
O “acalmar a mente” se dá por meio dos rituais da medi-
tação e da oração, ao se escutar uma bela música, pelo silên-
cio, pela contemplação da natureza, pelo yoga... cabe a cada
um escolher o melhor método para si.
A oração (ou meditação) é uma ação. É um ato de fé, de
entrega ao teu Ser Interno (Espírito).
É muito importante que saibas orar, para que o ato surta
efeito.
A sintonia de pensamentos e seu direcionamento é de
suma importância.
No momento da meditação e da oração, perceba, pelos
olhos do Espírito, a rede infinita de vibrações na qual estamos
inseridos. Depois, consciente dessa conexão, imagina-te fora
do corpo, na posição de teu observador.
Olhe em seguida para o centro da tua cabeça (chacra da
corôa) e perceba o fluxo energético constante que recebes de
teu Espírito e de tua Mônada. Perceba a luz e os fluidos que
entram e saem, num lindo ‘Ballet’ energético ritmado. Ore,
então, em uníssono com teu Espírito.

99
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Aos poucos as imagens ficarão mais nítidas e consegui-


rás, dia após dia, uma união mais forte, o que tornará a tua
vontade, a Vontade de teu Espírito, tornando-te cada dia mais
feliz e com alegria de viver, pois estarás a cada dia, cumprindo
com mais força, o teu papel no mundo.
A oração (ou meditação), portanto, é um ato de serie-
dade e fé. De nada adianta fazeres pensamentos soltos, sem
direcionamento, sem estarem conectados com a tua essência
divina, porque pensamentos assim são sem Força, sem Von-
tade (1º Raio).
Precisas entender e ter consciência dos atos poderosos
que são a oração e a meditação e usar destes instrumentos de
conexão com o teu Espírito Divino que És, para tua Evolução.
Assim, procura focar toda a intensidade de teu pensa-
mento e toda a tua atenção no ato diário de orar e meditar,
assim agirás no dia a dia de forma sincera e em uníssono com
teu Ser (Deus interno - Espírito).
Com essa prática constante, a mente vai se subordinan-
do aos poucos à Vontade do Espírito e a Consciência Plena
vai surgindo, porque te tornarás constante observador de ti
mesmo, facilitando, no decorrer do dia, a transmutação de
eventuais pensamentos e sentimentos negativos em positivos
pelo Amor, utilizando da tua Razão, Intuição e Consciência,
antes da ação, evitando novos carmas.
A oração e a meditação realizadas de forma consciente
em uníssono com teu Espírito gerarão uma natural calma in-
terior, trazendo-te Paz. Nada, nenhum acontecimento consi-
derado pelo homem médio como “bom” ou “ruim”, te tirará
de teu “centro”. Encararás os acontecimentos diários de um
ponto de vista superior, como se vísseis tudo de uma visão
panorâmica e a ti mesmo como um personagem da Vida, e

100
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

com isso o “essencial” se separará do que não merece atenção


do Espírito.
A meditação e a oração são, assim, o impulso que dá iní-
cio à libertação: a União com o Espírito, porque com sua prá-
tica constante chegará um dia em que não terás mais qualquer
pensamento ou sentimento contrário à Lei de Deus, dia em
que serás agente da Vontade de Deus na terra, como o foram
inúmeros homens.
O ritual da ‘calma interior’ está introjetada há milênios
na cultura oriental, como se percebe da cerimônia do chá, o
qual é apreciado em um ato de meditação. Ao concentrares
toda a tua atenção no chá, sentirás o calor da xícara, contem-
plarás o colorido das folhas da infusão e seu perfume, conse-
guirás degustar lentamente cada gole, enfim, viverás o agora,
como ensina o mestre Thich Nhat Hanh82, monge budista
vietnamita.
Em suma, pelos rituais da oração e da meditação, em
uníssono com teu Espírito, podes alcançar a calma interior e
com isso:
• Alcançarás o domínio da Personalidade pelo Espírito;
• Desenvolverás a atenção no momento presente;
• Agirás com consciência plena no dia-dia;
• Deixarás de “re-agir” aos acontecimentos da Vida e
passarás a guiar teus atos de forma segura e firme;
• A paz interior será sentida.

82  Thich Nhat Hanh (Vietnã, 1926) é um monge budista, escritor, poeta,
mestre do zen-budismo, ativista da paz e dos direitos humanos. Escreve e
conduz retiros em todo o mundo sobre “a arte de viver consciente”.
101
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

III.5 – “Com Quem” nos relacionamos? As


relações “kármicas” e “dhármicas”, nossos
inimigos e amigos espirituais
Ao longo de séculos e até milênios, acumulamos rela-
cionamentos amorosos e interpessoais, logrando êxito em al-
guns e fracasso em outros.
Adquirimos, pelo nosso comportamento (contrário à
Lei do Amor), inimigos que nos acompanham vida após vida.
É preciso limpar a história egóica do Ser Humano, reti-
rar de sua base de memória espiritual as experiências nega-
tivas, para a sua Evolução. Mas, essa limpeza só acontecerá
se elegermos como meta de vida o autoconhecimento, che-
gando ao autodomínio, como acabamos de expor nessa obra.
Precisamos implantar essa programação em nossas mentes, o
momento é agora!
Encarnamos e reencarnamos em grupos espirituais di-
versos, em cada vida corpórea, entrando em contato próximo
e familiar com aqueles seres que temos algo a resolver. A fa-
mília é, assim, em sua maioria, formada por almas inimigas
que se reencontram no mesmo lar, onde serão recebidas pelo
amor fraternal, vivenciando-se, ainda que inconscientemen-
te, o que Jesus nos ensinou: “amai os vossos inimigos”.
Portanto, estamos agora nesta existência, na manifesta-
ção, a fim de resgatarmos a harmonia perdida em relaciona-
mentos interpessoais, gerada por atos originários de nossos
defeitos intrínsecos, de caráter, que ainda persistem em se
manterem em nossas personalidades, por estarmos desconec-
tados com o Espírito Divino presente dentro de nós, que pelo
autodomínio é possível superar.

102
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Os inimigos instalados em nossa própria família carnal,


cônjuges ou em amigos próximos, são, assim, artífices de nossa
própria evolução, que nos impulsionam a buscar resolvermos
problemas de conduta que arrastamos por vidas. Isso porque,
se a evolução não vem pelo amor, derradeiramente virá pela
dor. Nós e nossos desafetos formamos uma corrente energé-
tica de baixa vibração que precisa ser desatada, desconectada,
para podermos evoluir e mudarmos de faixa vibratória.
Para tanto, é importante lembrarmos de uma lei da fí-
sica: “Onde não há resistência, não há permanência”. Sendo
assim, só alimentaremos a corrente negativa e manteremos
inimigos se resistirmos a eles. Se nos entregarmos ao amor e
não revidarmos qualquer ofensa, a corrente aos poucos per-
derá força e se desatará. Com isso, ficaremos livres desses re-
lacionamentos “kármicos” que travavam nossa evolução.
Lembra-te sempre que nossos relacionamentos são ne-
cessários para nossa evolução espiritual. Nada nessa vida é
por acaso. A resignação e a confiança no plano divino é fun-
damental para que alcancemos a paz interior e recuperemos a
harmonia perdida por atos pretéritos, de existências passadas.
Uma vez limpo o passado, podemos nos concentrar no
momento presente e na “autorrealização” que se dá pela via
do “autoconhecimento”, culminando no “autodomínio” (Es-
pírito – Ego - Personalidade), quando transcendemos o livre
-arbítrio.
Neste momento, as relações “dhármicas” conquistadas
pelo Espírito se aproximam de nós, trazendo-nos pessoas
cujo padrão vibracional se aproxima ao nosso e um novo ciclo
virtuoso de amizade e irmandade é iniciado.
Passamos a atrair e a sermos atraídos por pessoas que
vibram amor e harmonia. Antigos amigos aparecem para nos

103
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

ajudar, tudo espontaneamente, impulsionando e facilitando a


nossa nova marcha no caminho espiritual, agora libertos dos
elos “Kármicos” que atrapalhavam nossa ascensão, na escada
evolutiva de Jacó.
Portanto, mais uma vez, porque nunca é demais frisar:
Na vida, tudo depende de nós, Pensamento, Sentimento e Ação.
Precisamos pensar, sentir e agir conectados com o Todo
e com nosso Espírito, pautar nossa vida em atos harmoniosos.
Sorrir com o coração. O Amor cura tudo, ele é a Lei.
Abra-te para o Amor, que a harmonia será sentida e vi-
vida. Teu Espírito sorrirá para ti.

III.6 – O Sistema Evolutivo


“Deus não se consagra a uma ação direta sobre a maté-
ria; tem seus agentes devotados em todos os graus da escala dos
mundos.”83
“O ritual do sistema solar é o resultado da meditação de
Deus e o ato de serviço divino realizado durante todo o período
de manifestação. A subordinação da vida inferior ao ritual de
serviço é literalmente a sintonização do indivíduo ao ritmo da
vida, do coração e da mente de Deus. Dessa sintonia automati-
camente decorre um desenvolvimento espiritual.”84
“Todas as formas de vida estão impregnadas dos princí-
pios espirituais; tudo tem alma e tudo evolui para estados mais
sublimes, desde o elétron que rodopia no seio do átomo até as
galáxias que giram envolvidas pelos poderosos ‘rios etéricos’,
que as arrastam como paina de seda ao sabor da corrente líqui-

83  Allan Kardec, “Livro dos Espíritos”, Questão 536.


84  Alice A. Bailey, “Um Tratado Sobre os Sete Raios, Vol I”, Publicado para
Association Lucis Trust, Genebra, Suíça, p. 326.
104
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

da. ‘Assim é o macrocosmo, assim é o microcosmo’ – reza a tra-


dição espiritual desde os primórdios da consciência humana”85.
A compreensão de toda a dinâmica da VIDA é essencial
à evolução.
Necessário, portanto, ter em mente a síntese dos meca-
nismos e processos que regem nosso Ser e a Vida neste Pla-
neta.
Tenha consciência que existe um “Sistema Perfeito” em
Ação.
E a confiança neste Sistema, nos traz Paz.
O Sistema Evolutivo, o cosmos, é regido pela fraternida-
de da Luz!
Observe os ritmos da natureza:
Da água, da chuva, dos rios e mares.
Do sangue que corre em nossas veias.
Do ar, dos ventos, do prana (fluído vital) que respira-
mos, que penetra em todo nosso corpo, órgãos e células...
Observe o ritmo do pulmão. Das batidas do teu coração.
Observe o ritmo da terra, que gera a vida, desde a se-
mente até o fruto.
Do fogo, que queima e transmuta a matéria, em toda a
sua glória e beleza....
Tudo tem um ritmo.
Não comandamos esse ritmo.
Ele vem de algo superior, que governa com Sabedoria,
Harmonia e Amor todas as coisas.
Observe o ritmo do cosmos.

85  Ramatís, in: op. cit. p. 247.


105
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

O Sol em sua magnitude, sempre presente, dando-nos


força, luz e vida.
A Lua e toda sua beleza feminina, passiva, receptiva da
luz solar, que promove o equilíbrio planetário ao irradiar seu
magnetismo transformador e mantenedor dos ciclos naturais,
desde as marés, até o ventre materno.
Tudo observa uma lei, um sistema, tudo tem um ritmo,
na Natureza e no Universo. Estamos inseridos no “Sistema
Evolutivo Universal”. Nada escapa à sua Lei. Somos parte do
todo, entrelaçados na rede infinita de evolução.
As hierarquias foram criadas para o sucesso do plano di-
vino: “Um só nada faz, é o conjunto que opera”.
Do Pai Celestial, fonte de toda sabedoria e amor, até nós,
seus filhos em evolução (centelhas), existe uma hierarquia pi-
ramidal, dentro do círculo de vida divino (infinito), que pode
ser assim representada:

Deus - Logos Cósmico86 – Pai – Fonte Divina


Cristo87 Cósmico, Solares e Planetários

86  “Esforçando-se para que chegueis a uma compreensão aproximada do seu


modo de agir desde o potencial do Pensamento Original Divino, pedimos
que simbolizeis Deus, o Absoluto que é a Fonte Máxima de energia do
Cosmo, em algo semelhante a uma usina central, da Terra, que produz carga
elétrica primária e virgem, em alta tensão, num potencial de 500.000 volts
(...) Assemelhai-vos ao singelo aparelho de barbear, que vive um mundo de
emoções com apenas 110 volts de energia elétrica, e ignora o abrandamento
dos 50.000 volts, que a usina produz para verdadeira corrente de sua vida
mecânica”(Ramatís, “Mensagens do Astral”. p. 248 e 249).
87  “O Cristo Cósmico, em sua generalidade, é o segundo princípio emanado
de Deus que, na forma do Amor, serve de coesão entre seu pensamento
original incriado e os mundos que os Arcanjos ou Engenheiros Siderais
revelam sob a vontade divina. Ele significa, pois, o estado absoluto do Amor
no Cosmo; cimento de coesão entre os astros e a luz que alimenta o Amor
106
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Logos Solares88
Logos planetários89
Hierarquias90:

entre os seres. O Cristo Cósmico revela-se em Deus na plenitude do Amor


Eterno; o Cristo Galaxial é o próprio Logos o Arcanjo das Galáxias, mas
destacado na sua expressão de Amor sobre os seus demais princípios do Poder,
Sabedoria e da Vontade criadora; o Cristo Solar é também o mesmo Logos
Solar, porém acentuado sideralmente no princípio do Amor, distinguido do
Poder, da Vontade e da Sabedoria Solar; o Cristo da Terra, consequentemente,
é a expressão absoluta do Amor do próprio Arcanjo do vosso orbe!” (Ramatís,
“Mensagens do Astral”, p. 254 e 255).
88  “O Sol do vosso sistema planetário é o local exato em que atua a consciência
do Arcanjo, Engenheiro, construtor ou Logos da Constelação Solar, que é o
Alento e a própria Vida de todo o conjunto de seus planetas, orbes, satélites ou
poeiras siderais, inclusive o seres e as coisas viventes em suas crostas materiais.”
E continua: “O Logos Solar interpenetra todo o cortejo da vossa constelação, e
vós viveis mergulhados na sua existência imortal, assim como ele também se
situa intimamente na aura de outro espírito imensurável que sucessivamente,
se liga a outro, até cessar o poder conceptual em Deus, que é a última e absoluta
Consciência Universal” (Ramatís, “Mensagens do Astral”, p. 249 e 251).
89 Cada orbe possui seu Arcanjo Planetário. Como diz Ramatís: “Terra,
Marte, Júpiter, Mercúrio, Saturno ou qualquer satélite menor de um desses
orbes é, também, o corpo visível do Espírito Planetário, que é o verdadeiro
coordenador das necessidades dos reinos, seres e coisas ali existentes”. E
continua: “Cada uma dessas consciências Arcanjélicas que abrange um
orbe, sistema solar ou galáxia, sabe e sente quais as necessidades evolutivas
das humanidades ali existentes (...) Há, então, um intercâmbio incessante
entre as consciências menores, situadas nos reinos inferiores, e as maiores,
que interpenetram sistemas e galáxias, sob a vigilância e a coordenação da
Consciência Infinita e Eterna de Deus!” (“Mensagens dos Astral”, p. 253)
90  Espíritos de Luz, Anjos e Santos, de Mestres, Rishis ou Iniciados. São os
componentes da Grande Fraternidade Branca ou Grande Fraternidade da Luz,
“nossos irmãos maiores”, que “velam pela humanidade, conservando intactas as
antigas verdades que constituem o fundo de todas as religiões. As duas colunas
da loja são: Amor e Sabedoria” (C. W. Leadbeater, in: História Secreta da
Maçonaria, p. 43). “Todo o Cosmos é dirigido, vigiado e impulsionado por uma
série quase interminável de Hierarquias de Seres sencientes, cada qual com uma
missão a cumprir, e que – seja qual for o nome que lhes dermos, Dhyân- Chohans
107
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Chohans91 e Seres de luz


Homens Adiantados92
Homens
*
***
*******
**************
*********************
****************************
************************************

Extrai-se do livro “A Gênese”93 a seguinte passagem,


bastante esclarecedora:
“O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo incomensurável,
acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso
governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as
vistas do soberano Senhor, cuja Vontade única mantém por toda a
parte a Unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora, tudo
se move, tudo funciona em perfeita ordem. Onde nos parece haver

ou Anjos – são os ‘Mensageiros’ (exclusivamente no sentido de agentes das Leis


Cármica e Cósmica). Variam ao infinito os seus respectivos graus e consciência e
de inteligência; e chamar espíritos puros a todos eles, sem qualquer toque terrestre,
aquele toque ‘que o tempo costuma imprimir em suas presas’, é simplesmente uma
licença poética. Porque cada um destes Seres – ou foi um homem num Manvantara
anterior, ou vai sê-lo no atual ou em Manvantara futuro. Quando não são homens
incipientes, são homens aperfeiçoados; e, em suas esferas superiores e menos
materiais, não diferem moralmente dos seres humanos terrestres senão em que se
acham livres do sentimento da personalidade e da natureza emocional humana
– duas características puramente terrenas” (H. P. Blavatsky, in: “A Doutrina
Secreta I”, ed. Pensamento, p. 306).
91  Mestres dos sete raios.
92  Homens iluminados ou humanamente perfeitos.
93  Allan Kardec, “A Gênese”, p. 403.
108
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

perturbações, o que há são movimentos parciais e isolados, que se nos


afiguram irregulares apenas porque circunscrita é a nossa visão. Se lhes
pudéssemos abarcar o conjunto, veríamos que tais irregularidades são
apenas aparentes e que se harmonizam com o todo”. (Grifei)

Assim como o Logos Cósmico (Pai) irradia sua vontade,


força, magnetismo, luz e beleza e a distribui à imensa rede de
logos solares, estes, fazem o mesmo em direção aos logos pla-
netários de seus sistemas, criando, também, suas hierarquias.
A respeito do assunto, ensina Leadbeater94:
“Todo nosso sistema solar é manifestação de seu Logos, e cada partícula
nele faz parte de Seus veículos. Toda matéria física do sistema forma Seu
corpo físico; toda matéria astral constitui Seu corpo astral; toda matéria
mental, Seu corpo mental, e assim por diante”.

E continua:
“O Logos Solar contém dentro de si sete Logos planetários que são
centros de força dentro dele, canais através dos quais Sua força se
manifesta”.
“Não possuímos nenhuma partícula exclusivamente nossa. Todo
corpo astral possui partículas pertencentes a cada um dos sete Logos
planetários (...) Os corpos das Mônadas que emanaram originalmente
através de um mesmo Logos planetário continuarão, durante toda a
evolução, a ter mais partículas daquele Logos do que qualquer outro, e,
dessa maneira, podemos distinguir as pessoas pertencentes a cada um
desses sete grandes Poderes”.

Nosso Logos Solar (Ser Espiritual do sol material), pos-


sui Sete Raios95 (manifestados nas sete cores do arco íris), que

94  In: “A Vida Interna”, ed. Teosófica, 2006


95  C. W. Leadbeater esclarece na sua obra “A História Secreta da Maçonaria”,
p. 38, que “Deve-se entender a palavra raios como temperamentos. Os raios
são em número de sete sendo cada um deles o influenciador de determinadas
qualidades (Virtudes ou Vícios). Se olharmos para as pessoas que vivem ao
nosso redor, para os nossos amigos, parentes, colegas, conhecidos e vizinhos,
a primeira coisa que constatamos é que eles são diferentes uns dos outros,
109
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

difundem Vontade, Sabedoria e Amor neste plano e governam


os destinos da Terra, em conjunto com o Logos Planetário96
(Ser espiritual da Terra), sob a supervisão Divina.
Cada Ser Humano faz a síntese das energias cósmicas
“celestes” e “terrestres” em seus corpos por meio dos “cha-
cras”97, centros ou vórtices energéticos.

não apenas fisicamente, mas principalmente quanto a gostos, interesses,


inclinações, aptidões, etc. A essas características próprias de cada um
denominados temperamento ou índole” E continua: “Os sete raios poderiam
ainda ser definidos como: As sete linhas de evolução do homem; os sete
Caminhos que levam à Perfeição; as sete entradas que nos levam à Divindade.
O quadro abaixo relaciona cada um desses Raios com suas características mais
importantes:”
Os Sete Raios e suas características:
1º - Poder, vontade, força
2º - Amor, sabedoria
3º - Erudição, conhecimento, abstração
4º - Equilíbrio, ritmo, harmonia, beleza
5º - Ciência, conhecimento
6º - Devoção
7º - Trabalho ordenado, Magia Cerimonial
96  Allan Kardec, na “Gênese”, p. 175 e 176, assim escreveu: “Por alma da
Terra, pode entender-se, mais racionalmente, a coletividade dos espíritos
incumbidos da elaboração e da direção de seus elementos constitutivos (...)
ou melhor ainda o Espírito a quem está confiada a alta direção dos destinos
morais e do progresso dos seus habitantes”.
97  São centros de energia em forma de cones energéticos em movimento
constante (chacra = roda, em sânscrito). Todas as células de nosso corpo e
órgãos recebem energia vital (prana) oriunda dos chacras. O corpo humano
está em constante troca de energia, vibra sem parar. Há sete chacras principais
e inúmeros secundários. Esses últimos são considerados assim por não
estarem associados às glândulas endócrinas. Dois exemplos deles são o chacra
esplênico (ligado ao baço) e o chacra do fígado. O sete chacras principais do
corpo são, de baixo para cima: Básico, Sexual, Plexo Solar, Cardíaco, Laríngeo,
Frontal e Coronário. Todos eles estão associados ao sistema endócrino do
corpo humano, e cada um deles está associado a uma glândula específica. São
representados no hinduísmo por flores-de-lótus com quantidades de pétalas
110
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

São em número de sete os chacras existentes no corpo


etérico, assim como são sete os raios solares e seus mestres
(chohans). São sete nossos corpos e são sete os planos existen-
ciais. Sete são também as notas musicais e a vibração perfeita
e harmônica correspondente às sete notas musicais é conhe-
cida como harmonia universal98!
Sete também são as Rondas planetárias e as Raças, cada
uma com sete sub-raças.
São em número de sete as cores do arco-íris. O Pai, o Lo-
gos, é fonte de todas as cores e de todas as vibrações, as quais
reunidas geram a luz branca do Sol. Manifestando-se na Trin-
dade Superior nas cores primárias, Azul, Amarelo e Vermelho
(raios), elas se refletem sobre cada um dos sete chacras ou
centros magnéticos do homem. E cada raio está intimamente
ligado a um chacra, cujo desenvolvimento representa o nível
de consciência do Ser encarnado.
Cada Ser tem ligação direta com um Raio, com o qual
se identifica e possui afinidade, como esclarece Leadbeater99:
“Embora cada um de nós pertença a um Raio – o canal através
do qual ele, como Mônada, fluiu do Eterno para o Tempo -,
ainda assim temos dentro de nós um pouco de todos os Raios
(...) Somos literalmente compostos de suas substâncias – não
de um, mas de todos, embora sempre um deles predomine.
Dessa forma, não há o mínimo movimento de nenhum desses
grandes Anjos Estelares que possa ocorrer sem nos afetar em

diferentes. Quanto mais sutis, mais pétalas têm (com exceção do chacra
frontal).
98  Pitágoras ouvia esta música das esferas cósmicas, onde as vibrações,
com variadas frequências, compunham uma verdadeira orquestra divina que
traduzia, com os seus sons maravilhosos, a alegria do trabalho constante e
ininterrupto do Pai Celestial
99  In: “Os Mestres e a Senda”, ed. Teosófica, 1986, p. 303.
111
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

alguma medida, pois somos ossos de seus ossos, carne de sua


carne e Espírito de seus Espíritos”.
Sete também representa a reunião da Trindade Superior
que age sobre o Quaternário inferior. Assim, ele simboliza o
homem com todas as suas possibilidades de evolução. Os três
corpos superiores formam um triângulo invertido (mental
superior, búdico e átmico) enquanto que os corpos inferio-
res (físico, etérico, emocional e mental inferior), dos planos
existenciais e experienciais da personalidade e os três chacras
inferiores, juntamente com do coração (de transição) estão
simbolizados por um quadrado (quaternário inferior).
Neste estágio evolutivo da humanidade planetária é ne-
cessário estar desenvolvido e atuante o chacra cardíaco (cha-
cra de transição), representante do Raio do Amor (filho) e
paulatinamente, os chacras da garganta (vontade) e o ajna
(terceiro olho), ligado ao Raio do Conhecimento e da Sabe-
doria (pai).
Transcendendo-se o chacra cardíaco, transcendemos
também o plano emocional e nos habilitamos a desenvolver
o chacra da garganta, vinculado ao Raio da Vontade (Espírito
Santo) e ao plano etérico, plano da próxima Ronda e Raio da
Nova Era. Com isso, abre-se a porta de entrada da tríade su-
perior (o plano mental superior) e paulatinamente, pelo me-
recimento, acessa-se a Vida Real, os planos espirituais (plano
mental superior, búdico ou intuitivo e átmico), tríade supe-
rior. Juntando-se os dois triângulos, tem-se uma estrela de
David100 (Ser Integral em Evolução).

100 O campo poligonal que se vê na Estrela de David, completa com os


SEIS campos constituídos por suas seis pontas, os SETE Princípios que
regem o Mundo Macroscópico. É interessante notar que este número SETE
representa a harmonia que resulta do equilíbrio estabelecido por elementos
dessemelhantes. Na Estrela de David, a ponta superior recebe, cabalisticamente,
112
CAPÍTULO III - O que Viemos Fazer no Planeta Terra?

Por sua vez, atuando na matéria, a personalidade encar-


nada (homem em evolução) é simbolizada por uma estrela de
cinco pontas101, que recebe as energias da terra e celestes-cós-
micas, em uma troca constante de vibrações, em busca da har-
monização-equilíbrio (mente, corpo e espírito). Cada ponta
simboliza um elemento (terra, água, fogo e ar) que atuam na
matéria juntamente com o homem (espírito), que é a cabeça
da estrela e traz o poder do discernimento.

o número QUATRO. A ponta superior direita, tem o número DOIS; a ponta


inferior direita recebe o número SEIS; o vértice do triângulo que está voltado
para baixo, tem o número TRÊS; a ponta inferior esquerda, recebe o número
CINCO e, finalmente, a ponta superior esquerda, tem o número UM. O SETE,
situado no polígono central, equilibra todos eles elementos dessemelhantes,
que se opõem dois a dois, formando, sempre, aquele número.
101 Símbolo do homem em evolução e da perfeição da natureza. Cada
ponta simboliza um elemento (terra, água, fogo e ar) que atuam na matéria
juntamente com o homem (espírito), que é a cabeça da estrela e traz o poder do
discernimento. Único símbolo permitido e usado pela Escola Pitagórica. Para
Pitágoras, Deus seria “O Grande Geômetra” e “Tudo são Números”. Leonardo
Da Vinci (1452-1519), no renascimento, trouxe novamente ao lume as ideias
milenares de Pitágoras, a exemplo do Homem Vitruviano (1490), onde aplica a
proporção áurea. A proporção áurea ou divina proporção, baseada no número
grego ‘phi’ (1,618), demonstra que em tudo e no todo (UNIVERSO) – micro
e macro (no homem, em seu próprio corpo; nos minerais; nos vegetais; nos
animais e no cosmos) atua a mesma lei.
113
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

A estrela de cinco pontas é a estrela de Salomão ou pi-


tagórica e o símbolo de Sírius: O “sol por trás do sol”. Se o
sol mantém a vida no mundo físico, Sírius mantém o mundo
espiritual. É a “verdadeira luz” que brilha no Oriente, a luz
espiritual.
A respeito, escreveu Bailey102:
“Esta é a grande estrela da iniciação porque nossa Hierarquia (uma
expressão do segundo aspecto da divindade) está sob a supervisão
ou controle magnético espiritual da Hierarquia de Sirius. Estas são as
principais influências de controle pelo qual o Cristo cósmico trabalha
sobre o princípio de Cristo no sistema solar, no planeta, no homem e
nas formas mais baixas de expressão da vida. É esotericamente chamada
de ‘estrela brilhante da sensibilidade’”.

O Ser Humano em Evolução, portanto, seria a união de


duas estrelas, a de seis (David) e a de cinco pontas (de Salo-
mão ou pitagórica).
Olhando com os olhos do espírito, pode-se visualizar
a rede cósmica multidimensional evolutiva, formando uma
mandala, onde o centro é o Pai Celestial (UM), de onde saem
as forças involutivas e evolutivas.

102  In: “Astrologia Esotérica”, volume do Tratado dos Sete Raios, publicado
pela Association Lucis Trust, Genebra, Suíça.
114
CAPÍTULO III

A rede (ou teia) desta mandala é interligada ao infinito.


Cada hierarquia, logos solar e planetário, e seres em evolução
formam um triângulo vibratório, que interligado a outras hu-
manidades, hierarquias e logos, resultam numa maravilhosa
mandala multidimensional.
Cada Logos Solar envia suas radiações e vibrações de
vida, amor e harmonia, recebendo-as de volta, infinitamente.
Essa teia onde todos são UM, é uma rede interconectada de
vibrações e radiações, com fluxos ascendentes e descenden-
tes (involutivos e evolutivos), composta por planos e degraus
evolutivos distintos.
Cada Ser em Evolução é um microcosmo no qual atuam
as mesmas leis do macro (7 princípios herméticos) os quais
podem ser observados atuantes no sistema evolutivo.
O Ser encarnado possui no campo etérico vórtices ener-
géticos que o ligam com a espiritualidade, fazem a ponte entre
o mundo material e espiritual. Atuam nele duas forças opos-
tas e correspondentes (da Terra e do Céu).
A Terra (mãe) possui em seu centro um foco de energia
que faz a contraparte para a energia celeste-cósmica (pai).
Duas pirâmides energéticas (cones ou vórtices energéticos),
campos interdimensionais, atuam em cada indivíduo, uma
virada para os centros inferiores, que tem a função de cap-
tar a energia espiritual descendente (da mônada) e outra vi-
rada para os centros superiores que tem a função de captar
a energia-terra (materializante). A primeira gira no sentido
anti-horário e a última no sentido horário, assim como nos-
sos chacras.
O chacra coronário e o básico fazem a ancoragem destas
energias, que são recebidas pelos cinco centros energéticos
céu e terra, acima do chacra coronário e abaixo do básico. O

115
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

equilíbrio destas forças se faz pelo chacra básico (genitais),


responsável pela reprodução, materialização e desmateria-
lização dos corpos. O ponto onde estas duas forças conver-
gem é o períneo, onde as primeiras células corporais se re-
produzem.
A Energia-Terra (mãe) faz o controle da materialização
e desmaterialização dos corpos e sincroniza o Ser encarnado
com o espaço-tempo no planeta.
Quando as pirâmides (campos interdimensionais) não
estão despertos, o ser encarnado não pode atrair a energia
superior, espiritual da mônada e se identifica com a terceira
dimensão, tendo uma vida voltada para a satisfação material.
O despertar dos campos interdimensionais se faz pelo
desenvolvimento do chacra cardíaco, agente do processo de
evolução-ascensão, sendo o coração, nosso centro de equilí-
brio e harmonia.
A entrega desinteressada do Homem em Evolução à seu
Deus interno (Espírito), e o profundo e sincero amor ao Pai,
estabelecem os requisitos para que comece o processo de as-
censão, ativando-se a energia Kundalini (Raio da Vontade Di-
vina – Espírito Santo).
Pouco a pouco, o Homem começa a ter acesso às dimen-
sões superiores (alinha-se, sincroniza-se, com elas), condu-
zindo-o à harmonia e felicidade real. Passa, então, a estar do
“mundo”, mas não ser, não mais pertencer, ao “mundo”.

116
CAPÍTULO IV

Para Onde Vamos?


O Futuro da Humanidade Terrena

“Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um pe-


ríodo de transformação e que a Terra tem que se elevar na hie-
rarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras;
vede, ao contrário, a execução de uma das grandes leis fatais do
Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade huma-
na.” (Arago, in: “A Gênese”, de Allan Kardec)
“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicode-
mos, Príncipe dos Judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-
lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for
com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino
de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer,
sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de
sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o
que é nascido do espírito é espírito.” (João 3:1-6)
“Poderão passar o céu e a terra, mas de forma alguma
passará da lei um só i ou um só til, sem que tudo se cumpra.”
(Mateus, 5:18)
117
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

IV.1 – A Transição Planetária


O planeta, assim como nós, está em processo de transi-
ção interdimensional.
Estamos encerrando um ciclo cósmico de cerca de
25.000 anos103.
Allan Kardec, no Livro “A Gênese”104, a esse respeito ex-
plica que:
“Além do seu movimento ânuo em torno do Sol, origem das estações, do
seu movimento de rotação sobre si mesma em 24 horas, origem do dia e
da noite, tem a Terra um terceiro movimento que se completa em cerca
de 25.000 anos, ou, mais exatamente, em 25.868 anos, e que produz o
fenômeno denominado, em astronomia, de preces - são dos equinócios
(cap. V, nº 11). Este movimento, que não se pode explicar em poucas
palavras, sem o auxílio de figuras e sem uma demonstração geométrica,
consiste numa espécie de oscilação circular, que se há comparado à
de um pião a morrer, e por virtude da qual o eixo da Terra, mudando
de inclinação, descreve um duplo cone cujo vértice está no centro do
planeta, abrangendo as bases desses cones a superfície circunscrita pelos
círculos polares, isto é, uma amplitude de 23 e ½ graus de raio.”

E continua:
“Desse movimento cônico do eixo, resulta que os polos da Terra não
olham constantemente os mesmos pontos do céu; que a Estrela Polar
não será sempre estrela polar; que os polos gradualmente se inclinam
mais ou menos para o Sol e recebem dele raios mais ou menos diretos,
donde se segue que a Islândia e Lapônia, por exemplo, localizadas sob
o círculo polar, poderão, em dado tempo, receber raios solares como
se estivessem na latitude da Espanha e da Itália e que, na posição do
extremo oposto, a Espanha e a Itália poderão ter a temperatura da
Islândia e da Lapônia, e assim por diante, a cada renovação do período
de 25.000 anos”.

103  Há 12 constelações ou signos zodiacais de 30º (graus) cada um. O sol


atravessa cada signo em 2160 anos. O ano cósmico tem 25.920 anos.
104  p. 181 a 183 (2001).
118
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

Ramatís, sobre o fim de ciclo que estamos vivenciando,


também escreveu por meio do médium Hercílio Maes:
“Cada signo zodiacal dura exatamente 2.160 anos, e um Grande Ano
Astrológico compreende a passagem completa do Sol pelos 12 signos,
perfazendo, então, 25.920 anos. O antigos atlantes não se referiam
ao Grande Plano nem ao Manvantara, mas ao ‘Supremo Giro de Ra’,
ou seja, o ‘Supremo Giro do Sol’, que devia compor-se exatamente de
2.160 anos, conforme a tradição astrológica, dois milhões de signos
somam 4.320.000.000 de anos terrestres, ou seja, um Grande Plano ou
Manvantara.”

E explica que o fim de ciclo culminará na verticalização


do eixo da Terra:
“A verticalização do eixo da Terra quando for percebida será
incondicionalmente atribuída à periodicidade espontânea dos
movimentos naturais do orbe. Dificilmente vossa ciência haverá de
aceitar a ‘absurda’ notícia da aproximação de um planeta desconhecido
nas cartas astronômicas (...); “sua órbita é oblíqua sobre o eixo
imaginário do vosso orbe e o seu conteúdo magnético, poderosíssimo,
atuará tão fortemente que obrigará, progressivamente, à elevação do
eixo terráqueo (...). Trata-se de um planeta impregnado de magnetismo
primário, muitíssimo vigoroso, cuja aura radiativa, devido à estrutura
mineral do seu núcleo, ultrapassa de 3.200 vezes o potencial da aura
astro-etérea do vosso globo! Ele trafega numa órbita que exige 6.666 anos
para completar o seu circuito e, mediante o seu próprio magnetismo e
as coordenadas de forças que se cruzam no vosso sistema solar, tange a
órbita terrestre, formando um ângulo de poderosa atração magnética”.

A chegada de um astro intruso e a verticalização do eixo


da Terra é tratada, também, por Roger Feraudy em sua obra
“Erg, o Décimo Planeta” e pelo Espírito Lucius na obra “Her-
deiros do novo mundo”, psicografada por André Luiz Ruiz,
assim como Trigueirinho Netto no livro “Erks”, do qual ex-
traio o seguinte trecho:

119
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

“John White105 cita alguns fatores que podem contribuir para que
o eixo da Terra mude sua inclinação. Entre os naturais e inerentes à
própria evolução, ele cita: o alinhamento da Terra com planetas e
estrelas que exerçam sobre ela grande atração; a passagem de outros
corpos celestes, junto dela, que produza esse mesmo efeito; impactos
físicos com outros corpos; mudanças na radiação que ela recebe do Sol;
derretimento do gelo dos seus pólos; mudanças em sua superfície física
com deslocamentos consideráveis de terra; desaparecimento de núcleos
magnéticos e surgimento de outros em novos locais, terremotos ou
erupções vulcânicas muito violentas.”

Entre os fatores acarretados pelo homem, White enu-


mera: poluição atmosférica; extrações, perfurações e repre-
samentos; testes nucleares; guerras nucleares; forma-pensa-
mento; intervenção de formas de vida mais elevadas.
A propósito da ação das formas-pensamento, diz H. P.
Blavastky: ‘Os pensamentos e os motivos são matérias-pri-
mas, às vezes, de maneira incrível, uma força material’”.
Estamos, pois, em transição (interna, transmutacional,
planetária e interdimensional), como afirma Kardec:
“A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas
gerações. Colocadas no ponto intermédio, assistimos à partida de uma
e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos
caracteres que lhes são peculiares.”106

E continua:
“O progresso da humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei.
Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir
um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por
DEUS, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam
para a maturação dos frutos e sua colheita.”107

105 In: “Pole Shift”, A.R.E. Press, Virgina Beach, Virginia, USA; apud:
Trigueirinho Netto, “Erks: Mundo Interno”, ed. Nova Cultural, p. 17.
106  Allan Kardec, “A Gênese” (2001), capítulo XVIII, p. 419.
107  Allan Kardec, “A Gênese”, p. 402.
120
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

Sobre a época de transição que estamos a atravessar, tra-


go ao lume entrevista realizada no ano de 1956108, pela LBV
(Legião da Boa Vontade), recentemente republicada pela “Re-
vista Espírita Allan Kardec”, em sua edição de nº 43, na qual
Emmanuel, por meio do médium Chico Xavier corrobora o
que foi aqui tratado. ‘Emmanuel fala sobre Ramatís’:
“Logo que apareceram as primeiras publicações da “Conexão de
Profecias”, de Ramatís [atualmente com o nome “Mensagens do
Astral”], fomos a Pedro Leopoldo, a fim de ouvir a palavra autorizada
de Emmanuel, através daquele aparelho maravilhoso que é Francisco
Cândido Xavier. Isto, porque o que era dito pelo espirito de Ramatís,
parecia-nos perfeitamente lógico. Mas, como constituía novidade, não
queríamos aceitar de pronto algo que não passasse pelo crivo de várias
manifestações mediúnicas, através de diversos aparelhos.
Desta forma, munidos do aparelho de gravação em fita, fomos atendidos
gentilmente pelo médium, que respondeu às perguntas que fazíamos,
repetindo as palavras da resposta, que eram ditadas por Emmanuel. A
gravação foi feita no dia 5 de janeiro de 1954. Conservamos até hoje
o rolo gravado em nosso poder. Passamos a estampar as perguntas e
respectivas respostas.
Pergunta: – Poderíamos ter alguns informes a respeito de Antúlio?
Chico Xavier: – Vejo, aqui, nosso diretor espiritual, Emmanuel, que
nos diz que um estudo acerca da personalidade de Antúlio exigiria
minudências relacionadas com a história, no espaço e no tempo, que,
de imediato, não podemos realizar. De modo que, tão somente, pode
afiançar-nos que se trata de uma entidade de elevada hierarquia, no plano
espiritual; vamos dizer; um ASSESSOR, ou um daqueles ASSESSORES,
que servem nos trabalhos de execução do plano divino, confiado ao
Nosso Senhor JESUS CRISTO, para a realização do progresso da Terra,
em geral.
Esclarece nosso amigo que JESUS CRISTO, como GOVERNADOR
de nosso mundo, no sistema solar, conta, naturalmente, com grandes
instrutores, para a evolução física e para a evolução espiritual, na
organização planetária. E, subordinados a esses ministros, para o

108  In: “Revista Boa Vontade”, Ano 1, nº 4 – Outubro de 1956.


121
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

progresso da matéria e do espirito, no plano que nós habitamos


presentemente, conta Ele com uma assembleia de múltiplos
INSTRUTORES, de variadas condições, que lhe obedecem as ordens
e instruções, numa esfera, cuja elevação, de momento, escapa à nossa
possibilidade de apreciação. Antúlio forma no quadro destes elevados
servidores.
Pergunta: – Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que se
avizinha, segundo a predição de Ramatís?
Chico Xavier: – Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto
alusivo à aproximação de um Planeta ou de Planetas, da zona – ou
melhor da aura da Terra – deve, naturalmente, basear-se em estudos
científicos, que possam saciar a curiosidade construtiva das novas
gerações renascentes no mundo.
O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração
da ciência e da observação de nossos dias. Razão por que pede ele que
não nos detenhamos na expressão física dos acontecimentos que se
vizinham, para marcar maiores acontecimentos – acontecimentos esses
de natureza espetacular – na transformação do plano em que estamos
estagiando, no presente século.
Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências
matemáticas, serão portadoras, naturalmente, de ilações, conclusões da
mais alta importância para os nossos destinos, no futuro próximo.
Pergunta: – Pode Emmanuel dizer-nos algo a respeito da verticalização
do eixo da Terra e das transformações que esta sofrerá, segundo Ramatís?
Chico Xavier: – Afirma nosso Orientador espiritual que não podemos
esquecer que a Terra, em sua constituição física, propriamente
considerada, possui os seus grandes períodos de atividade e de repouso.
Cada período de atividade e cada período de repouso da MATÉRIA
PLANETÁRIA, que hoje representa o alicerce de nossa morada
temporária, pode ser calculado, cada um, em duzentos e sessenta
mil (260.000) anos. Atravessando o período de repouso da matéria
terrestre, a vida se reorganiza, enxameando de novo, nos vários
departamentos do Planeta, representando, assim, novos caminhos
para a evolução das almas.
Assim sendo, os GRANDES INSTRUTORES da Humanidade, nos
PLANOS SUPERIORES, consideram que, desses 260.000 anos de
atividade, 60 a 64 mil anos são empregados na reorganização dos
pródomos da vida organizada.

122
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças que, como


grandes quadros, enfeixam assuntos e serviços, que dizem respeito à
evolução do espírito domiciliado na Terra.
Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa Casa
Planetária, temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos.
Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra, cujos
traços se perderam, por causa de seu primitivismo.
Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como
portadora de uma inteligência algo mais avançada, detentora de valores
mais altos, nos domínios do espírito.
Após a raça Lemuriana – em seguida aos 28.000 anos de trabalho
lemuriano propriamente considerado – chegamos ao grande período
da raça Atlântida, era outros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual
a inteligência do mundo se elevou de maneira considerável.
Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça Ariana.
Podemos considerar essas raças, como grandes ciclos de serviços, em
que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa
permanência na crosta do planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento
espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de
nossas grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros.
Assim considerando, será mais significativo e mais acertado, para nós,
venhamos a estudar a transformação atual da Terra sob um ponto de
vida moral, para que o serviço espiritual, confiado às nossas mãos e
aos nossos esforços, não se perca em considerações, que podem sofrer
grandes alterações, grandes desvios; porque o serviço interpretativo da
filosofia e da ciência está invariavelmente subordinado ao Pensamento
Divino, cuja grandeza não podemos perscrutar.
Cabe-nos, então, sentir, e, mais ainda, reconhecer, que os fenômenos
da vida moderna e as modificações que nosso “habitat” terreal vem
apresentando nos indicam a vizinhança de atividades renovadoras, de
considerável extensão.
Daí esse afluxo de revelações da vida extraterrestre, incluindo sobre as
cogitações dos homens; esses apelos reiterados, do mundo dos espíritos;
essa manifestação ostensiva, daqueles que, supostamente mortos na
Terra, são vivos na eternidade, companheiros dos homens em outras
faixas vibratórias do campo em que a humanidade evolui.
Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da vida espiritual,
devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente
século, a urgência do aproveitamento das lições de JESUS. Elas deverão
ser apreciadas em si mesmas, e examinadas igualmente no exemplo e

123
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

no ensinamento de todos aqueles que, em variados setores culturais,


políticos e filosóficos do globo – lhe traduzem a vontade divina, que na
essência é sempre a nossa jornada para o Supremo Bem.
*Os termos da comunicação obtida em Curitiba [a “Conexão de Profecias”,
de Ramatís] são de admirável conteúdo para a nossa inteligência, de vez
que, realmente, todos os fatos alusivos à evolução da Terra, e referentes a
todos os eventos, que se relacionam com a nossa peregrinação para a vida
mais alta, estão naturalmente planificados, por aqueles MINISTROS de
Nosso Senhor JESUS CRISTO; os quais, de acordo com Ele, estabelecem
programas de ação para a COLETIVIDADE PLANETÁRIA, de modo a
facilitar-lhe os vôos para a divina ascensão.
Embora, porém, esta mensagem, por isso mesmo, seja digna de nosso
melhor apreço, contudo, na experiência de companheiro mais velho,
recomenda-nos nosso Orientador Espiritual (Emmanuel) um interesse
mais efetivo, para a fixação de valores morais em nossa personalidade
terrena, de conformidade com os padrões estabelecidos no Evangelho
de nosso Divino Mestre. Porque, para nossa inteligência, os fenômenos
renovadores da existência que nos cercam têm qualquer coisa de
sensacional, de surpreendente, nosso coração de inclinar-se, humilde,
diante da Majestade do Senhor, que nos concede tantas oportunidades
de trabalho, em nós mesmos, a revelação dos grandes acontecimentos
porvindouros; novo soerguimento íntimo, novo modo de ser, a fim de
que estejamos realmente habilitados a enfrentar valorosamente as lutas
que se avizinham de nós, e preparados para desfrutar a Nova Era que,
qual bonança depois da tempestade, facilitará nossos círculos evolutivos.
Será, todavia, muito importante encarecer, que não devemos reclamar,
do TERCEIRO MILÊNIO, uma transformação absolutamente radical,
nos processos que caracterizam, por enquanto, a nossa vida terrestre.
O prazo de 47 anos (1953-2000) é diminuto, para sanar os desequilíbrios
morais, de tantos séculos, em que o nosso campo coletivo e individual
adquiriu tantos débitos, diante da sabedoria e diante do amor, que
incessantemente apelam para nossa alma, no sentido de nos levantarmos,
para um clima mais aprimorado da existência.
Não podemos esquecer, que grandes imensidades territoriais, na
América, na África e na Ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho.
Não podemos olvidar, também, que a Europa, superalfabetizada,
se encontra num Karma de débitos clamorosos, à frente da LEI, em
doloroso expectação, para o reajuste moral, que Ihe é necessário.
Aqui mesmo, no Brasil, numa nação com capacidade de asilar
novecentos (900) milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos

124
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

de evolução, mal estamos – os espíritos, encarnados na Terra em que


temos a bênção de aprender ou recapitular a lição do Evangelho – mal
estamos passando das faixas litorâneas.
Serviços imensos esperam por nossas almas no futuro próximo.
E, se é verdade que devemos aguardar, em nome de Nosso Senhor
JESUS CRISTO, condições mais favoráveis para a estabilização da
saúde humana, para o acesso mais fácil às fontes da ciência; se nos
compete a obrigação de esperar o melhor para o dia de amanhã cabe-
nos, igualmente, o dever de não olvidar que, junto desses direitos,
responsabilidades constringentes contam conosco, para que o Mundo
possa, efetivamente, atender ao programa Divino, através, não somente
da superestrutura do pensamento científico – que é hoje um teto
brilhante para os serviços de inteligência do mundo – mas também,
através de nossos corações, chamados a plasmar uma vida, que seja
realmente digna de ser vivida por aqueles que nos sucederão nos tempos
duros; entre os quais, naturalmente, milhões de nós os reencarnados
de agora, formaremos, de novo, como trabalhadores que voltam para
o prosseguimento da tarefa de auto acrisolamento, para a ascensão
sublime, que o Senhor nos reserva.
Considerando, assim, a questão sob este prisma, cabe-nos contar com
o concurso da ciência, no setor das observações de ordem material;
com a evolução dos instrumentos de óptica; com o avanço dos
processos de exame, na esfera da QUÍMICA PLANETÁRIA, na qual os
mundos podem ser analisados, como ÁTOMOS DA AMPLIDÃO DE
UNIVERSOS, que se sucedem uns aos outros, no infinito da Vida.
Será lícito, então, esperar que certas afirmativas, referentes a vida
material, se positivem satisfatoriamente, para mais altas concepções
da MENTE PLANETÁRIA; de vez que, muito breve, o homem estará
ligado à glória da RELIGIÃO CÓSMICA, da Religião do Amor e da
Sabedoria, que o CRISTIANISMO RENASCENTE, no Espiritismo de
hoje, edificará para a Humanidade, ajustando-a ao concerto de bênçãos,
que o grande porvir nos reserva.
Pergunta: – Foi, de fato, há 37.000 anos que submergiu a Atlântida?
Chico Xavier: – Diz nosso Amigo (Emmanuel) que o cálculo é,
aproximadamente, certo, considerando-se que as últimas ilhas, que
guardavam os remanescentes da civilização atlântida, submergiram,
mais ou menos, 9 a 10 mil anos, antes da Grécia de Sócrates.

125
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Pergunta: – Acha nosso irmão que a Mensagem de Ramatís deva ser


divulgada com amplitude?
Chico Xavier: – Diz nosso Orientador que a Mensagem é de elevado
teor… E todo trabalho organizado com o respeito, com o carinho e com a
dignidade, dentro dos quais essa Mensagem se apresenta, merece a nossa
mais ampla consideração, de vez que todos nós, em todos os setores,
somos estudiosos, que devemos permutar as nossas experiências e as
nossas conclusões para a assimilação do progresso, com mais facilidade
em favor de nós mesmos”.

IV.2 – A Humanidade do Terceiro Milênio: A Era


da Fraternidade e do Serviço.
“Mesmo hoje, debaixo dos nossos olhos, as novas raças estão preparando-
se para serem formadas, e é na América que terá lugar a transformação, e
esta já começou silenciosamente” (H.P. Blavatsky109).

O planeta sai da Era de Provas e Expiações entra na Era


de Regeneração e na quarta dimensão.
Nós, seus habitantes, devemos nos adequar à nova fre-
quência vibracional que está aos poucos sendo sentida. Exis-
tem homens já focados na quarta e até na quinta dimensão, e
outros que permanecerão na terceira, os quais não terão mais
o privilégio de aqui permanecer.
Aqueles que estiverem focados no Ego e na Personalida-
de permanecerão no Plano Astral (emocional) e no “mundo”
de Provas e Expiações, de reencarnações compulsórias, inse-
ridos na “Roda de Samsara”, num “bate e volta” reencarnató-
rio. Nesse panorama, a terceira dimensão será ainda a “rea-
lidade” sentida pelos sentidos (o mundo que é criado pelos
pensamentos), onde há o conflito Homem x Espírito.

109  In: “O livro perdido de Dzyan”, São Paulo, ed. Pensamento, 2009, p. 166.
126
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

Sendo assim, entrando a Terra na quarta dimensão,


aqueles que não despertarem, não transcenderem o plano as-
tral e todas suas mazelas, não terão se libertado da vida egói-
ca e evidentemente não poderão permanecer no planeta, que
passa a ser de Regeneração.
Aqueles que tiverem despertado para a realidade da
Vida, realizado a limpeza mental e a Reforma Íntima, perma-
necerão no planeta e acessarão o estado de Amor-Sabedoria, a
Consciência Cósmica, que é conseguida pelo desenvolvimen-
to do hemisfério direito de nosso cérebro, pelo despertar da
intuição, que nada mais do que o “re-ligare” do Ser Humano
ao seu Espírito Imortal, quando então transcende-se o livre
-arbítrio, pela “entrega” da personalidade humana (Homem)
ao seu Ser Real (Espírito Imortal) em Evolução.
As características do terceiro milênio estão evidenciadas
no capítulo XXI do Apocalipse de João, quando fala de uma
Nova Jerusalém110, símbolo de uma nova civilização formada
por almas selecionadas pelo Amor.
A seleção já está sendo realizada de acordo com a fre-
quência vibracional de cada um, que determina em que
“mundo” cada Ser está. Quem sintoniza o Amor, a Harmonia,
as Leis Divinas, está apto a permanecer no planeta. Esta é a
escolha do joio e do trigo, predita na Bíblia111.

110  “Depois vi um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira
terra tinham desaparecido e o mar já não existia mais. Vi também a cidade
santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus. Ela estava vestida
como uma noiva enfeitada para o seu marido. Então ouvi uma voz forte que
vinha do trono, dizendo: — Agora, a morada de Deus vai ser com os homens.
Deus habitará com eles e eles serão povos de Deus. Então, o próprio Deus
estará com eles e Ele lhes será por Deus” (Apocalipse, 21: 1-3).
111  Kardec explica que “tendo que reinar na Terra o bem, necessário é
sejam dela excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que lhe possam
acarretar perturbações. Deus permitiu que eles aí permanecessem o tempo
127
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

A missão deste momento de Transição para a Nova Era


e para este Novo Ciclo é resgatar a intuição, a união do cor-
po, mente e espírito, a expansão da consciência, a fim de que
haja o re-ligare, tornando-nos UM conectados (Personalida-
de, Alma e Espírito), implantando-se uma era de felicidade e
fraternidade na Terra:
“A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social; mas não
há fraternidade real, sólida, efetiva, senão assente em base inabalável
e essa base é a fé, não a fé em tais dogmas particulares, que mudam
com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto
anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo, mas
a fé nos princípios fundamentais que toda a gente pode aceitar e
aceitará: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinido, a
perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os homens
estiverem convencidos de que Deus, soberanamente justo e bom, nada
de injusto pode querer; que não dele, porém dos homens vem o mal,

de que precisavam para se melhorarem; mas chegado o momento em que


pelo progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender
na hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e
desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se
achavam em condições de aí receber. Serão exilados a mundos inferiores, como
foram outrora para Terra os da raça adâmica, vindo a substituí-los Espíritos
melhores. Essa separação, a que Jesus presidirá, é que se acha figurada por
estas palavras: ‘Os bons passarão à minha direita e os maus à minha esquerda
(...). “O juízo, pelo processo da emigração, conforme ficou explicado acima, é
racional; funda-se na mais rigorosa justiça, visto que conserva para o Espírito,
eternamente, o seu livre arbítrio; não constitui privilégio para ninguém; a
todas as suas criaturas, sem exceção alguma, concede Deus igual liberdade de
ação para progredirem; o próprio aniquilamento de um mundo, ocasionará
à marcha progressiva do Espírito. Tais as consequências da pluralidade dos
mundos e da pluralidade de existências. Segundo, essa interpretação, não é
exata a qualificação de juízo final, pois que os Espíritos passam por análogas
fieiras a cada renovação dos mundos por eles habitados, até que atinjam certo
grau de perfeição. Não há, portanto, juízo final propriamente dito, mas juízos
gerais em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos
mundos, por efeito das quais se operam as grandes emigrações e imigrações
de Espíritos” In: “A Gênese”, p. 407 a 409.
128
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

todos se considerarão filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos


uns aos outros”112 Grifei.

Finais de eras são marcantes historicamente e trazem


mudanças, que alavancam o progresso da próxima, como
bem explica Leadbeater113:
“Há uma dupla mudança acontecendo agora, pois em acréscimo à
modificação da influência do Raio há também o início da sexta sub-raça,
que traz intuição e sabedoria, combinando tudo o que há de melhor na
inteligência da quinta sub-raça e na emoção da quarta”.

O Mestre kuthumi (atual Mestre ou Chohan do Se-


gundo Raio – da Sabedoria), será o “instrutor do mundo” da
Sexta Raça, como afirma Leadbeater114. Por sua vez, Alice A.
Bailey, no seu “Tratado sobre o Fogo Cósmico”, afirma que
Maitreya115 é o atual cristo cósmico e continuará ainda nesta
função na era que se inicia.
Aliado a isso, em cada era instrutores ou Mestres do
mundo espiritual são encarregados para reger a humanidade.
Na Era de Touro, Hermes (Thoth) foi seu regente, tra-
zendo ao mundo a sabedoria ancestral que hoje resgatamos,
tendo seus ensinamentos como base a Unidade da Vida e do
Universo.

112  In: “A Gênese”, p. 409.


113  In: “Os Mestres e a Senda”, p. 321.
114  A respeito, vide: “Os Mestres e a Senda”, p. 321.
115  Maitreya tem sido o “Cristo” nos últimos 2.600 anos e ainda seguirá
nessa função durante toda a Era de Aquário. Na Palestina, há cerca de 2 mil
anos, Maitreya trabalhou através de sua manifestação, Jesus. Desde o batismo
de Jesus no rio Jordão até sua crucificação, a consciência de Maitreya (raio
Crístico) se fez presente em Jesus. Dessa forma, Maitreya pode assim revelar
ao mundo a grande força espiritual a que chamamos Amor.
129
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Já a Era de Áries teve como líder espiritual Moisés,


quem trouxe aos homens o decágolo e a crença em um Deus
único. Entretanto, de acordo com os Dez Mandamentos, esse
Deus era alguém antropomorfo a quem se devia temer. A Era
de Áries foi a era do “Pai”, Raio da Sabedoria.
A Era de Peixes, que estamos a transcender, está vin-
culada ao sexto Raio (Devoção) e tem como representante o
Mestre Jesus. Jesus, canalizando o Cristo, veio nos ensinar o
Amor Universal, a termos Fé e a sermos Solidários. As palavras
de Jesus deram início ao processo de “despertar espiritual” do
Homem, nos mostrando a Unidade da Vida, que é o objetivo
final da obra, como dito por Jesus e até hoje é pouco entendi-
do por seus ouvintes: “Eu e o Pai somos Um” (Jo 10:30). A Era
de Peixes foi a era do “Filho”, Raio do Amor.
Após o advento de Jesus Cristo, desenvolveram-se as re-
ligiões, com seus sectarismos, em torno de um padre ou pas-
tor que guiava os seus fiéis.
A Era atual, que já se iniciou, a de Aquário, de Regene-
ração, está vinculada ao sétimo raio solar (da transmutação,
da consciência da unidade, do grupo, do resgate do ritual116

116  André Louro de Almeida define de forma clara que seria “ritual”:
“Postura da personalidade e alinhamento da consciência, voluntariamente
assumida, na qual os modos do ser pessoal são ajustados à vibração do espírito.
Quando emulamos Deus tornamo-nos vasos da Sua energia. Pela mimese
entre o consciente e a mônada canais poderosos de redenção são abertos na
Terra. O estado ritual, de elevado foco, tensão ígnea e concentração criativa,
permite, pela sincronia entre o modo humano e conjunturas energéticas de
grande amplitude a participação do homem nos ritmos e ciclos do cosmos,
a sacralização da sua vida e a purificação de toda distorção e a plenitude da
existência. Ritual difere de ritualismo e de cerimonialismo, no sentido em que o
verdadeiro estado ritual é interior, orante e silencioso, dispensando geralmente,
mas não sempre, formas e posturas externas. O ritualismo corresponde a
uma fixação da consciência em um ritual predeterminado, cuja dinâmica do
ser interno pode já ter superado. O ritual, pelo contrário, nasce no coração,
130
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

sagrado, em essência divino) e tem como representante o


Mestre Saint Germain (7º Raio – violeta), sendo o regente
da próxima sub-raça o Raio da Vontade Divina [1º Raio – Es-
pírito Santo, Mestre Morya].
Nesta nova fase que se inicia, portanto, o Homem terá
que “nascer de novo”, reformular seus paradigmas e crenças,
tornando-se um Ser Integral e equilibrado (corpo, mente e
espírito) e “(...) o equilíbrio é chamado Yoga” (O Bhagavad
Gita).
De acordo com o ensinamento de Gandhi117:
“Aquele que alcançou uma mente equilibrada por meio da devoção,
conhecimento e serviço, não só obtém o fruto de seus bons atos, como
também alcança a salvação”.

Esse “renascer”, é a iniciação, o contato com o “Deus in-


terno”, a abertura do processo de individuação, o despertar da
consciência para o fato de que somos um espírito imortal em
evolução, que a Vida Real é a Espiritual!
A nova Era é a Era do Serviço, e o SERVIÇO é a AÇÃO
do Ser UNO, unido ao seu Espírito, a manifestação da Von-
tade Divina neste plano. É, portanto, a Era do Homem que
acessa a Vontade Divina (1º Raio) e usa suas habilidades de-
senvolvidas pelo merecimento espiritual (dharmas) em prol
do Todo (Fraternidade). Por isso é importante estarmos pre-
parados para a Era de Regeneração que já se iniciou e que
sintonizemos nossos pensamentos, sentimentos e ações com
a Lei do Amor que rege o Universo, entrando em harmonia

renova-se constantemente e, mesmo que se apoie em um padrão familiar e


externamente apreendido, jamais se prende à forma ou aos resultados” (In:
“Terra última”, p. 652 e 653).
117  In: “Bhagavad–Gita, Segundo Gandhi”, ed. ícone, 2011, p. 97.
131
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

com ele, a fim de que uma Era de Fraternidade e Luz seja im-
plantada mais rapidamente sobre a Terra.
O princípio mental regerá o terceiro milênio e essa é a Era
para “o homem educar a sua vontade”, como afirma Ramatís.
Isso porque para poder ir além na escada evolutiva acessando
degraus mais altos, desenvolvendo os poderes divinos laten-
tes e poder ser “co-criador” do Grande Plano Divino, antes o
homem tem que ter educado sua Vontade (1º raio), regente
desta era. A Vontade deve vir imbuída de Amor-Sabedoria
para ser instrumento da Vontade Divina.
Para melhor elucidação, transcrevo aqui o escrito es-
plendidamente por Bailey118, acerca da nossa humanidade e
seu destino:
“A humanidade é o guardião do mistério oculto e a dificuldade consiste
no fato de que aquilo que o homem oculta do mundo está oculto também
em si próprio. Ele ignora a maravilha do que em si encerra e nutre. A
humanidade é o depositário do tesouro de Deus (este é o grande segredo
maçônico) porque somente no reino humano como têm evidenciado os
esoteristas há muito tempo, são encontradas em sua plena floração e em
conjunto, as três qualidades divinas. No homem, Deus o Pai, ocultou
o segredo da vida; no homem o Deus o Filho, ocultou os tesouros da
sabedoria e do amor; no homem, Deus o Espírito Santo, implantou o
mistério da manifestação (...).”
“A humanidade e só a humanidade pode revelar a natureza de Deus e da
vida eterna (...) Daí a exigência que nos é feita hoje (segundo as palavras
do grande mestre Cristão) de possuirmos em nós a “mente do Cristo”.
Esta mente deve habitar em nós e revelar-se na raça humana cada vez
com maior plenitude.”
E continua:
“A divindade deve ser vivida, expressa e manifestada para poder ser
compreendida. Deus deve ser amado, conhecido e revelado no coração
e no cérebro do homem para poder ser captado intelectualmente. A

118  In: “Psicologia Esotérica”, Vol. I, p. 274 a 276.


132
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

hierarquia dos místicos, dos conhecedores e dos adoradores de Deus


está manifestando esta verdade revelada no mundo do plano mental e
do plano emocional, hoje. Mas chegou a hora em que a manifestação
desta realidade pode, pela primeira vez e em verdade, manifestar-se no
plano físico, na forma de um grupo organizado (...)” Grifei”.
A hierarquia de Anjos e Santos, de Mestres, Rishis e de Iniciados pode
agora começar a organizar-se em forma material na terra porque hoje a
ideia de grupo ganha rapidamente terreno e a natureza da humanidade é
melhor compreendida. A Igreja de Cristo, até agora militante e invisível,
pode ser vista agora materializando-se lentamente e convertendo-se na
Igreja visível e triunfante. Esta é a glória futura da era de Aquário; esta é
próxima revelação do ciclo evolutivo e a tarefa do futuro imediato (...)”.
“Em muitas vidas ocorrerá, como poderemos observar, o que
simbolicamente se designa como “o nascimento do Cristo” ou o
segundo nascimento, ocorrendo em muitas vidas, produzindo na terra
um grande número de Seres renascidos espiritualmente. Serão esses
que terão conciliado conscientemente, e dentro de si, os dois aspectos,
alma e corpo, e consumado, assim o “casamento místico’ (...). É na
realização geral que o grupo como um todo terá êxito; o Cristo mais
uma vez aparecerá na terra, encarnado, desta vez, em muitos, e não
apenas em uma personalidade. Contudo, cada membro do grupo é um
Cristo em manifestação, e todos juntos apresentam o Cristo ao mundo e
constituem um canal para a força e para a vida crística”.

Sobre o segundo advento do Cristo, também, está escri-


to no Capítulo XVII de “A Gênese”119:
“Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que voltará à Terra
com um corpo carnal, nem que personificará o Consolador. Apresenta-
se com tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito
e o Demétrio e dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos
forem chegados”.

E arremata:
“E acontecerá no advento do filho do homem o que aconteceu ao tempo
de Noé (...)”.

119  Allan Kardec, “A Gênese”, p. 389 (2001).


133
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Assim, Cristo está em cada um de nós. Cabe a nós abrir-


mos a porta para que ele possa entrar. E essa porta é o cum-
primento da Lei do Amor. Para a consciência crística da “nova
era”, foi escrito o “Discurso da Terra”, de Maitreya (Cristo
Cósmico):
“(...) Os homens de hoje são os filhos do Sol, o Povo do Arco-Íris. E
esta é a visão que tendes hoje da Terra, na ótica da sexta Raça Raiz: a de
um planeta único. Por isto, todas as coisas devem ser redimensionadas
por esta visão cósmica. Por isto, tudo o que existe pode adquirir esta
perspectiva superior, contanto que seja trabalhado a partir desta visão
única de Totalidade. Em verdade, tudo o que existe deve apresentar esta
dimensão para adquirir verdade na nova Era. Detende-vos, portanto,
a imaginar que vós, como indivíduos, como famílias, como tribos,
como nações e como continentes, tendes todos hoje uma dimensão
cósmica (...)”.
“Não percais esta ideia de vista para que não percais a verdadeira
consciência atual. Consciência planetária é consciência cósmica. É
inadmissível que o homem se esqueça de sua nova dimensão, sob pena
de perda da realidade. É imprescindível que todo o ser humano honre
a nova perspectiva histórica e racial, para ser considerado um homem
verdadeiro ou um expoente da nova humanidade.”
“Nada que seja feito sem esta perspectiva única pode ter valor e
importância própria. Por isto é possível dar a outra face. Por isto é
possível entregar o seu manto” (Grifei).

Sobre o futuro da humanidade, também predisse o mé-


dium Chico Xavier120:
“(...) Então, teremos, quem sabe, a possibilidade de entrar em contato com
outras comunidades da nossa galáxia. Então, vamos, definitivamente,
encerrar o período bélico na evolução dos povos Terrestres, porque nós
vamos compreender que fazemos parte de uma família Universal,
que não somos o único mundo criado por Deus. O próprio Jesus, a
quem reverenciamos como nosso Senhor e Mestre, disse: ‘Há muitas

120  Fala de Chico Xavier na edição do Programa “pinga fogo”, de 1971, site visita-
do em 30 de janeiro de 2018: https://www.youtube.com/watch?v=ONZ-c6ssSqg.
134
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

moradas na casa de meu Pai’. Portanto, nós precisamos prestigiar a paz


dos povos, a tranquilidade de todos, com o respeito de todos, com a
veneração máxima pela ciência, para que nós possamos auferir esses
benefícios no futuro, talvez, mais próximo do que remoto. Se ‘nós
fizermos por merecer’” (Grifei).

Bailey121, acerca dos acontecimentos a ocorrerem na


Nova Era que se inicia, escreveu com muita propriedade:
“Outros raios cósmicos agirão sobre a terra à medida que for
aumentando a atividade do sétimo raio; o resultado da sua influência
será auxiliar o aparecimento dos novos tipos raciais e, sobretudo,
destruir o véu ou rede que separa o mundo visível e do tangível do
mundo do invisível e do intangível, o mundo astral. Assim como
há um véu chamado “rede etérica”, que divide os vários centros de
força do corpo humano e que protege os centros da cabeça do mundo
astral. Também há uma rede que separa o mundo da vida física do
mundo astral. Essa rede será destruída sobre o nosso planeta. A rede
etérica que se encontra entre os centros da coluna vertebral e no alto
da cabeça (protegendo o centro da cabeça) é destruída no mecanismo
do homem pela atividade de certas forças que se encontrem no fogo
misterioso a que chamamos o fogo Kundalini. Os raios cósmicos de
que o cientista moderno tem conhecimento, constituem aspectos da
Kundalini planetária e seu efeito será, no corpo do Logos Planetário, a
Terra, o mesmo que no corpo humano; a rede etérica entre os planos
físico e astral está em processo de destruição. É esse o evento que
os sensitivos do mundo e os espiritualistas profetizam como um
iminente acontecimento” (Grifei).

E continua:
“(...) dentro de pouco tempo o homem deverá atuar tão livremente no
plano astral e através da consciência astral, como agora o faz no plano
físico (...). Em breve, muitos estarão conscientes no corpo vital, começando
a sê-lo nos níveis mais elevados do plano astral; alguns poucos sê-lo-ão
no plano mental. Porém, grande número de pessoas estão preparadas
hoje para estarem plenamente conscientes no corpo astral e polarizadas;
quer inteiramente no plano mental, quer centradas na alma. Daí provém

121  In: “Um Tratado Sobre os Sete Raios, Vol I”, Publicado para Association
Lucis Trust, Genebra, Suíça, p. 325 e ss.
135
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

a maravilha e a dificuldade da época presente (...). Essa refocalização pode


ser mais rapidamente efetuada através do ritual científico da meditação
(pois isso é o que realmente ela é). Pela aplicação científica do ritual de
serviço a refocalização pode-se desenvolver ainda mais”.

Portanto, como adverte Bailey, a “refocalização” da men-


te em planos mais sutis por meio da prática da meditação,
desperta o Ser humano para a realidade da quarta dimensão.
O trabalho de preparação da humanidade para esse “des-
cortinar” da rede etérica planetária que há entre os planos fí-
sico e astral, a qual está em processo de destruição, está sendo
feito há cerca de um século, pelos Teosofistas, Espiritualistas
e especialmente pelos Espíritas, que estão desempenhando
o papel dos “trabalhadores da última hora”122, por meio de
seus trabalhos solidários e fraternos em todo o território na-
cional, efetuando desde palestras de instrução e passes mag-
néticos, até cirurgias espirituais.
Leadbeater em sua obra “O Plano Astral”123 descreveu de
forma bastante clara que o advento do Espiritismo no Século
XIX foi planejado na espiritualidade por dirigentes de uma
“Loja” formada por Mestres advindos de Atlântida, tributá-
ria de um dos grandes monarcas atlânticos (O Divino Senhor
da Porta de Ouro), de intenções puras e filantrópicas, com o
intuito de despertar o homem ocidental para a realidade da
Vida, preparando-nos para a Nova Era, no seu dealbar.
Está assim escrito na sua obra:
“Há pouco mais ou menos meio século, para contrabalançar a onda
rastejante de materialismo que ameaça afogar toda a espiritualidade na
Europa e na América, resolveram combatê-lo por métodos um tanto
quanto inéditos – de modo que oferecessem a qualquer indivíduo
dotado de raciocínio a oportunidade para obtenção da prova absoluta

122  A Bíblia Sagrada. Mateus, 20:1-16.


123  p. 99 e 100.
136
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

da existência de uma vida independente da do corpo, existência que


a Ciência se comprazia em negar. Os fenômenos exibidos não eram
em si absolutamente novos, visto que a história aqui e acolá, desta ou
daquela maneira, nos fala deles; mas a sua organização definida e o fato
de poderem ser provocados, por assim dizer, à ordem, deram-lhes um
caráter completamente inédito para o mundo moderno. O movimento
assim iniciado foi-se estendendo gradualmente até dar esse vasto edifício
do espiritismo moderno (...) certo é que realizaram o seu objetivo sob o
ponto de vista da conversão de grandes massas de gente, desviando-as da
descrença absoluta para a fé sólida em qualquer espécie de vida futura”.

A respeito, extrai-se dos Prolegômenos do Livro dos Es-


píritos, de Allan Kardec:
“Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência,
para uma manifestação universal, são chegados, e que, sendo os
ministros de Deus e os agentes de sua vontade, sua missão é instruir
e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da
Humanidade”.

O Brasil - onde floresceu o Espiritismo e a Umbanda


(advinda de Atlântida, dos Magos Brancos, mas com influên-
cias afro-brasileiras) – é o verdadeiro “Coração Planetário”,
que possivelmente receberá em suas terras imigrantes de to-
das as partes do planeta, como está escrito por Chico Xavier
no Livro “Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de
Humberto de Campos.
Já os planos do Mestre Jesus para o Brasil estão bem des-
critos no Livro de Ramatís: “Brasil, Terra da Promissão”, psi-
cografado por América P. Marques. Lá mostra-se todo o pano-
rama que culminou com o descobrimento do Brasil, mediante
inspiração, sob a supervisão do Mestre Jesus e seus assistentes.
Na obra “A Caminho da Luz”124 o mesmo destino nos é
mostrado por Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel:

124  Chico Xavier, “A Caminho da Luz” (Emanuel), ed. FEB, 1982, p. 107 a 110.
137
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

“Embora compelida a participar das lutas próximas, pelo determinismo


das circunstâncias de sua vida política, a América está destinada a
receber o cetro da civilização e da cultura, na orientação dos povos
porvindouros. Em torno dos seus celeiros econômicos, reunir-se-
ão as experiências europeias, aproveitando o esforço penoso dos que
tombaram na obra da civilização do Ocidente para a edificação do
homem espiritual, que há de sobrepor-se ao homem físico do planeta,
no pleno conhecimento dos grandes problemas do ser e do destino.
Para esse desiderato grandioso, apresta-se o plano espiritual, no afã
de elucidação dos nobres deveres continentais. O esforço sincero de
cooperação no trabalho e de construção da paz não é aí uma utopia,
como na Europa saturada de preconceitos multisseculares. Nos campos
exuberantes do continente americano estão plantadas as sementes de
luz da árvore maravilhosa da civilização do futuro” (Grifei).

E continua:
“O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho.
O cajado do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha
e a dor se incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por
amor. Uma tempestade de amarguras varrerá toda a Terra. Os filhos
da Jerusalém de todos os séculos devem chorar, contemplando essas
chuvas de lágrimas e de sangue que rebentarão das nuvens pesadas de
suas consciências enegrecidas. Condenada pelas sentenças irrevogáveis
de seus erros sociais e políticos, a superioridade europeia desaparecerá
para sempre, como o Império Romano, entregando à América o fruto
das suas experiências, com vistas à civilização do porvir. Vive-se agora,
na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; e ao século
XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos.
Todavia, operários humildes do Cristo, ouçamos a sua voz no âmago
de nossa alma: “Bem-aventurados os pobres, porque o reino de Deus
lhes pertence! Bem-aventurados os que têm fome de justiça, porque
serão saciados! Bem-aventurados os aflitos, porque chegará o dia da
consolação! Bem-aventurados os pacíficos, porque irão a Deus!”. Sim,
porque depois da treva surgirá uma nova aurora. Luzes consoladoras
envolverão todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento. O homem
espiritual estará unido ao homem físico para a sua marcha gloriosa no
Ilimitado e o Espiritismo terá retirado dos seus escombros materiais a
alma divina das religiões, que os homens perverteram, ligando-as no
abraço acolhedor do Cristianismo restaurado” (Grifei).

138
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

Portanto, para estarmos prontos para o porvir, precisa-


mos entender o sentido de unidade – que todas as religiões
falam de uma só verdade – e que “todos somos um e a ver-
dade é uma só”. O “conjunto” chamado Humanidade tem que
evoluir, como alerta Kardec na obra “A Gênese”:
“A Humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas
revoluções morais por que passa um ser individual, com a diferença
de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século.
Acompanhe-se a Humanidade em suas evoluções através dos tempos e
ver-se-á a vida das diversas raças marcadas por períodos que dão a cada
época fisionomia especial”125 (Grifei).

E, em cumprimento às Leis do Universo (Divinas),


aqueles que não se encaixarem na frequência vibratória que
a “Nova Terra” exige, não terão o privilégio de aqui permane-
cer porque “Opera-se presentemente um desses movimentos,
destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A
multiplicidade das causas de destruição constitui sinal carac-
terístico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão de
novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais
sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humani-
dade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias
idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas
rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais
vivazes sob o mesmo sopro de vida que não se extingue, mas
se purifica”.126 “A geração que desaparece levará consigo seus
erros e prejuízos; a geração que surge, retemperada em fonte
mais pura, imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo

125  Allan Kardec, “A Gênese”, p. 410.


126  Allan Kardec, “A Gênese”, p. 422.
139
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

ascensional movimento, no sentido do progresso moral que


assinalará a nova fase da evolução humana”127 (Grifei).
Finalmente, há que se ter consciência, ainda, de uma
realidade que não nos damos conta e que influencia milhões
de Seres humanos.
Há milhares de anos, se instalou na Terra uma falange de
seres “caídos” que vem influenciando para o mal seres huma-
nos que não despertaram para a realidade da vida e do amor,
afastando-se de Deus. É a falange dos dragões128, citada no
livro do apocalipse de João 13, a qual não quer abrir mão de
seu poder.
Deixaram há muito tempo de amar, de acreditar no po-
der do amor e se alimentam das mazelas humanas.
De acordo com André Luiz, no livro “Libertação”, psico-
grafado por Chico Xavier, os dragões são “Espíritos caídos no
mal, desde eras primevas da Criação Planetária, e que operam
em zonas inferiores da vida, personificando líderes de rebelião,
ódio, vaidade e egoísmo; não são, todavia, demônios eternos,
porque individualmente se transformam para o bem, no curso
dos séculos, qual acontece aos próprios homens — Nota do au-
tor espiritual”.
Assim, nesta mudança de ciclo, de era, momento em que
o planeta precisa subir de hierarquia para se tornar um planeta
sagrado, de quarta dimensão, a limpeza tem que ocorrer e está
ocorrendo e esta falange está sendo degredada do planeta pela
Grande Fraternidade da Luz, mas é preciso a força do conjun-
to chamado humanidade! A Luz está em cada homem!

127  Allan Kardec, “A Gênese”, p. 415.


128  A falange dos “dragões” atuante na Terra também é citada nas obras de
Trigueirinho Netto, como “forças involutivas dos dragões”. Vide, a respeito, a
obra: “A Quinta Raça”, ed. Pensamento.
140
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

E Ramatís129 nos adverte:


“Só o amor Crístico, pregado pelo Sublime Messias, proteger-vos-á
contra as arremetidas das Trevas. Será loucura tentar apagar o braseiro
maléfico com novos punhados de brasas da maldade do homem! A
marca da angelitude é o amor, a bondade e a submissão, que não
geram a força do ódio ou a intensidade da cólera. As únicas armas
capazes de vencer as hostes diabólicas ou as investidas da Besta são
as que serviram aos romanos e aos apóstolos na hora do sacrifício – a
submissão incondicional ao Evangelho” (Grifei).

Os hinduístas chamam o período que estamos superan-


do de Kali Yuga. No livro do apocalipse 13, João, como já dito,
profetizou os tempos atuais. Mas a luta (da Luz e das Trevas) é
interna, dentro de cada Ser. Ela deve ser travada por cada um
de nós, como fez Arjuna no Bhagavad Gita, a fim de que a
Luz seja restabelecida na Terra. O Amor há de vencer e a Terra
resplandecerá.

IV.3 – A Era de Regeneração: Alguns


Apontamentos Pessoais
Na era que adentramos os Seres Humanos terão reatado
seus laços com a Natureza e viverão em perfeita Harmonia.
Enfim compreenderemos que a Terra é nossa Mãe e que os
animais são nossos irmãos. Teremos a consciência de que a
Terra não nos pertence, e sim que nós pertencemos a ela; es-
tando todos, animais, seres humanos e natureza, entrelaçados
em uma rede única de vibrações, participando, cada um à sua
maneira, do Plano Divino de Evolução Cósmico Universal. A
Unidade será sentida e vivenciada.
A Sociedade estará em “Paz e Harmonia”, consequência
da “Paz Interna” de cada um, como já anunciava o antigo dita-

129  Ramatís, “Mensagens do Astral”, p. 243.


141
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

do latino “concordia domi, foris pax”. A economia prosperará,


pois estará fundada na solidariedade. Não haverá miséria e
cada um disporá do necessário para viver com dignidade no
plano material.
Todo Homem será “Cidadão do Mundo e do Cosmos”,
pois haverá sido despertada a ‘Consciência Cósmica’: A Coo-
peração, a Solidariedade e a Fraternidade unirão os povos.
Não haverá mais raças, nem separatismos, todos se sentirão
irmãos, seres humanos em evolução, filhos de um mesmo Pai
(Um em Essência).
A Sabedoria governará o Planeta e haverá um Gover-
no Mundial, escolhido e guiado pela Hierarquia, pela Grande
Fraternidade da Luz. As Nações serão Sacerdotais, presididas
por Seres de elevada moral, que seguirão os ditames do Gover-
no Mundial, sempre em harmonia com a Lei Maior do Amor
Universal. A Política andará junto com a Filosofia e com as
Leis Divinas e terá por único objetivo atender as necessidades
materiais e espirituais dos cidadãos, sem distinção.
A Ciência andará junto com a Espiritualidade e a Filo-
sofia, focando-se no bem-estar do Ser Humano, bem como
na conservação e proteção da Natureza. A Medicina será a da
Alma, do Homem Integral em Evolução. Não haverá doenças,
mas sintomas a serem tratados, utilizando-se da energia cós-
mica universal, bem como das plantas e remédios disponíveis
na própria Natureza para tanto.
A Paz reinará, enfim, na Terra. Não haverá guerras, nem
armas. A humanidade viverá em Amor Universal (Cristo).
A religiosidade, finalmente, dará lugar à expansão da
consciência, à espiritualidade, à fé raciocinada. Não haverá
religiões, mas uma única e só Verdade: A de que somos se-
res espirituais, imortais, em evolução, divinos por natureza e

142
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

que o propósito da existência é tornar cada dia melhor e mais


evoluído o Espírito que habita em cada um de nós. No lugar
da veneração a ídolos, da exteriorização da fé, haverá respeito
absoluto às Leis Divinas.

IV.4 – O Momento Presente


No momento presente é importante cultivarmos a se-
renidade como nos adverte Omar Khayyam130, na sua obra
“Rubayat”:
“Nenhum poder sobre o destino te foi dado, sabes.
Portanto, que adianta a ansiedade em que ficas pela incerteza do
amanhã?
Então, se és um sábio, procura tirar do momento presente o maior
proveito possível.
O futuro o que te trará?”

Isso porque, “Entre o presente do homem e sua origem de


um lado e seu destino de outro, há dois abismos aos quais não
poderá nunca chegar. De um e outro lado o limite da matéria
conhecida; de outro lado o desconhecimento, atrevo-me a dizer
completo e absoluto, da substância espiritual.”131
Portanto, é muito importante que vivamos o agora! O mo-
mento presente, com toda intensidade e atenção, focando toda
nossa intenção (vontade) em nosso aprimoramento espiritual.
Amar a Deus acima de tudo, ao Todo (todos os seres e suas
criaturas) e a nós mesmos, enxergando-nos como parte dele e
do seu plano, nosso Pai e Fonte de Todo Amor, pois só o Amor
é Real: “O Amor é o cumprimento da Lei” (Romanos 13:10).

130  “Rubayat, “Omar Khayyam, tradução de Manuel Bandeira, ed. Ediouro,


2004, p. 12.
131  D. José Amigó Y Pellicer, in: “Nicodemos ou A Imortalidade e o
Renascimento”, ed. Edicel, p. 105.
143
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

A respeito do Amor, Ramatís132 é enfático:


“Como o Amor foi o principal motivo destacado nos atributos do Logos
da Terra, para então ser cultuado pelo homem, sob a vibração amorosa
do signo de Pisces, todas as atividades missionárias e incentivadoras
do vosso mundo atual giram em torno do CRISTO, ou seja, em torno
da manifestação absoluta do Amor, como dos aspectos sublimes do
Logos Terráqueo a ser cultuado à parte, em correspondência com
o favorecimento do magnetismo astrológico do momento. O signo
de Pisces, nos seus 2.160 anos de ‘tempo astrológico’, irradia o suave
magnetismo que inspira o amor e à emotividade. O homem deve,
precípua e fundamentalmente, desenvolver primeiro o amor e,
depois, os demais atributos que hão de lhe seguir em concomitância
com os demais atributos do seu Arcanjo Planetário. Sob esse fundamento
importante, em lugar de os esforços messiânicos situarem-se na Terra,
especificamente sobre outros princípios mais intelectivos, intensifica-
se, fundamentalmente o reinado do Cristo, no seu aspecto do Amor
Universal. E aqueles que não desenvolverem esse atributo no tempo
exato de 2.160 anos, do signo de Pisces, serão colocados à esquerda do
mesmo princípio Crístico e exilados para outro orbe, no qual deverão
ser reeducados, a fim de aguardarem, também, o período apropriado
em que será destacado o mesmo aspecto do Logos Planetário daquele
orbe de exílio” (Grifei).

Enfim, podemos perceber que tudo depende de nós:


Pensamento, sentimento e ação! O que está dentro, vem para
fora! Como nos adverte Allan Kardec:
“O homem é assim o árbitro constante de sua própria sorte. Ele pode
aliviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente. Sua felicidade ou
sua desgraça dependem da sua vontade de fazer o bem”.

Medite, Ore e tenha Fé! Para que o Cristo, o Amor Uni-


versal, reine sobre a Terra, recebendo-o dentro de nós. E, fi-
nalmente, foca-te no momento presente, cultivando a alegria
de viver!

132  Ramatís. “Mensagens do Astral”, p. 255.


144
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

Nesse sentido, trago ao lume uma mensagem de meu avô,


Hélio Abreu133, desencarnado no ano de 1976, psicografada por
Altaides Veiga no Congresso Espírita Catarinense de 1989:
“É HORA DE TRABALHO!
Paz na luz do discernimento!
Na reflexão do Divino momento, voltemos com firmeza nossos
corações ao Cristo de Deus, abrigando-o na certeza de que com Ele,
triunfaremos na experiência terrestre.
Integrantes deste grande Educandário terreno, onde professores e
alunos permutam vibrações constantemente, no crescimento individual
e coletivo, somos chamados à execução das sublimes tarefas que, por
opção, nos propomos a realizar.
No lar, na comunidade, onde estivermos, sejamos e estejamos conscientes
• para Servir, sem sermos servidos;
• para Amar, sem sermos amados;
• para Compreender mesmo não sendo compreendi-
dos.
Demo-nos as mãos e com a energia de Amor, sigamos na execução das
tarefas, em constante sintonia com Jesus.

Espíritas:
Grande é a tarefa junto à Sociedade em que habitais.
Sois Luz, deixai-a brilhar.
No exemplo de vida digna, inspirada na moral cristã,
podeis mudar a face da Terra.

133  Era Advogado, Administrador e Jornalista. Foi Vereador do Município


de Florianópolis-SC. Era um atuante espírita e maçom (grau 33º). Presidiu a
Federação Espírita Catarinense (FEC), bem como fundou e presidiu a SEOVE,
Sociedade Espírita Obreiros da Vida Eterna, situada no Campeche e secretariou
a SERTE, Sociedade Espírita de Recuperação, Trabalho e Educação, ambas de
Florianópolis-SC.
145
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Buscai a reforma interior, onde estão latentes os recur-


sos de que precisais no trânsito da vida social.
Irmãos! Tornai-vos serenos e amáveis no grupo espíri-
ta, realizando com prazer, alegria e satisfação os afazeres, con-
tribuindo decisivamente para o fortalecimento da harmonia
e da fraternidade, bases indispensáveis do terceiro milênio.
Se a incompreensão obsta a realização, orai confiantes,
pois as dificuldades exercitam a criatividade e propiciam o
exercício do AMOR. Com Jesus triunfaremos” (Grifei).

Com base em tudo que aqui foi dito, cabe a nós fazer-
mos, com sinceridade e fé “A Grande Invocação”:

Do ponto de Luz na Mente de Deus


Flua Luz às mentes dos homens;
Que a Luz desça à Terra.
Do ponto de Amor no coração de Deus,
Flua amor aos corações dos homens;
Que o Cristo volte à Terra.
Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida,
Guie o propósito, as pequenas vontades dos homens;
O propósito que os Mestres conhecem e a que servem.
Do centro a que chamamos raça dos homens,
Cumpra-se o Plano de Amor e Luz
E mure-se a porta onde mora o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano na
Terra.
“Esta invocação ou Oração não pertence a nenhuma
pessoa ou grupo, mas a toda Humanidade. A beleza e a força
desta invocação repousam em sua simplicidade e em sua ex-
146
CAPÍTULO IV - Para Onde Vamos?O Futuro da Humanidade Terrena

pressão de certas verdades centrais que todos os homens ina-


ta e normalmente aceitam – a verdade da existência de uma
inteligência básica a Quem nós vagamente damos o nome de
Deus; a verdade por trás de toda aparência exterior, o poder
motivador do universo é o Amor; a verdade que uma grande
individualidade veio à terra, chamada por cristãos, o Cristo, e
encarnou aquele amor de modo que pudéssemos compreen-
der; a verdade que tanto o amor como a inteligência são efei-
tos do que é Vontade de Deus; e finalmente, a verdade auto-e-
vidente que somente através da própria humanidade pode o
Plano Divino realizar-se” (Djwal Kuhl, por Alice A. Bailey).

147
CONCLUSÃO

1. Somos todos “Um” em essência; irmãos e filhos do


mesmo Pai, ligados por laços energéticos em uma
rede infinita de vibrações. Existe um Sistema Perfeito
de Evolução em ação, do qual fazemos parte. Somos
Espíritos em Evolução. Somos Luz. Divinos. Seres
Cósmico-Espirituais.
2. Ao ter-se consciência de que nosso Ser Real não é a
personalidade terrena, mas seu guia, o processo de
individuação (preparação, iluminação e iniciação),
que leva à ascensão, se inicia. Aos poucos a persona-
lidade vai dando espaço à Alma, elo de ligação entre
o Ser encarnado e seu Espírito.
3. Evoluímos pelo “pensamento”, evoluímos pela Refor-
ma Íntima (auto-conhecimento que deve estar soma-
do ao auto-domínio). A União da Personalidade com
o Espírito é o objetivo a alcançar. Para tanto, a entrega
sincera e com fé, é necessária. Os rituais da oração e
da meditação auxiliam o alcance da meta.
4. O próximo passo então a desenvolver são as poten-
cialidades divinas adormecidas em nosso Espírito:
Amor, Sabedoria e Vontade (Serviço devocional).
5. O chacra do coração é o agente da evolução. Lá resi-
dem os aspectos divino e humano do Ser. Ao desen-

149
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

volver-se o amor universal, impulsiona-se a conquis-


ta das demais qualidades, que não podem existir sem
Amor.
6. A sabedoria então deve ser conquistada, pela instru-
ção e reforma interna (autodomínio e equilíbrio físi-
co, mental e espiritual do Ser em evolução), no pen-
sar, sentir e agir.
7. A sabedoria foi disseminada sobre a Terra pelos atlan-
tes, egípcios, hindus e gregos (Toth/Hermes, Patânje-
li, Pitágoras, entre outros). Mas todo o conhecimen-
to adquirido só pode ser usado para nossa própria
evolução se o aliarmos ao Amor, tornando-se divino.
Jesus é o representante do Amor de Cristo sobre a
Terra. Ele veio na era de Peixes em missão em um ato
de amor puro e devocional ensinar a humanidade a
amar, para impulsionar nossa evolução espiritual.
8. A Evolução é um ato de Amor-Sabedoria. Esta não
existe sem amor. Conhecimento e inteligência sem
amor de nada valem. A Teosofia precisa ser estudada
e praticada pelo Ser com Amor (Crístico) enraizado
no chacra cardíaco. O Amor Universal é o que im-
pulsiona nossa evolução e Jesus, nosso Mestre e Go-
vernante planetário, aguarda nosso amadurecimento
espiritual, o desabrochar do impulso de Cristo dentro
de cada um de nós, pela reforma íntima, que nos pre-
parará para a Nova Era, a Era do Serviço Devocional
e da Vontade Divina (1º raio).
9. O indivíduo há primeiro que realizar a Obra Indivi-
dual (Reforma Íntima), e só depois com Amor enrai-
zado e sabedoria conquistada estará apto a realizar
Obra Coletiva (Serviço Devocional), Raio da Von-
150
CONCLUSÃO

tade Divina. Educando nossa Vontade pelo Amor


(controle e domínio de pensamentos, sentimentos e
ações), estaremos habilitados a permanecer no pla-
neta, pois estaremos preparados para a Nova Era, de
Regeneração que se inicia.
10. O processo de evolução é individual e coletivo (de
cada ser humano, da humanidade e do planeta).
11. O planeta, assim como nós, está em processo de tran-
sição interdimensional.
12. Tudo na natureza e no universo é cíclico. Estamos
encerrando um ciclo planetário, como nos adverte
a Bíblia, as escrituras hindus, Kardec, Chico Xavier,
Ramatís, Blavatsky, Besant, Leadbeater, Bailey, Tri-
gueirinho, André Louro de Almeida, entre outros.
13. Assim como o coração é o agente da evolução hu-
mana em nível individual (micro); em nível coletivo
(macro), o Brasil (nação brasileira) é o Coração do
Planeta.
14. A evolução não dá saltos. Por isso o “processo” de
transição se iniciou há séculos e pode ser predito na
Bíblia (livro do apocalipse, João).
15. No início do século XX e final do XIX, vários movi-
mentos espiritualistas eclodiram no ocidente, trazen-
do-nos luz e sabedoria espiritual, mostrando-nos a
realidade da Vida. As manifestações mediúnicas que
se espalharam pelo mundo no fim do séc. XIX servi-
ram para acordar os ocidentais, que viviam de uma
forma extremamente materialista no pós-revolução
industrial. Mostrar-nos que a Vida Real é a espiritual
e que Somos um espírito imortal era a missão do mo-

151
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

vimento espírita, que foi dirigido por Grandes Mes-


tres advindos de Atlântida. Como nada ocorre por
acaso, o Brasil foi a nação que recebeu de forma mais
natural o Espiritismo Kardecista e a Umbanda. Nos
EUA e Europa houve o desenvolvimento da Teosofia,
Antroposofia e Agni Yoga.
16. O continente americano foi escolhido pelo Mestre
Jesus e vem sendo preparado pelo Alto (Grande Fra-
ternidade Branca) para ser o receptáculo das almas
selecionadas na fase de transição do planeta, espe-
cialmente o Brasil. Essa conclusão pode ser retirada
dos textos teosóficos e espíritas citados nesta obra.
17. A transição (individual e coletiva - planeta) será de
dimensão, de expansão interna de consciência. Aque-
les que não estão na frequência que a nova Terra exi-
ge serão degredados a planetas que coincidam com o
nível de suas vibrações.
18. A seleção das almas já esta sendo feita, tanto no pla-
no físico como no astral e umbrais da Terra, assim
como já aconteceu em épocas anteriores, quando a
raça adâmica emigrou do Sistema de Capela.
19. Estarão aptos a aqui permanecer quem tiver desen-
volvido e recebido no seu interior o Amor Crístico
(Amor Universal). A energia do Amor de Cristo está
adormecida em nossos corações (chacra cardíaco).
Cristo está dentro de nós! Esta é a volta do Cristo pre-
dita nas Escrituras Sagradas, “veja quem tem olhos
de ver, escute quem tem ouvidos de ouvir”. Nossos
irmãos maiores torcem e velam por nós.

152
CONCLUSÃO

20. A “Nova Era” que se inicia é a era da “Superconsciên-


cia”, da consciência plena da Vida e de suas formas
transitórias; do “re-ligare” do Homem em Evolução
ao Espírito; do Homem Integral, vivendo em Unida-
de com as forças da natureza; do estado de “Viveka134“
e do desenvolvimento mental. A realidade da “Vida
Cósmica” será sentida. Restabeleceremos contato di-
reto conosco mesmos (Espírito – Essência Divina) e
com nossos irmãos siderais. Sentiremos que fazemos
parte de uma grande família universal interplanetária
porque o véu da ilusão será destruído. Enfim, re-a-
cessaremos a “Realidade” (a Vida Real), em toda sua
glória e beleza.

Que assim seja.

134  “‘Viveka’ é o sinal de um alma amadurecida e, portanto, qualificada para


empreender a tarefa de resolver os problemas mais profundos da vida”, in: I. K.
Taimni, “O Homem, Deus e o Universo”, ed. Pensamento, 1995, p.01.
153
MENSAGEM FINAL

Eu aceito a Divindade que vive em mim.

Eu sou LUZ.

Recebo todo Amor que existe e vem do Pai e


retribuo esse AMOR.

Sou PERFEITO, assim como o Pai é.

Aceito que estou no “espaço-tempo” para evoluir a


minha CONSCIÊNCIA.

Esta é a minha meta. Meu plano de VIDA.

Eu aceito os desígnios de meu Ser Interno (Espírito).

Entrego-me à Sua Vontade.

DEUS está em mim.

O AMOR (Cristo) está em mim.

Amém.

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EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

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EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

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161
EVOLUÇÃO - O CAMINHO ESPIRITUAL

Viterbo de Carvalho, versão da primeira tradução dos


Versos Áureos Pitagóricos para o português, publicada pela
Fraternidade Rosa Cruz, Rio de Janeiro, início Séc. XX.

162
Leia também, da mesma autora:

AS LEIS DIVINAS

“O AMOR permeia a tudo. É a


força motriz do UNIVERSO.
DEUS é AMOR.

O AMOR faz parte de nossa es-


sência que é DIVINA. Somos
DEUS em potência e podemos
ser co-criadores, colaboradores
do plano divino de EVOLUÇÃO.

Amor, Sabedoria e Força (vonta-


de) é a trindade que governa tanto
o universo não manifesto (espiri-
tual) quanto o manifesto (físico).
NÃO EXISTE DUALIDADE.

Todos somos UM em essência, centelhas divinas caminhando


sempre e constantemente para a evolução, CONECTADOS um
ao OUTRO, numa REDE CÓSMICA de VIBRAÇÕES”.

Contato da autora: francinyabreu@icloud.com

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