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Força fundamental
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Uma força fundamental é um mecanismo pelo qual as partículas interagem mutuamente, e que não pode ser
explicado por nenhuma força mais fundamental. Cada fenômeno físico observado, desde uma colisão de
galáxias até quarks agitando-se dentro de um próton, pode ser explicado por estas interações. Devido a sua
importância fundamental, a compreensão destas interações ocupou a atenção dos físicos por meio século e
continua ocupando até hoje.

Tradicionalmente, o físico moderno tem listado 4 interações: gravidade,


eletromagnetismo, a força nuclear fraca, e a força forte. Suas
magnitudes e comportamentos variam muito, como pode ser visto na
tabela abaixo. Ainda, existe uma crença muito forte que 3 destas
interações sejam a manifestação de uma única interação, mais
fundamental, tal como a eletricidade e o magnetismo são agora
entendidos como dois aspectos de uma interação eletromagnética.
Eletromagnetismo e forças nucleares fracas têm se mostrado como dois
aspectos da força eletrofraca. De forma mais especulativa, a força
eletrofraca e a força nuclear forte podem vir a ser combinadas usando
as teorias da grande unificação. Como combinar a quarta interação, a
gravidade, com as outras três ainda é um tópico para a pesquisa em
gravitação quântica. Interação nuclear forte.

Magnitude
Teoria Interação mediador Comportamento Faixa
relativa
1.4 x
Força nuclear
Cromodinâmica Glúon 1041 1/r7 10-15
forte
m
Força
Eletrodinâmica Fóton 1039 1/r2 infinito
eletromagnética
Força nuclear Bósons W 10-18
Flavordinâmica 1029 1/r5 até 1/r7
fraca eZ m
Força
Geometrodinâmica gráviton 10 1/r2 infinito
gravitacional

Estas interações são algumas vezes chamadas de "forças fundamentais", embora muitos achem que esta
terminologia seja enganosa porque uma delas, gravidade, não é totalmente explicada por uma "força" no
sentido newtoniano: nenhuma "força gravitacional" está atuando à distância para levar um corpo a se acelerar
(como era o que se acreditava até o século anterior com a teoria da gravitação newtoniana). Ao invés disto, a
relatividade geral explicou a gravitação pela a curvatura do espaço-tempo (composta da dilatação
gravitacional do tempo e da curvatura do espaço).

A visão da mecânica quântica moderna das três forças fundamentais (todas exceto a gravidade) é que as
partículas da matéria (férminos) não se interagem mutuamente mas pela troca de partículas virtuais (bósons)
chamadas de condutores de interação ou mediadores de interação. Esta dupla de matéria (férmions) com as
partículas mediadoras (bósons) são entendidas como sendo resultado de alguma simetria fundamental da
natureza.

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Índice
As interações
Gravidade
Força eletromagnética
Força fraca
Força forte
Desenvolvimentos atuais
Ver também
Referências
Bibliografia

As interações

Gravidade

A gravidade é tida como a mais fraca das interações, mas esta é a interação que tem o mais longo alcance. O
termo longo alcance refere-se tecnicamente ao decaimento da interação com a distância r a uma razão igual a
1/r2. Diferente de outras interações, a gravidade atua universalmente em toda matéria e energia. Devido ao seu
longo alcance, e da propriedade de depender somente da massa dos objetos e independente de sua carga etc., a
maioria das interações entre objetos separados por escala de distância maiores que de um planeta, por
exemplo, são predominantemente devidas à gravidade.

Devido ao seu longo alcance, a gravidade é responsável por fenômenos de larga-escala como galáxias, buracos
negros e a hipotética expansão do universo, como também os mais elementares fenômenos astronômicos
como a órbita dos planetas, e a experiências do dia a dia com a queda de objetos.

A Gravitação foi o primeiro tipo de interação explicada por uma teoria matemática, Aristóteles teorizava que
objetos de massas diferentes deveriam cair a velocidades diferentes. Durante a Revolução Cientifica, Galileo
Galilei determinou experimentalmente que isto não era verdade – se a fricção devido ao ar fosse negligenciada
todos objetos acelerariam em direção ao solo com a mesma razão. A Lei da Gravitação Universal de Isaac
Newton (1687) foi uma boa aproximação do comportamento geral da gravidade. Em 1915, Albert Einstein
completou a Teoria Geral da Relatividade, uma descrição mais acurada da gravidade em termos da geometria
do tempo-espaço.

Uma área de pesquisa atualmente ativa envolve a fusão da teoria da relatividade geral e mecânica quântica em
uma teoria mais geral da gravitação quântica. É largamente aceito que em uma teoria da gravitação quântica,
a gravidade seria mediada por uma partícula conhecida como gráviton. Grávitons são partículas hipotéticas
que ainda não foram observadas.

Embora a teoria da relatividade geral represente atualmente uma apurada teoria da gravidade no limite não
quântico, existem inúmeras teorias alternativas da gravidade. Aquelas sobre considerações sérias por toda
comunidade científica diminuem a teoria geral da relatividade em algum limite, e o foco do trabalho
observacional é estabelecer limites em que os desvios da relatividade geral são possíveis.

Força eletromagnética

A força eletromagnética é aquela que atua entre partículas carregadas. Estas incluem força eletrostática,

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atuando entre cargas em repouso, e o efeito combinado das forças elétrica e magnética entre cargas em
movimento relativo.

Eletromagnetismo é uma interação de longo alcance que é relativamente forte, e além disto está presente na
maioria de nossos fenômenos diários — uma gama de fenômenos que vão desde o laser e o rádio, à estrutura
dos átomos e o arco-íris.

Fenômenos elétricos e magnéticos têm sido observado desde tempos antigos, mas somente em 1800 é que foi
descoberto que eles eram dois aspectos de uma interação mais fundamental. Em 1864, através das equações de
Maxwell pôde-se quantificar e unificar rigorosamente o fenômeno. Em 1905, a relatividade restrita resolveu a
questão da constância da velocidade da luz, e Einstein explicou o efeito fotoelétrico pela teorização que a luz
era transmitida em pacotes, denominados de "quanta", que agora denominamos de fótons. Por volta de 1927,
Paul Dirac unificou a mecânica quântica com a relatividade especial dando origem à Teoria ântica de
Campos; a teoria quântica de campos do eletromagnetismo é a eletrodinâmica quântica que foi completada na
década de 1940s.

eodor Kaluza em 1919 notou uma curiosa propriedade do eletromagnetismo, ou seja que a teoria clássica de
Maxwell (não quântica) do eletromagnetismo surge naturalmente das equações relatividade geral com
suposição que exista uma quarta dimensão extra do espaço. Esta propriedade é a base da teorias Kaluza-Klein
a qual tem sido usada para formular a gravitação quântica.

Força fraca

A força nuclear fraca é a responsável por alguns fenômenos na escala do núcleo atômico, tais como o
decaimento beta.[1] O eletromagnetismo e a força nuclear fraca são teoricamente entendidos como dois
aspectos de força eletrofraca unificada – este foi o primeiro passo na formulação teórica de um modelo
conhecido como modelo padrão. Na teoria eletrofraca, os condutores da força fraca são bósons de calibre
massivos chamados de bósons W e Z. A força fraca é um exemplo de uma teoria física em que a paridade não
é conservada, mas a simetria CPT é conservada.

Força forte

Os núcleons são mantidos juntos no núcleo atômico pela força nuclear forte. Esta força não é relacionada à
carga elétrica. Um dos principais efeitos desta força é a forte união dos dois prótons do núcleo do hélio, a
despeito da sua tremenda repulsão eletromagnética.

A teoria quântica da força forte é conhecida como cromodinâmica quântica ou QCD. Em QCD, a força forte é
mediada por partículas chamadas glúons e atua entre partículas que contém uma "carga de cor " (isto é, quarks
e glúons). Partículas compostas tais como os nucleons ou mésons são construídas de quarks.

Desenvolvimentos atuais
O modelo padrão é um modelo unificador da mecânica quântica —eletromagnetismo, interacções fracas e
interacções fortes. Atualmente, não há um candidato aceito para a teoria da gravitação quântica. A busca por
uma teoria aceitável da gravitação quântica , e uma teoria da grande unificação da mecânica quântica, são
áreas importantes das pesquisas cientificas actuais. Até que estas pesquisas tenham sucesso, a interacção
gravitacional não pode ser considerada uma força porque ela é mais de natureza geométrica do que dinâmica.
Os movimentos das partículas são explicados porque a curvatura do espaço tempo direcciona este movimento,
e não porque elas são puxadas ou empurradas por forças resultantes da troca de gravitons.

Um importante aspecto da mecânica quântica, contudo, são as diferentes formas de ver as coisas, tais como a
gravidade. Uma forma de encarar a gravidade é como um campo de força, outra forma é como uma curvatura
do espaço tempo e uma última forma é através da troca de grávitons. As equações podem ser rearranjadas

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para representar diferentes pontos de vista. Uma exótica quinta força tem sido proposta por alguns físicos de
tempos em tempos. A maior parte destas explicações divergem entre predição e medição dos valores da
constante gravitacional. Até o inicio de 2004, todos os experimentos que indicavam uma quinta força têm sido
explicados em termos de erros experimentais. Entretanto, em 2016, um experimento de laboratório na Hungria
detectou uma anomalia no decaimento radioativo.

Ver também
Física
História da Física
Mecânica Quântica

Física de partículas
Partículas elementares
Acelerador de partículas
Lista de partículas

Modelo Padrão
Força eletrofraca
Força forte

Gravitação
Gravitação quântica
Big Bang

Pessoas:
Isaac Newton
James Clerk Maxwell
Albert Einstein
Abdus Salam
Steven Weinberg
Gerardus 't Hooft
David Gross
Edward Witten

Referências
1. Young, Hugh D.; Freedman, Roger A. (2016). Física IV: ótica e física moderna. São
Paulo: Pearson. ISBN 978-85-430-0671-0

Bibliografia
Feynman, Richard P. (1967). The Character of Physical Law. MIT Press. ISBN
0-262-56003-8
Weinberg, S. (1993). The First Three Minutes: A Modern View of the Origin of the
Universe. Basic Books. ISBN 0-465-02437-8

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Weinberg, S. (1994). Dreams of a Final Theory. Vintage Books USA. ISBN


0-679-74408-8
Padmanabhan, T. (1998). After The First Three Minutes: The Story of Our Universe.
Cambridge University Press. ISBN 0-521-62972-1
Esta página foi editada pela última vez às 20h49min de 9 de julho de 2020.

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