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Textos
Dr. Sohaku Bastos
Revisão
Dr. Sohaku Bastos
Profª. Ana Loureiro
Design e Editoração
Leo Viana
Bastos, Sohaku
ISBN: 978-85-61962-02-9
CDD 610
Gasho Edições
Praça Ana Amélia, 9 - 6º andar
Centro - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2533-3956
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O MUNDO DA ACUPUNTURA
E DA MEDICINA ORIENTAL
INTRODUÇÃO
A Acupuntura é um recurso terapêutico da Medicina Tradicional Chi-
nesa ou MTC (Medicina Oriental, no Japão), que remonta há mais de
2.000 anos a.C.. A sua prática se disseminou por todo continente asi-
ático, porém, na Europa, o exercício da Acupuntura só teve início no
século XIX. No Brasil, essa arte-ciência chegou, posteriormente, com a
imigração de povos asiáticos para o País, sobretudo, após a imigração
japonesa, em 1908.
O povo brasileiro só teve acesso aos benefícios da Acupuntura, toda-
via, a partir dos anos 60, quando acupunturistas japoneses, chineses
e, em seguida, europeus iniciaram seus trabalhos em consultórios nas
cidades de São Paulo e, depois, no Rio de Janeiro. Raros brasileiros se
interessaram em estudar essa terapia com os imigrantes japoneses,
dentre eles o Dr. Sohaku Bastos que, desde 1958, estudou a cultura
oriental, tendo a oportunidade de conhecer mestres japoneses de filo-
sofia, de artes marciais e, finalmente, de medicina oriental.
Em 1967, então Presidente do Ginásio Nipo-brasileiro de Cultura Físi-
ca (Shidokan), Dr. Sohaku Bastos já estudava e praticava a Acupuntura
e o Shiatsu Tradicional do Japão. Eu tive a honra de ser o seu primei-
ro professor de Medicina Oriental, Acupuntura e Shiatsu, no Rio de
Janeiro. No início da década de 70, todavia, sob minha orientação e
indicação, viajou para o Japão com o objetivo de se graduar em Me-
dicina Oriental e se especializar em Acupuntura e Shiatsu. Posterior-
mente, foi se graduar e pós-graduar no Sri Lanka, na China e nos Es-
tados Unidos, levando para o Brasil a sua expertise no assunto, tendo
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formado, nos últimos 45 anos, milhares de alunos e fundado diversas
instituições educacionais, assistenciais e político-profissionais na área
da saúde, da cultura e das artes orientais.
Dr. Sohaku Bastos, um brasileiro que tem trabalhado, há mais de meio
século, na aproximação da cultura do Oriente com a do Ocidente, ela-
borou o presente Manual de Orientação e Diretrizes sobre Acupuntura
e Medicina Tradicional Chinesa com o objetivo de facilitar uma me-
lhor compreensão dessas terapias da MTC destinados aos pacientes,
alunos e profissionais de Acupuntura dos países de idioma português.
São 24 questões e respostas, além dos anexos, que poderão elucidar a
maioria das dúvidas em relação aos benefícios, a prática e o ensino da
Acupuntura e da Medicina Oriental, no Brasil e no mundo.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO E DIRETRIZES SOBRE
ACUPUNTURA & MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
GUIA GERAL PARA O PÚBLICO, PROFISSIONAIS E PACIENTES
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clínicos, os quais comprovaram o seu mecanismo de ação e a sua efi-
cácia no tratamento de diversas doenças e condições de saúde. Nos
últimos 30 anos, no entanto, a Acupuntura teve um desenvolvimento
extraordinário, o que valorizou, também, a importância dos outros re-
cursos terapêuticos da MTC. Com o reconhecimento da OMS e com o
apoio da UNESCO, a Acupuntura se tornou uma terapia consagrada em
vários centros mundiais de excelência da área da saúde, e vem sendo
estudada, aprovada e prestigiada no meio universitário internacional.
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Além das terapias mencionadas, na Medicina Tradicional Chinesa
(MTC) existem outros importantes recursos terapêuticos, como: a
Fitofarmacoterapia Chinesa, a técnica manipulativa chinesa Tuina
e as japonesas Shiatsu e Seitai, a Dietoterapia Chinesa, os Exercícios
Energéticos Chineses Qi Gong, a Meditação Terapêutica, a Psicoterapia
Oriental e a Emissão Energética Reiki/Te-Ate.
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indicada como terapia de primeira escolha em algumas disfunções e
enfermidades, podendo também ser indicada como terapia adjuvante
ou complementar em outras doenças e sintomas. (Veja, no Anexo 1, a
Lista de Doenças, Sintomas ou Condições para as quais a Acupuntura
foi aprovada).
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não é um diagnóstico de doenças, mas sim a identificação do quadro
sindrômico energético do paciente. Portanto, para fazer Acupuntura é
importante ter o diagnóstico nosológico, porém é fundamental ter o
resultado da avaliação energética do paciente.
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7 - Quais são os profissionais preparados e habilitados
para o exercício da Acupuntura no Brasil?
Apesar de, no Brasil, não existir uma legislação específica sobre a prá-
tica da Acupuntura até o momento, a mesma pode ser exercida por
profissionais graduados em cursos superiores (Bacharelado ou Tec-
nológico) de Acupuntura do Brasil e do Exterior, por profissionais da
área da saúde, especializados em Acupuntura, oriundos de cursos de
pós-graduação autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), ou
por profissionais habilitados em cursos aprovados e autorizados pe-
los Sistemas Estaduais de Educação. Existe, também, no mercado de
trabalho da Acupuntura os que já a exercem há muitos anos, oriundos
de formação prática.
Acompanhando as políticas da Organização Mundial da Saúde (OMS),
que criaram os Guidelines on Basic Training and Safety in Acupunc-
ture, ou seja, as Diretrizes para o Treinamento Básico e Segurança
em Acupuntura, (Veja, no Anexo 2, as Diretrizes da OMS), o Gover-
no Brasileiro estabeleceu, em 2006, a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde
(SUS), que visa a promover diversas terapias não-convencionais no
atendimento público. Dentre elas, estão a Acupuntura e a Medicina
Tradicional Chinesa, exercidas por pro fissionais da saúde que te-
nham formação ou especialização na área. Em 2017, o Ministério
da Saúde ampliou o arsenal terapêutico das Práticas Integrativas e
Complementares no SUS. (Veja, no Anexo 3, a Lista das 19 Terapias
Integrativas e Complementares no SUS).
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8- As agulhas de Acupuntura podem transmitir doenças?
As agulhas de Acupuntura, apesar de serem muito finas e de inserção
indolor, só podem causar riscos de transmitir doenças quando de sua
reutilização ou pela falta de medidas de assepsia quando da utiliza-
ção das mesmas. A normatização da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) concernente à prática da Acupuntura determina
que ela seja realizada exclusivamente com material descartável e re-
comenda procedimentos de assepsia, que são ensinados nos cursos de
especialização ou formação técnica de acupunturistas.
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Não obstante o baixíssimo índice de acidentes com a prática da Acu-
puntura em todo o mundo, alguns relatos de complicações já existi-
ram. Desmaios, lesões em nervos periféricos, pneumotórax iatrogêni-
co, hemotórax, infecção no pavilhão auricular, meningite, encefalite,
mastoidite só ocorrem, e mesmo assim rarissimamente, quando o pro-
fissional é desqualificado técnica e academicamente.
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uma resposta natural do organismo, alertando que algo não está fun-
cionando devidamente. Apesar de haver vários conceitos sobre dor,
ela é, verdadeiramente, uma experiência sensitiva e emocional desa-
gradável associada ou relacionada a uma lesão real ou potencial dos
tecidos. A dor é um dos sintomas mais frequentes de procura aos ser-
viços de saúde, representando a principal causa de falta ao trabalho,
de licença médica, de aposentadoria precoce, de indenizações traba-
lhistas e de baixa produtividade no trabalho. Trata-se, por conseguin-
te, de um problema de saúde pública em todo o mundo.
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A Dor Aguda pode e deve ser interpretada como um sinal de alerta. Já a
Dor crônica é aquela com duração maior (de 3 a 6 meses) ou que ultra-
passe o período usual de recuperação esperado para a causa desencade-
ante da dor. Na maioria das vezes, o paciente procura o tratamento com
Acupuntura apresentando Dor Crônica, a qual tem, infelizmente, afetado
quase 40% da população brasileira e de todo o mundo. A Dor Crônica, por
seu longo tempo de duração, termina por impactar seriamente o estado
emocional dos pacientes, comprometendo a qualidade de vida, limitando
a movimentação, a atividade e a agilidade corporal, bem como subtraindo
o bem-estar, condenando esses pacientes ao sofrimento.
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Por outro lado, a magnitude do sofrimento humano em relação a dores
que apresentam um componente psicogênico acentuado, como a dor
neoplásica (câncer) e às outras dores psicogênicas, revela a comple-
xidade desses quadros e a necessidade de uma multidisciplinarida-
de terapêutica, demonstrando a urgência em se investir em estudos
que possam aperfeiçoar as terapias no controle da dor assim como na
identificação das verdadeiras causas da natureza das dores crônicas e
de suas significativas subjetividades.
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Os analgésicos são divididos em três grupos: os Analgésicos não opi-
áceos, que são o Paracetamol, Aspirina e os Anti-inflamatórios não
esteroides (AINE); os Analgésicos opiáceos ou opióides, que podem
gerar dependência física e psicológica, sendo que desses medicamen-
tos o mais representativo é a morfina, derivado do ópio, utilizado des-
de sempre no tratamento da dor; e os Analgésicos adjuvantes que são
aqueles que, adequadamente combinados com os analgésicos/anti-in-
flamatórios, facilitam o tratamento da dor, dentre eles, os Antidepres-
sivos, os Anticonvulsivantes, os Ansiolíticos e os Corticosteróides.
Não obstante o grande arsenal terapêutico medicamentoso para o
controle da dor crônica, novos olhares para os recursos terapêuti-
cos naturais, de base holística e humanista, têm sido preconizados.
Nesse contexto, o emprego da Acupuntura e de outras práticas inte-
grativas e complementares em saúde tem sido valorizado, livrando
o paciente do uso excessivo e indiscriminado de analgésicos, muitos
dos quais provocam intoxicação, dependência física e psíquica, e ia-
trogenia (efeitos adversos ou complicações causadas por ou resul-
tantes do tratamento medicamentoso ou cirúrgico). Apesar de o ato
acupuntural promover a liberação de substâncias endógenas capazes
de atenuar, com eficácia, os quadros álgicos crônicos e seus episódios
agudos, há casos específicos, nos quais o emprego de medicamentos
e/ou de cirurgias é indicado.
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14 - A Acupuntura e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
melhoram a qualidade de vida dos idosos, promovendo o
envelhecimento saudável e contribuindo para a longevidade?
Não resta dúvida de que a tecnologia na saúde fez com que os porta-
dores de doenças crônicas vivam mais tempo, controlando seus sin-
tomas. O adoecimento do idoso vem com a própria idade, e de acordo
com a exposição prolongada a fatores como poluição ambiental, es-
tresse, alimentação desregrada durante toda a vida, uso de medica-
mentos por longo prazo e outras doenças existentes (co-morbidades).
Tratamentos por Acupuntura, associados às outras práticas da MTC,
têm contribuído, efetivamente, para o controle de sintomas crônicos
do idoso, sobretudo, aumentando a sua energia e o seu empoderamen-
to, no cotidiano. Em relação ao rejuvenescimento e ao fomento â lon-
gevidade, sabe-se do aumento significativo da expectativa de vida dos
povos orientais. O povo japonês tem a maior expectativa de vida do
mundo. No Japão, o emprego da Acupuntura e da MTC é muito comum,
particularmente, em Okinawa, onde existem muitas pessoas centená-
rias, gozando de saúde, bem-estar, longevidade e qualidade de vida.
Lá, o uso da Acupuntura e da Moxabustão para estimular pontos espe-
cíficos do corpo, visando a aumentar a energia corporal e a resistência
física é muito comum.
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15 - O emprego da Acupuntura tem indicação no campo da Estética?
A Acupuntura e outros recursos terapêuticos da MTC sempre tiveram
indicações no campo da estética e do combate ao envelhecimento
precoce da pele. Não é novidade o crescimento de pesquisas em Acu-
puntura Estética, porém, esses procedimentos somente agora vêm se
firmando com outros tratamentos complementares no combate e pre-
venção de rugas faciais, pele estriada, flacidez tecidual e adiposidade
localizada.
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Outro aspecto é a segurança na escolha do tratamento por Acupuntu-
ra, uma vez que ela pode ser indicada como terapia de primeira esco-
lha ou como terapia adjuvante ao tratamento principal. Equívocos na
indicação da Acupuntura podem levar o Acupunturista a prescrever
tratamentos desnecessários ou inócuos. Riscos iatrogênicos (danos
materiais ou psicológicos causados aos pacientes pelo tratamento)
são mínimos no ato acupuntural. A Acupuntura é segura e eficaz e com
poucas contraindicações.
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c - Despreparo para estabelecer um prognóstico e para conduzir
um caso clínico.
Todo profissional da saúde realiza, em sua área específica, o diagnós-
tico nosológico e o prognóstico. Estabelecido por lei, não há exclusi-
vidade do diagnóstico nosológico por nenhum profissional da saúde,
resguardadas suas competências e campo profissional. O diagnós-
tico de doenças e o prognóstico das mesmas dependem da atuação
multiprofissional ou, em alguns casos, de apenas um profissional es-
pecífico quando as circunstâncias indicarem.
A atuação profissional em Acupuntura por qualquer profissional es-
pecializado ou habilitado, contudo, não está limitada a quem faz o
diagnóstico. Por exemplo, um fisioterapeuta com especialização em
Acupuntura é perfeitamente capaz de usar a mesma para reduzir a
espasticidade de um paciente com sequela neurológica de acidente
vascular encefálico, para, em seguida, poder executar manobras de
mobilização, o que a espasticidade impede. Este efeito da Acupuntu-
ra é rápido e de curta duração, portanto deve ser executado imedia-
tamente antes da mobilização.
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20 - O método de Agulhamento a Seco (Dry Needling) é equivalen-
te à prática da Acupuntura Clínica?
Na prática da Medicina Tradicional Chinesa, particularmente da
Acupuntura, existe uma estratégia clínica de tratar primeiramente
o paciente como um todo e, depois, a parte, o sintoma. Em outras
palavras, tratar a causa da doença (etiologia) e posteriormente ou
concomitantemente os sintomas. Levando em consideração que
para o paciente o alivio de seus sintomas, mormente a dor, pareça
ser a cura da doença, cabe ao Acupunturista esclarecer que o con-
trole de sintoma é considerado, pela tradição oriental, a prática de
uma “Acupuntura menor”, enquanto que a promoção da saúde, a
prevenção de doenças e a cura da causa das mesmas é considerada
a prática de uma “Acupuntura maior”.
Surgiu, nos Estados Unidos, uma nova e polêmica forma de tratar al-
guns tipos de dores musculares e outros sintomas musculoesqueléti-
cos com o emprego de agulhas filiformes sólidas - bem mais calibro-
sas do que as agulhas de Acupuntura – que são inseridas em pontos
álgicos e pontos de gatilho miofascial. Essa simples forma de tratar,
naturalmente não se propõe ao estudo da anatomia de centenas de
pontos principais e secundários da Acupuntura e de seus microssiste-
mas, limitando-se aos pontos dolorosos.
Diferentemente da Acupuntura, tal forma de tratar dores e outros
sintomas ainda não tem o reconhecimento da Organização Mundial
da Saúde, tampouco da comunidade cientifica internacional. Apesar
disso, ela vem sendo utilizada em alguns países ocidentais, levando o
paciente, muitas vezes, a confundir o profissional de Acupuntura com
o praticante de agulhamento a seco.
O treinamento do Acupunturista envolve elevada complexidade e
uma ampla abrangência clínica, que requer muitos anos de treina-
mento, enquanto que a formação do praticante de Agulhamento a
seco é de curtíssima duração, muitas vezes por alguns dias. Essa
nova terapia, todavia, ainda carece de pesquisas e de massa crítica
acadêmico-cientifica.
Controlar apenas sintomas sem conhecer e tratar a causa das doenças
não é o objetivo da Acupuntura. Pelo contrário, a Acupuntura, além de
tratar um simples sintoma, atua na causa da enfermidade, de acordo
com a filosofia da Medicina Tradicional Chinesa.
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21 - Qual a diferença entre a Medicina Tradicional Chinesa e a
Medicina Convencional do Ocidente?
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma arte-ciência milenar, que
se respalda em bases filosóficas e num expressivo espírito humanis-
ta, fundamentando-se em um paradigma integrado e holístico. A MTC
compreende um amplo arsenal terapêutico, incluindo a Acupuntura e
diversos recursos de baixo risco iatrogênico.
A Medicina Convencional Ocidental, por outro lado, é recente compa-
rada à MTC. Fundamenta-se no paradigma cartesiano-newtoniano,
mecanicista, reducionista e organicista. Essa medicina teve um extra-
ordinário desenvolvimento científico, principalmente do último sé-
culo até os dias atuais, sendo conhecida como medicina baseada em
evidências ou medicina moderna.
Não obstante a existência de distintos sistemas de saúde, o sistema
médico chinês não substitui o sistema convencional, tampouco o sis-
tema convencional não deve se confundir com a MTC. Os dois sistemas
de saúde são complementares, mas, segundo as autoridades gover-
namentais, científicas e acadêmicas da China e dos países do Extre-
mo-Oriente, a formação do Acupunturista da MTC é completamente
distinta da formação do médico convencional. O Acupunturista, dife-
rentemente da formação do médico ocidental, estuda uma fisiologia
e fisiopatologia de base energética; uma propedêutica diferenciada;
uma terapêutica inusitada; com um raciocínio clínico bem diverso do
sistema biomédico ocidental, caracterizando-se numa racionalidade
médica inusitada e singular. Em outras palavras, em tese, a atividade
do Acupunturista não se confunde com a do médico ocidental.
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Vários documentos oficiais da OMS comprovam, na prática, a distinção
dos dois sistemas de saúde: um ressaltando a importância da cura de
doenças e de procedimentos intervencionistas; o outro, enfatizando
a prevenção de doenças, a promoção da saúde, mediante concepções
vitalistas, atuação com procedimentos naturais, e de fomento à home-
ostase do organismo.
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Universidades, escolas especializadas e outras entidades profissionais
promovem cursos de Acupuntura de diversos níveis de conhecimento
e de variadas esferas de aprofundamento científico. Os desníveis de
formação profissional nessa área ocasionam um desempenho muito
dissimilar nessa atividade laboral. Cursos livres, cursos técnicos, cur-
sos de pós-graduação (lato sensu) são os responsáveis por introduzir
no mercado de trabalho centenas de formandos, anualmente. Entre-
tanto, a massa crítica cientifica e acadêmica será formada com a cria-
ção de cursos de graduação e de programas de pós-graduação (stricto
sensu) mestrado e doutorado, que é área de pesquisa.
Foram criados seis Centros Internacionais de Treinamento de Acu-
puntura e MTC da World Federation of Acupuncture and Moxibustion
Societies (WFAS), no Brasil, especialmente nos Ambulatórios do Colé-
gio Brasileiro de Acupuntura e Medicina Chinesa (CBA/ABACO) nas
cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Porto
Alegre e Vila Velha, visando a otimizar a formação do acupunturista
brasileiro e elevar o nível da medicina chinesa no País.
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24 - Como são tratados os pacientes e quais são os seus direitos?
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LISTA DE DOENÇAS, SINTOMAS E CONDIÇÕES TRATÁVEIS
COM A ACUPUNTURA, SEGUNDO
A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)
AFECÇÕES NO CORAÇÃO
Hipertensão Eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais
Hipotensão A pressão foi normalizada em 95% dos casos
Melhora dos sintomas 85% dos casos
Doença coronariana e
Melhora na dor em 74% dos casos
angina
Melhora no eletrocardiograma em 69% dos casos
Doença cárdio-pulmo- Eficácia em 90% dos casos
nar crônica
Neurose cardíaca Eficácia superior à medicação convencional
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AFECÇÕES DE PELE
Shiatsu / Tuina: a acne desapareceu em 42% dos casos após 30 dias
de tratamento
Acne
Acupuntura: a acne desapareceu em 59% dos casos após 10 dias
de tratamento
Eczema Melhora razoável
Irritação na pele Melhora significativa
Desaparecimento em 53% dos casos após 3 meses (eficácia superior
Micose
ao tratamento com vitaminas C e E)
Herpes zoster Desapareceram a dor e as sarnas após 1,5 a 6 dias
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AFECÇÕES NO ESTÔMAGO E INTESTINOS
Dor abdominal Alivio da dor e desaparecimento dos sintomas em 82% dos casos
Cólica estomacal Alívio da dor em 98% dos casos
Cólica intestinal Alívio da dor em 98% dos casos
Espasmo gastro-intestinal Alívio da dor em 98% dos casos após 30 min
Soluços Melhora significativa
Eletroacupuntura: eficácia similar à medicação
Acupuntura: eficácia em 90% dos casos
Náuseas e vômitos
Magneto-acupuntura: eficácia em 93% dos casos
Moxabustão: eficácia em 98% dos casos
Diarréia Melhora significativa
Constipação Melhora significativa
Hiperacidez no estomago Eficácia em 95% dos casos
Gastrite crônica Melhora significativa
Acupressura: eficácia em 80% dos casos
Úlcera
Acupuntura: eficácia em 97% dos casos
Cólon irritado Melhora significativa em 93% dos casos
AFECÇÕES DA CABEÇA
Shiatsu / tuina: alívio imediato em 48% dos casos
Acupuntura: alívio imediato em 66% dos casos
Dor de cabeça Eletroacupuntura: alívio imediato em 80% dos casos
Diminuição da frequência em 50% dos casos
Alteração significativa no exame de eletromiografia
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AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO
Enxaqueca Eficácia em 80% dos casos
Tontura Eficácia em 75% dos casos
Neuralgia do trigêmeo Efeito analgésico em 100% dos casos
Neuralgia (dor dos nervos) Efeito analgésico em 100% dos casos
Dor radicular (raízes dos nervos) Laser-acupuntura: melhora significativa
CÂNCER
Reações adversas ao trata- Náuseas, vômitos e falta de apetite foram eliminadas em 93% dos
mento de radioterapia e/ou casos
quimioterapia Tontura e cansaço foram minimizadas consideravelmente
Perda de leucócitos Acupuntura: aumento dos leucócitos em 87% dos casos
(leucopenia) Moxabustão: aumento dos leucócitos em 90% dos casos
Analgesia imediata: efeito em 70% dos casos (similar à medica-
ção convencional)
Dor causada por câncer
Analgesia prolongada: efeito em 92% dos casos (superior à medi-
cação convencional)
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AFECÇÕES PSÍQUICAS E PSICOSSOMÁTICAS
Depressão Eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais
Ansiedade Eficácia superior à medicação convencional
Insônia O sono foi totalmente normalizado em 98% dos casos
Síndrome do stress Eficácia em 93% dos casos
competitivo
Laser-acupuntura: eficácia superior à da medicação convencional
Esquizofrenia
(78% dos casos)
Aumento de 21% no quociente de inteligência
Retardo mental
Aumento de 18% na adaptatividade social
AFECÇÕES MASCULINAS
Impotência sexual Eficácia em 60% dos casos
(não orgânica)
Ejaculação precoce Eficácia em 83% dos casos
Alívio dos sintomas e melhora das funções sexuais superior
Inflamação na próstata
à medicação convencional
AFECÇÕES FEMININAS
Alívio completo dos sintomas, sem recorrência por 6 meses, em 92%
TPM
dos casos
Dor menstrual Melhora em 91% dos casos
Moxabustão + shiatsu / tuina: eficácia em 88% dos casos após
Cistite
1 a 2 meses de tratamento
GESTAÇÃO E AMAMENTAÇÃO
Acupressura: melhora em 20% dos casos
Enjôo Acupuntura: melhora em 69% dos casos
Moxabustão: melhora em 97% dos casos
Correção da posição Moxa: eficácia em 93% dos casos (aumenta atividade fetal e encaixa a
do feto cabeça do bebê)
A dilatação do útero foi similar à oxitocina
Indução ao parto
As contrações uterinas foram inferiores à oxitocina
Dor do parto Efeito analgésico considerado bom
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AFECÇÕES INFANTIS
1 dia de tratamento: cura em 82% dos casos
Diarréia
3 dias de tratamento: cura em 98% dos casos
Coqueluche Cura obtida em 98% dos casos
Convulsões cessaram em 98% dos casos após 2 min de se colocar
Convulsão
as agulhas
Redução significativa dos níveis de gordura, glicose, hidrocortisona
Obesidade infantil
e tri-iodo-tironina
Pós-entubação operatória Redução significativa do espasmo da laringe (5% dos casos)
DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Álcool Diminui a necessidade de ingerir álcool
Aumento na vontade de não fumar em 13% dos casos
Tabaco Redução no hábito de fumar em 20% dos casos
Redução no prazer de fumar em 70% dos casos
Cocaína Diminuição dos sintomas da abstinência em 44% dos casos
Diminuição dos sintomas da abstinência (anorexia, suor espontâneo
Heroína e insônia)
Redução da frequência do uso de heroína
Desintoxicação de álcool Redução do álcool no sangue
Desintoxicação de tabaco Redução da concentração de nicotina
PÓS-OPERATÓRIO
Efeito analgésico superior e mais rápido que a medicação
Convalência
convencional
Eletroacupuntura: efeito inferior à medicação convencional
(50% dos casos)
Mal-estar e vômitos
Acupuntura: efeito similar à medicação convencional
(90% dos casos)
Cirurgia de amídalas Redução do álcool no sangue
Redução da concentração de nicotina
Cirurgia de hemorroidas Melhora da dor e do desconforto em 77% dos casos
Cirurgia de artroscopia Alivio significativo da dor
Cirurgia cerebral Cura dos sintomas em 86% dos casos
Reduz pela metade a quantidade de analgésicos narcóticos
Dor do pós-operatório
(ex. Morfina)
Dor após exame de Eficácia similar à medicação, mas sem efeitos colaterais
endoscopia
Ganho de força muscular e de movimentos em 93% dos casos
Recuperação
após 10 dias de tratamento
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AFECÇÕES DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
ANEXO II
Baixe em pdf:
http://www.abacocba.org.br/guia_basico_de_treinamento_e_seguranca_em_acupuntura.pdf
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ANEXO III
40
SINOPSE DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
DE DR. SOHAKU BASTOS (1968-2018):
NGHI, Nguyen V., NGUYEN, Christine R., YAMAMURA Ysao. Medicina Tradicio-
nal Chinesa. São Paulo: Roca, 2010.