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16/05/2021 Anais do 40º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia - P-301

Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-301

TÍTULO: GRANULOMA PIOGÊNICO DE FOSSA NASAL

AUTOR(ES): PAULIANA LAMOUNIER E SILVA , DENISE DA SILVA CALVET, THIAGO BOTELHO AFFONSO,
FABIANA ROCHA FERRAZ, LILIAN MEISSNER CORREIA, FERNANDO JORGE DOS SANTOS BARROS

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL FEDERAL DO ANDARAÍ

OBJETIVOS

Relatar um caso de granuloma piogênico em criança de 10 anos atendida no ambulatório de


Otorrinolaringologia do Hospital Federal do Andaraí.

RELATO DE CASO

YABN, masculino, 10 anos, caucasiano, estudante.

Paciente atendido no dia 18 de novembro de 2009, no ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital


Federal do Andaraí, relatando episódios de epistaxe (de pequena monta, com parada espontânea) e
obstrução nasal em fossa nasal direita há 2 meses (Figura1).

Refere endoscopia nasal no período de início dos sintomas com relato de massa dentro do nariz pelo
médico que o examinou. Mãe relata que há um mês, paciente iniciou quadro de edema em dorso nasal
que vem aumentando progressivamente. Nega febre, cefaléia, dores pelo corpo, manchas.

Realizado tomografia computadorizada de crânio para avaliação da extensão da tumoração (Figura 2)


presença de massa em região anterior da fossa nasal direita com inserção no septo nasal e abaulamento
do vestíbulo nasal. Hemograma completo com 8.100 leucócitos, 0% basófilos, 1% eosinófilos, 2%
bastonetes, 63% segmentados, 32% linfócitos típicos. Plaquetas 230.000.

Indicada cirurgia endoscópica nasossinusal para extração de tumoração e envio de peça cirúrgica
(Figura 3) para estudo histopatológico pelo serviço de anatomia patológica em 10 de dezembro de 2009
Visualizada lesão abaulando vestíbulo nasal, com implantação septal. A exérese da lesão foi obtida
através da remoção da mucosa septal (onde o granuloma estava inserido) e do pericôndrio abaixo dela,
reduzindo as chances de recorrência.

Paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório. Endoscopias nasais seriadas mensais não
evidenciaram recidiva de granuloma. Laudo histopatológico de hemangioma capilar lobular.

DISCUSSÃO

Hemangioma capilar lobular, também conhecido como granuloma piogênico, é uma lesão pediculada
benigna de crescimento rápido e de etiologia desconhecida.

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É comum afetar pele e mucosa da cavidade oral. A cavidade nasal é um sítio incomum em crianças. Na
cavidade nasal, a localização mais comum é no septo nasal anterior (área de Little ou Plexo de
Kiesselbach) seguido pela concha nasal inferior. Outros sítios incluem seio maxilar e região superior da
cavidade nasal.

As lesões podem ocorrer em qualquer idade, sendo mais freqüente em mulheres acima de 40 anos. Em
crianças é mais comum no sexo masculino.

Os sintomas mais comuns são epistaxe e obstrução nasal. Entretanto, também podem ocorrer dor facial,
alteração do olfato e cefaléia.

O diagnóstico diferencial inclui corpo estranho, pólipo nasal, pólipo antrocoanal, meningocele,
meningoencefalocele, sarcoidose, granulomatose de Wegener, tecido granular simples, papiloma,
sarcoma de Kaposi, hemangiosarcoma, carcinoma de células escamosas, melanoma amelanótico, tumor
odontogênico e linfoma.

O tratamento de escolha é a biópsia excisional local conservadora. A cauterização local é necessária para
hemostasia, assim como para reduzir a chance de recorrência.

O curso clinico é, em geral, benigno; embora sangramentos severos e recorrências já foram relatados.

CONCLUSÃO

Hemangioma capilar lobular é um tumor vascular benigno raro em crianças. Deve fazer parte do
diagnóstico diferencial de lesões de crescimento rápido em cavidade nasal associadas a epistaxe e
obstrução nasal. O diagnóstico é baseado na anamnese, na rinoscopia anterior e na endoscopia nasal
com o achado de uma massa pediculada hipervascularizada na porção anterior da cavidade nasal. O
tratamento é cirúrgico, feito através de biopsia excisional com cauterização local, que possibilita
hemostasia e reduz as chances de recidiva.

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