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A COVID-19: SEM INFORMAÇÃO NÃO HÁ AÇÃO

Por: Marcos Domingos da Silva, MSc, Higienista Ocupacional

Quando os números mostravam declínio de mortes por Covid-19, na Cidade de São Paulo, eis que o “monstro”
ressurgiu com mais força ainda. O gráfico abaixo mostra redução de mortes por quase 3 meses (28 de setembro
de 2020 a 03 de janeiro de 2021), depois de elevada mortalidade no primeiro semestre de 2020. (Fonte:
https://www.saopaulo.sp.gov.br/planosp/simi/dados-abertos/)

Média Semanal de Mortes - SP - Capital - 28 Set 2020 a 03 jan 2021


51,5%
50 55%

% VARIABILIDADE INTRA SEMANAS


42,4 43,4 42,6
45 16,6%
40
38,6 37,4 35%
32,7 33,9
35 9,4%
NO DE MORTES

31,9 31,3
28,1
15%
30
23,1 24,1 28,0%
25 -14,9% -5%
25,3% 20,1
20 16,4 24,8%
-6,3% -1,8% -25%
15 -12,6%
10 -45%
5 -29,7% -41,4%
-47,0% -51,3%
0 -65%

O próximo gráfico mostra uma escala vertiginosa a partir da semana de 15- 21 de março de 2021, com
patamares de mortes na ordem de 200 óbitos (média). O número de fatalidades diárias tem sido assustador nas
primeiras semanas de abril de 2021.

Média Semanal de Mortes - SP - Capital - 04jan a 11abril de 2021


300 52,2% 60% % VARIABILIDADE INTRA SEMANAS
19,1% 50%
250 24,8% 40%
18,0% 28,6% -18,6%
NO DE MORTES

200 30%
35,3% 10,0% 20%
25,2%
150 10%
-10,3% -14,4%
-18,3% 229,3 239 0%
100 9,4% 8,9% 193 -10%
50 109,7 -20%
64,3 58,3 58,6 78,3 -30%
37,4 57,9 49,3 50,0 43,7 48,0
0 -40%

Sem dúvida alguma, há um generalizado cansaço em ver esses números, repetidos à exaustão nos meios de
comunicação, sem análises adequadas do significado real dessas estatísticas.
Higiene Ocupacional por Excelência
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O escritor Paulo Araújo diz que “informação sem disciplina para gerar ação é meio caminho para o fracasso”.
O que temos visto é uma enxurrada de dados que não mostram os parâmetros críticos da pandemia, não há
um quadro epidemiológico que associe a exposição da população às condições ambientais nem um link com
as características do vírus.

Já é hora, passado um ano desse pesadelo, que os epidemiologistas de plantão, institutos de pesquisa e
pesquisadores de saúde pública, entre outros, possam apontar os pontos críticos dessa pandemia de forma que
autoridades tenham condições de agir com mais eficácia. O discurso de distanciamento social, uso de máscaras
e higiene pessoal, “lockdown” etc., está superado. Não causa o efeito desejado e cai em descrédito.

Há necessidade urgente de esclarecer com profundidade científica a nossa vulnerabilidade em combater a


propagação do vírus. Em uma metrópole como S. Paulo a aglomeração de pessoas no transporte público, nas
ruas de comércio popular e até em prontos socorros pode ser uma explicação parcial ou talvez apenas uma para
o problema. Uma análise mais crítica levanta muitas dúvidas que deveriam fazer parte da “lição de casa” dos
especialistas que aparecem na TV para falar muito e acrescentar pouco à solução desse drama. Faltam respostas
detalhadas e consistentes para:

1) Como o vírus chegou em pequenos municípios e em locais remotos do país?


2) Qual a relação entre transporte público e número de contaminados?
3) Quais são as comorbidades mais importantes no processo de contaminação desse vírus?
4) Que tipo de convívio existia nas famílias que perderam mais do que um parente próximo?
5) Até onde outras doenças, como a dengue e até a gripe, contribuíram para essa estatística?
6) São Paulo tem a maior rede hospitalar do Brasil e o maior número de mortes. Por quê?
7) O número de mortes no Brasil é um dos maiores do Mundo. Somos negligentes ou somos mais
vulneráveis?
8) Há muitos países que não tem um “SUS” e eles não tiveram um surto tão expressivo de mortes. Por
quê?
9) Pouco sabemos do coronavírus nos países africanos, em tese com piores condições sanitárias. Falta de
informação ou de divulgação?
10) Existe alguma relação entre o nosso clima e a propagação do coronavírus?

A frase em latim “"ipsa scientia potestas est", traduzida como "conhecimento em si é poder", é atribuída a
Francis Bacon, em sua obra Meditationes Sacre (1597) e a expressão “informação é poder” foi citada por Thomas
Hobbes em 1668. Um verso bíblico antigo diz que “O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento
consolida a força” (Provérbios 24:5). Dito isso, podemos concluir que o fracasso ou a fraqueza em combater
essa pandemia está diretamente associado à falta de ciência sobre o assunto.

A população de um modo geral precisa ser empoderada com informações mais assertivas sobre a pandemia
para se proteger. Os dados dos telejornais pouco ajudam, mas contribuem muito para o pânico. Os acadêmicos
precisam sair da internet para encontrar respostas em campo. Projetos de pesquisa devem ser incentivados
para levantar dados epidemiológicos adequados. Por que não um programa de bolsas de estudos com essa
finalidade?

Desnecessário dizer que os políticos usam a informação para fortalecer suas ambições de poder, enquanto a
população, na ignorância, sofre com as perdas de vidas preciosas.

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