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tulo sendo asim q prosedem de Pero Roiz
Rey Pires da Fonseca "1 depois da morte
da Fonseca Pimentel filho de (NASA -NÃec) f

Í
delRey 1, Fernando se passou
a Casteila como adiante divemos no tratado quarto desta relação capitulo
“o
terceiro, E que suposto que lhe avemos de dar credit
o por aver tantos
anos q esereveo «q aleansou os tempos delRey D. Duarte altre tempo
E = Manuel como tambem adiante tucaremos no mesmo tratado
quarto 'Parrapho segundo: hã de ser com q y temos
E tomado neste trat:
nos capítulos primeiro, segundo e terceiro d d
quantos mais q aver ara à
I pareceres fito he deieito por ser cousa tão antiga que
+ u ME El erno
em quiras familias
é CTISTÃOS-NOVOS
muito conhecidas .
ha pareceres muito encontrados huns dos d B ]
ertros como
os ha na desceondeneia dos nossos Reis h drceios
de Portugal q mal se apura enjo
filho foy o Conde D. H envigue Pay delRey
:D, Alfonso Henriques primeiro
Rey de Portugal como no capitulo primeiro deixamos apontado, em «q
f vê claramente o descuido q os antigos tiverão de deixar em memoria Ny
E tousa RR para lhe não passar por alto e asim 9 Men
parecer he o q atras Tx de Jar io
temos dito comforme ao chantre Manoel Severi
m de faria por sua muita
uuthoridade e grande estudo q tem noste particu
lar das gerações « nobreza
do Reino a quem se deve dar e dá mais eredito q a outro algum escritor À presentaç ão
º nobiliario juntamente como de seu sobrinho Gaspar
de Faria Severim
executor mor do Reyno e os mais chronistas e escritores. Au recolher elementos que me permitissem completar um dos remos da minha
árvore de costados, tive necessidade de consultar alguns processos do Tribunal do Sanio
Oficio de Coimbra.

a gd
*
Vi as minhas buscas coroarem-se de êxito dada à facilidade com que remontei,
aquele costado da minha ascendência, até aos princípios do século XVI, E cedo me con-
venci de que uma consulta sistemática c metódica dos processos das três Inquisições
(Lisboa, Coimbra é Évora) seria funte preciosa que permitiria levantar, uma após outra,
as genealogias de muitas famílias poriuguesas das mais distintase destacadas, é que 05
linhagistas jamais mencionaram nos seus nobiliários devido à infamação de judaísmo que
sobre elas impendia.
Uma vez ou outra, gencalogistas como Cristóvão Alão de Morais e Felgueiras
Gaio [azem referência a pessoas cristãs-novas que se cruzaram com membros de algumas
das principais famitias do reino, mas fazem-no sem pormenor e de forma vaga.
Verifiquei então a necessidade e a vantagem de reunir em volumes manuscritos
todos os elementos que covrdenara e as gengalogias que, poucu a pouco, fui levantando.
| Assim surgiu & história de algumas centenes de familias Portuguesas.
; Tarefa tanto maís ingrata quanto é certo que nem todos a aceitarão com simpatia.
Mas a história não se compadece com simpatias ou antipatias. Sempre, é em todos 05
| tempos, o que agrada a uns, desagrada a outros. De resto, a meu ver, a maior ou menor
À quantidade de sangue cristão-novo que cabe a estas famílias não ofusca o brilho da pars
cela com que contribuiram para o engrandecimento da Pátria.
i À genealogia só podt ser útil e ter valor histórico quando — !onge de alardrar
5 prosápias e jactar honrarias ou pseudo-glórias -— sirva ao estudo das diferentes épocas e

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LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

da projecção social de cade família no todo da


nação, ou permita a análise da contribuição seu trabalho (1) — « Uma feição da antiga sociedade portuguesa que não está iuiada :
do «clan» para a história da comunidade em
geral.
de que só temos motícias sentimentais acha-se na classe gos EriSfa Geo, os ana
Uma inconsciente onda de antisemitismo vislumbr
ou-se algum tempo no horizonte dos judeus baptizados no tempo do Rei D. Manuel. Seria cxrioso aoher os descen S
da sociedade portuguesa, reflexo de outros moviment
os semelhantes que rebentaram mais destes cristdos-novos uciualmente entire nós, visto q mançha de infâmia, que os acompa
longe na Europa,
f » hoje desaparecido »
Teve início no livro «A Invasão dos Judeus»
de Mário Saa, e ofereceu q curioso have LO dou ao a uma série de estudos gencelógicos sobre
espectáculo de virem a falar em perseguições
anti-semitas pessoas q ue têm (e decerto o sristãos-novos que iniciei cum trés opúsculos (?) e com que irei, despretenciosamente,
ignoravam) uma percentagem de sangue semita
tão grande ou malor que os infamados de ibui reenchimento daquela lacuna.
novi-cristianismo, a quem pretendiam perseguir
. Da ER bi com outro Uabalho, em quz o meu papel nãoise tiver se
A diluição do sangue cristão-novo em Portugal
é tão grande que pode hoje afir- limitado à paciente função de anotador, mas este é de quantos tenho entre a Rel
mar-se, sem receio de cometer erro, que não
existem familias puritaras. me parece mais interessante pelo sabor puramente cosvo ns elgumas passagens e dai
As familias eivadas do sangue de Israel «ão tão portugues
as e tão patriotas como reproduzido e também porque vem reforçar aquela outra Alrmação de Pedro fe: '
&s que se jactam do seu puritanismo e, pouco à
pouco, com a sequência dos meus traha- quando nos diz: «O aparecimento numa famiha de Familiares de Santo Elagio, ava
lhos genealógicos tenho provado a inconsistência
da doutrina de Mário Saa. leiros de Ordens Militares Eclesidsticas, ou seculares « de bachareis em direito, não prova
Mário Saa não “oi um mal intencionado, mas fez lamentáve
! confusão entre judeus igem cristã-velha» (2).
& republicanos, monárquicos e cristãos-velhos. A
última parte do seu livro é um ataque e a setenta sairei com cutros de nais fundo em que a genealogia, nf
directo e parcealissimo ao grupo Orfeu cujos membros
são apodados de judaismo, sem pelos processos do Santo Ofício e cotejada com ns assentos paroquiais, habilitações para
fundamento, como provei numa conferência
que realizei há meces, ordens, dados biográficos, etc. estará mais dentro do espírito daquilo que Pedro de Aze-
Problemas como aquele a cujo estudo se abalangou
não podem ser resolvidos de
ânimo leve. Para bem se distinguir o trigo do joio
é necessário Lsar de «peneira» cons- vedo E aaa ia caderno que hoje publico, fui o meu amigo Sr. Dr. Juiz Antônio Sote-
cienciosa e imparcialíssima,
mayor quem me falou na sua existência, Sabedor da copiosa recolha de alerentas sine
Vista mais objectivamente, a questão reduz-se a distinguir
baixe politiquice e am- lógicos de familias cristãs-novas que venho [azendo, aquele meu po "
bição incontida, daquilo a que os gencalógicos portugues
es apelidaram de «cristâ-novicer indicou 0 processo a que o caderno está apensado. Trata-se da Habilitação para 5. anto
A par de Márin Saa outros têm aparecido com preocupaç
ões anti-semitas, mas Oficio do Senhor de Aborim, Álvaro Barbosa Brandão Escobar Lopes de Barros, existente
também sem bases sólidas capazes de estabelecer doutrina.
o, Maço q, Diligência 43.
Quem, porém, conhecer já um pouco da genealogia das .-
famílias cristão-novas, sem A ana Rs E certifiguei do muito interesse que deverá dnEREEEr aos Benea:
dificuldade verifica que todo o encarniçamento de alguns
escritores contra a tal chamada lógicos modernos. Resolvi publicá-lo; mas não me limitei a respigar ligeiras notas infor-
cristâ-novice de certos vultos, não passa de um erro.
O conhecimento deste caderno, que mativas, preferi a publicação diplomática por mais completa. Trem no trazer o documento
hoje se começa a publicar, vai revelar-lhes gue [oram patriotas
cem por cento, e anli-revo- a lume, não quiz reduzir o meu trabalho go de simples copi-ta, motivo por que, Prosa
lucionárias por natureza, muitas das persoas que esses
autores consideram puros cristãos- rando dar-lhe actualidade enriqueci o texto pntigo com algumas notas que trazem o leitor
-velhos e que afinal têm grande percentagem de sangue semita.
até às gerações modernas ende a sua curiosidade genealógica decerto encontrará vasto
E, caso curioso, depois de se estudarem em profundidade as genecalogi
as das fami- studo.
lias de cristãos-novos até aos nossos dias, encontramos nelas
indivíduos possuidores de Mr a actualização foi feita seguindo de preferência os dois conhecidos e tao apre-
certas qualidades atribuidas como defeitos aos cristãos-novos,
sem que o sey fisico de- ciados nobiliários: «Felgueiras Gaio» e «Últimas Gerações de Entre-Douro-e-Minho ».
nuncie a elevada percentagem de cristã-novice que lhes
conhecemos e nalguns atinge Se ambos têm servido aos genealogistas come ponto tantas vezes incontestado das suas
mais de 75º/. Em contraposição, outros há que, de aspecto físico quase rabínico,
têm afirmações geneslópicas, devem achá-los caminho seguro não só quando confirmam os seus
emperamento e sentimentos absolutamente alheios Aquilo que
se chama o espirito judaico, costados nobres, mas também quando os encaminham para uma pista de antepassado judeu
São estes, apesar disso, Os mais vulgarmente apontados como semitas,
quando afinal, apu- visado neste caderno,
rámos, muitos deles têm a gua parcela de cristã-novice reduzida
a percentagens mínimas, É certo que tanto as genealogias deste caderno como as que levantei pelos processos
Ainda recentemente, um livro veio provar que Camilo Castelo
Branco, tão injusta- do Santo Oficio dificilmente recuam além do século XVI, mas algumas alcançam es finais
menta acusado de judeu era-o em pouco mais de 4 To
do século XV, o que já é bastante, quando se trata de famílias de que ninguém fez a história.
Não chamei o encargo de responder ao livro do escritor Mário
Sea. Longe de mim Uma coisa tenho, porém, como certa: todos os elementos que compõem estas
tai trabalho; seria inútil. Quaisquer dois dedos de bom senso chegam para ver quanto genealogias estão averiguados e são bem mais sólidos que as fantasias genealógicas refe-
tudo aquilo está errado. rentes a tantas famílias que, num fatal destino, os nobiliários sempie levam até D. Fruela
Outro é o meu objectivo: Foi Pedro de Azevedo quem mo indicou
ao dizer num ou D, Ordonho,

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LUIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE HSRCELOS

ÀS gencalogias que se levantam pelos processo


s do Santo Ofício, em paralelo com
as de certos genealógicos antigos, têm em presença dos judeus askanazins, dos índios asiáticos ou daqueles arménios que tastás
dobrado valor, porque o Santo Ofício
nava € raras vezes se deixava enganar. não se enga-
Os processos de Habilitação ainda às vezes nos acotovelam em viagem e até de alguns gregos que últimamente aparecem em Lisboa.
sofismados, os Processos Crimes esses vozes eram
só muito raramente. A repulsa da população portuguesa pelos ciganos é sintomática. o
Os processos dão-nos quase sempre a certeza Mas o anti-racista reage isolando-se, sem contudo aprovar perseguições e
de remontar os antepassados de uma
Tamí.ia até nos sécutos XV e XVI e garantia maus tratos, 18
que dai para trás ou descendem das nobres
famílias sefardins a que a História alude A assimilação dos judeus em Portugal, obrigatória e [orçada, pôs termo à luta
ou daquelas pentes ruivas é sardentas
tomo servos, as acompanharam à Peninsu que,
la. racista entre nós.
Na certeza, porém, de que descendentes Sobre o assunto reportamo-nos ao que escreveu o Abade de Baçal no seu Vo-
dos nebres, sábios estudiosos e cultos
sefardins ou dos espertos e agenciacdores lume VI das « Memórias» a págs, CVIl: «Sem a elucidação das listas (do Santo Ofício)
tcházuros seus servos € depois seus
companheiros de [é e desdita, todos, irmãos é
uns mais outros menos, contribuiram muitas familias de destaque nos meios finaneciros, nos meios de representação social, sa
para a gran-
deza do rinsão nacional com o mesmo
amor e sinceridade dos descendentes burocracia, nos centros populares de Jisõoa, Porto € outros, ignorariam q tragetória
da velha
nobreza que se jacta de Puritanismo, ou
ainda daquele povo que tantas vezes se geográfica de seus maiores, assim fâcilmente determinada pelo índice dos apelidos, das
deixou
inconscientemente arrastar às perseguições. aleunhos exóticas, muitas veres convertidas em apelidos, Totas, Serrões, Cebolas, etc».
Os antepassados dos portugueses, cristãos Para os mesmos israelitas são interessantes estas listas, pois, quando sinceros,
-velhos ou cristãos-nevos, tudos sem
excepção, contribuiram para os descobrimentos podem documentalmente orgulhar-se da coragem heróica de seus maiores (3), da
, para as conquistas, para as artes, para as aurégla
ciências, para as leiras é para todas as activida que lhe viceja o sangue, da autêntica e precisa individuação biográfica de seus autepas-
des que eograndeceram a Nação.
Os portugueses de hoje quando têm de dar sados, 0 que muitos estranhos a Israel, blasonando de volumosos pergaminhos genealó-
a sua contribuição à Pátria, em qual-
quer campo para oride esta os solicite, não gicos, não podem autenticar amplamente. O facto, constatado pelas listas, de muitos cris-
usam para o fazerem investigar primeiro
sangue cristão-velho ou cristão-novo que lhes do tãos-novos em vez de contrariarem as alcunhas que jhes penham, as adoptarem
cade, per apelido,
E se alguns elementos emperram a boa marcha não está mostrando a superioridade mental dos que cenalizam de modo menos perigoso
do progresso da Nação ou tiram o
brilho à sua grandeza, não devemos inconsc as correntes gerais adversas que não podem ser vencidas douira forma:
ientemente apontá-los como influenciados
pela «fara» semita (alguns assim ihe chamam Em última análise: áqueles dos nossos leitores a quem, pelo seu cepticismo a
). O mai está, antes, nas misteriosas orga- lei-
nizações de seita e outras, a que pertencem tura destas considerações faça pensar no velho rifão — nuem é não quer ser só — não
indiferentemente cristãos-novos e cristãos-ve- me
lhos ou, ainda na tendência de certos espiritos limitarei a responder com o conhecido «Honi soit qui msi Y pense» mas direi que tanto
pare a luta partidária que serve apenas aos
seus interesses mesquinhos quando não aos me orgulho dos antepassados cristãos-novos como dos cristãos-velhos, porque uhs é outros
des grandes rações usurpadoras.
Homens, cristãos-nóvos ou cristãos-velhos, vejo deslacarem-se ao lado dos nobres e plebeus que formaram o todo da Nação.
todos são susceptíveis de ertar e de
se deixarem seduzir por más doutrinas. Militares, médicos, lavradores, padres, humildes tecelões, mareanies, ourives ou
E... vamos lá com Deus, nenhum de nós
dificuldade em encontrar por aí muitos cristãos téria
-velhos, ou que como tal se julgam, que se comerciantes, senão todos, pelo menos muitos, serviram à Pátria desinteressada e sincera-
prestariam ao papel de Judas por bem menos mente. Se alguns eram cristãos-novos a maioria eram cristãos-velhos, mas todos por-
de trinta dinheiros. E depois do que acabo
de escrever, vem a propésito perguntar: — Não será natura! e inteligente pôr de parte tugueses,
EE

velho uso de certos linhagistas de distinguirem o


os antepassados nobres dos plebeus e os
eristãos-novos dos erisiãos-velhos, pela incompr
eensível designação de «bens» € «maus»?
Em bea verdade não vejo porque há-de ser
considerado «mau» um antepassado
cristão-novo, honrado e patriota e «bom» um
outro, que, embora cristão-velho, não passou
de um maroto, cheio de vícios e crimes.
Há, de facto, por toda a Europa um mau estar
social que parece criado e alimen-
tado pelo judeu internacional. Mas note-se
que não é no nosso pais que esse elemento
de perturbação actua. O judeu é o judeu
e os descendentes des cristãos-novos estão
milados e quase ignoram a origem dos seus assi-
maiores. “a
Lá fora, sim, há q judeu de Betho e o de
sinagoga que por motivos de educação,
de formação moral e de temperamento provoca (1) «Irregularidades da limpeza de sangue des familiares de V.* Real», pág. 17 do vol. X
no autóctone uma idiossincrasia irreprimível.
Mas esse fenômeno sentimo-lo tanta vez do « Arquivo Histórico Poriuguês ». . .
em presença de ouíras raças que não (3) História Gonenlógica de uma femilia do Alentejo, Facilidades na
a judaica!... habilitação para a
Ordem de Cristo no sécalo XVII q Patranha Geneslógica. . .
Muitos dos que sempre Teprovaram os racismos (3) No tempo de D. João IE foi gierecido o Senhorio de Bragança ao rico juden José Ibn
violentos, sentem essa repulsa Jaçhia em tcoca da apostasia, mas recusou e preferiu Íugir para evilar danos tinlores, a lrair a crença
de seus maiores — Lúcio de Azevedo.

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e
Nm e Rm Snr* Inqueridores
CÓPIA DIPLOMÁTICA
Em observancia de ordem recomendavel de V. lllmss fiz toda a
possivel deleg* pelos roes das fintas que nos seculos passados forão
lançadas aos christaons novos, e não me foy possivel achar mais do que
as memorias genealogicas, que remeto, e qiº não sejão comprehendidas
Pela Ley de dous de Maio do corrente anno foy S. Mag*, servido na Ley: por ordem de V, IlIme* as tornarey a intregar, e rão pude com
reprovar, anular, e aniquilar, como se nunca houvessem existido, todos
mais brevidade executar a recomendação de V, Ill="s por todo o tempo
os roes das fintas que nos ultimos séculos passados foram lançadas aos
me ser necessario para descobrir as sobreditas memórias, e fico na deleg'*
christaons novos deste Reyno e tambem as cópias dos mesmos roes que
de outras de que tive not” qi não estejão intregues a outro comissario
se acharem escritas em livros, ou papeis volantes, mandando que se en- Ds Nosso Snr G% a V, lllmes Braga 7 de Julho de 1768
treguem no termo de trez mezes ao Thesoureiro Mór do seu Real Erário.
E porque v mesmo Senhor participou ao Stº Off.º esta Sua Resolução
De V. Ilmes
ordenando-lhe a mais exacta e pontra execução dela na parte que lhe
toca, recomendamos a V. M. que sem demora alguma entre na indaga- & mais obediente servo
ção das pessoas que nessa terra e suas visinhanças conservão em seu
poder os referidos roes ou seja em livros manuscritos que tratem de Manoel Marinho
genealogias ou em papeis avulsos e tomará conta de todos os que achar
para os remeter sem dilação a esta Meza havendo-se conta vigilancia e
cautela que não fiquem por lá os menores vestigios deles. Deus N, Sr.
Guarde a V. M. Coimbra, no Stº Off.º em mesa 1 de Junho de 1768.
) luiz DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

7 de junho de 1566 feito na nota de Amador da Cunha instituirão de


seu terço um morgado com obrigação de cento e dez missas cada (O
ditas na Igr?. da Miz?. Foram prezos por ordem do S.!º Ofticio de
Coimbra a m.º em 2 de Abril de 1558 o homem foi prezo em 3 de
Junho de 1558 e sayrão compreendidos ambos no judaismo, torna-
i rão a voltar para a sua patria onde falecerão Diogo Lopes em 20 de
Titullo de João Lopes, novo Christão e de sua m.” à bro. de 1556 e Guiomar Fernandes em 6 de Mayo de 1576, foram
sepultados na lg*. da Miz>. asim o diz de ambos o livro 1º dos de-
Margarida Vaz e de seus descendentes funtos da Ig? de S. João do Souto, e consta terem de seu matri-
monio os filhos seguintes:
João Lopes, tendeiro e sua m.º” Margarida Vaz forão morado- 1.º— O Dº Francisco Lopes, assistente nas partes da In-
tes na Rua da Judiaria e eram de nação Hebraica e pelia computa- dia 1º chamado p? suceder no morgado.
ção dos tempos forão daqueles judeus que no anno de 1497 mandou 2º-— Diogo Lopes foi 2º sucessor no morgado por não
baptizar El-rei D, Manoel, e como tais na Rua da Judiaria que hoje vit seu irmão da India. o Dº Fr.º Lopes chamado
se chama Rua de St.º Antonio, moravam ocultos muitos judeus que p> 1º sucessor: inda hera vivo Diogo Lopes em 29
todos forão baptizados no tal tempo e rendiam os tributos que paga- de 9bro. de 1601,
vão os judeus aos Arcebispos de Braga cada anno 26.600 rs que 3.º — António Lopes que pela computação dos amos pº
El-Rei D. Manoel mandou concinar no almoxarifado de G.ºs aos [parece] ser mais velho que os irmãos asima nomea-
Arcebispos de Braga que de presente todos os annos mandão cobrar dos e do qual diz o p.º André Gonçalves no seu livro
o tal compito de dt, Entre as catorze moradas de cazas que o
de cousas memoraveis do seu tempo folhas 92 v Do-
R.to Cabido no (&) de 1460 trazia emprazadas na Rua da Judiaria a mingo 14 de 7bro de 1548 se receberão Antonio Lopes
vários judeus erão as ultimas delas ao postigo da Rua que foi judia- 4º de Diogo Lopes mercador com Clara de Azevedo
Tia emprazou as em Março de 1509 estas cazas em trez vidas por filha de João Camello, de São João de Rey. E de-
pensão de 150 rs em di.º e 2 gs. João Lopes tendeiro e sua mr clarão seus país na instituição do motgado tinham
Margarida Vaz e foi 3º vida nas ditas cazas seu filho Diogo Lopes
dado a seu fº Antonio Lopes e a Clara de Azevedo
e no €& de 1555 as possuia seu neto António Lopes mercador e
| sua m* em drº e cazas 195 & em peças e enxoval
consta terem por filho Diogo Lopes. 170 $ como constava da escritura de 3 de Janeiro
Diogo Lopes o velho fº de João Lopes tendeiro e de sua mu- de 1553. Foi o dito Antonio Lopes mercador é mo-
lher Margarida Vaz, foi mercador e morador no Terreiro da Rua do
| rador no Terreiro do passo junto às cazas de seu
Souto deante dos Passos Arcebispaes, joi casado pellos de 1520 pai, prazo do cabido com penção em drº de 910 rs.
com Guiomar Frz. da mesma nação que elle a qual hera irmã de Pedro e 2 galt. Foi casado com sua m.” em the 21 de
Alz. ourives, casado que fol com Clara Henriqués. Juntarão pella Março de 1583 como consta da nota de Antonio
mercancia grandes cavedais porqu'º no 1º de Junho de 1537 institui- Coelho q/º entre elles ouve divorcio por autoridade
tão hã morgado a qual instituição está escrita em pergaminho no da Igreja. Consta do livro mais antigo dos Bapti-
cartorio da Miz?, de Braga no tomo 3º dos testamentos folhas 503 zados da Igreja de São João do Souto ser baptizado
entre as obrigações que tem he dar cada anno hã dote de dez mil rs. em 6 de 9bro de 1568 Fernando iº de Antônio Lopes,
em primeiro lugar a psrenta. Porem por seu testamento Sinal Ge 24 mercador e de sua mulher Clara de Azevedo.

66 87
fi
LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

4,º -— Manoel Lopes, mercador na Rua do Souto ioi recebera ordens menores Bernardo Ferraz |º de
casado
como consta da nota geral por uma escritura de Diogo Lopes e de sua m* Felipa Brandoa da freg”
compra de panos de 19 de Junho de 1564 e por hia de São João do Souto em 21 de Tbrº de 1577.
16
procuração da nota de Manoel de Lemos, de dez de 2.º — Suzana Brandoa que foi Baptizada em 22 de Matço 11
Junho de 1565 consta ser irmão, Manoel Lopes mer- de 1572 inda hera viva em 15 de Dezembro de 1594
cador, de Diogo Lopes mercador. qi lhe duou sua tia Maria Lopes Vº o casal do
5.º Maria Lopes foi cazada trez vezes, a 1.º com Passo. Nota Geral.
Sal-
vador Godinho cidadão de Braga do qual matrimó- + 3.º — Miguel Brandão que foi Baptizado em 16 de Maio
nto não teve filhas, porem o dito Salvador Godinho de 1574 na freguesia de S. João do Souto e faleceu
teve 1º natural de Maria Fernandes, solte a Afonso solteiro de idade de quarenta anos aos 4 de Julho
Godinho que foi casado em Lisboa com Izabel Fer- de 1624 assim o diz o livro dos defuntos da freg.”
nandes Gago. Casou 2.º vez Maria Lopes com de São Vitouro.
Fr. Campello, os quais seus pais Dicgo Lopes e 4.º
— Ana Brandoa que viveu solteira inda hera viva em
Guiomar Fernandes lhe tinhon dado em dote com o 24 de Abril de 1588 como consta da nota de Anto-
1.º marido 253 $ em 26 de Agosto de 1552 e com 0 nio Coelho por hia escritura de doação em que
2.º marido cento e sincoenta medidas de pão moido doou a sua irmã Maria Lopes Brandoa o Cazal de
por Escritura da nota de Cristovão Ascenço de 97 Galegos.
de Julho de 1562. Casou 3.º vez com Roque Vieira 5.º
— Maria Brandoa foi baptizada em 22 de 7º de 1577.
como consta de hua Escritura de Doação da nota Casou e se recebeo na freg: de S. João do Souto
de Antonio Coelho de 29 de 9tro de 1602 é suposto com Salvador da Cunha tº de Lionel da Cunha e de
fosse casada trez vezes faleceu s. E. sua mt” Anna Mendes em 17 de 7% de 1604,
Diogo Lopes, mercador, filho 2º de Dº, Lopes, mercador e de Aos 20 de Fevº de 1662 faleceo Maria Brandoa Vº de Salvador
sua mulher Guiomar Fernandes foi morador na Rua do Souto e foi da Cunha, asim o diz o Livro dos defuntos da freg* de São João do
o 2º chamado a suceder no morgado de Merlim sito na freguesia de Souto. Consta ter fºs de seu marido Salvador da Cunha, Baptiza-
S. Pedro de Merlim com obrigação dos sucessores se apelidarem dos na freg de S. João do Souto os seguintes:
com o sobre nome de Lopes. Foi c. c. Felipa Brandoa f? de Gaspar
Brandão e de sua mer Mecia de Figueiredo e parece casarão no anno 1.º — Ana Brandoa que foi baptizada em 11 de Julho de 1605
de 1562 pois dizem seus Pais na Instituição do morgado que tinham na freg.' de S. João do Souto, faleceo menina.
dado a seu fº Diogo Lopes noventa mil reis em medidas de pão e 2.º — Manuel! da Cunha que foi baptizado na freguesia de San-
dez mil reis por húa escritura da nota de Manuel de Lemos
datada de tiago da Cividade em 26 de Agósto de 1607.
15 de 7» de 1562, Teve Diogo Lopes de sua mº Felipa Brandoa
os 3.0— Anna Brandoa que foi baptizada na freguesia de San-
filhos seguintes baptizados na freguesia de S. João do Souto:
“> tiago da Clvidade em 29 de Março de 1609,
4,º — Filipa Brandoa de Osório se recebeo na freg.: de S. Tiago
1.º— Bernardo Lopes Ferraz de Vasos suponho foi bapti- da Cividade em 5 de Agôsto de 1620 com Manuel de Rezende Lei-
zado pelos annos de 1569. Consta do livro 1.º dos tão f.º de Ambrozio Rezende Cidadão e de sua m.º” Margarida Lei-
ordinandos que se guarda no Cartório da Camara toa, foram moradores no Cazal da Pica, da Preg.' de S.ta Eulália
Eclesiastica de Braga nelle se diz folhas 697 que de Tenões que lhe veyo por via de seu marido aos quais reformou

88 69
LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DX CRISTÃOS-NUVOS DE BARCELOS

o escr.ຠMiguel de Coimbra na nota Geral em 9 de Mayo de 1639 Barbosa de Farla e de sua m* D, Pascoa de Barros, Snr. do Mor-
em tres vidas, os dous casados em 1.: e 2.º, 0 que derradeiro ficar gado e Casa de Aborim no tr.º de Barcellos deste matrimônio
nomearia a 3.º vida e como não tiveram f.ºº deste matrimónio suce- tiverão os [.º seguintes baptizados na freguesia de São Victor,
Lo.
I
12 13
deu em 2.º vída a dita Filipa Brandoa que casou 2.2 vez com André 1.º — Francisco pra Brandão baptizado em 24 de qbro de 1662
oly de Affonsequa de Mag.ºs que chamarão por alcunha o «Diábo das foi mtº grande cavaleiro faleceo na sua qt! de Aborim no mês de
canhotas» de que não teve sucessão porem foi o dito André da Fevro ou Março de 1747.
Afonsequa 3.º vida no prazo do Toural por nomeação de sua m,º 2.º — Inácio Barbosa Brandão com cem mil'* de penção cada
que faleceo primeiro que élle, anno na lgr.” de São Miguel de Fontoura foi baptizado em 5 de
5.º —João da Cunha de Osório que foi Baptizado na tfreg.a Agosto de 1663 e faleceo em 22 de Agôsto de 1746 toi sepultado
de S. João do Souto em 4 de Fevereiro de 1626 1.º de Salvador da na igreja dos Terceiros.
Cunha e de sua m.º Maria Brando. “po André Barbosa Brandão, baptizado em 4 de 7º de 1664
6.º — Francisca da Cunha Osório da qual diz o Livro dos casa- foi Abbde de S1.º Lucrécia de Aguiar no tr.º de Barcelios, Padroado
mentos da freg.t de São João do Souto o seguinte: «aos 15 de da Casa de Aborim em que sucedeo seu irmão Free Pereira Brandão.
Março de 1652 se receberão Jcão da Silva de Azevedo £.º de Fran- Faleceo na dita sua Igr* aos
cisco de Alz.e de Araújo já defunto e de C."s da Silva do lugar da , 4.º — D, Mariana de Barbosa freira no mostº. do Salvador, de
Gonça, freguesia de Palmeira, com Francisca da Cunha Osório f.* Braga foi baptizada em 13 de 7bro de 1666.
de Salvador da Cunha Coutinho já defunto e de sua m.t” Maria
Brandoa Ferraz v.* da Rua do Souto, Francisco pr" Brandão de Barbosa e Vaslº* sucessor no Mot-
gado e mais bens da casa de seus pais Manoel Lopes Erantao e
Bernardo Lopes Ferraz de Vaslos sucessor na casa e morgado D. Maria de Barbosa casou com sua prima com irmã de D. Mº de
que foi de seus pais Diogo Lopes e Filipa Brandoa Soares; cascu na Barbosa fº nº! de seu tio Bartholomeu de Barbosa de Faria Snr. do
Rua Nova de Sousa com D. Marta de Brito e Vaslos fa de Geraldo Morgado e Torre de Aborim sita na freg* de Stº Maria de Quintiaens
-de Brito de Vasios, Snr. da qt" de Pereiro praso da Comenda de Cha- do trº da Villa de Barcellos, a qual |º teve de Maria Ribeiro de Brito
vão sita na freg.º de S, Payo de Carvalhal, tr.º da Vila de Barcellos e assim por evitarem demandas qual deles devia suceder nesta
e de sua m* Francisca p'º do Lago filha de Fernão P.º do Lago e de antiga e nobre casa e chefe dos Aborins e Barbosas fizerão este
sua mº” Maria Leitão e deste matrimônio tiverão por Í.º8: casamento de cujo matrimonio tiverão os ͺ* seguintes baptizados
1.º — Mancel Lopes Brandão sucessor na casa de seus pais na dita freg*:
faleceo em 6 de Janeiro de 1692, livro dos defuntos de São Vitouro 1.º — Manoel Felix de Barbosa P'º sucessor na casa faleceo
asim o diz. ; em Braga no 1.º de Abril de 1747, foi a enterrar à sua Capella e
2º —D. Maria de Brito e Vasloe Foi Baptizada na freg." de qt de Aborim.
São Vitouro em 9 de Março de 1627 sendo seus pais Bernardo 2º— Antº Luis Barbosa, que matarão pº as partes de Ponte
Lopes Ferraz e Marta de Brito moradores em Portas. de Lima em 5 de Agosto de 1736, por elle mandar dar com hã chi-
<>
cote publicamente em hã cavalheiro, por hã mullato.
Manoel Lopes Brandão suc'” no Morgado dos Lopes e mais 3.º — Aurélio Agostinho Barbosa faleceo em Braga sendo
bens da casa de seus país Bernardo Lopes Ferraz e Marta de Brito estudante.
e Vas foi morador no Campo de St. Anna, casou com D, Maria 4.º — Luis Carlos de Barbosa foi pº as partes do Brazil.
Barbosa que foi baptizada na freg.º de São João da Ribeira do tr.º da 5.º — D. Mariana de Barbosa freira no mosttº do Salvador de
Villa da Ponte do Lima em 20 de Agôsto de 1634, f.a de Manoel Braga.

ma
LUIZ DE BIVAR GUERRA

6.º —. D. Camilia de Barbosa freira no mosteiro do Salvador


de Braga,
É
7.º--D, Vicencia de Barbosa vive solteira.

Manoel Felix de Barbosa Pra Lopes Brandão e Vaslº


sucessor
no Morgado do Lopes em Braga que instituirão seus coartos avós
Diogo Lopes e Guiomar Fernandes; e na casa e morgado é Torre
de Aborim e nos dous Padroados de St* Lucrecia de Aguiar que
apresenta insolidum que fica junto à Casa de Abotim e O padroado
de São Miguel de Fontouro do trº da Villa de Valença que apresenta
hãa vez, e os erdeiros de Gabriel Pra de Castro
duas vezes o qual
unio este padroado com outros coatro a capella
em regado (sic.) da
Sra do Desterro do Claustro da Sé de Braga de que são
administrado-
res seus descendentes, Casou Mº Felix Barbosa na
casa é morgado
da: Torre de São Salvador de Briteiros do tro de Ge com
D, Maria
Clara de Tavra f2 de Balthazar Vrº de Vagio e de sua
m* D, Luiza
Maria Pra de cujo consórcio tem os fo seguintes
baptizados na dita
freguesia de St Maria de Quintiaens,
—fº Alvaro Barbosa Pereira Lopes Brandão e Vasconc
ellos
sucessor nos ditos morgados (1).
1.º — António Barbosa Aborim sucessor no morgado
e Torre
de Aborim morador na Villa de Barcellos onde cazou
com Catharina
de Faria f* de Gonçallo Fre da Rua e de sua mº Filipa
de Faria do
qual matrimônio teve por fº a Bartholomeu Barbosa.
2.º — Bartholomeu Barbosa foi baptizado em 20 de Julho de
1577 na treg.* e Colegiada de Barcellos iº de Ant.º
Barbosa Aborim
e de sua mer Che de Faria forão padrinhos Manoel Barbosa
e Luisa
de Aragão. Casou com Maria da Costa f? do Salvado
r Branco e de
sua mº Anna Gaifax, e deste matrimónio teve
fº Mel, Barbosa de
Paria. Casou 2.º vez com D. Filipa de Azevedo Coutinh
o f2 de
Vasco Fernandes de Azevedo Coutinho S% de São João de Rey e PAÇO DE ABORIM
de sua m* D. Joanna Cronel s. Ep.
3.— Manoel
º Barbosa fº erdeiro do morgado e caza e Torre
de Aborim de seus pais Bartholomeu Barbosa e de sua
mº Maria
da Costa cazou na Villa de Ponte do Lima como diz
o aserto se-
guinte: Aos 24 de Janeiro de 1632 se recebeo na Villa
e freg* de

U) De outra letra e tinta,


4
3 x 4 :
4 I NE BARCELOS fi
UM CADERNO DE CRISTÃOS-ROVUS
|
Eu
a
'
de Ponte de Lima Manoel Barbosa fº de Bartholomeu Barbosa e de
E
É sua mer Maria da Costa morador na Sua qt e morgado de Aborim
É com Pascoa de Barros £* de Simão de Amorim e de sua m* Beatriz
E 15
r de Barros, e deste matrimónio teve ͺº seguintes baptizados na ireg?
É:
de São João da Ribeira do tre, de Ponte do Lima, Lo qual Simão de
Amotim era fº. de Rodrigo Homem que pagou p*, a finta dos judeos
que se lançou no anno de 1602] (?).

: 1.º - Beatriz ou Brites Barbosa foi baptizada em 4 de


:
E 7tro de 1633 forão padrinhos Alvaro Barboza e Filipa
de Farias. g.
po
o 2*-—D, Maria de Barboza baptizada em 20 de Agosto
de 1634. Casou em Braga com M.º! Lopes Brandão
Ei:
c. g. da qual forão padrinhos Matheus da Costa de
Ponte do Lima, e Bartholomeu Barboza de Aborim,
3,º— Simão Barboza foi baptizado em 4 de Fev."º de 1638.
4.º —Bartholomeu Barboza de Faria Sucessor no mor-
gado e Caza de Aborim, e no morgado de Ponte
do Lima por sua may Pascoa de Barros, não cazou
teve f.º n.º! D, Maria de Barboza f." de Maria Ribeiro
de Brito f.º de Hieronimo Ribeiro, Vigario de São Mar-
= * EE tinho de Aborim e de D. Maria V.r” f.º de Balthe-
s E ag É zar V'* que cazou com seu primo Free P.ra Bran-
dão. c g.
s.º-—Foi mais f.º de Bartholomeu Barboza de Faria, Luiz
;
Barboza de Faria Lopes e Barros que cazou na frg.º
de St.º André de Gondiçalves com D. Roza Narciza
i
de Sã Sotomayor f.º: de Miguel da Cunha Deniz e
de sua m.“ D, Thecla Maria de Sã Sotomayor do
qual matrimónio tem filhos D,
(Continua)

(3) Esta parte entre colchetes é de outra letra e nitidamente se percebe que foi feita
| a posteriormente, vista a diferença das tintas.

78
PA

Fa JOSÉ DE CAMPOS E SOUSA

14 dor. Pormenor curioso: uma pequena cruz latina,


solta, entre o coronel e o chapéu, representando,
possivelmente, a cruz peitoral de D. António (').
Encontra-se idêntico brasão ornamentando o pedestal
da estátua do Bispo, em Viseu. As armas dos
Martins, são de Antônio Martins de Oliveira,
Visconde de Oliveira do Paço, que delas teve
Alvará a 14-X-1879 e Carta a 30-XMI1879, Permi-
tem-nos concluir que a pedra de armas foi lavrada Um caderno de cristãos-novos
posteriormente à última destas datas, isto é, depois
dos 71 anos do Prelado e pouco antés da sua morte.
No quarto quartel, as estrelas dos Macedos apareceim
de Barcelos«
com cinco pontas (), em vez das seis habituais. Está
a dita pedra de armas em Alijó, na casa do benemé-
rito Presidente da Câmara daquela vila, Sr. José Por
Rufino, aguardando integração no futuro Museu Mu-
nicipal» (Macedos de São João Baptista de Castedo — Luiz de Bivar Guerra
Uma Familia de Trás-os-Montes na História Militar
do Porto, por José de Campos e Sousa, Porto, 1951,
separata do Boletim Cultural da Câmara Municipal do (Continuação)
Porto, Vol. XIV — Fases. 3-4, a págs. 10 e 11).

Consta do Archivo da Seé, e do Cartorio da Camara Eclesiás-


tica de Braga o seguinte: Terra do Mestre escolado St.? Lucrecia de
FINIS LAVS DEO Aguiar de Apresentação dos f.ºº de Alvaro Barboza no anno de 1569
fizerão os herdeiros doação deste padroado aos herdeiros do mor-
gado de Aborim digo da q.'! de Aborim de que tem autos o escrivão
da camara.

Noticias da Instituição do morgado do Lopes de Braga. Aos


nota de Amador da Cunha,
na to
924 de Julho de 1566 fez testamen
Diogo Lopes mercador e sua m* Guiomar Frz, da Rua do Souto, o
qual testamento tem de nota onze meias folhas. E do seu terço
instituem há morgado, e chamão por 1º administrador o seu f.º o
D.º Fr.co Lopes que está na Índia, e não vindo suceder nelle, então
sucedera seu f.º Diogo Lopes, e seus f.ºº Legitimos, e não sucedera
(1) N. do A.— A cruz, de ouro, e o respectivo cordão, pertencem ao Autor. Clerigo nem pessoa que não possa cazar. E todos os sucessores
(3) N. do A. — Fixam em cinco o número de pontas, as obras: Nobiliarchia portu- unirão a esta instituição 5 $ cada anno, e serão mais obrigados, a man-
guesa, de António de Vilasboas e Sampaio, 1676; Blasones de Portugal, do P.º Manuel da
Purificação Magalhães, 1676, ms. a que há muitas referências nos Estrangeiros no Lima, de dar dizer na Igr.? da Miz.º desta cidade duas Missas cada somana, à
Manuel Gomes de Lima Bezerra; e Espelho da nobreza, de Francisco Xavier da a quarta feira e a sesta; e mais húa Missa nos dias seguintes detri-
Craesbek, ms. do segundo quartel do séc XVIII. na Biblioteca Nacional, C-1-5. Conforme tudo
minados nesta instituição, o dia de Natal, nossa S.º de Março,
esclarece Anselmo Braamcamp Freire na Armaria Portuguesa, págs. 284.

174 175
LUIS DE BIVAR GUERRA

N. S.ºt de Agosto, N. S.º de Setembro, dia de São Fr.co, dia de


S.'º Ant.º e assim são por todos as Missas que se hão de dizer
110 Missas, e serão pagas ao Capellão, e lhe darão dez alqueires
de pão e sera pago o dt.º pão aos carteis cada anno, e terá o juiz
dos Rezidus 400 rs cada anno por-tomar contas. - E-declarão nesta -
mesma Instituição, o que tinhão dado a seos f.ºs na forma seguinte,
Item dicerão que tinhão dado a seu f.º Antonio Lopes da Costa e a
Clara de Azevedo sua mº em d.'º e cazas 195 & em pesas e emxo-
val 17 & como constava da Escretura de tres de janeiro de 1553 que
fizera Gonçalo Pacheco tabalião do publico e judicial nesta cidade;
Item tinhão dado a sua f.2 Maria Lopes cas. com Salvador Godinho

dit,
253 & por outra Escretura que fez o mesmo tabelião aos 17 de
Agosto de 1551 e hora com Fr.co Campello 2.º marido lhe dotou ella
Guiomar Fernandez do seu terço qi a sua legitima não chegar a Í
150 medidas de pão meado por Escretura que fez Cristovão Asenço
aos 27 de Julho de 1562, e mais lhe deu a caza trazeira de alto
abaixo da cozinha. E por outra Escretura que fizera Manoel de
Lemos em 15 de 7º de 1562 derão a seu f.º Diogo Lopes £O & em
medidas de pão e dez mil em d.º. E declarão mais nesta Instituição
as propricdades que a vinculavão com toda a individuação, as medi-
das que rendião $ e gis e drº. Constituirão por cabeça deste vin-
culo em morgado as Propriedadesde São Pedro de Merelim as quais
propriedades avinculadas estão no tr.º de Braga, e situadas nas frg.“s
de São Pedro de Merelim, São Miguel de Frossos, St." Maria de
Ferreira, São Vitouro, St.! Maria de Palmeira, e duas cazas na Rua
do Souto do que lhe paga Fernão p'2 çcapateiro 400 rs. E também
as cazas em que vivem, nota de Amador da Cunha cujo officio tem
ao presente Luiz de Abreu morador na Rua do Campo. As medidas
que rendem as propriedades avinculadas e somadas pella dita Insti-
tuição vem a ser 594 medidas em que entrão doze de trigo. 30 gali-
nhas dous frangos mil e seis centos rs em d.'º, e coatro carros de
Luca Jes e
lenha e hãa pipa de vinho.
Aos 27 de Abril de 1509 emprazou o Riº Cabido huas Cazas
ao Postigo da Rua que foi judiaria
por penção de 150 rs e 2 g% a
João Lopes tendeiro e sua mulher Margarida Vaz, e a hã f.º ou f.a OUTRO ASPECTO DO PAÇO DE ABORIM
e não o avendo a pessoa que elles nomeão será a 3º vida as quais
cazas partem de húa parte com cazas de Fernão dafonço Abb.e de
Painçalves e da outra parte com emxido (?) do Pe Annes Clerigo, e

176
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

com Rua publica que vai a o postigo de Santiago. Escrivão do Ca-


bido Thome da Corda, está este prazo Lançado no livro 5º dos pra-
zos do Cabido folhas 68 que se guarda no seu cartório onde se pode
ver com todas as individuaçoens.

E se diz no livro das pençoens e gas do Rio Cabido do O


de 1556 pellas cazas ao postigo da Rua Verde n.º 5.º que trazia
João Lopes tendeiro, Ant.º Lopes mercador seu neto f.º de Diogo
Lopes paga húa g? em d'º 90 rs, forão depois estas cazas empraza-
das ao conego Miguel Lopes.

No Livro 4.º dos prazos do Hospital de São Marcos que se


guarda no Cartorio da Miz.? as folhas 15 se diz em 4 de Janeiro
de 1511 emprazarão huas cazas à porta da judiaria a Jorge Lopes
novo cristão e a sua mº Branca Lopes por penção de 170 rs que
são da Gafaria que partem contra o poente com cazas da mesma
Gafaria que trazia João Lopes novo cristão, e partem com emxido
da comenda do Rio Frio.
E no mesmo livro 4º folhas 19 vº em 4 de Janeiro de 1511 em-
prazarão outras cazas a porta da Rua da Judiaria que são cazas da
Gafaria em tres vidas por penção de 180 rs a Jorge Lopes novo
cristão e a Branca Lopes sua mºr e a um ͺ ou fº, e não o avendo a
pessoa que elles nomearem, e confrontão do nascente com cazas da
mesma Gafaria que ora traz Diogo de Araujo, e da parte do poente
partem com cazas da mesma Gafaria que traz o dito Jorge Lopes
por titullo de prazo; e estas cazas de que lhe fazem novo prazo
herão da erdade do dito Jorge Lopes e por sua vontade as deixou a
Gafaria. Affonso Lopes escrivão da camara o escrevi.

No ano de 1537 emprazarão Diogo Lopes e sua mº Guiomar


Fernandes emprazarão huas cazas na Rua do Souto por penção de
400 rs e no prazo se diz alcançarão provizão del Rey D. João o
3º p.* poderem comprar cem mil rs de fazenda de Raiz sem embargo
de ser x. n. e no 4º de Junho de 1537 instituirão um morgado com
obrigação do apelido de Lopes. Estas Cazas possuirão ms anos os
antecessores de D. Cra do Rego mºr de Gabriel de Araujo de Vaslos
que as venderão por 600 $ a João Goties livreiro da mesma Rua e
de presente pagão de penção cada (OD 500 ts ao dito morgado.

177
fi fi
LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS”

E consta de hã Livro que compoz o P* Andre GilZ de ccusas mer Guiomar Fernandes seu pay e may o qual lhe tinhão dado em
memoraveis socedidas no seu tempo as folhas 111 diz oje sabado dote qiº cazarão. Nota Geral.
4 5
30 de Agosto de 1550 se faleceo Clara Henriques mº de Pedro
Alvrs irmão da mer de Diogo Lopes mercador. E as folhas 117 Vo Aos 7 de 7º de 1563 comprou Diogo Lopes mercador certas
diz em 2 de-Abril-de 1557 vespera de Domingo de Ramos prenderão. terras na freg.? de St.º Maria de Ferreiros do trº desta cidade em
as duas horas Guiomar Frz mer de Diogo Lopes mercador, e a m*” preço de dez mil rs. Nota Geral.
de Gaspar Gomes o livreiro e Diogo Giz fº de Alvaro Glz merca-
dor e sua mº" e outra irmã de sua mº e Joana Lopes mº” de Andre Aos 2 de 9bro de 1563 fez diogo Lopes mercador hã prazo na
Giz Latoeiro que tinha falecido de repente em 27 de Março de 1557; nota geral onde se pode ver as terras de que trata e onde estão
e outras muitas mulheres que por todas forão dezanove ou vinte situadas.
pessoas desta cidade de Braga somente, e partiram se daqui aos onze
do dito mez. —e as folhas 179 Vº diz aos trez dé Junho de 1557 Ao primeiro de Março de 1564 emprazou Diogo Lopes o Velho
prenderão Diogo Lopes mercador. e sua m* Guiomar Frz huas erdades na frg.? de St.? Maria de Pal-
meira por penção de vinte alqueires, e hãa bacorinha. Nota Geral.
Aos 4 de Junho de 1543 vendeo Anibal Gomes e sua mº” Illena
Pires certas terras em Palmeira junto ao ...... (1) do bico ...... (2) Aos 22 de 9ro de 1565 prezente Diogo Lopes mercador e sua
a Diogo Lopes mercador por preço de dez mil rs de que foi test.? me” Guiomar Fernandes, e fizerão hú prazo do Cazal de Ricoa sito
entre outras João Alvz escudeiro morador no Arrabalde de St." Anna. na freg.? de São Vitouro de que foi test: entre outras Diogo Lopes
Nota Geral. o moço seu ͺ. Nota Geral.

Aos 4 de Fev.'º de 1557 emprazou Diogo Lopes mercador e A 5 de 9ro de 1573 fizerão húa renunciação de prazo de huas
e sua mer Guiomar Fernandes, parte do seu Cazal de Baixetes da terras em Ferreiros que lhe tinha feito Diogo Lopes que Diz tem e
freg.? de São Miguel de Gualtar por penção em d'º de 200 rs 2 g** sua m* Guiomar Frs na qual sedião o direito que tinhão; nota geral.
e seis gueiras, (sic) e dous dias de bois e carro, e levar o vinho
pello São Miguel da sua vinha, e em pão tantas medidas e mais a Consta do livro das pençoens da cabido do (O de 1556 pagar
metade do outro vinho. Nota Geral. Diogo Lopes mercador pellas cazas 3ºs. da Rua do Souto, agora
Antonio Lopes mercador seu filho 2 gi em drº 410 foi feito a
Aos 4 de Fev.º de 1557 na Rua do Souto nas casas de morada prazo aos
de Diogo Lopes mercador que são de frente dos Passos Arcebis-
paes presente elle e sua m*” Guiomar Fernandes e emprazou o Cazal Aos 25 7bro de 1563 fez um contrato Antonio Lopes mercador
que consta da Escritura asima. Nota Geral. da Rua do Souto e sua mºr Clara de Azevedo de que forão tests.
Diogo Lopes o novo e Free. Campello cunhado do dito Antº. Lopes.
Ao primeiro de Fev.'º de 1563 vendeo Diogo Lopes e sua mº Nota Geral.
Felipa Brandoa há campo a Carteira dos Namorados dé freg.2 de
São Vitouro por preço de dez mil rs, a Diogó Lopes o velho e a sua Aos 6 de Tbro de 1565 defronte dos Passos Arcebispais casas
de Antº. Lopes mercador, e de sua mºr Clara de Azevedo e fez ella
uma procuração ao dito seu marido, de que forão tests Freo, Cam-
(1) e (2) palavras ilegiveis. pello Cidadão seu cunhado que assinou por elle, e Diogo Lopes o

178 179
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIS DE BIVAR GUERRA

Nota de Mº! de Lemos de cujo officio hera Aos 26 de 9ro de 1577 na gta de Margazão da freg.* de Gual-
moço seu cunhado.
ter presentes Diogo Lopes mercador e sua m*" Felipa Brândoa ven-
proprietário. Os annos passados Mel: Frz de traz do Açougues.
derão certas terras em preço de .....,......... (1). Nota Geral.
Aos 21 da Março de 1575 na Rua dos Segos presente Antº. de
or
São Pedro de
ndad Merlim No 1.º de Dezembro de 1577 deu Diogo Lopes e sua mº* Felipa
Souza fidalgo da Caza del Rey Comede
Brandoa em pagamento de hãa divida huas propriedades que empra-
e deu 270 $ de parçaria, a António Lopes, e a seu Irmão Diogo
zou Diogo Lopes o velho seu pai. Nota Geral.
Lopes os quais serão ou serião obrigados a dar a metade de tudo
que ganharem com o dito d'º: ao sobredito Antº. de Sousa nota de
Aos 21 de Abril de 1578 no lugar de portas que ha na freg? de
Mº! de Lemos.
São Vitouro, onde mora Diogo Lopes morgado e sua mulher Felipa
Brandoa presente sua f.? Anna Brandoa, e doa hã Cazal em Galegos
Aos 21 de Março de 1583 presente Antonio Lopes e sua m*”
a sua irmã Maria Lopes Brandoa e assinarão por sua letra, e entre
Clara de Azevedo, e por elles foi dito que houverão em dote de seu
outras test.'s assinou seu irmão Miguel Brandão como test?. Nota
pay e sogro Diogo Lopes em preço de 60 $ huas Cazas defronte
dos passos Arcebispais prazo do cabido e porg'º entre elles avia de António Coelho.
mtas demandas, e dice ella Clara de Azevedo que não queria nada Fer-
Maria Lopes f.? de Diogo Lopes e de sua mº! Guiomar
das Cazas por aver entre elles divorcio por autoridade da Igr?. Notas cazou 2º
nandes, foi casada tres vezes como se diz no seu titullo,
de Free: Campello que de presente tem este officio Antº. Fr: Dias
do Campo da Vinha, vez com Freº Campello Cidadão de Braga e procurador no Senado
da Camara no O de 1574 e se diz no Archivo da Sé no Livro 2.º
Aos 29 de Junho de 1564 presente Manoel Lopes mercador da do Veneravel Arcebispo D. Fr. Bartholomeu dos Martires as folhas
Rua do Souto, e comprou a Francisco Rodrigues, 649 covados de 133 por provisão do dito Sr. Arcebispo, trespassou Bernardo de
pano da Covilhã a preço de 202 rs que somão 131$098 para cuja paga Alpoim, o seu officio da Nota Geral desta cidade a Free Campello
obrigava o Cazal do Outeiro da freg?. de Arcos trº desta Cidade, e Cidadão a 24 de Maio de 1571 Roque Vra Escrivão da Camara o
mais outras herdades na dita freg?. que lhe deu em seu dote seu escrevi o qual servia por Simão Freire proprietario do dito offício
pay e may Diogo Lopes e Guiomar Fernandes, e deu mais por tia- que no fim deste anno escreveo outra provisão o dito Simão Freire.
dor o seu irmão Diogo Lopes o novo. Nota Geral de Braga. E as folhas do dito livro 225 se diz por vagar o officio das notas
geraes por morte natural de Freº Campello nomeamos nelle a Jero-
Aos dez de Junho de 1565 na Rua do Souto Cazas de Diogo nimo Pinto nosso familiar passada a provisão em 24 de Julho de
Carvalhaes Escrivão deante os Vigarios desta Corte e Arcebispado 1575 Roque V'* Escrivão da Camara o escrevi em 24 de 7bro de 1575
de Braga estando presente Diogo Lopes o moço mercador e fez húa já cervia este officio da Camara Eclesiastica Felipe Soares como
procuração a seu irmão Manoel Lopes mercador. Nota de Manoel seu proprietario. Aos 23 de Julho de 1575 faleceo Freº Campello
de Lemos. Cidadão da Rua do Souto assim o diz o livro dos defuntos da freg.º?
de S. João do Souto.
Aos 12 de 7ro de 1574 na Rua do Souto presentes Diogo
Lopes e Ant.º Rodrigues mercadores e dicerão que devião 140 cova- Aos 15 de Dezembro de 1594 fez doação Maria Lopes V." irmã
dos de pano que tinhão comprado a Simão Lopes mercador da Villa de Diogo Lopes moradora na Rua do Souto, e doava o cazal de
de Caminha a preço de 520 rs o covado nos quais montão 728600 rs.
(1) espaço em branco no original.
Nota Geral.
181
180
LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Vilarinho da freg.º de Palmeira, a sua sobrinha Anna Brandoa f.º do de Arcella o qual o Rdº Cabido reformou o prazo com acrescimo de
dito seu irmão com a condição de dar 2 canadas de Azeite a confra- húãa Raza de pão sendo já V.º de seu 2º marido G%º de Brito, o qual
ria da Vera Cruz, e a sua sobrinha Suzana Brandoa lhe doa o cazal prazo dotou a sua fa Marta de Brito de Vaslos com seu marido Ber-
de Passo sito na dita frg.º de Palmeira. Nota Geral. nardo Lopes Ferraz, no qual sucedeo seu íº Manoel Lopes Brandão
e lhe foi reformado o prazo da q'? de Arcella na fregs de Lamaçaes,
Aos 29 de 9ro de 1601 na Rua do Souto Cazas de Diogo Lopes e as Bouças do Mato na frg.: de Palmeira em 29 de Março de 1657
morgado presente Maria Lopes V.º de Roque Vra e doava o seu foi sucessor neste prazo seu f.º Freo Pra Brandão o qual o vendeo a
Cazal de Galegos do tr.º da Villa do Prado a sua sobrinha Maria Freº Ribeiro de Carvalho do Campo das Ortas e este o deixou por
Brandoa moça donzella f.: de seu irmão Diogo Lopes p.º ajuda do seu Testamento ao Dº Santos de Araujo Alz morador assima de
seu casamento nota de Ant.º Coelho. São Vicente.

Aos 13 de Agosto de 1625 vendeo Salvador da Cunha Couti- Exm.º S." Representa a V. Ex“: Jeronimo Barb.º de Carv.º da
nho e sua mulher Maria Brandoa do Campo de Stº Anna vinte freg.* de S. Thiago de Carapeços deste Arceb.º Primás q* no de-
medidas e 2 gs: de erdade dizimo a D.s na freg.* de Palmeira em feito, q se lhe poem nas suas inquiriçoens de seus avós maternos
preço de 31 & a Gaspar Alz Faya Abb.º de Gralhas e Tercenario na mostra p.º o desvanecer q* seu avo Jeronimo Barboza de Carvalho
Sée. Nota Geral ———=sncemuno pella certidam junta foi baptizado na freg.º de S. Maria de B.ios em
os 2 de Maio de 1660. O qual faleceo sem estado. E seu vizavó
Aos 29 de Janeiro de 1639 fez doação Salvador da Cunha Cou- Bertholameu Barboza se recebeo na m.º freg.”* e Collegiada de Bios
tinho e sua mer Maria Brandoa Ferraz a sua f.º Francisca da Cunha com Angela de Vas Boas, em 8 de 9rº de 1634, o qual (1!) se orde-
Ozorio. Nota Geral. nou de missa pella certidam da matricula de 1639. o P.e Gaspar
Barboza irmão de seu vizavo B.º“ Barboza da freg.º de Fregoza
Aos 10 de Junho de 1572 fez húa procuração Fr.e P.a D. V.º donde era elle natural. E Angela de V2s Boas mulher de Sobredº.
da Rua nova a seu pay Fernão P.'º. Nota Geral neste anno hera po Barboza consta ser f.º de Pe Ant.º de Vas Boas Chan-
V.? de Paulo Vaz Pimenta f.º do D.º” Gaspar Vaz Pimenta e de sua . foi na Collegiada de B'os e de Ana de Souza como se vê da
mer Catherina Thome o qual Dº% e sua mer Cra Thome forão Srs da o de S de 9ro de 1634 o qual Chantre foi (2) tomou ordems
“Quinta de Arcella sita na freg.º de St: Maria de Lamaçaes prazo do de missa como consta da sua Reverenda no O de 1611 p.º 1612; e
Cabido com penção em d.” 220 ts, 3.gºs, de pão 4 alqueires; e por o m.º B.e“ Barboza ordenou seu f.º do 2.º matrimónio o P.º Luiz
hãa Escritura da nota de M.º! de Lemos de 4 de Abril de 1573 da Silva Barbosa Vig.º qº foi da Silva como consta das Inquiriçoens
estando presente Cra Thome D Va do D%” Gaspar Vaz e também e Insos (?) de genere que delle passou.
presente Frea Pra D Va que ficou de Paulo Vaz seu fº e nora e por Cra Ramires nasceu na freg.? de Durains (O 1600 e cazou com
trazerem demanda, e por lhe ficarem dous fºs chamados Gaspar e Paulo de Carv.º em o 1.º de 7º de 1623 e tiverão varios f* bapti-
Maria Pimenta lhe faz huas nomeaçoens, a dita sua avó Cra Thome zados na freg.? de Durains, e o dº PIº de Carv.º faleceo em 4 de
entre as quais foi o nomear na dita sua neta a gta de Arcella prazo Maio de 1653 há (O antes do recebimento de Be“ Barboza com An-
do Cabido e por esta emtrar freira no Convento de Remedios no gela de Vºs Boas vizavós do pretend*.
1º de Março de 1590 ficou sucedendo no prazo de Arcella sua may
Frea Pra do Lago por ser já neste tempo cazada com seu 2.º marido
Giraldo de Brito e Vaslos, (1) palavras riscadas às quais se sobrepôs a palavra se.
Frea Pra do Lago m* de Gºº de Brito sucessora no Prazo e q? (2) riscada,

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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS
LUIS DE BIVAR GUERRA DE BARCELOS

Ramires de Barcellos em 7 de 9bro de 1654 com Ba rtholomeu Barboza f.º de


A qual Catherina Ramires hera f.º de Gaspar Mendes Berchior Barboza e de sua mer Leonor Salv
meirinho em Barcellos e de sua mº! Antonia Barboza foi Baptizada ada da freg.? da Fregoza
de Dorraens onde foi Baptizada a sobre dita e deste matr
10 em 22 de Fev.'º de 1600 na freg.? de São Lourenço imonio forão seus fos os 11
seguintes:
Vigairaria anexa a São Perofi ns a do t."9 da Villa de Bar-
da Favrell
celos, à qual Catherina Ramires cazo euse recebeo na dita freg.?
o 1. — Joann
º a Barbosa que foi i cazada com Ant.º d
de Dorraens em o primeiro de 7%º de 1625 com Paullo de Carvalh Es de Braga da qual não ficarão filhos
i i
Gaspar
Nugueira o manco de Barcellos nº! da mesma Villa f.º de “—Jeronimo
RE
Paulo de Car- Barboza de Carvalho ã fal. solt.o
Nogueira e de sua me" Izabel de Villas Boas. Faleceo
1674 faleceu Cra
valho aos 4 de Maio de 1653, aos 20 de gro de
o
Ramires V.? que ficou de Paulo Carvalho assim o diz de ambos Titulo de Janebra Fernandes
mesma freg.* tem
livro dos defuntos da dita freg.” de Dorraens e na nº da V.' de Barcellos e de
os fºs seguintes baptizados seus descendentes
de 1632 f.* de
1.º:— Maria Ramirez foi Baptizada em 6 de Junho N.º 1 Janebra Fernandes f.: mais velha de
Paulo de Carvalho e de sua mer Cra Ramirez. a Villa de Barcellos e seu marido Fernão Pres com
as
Carvalho Ramirez foi Baptizado em 22 de Agosto doe to
2.º— Gaspar eu a
Cra Ramirez. Cavaleiro Fidalgo do qual matrimonio foi o
de 1637 £º de Paulo Carvalho e de sua mº dedo
de 1641 Pio a
3.2 Catherina Ramirez foi Baptizada em 19 de Dezembro ma
Villasboas que cazou com Brites
Cra Ramirez s. g. = inda : las Villasboas juiz dos Orfos (sic) na Villa de
£.2 de Paulo Carvalho e de sua m* RE E ee mer Izabel Dias, e deste matrimonio foi filha
ma ke E E ar Viliasboas
Aos 13 de Março de 1656 faleceo na Vila de Barcellos Maria lead
que foi Cazada com Gaspar Nu-
a Cra Ramirez V.? de Paulo a f.º de Cristovão Nugueira de Carvalho
de Faria Ramirez deixou os seus bens e de sua
e onte, o qual Cristovão Nugueira de Carvalho
de Carvalho. Alah Eae he
que foi Escrivão da Câmara em Barcellos e
o
Lobo e ad E or da Miz.a da dita Villa e Capitão do terço

4,2 Anton ia de Villas Boas foi cazada com Ant.º de Faria de
tambem de Barcellos e deste matrim onio foi f.º Paulo
que faleceo solteiro, e deste ficou f2 Maria de Faria
de Faria
que está do nome e sua mê: Margardeida Cavalo portes Da Tieodício 1.º
Antonia de S” D. Joanna de Allencastre Rolos dE
cozada com Freº Pra Velho. Foi tambem f? de ade ME a |
de Villaboas teve de seu marido Gaspar ia ps
Villaboas e de seu marido , Leonor de Faria. ento

Izabel 1.º—João de Villasboas de Carvalho s. g.


Gaspar Nugueira viveo cazado na Villa de Barcellos com 2.º—Ant.º de Villasboas foi chantre na Collegiada
Baptiz ado na Colegi ada de Barcel los em de Barcellos
de Villasboas e tiverão f.º
se chamou Antº de Villas boas que foi cg.A Toi baptiz,
aptizado na Colegiada de Barcelos em 922 de Jan.º
22 de Janeiro de 1576 que
los o qual foi ordena do de Missa no
chantre na Colegiada de Barcel 3,º—Paulla Nugueira s. g.
do Livro dos ordina ndos que se concer va
anno de 1612 como consta 4.º— Paulo de Carvalho Nu gueira
646 Vº o qual de Villasboas
no Cartorio da Camara Eclesiastica de Braga folhas baptizada.
c. g. legitima e
a Panguaya
chantre Ant.º de Villasboas teve de Anna de Souza 5.
na Villa — Maria
º
solteira por º Angeila Villasboas que cazou e se recebeo
. de Villasboas.

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LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

fi N.º 4 Antonio de Villasboas Chantre na Colegiada de Barcel- Manoel Martins Moreira e de sua mºr Antonia Monteira Mascare-
los f.º 2.º de Izabel
de Villasboas e de seu marido Gaspar Nugueira nhas da freg? de St. Eulalia de Lamellas trº e Bispado do Porto; e
13
de Carvalho teve de Anna de Souza a Panguaya por alcunha os ͺs de presente São moradores na frg.' de Santiago de Carapessos do
seguintes tr? de Barcellos com coatro fºs e hua f.? e hú destes fos chamado
Jeronimo Barboza Mascarenhas Baptizado na Villa de Barcellos no
1.º — Angella de Vilasboas Nugueira que cazou 1* vez com Bertho- O de 1727 que pertende ordenarse e tem as suas inquiriçoens
lameu Barboza e se receberão em Barcellos em 7 de 9ro de embarrancadas por falta de pureza de sangue.
1654 c. g.
2.º — Jeronimo Barboza de Carvalho que faleceo no Brazil ou em Estes todos forão presos— estes xpãs nouvos abaixo nomeados
— aos
Angolla que Instituyo a Capella que. de presente possue e dous dias do mes de abril da era de 1558 anos
administra João Mascarenhas. "Malafaya que esta cazado com
Maria Barboza de Carvalho fa nata! de Jeronimo de Carvalho. Fernão Vaz do Liu (1!) xpão novo sirgueiro sendo bauptizado
Este fez um instrumento de limpeza do seu sangue e de ser se apartou da nossa fee ensinado de húãa sua dona de hãa grande
Cristão Velho. A Capella tem Cazas na Rua das Flores em hereziarca q se avia de salevar na ley de mouzes que hera milhor q
Barcellos que rendem 15 $ e tem mais 220 alqueires de pão a dos crystãos jejumava ho jejum de equepur jejum ava aos sabados
com obrigação de 24 Missas onde quer que as dicerem foi milhor q pudia guardando a pascoa de pão asmo dous dias antes e
instituída esta capella pellos annos de 1670. dous despoys a sesta fr* a noute se deitava com lançoes lavados e
a sendia as candeias ha hos sabados e nunqua confessou e so aos
N.º 5 Angella de Villasboas Nugueira f.º do Chantre de Bar- seus confessores. Andou nisto muyto tempo codenado em carcre
cellos Ant.” de Villasboas, e de Anna de Souza a Panguaiya por (sic) ho q parecer aos Deputados.
alcunha se recebeo na Villa de Barcellos em 7 de Settrº de 1654 com
Bartholameu Barboza fº de Belchior Barboza e de sua mºr Leonor Manuelle de Seya jejumava ho jejum da Raynha Ester q hera
Salvada da freg.* de St.º Maria de Fragoza do trº da V* de Barcellos as segundas e quintas feyras sabendo q era “iso de judeus guardava
e deste matrimonio foi f.º Jeronimo Barboza de Carvalho q.º foi bapti- hos sabados milhor q pudia não cria q o mexias Ds verdadr.º era
zado na Colegiada de Barcellos em 2 de Mayo de 1660 e viveo vyndo carcre perpeto (A)
solteiro pertendeo ordens no O de 1690, e lhe tirarão inquiriçoens
que sahirão com impedimentos na pureza do sangue de que lhe Dyogno Frz alfayate foi ensinado por hua sua sogra hãa grande
mandarão fazer purga que não fez por cauza de huns crimes que hereziarca jejumava ho jejum de equepur e da Raynha Ester que he
tinha e o quizerão mandar pº a India os inimigos que tinha na Villa hiãa vez no anno guordava a pascoa de pão asmo / comia ne la
de Barcellos. Sucedeo na Capella e morgado que instituio seu tio ervas amarguosas f/ aypo e não cria que era homexias vindo nem no
Jeronimo Barboza de Carvalho. Teve de Izabel Fernandes mulher Sacramtº do aletar senão q era húa pouqua de massa e que nem
solteira da freg.* de São Payo do Carvalhal do trº de Barcellos por tomava por serymonia / carcre ppeto (B)
filha a
Dyoguo Glz mercador cria na ley de mouses e que nella se
Maria Barboza de Carvalho que foi Baptizada na frg? de Pal-
(1) Veja-se o tit.o 15.0 do Caderno.
meiras de Faro no anno de 1701, e se recebeo na freg" de São (A) Uma nota à margem de letra mais moderna diz: «!rmão de Gaspar de
Julião da Silva no mes de Fev'º de 1726 com João Mascarenhas Cea forãosse p.º Lixº e Gime»
Malafaya creado do Fidalgo da Silva-Ant.º de Souza e filho de (B) Em nota à margem de letra mais moderna as palavras «dos seas».

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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIS DE BIVAR GUERRA

avia de salevar jejumava ho jejum de equepur quando não jejumava Gracia Diaz molher do mudo jejumava ho jejum do equepur
dava hãa esmola a sua ley não cria no sacramtº do aletar e que era emtão recebia a benção de sua may guoardava a pascoa de pão
hãa pouqua de massa e que não era vyndo o mexias guordava a asmo e comia aypo e outras ervas amarguozas / carcre ppeto / e
pascoa de pão asmo e quoando não tinha comia castanha pillada | não cria no mexias verdadrº.
carcre ppeto /- sã emo erniriao imeiii nma
Dyoguo Lopêz Judeuzou na ley de mouzes e que nella se avya Marta Vaz 1º de Fernão Vaz gucardava ho sabado milhor que
de salevar. Jejumava o jejum de equepur dyguo da Raynha Ester / podia jejumava ho jejum de equepur não cria no mexias Verdadrº
mandou fazer húa cova mtº funda p* emterrar hú seu neto não cria judaizava hoo modo de judeus / carcre ppeto /. (A).
no mexias verdadro dizendo q não era vindo / carcre ppeto. (A).
Clara Frz judeuzou jejumava ho jejum de equepur desnervava
Branca dyz fº de Dº Frz judaixou jejumava ho jejum do equepur a carne por crimonia (!) guoardava a pascoa de pão asmo dizendo
e da Raynha Ester guordava hos sabados milhor q pudia e sesta fr? a sua f* ho que guanhava jejumando ho dito jejum / carcre ppeto /.
a noute assendia as suas candeyas e vistia ao sabado camisas lava-
das guordava a pascoa de pão asmo e que lho emsygnara húãa sua
Lyannor Vaz semdo amatizada (sic) por hãa judia grande não
dona / carcre ppto | cria no Sacramtº jejumava ho jejum de equepur não cria no mexias
Verdadrº | carcre ppeto /.
Mº Zores molher de diº Frz jejumava ho jejum de quepur q os
judeus chamão das perdoanças (!) e o jejum a honra da destruisão Ana Lopes molher de guaspar de seia guoardava ho sabado
do tempollo de Jerusalem / a pascoa guoardava de pão asmo / e milhor q pudia jejumara ho jejum de equepur dous annos não cria
coanda não tinha comiya cast” pilada não cria no Santo Sacramento no mexias Verdadrº era vindo nem no Sacramtº do Aletar / carcre
do Aletar / nem q ho mexias era vindo e que avia de vir ate ho ppeto /.
anno de sessenta / carcre ppto.
Lyanor de Cea guoardava ho sabado milhor q pudia jejumando
Guyhomar Frz molher de Diº Lopez guoardava ho sabado milhor ditos jejús judaicos não cria no Sacramfº / cracre ppeto /.
q pudia jejumava ho jejum de equepur desnervava a carne / não cria
na Santisima trindade nem no Santisimo Sacramtº | carcre ppeto. Gracya Guomes molher dantonio deraujo de bragua jejumava
ho jejum de equepur e da Rainha ester e não cria no Santisimo
Clara Diz molher de guaspar Guomes guoardava ho sabado Sacramtº nem q o mexias Verdadrº fosse vyndo | carcre ppeto |.
milhor que pudia jejumava ho jejum de equepur não comendo senão
hãa vêz a noute / carcre ppeto ]. branca Diz molher de diº guonsallvez dizia que a ley de mou-
ses era boa e que nella se avia de sallvar desnervava a carne por
Francisqua Azores molher de guaspar doliveira jejumava ho cerimonia jejum de equepur e bespera do natall ferrava a aguoa
jejum do equepur e do zabeyar e da Rainha ester / não cria q ho por cerimonia não cria no Santysimo sacramtº nem (B)
mexias Verdadr.º fosse vindo não se côfessava senão por côprir e
não por vontade / carcre ppeto /. (B)
com letra mais moderna as palavras «hector Fra», (A) À margem uma nota que diz: «Lopes Leão».
(A) em nota à margem,
(1) perdoanças = dos perdões. (1) aliás «cerimonia»,
(B) Segue-se uma linha ilegivel devido ao vinco do papel.
(B) Nota à margem com outra letra e tinta « Avó do ceia».

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LUIZ DE BIVAR GUERRA

fi Anna doliveira cria q


sabados milhor que pudia
a ley dos judeus era boa guoardava os
não cria no mexias Verdadrº nem no
16
Sacramtº do alltar / carcre ppeto | Francisca Vaz molher de Smº
Guomes tozador guoardava guordava (A) ho sabado não cria no
Sacram!º do alltar jejumava ho jejum de equepur-/ carcre ppeto/

Anna de Seya molher de graviele aº de gs (!) guoardava ho


sabado o milhor q pudia jejumava ho jejum de equepur não cria no
Armas reais e de fidalgos de Portugal

=
sacramtº do altar / carcre ppeto |
nos canhões do Museu Militar de Lisboa
Liannor Lopes Vº jejumava dous jejús ho modo judaico não cria
no sacramtº do alltar nem q homexias fosse vyndo | carcre ppeto |.

branca doliveira jejumava ho jejum do equepur não cria no


Santo sacramtº guoardava ho sabado emsinava os ͺs q jejumassem Por
ho dito jejum | carcre ppeto | Francisco de Simas Alves de Azevedo

Pero frz ho canisso dizia mal de noso sufior Jesum xp!º q ainda
( Conclusão )
não valya hos trinta dros / q ............. (2) Os omes guoardava
ho sabado milhor que pudia e tinha para si q xp!º não era ds e que
por ysso lhe não pedia perdão de seus pecados e não era mays q hú
hmê soo e q ............. (5) das profecias «nelle falavão» / quey- A substituição de Portugal-antigo (que é o 1.º quartel de Sousa
mado / do Prado) por Portugal-moderno, pela introdução da bordadura. dos cas-
telos é um pequeno abuso, que numa época de decadência heráldica não
cscandalizaria ninguém.
(Continua) D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, um dos mais notáveis
varões da família Sousa Coutinho, filho de D. Rodrigo de Sousa Coutinho
e neto do 11.º conde de Redondo, Fernão de Sousa Coutinho, foi um ilus-
ire fidalgo português do século XVIII Governador Geral-de Angola
de 1764 a 1772, onde realizou importante obra, desempenhou, depois,
as delicadas funções de embaixador de Portugal em Madrid (7.
Deixou muita e ilustre descendência, que ainda persiste, por vaxo-
nia, e da qual me seja permitido destacar seu filho D. Rodrigo de Sousa,
Coutinho, 1.º conde de Linhares, célebre estadista, e seu trineto D. Agos-
tinho de Sousa Coutinho, 3.º marguês do Funchal, biógrafo documenta-
díssimo do anterior.
(A) Também no original se acha repetida a palavra. Um obuz igualmente fabricado em Angola e pelo mesmo Luís Cân-
(1) decerto Guimarães. dido, dois anos depois da. peça anterior, ostenta também as armas reais
(2) e (3) palavras ilegiveis.

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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Va de Franeº Netto, todos judeos como elle. Isto diz esta Lista,
poremo mº Me Thomaz e outros seus parentes justificarão no O de
1533 q procedião dos Victorias da cid de Victoria em Biscaya e q
seus avós erão já baptizados voluntâriamente mais de 200 an. antes
de 1497 em q se baptizarão os judeus e q a respeito delles havião
de ser reputados por christãos velhos. O Ldº Marcos Deniz tam-
bem fez a sua justificaçam no (Q de 1623 em q se diz que a mulher
Lista dos judeus q se baptizaram deste Mte Thomaz se chamava Guiomar Nunes e seria a q antes de
baptizada se chamava Ouro Veludo, porq desta sua 1º m*r diz a Lista
q teve os [º* segtes:
em Barcellos e das gerações == Thomaz Nunes, o velho; = Heytor Nunes cazado em Mesão
frio por troco com uma irmã inteira de seu cunhado Jeronimo Sa-
q delles procedem raiva; = Leonor Nunes q vai no $ 2.º; = Guiomar Nunes no $ 3.º;
== Gracia Nunes. Teve tambem húãa t bastarda q vai no $ 5º.
== João Thomaz legitimo.

Por — Thomaz
2.º Nunes, o Velho casou com Marqueza Cardozo de q
Luiz de Bivar Guerra teve os fºs segiss: = Lopo Nunes; = Marta Saraiva mº de
Manoel Fernandes dos quais nasceo o surgião Jorge Correa
de Braga q foi preso pello Stº Officio; = Leonor Nunes;
(Continuação )
= Milicia Nunes tendeira em Barcellos e hua f? soltº foram
presos pelo Sto Offº. (A)

No (Q de 1497 mandou o Rey D. Manoel q se fossem p? fora — Lopo Nunes casou com Inês ou Anna Dias fº de Jorge Lopes
do Rnº os Judeus que se não quizessem baptizar, que lhe tomassem no $ 3.º de q teve os fes segtes =o Ldº Marcos Diniz advo-
os fº* q tivessem de 14 anos a baixo p? se baptizarem e doutrina- gado em Braga e foi prezo pelo Stº Offº e sahio absoluto, foi
rem na nossa St Fée. Os q se baptizarão em Bis, são os seguin- cazado com Frans Saraiva f* do Ldo Salvador Saraiva no 8 3.º
tes cujos nomes se tirarão do Livro da Camara onde estavão deste ttº de q teve hua f2 freira em Guimarães, = Thomaz
escriptos e as pessoas a que os entregarão assinado tudo pellos Nunes de Braga; = Antonia Saraiva mº” de Dº Saraiva no
Juízes Pedanos q então o erão Affonso Machado, Ruy Gonçalves,
no 8 3.º deste tt?; = Victoria Dinis m* de Manoel de Azevedo
foi feita por Bi" de Moura de Almeida da mesma villa. no tto 3.º; =outra (!) f* de Gracia Nunes q foi mer de Pedro
Saraiva no 8 4.º deste ttº = Maria Brandão

Tt. 1.º
(A) Uma nota à margem com a mesma letra e tinta diz: «No livro de
Da Casa do Mº Thomaz Rabino
S. Victor aos 12 de Mayo de 1612 foi baptizado na dº Igreja Angelica fº de Mº
Domingues solt? da Ponte de Guimarâins deu-se-lhe por Pay a Jorge Correa,
O Me Thomaz da Victoria era o Rabino q lhe ensinava a sua surgião saberseha se é o do N.º 2.º acima».
Seita. Casou a 1? vez com Ouro Velludo, 2? vez com Velida Ruiva, (1) Chamava-se Guiomar como se vê no $& 4.º.

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LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

4.º — Thomaz Nunes (1) de Braga cazou com Gracia Dinis fº de... de Stº André de Gondisalves em 26 de Agosto de 1757 e no dia
FERE «c++, q teve a = Francisco Dinis da Victoria. seguinte, O na capella mór onde tem sepultura antiga de seus
3 4
antecessores na dita fregs de Stº Andre de Gondisalves sito no
5.º— Franco Dinis da Victoria sucedeo no morgaº e capp* de N. Snrº termo desta cidade de Braga (!).
da Esperariça q instituiu seu tioo Ldº Marcos Dinis foi Cidadão
de Braga casou com Maria da Cunha sua sobrinha f? de seu g2º
primo irmão Thomaz de Azevedo de Barcellos no tiº 3.º 8 2.º
de q teve a = Bento da Cunha; = Miguel da Cunha; =Fr. 2 Leonor Nunes fº de Me Thomaz que no $ 1.º era de hum ano qie
N.... carmelita calçado em Roma; =Frei André da Cunha se baptizou e de antes se chamava Mazeltór e foi entregue a seu
Ldº em Canones foi também pº Roma e lá foi Religioso Fran- Pay p* q a doutrinace na fée, e foi preza é queimada sendo já míº
ciscano e morreo com opinião de Stº. velha, teve fº a Simão Per”.

=<O Lio Manoel de Azevedo= Antónia do Serafim = e Te- 3 Simão Per* foi Médico em Barcellos cazou com a fº de Ant?
rega de São Bernardo freiras nos Remedios e Mariana da Gomes irmão de Pº Gomes o Judeu, de Vila do Conde, sogro de
Cunha faleceo solteira. Salvador Saraiva, no $ 3.º deste tt”. Teve este Simão Per? hum fº
Miguel da Cunha (A) sucedeo nos bens e morgado casou com bastardo em Leonor Dias a Judia de Fam, a qual era hãa Cabaneira
D. Thecla Mº de Sá Sotomayor fi de Bernardo de Sá Soto- nal de Mogadouro donde veio fugida, p? Braga e despois morou e
mayor e de sua mº D. Barbara de Brito, da fregº de Beiral viveo em Fam, a qual Leonor Dias alem deste fº teve outro do
do Lima do qual matrimónio teve os fºs seguintes: baptiza- Abbide de Cristello irmão de Giraldo Vaz tim em Barcelos, o qual 1º
dos na frega de Gondisalves : B) se chamava Gonçalo Vaz e foi Pay de Frans Vaz 2.º mf de Gon-
çalo Vaz Vilas Boas ttem em Va do Conde no $ dos Vilas Boas.
1.º — Ldo Franco Bernardo de Sá Sotomayor O filho q Simão Per? teve desta Leonor Dias foi Belchior Vaz Pe-
2.º — Lio Bernardo José de Sá Sotomayor faleceo reira o Ferragoulo (* de Espozende.
3.º — Manoel Carlos de Sá Sotomayor
4.º— D, Bernarda Thereza da Esperança freira nos Re- 4 Belchior Vaz Per* de Espozende cazou com Madalena de Barros
médios f2 de Gaspar de Barros de Espozende ainda q lá se lhe nomea ou-
5.º — D. Suzana Angelica de São Joachim freira nos Re- tro Pay.
médios $3.º
6.º— D. Rosa Narciga de Sá Sotomayor cagada com
Luis Barbosa de Faria Lopes e Barros fº nº! de Bar- 2 Guiomar Nunes f? do Me Thomaz da Victoria no $ 1.º cazou
tholomeu Barbosa de Faria morgado de Aborim c. g. com Jeronimo Saraiva Christão novo natural de Mesão Frio cunhado
7º—D. Agueda religiosa no convento dos Remédios. de seu irmão Heitor Nunes Forão tendeiros na Rua Nova de Bar-
cellos e elle morreu fugido em Galiza, Tiverão os fºs seguintes:
Faleceo Miguel da Cunha de idade de 90 Q na sua quinta = Lido Salvador Saraiva; = João Saraiva tendeiro em Barcellos; que
(1) Em 1620 já vivia com s/ mulher na sua quinta do Assento em Gondi- (C) Devem faltar aqui as palavras foi sepultado que certamente por lapso
salves, do copista não figuram no texto.
(A) filho de Francisco Dinis da Victoria, acima mencionado, (t) Todo o texto em itálico é de letra e tinta diferentes.
(B) Nota à margem que diz: «Moradores na Quinta de Borgia». (A) À margem a palavra «Ferragoulo».

288- 289.
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIS DE BIVAR GUERRA

foi pay do Me escolla Jeronimo Saraiva e de Ana Cardoza m* de n.º 1 $3.º (4 de q teve
= Salvador Saraiva baptizado em S. João
João Freire no tt.º 7.º e de Guiomar Nunes m* de Gaspar da Rocha do Souto aos 19 de Agosto de 1595.
no dito tt? 7º e de Beata solt?.; ==Filipa Cardoza m* de Gaspar
de Barros de Espozende no 8 | dos Barros de Espozende. 85.

3 O Lºo Salvador Saraiva foi advogado em Barcellos casou com Hua filha bastarda de Mº Thomaz da Victoria no 8 1.º casou
Catarina Gomes f! de Pº Gomes o Judeu de Vº do Conde, irmão de COM dum dice mais Vaz cesemies de quem teve Francisco Vaz o Bra-
Ant.” Gomes sogro do médico Simão Pereira no 8 2.º deste ttº. zileiro de Barcelos.
Teve Salvador Saraiva desta mº! os fes segtes: = Ldo Pº Saraiva 3 Francisco Vaz, o Brazileiro de Barcelos cazou a pr? vez com
médico em Braga no $ 4.º casado com (!) fº de Lopo Nunes no 8 1.º hua f* de Martha Pires da Praça de q houve a Mecia da Silva:
deste ttº.; = Ldo Dº Saraiva advogado em Barcellos c. c. Antónia Cazou 2.º vez com Gracia Gonçalves de Vilas boas f* de Gonçalo
Saraiva, me de Gaspar Cardozo no tte 3.º; Franca Saraiva m*” Alvares Vilas boas no $ .... dos ..., Vilas boas onde vai sua suces-
do Ldo Francisco Dinis no $ 1.º deste tt.º = Filipa Cardosa; = outra são deste casamento.
filha que foi sogra de Baltazar Pereira Vila Real.
4 Mecia da Silva cazou com Antonio Simões do Salvador de q teve
4 Filipa Cardosa casou com Franee Rodrigues de q teve a = Sal- == Simão da Silva; = Pedro Simoens da Rua Nova — a mulher de
vador Saraiva = Catarina Gomes mulher do Sirurgião Jorge Correa Gaspar Carvalho Pay do Vigario de Gamil e outra cazada em Souto.
q foi preso pelo S. O. fº de Marta Saraiva no $ 1.º deste tit.º = An-
tónio Saraiva = Sebastião Saraiva.
Te 2
5 Salvador Saraiva foi médico em Braga e preso pello Sie Offº
em 1625, cazou com Leonarda da Cunha de q teve = Francisco Da Casa de Francisco Netto e sua mulher Velida Ruiva
Saraiva.

6 Franco Saraiva foi medico em Braga cazou com Antonia de $ 1.º


Azevedo f? do Liº Manoel Saraiva e de s/ mer Angela Saraiva sua
= Jeronimo Saraiva da Cunha médico
tia no tit.º 3.º N.º 4.º de q teve 1.º
— Francº Netto teve de sua m*" Velida Ruiva a Lopo Nunes o
em Braga que teve fºs bastardos; = o Lºº Gregório Saraiva da Vº, de Barcellos.
Cunha que teve fºs bastios; = D. Thereza de Jesus freira nos Re-
médios= D. Illena da Trindade freira no convento dos Remédios. 2.º
— Lopo Nunes o Velho já passava de quatorze annos q!º se
= Teve mais um fº Bastiº Francº Saraiva médico em Braga. baptizou. Teve os fºs segs: =Thomaz Nunes, Médico em
Vila do Conde, q morreo queimado em Lx" O 1596 e foi cazado
$ 4.º com Maria Vaz fº de Anna Gomes e de Pedro Vaz fizico, e
neta de Antonio Gomes o judeu de V* do Conde irmão do
4 Ldo Pº Saraiva fº do Ldo Salvador Saraiva no 8 3.º n.º 3 foi Sogro de Salvador Saraiva no $3.º do tt.º 1.º e teve fºs que
Médico em Braga cazou com Guiomar Nunes f* de Lopo Nunes

(A) aliaz n.º 3 do 8 1.º,
(1) Chamava-se Guiomar como se vê no 8 4.º.

291
290
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

LUIS DE BIVAR GUERRA

4.º— Illena Carvalho cazou com Pero Pinto, Juiz dos Orfãos 1fº de
fugirão p Galiza; =Guiomar Nunes; (1) == Leonor ou lllena Diniz Pinto e Isabel Soares f? de Heytor Soares de q teve =
Lopes no 8 2.º e = outra f? m*” de João de Magalhains no 8 4.º. Isabel de Carvalho Pinto solt?; — D. Mº Pinto; — Ursula Car-
valho = Illena Carvalho.
3.º — Guiomar Nunes (4) (!) morreu presa na Inquisição de Coimbra
e a prendeu Braz Dias Campello fam“ de Braga, cazou com” 5.º— D. Ms Pinto cazou com João Alvres de Azevedo o irmão do
Belchior Pereira do Lago, o Bugalho, de São Julião de Passos Dr. Jeronimo da Silva de Azevedo no $ 4.º dos Malafayas de
de q tev e ar Pereira (2) cazado em Negreiros com
= Balthaz q teve:=a Amador ... na ;
= Frei
India Manoel Bernardo;
Maria da Rocha. = Belchior Pereira q morreo no Brazil; — D. Leonor =D. Maria. (A)
= Manoel q foi p? a India e deixou hua filha em Lisboa e =
Francisca Pereira. $3º
Carvalho f: de Leonor ou lllena Lopes no 82.ºn.º 1
4.º— Barbora Pereira (5) casou em Adáis com Amador Gs de q teve 4.º— Branca
= João Pereira s. g.; = Guiomar Pereira s. g.; cazou com Amador Per? fº de Domingos Roiz moleiro de
= Franc.º Pereira que ficou em S. Julião e cazou e tem fos Villa Cova de q teve a; = Frei João de Carvalho; carmelita;
= Barbora Pereira. — Valentim Per? de Carvalho q morreu no Brazil; = Jerónimo
Per? nas Indias, de Castela; Este Amador Pereira casou 2.”
5.º — Barbora Pereira c. c. Franc.º Gs fº do Parameiro de Bastulo vez com Clara Fructuoza, a Judia Longa e era irman de Diogo
Pinto surgiam em
de q teve a Jacintho Pereira, clerigo e outros. Mendes Pinto, Pay de Manoel Carneiro
Farelains q casou e tem fºs Legº* e bastardos. (B)
— Vi hãa memória antiguaq dizia q o Médico da Vila do Conde
6.º
era netto de Thomaz Rabino e vivia nesta villa pelos annos 5.º— Fr. João de Carvalho sendo moço se foi p* o Brazil p* sua tia
de 1570 sendo já mtº velho foi queimado no O de 1577. Isabel e lá se fez frade donde veio a Lisboa pro Procurador
Geral, em Lisboa teve de hua padeira = D. Joana (€) Maria.
82.
6.º— D. Maria velo p' Vila do Conde e cazou com José de Britto
3.º— Leonor ou Illena Lopes f* de Lopo Nunes o Vº casou com fº de João de Britto, Boticario em Braga s. g.
Baltazar Carvalho meirinho em Bios e depois de viuva se foi
com as fas pa V2 do Conde para seu irmão Thomaz, e foi preza, $ 4.º
e sambenitada. Teve fºs = Illena Carvalho; = Branca Car-
o Hua f* de Lopo Nunes, o Velho, no $ 1.º cazou e foi primeira
no $ 3.º = Isabel cazada no Brazil com um Coroneln
valho mºr de João de Magalhains de Carapeços, o qual casou depois com
Rio Grande; = Outra recolhida em S. Clara de Va do Conde. Isabel Coelho e 3.º vez com Anna Barbosa de Sendim. Teve João
de Mages desta pr? me! — ao Ldo Gaspar de Magalhains.
faleceu
(A) Em nota à margem, da mesma letra e tinta se diz: «Guiomar 4.º— o Lido Gaspar de Magalhains teve a = Filipa de Souza m*” de
em 1602, Belchior em 1618»,
original. de Franc? Per? de Barros no tit.º dos Barros de Esposende.
(1) Veja-se o assento de casamento que figura adiante no texto
ori-
(2) Veja-se o assento de casamento que figura adiante no texto
ginal. (A) Nota à margem de outra letra e tinta que diz: «Azevedo Malafaya >,
De outra letra e tinta há uma nota que diz: «Pra do Lago».
; (B) Numa nota à margem a palavra «Carvalho» com outra letra e tinta.
(5) Aliaz Francisca como poderá verificar- se na correcção do original, (C) Esta palavra está riscada.
adeante, devendo o engano provir de confusão.
293
292
-—-— —

UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS


LUIS DE BIVAR GUERRA

7.º — Maricas Saraiva estando em Braga com seus primos se namo-


À i Tr
rou e cazou com Pedro de Macedo e teve Filipe Mº! que ma-
9 taram no campo da Vinha o qual de presente tem duas
Da Caza de Isac Rua e sua m” Velida é
irmans. O
$2º
1.º
4.º — Manoel de Azevedo fº de Thomaz Dias no $ 3.º (4) casou com
Isac Rua teve de sua mº" Velida — Jorge Lopes ; = outro fº que Victoria Dinis f2 de Lopo Nunes o novo no $ [.ºtit.º 1.º de q
foi Pay de Lopo Dias Médico no Porto, q foi prezo com seus filhos. teve == Thomaz de Azevedo e João de Azevedo no 8 3.º.

2.º
— Jorge Lopes batizouce de 8 annos e de antes se chamava 5.º — Thomaz de Azevedo foi advogado em Barcellos e casou em
Jacob houve de criar em caza do alcaidemór Alvaro Pinheiro, Vianna com Mariara (B) da Cunha de quem teve a=Mº da
foi orives em Barcellos cazou e teve == Thomaz Dias; = a Cunha m*r de Francisco Dinis sobrinho de Marcos Dinis no
mer de Diogo Pires mercador de Barcellos no titº. 4.º e = Anna 8 1.º deste tit.º (€) donde vai sua sucessão.
ou Ines Dias mt” de Lopo Nunes no $ 1.º do ttº 1.º.
83º
3.º
— Thomaz Dias foi mercador em Barcellos cazou com Filipa de
Azevedo cristam nova, natural de Pontevedra de q teve=o Lo 5.º — João de Azevedo fº de Manoel de Azevedo no 8 2.º cazou em
Lopo Gaspar Cardoso == Manoel de Azevedo no $ 2.º outro Ífº Viana com Leonor da Fonsequa c. g.
ou f* de,g” nasceo Filipa de Azº no $ 4.º (A),
$ 4º
4.º
— O Lio Gaspar Cardoso casou com Antonia Saraiva f* de Sal- 5.º — Filipa de Azevedo fa de hum fº ou f? de Jorge Lopes e Sobr?
vador Saraiva no $ 3.º do ttº 1.º de q teve a = Angela de Aze- de Gaspar Cardoso no $ 2.º houve de hum irmão de Francisco
vedo = Antonia. de Gouvea Ferraz que foi p? a India a == Maria de Gouvea.

5.º
— Angela de Azevedo casou com o Lºº Manoel Saraiva fº de... 6.º — E a Maria de Gouvea cazou com Alexandre de Antas irmão
v0.0... de q teve = Maria do Ó de Azevedo; = Antonia de de Balthazar de Antas e fº de Belchior de Antas no $ 2.º de
Azevedo, m*! do médico Francisco Saraiva seu primo no $ 3.º q teve = Pedro de Antas e mais quatro filhas.
do tit.” 1.º; = Miguel Saraiva clerigo de Missa dispensado p*
se ordenar por ser cristão novo. (B) Tit.' 4.
6.º
— Maria da Ó de Azevedo cazou com Baltazar de Anta 1º de Da Casa de Santo fidalgo e sua m* Ouro Inda
Belchior Dantas e de sua mf ......... «.. Corrêa irmão de
Fr. Pedro de Poiares, de q teve a = Caterina Saraiva s. p. 1.º
— Santo fidalgo despois de baptizado se chamou Diogo Pires
= Maricas Saraiva; = António Dantas s. g.; = Angela de teve os fºs seguintes: = Gonçalo Dias q se baptizou de oito
Azevedo mulher do Ldo Diogo Cardozo em Barcellos.
(C) As palavras em itálico são de outra letra e tinta.
(A) À margem a palavra «Azevedo» com outra letra e tinta, (A) É engano do escrevente e deverá ler-se n.º 3 do 8 1.º.
(B) Nota à margem que diz: «Levou reverenda a 26 de Set.o de 1666», (B) As duas letras na são de outra letra e tinta.
noutra letra e tinta. (C) Aliás no & 1.º do tit.o 1.0,

294 295
LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
|
A fi annos e de antes se chamava Abraão e casou na Ilha da Ma- $3.º
deira; = Alvaro Dias; = Gracia Dias q de antes se chamava
a Icer; = Reina mº de Henrique Cedr”. 3.º— Gaspar Roiz o Bisano, fº de Gracia Dias no $ 2.º foi surgião
em Barcellos e cazou com Brites Felgueira, de q teve a Gomes
2.º
— Alvaro Dias teve os. 1ºº segtes: =Bento Dias Roiz; = lllena Felgueira, Abbº de Vensirmes = Antº Felgr? clerigo
= Mº Fel-
Dias 3.º mr de Simão Pinheiro, de Pindela no 8...... dos gueira a Malafaia, mt” de Gregório Corrêa Leite no $ 19 dos
Pinheiros de que hoje não ha descend? deste cazamento; | Farias ; == Caterina Felgueira 1.º m*r de Manoel Barbosa Car-
= Isabel Dias amiga de Me! de Faria morgado de D. Ther* no | riso no 8...... dos Farias. (4)
8 7.º dos Farias de q teve dous fºs bastardos q vão no & 7.º;
== a mulher de André do Canto de Cerzedelo dos quais nasceo | 84º
Bento do Canto
== António do Canto == e Maria do Canto 1º
me de Deniz Per* do Sitio de Requiam no $ dos Perras, (A) 4.º — Isabel Dias fa de Gracia Dias no $ 2.º teve os fo segtes; =
= Duarte de Sá, No Brazil; = Melchior Mahia no Brazil;
3.º
— Bento Dias Rodrigues teve fº Franc? do Rego. | == Antonio Mahia. Teve mais do «veuvo» Manuel de Faria a
| Gracia de Faria que casou com Paulo da Cunha fº bastardo,
4.º — Francisca do Rego cazou com António Barbosa o Manco de | do conego de Braga Pedro Fernandes da Cunha c.g.=eo
Belinho nat. de Vianna de q teve a duas fºs hãa dellas casou | Lio Antonio de Faria que foi juiz dos orfãos em Barcellos e
em S. Leº do Matto a q” deixou sua fazenda a m* de Ant.º | cazou em Vianna com Leonor Velho Barreto de que teve o
Fernandes de Lima ttem porque era sua tia irmam de Bento | Lio Me! de Faria Barreto e foi sentenciado pello pecado ne
Dias. 8) | fando ficando innavel do cervisso de sua Magº*, B)
8 2.º à
|
2.º
— Gracia Dias fº do Santo fidalgo no $ 1.º cazou com Frante Tit. 5º
Rodrigues mercador de q teve a = Diogo Dias; = Gaspar Ro-
drigues o Bisano
Is no 8 3.º; = Isabel Dias no $ 4.º; =E a mãe Da Caza de Junca Montezinho e sua m” Mico]
de Luis Alvrs, médico no Mogadouro e de Fran“: Roiz.
| 1.º — Junca Montezinho teve de sua m*" Micol os fºs segtes q ==
3.º — D.º Dias casou com húa f* de Jorge Lopes no ttº 3.º de q teve | Antº. baptizouse de sette annos de antes se chamava Abraham,
a;=-a mº de Antonio Correa de Carapeços = a m* de Theo- == Manoel baptizouse de dous annos de antes se chavava Moi-
dosio Pinh.º advogado em Vianna; == a m* de Duarte Cardoso | zes, = Clara Affonso q se baptizou de nove anos e de antes
em Barcellos, Pais de M* de Sá mº de Manoel da Cunha de se chamava Kicer.
Vianna que foi preza pelo Stº Officio (O) |
Ethel 2.º— Clara Affonso cazou com Fernam Pires,q de antes de bapti-
ato ERA Em nota de outra letra e tinta com as palavras «Pinheiros | zado se chamava Sancitão de q teve os fºs segtes, == Janebra
= Es — Per.?», o
(B) Em nota à margem as palavras «Rêgo», «Barboza», com outra tinta e | (A) Em nota à margem as palavras Felgueira, Correa Leite, com outra
letra. | o | letra e tinta.
(C) Nota à margem de outra letra e tinta que diz: Correa, Pinheiro Car- | (B) as palavras sublinhadas são de outra letra e tinta e querem referir-se»
doso, Saa, Cunha, | decerto, à Isabel Dias do n.º 2, 8 1.º deste tit.º.

296 997
e a

«MR
LUIS DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Fernandes m** de Rui Gô (€) Villasboas, no $ 7.º dos Villas-


5.º — Gracia de Matos de Faria (P) cazou com Baltezar Cicio Bar-
13
boas, = Isabel Fernandes mº! de Domingos Rezende (PD) no
8 2.º (E) Felipa Fernandes mº! de Domingos de Rezende no cellos Cogominho de q teve a D. Frantº de Faria Bispo de
Martynã (!) e seus irmãos. o qual Bispo foi preso depois de 14
SD apud + mer de Franco Fernandes ttam (F)
Aclamado o Sº" Rey D. João 4.º e faleceo prezo no Most?
3.º — Isabel Fernandes fº de Clara Affonso cazou com Pedro de de São Vicente de Fóra e seu irmão Christovão Cogominho
Faria de Pedregal q viveo na Rua Nova de Barcelos, de q teve foi tambem prezo hera conego e asipreste na Sé de Braga,
a = Fernando de Faria, = Simão de Faria solt.º==....,...., foi enforcado em Lx. diante do Limoeiro por traidor em 9
me! de Sebim Gs o Chineleiro, = ........ de Faria, no $ 2.º de 7ºro de 1641 não lhe valendo as ordens menores e foi
a E SO de Faria mº de Cristovão Barbosa. também irmão de ambos Belchior Cício que foi escrivão das
sizas no julgado de Penafiel em Barcellos como se vê de vá-
4.º — Fernão de Faria cazou com Brizida Roiz de que teve a Feli- rias escrituras dos anos de 1631 (2), (B)
cita de Faria 1.2 me de Lucas da Costa no $ dos Costas
vai sua sucessão neile (A)
Tu” ny
8 2.º
Da Casa de Isac Ofem Rabi e sua m” Oraboa
A sose ga a A e de Faria f? de Isabel Fernandes e Pedro de
Faria de Pedregal no 8 1.º cazou com Pedro Gonçalves da 8 1.º
Rua Nova fº de Salomão Pés no tit.º 8.º deq teve Isabel Dias
me! de Jacome o Cesteiro no $ 1.º do tit.º 6.º. 1.º
— Isac Ofem Rabi teve de sua m*” Oraboa os ͺs segtes = Ma-
noel Vaz alfaiate, baptizouse de seis annos e de antes se
83º chamou Faim, = Gracia q se baptizou e de antes se chamava
a Vizaboa,— Caterina q se baptizou de dois anos, e de antes
3.º — Filipa Fernandes fº de Clara Afonso e Fernão Peires (B) no se chamava Serea e cazou em Chaves.
8 1.º cazou com Domeingos de Rezende de q teve a Pedro de
Rezende. 2.º— Gracia a Vizaboa casou com João Roiz o Sarralheiro da Ponte
de Barcelinhos, christão novo inteiro q teve a==mº do cesteiro
4.º
— Pedro de Rezende foi enqueredor em Barcellos cazou com de Remelhe e a =- mulher de Braz Felipe Carpinteiro da Ponte
Anna de Mattos fº de André de Mattos e Gracia de Faria de no $ 2.º — Antonio Roiz, almocreve da Ponte, ou era seu filho
q teve a = Gracia de Mattos (€). ou genro e vai no 8 3.º.
(C) Que deve ler-se Gonçalves.
3.º
— A mulher do Cesteiro de Ramelhe teve delle a = Jacome Roiz
(D) escreveram por cima: do Faria de Pedregal.
(E) Riscado tudo quanto está em itálico. o cesteiro da Rua Nova.
(F) Uma nota à margem com as palavras Villasboas, Faria, Rezende.
(A) O texto em itálico é de outra letra, à margem uma nota de outra letra
também e que diz Faria, Barbosa, Botelho. (D) As palavras em itálico são entrelinhadas de outra letra e tinta.
(B) Peiíres está escrito sobre a palavra Pés com outra letra e tinta. (1) Deve ser Martiria no entanto o manuscrito tem a grafia Martynã.
(C) Nota à margem, com outra letra e tinta que diz «Rezende — Matos». (A) O texto em itálico é de outra letra e tinta.
(B) Em nota à margem as palavras «Cicio — Barcellos — Cogominho»,

298
299
- eres ts DA BRONDOS am

hi
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIS DE BIVAR GUERRA

— Jacome
4.º Roiz o cesteiro da Rua Nova cazou com Isabel Dias q ficou hum f.º clerigo. Estas, com sua may Branca Jacome
fº de Pedro Gonçalves da Rua Nova fº de Salomão Pés no foram prezas no (O de 1626. = Jacome Moreira cazado na 16
15
tit.º 8.º de q teve = a mº! de João Grande de Braga e outras Falha s. g. e deixou sua fazenda a sua sobr.” Maria Moreira
abaixo nomeada
= Franc.? Moreira no $ 5.º.
solteiras que viverão na rua nova de Braga
e chamavam as
Farias = Antonia = Janebra de Faria == Francisca = Gracia de
Faria e outra. (A 5.º — Maria Moreira cazou com ........... de q teve a = Jacome
Moreira,= Maria Moreira cazada com Rafael Pinto da mesma
8 2.º casta na Falha na Fazenda de seu tio Jacome c. g.

3.º— A mulher de Braz Felipe carpinteiro da Ponte f? de Gracia a


Vizaboa no 8 1.º teve deste marido a — Belchior Felipe Alfaiate
da Ponte,
= Maria Roiz mulher do Carpinteiro Fernam Pires, Tu do
= Gracia Dias mulher de Francisco Pires, o Caim no $ 1.º
do tit.º 9. Da Caza de Junca Bencatel e sua m” Bemvenida

4.º — Belchior Felipe cazou com Francisca Ferreira que veio de erão Judeos Castelhanos,
1.º — Junca Bencatel e sua m*” Bemvenida
Arnoso e viverão em Barcelinhos junto da videira e tiverão
elle depois de convertido se chamou Henrique de Sá teve de
fºs = Domingos cazado em Lx?. = Maria cazada em Remelhe
sua mºr a == Felipa de Sã q se baptizou de oito O e de antes
com Antonio Gonçalves = Caterina s. g.
se chamava Belida == a mºr! de Pedro Gonçalves o tintoreiro
velho q vai no tit.º 8.º.
$ 3.º
3.º — António Roiz almocreve da Ponte era natural de Villanova de — Felipa
2.º de Sá, cazou com Fernam Dias christão novo inteiro
Famalicão e parece q foi genro de Gracia a Vizaboa no 8 1.º de q teve a=mº! de Ant.º Fernandes Rocha.
teve fos segtes:
= a mulher de Belchior Gomes o Gamado da
Ponte;= ssa a mer de Gaspar Ant.º o Catanco, chara- 3.º— A mt! de Ant.º Fernandes Rocha teve deste mar.º a = Polonia
meleiro da Ponte. Forão tambem nettas de Gracia a Vizaboa, da Rocha.
e de seu marido João Roiz no $ 1.º as segtes = Branca Jacome
= .... a me! de Bento Moreira da Ponte=-as do Remedios 4.º — Polonia da Rocha cazou com Belchior Freire escrivão da Cor-
do Ferrº. (1) reição de q teve os fºº seg'es: = João Freire da Rocha= Gas-
— Branca Jacome cazou com Baltezar Moreira tozador em Bar-
4.º par da Rocha cazado com Guiomar Nunes f? de João Saraiva
cellos de q teve a = Leonor Moreira, a Beata, = Maria Mo- e netta de Guiomar Nunes no $ 3.º do tit.º 1.º, Jeronima da
reira, = Gracia Moreira, me! de João Esteves o Celestino de Rocha no $ 2.º, = Belchior Freire cazado em Balazar com Se-
cilia Carreira f? de Manoel Carreira e de Maria Dias, = Fe-
(A) Nota à margem, da mesma letra que die: «Janebra de Faria preza lipa da Rocha mer de João Cerveira, = M.2 da Rocha m*” do
pelo Santo Offº demandou entregar alguns bens a sua irmâm Gracia de Faria; Per.? de S. Julião de Passos, fº do Bugalho.
Ao 1.º de Febr* de 1664 foi baptizada na freg.º da Sé Isabel fº de Catarina Franca
criada das Farias da Rua Nova Pay Nicolau de Faria sobrº das Farias. — João
5.º Freire da Rocha foi correiomór em Barcelos, casou com
(1) Riscaram as quatro letras finais e puzeram um «O» por cima, Letra e
tinta, as mesmas do texto.
Anna Cardozo f* de João Saraiva no $ 3.º do titº 1.º de q teve

300 301
fi
UM CADERNO DE CRISIÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIS DE BIVAR GUERRA


— Pedro Ennes, o Caim, teve os fº: segtes:
=: Gaspar Pires, o
a = Luiz da Rocha, == Jeronimo da Rocha Freire Arcediago de
Caim, = .... a mf* de Marcos Pires no $ 2.º=.... a m% de
Vº Nova em Guime c. g-=....... Dezembargador do Porto, 18
17
== hum vigº junto a Guimarains. Jorge Aº de Fam;=... a mº de Miguel Affonso vendeiro na
Ponte das Taboas.
6.º-— Luis da Rocha cazou com Isabel Sanches irmâm de Manoel
Saraiva. 3.º — Gaspar Pires o Caim, sapateiro da Crux teve os ͺs segtes =
$a. = Franeº Pires, o Caim= Lourenço Pires, o Caim, çapat"º=
== Margarida Gonçalves = Cecília Gonçalves = M* Gonçalves
.º — Jeronima da Rocha fº de Polonia da Rocha no $ 1.º cazou com
solt.? da Crux = Pedro Gonçalves, o Amaral, çapateiro cazado
Fernam de Barros irmão de Me! de Barros no titº 11 e fº de
em Quintiains.
Gaspar de Barros Vigario do Soutto de Rebordãos de q teve
a= João de Barros da Rocha = Mº de Barros me" de João
— Franco
4.º Pires, o Caim, cazou com Gracia Diz filha de Braz Fi-
Lourenço de Castello Branco c. g.
lipe no $ 2.º do titº 6.º de q teve a = Me! que foi p* Sevilha
=a Secilia.
º— João de Barros da Rocha foi escrivão da Correição de Barcellos.
5.º
— Secilia cazou a p': vez com hum Sarralh'º de Sima de Vila de
Ti" 8º q teve a=Estevão....=Gracia que está solt.' Casou 2'* vez
com Francisco Robles s. g.
Da Casa de Salomão Pés e sua m” Mazeltor

-º — Salomão Pés depois de baptizado se chamou Pedro Gonçalves, 6.º — Estevão morreu enforcado no Porto por crimes, cazou com...
com geração.
o tintureiro Velho, casou com hua f? de Isac Ofem; Rabino,
no Titº 6.º e devia ser 2.º cazamento. Teve da 1.º mulher= 8 2.º
== Henrique Gonçalves, o Capado, o Caralhoto;== Pedro Gon-
çalves da Rua Nova cazado com fº de Isabel Fernandes e netta 3.º — A me de Marcos Pires f? de Pº Ennes o Caim no $ 1.º teve de
de Clara Affonso, no titº 5.º de q teve Isabel Dias mºr de Jacome seu marido a Margarida Gonçalves.
Roiz o cesteiro no 8 1.º do tit.º 6.º,
4.º — Margarida Gonçalves cazou com Manoel Gonçalves de q teve
º— Henrique Gô o capado baptizou-se de trez annos e de antes = o Reytor Velho de Ribeirão =... a mº de Antº Dis çapt'
se chamava Juncão. Foi Pay da mº de Domingos Fernandes da Crux.
cujas fºº foram prezas no (QD de 1626, huã dellas queimada.
5.º— A me de Ant.º Dis çapt'º da Crux teve delle os fºs segtes: =
== Leonor de Morais = o genro do Dº Lopes, o Burro vendeiro
Ti 9, em Barcellos = Manoel Dis çaptrº genro de Antº Gô o Lucatão
Dos Cains =... a me do Ferrº da Ponte May do Lima = Antº da Crux
vendeira mer do Lavandeira=... a mº de Dº Ennes ven-
$1.º deiro e ferreiro em S. Payo de Perelhal (1)
1,º— João Pires Nunes foi judeo baptizado em pé teve fos a = Pedro
(1) Nota à margem, com outra letra e tinta, que diz: Morais.
Ennes, o Caim, tambem baptizado em pé.
303
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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

6.º — Leonor de Morais cazou com João Gs do Cantinho tendrº em


de Barros P.'?, Promeittor do Ect.º em Braga cazado com
Barcellos de q teve a == Reytor novo de Ribeirão = Jeronima
19 D. Antonia..... e morreo s. g.== Giraldo Pereira de S. Payo
de Morais = Paula de Morais mºr de Domºs Fernandes Thruhão escrivam das execuçoens em Braga.
20
no Lº dos Villasboas. (2)
5.º-— Giraldo P.'º de S. Payo foi escrivam de execuçoens da ouvi-
7.º — Jeronima de Morais cazou com Franeº de Aguiar fº de Manoel doria de Braga, cazou com
Affonso da Rua Nova de q teve = a Manoel de Morais Clerigo
== Franeº de Aguiar (1).
Tu" 11.
8.º — Francisco de Aguiar cazou no Couto de Cambezes com Da Casa de Mozem Montezinho e de sua m” Rica já morta
D. Ursula de Sousa Leitão f? de Pedro de Castro e de sua mr
* e por este cazamento foi alcayde mór do dº couto de q teve 1.º— Mozem Montezinho teve de sua mºr Rica == a Manuel Alvares
= Escolastica de Morais = Jeronima = Tereza = Tereza — q se batizou de 7 ou 8 anos e de antes se chamava Jacob e
== Joanna == Francisca == Manoel Maria (?) foi p.º a India.

rd
TA O
De Gil da Costa
Do Salta em pé 1.º—O L.do Gil da Costa foi nat.º! de V.? do Conde dos Canissos
casou com Branca Thomaz christam nova inteira de q teve a
1.º
— O Salta em pé christão novo inteiro do Salvador de Barcellos = Mauricio da Costa advogado em Barcellos e cazado com
teve os fºs seges= um fº ou f! de q” nasceo Francisco Barboza Maria Manoel Carneiro
=- Izabel da Costa no $2.º=... mf
Barrozo meio pão novo q se foi penetenciar a Coimbra= do Carapao de Barcellos e may de Maria da Costa (1).
Leonor Vaz.
2.º — Mauricio da Costa advogado em Barcellos cazou com Maria
2.º — Leonor Vaz christam nova inteira cazou com Fernão Per? de q Manoel nat.'! de V. do Conde f: de Ines Affonso Maya e de
teve a Beatriz Pereira. seu 1º mar.” João Fernandes, de q teve: (2) a= Francisco Car-
neiro da Costa advogado em Barcellos e cazado 1.º vez com
3.º
— Beatriz Pereira cazou com Manoel de Barros irmão de Fernão de Maria da Costa Correia fi de Miguel Roiz Preto e 2º vez
Barros o q fica no tt.º 7.º filhos ambos de Gaspar de Barros COM cugimed na de Faria, e 32 vez com Marinha Carneiro fº? de
vigario do Souto de Rebordãos de q teve a= Miguel P.r de Caterina André no $ 18 dos Carneiros s. g.= Rui da Costa
S. Payo clerigo== Gabriel Pereira de S, Payo. q foi pº a India= Jeronima Sodré == Ines de S. João Freira no
Salvador de Braga = Monica Carneira m*" de Thomaz da Costa
4,º— Gabriel Per: de S. Payo foi escrivão das execuções em Braga.
de Costoyas fº? de Miguel Roiz Preto da Vº do Conde s. g.=
Cazou com Anna de Freitas de Amorim de q teve a = Mathias Estacia da Costa solt.? (3).
(2) Nota à margem, com outra letra e tinta, que diz: Villasboas.
(1!) Nota à margem,
(1) Nota à margem, de outra letra e tinta, que diz: Costas.
com outra letra e tinta, que diz: Aguiar.
(2) Nota à margem, com outra letra e tinta, que diz:
Bd» » » 2» 5» » » » » » Carneiro.
Leitão. (3) Em nota à margem, com outra letra e tinta, a palavra Sodré,

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305
“A
LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

3.º— Jeronima da Costa (!) casou com Manoel Pinto Juiz dos orfãos $3.º
em Barcellos, no $ dos Prettos, de q teve a== Luiz Pretto q
21 22
mataram solt.º ==Francisco de Lemos clerigo = André de Le- 3.º
— Maria da Costa f* de Isabel da Costa no $ 2.º casou em Bar-
mos, abbe da Faya==Christovão Pretto, na India= João da cellos com o Ldº Domingos de Medella fº de Antonio de Me-
Maya, na India == Maria D. Maria de Lemos mº de Francisco della de q teve=a Francº. de Medella vigário de S. Mart.º do
de Lima s. g. e despois m*! de Seb'” Fre Pimenta, de Braga Valle= Anastaiza da Costa mº* = outra f* mº de Jerónimo
no $ dos Pimentas = Vicencia de Lemos casada em Louredo Chamorro s. g. e = outra fº solt.*.
c. g.= Luzia de Lemos (2).
4.º — Anastácia da Costa c. c. Fernam Caminha advogado em Bar-
cellos de q teve == a Antº. Caminha = duas fas fras em Val de
8 2.º Pereiras (1).
2.º— Isabel da Costa f* de Gil da Costa no $ 1.º casou em Requião
na Quinta de Ouris com Aleixo Franc.º de q teve Mauricio da Tit.' 15.
Costa q morreu derrancado e==a Isabel da Costa may dos
Maginarios de Compostella== Domingos da Costa=M.º da De Victoria de Braga e suas irmans
Costa no $ 3.º (3).
Victoria de Braga e suas irmans eram naturais do Porto meias
3.º— Domingos da Costa houve em Catarina Pinto, soltr.” de S. Mar- christans novas dos Bragas e Pazes daquela cide. cazou com Henriq
tinho do Valle a = Jeronimo da Costa Pinto (4). Leitão escrivão do Almoxarifado de Barcellos de quem teve a==...
1.2 mer de Belchior Nunes contador em Barcellos = Pedro de Abreu
4,º— Jeronimo da Costa Pinto viveo em S. Martinho do Valle onde =: Ambrosia Leitão m*º de Fernão da Rocha, o Rochador, dos quais
cazou com Francisca Henriques f? de Marçal Affonso e Isabel nacerão Mário da Rocha de Vianna. == João da Rocha == Ines Leitão
Henriques de q teve a == Jeronimo da Costa Pinto= Francisco casada em Chaves.
da Costa Pinto, cler.º com g.= João da Costa morador em
Requião e cazado em Va de Condes s. g. = Damião da Costa 2º —,.. A 1.2 mulher de Belchior Nunnes contador em Barcellos
casado em S. Martinho do Valle casado com ..... com gera- teve delle a André Leitão de Abreu tam em Barcellos cazado
ção. == José da Costa morador em S. Martº do Valle e casado com Angela de Faria Mariz no $ dos Farias onde vai sua su-
com ...... com geração. == Maria da Costa m* de André Si- cessão.
moens em S. Mart.º do Valle com g.==Jeronima da Costa Sa”
cazada em S. Martinho de Oleiros.
1.º
— Hua irmam de Victoria de Braga teve fº q parece se chamou
5.º— Jeronimo da Costa Pinto ficou na caza de seu Pay caz com Isabel Correia.
Vicencia Cardozo f* nat! de Gaspar Cardozo de Lucena de q
teve: Manoel. 2.º
— Isabel Correia sobrinha de Victoria de Braga cazou com Gas-
(1) Entrelinha que diz: ou Sodré. par Mendes Soutto o Ruivo de Cossourado escrivão das Sizas
(2) Em nota à margem a palavra: Pimentas com outra letra e tinta. do julgado de Aguiar de q teve a = João Mendes de Faria=
(5) Nota à margem, com outra letra e tinta, que diz: «Ouris».
(4) Em nota à margem, com outra letra e tinta, a palavra: Pinto, (1) Nota à margem «Caminhas continua sua descendencia folhas L 5 verso».

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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIS DE BIVAR GUERRA

Correa um dos quais foi p* o 2º—Dº Ramires casou com Gracia Roiz fº de Alvaro Gs t?” em
fi = Sebastião
= António Correa
Barcellos e de sua mº q era christã nova nat de V? do Conde
Brazil e outro para Sevilha = a mr de João Osorio da Cunha 24
[entrelinha que diz: — e consta do Livro dos baptizados da
de Silveiros no $ dos Cunhas Osocrios onde vai sua sucessão (1).
Villa de Barcellos baptizarse em 31 de 7º de 1571 Catharina
fº de Diogo Ramirez de sua mº” Gracia Rodrigues).
3.º— João Mendes de Faria foi por sua mº escrivão do Couto de
Capareiros onde cazou com Anna Velho Fagundes de q teve
a= Christovão Mendes o Franca Reitor de Sande = Adriana
Fagundes mer de Simão Ferreira q levou o officio = Benta Bar- Ti" 14,
bosa casada 1? vez em S. Martinho de Escariz com Salvador
de Abreu fº do Abbe do Villar s. g. e 2.º? vez em Roriz com Da BICA
Belchior Correa com g.;= Locaya de Britto mt" de Antº. de
Abreu fº do dito Salvador de Abreu e da 1º mt c. g. (2). [.º— Amador Fernandes Furtado mercador em Guim*s era christão
novo irmão inteiro da mulher (1!) de Paulo de Faria Mariz no
8 3.º
titº. dos Farias e sobrinho da Rica e da m*! de Dºs Gonçalves,
— Outra irmã de Victoria de Braga foi mãy de Gaspar Mendes
1.º Pinta diabos cristãos novos inteiros, naturais de Guimarains
Ramires. este Amador Fernandes teve fº a = Silvestre Furtado.

2.º Gaspar Mendes Ramires (%) foi meirinho em Barcellos teve 2.º - Silvestre Furtado christão novo inteiro faleceo no Brazil cazou
fos ==... (4) mer de Paulo Carvalho Nugueira o Manco, de com Paula de Villasboas f* de João Luis surgião em Barcellos
Barcellos no $ dos Vilas Boas =... (5) a m* de Belchior meio christão novo, e de sua m* Beatriz de Villas Boas no $
Barbosa fº de Bº ou Belchior Barba Abbe de Stº Logriça (8) (7) dos Villasboas de q teve a =M? de Vºs Boas m* de Fernão
mei-
Lourenço de Andrade no ttº. dos Andrades fº de Leandro de
3.º—a me de Belchior Barboza teve delle a ... (8) Barbosa
Andrade do Valle e de Caterina de Figueiredo de q teve a João
tinho em Barcellos cazado com geração, duas fº* hua dellas
Mendes de Vss Boas de Andr* clerigo s. g. = Francisco de
cazada em Cossourado.
Vas Boas de Andre= André de Vs Boas de Andre s. g. = Isa-
8 4.º bel da Vizitaçam = Maria da Conceição freiras em Stº Clara
de Guimaraens = Caterina de Andrade s. g. = Jeronima de
1.º— Hua irmam de Victória de Braga no $ 1.º teve fº a Dº Ramires. Andrade (2).
(1) Nota à margem com outra letra e 1inta as palavras «Correa — Faria —
Osório Cunha ». 3.º— Jeronima de Andrade cazou com João Ferreira Themudo pagem
(2) Em nota à margem a palavra «Abreu» com outra letra e tinta. da Caza de q teve duas fºs.
(8) Com outra letra e tinta entrelinha que diz «foi cazado com Antónia
Barbosa de Dorraens».
(4) Entrelinha de outra letra «Cat.* Ramires».
(1) Entrelinha que diz: «chamada Violante Furtada».
(5) Entrelinha de outra letra «chamada Leonor Salvada». Boas era
(2) Nota à margem com outra letra a tinta: «Esta Beatriz de Vas
(8) Entrelinha de outra letra «o qual Belchior Barboza nal de gosa e se Barcellos
filha de outra Beatriz de Vas. Boas mer de Giraido Vaz tabalião em
receberão em 13 de Janeiro de 1606». Genebra
irmão do Abbe de Cristelo, esta ultima Beatriz de Ve: Boas hera f? de
(7) Nota à margem as palavras «Carvalho, Nugra, Barbosa». Affonso.
(8) «Bertholameu» uma entrelinha de outra letra e tinta. Fernantes mer de Ruy Gonçalves Villas Boas e a tal Genebra fº de Clara

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Oo. a

fi
LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

4.º — Francisco de Vas Boas e Andrade sucedeo na caza e morgado nn 14:


de sua may e casou a p'2 vez com...,........ 26
Casou 2.º vez com D. Josefa Vieira (1) fº de Luis Vieira da De varias geraçuens
Crux entalhador em Braga e de sua mº! Domingas Correa de
1.º
— Rui Capão segundo diz o livro manuscripto do Conde D. Po,
q teve a = Antonio José de Vºs Boas e Andrade = Maria Jo-
foi hu judeo que veio a este Rnº. com a Raínha D. Urraca mº
sefa de Vas Boas..... e teve bastardo Manoel de Vas Boas q
foi servir à India donde veio. do Rey D. Aº 2.º por seu almoxarife, o qual depois se bapti-
zou e o dº Rey o fez cavalº. Trouxe consigo hua f? mtº for-
mosa, q com elle se baptizou e se chamava Maria Roiz, a
5.º — Maria Josefa de V:sBoas cazou com Manoel Martins Lavrador.
quem o Pay deu grande dotte e a cazou com Gonçalo Pés Ta-
veira o 1º deste appellido no $ 1º dos Taveiras onde vai sua
descendencia q toca a maior parte da nobreza deste Rnº (1).
Fi" Jo
O Ze
Dos Piolhos do Rabo
Do Barbarram

1.º — Caterina de Figueiredo era f* de hum christão novo de Guimes — Fernão Esteves o Barbarram foi um sapateiro de Veiros no
1.º
dos Piolhos do Rabo casou com Leandro
Alentejo christão novo a q chamarão o Barbarram porq despois
de Andrade no $ dos
Andrades onde vai sua sucessão. qoM. lhe ouve a f! nunca mais quis fazer a barba. Teve fº*
a = João Mendes da Guarda Corregedor da Corte del R. D.
Dte, que cazou com D. Isabel Pereira f? de Alvaro Pereira de
Tt 16.º
Souzel, no $ dos Pereiras onde vai sua descend.* =D. Ines
em quem o R. sendo M. houve a D. no $ dos Br. onde vai sua
— Francisco Girão advogado em Barcellos foi fº de hua christam sucessão que toca a todos os P. (2).
nova inteira de V* Viçosa a qual e hãa sua f* foram prezas e
sairão com habito perpetuo e os prendeu Thomé de Abreu de $ 3º
Freixomil. Este Francisco Girão cazou a pr2. vez com f2 de
Francisco Vaz de Lyo. De Duarte Brandão
Vi hua memória antiga que dizia = de todas estas cazas / São
as de Santo Fidalgo, Junca Bencatel, de Isac Rua, de Junca 1.º— Duarte Brandão cuja descend? vai no 8...... dos Brandoes
Montezinho, de Mº Thomaz ttº 1.0, ttº 3.º,tHº 4.0 tio 5.º etto 7.º era christão novo, alguns dizem q baptizado em pé outros o
deste caderno / ha em Barcellos copiosa geração e mtos andam fazem fo de Fernão Roiz Alardo em hua mºr cazada e criado
na Mizericórdia são dos treze por nossos pecados. por fº do marido. Tambem dizem q tomou o appelle. de Bran-
dão porq servido a hum dos outros Brandoens sendo embaixa-
dor em Inglº. Seja o q for elle foi insigne cavallº q em Ingla-
terra obrou grandes feitos e conseguio muitas honras.

(1) Nota à margem com outra letra e tinta: «Taveiras».


(1) Entrelinha que diz Correa, (1) Uma entrelinha de outra letra e tinta diz: «que toca a todos os P.».

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fi $ 4º o criara conforme a sua lei que professava. 3 — Desta que não


27 se esconde nasceu Maria Pinheira
— Mãe da mãe do Snr. Conde
28
Henriques de Castela e sua avó verdadeira — (!)

g 6.º
1º—D. Afonso Henriques progenitor da caza dos Almirantes de
Castela foi fº de D. Fradique Mº de S. Thiago e de D. Paloma Rodrigues de V.2 do Conde
hua judia nº! de Guadalaxara. Mariana na sua Historia Latina
fol. 784. N.º 30 lhe chama Henrique e diz q alguns sospeitão 1.º — Jeronimo Rodrigues dizem ser Biscaínho e q cazou em Villa
ser havido na Rainha D. Branca q!º o dº D. Fradique a foi do Conde com Gracia Dias e ambos ou algum delles devião
receber e accompanhar vindo de França e q o criou em Sevi- ser christãos novos porq o mº se diz de seus fº* q foram=
lha a dº D Paloma e q por El-rey achar a Rº viciada a não Sebastião Roiz — Caterina Rodrigues mº de Dº de Teive no
quiz mais ver. Mas este ditto q o mº A. reprova devia ser S 1.º dos Teives e = outras fº“. [nota à margem diz, com ou-
inventado p? escurecer o q fica dito. tra letra e tinta: «Gracia Dias hera fº de Diogo Peres no titº
4.º prova ser parenta desta »].
8 3.º
— Sebim Roiz cazou com Maria Dias q teve=a Fran“ Roiz
2.º
Ma. Pinheira tam em V: do Conde s. g. = Antº. Roiz = Jeronima Roiz =
= Anna de Noronha m*r 1º de Gonçalo Vaz Villasboas no $
dos Vas Boas e esta foi preza.
1.º—O Dr. Pedro Esteves caz com Isabel Pinheiro no $ 2.º dos
Pinheiros entre os mais filhos q teve foi a == Maria Pinheira
mer de Po de Souza de Seabra q foram avós de D. António de 3.º— Jeronima Roiz casou com Alexandre Ramires Correa, dos
Correas de Penaboa no 8.... dos Correas de q teve a = Antº
Ataíde 1.º conde de Castan'a, A este conde lhe fizerão as a. Ramires,
da Costa Correa, Prior de Cesimbr = Madalena
trovas seg*s:
Solt?. — Damianna Ramires mº de Antonio p'a. && (2) = Fran-
cisca de Sequeira mºr de Francisco Gomes Teixeira de q teve
==a Gonçalo Teixeira Correa, Governador de Macao na China
1” a.
== Anna Correa, mº de Roque Godins Malafaia em Azurar =
== Jeronima de Siqueira me de Belchior da Silva =Mº de
Mestre João Sacerdote Chamava-se Pedro Esteves
Sequeira m*r de Manoel de Frias todas s. g. = Maria da Costa
De Barcellos natural Rico e honrado vivia,
Correa = Antonia Ramires Correa cazada em Braga com Fran-
Houve de hua moura tal e casouse por amores cisco Martins Homem o Arrocho de q teve a== Jeronimo Correa
Hum fº de grande porte Com hua formosa judia.
Homem e a = D. Mariana Correa de Mello mº de Luis da
Silva de Mes no $.... dos Magalhains onde vai sua sucessão.
Estas trovas poem o defeito a Isabel Pinheiro m* do Dr. Pº
(1) As palavras em itálico são de outra letra e tinta.
Esteves outros trocão e poem o defeito ao mesmo Pº Esteves e se
(2) Esta cruz serve de chamada a uma nota à margem, de outra letra e
falla nisto com varieds «porem dizem delle que hera fº de hum tinta e que diz: »4= Elena da Costa cazada 1.º vez com Divgo Frz da Silva e
sacristão de Gºs e que O tivera de hua judia da judiaria da GS e 2.2 vez com hú Ant.º Pr?,

312 313
FI es É

fi
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4.º
— Maria da Costa Correa casou com João Als da Povoa de q 4.º — Manoel Lopes Brandão foi senhor do Morg.º de seu pai, cazou
29
teve = Bartholomeu Als Ramires o meco s. g. = Damianna Ra- com D. Maria de Barboza de Escovar f? de Manoel Barbosa
30
mires da Costa, m*! de Manoel da Costa de Lemos de q teve Sr. do Morgado e Casa de Aborim e de sua mt" D. Paschoa
a D. M.º de Lemos mº! de Miguel de Vasconcellos Correa, de Barros infamada no $ dos Barbosas de q teve a = Francisco
Morgado de Villameam = Madalena da Costa Correa. Pereira Brandão Barbosa (!) = Inacio de Barbosa de Escovar
= Andre Barbosa de Vasconcelos, Abble de S. Lucrecia de
5.º — Madalena da Costa Correa cazou com António Antunes de Aguiar, Padroado da Casa de Aborim, foi suspenso de curar a
Basto de q teve a = Manoel Antunes, clerigo. = Fr. João Ra- dº Igra e dizer missa pello Arcebº D. Rui de Moura Telles e
mires Frade Bernardo == D. Mº, da Costa m*r de João da Silva teve com Madalene, solt.? hua fº q se chama D. Roza de Bar-
de Almeyda no $.... dos Silvas onde vai sua sucessão. boza, antes de ser Abbe=:D. Marianna fr? no Salvador de
Braga. (1!)
8 7.º
5.º
— Francº Per* Brandão de Barbosa Lopes sucedeo no morg* de
D.º Lopes em Braga — Cristão Novo
seu pay e Casa de Aborim por morrer sem sucessão seu tio
Bartholomeu Barbosa, irmão de sua may. Cazou com sua
1.º— Dº Lopes mercador na Rua de Soutto de Braga foi fº de João
Lopes Tendeiro, e de sua mt. Casou com Guiomar Fernan-
prima irmam D. Mº Barb? f2 natural de seu tio Bartholomeu
des e no () de 1537 emprazarão huas cazas na mesma Rua, e
Barboza morgado de Aborim e de Maria Ribeiro de Britto de
no prazo se diz q alcançou provisão de El-Rey ps vender cem q teve a = Manoel Felix de Barbosa Lopes, = Antº Luiz de
mil rs de fazenda de raiz sem embargo de ser christão novo. Barbosa = Aurélio Agostinho Brandão que morreo s. g.=
Ao despois em o 1.º de Junho do mº O instituirão há morgado Luis Carlos de Barbosa = D. Marianna = D. Camilia Clara de
com obrigaçam do appellido de Lopes. Ella foi preza no O Barb*= D. Vicencia Tereza de S. Francisco ambas freiras no
1558 com algumas 20 pessoas de Braga, tiverão fºs a = Anto- Salvador, e teve bastardos naturais em Lourença, solt.º =
nio Lopes mercador cazado com Clara de Azevedo e tiverão Santos Per.º q morreu no Brazil = Manoel q foi p* o Brazil e
divorcio e tiverão fº a = Fernando s. g.=a Dº Lopes = Ma- não ha delle not? = José q foi p* a India e = Luiza casada com
noel Lopes = Maria Lopes mº de Roque Vieira s. g. (1) Francisco Frº em Ferreira.

2.º — Diogo Lopes mercador ainda era christão novo inteiro, herdou 6.º — Manoel Felix de Barbosa Lopes
o morgado e cazou com Felipa Brandão f? de Gaspar Brandão [letra diferente: «sucedeo na Caza e Morgado de seos paes
e de sua m* Mecia de Figueiredo de q teve a == Bernardo cazou com D. Maria Clara de Tavora f* de Balthazar V'º de
Lopes Ferraz = Miguel Brandão = Suzana Brandão = Ana Vaslos morgado de Briteiros e de sua mº* D. Luiza Maria Pr?
Brandão = Mº Brandão m* de Salvador da Cunha. de quem tem fº8,»]
8 8.º
3.º — Bernardo Lopes herdou o morgado e cazou com Mº de Britto [Franeº Pereira Villa Real — Procº da Ing. de Coimbra N.º 220]
de Vasles f2 de Giraldo de Britto e de Francisca Pra do Lago
no$1.º,... dos Lagos de quem teve — Manoel Lopes Brandão. 1.º — Fulano teve fº* a = Baltezar Pereira Villareal genro de hua
filha do Ldº Salvador Saraiva, no $ 3.º do titº 1.º viveo em
(1) Nota à margem de outra letra e tinta que diz: «1537. Diogo Lopes
faleceo em 20 de 7bro de 1566. Guiomar Frz faleceo no O 1576». (1) Em entrelinha a palavra «Lopes».

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fi
LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

fi Braga e se auzentou p? o Brazil quando prenderão os judeos novo; e por q o dono da Caza era velho ou por outros resptºs
= Francº Pereira VillaReal = Branca Lobo 1º sogra do médico derão em dizer q os fºs q tinha eram deste almocreve; os fºs
32
e Matheus Pereira. forão:
2 — Estevão Fernandes cuja descendº vai no $ 1.º dos Felgrss
2.º — Francisco Pereira Villa Real foi prebendeiro do Cabbº de de V2 do Conde [em o n.º 2.99 (1)
Braga e sendo confe de S. Anna se acha no Lº da dº confr” 2— Justa Fernandes mº de Ante Luiz cuja descend* vai no
riscado por ser prezo nos carceres da Inquizição, cazou com 8 26 — dos Carneiros.
Branca Lobo de q teve a = Manoel Lobo, conigo em Braga = 2 — Ant, Fernandes.
Mathias Per* = Gonçalo Pereira.
2.º
— Ant? Fernandes cazou com João de Chaves de q teve a
3.º — Mathias Pereira viveo em Penavilla cazou com D. Mº de q
3— João Bahia Mourão cazado com Felipa de Sousa pays de
teve = Francisco Per.º =e outros mais.
João de Chaves, clerigo e de duas fºº solt.2s
3 — Sebastião Gonçalves Bahia Abbie de Laundos pay de
8 Maria de Chaves mºr Francisco de Miranda na Quinta de
1.º— Isabel de Azevedo sobrinha dos Pereiras Villas Reais foi presa Laundos.
no O de 1622 e lá morreu cazou com Manoel Homem de que: 3— Mº Bahia mº de Manoel Barbosa no $ 6.º dos Sãas de Vº
teve a = Gonº Per?, Beneficiado em S. Gens de Montelongo de Conde.
banqueiro em Braga, = Miguel de Azevedo q morreo no Brazil
O 1625 = João Per? q estudou em Salamanca e morreu em
Braga = Brites q foi preza no O 1626 = Gracia Pereira. Descendência de Fernão de La Plaçuela
8 1:º

2.º— Gracia Pereira cazou com Sebim Pereira Chaves, natural de


Barcellos e viveo em Bastusso e tiverão fº* a = Bento Pereira
1.º— Fernam dé la Plaçuela, Castelhano passouse a este Rnº em
q foi p? Castella = Mº Pra aleijada = Franeº Pereira Chaves.
tempo de El-Rey D. Afo 5.º cujas p.tes seguio. Cazou em Vº
3.º—Francisca Pra Chaves cazou com João Pinheiro fº de Paulo Real com Leonor Dias de q teve a
Pinheiro de Barcellos de qm teve a = Silvestre Pinh'º [nota à 2 — Affonso Fernandes Correa
margem da mesma letra diz: «Este Paulo Pinho foi snr. do 2 — Gracia Fernandes
mº' e quinta de Balão em S. Ma de Moura trº de Boss.) 2 — Dº Fernandes al. Fr. Gonçalo frade Dominico.
Silvestre Pinheiro cazou em Tibaens com Joanna da Silva f2 2 — Ines Dias mº de Rui Cão o Vº de Vº Real.
de João Baptista e de sua mº! Marianna da Silva de q teve
a = João e Caetano. 2.º — Affonso Fernandes Correa teve o habº de Xpô, foi chanceler
S 9.º da Coroa ou do Reino. Corregedor da Corte e Desembarga-
dor do Paço Cazou com Isabel Cardoso f* de Luis Pinto, mor-
Mata Settes
gado de Balsemão e de sua m* Beatriz Cardoso, de q teve:
3 — Manoel da Fonseca Pinto, o quebra costas, corregedor da
1.º—Gonlº Fernandes e sua mº! Isabel Pires forão estalajadeiros
Corte.
em Va de Conde e tiverão fºs: Vinha pouzar a sua caza hum
almocreve das ptes de V: Real chamado o Mata sete christão (1) O texto entre chaves é de outra letra e tinta.

316 317
Mia

LUIS DE MIVAR GUERHA

4 -—- Maria Cardoso no $ 2.º.


3 — D. Isabel de Affonsequa
3 — João de Affonsequa Pinto. UMA ACHEGA HERÁLDIDA
3.º
— João de Affonsequa Pinto -cazou com D. Margarida da Silveira
da Ilha de S. Miguel de q teve a:
4— Antão de Affonsequa
4— João de Affonsequa das ervas
4 — Margarida de Jesus e
4 — Joana do Espirito Santo freiras em Sta Martha E o | LAS
[e Isabel freira em Chellas] (1!)
Vea
AO
IRA,
$ 2º
Maria Cardozo f* de Affonso Fernandes Correa no $ 1.º cazou N Ea / RAM é ERA q pio ne X
k LONA Hg di q E
com Ruy de Pina em Montemór o Velho de q teve a: FAR)
p RA
RINS,
4 — Alvaro de Pina Cardozo q não sei com quem cazou mas aa
p ss
A a
teve fºos a Rui de Pina, Paulo de Pina e outros. :
EN
SD
O: /

4 — Baltazar de Pina.
4—D. Isabel me de Me! de Pinna de Mello seu primo dos MO
Drs pd
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eo)
etrdo

quais nasceo Bernardo de Mello =D. Juliana de Mello, TONA ER


E toyQUA Z
RD
me de Francisco de Pina Perestrelo dos quais nascerão NA 7 4

João de Mello, Thomé de Mello e outros. AAA JL


co , :
(ea Hs
º—Bar de Pina de Affonsequa teve o foro de mº fidº da Caza Na an
Real cazou em Castel Viegas com Maria Mascarenhas f* de
Jorge Fernandes Malafaia comº! de Tarouca (2) e de Maria
Mascarenhas natural de Torrão de quem teve:
5 — Manoel Mascarenhas
5 — Franc? Mascarenhas
5 — Luis de Britto Mascarenhas No chamado padrão de Moreira (freguesia de Moreira, con-
5 — Luiza Mascarenhas celho da Maia, distrito do Porto). Ano de 1566 (data na inscri-
5—D. Ant.º de Pina Mascaris crição e distante no plinto do cruzeiro.
Num escudo peninsular as armas de Poriugal-moderno,
5 — Alguns irmãos inteiros desta D. Ant.? de Pina foram sam-
tendo por diferença um banco de pinchar de três pendentes qua-
benitados por judaizantes se bem que não sabe donde o drangulares, o do meio partido de Aragão e Duas Sicílias,
herdassem. e nos da dextra e sinistra Bragança.
Armas de Dom Fulgêncio, comendatário de Moreira, filho
(1) O texto entre chaves é de outra letra e tinta. de D. Teodósio I, duque de Bragança.
(2) Nota à margem, noutra letra e tinta diz: Vide no $ 5.º dos Malafayas.

(Continua) Vaz-Osório da Nóbrega

318 319
aee E
DE BARCELOS
= A IA ado O tr CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS
A UM

esse 4 ( Yago E) 12 ond e se tra ta de Gil da Costa


nº! de Villa do
a se
No titulo de Fernão Caminh
dez onde se trata

W
n
2 Es A e Em fol has
Con de, as
O seguinte: € de seu marido
deve acrescentar
da Cos ta fa de Maria da Costa a
— ana sta cia O Lie Fernão Caminh
Medella cazou com
o Lºº Domingos de mº” Cn? Alz Cam i-
de Castro e de sua
tº de Pedro Lourenço urais da Vila de
aram
Lista dos judeus q se baptiz
e de Villar de Mouros nat
nha irm ã do Abb com seus paes na
não Caminha morava
Caminha, o qual Fer mou na Universidade
ed ou ra Tá dit a Vilia e se for
em Barcelos e das gerações Rua da Co rr
de Coimbra no ani
mo de 1633 e fol cazar à Villa
da Costa do qual
ma-
de Barcellos

164 4 com à dita Anastacia a Vil la de


no anno de baptiz ado s na dit
e 05 fos seguintes
q delles procedem trimonio tev
Barcellos:
Caminha de Castro
5 —Q Lis António de São Freo de Val
Ca th et in a de Sen a freita no Most.'º
5 —
Val de Pereiras.
Por
de Pereiras
ee fre ira do dito Mostre de
Luiz de Bivat Guerra g—llle na de .. .r casou com Antonia
Caminha de Castro
s—Q Lê António Lºº João Roiz Med
elia e de sua mº
do
Pinhel ro Lob o ja
Barcellos e deste
o todos naturais de
angella Pinheiro Lob ados na Villa e
jos seguintes baptiz
( Continuação ) matrimónio tem 08
los:
Colegiada de Barcel
iot juiz de fora de
Caminha de Castro
arenhas cazou em Coimbra
com 6—0 DF Fernando al da Provín cia do Minhoe de pre-
5º—D, Antônia de Pina Masc Monção e Auditor Ger Comarca de Gº
Bento 4a Cunha Perestreilo Sr.
do Morg ado do Papo de Per:
1751 he Provedor da
sente neste ano de Ma ce oo ond e fal ece u.
e de D. Luiza Perestrelio de q corregedor de
diz 1º de Francisco da Cunha
Antonio da Cunha=
passou a9 Brazil por udante de menor idade.
: o da Cunha Perestrello= Castro faleceo est
teve = Inaci
Cunh a Perestrello=Me! da 6 — João Lobo de ece o est udante de menor
idade,
da ro Lobo fal
— André da Cunha==Luis 6 — Manoel Pinhei ot idade.
Cunha Perestrello e a=D. M.
Perestrello. falecerão de men
tinta seguem-se as seguin- 6 — Duas filhas que de Castro vive soltei
ra.
e outra Pinheiro
6 — Crispiana Maria
[Com letra mais mode rna
tes notas: |—
Felex de Gondifellos
s da treg.* de São
onde se diz Frea Moreita fº de No Livro dos Cazado se diz no 1.º dia
de Julho de
5.º. Faltou às folhas 7 pôr o 8 5 Moreira tozador do tr de Barcellos
, as folhas 60 V.º
P'"" e de sua mº Guio”
Branca Jacome e de seu marid
o Balihezar t.º de Belchior
thezar Pra Fr.? Sa-
6.º a qual Pre Moreira cazou 1618 Recebi a Bal ião de Passos, com
em Barce llos no & 4º do titull o
es def unt os da freg.? de São Jul me” Gra cia Nunes
ra
teve a Balthezar Morei mar Nun o € de sua
com Frutuoso Roiz Tanoeiro de que raiva [3 do Léº Pedro Saraiva defunt ta freg.? e hou verão
clerigo no Brazil== Belch ior Morei ra, no Brazil= Manõel Mo-
que for ão em Braga e hora são nes
me de Jacinto Roiz nº! de moradores
reira em Lisboa= Angela Moreira
tem — Doro thea =e Pablo,
Santiago de Antas de que
97

96
LUIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-KOVOS PE BARCELOS
dispençasão testis Belchior Glz; Ant.º Giz, Pedro João e os mais
freguezes; P.º Vicente Carvalho. judarias rendem. E consta mais do titullo 42 $ 5º dizer o dito Sor
depois que foy por serviço de Nosso Senhor ordenado e mandado
Notícias de alguns judeus que entrarão em Portugal que todos los judeus se fossem fora de nossos Reynos e Senhorios
como no titullo precedente he contiudo, a mayor parte delles que
Consta da coronica del Rey D. João o 2.º composta por em nossos Reynos quizeram ficar se converterão e tornarão à nossa
Gra-
cia de Rezende nella se diz folhas 100 Cap. 162, No Sta fee e receberão a Agoa de Stº Baptismo por esta cauza o dito
anno de 1499,
Ei Rey D. Fernando de Castella e à Raynha D. isabel Sº lhe concede alguns previlegios como tinhão concedidos os Se-
sançarão com
pena de morte todos os judeus de seus Reynos nhores Reys seus antecessores aos novos convertidos.
dentro de um certo Eo dito
tempo limitado; e com licença de] Rey D. João S" Rey D. Manoel mandou Baptizar os nossos judeus e
forão ademetidos daqui per
em Portugal e lhe prometerão grande soma de d'º diante não ouverão em Portugal mais judeus que vivecem na tal Ley
o qual d'º derão
na entrada de cada pesoa e este dte ficou por morte del Rey tedo de Moizes,
junto que o tinha apelicado 9” novas conquistas Em Braga a Rua da judiaria e seu gueto fechado por huas por-
na Africa, E El-Rey
prometeo embarcaçoens pelio seu dr? p? que dentro tas que ficarão deironte da Parochia de Santiago da Cividade e de
em oito mezes
ar

se pudecem sahir de seus Reynos p? onde lhe parecec presente se chama esta Rua a Rua de Stº Antonio no tempo de
e mtºs nestas
embarcaçoens forão pº o Reyno de Fez. E se diz na El Rey D. Affonso 5.º deu
dita coronica este S%” por sua
eb ae

carta datada de if de
E) folhas 106 cap. 178 que no anno de 1493 El Rey D. Jrão Março de 1473 os direitos velhos dos judeus de Braga a Lourenço
mandara à
Ep

liha de S. Thome por capitão com cem mil rs de tença de juro e de Pires de Tavora como diz D. Ant.º Caetano no Livro decimo quarto
herdade a Alvaro de Caminha e mandara Baptizar os das suas obras geneologicas folhas 337 verso, o qual Lºo Pires de
TE a

filhos pique-
nos dos judeos castelhanos que ficarão cativos por Tavora hera Sº da Torre da Caparica.
se não irem do
SEE

Reyno no tempo determinado os ditos seus paes e os mandat No tempo do 5º Rey D. Mel rendião os direitos da judiaria de
a com
o capitão p* povoarem a dita Ilha e serem criados Braga vinte seis mil seiscentos rs e como estes direitos pertencião
na Lei de Cristo

|
ni

e sendo apartados dos paes fossem bons christãos. aos Sº's Arcebispos de Braga por serem Senhores da mesma cidade,
E ga

- Consta da ordenação velha do Reyno de Portugal satisiez este compito o dito


feita no Rey ao Arcebispo de Braga D. Jorge

||
tempo del Rey D. Manoel
ore

e se diz nella no livro 2.º do titullo 41 no da Costa que ao tal tempo governava esta Primacial Igr.? mandando
qual ordenou o ditto Sº por seu decreto que por se paguasem imperpetuo aos Arcebispos seus sucessores no
todo o mes de 7bro almo-
de 1497 todos os judeus e moutos forros que nos xarifado da Villa de Ge o que melhor comprova hua procuração
Reynos de Portu-
gal ouvesse seja fora delles, sob pena de morte natural que se fez em Braga na nota de Ant.” Coelho de 12 de Janeiro de
as e perder
fazendas pº quem os acuzar, e que qualquer de 1587 a qual procuração foi mandada fazer e asinada pello Arce-
pesoa que pasado, o
dito tempo tiver escondido algu judeu, ou bispo D. João Afionço de Menezes em que dava poder p* se cobra-
mouro forro; por este
mesmo feito queremos que perca toda a sua fazendo rem da mão do Almoxarife de G*s 26600 rs os quais pertencem à
e bens pº quem
o ácuzar: os quais judeus e mouros, deixar meza Arcebispal pello que rendia a judiaria de Braga
emos Ir livremente com no tempo que
todas suas fazendas e lhe mandaremos nella a ouve e de presente cobrão os S'* Arcebispos este dte no dito
pagar quaisquer dividas assi
pº? sua hida que lhes em nossos Reynos forem almoxarifado.
devidas pº sua ida
lhe daremos todo aviamento e despacho que
comprir e porg'º todas
as Rendas e direitos das judarias e mourarias Lembrança e noticia que declara o Pe Andre Glz no Livro que
manda- temos dados
mos as pessoas que as de nós tem que nos compos de couzas
venham requerer sobre memoraveis e socedidas no seu tempo, nella
) elle, por que a nos praz de lhe mandar
dar outro tanto, q'º as ditas diz o seguinte folhas do dito Livro 177:

98

| 29
LUIZ BE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE B4RCELOS
Lista do auto da fee de Coimbra de £9
de Mar
outras pessoas que sahirão penetencia Isabel de Lima x. n. de Braga
das Ant.º ada
Porto — Fernão Nunes x. n. rendeiro de Braga Relaxada em Carne

Izabel Mendes x
n. solteira de Braga f2 de Anna Mendes Simão de Lima de 67 arnnos x. n. de Braga Not. App“º por
v? — Gracia de Souza x n.
de Braga mt! de Simão Nunes botica hereje, appostata.
rio, o
Rua lista de 28 de 9ro em Coimb Na lista do auto da Fee celebrado na Rib.? de Lx.”
ra de 1621 pello nefand
pecado Freo de Moraes X, V. pintor de a 7 de Mayo de 1624
Brag —a
Mel Pa Segre X V.
estudante de Amarante morador em Br
ag
— Simã
ao de Brito hã 4º
de X. N. de Brag — Simã
a o Nun es de Braga X. 1 — Gaspar Dias Paredes de 62 anos x. n. morador em Guimarães
;
Gracia de Sousa X, N. de 50 anos. E N. N, cazado com 2 — Christovam Lopes de 55 x. n. de Chaves mercador morador em
Viana de Caminha
Na lista de 18 de Junho de 1623 pe : 3— Pedro Gomes de 25 annos solt.º de Caminha fº de Free Roiz
de Fee de Barcellos € Braga. PERNEAR fue sairia vipeamas 4 — Leonor Mendes de 45 annos x. n, de Pinhel moradora em Braga
1— Vicente . c. c. João de Magalhals
de Braga Moraes x. n. solteiro fº de Simão Nunes boticario 5 -. Pascoa P's de 30 anos x. n. de Baiona moradora em Vianna
Edi de Affonsequa x. n. de Braga cazado cazada com Gonçalo Frz
com Maria Gue-
“A. 6— Anna Antonia de 60 annos x. v. do lugar do Faco tr? de Bar-
3 — Felipa de Souza x, n. de Braga cellos por adorar o Diabo e ter com elle copula em figura de
Vi: de Gonçalo Cardozo
— Cecilia Gonçalves
Gor x. - v V. por Bode.
bruxa cazada com re
Franqueira junto a Barcellos 7 — Antonio Homem meyo x. n. de 60 anos de Coimbra sacerdote
. Jorge PA da
5— Anna Fernandes de Bra
ga x.n. a Caninissa de alcunha m*t de Douto e Lente de 1.º de canones conego na Sania Sé da mesma
B” Gonçalves x. v, Cidade. Negativo, Doginatista e pello Nefando.
8 = Isabel de Britto x. .n,n de
Villa d o Conde m
de Ant.º da Costa de Vizeu Na lista do auto da Fee na Praça de Coimbra
de ie
7 — Helena
pa d Affonsegua
de 26 anos x. n. de Braga solteira fº de em 4 de Mayo de 1625

8 — Mexia de Morais de 30 anos solt tºx. n, fº de Gonçalo C 1 — Pero Mendes o novo, meyo x. n. de 40 annos orives da cidade
e de Felipa de Sousa nomeada asima, de Braga sato Cardoso de Braga cazado com Fred Fri x. v.
2 — Anna Correa x. n. de 23 annos de Vianna cazada com Pernando
Hua lista de 26 de 9tre do anro de 1623 da Silva Solis x. n.
3— Maria Vaz tm 4º de x. n. de 28 annos de Braga cazada com
1 — Paula Fernandes de 30 anno Christovão da Costa x, v.
s meya x. n. de Villai d
de Me Tavares orives de ouro 4 — Anna Ferreira Maya x. n. de 25 annos de Braga cazada com
2— Jeronima de Lima de 59 * 96 Condo mé Pedro Rodrigues x. n. mercador
anno sx.n. de Braga cazad
tholameu Gonçalves rendeiro = 5— Margarida Gonçalves x. v. de 27 annos de Nine tr? de Barcellos
é * com Ésr
defuntas recebidas fº de João Gonçalves e Catherina Luiz x. v. por adorar o Diabo
Brites de Souza x. n. de Braga e ter copula com elle

102
103
a

am
=

LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Aos dous de Abril de 1558 sabedo vespera de Domingo de em 1558 no dia 8 de Abril e que apenas difere nos editamentos que
Ramos pellas duas horas prenderão Guiomar Fernandes mt" de se transcreve relativamente a alguns dos mencionados na mesma:]
Diogo Lopes mercador e a me de Gaspar Gomes o Livreiro é Dicgo — àcêrca de Diogo Glz mercador diz que era fe de Alvaro Glz
Giz fº de Alvaro Giz mercador, e sua mt e outra irmã de sua me e mercador e de sua m*! Branca Dias.
outras muitas molheres de maneira que forão por todas dezanove -— Diogo Lopes mercador diz que era morador no principio da
ouvinte pesoas desta cidade de Brega somente e paitirão segunda Rua do Souto defronte dos Passos Arcebispaes casado com Gulomar
feira 11 de Abril de 1558. E diz mais as folhas 179 v oje sesta feira Fernandes que também vem na lista e que fundaram um morgado
pella manhã trez de Junho de 1558 prenderão Diogo Lopes mercador. que tem de presente descendentes.
Não se pode duvidar das pesoas asima nomeadas serem presas — Maria Zores— consta do livro das Gºs go Cabido do O

ego
por ordem do Stº Officio e serem compreendidas no judaismo; e de 1556 na Rua de Stº Maria das Cazas de Maria Zores.
asim consta esta verdade de outros papeis que se censervão do — Clara Dias mº de Gaspar Gomes o livreiro e se diz no
mesmo tempo porem se forão prezas pº o Tribunal de Coimbra ou Livro das G*: do Cabido do & de 1556 na Praça de Maxinos Gas-
Lisboa não o posso averiguar autenticamente, par Gomes cantor na qual pesuya cazas onde morava que de pre-
sente são no Terreiro da See. Parece ser este Gaspar Gomes
Porgt diz D. Nicolao de St! Maria na Chron de Conegos Reg. Livreiro porg'º esta casado com Clara Dias tinha bens no Campo
de Stº Agost tom 2º Liv decimo Cap.º 3 que o Tribunal do Sº Offi- de São Sebastião como se diz no livro do Cabido de 1590 porem
cio de Coimbra fora mandado fundar no & de 154] pello Infante tambem no & de 1590 possuia na Praca do Pão sua m*! Clara Dias
Inquizidor Mor D, Hentique o qual mandou afundar e levantar q vº as ditas cazas das quais pagava 660 rs.
Ste Tribunal de Coimbra em 15 de 7º de 1441 por dous Inquizido- — Marta Vaz ຠde Fernão Vaz Sergueiro.
res seus comissarios, o Bispo de Ste Thome D. Fr. Bernardo da -— Anna Lopes mº de Gaspar de Seya, ourives da praça do
Cruz da Ordem dos Pregadores e o Prior mor de Ges Gomes Affonço pão fº* de Balthezar Lopes mercador e de sua mº” Clara Fernandes
os quais crearão Prometores de Justiça; Notarios; Meitinhos, Famli- forão Sº's e possuidores das ditas cazas das quais lhe fizerão prazo
lares e mais officiais necessários e começarão a exercitar o Stº Offl- o Rºº Cabido em £9 de Janeiro de 1539 com penção em dr? 400 rs
cio da Inquisição desde 13 de Outubro do & de 1541] nomeou o
E é 7 2q85 Ne

e 2 pºs estas cazas são as segundas da patte desima junto as gran-


Cardeal Infante por terceiro Inguirider o P. D, Simão Pires, conego des de D. Paula de que de presente só huas cazas pequenas se
do Mostº de St: Cruz em 7 de Janeiro de 1542 que tinha sido seu
ogadada

metem em meyo. Foi reformado este prazo cm 5 de Julho de 1559


mestre de gramatica, os quais exercitarão os Cargos emthe os annos em lº e 2º vida com crecensa de dez rs ao sobredito Gaspar de
de 1565 e emthe 1566 e o ultimo emthe 1570 e diz o mesmo A no 21. Cea ourives e sua mt” Anna Lopes sucedeo em 3º vida Guicmar de
E AND

que os dous nomeados em lugar dos primeiros dous fizerão o pri- Cea fº dé Gaspar de Cea e goza desta ultima vida Mº Dias tra-
meiro cadafalso com o Simão no & seguinte de 1567 tante asim o diz o Livro do Cabido dos apontamentos dos prazos
donde se infere que este Stº Tribunal de Coimbra foi o que mandou que possuem na dita praça do pão.
prender a Braga os Cristans Novos asima nomeados e os castigou — Perco Fernandes o canisso alfaate morava ro O de 1556 na
conforme suas culpas merecião. De outro papel do mesmo tempo praça do pão nas casas quintas da parte de sima foi prrzo pello
Sata arER PN

escrito que vay incluso neste e declara o nome dos presos e suas Ste Ofticio em 2 de Abril de 1558 e por ser contumas e não querer
culpas e erros no judaismo: confessar suas culpas foi queimado em Coimbra,
São os seguintes: [Esta relação remata com a seguinte nota:]
[ Segue uma cópia da relação dos judeus que foram presos «Estes 23 x. n. que forão presos por ordem do St Officio de Coim-
bra em 2 de Abril de 1553 em suas cazas na cidade de Braga»,
ps Daoae
Pp ibia AR ta aa npO pe Ra

100 161
cinco
O
LYIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
6 — Anna Luiz meya x. n. de 24 annos de
Braga cazada com Simão
de Miranda x. v. lá —Catherina Gomes de 50 anos x. n. de Braga cazada com Jorge
Correa x. n, surgião
Na lista do auto de Fee que se celebrou em 15-—Maria Lopes de 30 annos que tem pt de x, n, de Braga cazada
Coim- com Braz Gomes.
bra em 16 de Agosto de 1626

1 — Miguel Negra de 28 annos meyo 4.º de x. n. nº! Na Lista do auto de Fee celebrado na praça de
de Coimbra Coimbra em 22 de Agosto de 1627.
orives em Braga
2— Felipe Lopes pe de x. n. de 76 amos
de idade cazado com Luiza
de Affonsequa meya i — Jorge Fernandes Costea de 71 annos x, n. Surgião nº de Bar-
x. n. de Sraga e morador em Moinhos
Bispado do Porto celos morador em Braga cazado com Catherina Gomes que foi
3 — Salvador Saraiva de 45 annos reconceliada
x. n. medico morador em Braga
por judaismo 2 — Franc.º Fernandes Leão de 51 annos advogado que tem 4.º de
4 — Manoel de Lima Pinheiro de 41 annos x. n. de Braga x. n, nº e morador em Braga
que vive 3 — Maria Moreira de 28 annos meyo 4.º de x. n. cazada com Pro
por sua fazenda
5 — Leonor Moreira de 27 annos meyo 4.º Fernandes X. V, de Barcellos
de x. n, da Villa de Bar- 4— Branca Jacome de 68 anos meyo 4.º de x. n. cazada com Bal-
cellos fº* de Branca Jacome que tem hu 4.º
de x, n. e de Baltha-
zar Moreira x. v. thezar Moreira x. v. de Barcellos.
6 — Anna Motens de 20 annos meya x. 5 — Gracia de Faria de 45 annos meya x. n. solteira da Villa de
n, de Braga f* de Simão Barcelos fº de Jacome Rodrigues meyo ::. n. reconceliado neste
Motens flamengo de Nação e de Branca de
Oliveira x. n. & auto
irmam de Maria Motens renconciliadas neste
auto 6 — Izabel Dias de 77 annos
7 — Angela Barbosa de 51 annos que meya x. n, Ve de Jacome Rolz meyo
tem parte de x. n. de Braga
solteira f.* de Anna de Carvalhass que tinha x. n. de Barcellos
parte de x. n, é 7 — Maria Dias de 46 annos que tem 4.º de x. n. nº! de Barcellos
de Amador Felipe x. v.
8 — Branca de Oliveira de 56 annos x. n. de º de Diogo Fernandes mercador x. v. e de Branca Roiz meya 3. n.
Braga cazada com Fili-
RU 00 2 O

mão Motens Escrivão 8 — Jeronima de Faria de 27 annos meya x. n. nºde Barcellos soit?
do registto Eclesiastico de Braga e may
de Ana Motens e Maria Motens asima menci f* de Jacome Roiz meyo x n. de Izabel Dias asima
di

onadas. 9 — Catherina de
9 — Antónia de Faria de 30 annos meya x, Sena de 36 annos meya x. n. solteira de Batcellos
n. de Barcellos solteira
fº de Jacome Roiz e de Izabel Dias meya x. n,e fº de Jacome Roiz meyo x. n. e de Izabel Dias asima
ap pr

irman de Franc:
de Faria e Genebra de Faria reconciliadas
no auto.
10—CGenebra de Faria de 52 annos, irmã da sobred E na tista do auto de Fé de Coimbra de 1629
ita Anna de Faria
moradora em Braga Ve: de Jacome Rodrigues
a

x. n.
EPUSPaR
ai da

1li-Franc.* de Faria de 1 —- Antonio Saraiva x. n, rendeiro natural de Barcellos solteiro


27 annos meya x, n. solteira irman
- Ssobreditas Farias das 2 — Gracia Moreira de 25 annos 9º de x. n. de Barcellos m* de
I2-Brites Henriques de 23 annos x. n. Jcão Estes,
de Braga me de Paulo P'
meyo x. ni. rendéiro 3--Ana Rodrigues de 48 annos pt* de x. n. de Barcelos solteira
DR

13-—Maria Motens de 24 annos meya


x. n. de Braga solteira |º de
Rap RPE NR

Branca de Oliveira x. n. Irman de Moten Ant. de Barros Leitão fe nº! de Hipolito de Barros Leitão e
s reconceliados de Marianna p'º ambos nºs de São Tiago do Couto de Cambezes
104
165
a
a
LUIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
6 — Anna Luiz meya x. n. de 24 annos de
Braga cazada com Simão
de Miranda x, v. lá-—Caiherina Gomes de 50 anos x. n. de Braga cazada com Jorge
Correa x. n, surgião
Na lista do auto de Fee que se celebrou em 15-—Maria Lopes de 30 annos que tem pe de x, n. de Braga cazada
Coim- com Braz Gomes.
bra em 16 de Agosto de 1626

1 — Miguel Negra de 28 annos meyo 4.º de x. n. nº! Na Lista do auto de Fee celebrado na praça de
de Coimbra Coimbra em 22 de Agosto de 1627.
otives em Braga
2— Felipe Lopes pt de x. n, de 76 annos de
idade cazado com Luiza 1 — Jorge Fernandes Cortea de 71 amnos
de Affonsequa meya x, n. de Sraga e morad x. n. Surgião nº! de Bar-
or em Moinhos celos morador em Braga cazado com
Bispado do Porto Catherina Gomes que foi
3 — Salvador Saraiva de 45 annos x. n. medic reconceliada
o morador em Braga 2— Franc.º Fernandes Leão de 51 annos
por judaismo advogado que tem 4.º de
4 — Manoel de Lima Pinheiro de 41 annos x. x. n, nº e morador em Braga
n. de Braga que vive 3 — Maria Moteira de 28 annos meyo 4.º
por sua fazenda de x. n. cazada com Pro
5 — Leonor Moreira de 27 annos tmeyo 4.º de Fernandes X. V. de Barcellos
x. n, da Villa de Bar- 4 — Branca Jacome de 68 anos meyo 4.º
cellos fº de Branca Jacome que tem hu 4.º de de x. n. cazada com Bal-
x. n. e de Baltha-
zar Moreira x. v. thezar Moreira x. v. de Barcellos.
6 — Anna Motens de 20 annos meya x. 5 — Gracia de Faria de 45 annos meya x. n. solteira da Villa de
n, de Braga 1º de Simão Barcelos f” de Jacome Rodrigues meyo ::. n. reconceliado neste
Motens flamengo de Nação e de Branca de
Oliveira x. n. € auto
irmam de Maria Motens renconciliadas neste
auto 6 — Izabel Dias de 77 annos
7 — Angela Barbosa de 51 annos que meya x. n, Ve de Jacome Rolz meyo
tem parte de x. n. de Braga
solteira f.* de Anna de Carvalhaes que tinha x. n. de Barcellos
parte de x. n, € 7 — Maria Dias de 46 annos que tem 4.º de x. n. nel de Barcellos
TOA

de Amador Felipe x. v.
8 — Branca de Oliveira de 56 annos x. n. de fº de Diogo Fernandes mercador x. v. e de Branca Roiz meya x. n.
RPE

Braga cazada com Fili-


mão Motens Escrivão 8 — Jeronima de Faria de 27 annos meya x. n. nºde Barcellos solt
do registto
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Eclesiastico de Braga e may


de Ana Motens e Maria Motens asima menci f* de Jacome Reiz meyo x n. de Izabel Dias asima
onadas. 9 — Catherina de
9 — Antónia de Faria de 30 annos méya x. Sena de 36 annos meya x. n. solteira de Barcellos
n. de Barcellos solteita
Sac SU

fº de Jacome Roiz e de Izabel Dias meya x, n. fº de Jacome Roiz meyo x. n. e de Izabel Dias asima
e irman de Francs
de Faria e Genebra de Faria reconciliadas
Deor

no auto.
10-—-Genebra de Faria de 52 annos, irmã E na lista do auto de Fé de Coimbra de 1629
da sobredita Anna de Faria
AR

moradora em Braga Vs de Jacome Rodrigues


x. n.
a

il-Fr anc.* de Faria de 1 — Antonio Saraiva x. n. rendeiro natural de Barcellos solteiro


27 annos meya x, n. solteira irman
- Sobreditas Farias das 2 — Gracia Moreira de 25 annos 9º de x. n. de Barcellos m*!
rem a

de
12-Brites Henriques de 23 annos x. n. João Estes,
de Braga mer de Paulo P:
meyo x. n. rendéiro 3--Ana Rodrigues de 48 annos pt de x. n. de Barcelos solteira
E

13-—Maria Motens de 24 annos meya


x. n. de Braga solteira fº de

|
Branca de Oliveira x. n. Irmati de Moten Ant.º de Barros Leitão fe nº! de Hipolito de Barros Leitão e
s reconceliados de Marianna p'º ambos nºs de São Tiago do Couto de Cambezes

|
tos
185
a

|
FR
A
ni

LUIZ DE BIVAR GUERRA


UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

neto peila parte materna de João P'º e de sua me” Maria de Araujo no lugar de Azevedo frg.º de Priscos de quem he fº João Pri da frg.?
do mesmo Couto de Cambezes (!), de Tadim todos infamados de x. n, por serem parentes de Ant.º Pra
do lugar da Serra, e de Mº Pra do Lugar do Souto frg.º de
Guiomar Nunes x. n. fº de Lopo Nunes o Velho e neta de Free São Ju-
lião de Passos todos legitimos descendentes da sobredita
Neito & de sua mº! Velida Guiomar
Ruyva todos x, n., cazou em São Julião Nunes, o qual Me! Pr" ainda hoje existe na Caza de Guiomar Nunes
de Passos com Belchior Pra do Lago o Bugalho x. v. e forão mora- que morreu nos carceres como se diz asima.
dores no lugar do Souto da dita freg', e a dita Guiomar Nunes hia
judiar a capelia de Nossa Sra sita no mente da fre" de São
Bartho- [segue-se numa fólha o seguinte ::]
lomeu de Tadim e levava hã crucifício Csic) de baixo da
roupa e o
atrastava pella dita capella, e a prendeo Braz Dias Campello
nº! de Antão Pta descendente da Caza de Bretiados (sic) foi em Va-
Braga Familiar de Stº Offício na lg? de São Julião de Passos no lença Promotor foi casado com Maria de Lima sobr? das Oliveiras
anno de 1600. Por morrer no carcere foi queimada em estatua como da Rua Nova irmam de João de Lima de Braga e sobrinha do Car-
consta da lista que sahio no autto de fee de Coimbra a 15 de 7» de rilho à forão prezos a Coimbra e tiverão duas fes fras em Valença.
1602. Consta do livro dos defuntos de São Julião de Passos falecer
a 15 de Janeiro de 1615 Belchior Pra do Lago, do qual matrimonio Frane.º Pra Aranha foi Promotor em Valença cazou com Mº
teve os fo seguintes: Pra f* de Payo Roiz de Valença e de sua me Ma pra pag.... n.º 2
do Queiroz irmam de Manoel de Queiroz more ã fol em Valadares
1 — Balthazar Pra cazado em Negreiro com M? da Rocha na Qt do Hospital era ella Fº de Ant.º de Queiroz
2 — e de sua met M.*
Belchior Pra que morreo no Brazil Pre de Monção dos de João Pereira casseres do Real e tiverão
3 — Manoel Nunes Pr* que foi p? a India é deixou húa fº em Lisboa tilhos.
4— Prancisca Pra cazou em Adais com Amador Giz e sucedeo nas
Cazas e bens de seus paes no lugar do Souto da dita freg? de Na nota de Free de Castro morador da Rua dos Chaos que de
São Julião de Passos, e consta ter os fos seguintes Baptizados presente tem este officio Luis de Abreu da Rua do Campo, se diz
na dita trep.? nelle em 5 de Junho de 1603 no Campo das Ortas e Cazas da morada
1º—João P.tfs, p.
- 2.º— Francisca P.'º Baptizada em 15 de Março de 1610
do Ldo Mel Lopes Fr! hi presente Branca Dias solteira moradora de
traz da Sé com Isabei de Oliveira e por ella foi dito que sua tia
3.º-—Guiomar Pres. g.
SUS

Clara Dias que aja gloria moradora que foi na Praça do Pão lhe
|
4º Barbora Pra cazada com Po Giz, foi seu fº Antº Pra cazado deixou em testamento entre outras cousas quarenta alqueires de pão
com Fe Jorge q tiverão Cristina jorge mer de Bento Lopes, emg'º ella fosse viva e Cazas em que vivesse, que lhe avia de dar
DD

estes forão Paes de M? Lopes mºr de Felipe Frº possuidor


jl

fÉ] Jacome Rodrigues seu erdeiro e testamenteiro: e por estar em mt


DDD SAD ND

do morgado que instituyo o Pe João Felipe de Azevedo obrigação a Gabriel de Sepulveda morador a porta nova lhe fazia
5.º— Balthezar P.'a Baptizado em 12 de Agosto de 1615, doação do dito carro de pão e cazas asim como lhe fora deixado a
ella doadora.
Foram mais neitos de Guiomar Nunes Joseph Pra morador na
E logo mais abaixo na dita nota se diz nella a obrigação
o DRDS
dE

frg.º de São Julião de Passos e mais seu irmão João Pra foi
ferreiro seguinte em 5 de Junho de 1603 se diz nas cazas do Lê Mel Lopes
Fr. presente Gabriel de Sepulveda se obrigou a dar a Branca Dias
(1) Todo o texto em itálico fol posteriormente cortado por três traços
em a metade do que lhe doara porq? Jacome Roiz morador na Rua
diagona! de tinta diferente. Nova de Souza, etdeiro e testamenteiro p' se lhe tirar a dita deixa
es

106
107
eo
O rss
re
LUIZ DE BIVAR GUERRA

avia de aver demandas e estas tem gastos


, E os quais elle aviai de
fazer a sua custa e por isso so lhe daria
a metade da deixa que lhe
a escret ura asima feita da dita doação.
segundo Tribunal do Reyno do Stº Officio
he o de E vota
pertfao no €) de 1563 pello Cardeal Infant
e D, Henrique sendo
nquizidor Geral, asim o diz a Corog. Port.
tomo 2.º folhas 429. A Heráldica dos Maniques
No livro dos foros do Cabido de Braga do E de 1590 se
nelle folhas 81 na diz
frg.a de Santiago da Cividade, Logo junto
caras e e, No pellas Do nosso muito prezado consócio é ilustre diplomata, Ex.”º Snr. Dr, Carios Ary
se apartarão do lugar de Castello meyão empra
ER as a RE Clara - dos Santos, recebemos a seguinte carta, que gostosamente publicamos :
Dias Vº q que ficou de e G Gaspar Gomes Livrei
ro
Í O número 2 de «Armas e Troféus» (Janeiro-Abril de 1960) faz
pi E se as mais no Livro do & de 1634 das referência, na sua secção de Bibliografia, à última publicação do Boletim
pençoens do vinho
olhas 24 Vº pello lugar e cazas que se aparta Oficial do Conselho de Nobreza (2.º aditamento ao volume 11) é critica
rão do Castello meyão
na Rua de São Sebastião Cn.* Roi a forma por que este organismo registou o brasão de armas do Visconde
Vad e ú
almude de Vinho. de Manique do Intendente. Não só porque o assunto me toca pela porta,
E
como porque aquele meu primo não pode já, infelizmente, esclarecer, como
O Dr. Freo de Caldas Prº que faleceo em Braga decerto estimaria, algumas informações menos exactas que escaparam à
no anno de 1597
diz no seu livro concelhos que anda impreç atenção do crítico, gostaria de ficar a dever ao órgão do Instituto Portu-
o no Cons. 13 consta
Clara Dias ser me de Gaspar Gomes morad guês de Heráldica — a que me prezo de pertencer — a atenção da publi-
ora em Braga estar
presa na Sta Inquisição e sua may-juntam cação destas linhas.
ente o qual foi queimada e
Clara Dias penetenciada e tirada do Surpreende-se o autor da Bibliografia de «ver concedidas as armas
cadafalço publicamente e con-
denada a carcere perpectuo e dipois de dos Manriques espanhois aos Maniques portugueses», o que qualifica de
ser instruida na nossa St Fee
= lhe ensinarem a doutrina cristan lhe derão «abuso autorizado em certa conhecida loiça armoriada», mas que não
licença pº ir pa sua caza
com condição que não sahise fora de Braga esperava «ver consagrado por aquele organismo».
e ihe tirarão simpres-
mente o sambenito e dispois viveo alguns Hê muito que rectificar nestas breves palavras:
annos com seu marido
Gaspar Gomes, o qual falecendo primeiro 1º— O Conselho de Nobreza não concedeu aos Maniques portugue-
a deixou per erdeira de
todos seus bens por não ter fos e a nemeo ses as armas dos Manriques espanhois. Estas são-—5 pontos de ouro,
u nos prazos que tinha da
meza capitular da Sé somente tinha cada um carregado de um leão de vermelho, eguipolentes a 4 pontos de
hua irmã chamada Domingas
RO

Gomes a qual demandou a dita Clara Dias vermelho, cada um carregado de um castelo de ouro; é as que constam
que não podia ser erdeira
Por ser penitenciada e sambenitada pello Stº das armas do Visconde de Manique são—5 pontos de ouro, cada um
Officio e por isso infame
neste mesmo tempo o Conego Gaspar Alz carregado de um castelo de púrpura, equipolentes a É pontos de vermelho,
RAR ad aaRR

pedio os prazos ao cabido


dos quais lhe fizerão merce por o dito Der Free cada um carregado de um leão de ouro.
de Caldas deu pare-
cer contra o Conego a favor da dita 2º — À ecireunstância de no século XVIII, perante a ausência de
Domingas Gomes,
figuração heráldica da família portuguesa Manique, se terem inspirado
as suas armas nas dos Manriques, com alteração porém do número de
(Continua)
Da

Pecas e respectivas cores e esmaltes, situa-se dentro das tradições da herál-


RR

dica nacional, com exemplos de que os nossos armoriais nos dão amplo e
inegável testemunho.
RPPS RE = er

108
109
REC o
x UM CADERNO DE CRISTÃUS-NOVOS

catalogação, inventariação e divulgação dos preciosos cartórios que constituem


os fundos estáticos.
DE BARCELOS

Concluido que foi todo o reconhecimento e inventariação das espécies


arquivadas, verifiquei que não existiam os célebres roles das fintas.
Que destino levaram ? Na voragem do papel vendido? Transferidos para
outro departamento ? Nem uma pista, nem uma referência, nada nos fala deles.
Lista dos judeus q se baptizaram Muitos cartórios sairam daquele arquivo mas deles ficou recibo e sabe-se
o destino que seguiram.

em Barcelos
e das gerações Mas cabe dizer-se: Este caderno cuja remessa nos é revelada pelo docu-
mento da pág. 64, também, pelo que se vê, não foi para o Erário pois figura num
processo de habilitação para o Santo Ofício.
q delles procedem Onde estarão pois os restantes roles? Talvez tenham seguido para outro
arquivo em 1886, quando se deu a grande remodelação do Arquivo do Tribunal
de Contas. O certo, é que da Inquisição uma única espécie se acha nesse Arquivo,
Por é o Inventário dos Processos do Santo Ofício de Coimbra, que fiz entrar na Casa
Forte e de que tirei cópia em duplicado.
Luiz de Bivar Guerra O duplicado dessa cópia quiz eu oferecer à Torre do Tombo e com muito
espanto não foi aceite o oferecimento, pela razão simples (foi-me dito) de que
iria obrigar aquele arquivo a uma revisão dos seus catálogos dos processos da
(Continuação) Inquisição de Coimbra, serviço para o qual não havia pessoal.
De tudo isto se pode concluir afinal: Os roles das fintas diluiram-se e
apenas existem que eu saiba, este de Barcelos e outro de Lisboa que penso vir
a publicar,
NOTAS AO CADERNO Nota n.º 2, pág. 73

Nota n.º |, pág. 64 O N.º 5— Luís Barbosa de Faria Lopes de Barros casado com D. Rosa
Narciza de Sá Sotomayor leva a sua descendência nas notas ao título 1.0 6 1.º
Este documento diz-nos o destino que devem ter levado os Roles das Fintas do caderno, nota n.º 7,
e todos os documentos similares. Sendo o Tribunal de Contas o organismo que Era f.o de Maria Gomés, segundo diz Sousa Machado em nota ao costado
veio a suceder ao Erário, é no seu Arquivo que se acham encorporadas todas ou n.º 216 do seu livro «Últimas Gerações de Entre Douro e Minho».
quase todas as espécies que aquele lhe transmitiu. Era pois natural que lá se
encontrassem os referidos Roles. Muito tempo alimentei a esperança de ali se Nota n.º 3, pág. 185
descobrirem um dia. Muitas vezes falei ao distinto arquivista Sr. Dr. João José
de Brito e Silva na possível existência de tais fundos, As suas dificuldades de Título de Genebra Fernandes — (veja-se também a nota 16)
adaptação aos serviços de natureza protocolar, nunca lhe permitiam verificar a
composição dos grandes cartórios que constituiam os fundos históricos. Ruy Gonçalves Vilasboas teve com Genebra Fernandes a:
Trabalhador metódico e incansável, o Dr. Brito e Silva conseguiu pôr em 1 — Brites de Vilasboas
funcionamento satisfatório o arquivo protocolar, de 1936 em diante. Do resto, 2 — Gaspar Roiz Vilasboas
quer dos fundos protocolares, quer dos estáticos, não pôde ocupar-se, já por falta I — do casamento desta Brites de Vilasboas com Giraldo Vaz de Araújo (vidé Araú-
de tempo, já pela falta de pessoal. Faleceu relativamente novo aquele homem a jos 8 250 do Nobiliário de Felgueiras Gayo e Alão de Morais Tomo III
quem devo o pouco que sei de arquivos e bibliotecas e o que em matéria de Vol. II pág. 297) descendem:
paliografia consegui assimilar das suas lições, através de fotocópias perfeitas que A—Todos os mencionados por Felgueiras Gayo no Tit.o Araújos $ 250 até
ilustravam os apontamentos que em Coimbra dava aos seus alunos. Não traba- aos filhos de André de Vilasboas, cav.o de Cristo e Morgado de Santa
lhou os fundos históricos do Arquivo do Tribunal de Contas, mas se não fosse a Luzia em Vila do Conde, morgadio que depois passou para o seu pa-
estruturação que deu à organisação dos catálogos e os ensinamentos que me rente João Machado do $ 288 do mesmo Tít.º;
transmitiu, nunca eu poderia como seu sucessor no cargo, dedicar-me tão cedo à

166 167
+
UM CADERNO DE CRISTÃOS NOVOS DE BARCELOS
LUIZ DE BIVAR GUERRA

Quinta da Granja em Barcelos (Sousas Menezes). Cont. em Barbosa


B-—Todos os mencionados por Felgueiras Gayo no & 450 que vão até e nar e E E de Gaios $ 97.º do Felg. Gaio até aos filhos
D. Cat.! de Mello casada com Francisco Carneiro de Castro, do Porto; Fab
e D. cada
Quitéria Rita de Sousae Menezes
Me e de seu marido
i José Justino
i
até
C —Todos os mencionados no título de Araújos $ 420 do mesmo autor
nos filhos de Maria de Vilasboas e Fernão Lourenço de Andrade cuja C—Por Paulo de Carvalho Nogueira e sua mulher Catarina Ramires chega-
descendência segue no mesmo autor no $ 84 do título Andrades Freires -se até aos filhos de João Barbosa (Vilas Boas $ 80 do Felg. Gaio) e
e por estes até Maria Josefa Vilas Boas mulher de Manuel Martins aos filhos de Paulo Joaquim Pereira Velho e Joana Tereza Vilasboas
Lavrador, com geração “ca seu irmão Antônio José de Vilasboas de (8 53.º do título Vilas Boas de Felg. Gaio) e por estes até aos filhos
Andrade. de João Tomaz Mestre Vilas Boas (no $ 57.º do título no Felg. Gaio)
$ 76
D —Todos os mencionados por Felgueiras Gayo no título Machados e até aos filhos de André de Barros, sr. da Casa do Rego em Espo-
e cuja
pelo casamento de Catarina de Vilasboas com Baltazar Machado sende filho de Felix Gaspar ( Vilas Boas $ 58.º de F. Gaio).
Babo, Sr. do
descendência vai até aos filhos de Pedro José Machado de D —Os mencionados em $ 109.º de Gouveas filhos de Luis António de Faria
e Morgado de Espargo e de
Morgado de Gaioso e Honra de Pereira Velho e de Antónia de Gouvea.
D. Ana Vitória de Sá Pereira. E ainda por Marta de Mi-
sua mulher
as
randa e seu marido Belchior de Faria de Sá de Fornelos (Felgueir Nota n.º 4, pág. 187
8 188 tit.º Farias) até ao Sr. da Quinta de Moure em Regalado s,
Gayo,
Remigio Machado de Faria e ainda por Isabel Machado de Miranda Esta lista de presos é escrita com letra do Século XVI e em papel que tem
Gaio) até
(8 138 dos Machados, título do Nobiliário de Felgueiras por marca de água uma mão enluvada, sob coroa, com o punho floreado e um P
da Casa do Árco e por Gabriel
Cristovão Correia de Lacerda, Senhor na palma, Deve atribuir-se a um fabricante do Século XVI (vidé Ataíde e Melo
Machado aos filhos de José da Costa e Silva (Ar.ºs 8 157 do
da Silva O papel como elemento de identificação).
Felg. Gaio). Como se verá, nas genealogias que figuram no texto do caderno estão
casamento de
E-—Todos os Araújos do & 288.º do Tit.º Felg. Gaio pelo incluidas muitas das pessoas que foram mencionadas nesta lista de presos.
Francisca de Vilas Boas com António Pires Rangel Piloto e por este
José Machado de Barros, morgado de Santa Luzia cuja posse de-
até Nota n.º 5, pág. 286
pois passa a João da Costa Rego (Araújos $ 269.º).
pelo casamento
F—Todos os designados por Felg. Gaio em Araújos 8 289.º Na Biblioteca Municipal do Porto existe sob o Número 227 um manuscrito
eu Jorge Ribeiro Piloto e que vai
de Maria de Vilas Boas com Bartolom que parece ser uma cópia deste caderno e que foi pertença de João de Sá Sotto-
Isabel Maurícia da Costa Rego filha herdeira de João da Costa
até D. mayor de uma outra que do original copiou Gaspar Borges.
Vetorinho
Rego (Vilas Boas & 5.º de Felg. Gaio) Sr. do Morgado de . Não me foi possível consultar directamente o manuscrito 227 mas tive opor-
António de
| das Donas, Ponte de Lima, e de Santa Luzia casada com tunidade de examinar a cópia autêntica existente na biblioteca particular do meu
E também até Antonio Agostinh o de Vilas
| Faria Barreto, c. geração. Ex.mº amigo José de Campos e Sousa, a qual foi extraída do original pelo
Boas Abreu (Felg. Gaio — Araújos 8 451.0). 3.º Bibliotecário Jaime Napoleão de Macedo Pereira de Vasconcelos em 31-12-1942

2 — Gaspar Rodrigues de Vilas Boas — pelo seu casamento com sua parenta e que está autenticada pelo Director daquela Biblioteca Sr. Dr. Joaquim Costa.
D. Brites Vilas Boas (Felg. Gaio $ 18 N.o 12) teve a sua descendência que é: Comparei o Caderno com a cópia do manuscrito 227 e verifiquei que Gas-
Boas $ 18.º
A-—Todos os mencionados pot Felgueiras Gaio no título Vilas par Borges ou talvez João de Sá Sottomayor modificou o conteúdo do primitivo
75

até Maria Barbosa casada com João Mascaren has Malafaia


N.o 12 manuscrito pela supressão de alguns títulos, ampliação de outros e acrescenta-
-
c. geração. mento de novos.
Nogueira s, em Felg. Gaio & 32.º do Título Farias até Balta-
B—.Os Farias Nele figuram até elementos que devem ter sido extraídos do célebre Tição
e
zar de Faria herdeiro do oficio de escrivão dos orfãos de Barcelos organizado por Carvalho e Ataíde,
de João Nogueira de Almeida (Farias 8 52.º de Felgueira s
aos filhos . Assim, a cópia a que dou publicidade tem a vantagem de ser a executada
ados em
Gaio) e aos filhos de António da Rocha Pereira (mencion directamente do original por Baltazar de Moura de Almeida e valoriza-a o facto
no título Farias 8 39). E ainda todos os menciona dos no
Felg. Gaio de ter sido remetida ao Santo Ofício pelo respectivo Comissário a quando da
Felgueira
tit.º Gaios 8 1.º— N.º 9 e 10 até Bento Pereira da Rocha entrega dos Rois das Fintas e ainda o vir acompanhado de uma lista original dos
em Vila do
Gaio, morgado dos Gaios com capela na Madre de Deus cristãos novos que foram presos em Barcelos aos 2 de Abril de 1558, com a indi-
Maria Cristina (Barbosa Canais
Conde do qual foi filha Herdeira cação dos motivos das suas prisões.
N.º 191). Igualmen te os do título Gaios 8 29.0 — N.º 11 do
árvore Curioso é notar que todo o caderno estava anotado à margem (notas que
Srs. da
Felg. Gaio até aos filhos de Manuel José de Beça e Menezes,
469
168
LUIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

os copistas respeitaram) com chamadas remetendo para os títulos de um nobiliá-


tana de Barbosa e Sá que casou com Matias de Araújo Ribeiro de Barbosa,
rio que possivelmente seria aquele que Felqueiras Gio com tanta frequência cita
Senhor da Quinta do Assento e deles foi filho Francisco Bernardo de Sá Soto-
quando em qualquer família aparece um cristão-novo,
mayor, Sr. do Morgado e Capela de N.º Senhora da Esperança e Quinta do
Para a actualização dos títulos genealógicos poderia ter escolhido indife-
Assento em Gondizalves e casa dos Dinizes no Campo da Vinha em Braga, cuja
rentemente qualquer nobiliário, mas pareceu-me mais interessante optar pelo de
descendência vem mencionada em Sousa Machado — «Últimas Gerações de
Felgueiras Gaio porque, sendo de Barcelos e irmão da Misericórdia, deve ter cer-
Entre Douro e Minho» — Costado 216 com sua representação, entre outras, nas
tamente conhecido-o-original-do-caderno-ou-esta-cópia-e sendo -assim-não deixaria
casas dos Sás Sotomaiores Pizarros de Braga e Baroneza de Fragozela ( pág. 278
de o consultar, ao organizar os seus títulos. Pelo menos verifica-se que Felguei-
e seguintes do 1.º volume do Livro de Ouro da Nobreza— Domingos Atonso e
ras, no seu Nobiliário, não esconde completamente os defeitos de cristã-noviçe
Travassos Valdez), Condes de Azevedo, Viscondes de Baçar, Condes do Ameal,
das famílias apontadas no Caderno.
Castro Corte-Real, Pereira do Couto Brandão, Sequeiras Sotomayor, etc.
Por outro lado, as genealogias deste, justapõem-se às que Felgueiras dá
no Nobiliário.
Nota n.º 8, pág. 289
Só nos casos em que as genealogias dadas por Felgueiras me parecem
confusas ou divergentes de outros genealógicos é que faço a citação de outros
Leonor Nunes, filha de Mestre Tomaz foi queimada viva no auto público
Nobiliários.
de Fé realizado em Coimbra na Praça em 30 de Agosto de 1570 (P.º N.º 998 da
É evidente que só as genealogias levantadas por documentos (1) podem
Inquisição de Coimbra). Era viúva de Duarte Pereira, também x. n.).
merecer inteira segurança, no entanto, os nobiliários, são um guia muito apre-
Um filho de Leonor Nunes, Simão Pereira teve de Leonor Dias, a judia de
ciável para chegar a bom termo nas buscas a que os genealogistas são forçados
Fão, um filho bastardo chamado Belchior Vaz Pereira, por alcunha o Ferragoulo
quando organizam as árvores de costados.
(Felgueiras Gaio diz Forragambo). Casou este Belchior com Madalena de Bar-
Por isso neles me apoio para a actualização do caderno.
ros (Felg. Gaio —títº Barros 8 63.º N,o 4) e deles descendem os Barros desse
O Nobiliário de Felgueiras Gaio, como todos os outros, não está isento de
mesmo título e parágrafo até aos filhos de António de Barros e Leonarda de Bu-
erros, sirvo-me dele, portanto, com a necessária reserva. Se nas descendências
lhões Fialho, um dos quais, Francisco Pereira de Barros, casou três vezes tendo
que indico, algum erro houver, será de responsabilidade do genealogista que a
tido geração do seu terceiro casamento e outra filha; D. Maria de Bulhões Fialho,
escreveu e que sempre tenho o cuidado de mencionar.
casou com o morgado de Carude e tem a sua descendência: E
É natural que poucos, pouquíssimos sejam os erros, contudo não deixarei
1.º — no tít.o Vabos 8 1.º N.º 9 de Felg. Gaio — morgados de Carude e por
de confessar sinceramente: temo que os nobiliaristas até aqui tão acarinhados e
estes segue em Machados, $ 76.0 — N.º 24 do mesmo nobiliário, os
autorizados quando se precisava de afirmar vaidades, comecem a ger tidos por
Srs, da Honra de Pereira até Pedro José Machado de Babo e seus
falíveis e enganosos. filhos e os Correias de Lacerda, Senhores da Casa do Arco;
Hu A cada um dos abrangidos pelas linhas de sucessão, cabe agora procurar,
AH 2.º — no tít.º de Barros de Felg. Gaio, 8 64.º pelo casamento de Maria de
pelos documentos autorizados se é ou não descendente daqueles que até aqui,
Mi Barros mulher do Dr. Gaspar Gonçalves Marinho, Senhor da Casa
Mila
pelos nobiliários, tinha por avós. do Rego, de Esposende, até Joaquim de Barros Pereira;
ama 3.º — no mesmo título de Barros, $ 102.º, Barros Pereiras, Senhores da
Nota n.º 6, pãg. 287
Quinta do Carregal, da freg. de Cambezes até Alexandre José de
A, Barros Pereira ;
O Licenciado Marcos Diniz não foi casado com a Francisca Saraiva, filha A Judia de Fão, Leonor Dias, teve um outro filho, bastardo, do abade de
Ho
do Licenciado Salvador Saraiva, como adiante se verificará no $ 3.º deste título. Cristelo, Gonçalo Vaz de Araújo, o qual se chamou Gonçalo Vaz e veio a ser o
dali Quem foi casado com essa senhora, foi o seu sobrinho e herdeiro Francisco Diniz
pai de Francisca Vaz, 2.º mulher de Gonçalo Vaz Vilas Boas (Araújos $ 250.º).
da Victoria, filho de seu irmão Tomaz Nunes.
Nota n.º 9, pág. 290
Nota n.º 7, pág. 288

Filipa Cardosa, neta de Mestre Tomaz da Victoria (1) (por sua filha Guio-
D. Rosa Narcisa de Sá Sotomayor e seu marido Luis Barbosa de Faria
mar Nunes casada com Jerónimo Saraiva) foi casada com Gaspar de Barros, de
Lopes de Barros já referido na nota n.º 2, tiveram só uma filha: D. Luisa Cae-
(!) Um seu neto, Calixto Pereira de Barros, por via de sua filha Madalena de Barros,
Assentos paroquiais, habilitações para Ordens, para o S.º Ofício, Leitura de Bacha-
(1) já citada noutra nota, ao fazer a sua inquirição para ser vigario de Esposende, foi mando
reis, de genere, justificação da nobreza, Genealogias dos processos crimes do S.º Ofício, «purgar» como descendente de Mestre Tomaz da Victoria que, com sua mulher Guiomar Nunes,
>

Chancelarias, Mercês, etç.


se baptizou de pé.

130 171
LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Esposende, e a sua descendência vai descrita por Felg. Gaio no título de Barros Enfim... Pedro Pereira do Lago conseguiu ser habilitado e lá lhe foram
a saber: passando as reverendas à fé dos padrinhos, representados pelo astuto, hábil,
863%0—N, 3-—até aos filhos de António de Barros e Leonarda de Bu- ardiloso e inteligente advogado André Diniz da Victória. E como não haveria de
lhões Fialho, cuja geração já foi citada na nota N o 8 pugnar pela causa este André da Victória? Era ele filho de Tomaz Nunes, neto
8 70.0 — até Gonçalo Pinto Ribeiro, filho de Serafina Carneiro de Lopo Nunes, de Barcelos e poítanto 3.º neto de Mestre Tomaz.
8 80.º —pelo casamento de Alvina de Barros com o senhor do Morgado do - É curioso notar que Nicolau da Rocha Freire, filho de João Freire da Rocha
Perdigão, Domiigos Teixeira cuja descendência vai até aos filhos e de sua mulher Ana Cardoso, por ser neto materno de João Saraiva, era 3.º neto
de Miguel Teixeira de Barros, Morgado de Perdigão, e aos filhos de Mestre Tomaz e como tal não foi habilitado para ordens como se vê pelo
de Jerónima Teixeira e de seu 2,º marido N... de Queiroz e segue processo existente na Biblioteca de Braga — Letra N — (1648/1728) Inquirições:
nos Costas 8 193.º N.º 9 O que nuns concorria como motivo de exclusão, era considerado noutros
8 82.º
— por Pedro de Barros Sr. dum Morgado do Couto de Tibães que como defeito purgado. Confirma-se mais uma vez a opinião de Pedro de Azevedo.
instituiu e cuja descendência corre até ao Francisco José de Maga-
lhães, filho bastardo de Belchior Luís de Magalhães Barros. Nota n.º Il, pág. 291
E por este Pedro de Barros ainda: os descendentes de Francisco
António de Magalhães de Barros (Barros $& 83.0) até Pedro de De Francisco Vaz, o Brasileiro, e de sua mulher Gracia Vilas Boas (no
Magalhães de Barros e sua irmã Maria casada com Vicente vio- 8 32.0 do Tiít.o Vilasboas de Felg. Gaio) descendem:
leiro (Barros $ 84,0) I— Os Ferros Ponces de Leão, de Barcelos ($ 33.º e 83.º do mesmo tit.o) até
8 85.0 —até Bernardo José de Sousa Pereira, de Peso da Régua, que tirou José António Ferros, Sr. da Casa dos Curvos, com a sua continuação em
carta de armas em 25 de Maio de 1736. Barbosa Canaes, árvote 171, até ao ferveroso miguelista Francisco Ferros
8 86.º — por Ana de Barros Ponce de Leão e nas «Últimas Gerações de Entre Douro e Minho» de
Sousa Machado, até seus filhos.
Nota n.º 10, pãg. 290 II— Os Ponces de Leão que vão (no tit.º Farias, $ 47.9, N.º 14 de Felgueiras
Gaio) até a outro Francisco Ferros Ponce de Leão).
O licenciado Pedro Saraiva, filho do Licenciado Salvador Saraiva casou HI — As duas seguintes linhas:
com Guiomar Nunes a quem outros chamam Gracia Nunes. Deles nasceu Fran- A — De Domingos Fernandes Truão (tit.o Vilasboas $ 34.º de Felg. Gaio)
cisca Saraiva, que foi casada com Baltazar Pereira, dos quais nasceu Pedro até aos filhos de D. Isabel Justiniana de Barbosa e seu marido João
Pereira do Lago. Apesar de ser descendente de Mestre Tomaz da Victoria e de Justiniano de Castro Faria
Jerónimo Saraiva, ascendência que o «infamava» de sangue hebreu, Pedro B — De Leonor Luiza de Vilasboas, casada com Manoel Dias ($ 88.º do
Pereira do Lago pediu que se lh2 mandassem passar reverendas (Biblioteca tit.o Vilasboas, de Felg. Gaio) e por seus netos, filhos de Maria Fran-
Pública de Braga
— Letra P 1629/1634) alegando que, por sentença de El-Rei, cisca de Vilasboas e seu marido Manoel Vaz (1):
'| Tomaz da Victoria, seu 3.º avô, se havia expurgado de tal fama.
a Advoga-lhe a causa um hábil causídico de então, o Licenciado André Diniz a) Por Victoria Vaz, casada com Antonio do Valle Peixoto, filho
NM da Victoria, também descendente de Mestre Tomaz. de André Ribeiro de Guimarães e de sua mulher Margarida
h Convidado a esclarecer o seu tronco materno, por via de seu avô Pedro do Valle Peixoto, filha esta de André Vaz, Sr. da Casa do
E Saraiva, o habilitando alegou que mestre Tomaz da Victória teve Guiomar Nunes, Carvalho de Arca e de sua mulher D, Violante do Valle
a qual foi casada com Hieronimo Saraiva que veio de Trancoso, ao pé de Mesão Peixoto. (Luiz Gavião — D. G. fls. 257 e 257 v. — Biblioteca
Frio e -- pasmai 6! gentes... — era homem nobre e cristão velho! do Porto).
Homem nobre e cristão velho o Jerónimo Saraiva, x. n. e tendeiro em 1 — Alexandre do Valle Peixoto que casou 1.º com Brites de
H Barcelos! de Sá, sem geração, e 2.º com Paula dos Guimarães,
" Homem nobre! E não hesitava, naqueles tempos, em casar com Guiomar filha de Antonio de Moraes, médico e de Brites dos Gui-
: Nunes, conhecida cristã-nova, com processo no Santo Ofício, filha de Mestre marães, cuja descendência vai nos Marquezes de Terena
Tomaz da Victória, também processado, casado com uma judia que se baptizou (Livro de Ouro da Nobreza — Tomo III, pág. 410).
t de pé! Guiomar, cuja irmã, Leonor Nunes (que também se baptizou de pé, cha- 1 — Manoel do Valle Peixoto, casado com Antonia Pinto da
mando-se, até então, Mazeltór) acabou por vir a ser queimada viva, por culpas
de judaismo... Nada disto impressionou o nobre Jerónimo Saraiva... Só faltou (') Natural de Guimarães, filho de Simão Pires e Margarida Vaz. Casou-se com M.*
apresentá-lo como grande de Espanha... Francisca de Vilasboas, em S. Tiago, de Braga, a 18-6-1600.

172 173
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIZ DE BIVAR GUERRA

chado Carmona, filha de D. Maria Joana Machado e de seu


Fonseca e Sousa, filha de Pantalião Pinto e Estácia
Nunes, pais de marido o Morgado do Rato, Manoel Pereira de Brito; e
2 — Antonio ainda até Antonio Machado Carmona Rios Salter de Men-
2 — Maria donça (Machados $& 176) e destes descendem os actuais
Carmonas, de Barcelos. E pelo casamento de D. Catarina
2 — Manuel do Valle Peixoto que se casou com Teodora
Machado com Luiz António de Sá Brandão, Sr. do Morgado
“Tereza Ribeiro Pinto de Sousa, filha de Manuel Pinto de Vilela (Felg. Gaio, 8 59.0 do tít.o Farias e 8 61.º do tít.o
de Sousa, Juiz de fóra em Braga e de sua mulher
Machados) até D. Ana Candida de Sá Brandão, casada com
D. Jacinta de Sousa de Oliveira Rocha, que foram
os pais de: D. Rodrigo de Sousa 1.º Conde de Rio Pardo s. g. (Sousas
8 147.º de F. Gaio).
3 — Manuel Henrique do Valle Peixoto de Vilas Boas,
f) Por Angela de Vilas Boas casada com o Dr, Alexandre da
casado com D. Mariana Luiza Pinto Ribeiro
Afonseca Brandão ou Coutinho, filho de Geraldo de Paiva
Freire, f.º de Antonio Pinto Ribeiro Freire e de
Brandão e de Antonia da Fonseca Coutinho ou Godis (tam-
Clara Freire. Tiveram 8 filhos, dos quais o se-
bém se encontra este Dr. Alexandre como filho de Fran-
gundo, Alexandre, se ordenou, e 6 filhas morre-
cisco Martins e de Antonia Corrêa) cuja descendência vai
ram solteiras, só havendo descendência de:
até António de Paiva Brandão (F. Gaio, tít.o Paivas 8 2.º
4— Manuel Pinto Peixoto de Vilas Boas, Fidalgo
N.º 15), Jeronimo da Fonseca Coutinho e Leonor Godins
Cavaleiro da C. Real (18-5-1840) que se casou
casada com Gaspar de Abreu Rabelo, em S. Miguel do
com D. Ana Pinto de Sousa Freire, filha de Ma-
Prado, com geração no tít. (Correias 8 78.0, N.º 8) Srs. da
nuel José Pinto de Sousa Freire e sua mulher
Casa das Regadas que vai até José Correia da Cunha e
D. Custodia de Morais de quem descendem:
Vasconcelos.
os Peixotos de Sousa Vilas-Boas, da Casa do
g) Filipa Vaz (Famílias Bracarenses, Torre do Tombo 21-E-20
Porto de Santa Margarida, Castros Neves da
— pág. 530).
Casa do Carregal, Sousas Guedes do Porto,
IV — Os Vilas Boas do $ 90.º do F. Gaio, até D. Rosa Joaquina Ferro Ponces do
ramo primogénito dos Alvares Ribeiro do Porto,
Leão c. c. João de Gouveia Mendanha Faria Gaio e D, Maria Josefa Ferro
um ramo de Pestanas e outro de Gramaxos, tam-
Ponces de Leão c. c. António José de Barros Cação.
bém do Porto, Malheiros, da Casa da Costilha,
V — Vilasboas — $ 91.º — Os Ferros deste 8 e os dos 92.º e 93.º,
Farias Soares de Almeida da Casa de Barrimau
VI — Pelo casamento de Ursula Vilas Boas c. c. Francisco Gouvêa Ferraz (Gou-
em Lousada, os Geraldes da Casa de Regoufe,
vêas $ 8.º) morgado do Covelo, cuja descendência vai no mesmo $ 8.º até
um ramo de Lobos d'Avila, Matos Noronhas da
aos filhos de Ant.º de Sousa de Novaes Ferros de Almeida, e no $ 9.º dos
Casa de Cima de Vila em Moreira (Lousada), os
Gouvêas — Morgados de Corvelo até aos filhos de Diogo Freire de An-
Barões de S. Martinho de Dume, os Condes de
drade Ferraz.
Paçô Vieira, Viscondes de Guilhomil e os Peixo-
VII— Os do & 44.º dos Gouvêas por Ant.º de Gouvêa até aos filhos de Isabel
tos Mendes Norton.
Gouvêa e Ant.º José de Queiroz.
b) Manuel Vaz, Abade de S, Tiago de Vilarinho, Comarca de
Chaves VII— Os do & 10.º dos Gouvêas por D. Josefa de Gouvêa Ferraz até D. Josefa
Antónia Ferraz de Gouvêa c. c. António da Costa de Almeida da freg. dos
ce) Giraldo Vaz, bat, em S. João do Souto a 12-12-1810
Arcos; Senhor da Casa do Relógio em Fão de cujo matrimónio nasceram,
a) Luciano Vilasboas — Abade de S. Pedro de Polvoreira, bat.
na mesma freguesia entre outros:
A — D. Antónia Rosa c. c. Fernando da Cunha Sotomayor, de Braga, c. g.
e) por Jeronima de Vilas Boas, casada com João Homem do
B — D. Ana Camila c. c. José Correia da Cunha e Vasconcelos, c. g.
Amaral, filho de Diogo da Costa Homem e sua mulher Gra-
cia de Vilasboas (Vilasboas $ 15.0, N.o 15 de F. Gaio), cuja (Correias 8 78.º N.º 11)
geração continua em Farias $ 35.0 N.º 12 de F. Gaio, pelo C — José Tomaz da Costa Ferraz de Almeida, pai, entre outros, de D. Ana
Emília da Costa Ferraz, Sr.º da Casa da Lavandeira, em Barcelinhos
casamento de D. Margarida de Carvalho com Diogo da
Costa, Sr. do Morgado e Casa dos Machados, em Barcelos. e do Relógio, em Fão, c. c. Domingos Miguel Velho da Cunha Soto-
Vai esta sua descendência até Diogo Machado Carmona, e mayor 1.º Barão de Retorta com numerosa descendência (tit.º Azeve-
dos): de Custodio da Costa Almeida de Ferraz de Gouveia (avô dos
deste (Machados, 8 21.0, N.º 24) até sua neta D. Ana Ma-

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175
UIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Menezes Ferrazes, de Barcelinhos) e de José António da Costa e Pedro da Cunha Sotomayor ($ 16 — Farias) e cuja geração vai até
Almeida Ferraz de Gouvea (bisavô materno do falecido jornalista Manuel António da Cunha, fidalgo da Casa Real, de quem des-
Armando de Boaventura e do pintor Octávio Sérgio). cendem Pedro da Cunha Sotomayor (1) cavaleiro da Casa Real,
IX— Os do 8 41.º por D. Custódia de Gouveia Ferraz até António Ferraz de senhor da Casa de seus maiores (Canaes — árvore 179 — Morgado
Gouvêa Lobo, Sr. da Casa de Mareces em Barcelinhos, filho de José An- de D. Tereza — Agrela e Casa da Barreta) c. g. nos Cunhas Soto-
tónio Ferraz de Gouvêa (1). mayores e Correias de Oliveira, Senhores actuais da Casa de
Belinho em Espozende,
Nota n.o 12, pág. 296
E por D. Helena da Cunha ($ 17.º dos Farias) até:
Ilena Dias c. c. Simão Pinheiro (Felg. Gaio — Pinheiros $ 44.0 — Casa de Pindela) 1.º — Francisco da Silva Sotomayor ($ 208.0 — Farias) de quem
tiveram vários filhos de quem Felg. não sabe dar mais notícias. era filho Lourenço da Cunha Soutomayor c. g.
Maria do Canto filha de André do Canto de Cerzedelo, com geração no Felg. 2,º — Pedro da Cunha Soutomayor c. c. D. Maria Augusta Calhei-
Gaio $ 102. dos Pereiras pelo seu casamento com Diniz Pereira de Sá a ros de Menezes (Calheiros $ 1.º N.º 21).
qual geração vai até Filipa Pereira casada em S, Tomé com Salvador E por Paulo da Cunha, clérigo ($ 190.º — Farias) até João da
Nunes Barreto c. g. Cunha, filho de Pedro de Sousa da Cunha,
Isabel Dias foi amiga de Manuel de Faria Mariz (813º
— N.º 8 — Farias) Senhor E por João da Cunha c. c. D. Francisca Pereira Caldas, senhora
da Casa da Barreta, em Barcelos e do Vínculo de Tereza Anes chamado da Casa da Quinta de Sende e de Alvaredo, com geração que vai
da Agrela, e deles descendem por bastardia: em (Costas — $ 131.0 — N.º 13).
1.º — Antonio de Faria, Senhor da Casa e vínculo de seu pai, c. c. Leo-
nor Velho Barreto cuja descendência val até aos filhos de D. Jero- Nota n.º 13, pág. 297
nima de Faria e por Manuel de Carvalho Senhor dos Morgados de
seu pai e avós ($ 14.0 — Farias) até Benta Josefa de Sousa. Gaspar Roiz c. c. Brites Felgueira tiveram: .
2.0º— Gracia de Faria (2) que c, c. Paulo da Cunha, filho bastardo de ? Maria Felgueira, a Malafaia que c. c. Gregório Corrêa Leite (Felg. Gaio —
Farias $ 86.0 N.º 2) onde vai sua geração, que abrange: no
(!) Descendente de Angela de Vilasboas filha de Maria de Vilasboas e de Munuel Vaz.
(2) No processo de habilitação para o Santo Oficio, Letra G., Maço 114, N.º 1849 rela- Pelo casamento de D. Margarida Isabel Leite Corrêa com Hipólito de
tivo ao Padre João da Cunha Sotomayor Sarmento e Mendonça (1759 a 1760) diz-se que o Meireles Afonso Fayão, Sr. da Casa de Cete, que provou ser descendente
Comissário do Santo Oficio, José Maria da Rosa, de Braga, em informações de 4 de Setembro
da casa de Bragança como descendente do Duque D. Teodósio:
e 20 de Outubro, ambas do ano de 1759, informou que em virtude de um caderninho que havia
em Barcelos, houve murmuração de impureza de sangue do Padre João da Cunha Sotomayor 1.0 — José Leite de Bragança Faria, Sr. da Casa da Penha Longa que
Sarmento e Mendonça, por dali constar que uma ascendente dele, Grácia de Faria, era filha pelo casamento com D. Maria Bacelar de Andrade, filha herdeira
natural de Manuel de Faria e Isabel Dias, solteira, infamada de cristã-nova. Ele comissário, de Inácio Peixoto de Sampayo veio a ser Sr. da Casa de Fundo
porém, entendia que a fama era falsa pois que Grácia de Faria era filha legitima de Manuel Vila e Espinhosa e de quem era filho Manuel Leite de Bragança
de Faria e de Felicita Gouveia sua mulher, na qual não havia impureza como se mostra no
princípio da escritura de dote de Grácia de Faria celebrada em 10 de Março de 1564 que se
nascido em 1823.
acha na nota geral da cidade de Braga, Tabelião Antonio de Barros cujo principio diz: «Nas
2,0 — José Maria de Bragança c. g. (8 209.º Farias).
casas de Pedro da Cunha Sotomayor Fidalgo da Casa de El-Rey no Campo das Ortas em a 3.0 — Pelo casamento de D. Isabel de Faria com Manuel de Mariz
dita cidade apareceu o Senhor Manuel Faria, Fidalgo da Casa d'El Rei e sua mulher a senhora (Farias 8 45.0 N.º 12) e por seu filho José Luís Caetano de Faria,
Felicita de Gouveia, moradores em Barcelos e dotaram sua filha a Senhora Grácia de Faria
para casar com o Sr. Paulo da Cunha Sotomayor filho do Sr. Pedro da Cunha Sotomayor e da Isabel Dias (marcada do
dadeira tradição hé que a me de quem teve os filhos se chamava
Sr." D. Maria da Sylva». sinal x. n.), filha de Alvaro Dias Liv." 5 fls. 8 v.' os quais forão:
Nesta escritura de dote, que não vi, não se diz que Grácia de Faria era filha de Manoel 4 — Antonio de Faria E
de Faria e de sua mulher Felicita de Gouveia. Mesmo sendo só filha de Manuel de Faria nem — Grácia de Faria mulher de Paulo Cunha r.o sua
por isso deixava de ser necessária a presença da mulher deste (ou procuração) para sancio- 4 — Antonio do A filho natural deste sucedeo no d.o mogado e foi Juiz de Fóra dos Orfãos
nar o dote. De resto, sendo Grácia de Faria filha de Isabel Dias, mulher solteira, e havida do Porto, Teve amisade cô Antonia Barretto ou Leonor Velho Barreto de Viana, filha
antes do matrimónio, a sua legitimação por parte de seu pai não era ilegal. Nem me parece de.... a qual recebeu depois de ter della os filhos que forão:
coisa extraordinária que Felicita de Gouveia sancionasse com a sua presença a escritura de dote 5 — Manoel de Faria Barretto
da filha do marido havida antes do matrimónio. Esta minha opinião é reforçada com o que diz 5--D. Antónia de Faria Barreto 2.' mtr de Diogo Lopes de Carvalho em
Cristovão Alão na sua Pedatura (pág. 380 do Vol. ll do Tomo IV da nova impressão): cujo fº Antonio de Faria anda hoje o morgado fls. 41 V.º N.º 5.
5 — Manoel de Faria Barreto, filho deste: entrou no d' morgado psentado por El Rei por Rea
«Manuel de Faria, filho 2.0 do P.o de Faria N.º 2 sucedeu ao morgado de seu hirmão mor
Fernão de Faria N.º 5. Foi Juiz dos Orfãos de Barcellos. Seus descendentes dizem que casou pai o dar por vago a S. Mag* em sua vida parece q não casou ne teve g. dizem figa
de Faria.»
com Felicitas de Gouveia filha de Diogo Roiz Portella e de Cn.* Dias de Gouvea, mas a ver- reo queimado pelo Santo Oficio seu morgado passou a sua hirmã D. Antonia
(!') A mãe era D. Visencia Malheiro, da Casa de Cartemil.

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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
UIZ DE BIVAR CUERRA

Pela outra filha, Jeronima de Moraes, casada com Francisco de Aguiar,


og Farias do $ 80.0 até José Luís de Faria, Sr. da Casa de Passos,
descendem de Leonor Moraes, os Aguiares mencionados por Felg. Gaio no Tit.o
em Poiares e por este (Mirandas 8 62.0 N.º 8) o filho de António
Campelo de nome João. Aguiares 8 10.º e Leitões 8 109.0,

Nota n.º |7, pág. 308


Nota n.º |4, pág. 298

A descendência de Clara Afonso por Genebra Fernandes se diz na nota 3, Chamava-se Leonor Correa a filha de Isabel Correa e de Gaspar Mendes
A descendência de Clara Afonso por Isabel Fernandes c. c. Pedro de Faria, Souto que foi casada com joão Osório da Cunha (1) e a sua descendência vem
de Pedregal é a que vem em Felg. Gaio nos seguintes títulos: em Felg. Gaio — Título Cunhas & 66 — e segue no de Carneiros no & 153.0 até
Farias $ 203. Caetano da Cunha Carneiro que de seu pai José da Cunha Osório herdou a pro-
Barros 8 70.0 N.º 4. priedade do ofício do G.a! da Vila de Barcelos.
Costas $ 169.0 N.º 5, 8 193 e por estes Farias $ 18 e :09 Barros 8 80 (mor- E deles descendem também por seu neto João Osório da Cunha casado
gados de Perdião — Teixeira de Barros), com D. Helena da Cunha:
Aguiares 884 9 N.º2 — 810, 11, 13, 14 e por estes os Mirandas $ 38, N.º 10 1.º — Os Senhores da Casa de Regadas que Felg. Gaio menciona no
título Correas (88 64.º N.º 14 e 78.º — N,º 9) que vai até aos
(Senhores da Quinta do Cristelo)
filhos de José Correa da Cunha e Vasconcelos.
e 8 43 donde vêm:
t.o— Farias $ 43 — N.o 12 e 15 ( Morgados da Abelheira e Vasconcelos
Nota n.º 18, pág. 309
Bandeira)
8 196.º (e destes os Fonsecas do 8 27 N.º 7),
88 92, 93, 182, 214, 213, 215 e 212. Amador Fernandes Furtado era filho de Jorge Frz Furtado e de Catarina
2.0 — Carneiros & 20 N.º 20, 88 159.0 e 160.º e por estes os Gaios 8 3 Alvares (Felg. Gaio — Tít.o Araújos 8 420.º e Ruas 8 10.0)
Da irmã de Amador Fernandes Furtado, chamada Violante Furtada e que
— N.º 12 e Carneiros 8 178,
foi casada com Paulo de Faria Mariz que diz Felg. Gaio (Tito Araújos 8 420), que
Nota N.º 15, pág. 298 era filha de Jorge Frz. Furtado e Catarina Alvares.
Deles descendem:
Ana de Matos era filha de André de Matos Pereira e Gracia de Faria, filha Os mencionados em Felg. Gaio tit.o Ruas $ 10. Os Leitões Pitas e Salga-
esta de Pedro Alvares de Faria, senhor do morgado de D. Teresa de Agrela e dos de Araújo
de sua mulher Filipa de Mariz (Farias $ 13.0 N.os 7 e 29). 8 11.º até Manuel da Costa de Faria
Felgueiras dá-lhes mais filhos, a saber: André de Mariz e João de Faria, 8 13.0 até aos filhos de D. Angela Mariz Faria e João Ribeiro Pontes e por
mestre escola em Elvas, seu filho Baltazar Leitão Pitta c. c. D. Ana Ledo (Luís Gavião Vol.
Por este seu filho André de Mariz vai esta descendência até D. Benta de H, L. pág. 156 v. e José do Valle título Araújos $ 4 o pág. 755 contes-
Faria e Matos que por sua vez (Farias 8 80.º) teve do seu casamento com Manuel tam esta afirmação) teve descendência nos Pereiras Caldas morga-
de Passos, de Poiares, vários filhos entre os quais José Luis de Faria que foi dos de Sende (Barbosa Canaes e Últimas gerações costado 97).
senhor da casa de Passos em Poiares e que teve uma filha D. Quiteria de Passos De Silvestre Furtado, o 2.º citado neste título, descendem os Vilas Boas
casada com Antonio Campelo, alferes de Infº 9 c. g. em tít.o (Mirandas $& 62.0 mencionados no $ 420.º do Tít.o Araújo de Felgueiras Gaio e os Vilas Boas de
Felg. Gaio). Andrade no título Freires de Andrade $ 84,º,
Nota N.º 16, pág. 304

De Leonor de Moraes (1) casada com João Gonçalves do Cantinho (2) des-
cendem por Paula de Moraes os Vilas Boas Tru-des, cuja descendência vai em rua da Judiaria em que vivia o dito João Gonçalves, como se depreende de
uma indicação que
a Sinagoga de
Felgueiras Gaio, $ 34.º do Tít.o Vilas Boas. nos dá um documento existente na Biblioteca Municipal do Porto, dizendo que
do Cantinho quando
Barcelos estava na Rua Nova «em huns cazaes que estão por baixo dos
=
(!) Felgueiras Gaio ao referir-se a esta Leonor de Moraes no $& 10.º N.º 4 do Tít.' de himos por sima à mão esquerda».
inclino a
Aguiares diz que era filha de Antonio Dias e sua mulher, sendo esta filha de João Pires Nunes, Pode ser que Felg. Gaio tivesse cometido um erro de leitura, mas mais me
e a todos dá por cristãos novos. um «engano» propositado. Coutinho era mais genealógico!
n. filha de
(2) Felgueiras ao citar João Gonçalves chama-lhe Coutinho e não do «Cantinho», (!) Irmão de Salvador da Cunha Osório, casado com Maria Brandoa, x.
Parece-me que a designação do Cantinho do caderno, é que está certa e provém da parte da Diogo Lopes e de Filipa Brandoa. Veja a pág. 69 da Revista.

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UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS
LUIZ DE BIVAR GUERRA

De facto a origem cristâ-nova dos Plaçuelas não deve hoje oferecer


Nota n.º 19, pág. 313
dúvidas.
A maioria dos antigos linhagistas ou omitiam ou mascaravam em várias
Quanto à mulher de Diogo de Teive, veja-se $ 3.º do título Teive, de
famílias a origem cristã-nova.
Felg. Gaio.
a Fizeram-no quase todos com os Plaçuelas; uns por ignorância, outros por
* *
servilismo, ainda outros por respeito à alta situação dos visados e finalmente
por
houve os que o fizeram por amizade e alguns até por caridade, Este é o caso de
Jeronima Roiz casada com Alexandre Ramires Correa mencionados
os Cor- Cristovão Alão de Morais, que chegando por vezes a ser picaresco na sua probi-
Felg. Gaio no $ 3.º do Tít.o Correas de Penalva, Deles descendem
dade de genealógico, ao ser consultado pelo Sunto Ofício acerca dos Plaçuelas
reas dos $$
para instrução do processo de D. Margarida de Melo (1) generosamente fingiu
98, ignorar a origem cristã-nova dessa família. Na realidade não a ignorava visto que
64 (Morgados de Vila Meã)
na sua Pedatura indicou Fernão de la Plaçuela como cristão-novo e talvez para
89
não parecer que se contradizia do que afirmara ao Santo Ofício diz em nota que
100 (Correas Homens)
«numa declaração que viu escrita pelo Dr. Francisco Roiz Cassam, se dizia
101 (Menezes)
serem os Plaçuelas cristãos velhos».
* n %*
Um genealogista há porém, ainda não identificado, autor dum manuscrito
em poder do meu amigo Sr. Dr. Fernando Azedo Duarte que tendo conseguido
Ana de Noronha (1) mulher de Gonçalo Vaz Vilasboas. No tít.º Araújos consultar (como ele próprio confessa), em pleno século XVIII os processos da
$ 250.0 diz Felg. Gaio que esta Ana de Noronha é de facto x, n. mas di-la filha Inquisição levantados contra D. Margarida de Melo, Antão da Fonseca, Ruy de
de Manuel Roiz irmão de Sebastião que aqui se lhe dá por pai e diz que ambos Pina e outros descendentes directos de Fernão de la Plaçuela, não hesitou em
estes eram filhos de Jerónimo Roiz e Grácia Dias Betancur (Veja-se o tít.o reproduzir com a maior isenção tudo o que lhe pareceu interessante para apurar
Rodrigues de Vila do Conde — em Felg. Gaio). Mas quer seja filha de um ou de a verdade sobre a origem desta família. Cabe aqui dizer que o processo de
outro a ascendência é a mesma e a sua descendência é a que vai em Felg. Gaio D. Margarida de Melo está truncado. Faltam-lhe já algumas peças que o genea-
— Tít.o Araújos $ 250.0, $ 288.0, $ 289.9, S 451.0.
logista em questão ainda viu e copiou. Eu próprio ao consultá-lo vi parte do
apenso e a genealogia elaborada, escrita e assinada pelo punho de Manuel Alva-
Nota N.º 20, pág. 317 res Pedrosa, desligada do todo. Avisei do facto o vigilante da sala que comuni-
cou o caso ao presidente, contudo não se tomaram as necessárias providências
São os Plaçuelas um exemplo frisante daquilo que afirmou Pedro de Aze- por que, dias mais tarde, voltei a consultá-lo e estava tudo na mesma,
vedo no volume X do Arquivo Histórico Português, no seu artigo «lrregularida- O desconhecido autor dó manuscrito atrás citado é que mostra bem que não
des da limpeza de sangue dos familiares de Vila Real» quando diz:
tinha dúvidas sôbre a cristã-novice de Fernão de la Plaçuela e com razão, ao
por interesses que parece,
«Um Comissário do Santo Ojício que se deixasse subornar
indivíduo mais O Tribunal da Inquisição de Coimbra, ao correr o processo de D. Marga-
pessoais ou materiais podia dirigir o inquérito por forma que um rida de Melo, quarta neta de Plaçuela, estava tão convencido da origem hebraica
que suspeito no sangue fosse dado por limpo, o que é confirmado por casos que
desta, que, nessa hipótese, se firmou para mascarar ocultos desígnios deixando-a
se amontoam, quanto mais nos apartamos do século XVI, período em que ainda
morrer no cárcere após desasete anos de duro cativeiro sem outra culpa que a
estavam na lembrança as origens cristãs-novas e judaicas de cada um.
de ser portadora de uma gota do sangue Plaçuela. E só depois do seu faleci-
mento, mais por calar a indignação das pessoas de bem que por temor à justiça
E ainda mais adiante:
de Deus, os Inquisidores consentiram em dá-la por cristã-velha a fim de que
pudessem receber condigna sepultura os ossos daquela mártir de não sei que
«Para aumentar a confusão sucede que no século XVI e princípio do
incansável ódio a que só a morte pôs termo.
século XVII não havia disposição que proibisse a entrada nas ordens religiosas E em que fundaram os Inquisidores essa certeza que serviu de base ao
e na nobreza a cristãos-novos e como mais tarde era ignorada tal circunstância,
oculto inimigo dos Pinas, Melos e Perestrelos, para os arrastar até à ignominiá
dava-se como prova de limpeza de sangue de uma familia a existência nela de
e à fogueira?
eclesiásticos e cavaleiros»,

1) Cristóvão Alão a dá como tendo sido preza pelo S.to Of.o e diz que saiu em Auto (!) Torre do Tombo — Inquisição de Coimbra — P.o 7062.
de Fé. (Cristóvão Alão — Tomo 3.0 Vol. Il pág. 297).

agi
180
LUIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Nas provas evidentes que tinham em seu poder e que desmentiam segura- tenciados com os do pseudo nobre casal castelhano recolhido em Vila: Real por
mente as afirmações dos genealógicos. virtude da derrota portuguesa em Toro,
Assim, dos depoimentos colhidos em Cambres junto a Lamego (em 22-9-1624)
Sua fama de judaismo existiu em Vila Real e acompanhando os descenden-
pelo Dr. P.º de Beça de Faria, sobre a limpeza de sangue de Antão da Fonseca
tes dos Plaçuelas durante os séculos XVI e XVII, chegou várias vezes ao Santo
Pinto (1) apurou-se que somente duas testemunhas o fazem x. velho; todas as
Ofício que deu por cristãos-novos e inábeis vários indivíduos que desejaram habi-
outras dizem que o têm por cristão novo por ser neto de Fernão de La Plaçuela litar-se (1): Mas, simultâneamente, o Santo Ofíc:o por más informações ou vena-
que veio de Castela no tempo da expulsão dos judeus o qual se baptizou de pé. lidades dos seus Comissários habilitou outros, tais como:
Destas testemunhas faziam parte todos os principais da terra.
— Francisco de Miranda Henriques, deputado do Santo Ofício, 4,º neto de
Mas havia prova mais convincente : Fernão de la Plaçuela.
Uma carta que a Inquisição de Coimbra recebeu da de Toledo datada de
— Luís Alvares da Nóbrega, capitão e correio-mór e seu irmão:
2-III-1676 na qual se dizia que «no Livro 3.º dos seus reportórios se achavam os — D. Manuel Alvares da Nóbrega.
testemunhos seguintes : Analisemos agora os depoimentos dos genealógicos consultados pela Inqui-
sição no citado processo de D. Margarida de Melo:
— Em 8 de Outubro de 1485 de Inés Martins contra sua filha mulher de — Frei Francisco Brandão, da Ordem de São Bernardo, Cronista-mór do
Fernão de la Plaçuela ausente que jejuava judaicamente. Reino, depõe aos 10-9-1674 e declara:
«que tem, pelos nobiliários, conhecimento dos La Plaçuela e que Dom Fer-
— Em 15 de Outubro de 1485 Maria Dias contra sua irmã Leonor de la
não de la Plaçuela era um fidalgo castelhano que se passou a este reino no
Plaçuela, mulher de Fernão de la Plaçuela que vive em Portugal.
tempo de El Rey D. Afonso V no serviço da Rainha D. Joana, chamada a Exce-
lente Senhora, o qual foi casado com uma mulher fidalga da família dos Correias
— Em 7 de Setembro de 1485 Fernão..... (2) jura contra Leonor de la
de Farelães e cujo nome não sabe».
Plaçuela, mulher de Fernão de la Plaçuela, ausente em Portugal.
Que valor pode ter uma afirmação destas tirada apenas dos nobiliários e
E que nos livros dos condenados e reconciliados se acha a fls. 91 v.
não por inquirição directa? Que valor pode ela ter se mais adiante afirma a
a verba seguinte: Leonor mulher de Fernão de la Plaçuela condenada no ano
pureza de sangue dos Pinas de Montemór que já tinham gente processada pela
de 1490,
Inquisição e até relaxados à justiça secular ?
Não deve, porém, ter escapado aos Inquisidores a sua declaração de que é
E também constava que o Promotor fiscal requerera contra 171 pessoas
amigo de um frade da sua Ordem, Frei Guilherme de Pina, irmão da Ré.
por ausentes e fugitivas e que a do N.º 29 era Leonor, mulher de Fernão de La
Para melhor convencer os Inquisidores com a sua autoridade de cronista-
Plaçuela e que todas fugiram pelo receio de serem presas por judaismo e que
-mór do Reino afirma que: «Os Plaçuelas são dos mais ilustres fidalgos com
fazendo-se-lhes o processo como contumuzes se pronunciaram contra elas sen-
armas e que deste apelido se casou uma senhora com um sobrinho do Duque do
tença e sairam relaxadas em estatua no auto de Fé que se celebrou em Toledo a
Infantado e que ainda que conste rumor contra a pureza de sangue destes Pla-
29 de Março de 1490 e foram queimados. E que no Livro dos Reconciliados no
çuelas ele é infundado porquanto tal rumor corre até da própria familia real sem
tempo da graça que começou a 8 de Maio de 1489 se achava a verba seguinte :
que seja exacto. E fingindo esquecer o Barbadão, coloca os Inquisidores em
Fernão de la Plaçuela tecedor de sedas. E que de outros Livros dos Reconcilia-
triste contingência...
dos no titulo dos que se penitenciaram na 3.º procissão a 11 de Junho de 1486 e
Gaspar de Faria, em seu nobiliário vai mais longe na fantasia, diz que:
abjuraram em forma diz: Fernão de la Plaçuela, tecedor de sedas, morador em
«Fernão de la Plaçuela é descendente de Fernão Sanches de Palaçuelos
Toledo na freguezia de S. Tomé e declarara que fizera alguns jejuns e cerimó-
que El-Rei D. Henrique Ill de Castela mandou por Embaixador ao Grão Tamer-
nias judaicas por ensino de seu pai Alvaro de Narbona,»
lão e que o apelido Plaçuela é o mesmo que Palaçuelos corrupto o nome».
Mas talvez não tenha escapado ao faro apurado dos Inquisidores, empe-
Mais evidente prova não se pode exigir. Só quem não quiser ver nestas
nhados em ferir D. Margarida de Melo, que Gaspar de Faria estava aparentado
informações da Inquisição de Toledo a confirmação da fama de judaismo que
com alguns descendentes de Fernão de la Plaçuela.
desde o princípio do século XVI, corria em Vila Real acerca dos Plaçuelas, é que
O mesmo diz Frei Francisco do Sacramento, Religioso Carmelita descalço
pode reputar de mera coincidência este ajustamento de nomes dos conjuges peni-
que foi Reitor do Colégio de S. José, de Coimbra, e vai tão longe nas asas da

(1) Torre do Tombo — Habilita. para o S.º Of." — Maço 9 — Dilig. 369: Ant.* Cabral
(1) Processo N.º 1079 da Inquisição de Coimbra. Botelho — Maço 3 — Dilig. 100: Domingos de Lemos — Maço 9 — Diligência 230: Luís Botelho
(*) legível no original. do Amaral — Maço 41 — Diligência 970: António Botelho Cam.

182 183
P Luiz DE BIVAR CUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS. DE BARCELOS

imaginação que faz Fernão de la Plaçuela neto de um Fernão Sanches de Pala- eruditas um único homem de tal apelido e as poucas povoaçõ
es desse nome que
çuelos e de uma D Catarina da Hungria que estava cativa do Bazareto ea pren- nos indica são na América do Sul. Existe ali referência a povoações denomina.
deu depois o Tamerlão. Que veio para Vila Real, moço solteiro de 20 anos das Palazuelo e Palazuelos que os antigos transportariam para português como
em 1479 por ali estar mais perto de Benavente, sua pátria e se casou na dita vila Palaçuelo e Palaçuelos mas nenhuma é «de la Veiga ou Vega».
com Inês Correia, pessoa nobre. . . Provada a origem semita dos Plazuelas não queremos deixar
de afirmar
-— Para. quem..desejava estar perto-de Benavente; parece -que-estaria mais que o martírio da inocente D. Margarida de Melo (cuja única culpa era ser
indicado fixar-se em terras da fronteira que na distante Vila Real. 4? neta de Fernão de la Plaçuela) é bastante para honrar
todos aqueles em cujas
Pedro de Severim de Faria era igualmente suspeito nas suas afirmações veias corre uma gota do sangue dessa família. Aquele martírio, tanto como o
porque tinha parentes que descendiam de Fernão de la Plaçuela por D. Joana de que foram vítimas outras famílias descendentes de Fernão de
la Plaçuela (1),
Henriques, filha de Pedro de Cam da Nobrega (1). basta para condenar uma Instituição que só conseguiu os seus
objectivos pelo
processo da delação, da falsidade e da desconfiança, alimentando desta forma o
Felgueiras Gaio, olhand» para a descendência de Fernão de la Plaçuela, culto do ódio e criando no país inteiro uma psicose de medo e
desconfiança que
viu-a projectada com tanta grandeza no quadro social da vida da Nação que deve se transmitiu de pais a filhos e serviu para aviltrar a coragem e a
nobreza dum
ter pensado mu'to seriamente antes de abrir o Título de Plaçuelas no seu nobiliário. povo forte como cra este nosso.
E ele, que devia ter conhecimento deste caderno dos Judeus de Barcelos, Não é à infiltraçio de sangue semita que se deve atribuir a
perda dos
como pessoa grada da misericórdia da dita vila, não hesitou um momento em caracteres morais da raça.
proceder da maneira mais cautelosa que a prudência lhe ditou ao ver que até a A infiltração de sangue semita observava-se já muito antes de ser criada
a
sua gente era apanhada pelo sangue Plaçuela. Inquisição em Portugal e, no entanto, os eivados de semitismo continuaram tão
Que fez ? dignos, leais e corajosos como os autoctones.
Pegou em todas as fantasias anteriormente forjadas pelos genealógicos e O abastardamento deve-se a outros factores que não o da infiltração
da
sem a mais pequena preocupação, com inquirições ou buscas cozinhou esta pom- cristâ-novice. Mas é curioso que todos os que atribuem à cristã-novice a queda
posa afirmação genealógica: da Nação 1ão consideraram nunca o problema, procurando outras
causas como
por exemplo a infiltração de negros, mouros, índios, etc, na nossa
raça, nem pen-
«Fernão de la Plaçuela, Fidalgo Castelhano q. entrou em Portuzal no saram no esmagamento das qualidades naturais do povo pelo terror,
desconfiança
servisso da Excelente Senhora e se achou na batalha de Touro em 1475 (2) des- e fanatismo imposto pelo Santo Ofício.
cendente de Fernão Sanches de la Plaçuela, Senhor da Vila de Plaçuellas ce La A nação dividiu-se em dois grupos pseudo distintos: perseguidos e
perse-
Veiga, Sollar destes Appellidos que fot Embaixador ao Grande Tremulão por guidores.
por El Rey D. Henrique de Castella que foi casado com D. Catarina Sanches de E no meio de toda a psicose de ódio, denúncias e vilezas que o Santo
Ofi-
Ungria que jazem enterrados no Convento de Santa Clara de Raparigos como cio gerou, salvo uma ou outra excepção digna de elogio, apenas a Companh
ia de
consta de seus titulos de 6 de Setembro de 1435 casou o dito Fernão de Pla- Jesus viu claramente a questão e teve coragem de se opor à nefasta acção obse-
çuella com D. Leonor ou Inez Dias Correia pessoa nobre de Vila Real onde fize- cante de «S. Domingos»,
rão seu assento.» À intervenção moderadora da Companhia de Jesus devem muitas famílias
o não terem sido vítimas da acção dos homens de baixa mentalidade que serviam
Antes de passar às notas de actualização genealógica da descendência dos o Santo Ofício,
Plaçuelas parece-me interessante frizar um facto bem sintomático: Os Plaçuelas, Os altos valores intelectuais ou emigravam ou, longe de divulgarem, cala-
vam aquilo com que poderiam contribuir para o progresso das
apesar de toda a nobreza que os genealógicos lhe atribuiram, puzeram de parte ciências, artes
o apelido da sua varonia logo na geração imediata. Nem o facto de serem, como e letras.
se pretendia fazer crer, descendentes duma princesa hungara os levou a conser- Se eles nem pouparam o sábio, douto e honrado António Vieira!.
..
varem o apelido da sua varonia. Bem ao contrário, pretenderam apagá-lo o mais
depressa que lhes foi possível. [Aqui segue a resenha dos descendentes de Plaçuela,
E por último ainda quero referir que consultando a Enciclopédia Espasa na que toca a uma grande parte da nobreza]
palavra Plazuela, correcta grafia de Plaçuela, não encontrei nas suas colunas

(!) Veja Felgueiras Gaio 8 2.º do Título Severins. . .


(:) Nem sequer procurou ser fiel na data, o que prova a leviandade com que copiou (1) Ruy de Pina — Proc. N.º 1823 da Inquisição de Coimbra.
dos seus antecessores. Amaro de Pina — » » 9457 » » » »

184 185
DO
, LUIS DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

8 1.º dente de D. Catarina de Gondes, filha de um Rei da Hungria a


qual estava cativa do Grã Tamerlão, cativeiro de que a libertou
Il — Fernão de la Plaçuela, torcedor de sedas em Toledo onde Fernão Sanches de Palaçuelos (!) que depois fez dela sua mulher.
viveu na freguesia de S. Tomé, filho de Álvaro de Narbona E afirma que Fernão de la Plaçuela se fixou em Vila Real para
com quem aprendeu a fé judaica, fugiu para Portugal deixando estar mais próximo de Benavente (Espanha) sua terra natal.
sua mulher Leonor Dias na cidade natal. Mandou o Santo Ofício consultar um nobiliário muito
No tempo da Graça concedida em Castela, apresentou-se antigo existente em Vila Real e neste se dizia que do « Reino
à Inquisição de Toledo onde abjurou em forma e saíu com per- de Castela veio para o de Portugal um Fernando de la Pla-
dão na 3.º Procissão de Fé que se realizou a 11 de Junho de çuela o qual casou nesta vila com uma Leonor Dias.» Não
1486. Mais tarde fugiu para Portugal com sua mulher, motivo põe nobresa nem a um nem a outro.
por que a Inquisição de Toledo proferiu contra ambos uma Desenvolveu o Santo Ofício muitas diligências e inquiri-
sentença condenatória e os entregou à justiça secular a qual ções. Examinando-se a crónica de D. Rodrigo da Cunha veri-
os mandou queimar em estátua no Auto de Fé de 29 de Março ficou-se que não nomeava Fernão de la Plaçuela entre os fidalgos
de 1490. castelhanos que colaboraram com D. Afonso V na Batalha
Que se estabeleceram em Vila Real é certo e assente; do Toro,
afirmam-no os genealogistas que de boa fé uns e por conve- Consultou-se, em Leça do Bailio, Cristovão Alão de
niência outros, procuraram fazer acreditar na grande nobreza Morais e para Lisboa pediu-se consulta a José de Faria; e
deste Plaçuela, como também o afirmam muitas testemunhas este foi de opinião que era duvidoso que Fernão de la Plaçuela
que o Santo Ofício ouviu em Vila Reale o tinham como judeu. fosse fidalgo castelhano pois muitos o tinham por cristão-novo.
Desta discrepância entre os testemunhos e as opiniões Frei João de Deus, Provincial de São Francisco punha a
dos genealógicos fala claramente o apenso ao processo de a mesma dúvida porquanto já Luís da Cunha Perestrelo, na
D. Margarida de Melo (Processo N.º 7.062 do Santo Ofício de Mesa da Consciência quizera expurgar-se de tal sangue para
Coimbra). Esse apenso contém no entanto prova incontestá- poder tomar o Hábito de Cristo, sem contudo o conseguir.
vel de que Fernão de la Plaçuela era judeu, prova constituída Em 1624, para o processo crime do Santo Ofício movido
pela carta do Santo Oficio da Inquisição de Toledo que contém contra Antão da Fonseca Pinto (Processo N.º 1.709 da Inqui-
as afirmações que acima se mencionaram. sição de Coimbra), o qual era bisneto de Fernão de la Pla-
Gaspar de Faria quer que este Fernão fosse descendente çuela, foram ouvidas várias testemunhas em Lamego e três
de Fernão Sanches de Palaçuelos que D. Henrique II de Cas- delas declararam que Fernão de la Plaçuela era certo e sabido,
tela mandou por seu Embaixador ao Grã Tamerlão e que o tinha vindo de Castela no tempo da expulsão dos judeus e que
apelido Plaçuela é o mesmo que Palaçuelos.
Afirma que Fernão de la Plaçuela veio para Portugal com (1!) A confusão que de boa ou má fé os genealvgistas faziam entre os
a Excelente Senhora e trouxe a sua grande fortuna e que Plaçuelas judeus e os nobilíssimos Palaçuelos, evidencia-a o depoimento que fez
fixando-se em Vila Real aí casou com Leonor Dias. ao Santo Ofício Frei Francisco Brandão, da Ordem de São Bernardo, o qual
Frei Francisco do Sacramento, Religioso Carmelita Des- afirmou que uma senhora da família Plaçuela casara recentemente (naquele tempo)
com um Duque do Infantado. Por um acaso extraordinário nenhum genealogista
calço e Reitor do Colégio de São José de Coimbra segue a
relacionou o apelido Plaçuela com o usado por tantos cristãos-novos de Castela
mesma opinião no seu depoimento. Vai mais longe que Gas- e Andaluzia que foram penitenciados pela Inquição espanhola. Em Sevila, por
par de Faria porque ao pretender que Plaçuela seja corruptela exemplo, Pedro Álvares de la Plaçuela foi julgado à revelia motivo por que o seu
de Palaçuelos, nos pinta Fernão de la Plaçuela como descen- processo não tem a genealogia. (Arquivo de Simancas).

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JUIZ DE BIVAR GUERRA
UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

se baptizara de pé. Em Vila Real, a maior parte das teste-


munhas ouvidas em 1625 declararam que Fernão de la Plaçuela Deste matrimónio nasceram:
viera de Castela na expulsão e se baptizara de pé. 3 — Gaspar da Nóbrega Cam que segue.
O caderno dos Judeus de Barcelos que ora público 3 — Dr. Fernão Cam da Nóbrega, advogado da Casa da
díplo-
mâticamente, também o tem como cristão-novo. Suplicação que casou em Lisboa e teve dois filhos:
Para-a-resenha genealógica dos seus descendentes sigo, 4 — Sebastião Cam
por me parecerem mais naturalmente cuidadas, as opiniões de 4 — Pedro Cam
Manuel Álvares Pedrosa e Frei Francisco do Sacramento dadas (Prei Francisco do Sacramento diz que estes
nos depoimentos que apresentaram ao Santo Ofício e a partir dois filhos do Dr. Fernão Cam viveram na
delas sigo Felgueiras Gaio e a obra «Fidalgos e Morgados de Alhandra).
Vila Real» da autoria do genealogista Dr. Júlio Teixeira que
3 — Sebastião Cam da Nóbrega que foi para a Índia no
embora não cite as suas fontes deve ter tido à sua disposição no ano de 1543 e ali morreu.
todos os livros e documentos existentes em Vila Real. Deixou viúva e um filho chamado Pedro Cam da
Assim direi que Fernão de la Plaçuela e sua mulher Leo- Nóbrega que vivia em Alhandra.
nor Dias tiveram os filhos seguintes: 3 — Padre Bartolomeu da Nóbrega que foi Reitor em Vi-
2 — Garcia Fernandes de la Plaçuela que segue. lar de Maçada e deixou filhos bastardos.
2 — Dr. Afonso Fernandes de la Plaçuela que vai no 8 3.º. 3 — Pedro Álvares da Nóbrega que o Dr. Júlio Teixeira
2 — Diogo Fernandes, sem mais notícia. no 2.º Volume da citada obra, a págs. 231, diz ter
2 — Frei Gonçalo que foi Frade de São Domingos (!) e sido casado com D. Maria de Lima, filha de Rui
que depois foi confessor da Rainha D. Catarina Mendes e de sua mulher D. Margarida de Lima indi-
durante alguns anos. cando-lhe descendência.
2 — Inês Dias que segue no 8 4.º. Numa carta de brasão de armas, passada em Lisboa
Il — Garcia Fernandes de la Plaçuela casou com D. Briolanja a 30 de Março de 1767 e registada no Livro 1 dos
Cam (2), filha de Álvares Pires Cam e de sua mulher D. Brio- Brasões da Nobresa a folhas 627 aos 11 de Fevereiro
lanja da Nóbrega. de 1768 que amâvelmente me foi facultada, para con-
sulta, pelo meu amigo Ex.mo Senhor António Eduardo
(1) Conheço muitas outras infiltrações de cristãos-novos na Ordem dos de Carvalho e Aguiar, diz-se que Pedro Álvares da
Dominicanos e Kayserling também cita algumas. Nóbrega foi pai de Gaspar da Nóbrega que por sua
(2) O distinto gencalogista, Dr. Júlio Teixeira, nos «Fidalgos e Morga-
dos de Vila Real», dá-nos duas versões sobre 0 nome e a filiação desta mulher
vez foi pai de uma D. Senhorinha da Nóbrega, a
de Garcia Fernandes de la Plaçuela; a págs. 228 do | Volume diz que ela se qual tendo casado com Pedro Francisco Taveira, dele
chamava Briolanja Pires Cão e que era filha de Álvaro Pires Cão e de sua mulher teve uma filha D. Paula da Nóbrega. Esta D. Paula
D. Briolanja da Nóbrega e neta materna de Álvaro Pires Taveira e de sua mulher da Nóbrega casou com seu primo João Taveira.
D. Briolanja da Nóbrega; enquanto que a págs. 230 do Volume II e págs. 314 do Continua a carta de armas com a descendência deste
Volume IV lhe chama Briolanja da Nóbrega e a diz filha de Gonçalo Cão e neta
paterna do célebre navegador Diogo Cão. Em ambas as versões faz Garcia
casal e que me dispenso de indicá-la porquanto se
Fernandes de la Plaçuela filho de uma Inês Dias Correia ou Inês Correia o que é pode seguir-se no Volume IV, a fls, 125, N.º 62 do
pura confusão com o nome da irmã, visto que a mãe de Garcia Fernandes, sem N.º 5 e continua no mesmo volume a págs. 129,
sombra de dúvida, se chamava Leonor Dias. (De resto compare-se com o que N.º 3; 126, N.º 9 e 446 da obra de Júlio Teixeira.
diz a fls, 67, N.º 3 do seu Volume 1). Como e ilustre genealogista não cita as Contudo, a págs. 129 indica apenas uma filha de
suas fontes não posso determinar a razão da divergência.
D. Joana Teixeira de Morais e pelos documentos

“+88
189
»UIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

juntos à referida carta de brasão verifiquei que esta Botelho Carneiro, o Botelhinho, de alcu-
senhora teve também um filho, Gonçalo Taveira de nha, com D. Maria Cam, quero querer que
Magalhães que foi Capitão-mór da Vila de Fontes por lapso, dá a esta senhora uma filiação
(Concelho de Penaguião) e que de sua mulher D. Fi- diferente e diz que esse casamento foi na
lipa de Almeida, teve descendência, sendo seu bisneto Misericórdia (não Sei se é o mesmo
— João Taveira de Magalhães, Deputado da Companhia
de Alto Douro.
au Fis Tah qui til nto (O, A e
Volume II. |
3— D. Maria Cam que casou em Lisboa com João do 4— D. Isabel da Nóbrega. O Dr. Júlio Teixeira,
Rego Pereira e que vai no 8 2.º. a págs. 3 17 do seu Volume I dá a data do
3— D. Mecia Cam que casou em Vila Real com Fran- casamento desta D. Isabel com Tomás Bo-
cisco de Lemos. telho de Barros, filho de Heitor Correia de
Foram os pais de: | Barros e continua a sua descendência a
4—D. Maria Cam. O Dr. Júlio Teixeira a | págs. 293 do mesmo volume pelo casa-
págs. 231 do Volume Il e 314 do Volume IV mento de uma filha de Tomás Botelho de
da sua obra atrás citada, dá esta Maria Barros e de D. Isabel da Nóbrega com
Cam como tendo sido casada com Gaspar Pedro Correia de Barros.
Teixeira, Senhor da Casa de Anta, filho de É de notar no entanto a descrepância de
Gastão Teixeira e indica-lhe a descen- nomes que se verifica entre o que diz a
dência mencionando assentos paroquiais. págs. 317 e 293 do 1.º Volume, e o que
Igualmente no N.º 8 de págs. 68 do Vo- figuro a págs. 232 do Volume 2.º. Afinal
lume I se refere a uma outra filha de D. Ma- Heitor, sogro de Isabel da Nóbrega, era o
ria Cam e de Gaspar Teixeira, chamada Heitor Botelho casado com a Senhorinha
Filipa Teixeira que foi mulher de Francisco da Nóbrega que figura a págs. 232 do 2.º
Correia Botelho, o Galgo, de quem teve Volume ou o Heitor Correia de Barros que
uma D. Maria Botelho casada com Domin- a págs. 316 do 1.º Volume se faz casado
gos Lopes Cam, com D. Filipa Soares de Albergaria e a
A descendência deste último casal pode págs. 293, também do 1.º Volume, aparece
seguir-se no mesmo autor nessa referida casado com uma D. Isabel da Nóbrega?
pág. 68 e depois a págs. 61, N.º 10 do Se é o Heitor Botelho casado com uma
1.º Volume, devendo ter-se em atenção, no D. Senhorinha da Nóbrega, é então um
final do volume às correcções que faz aos bastardo do Rui Correia Botelho que se
N.º 11 de págs. 61, ao N.º 14 de págs. 63 encontra a págs. 316 do Volume 1.º.; neste
e ainda à filiação do Sr. General Afonso caso, os descendentes de Pedro Correia
Tallaya de Sousa Botelho que aparece erra- de Barros, da Casa de Silvela, que procu-
damente a págs. 63 e acertadamente a rem pelos assentos paroquiais o caminho
págs. 142. genealógico mais certo.
Finalmente, a págs. 322 desse Volume | 3 — D. Leonor Cam que foi casada em Vila Real.
referindo-se ao 2.º casamento de Manuel A págs. 232 do seu Volume II também o Dr. Júlio

190 191
DO
DUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Teixeira nos diz o nome do marido


— António Vaz— gados de Vila Real» quando, o Dr. Júlio Teixeira,
e nos dá o assento de casamento de uma D. Paula, trata dos descendentes do instituidor do Morgado do
filha de ambos, com Diogo de Castilho Freire. Sabroso. Também se pode consultar Cristovão Alão
de Morais, «Pedatura Lusitana», no Tomo Il, Vo-
HI — Gaspar da Nóbrega Cam foi casado com D. Aldonça Godinho, lume I pág. 54 e no Tomo IV, Volume I págs. 312.
filha de Perto Godinho e teve: | o
4 — Pedro Godinho da Nóbrega que foi letrado e Juiz de $2.º
Fora em Elvas e morou depois na Alhandra e que de
sua mulher (!) teve: WI — D. Maria Cam, filha de Garcia Fernandes de la Plaçuela, foi
5 — Pedro Godinho da Nóbrega que se casou casada com João do Rego Pereira e tiveram:
mal e morou na Alhandra. 4 — Pedro do Rego Pereira, que segue.
5—D. N... mulher de André Ferreira Mia- 4 — D. Madalena Pereira (!) mulher de Pedro Pinto e que
lheiro, moradores na Alhandra. depois se fez freira em Guimarães,
Deixou bastardo o Padre Frei Paulo da Nóbrega 4— D. Francisca Pereira, mulher de Gregório Pinheiro,
que foi Dominicano (2). filho de Álvaro Pires Pinheiro, irmão do Bispo
4 — Manuel da Fonseca da Nóbrega que morreu em Alcá- D. António Pinheiro.
cer Quibir e foi casado com D. Maria Reimão. 4—D. Briolanja Pereira, freira em Santos.
4 — D. Briolanja de Sousa que foi mulher do Dr. Sebas-
tião Barbosa, Desembargador do Paço, filho de Diogo IV — Pedro do Rego Pereira casou duas vezes, a primeira com
Barbosa. Deste casamento houve uma filha D. Ma- D. Joana de Aragão, filha do dito Álvaro Pires Pinheiro e a
tiana de Sousa, casada com Manuel Pereira da Silva segunda com D. Mariana Pereira, filha de Diogo de Loronha,
e estes tiveram entre outros filhos um Fernão Pereira Senhor da Ilha e de sua mulher D. Aldonça de Mendonça.
da Silva sogro de João Pinto Coelho, natural de Fel- Teve do primeiro casamento:
gueiras. 5 — Jorge do Rego Pereira «que dizem foi homem per-
A descendência desta D. Briolanja de Sousa dulário e se casou com uma irmã de um fundidor
pode portanto seguir-se em Felgueiras Gaio no Título da artilharia » (sic)
Pereiras 8 29 N.º 20/21 com continuação no título, 5 — Pedro do Rego Pereira, sem mais notícia.
8 6 N.º 14/15, 8 8.º N.º 14 e $ 43 podendo conti- 5 — Feliciano do Rego Pereira, sem mais notícia.
nuar-se no «Livro de Ouro da Nobresa», pelos 5 — D. Maria Pereira que se casou em Estremoz com
Drs. Domingos de Araújo Afonso e Rui Dique Tra- Gaspar da Fonseca e depois com Paulo do Carvalhal.
vassos Valdez a págs. 545 do Volume III e por outra Do segundo casamento teve:
parte na pág. 142 do Volume II dos «Fidalgos e Mor- 5 — Valentim Pereira de quem não há notícia.
5 — D. Genebra Pereira mulher de Salvador Pereira filho
(1) Não se indica o nome nem em Frei Francisco do Sacramento nem em de André Velho de Azambuja, Provedor do Consu-
Manuel Álvares Pedrosa.
(2) Frei Francisco do Sacramento, acrescenta que em pequeno, conheceu
lado, em Lisboa.
na Alhandra um José Godinho da Nóbrega que era escudeiro do Monteiro-mór e
(1) O Dr. Júlio Teixeira a págs. 508 do Volume 4.º e a págs. 508 do Vo-
muito bom homem, o qual tinha um filho chamado Pedro Godinho da Nóbrega e
lume 3.º dá o assento de casamento desta filha de D. Maria Cam que lhe apare-
aventa a hipótese de que poderiam ser desta família, ceu com o nome de Madalena Cam e o marido chamando-se Pedro Teixeira.

192 198
LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Para além desta resenha que nos dá Manuel Álvares Pedrosa de Balsemão e de sua segunda mulher D. Brites Cardoso (1).
examine-se D. Isabel Cardoso recebeu em dote a Honra de Nogueira.
Felgueiras Gaio no seu título Regos, 8 29 N.º 4. Foram seus filhos:
3 — Dr. Manuel da Fonseca Pinto que segue.
83º o 3 — Dr. João da Fonseca Pinto, Corregedor da Córte.
Viveu em Lisboa casado e sem deixar filhos legíti-
H— Dr. Afonso Fernandes de la Plaçuela, filho de Fernão de la mos. Deixou uma filha bastarda que foi mulher de
Plaçuela, foi Juiz dos Feitos e mais tarde Desembargador dos Rui Borges de Carvalho dos quais ficou descendência.
Agravos (1!) e Cavaleiro da Ordem de Cristo (2). 3--D. Joana da Fonseca que foi mulher de Fernão Roiz
Conquanto pareça muito estranho que o filho de um judeu que de Sequeira. A sua descendência pode seguir-se em
se baptisou de pé tenha ascendido tão rápidamente e a tão Felgueiras Gaio, no titulo Sequeiras, 8 2.º N.º 977.
altos lugares de letras e obtivesse a sua admissão na Ordem 3 — D. Maria Cardoso que foi casada com Rui de Pina,
de Cristo, o caso, na época não é isolado. O estudo dos pro- Senhor de Lares. Teve, esta senhora a alcunha de
cessos do Santo Ofício mostra-nos muitos exemplos semelhan- «Misteriosa» (2). A descendência desta D. Maria
tes. O pai fugido de Castela antes de 1490 baptizou-se de pé, Cardoso e de Rui de Pina pode dizer-se que consti-
decerto por altura das conversões 1497 e com a lei que proibia tuí o ramo dos Plaçuelas mais aflitivamente perse-
que durante vinte anos se inquirisse àcerca dos conversos, guido pela Inquisição.
admitindo (como parece natural) que os Plaçuelas se tenham Vivia o casal em Montemor-o-Velho e tiveram os
afastado totalmente das práticas judaicas, não lhes foi difícil filhos seguintes:
singrarem no ambiente cristão velho e realizarem casamentos 4 — Baltasar de Pina da Fonseca, casou em Cas-
para os quais, possivelmente, os bens do pai teriam tido grande telo Viegas com D. Maria Mascarenhas (3),
peso. E se falo nos bens do pai, é porque as testemunhas que filha de Jorge Fernandes Malafaia, Comen-
depuzeram nos processos atribuem ao Fernão de la Plaçuela dador de Tarouca e de sua mulher D. Maria
a posse de riquezas (º). Naturalmente protegida a família pela Mascarenhas, natural de Torrão e que era
situação de Frei Gonçalo junto da Rainha D. Catarina, a ascen- ao que parece filha de Nuno Mascarenhas
são foi mais fácil. O abandono que todos os netos de Fernão de Freitas.
de la Plaçuela fizeram do apelido Plaçuela, é a meu ver uma Tiveram cinco filhos que todos foram presos
prova de quanto ele lhes era pesado e perigoso, não obstante pelo Santo Ofício da Inquisição de Coim-
o que os genealogistas disseram de tal apelido e das suas
origens. O(1)id
Casou o Dr. Afonso Fernandes de la Plaçuela com D. Isabel Vejo a confirmação deste casamento em vários genealogistas e no
treslado dos papéis da Casa de Balsemão, publicados pelo Dr. Júlio Teixeira
Cardoso, filha de Luís Pinto da Fonseca, Senhor do Morgado
como pode ver-se no seu Volume Ill a págs. 151.
(2) Alcunha que parece envolver uma alusão ao mistério de que rodearia
as suas práticas cripto-judaicas, pois não devemos esquecer-nos de que entre os
(1) Segundo as declarações que prestou ao Santo Ofício seu neto Antão cristãos-novos eram sempre as mulheres que transmitiam de geração para gera-
da Fonseca Pinto. ção as tradições da religião que tão ciosa e misteriosamente ocultavam. Através
(2) Por carta dada em Lisboa a 3 de Novembro de 1542, segundo disse dos processos do Santo Ofício é frequente os réus declararem que aprenderam a
Frei Francisco do Sacramento e o confirma Manuel Álvares Pedrosa, doutrina judaica com sua avó ou com sua mãe.
(º) Talvez trazidas de Castela como aconteceu com tantos outros judeus. (3) Que a Inquisição reconheceu por inteira cristã-velha.

194 195:
LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

bra (!), e cujos nomes dou segundo figuram 5 — Manuel Mascarenhas, foi casado com uma
nos seus processos, mas que divergem na D. Sebastiana. Foi preso pelo Santo
arrumação dos apelidos da que lhes deram Ofício.
Manuel Álvares Pedrosa e Frei Francisco 5—D. Luisa Mascarenhas casou com António
do Sacramento nos seus depoimentos. de Oliveira, filho de Rodrigo Aires e Guio-
Foram eles: mar de Oliveira. Tiveram um filho Agos-
5 — D. Antónia Mascarenhas (Processo tinho de Pina que juntamente com seus
N.º 9.753, Inquisição de Coimbra) pais foi preso pela Inquisição de Coimbra
casou em Colmbra com Bento da (Processo N.º 1.664, de Coimbra), e uma
Cunha Perestrelo, Senhor do Mor- filha presa também pela Inquisição, D. Joana
gado de Papo de Perdiz, filho de Mascarenhas que morreu solteira.
Francisco Vaz da Cunha e de sua 5 — Rodrigo de Pina que foi preso pelo Santo
mulher D. Luisa Perestrelo e neto Ofício.
do Dr. António Vaz e de sua mu- 5 — Agostinho de Pina que morreu solteiro.
lher D. Claudina da Cunha, natural 5 — D. Maria que foi freira.
de Óbidos e bisneto de João Vaz 5— D. Catarina que foi freira.
e de sua mulher Domingas Pires (2). 5 — Luís de Brito Mascarenhas de quem não há
Tiveram cinco filhos, a saber: Iná- mais notícia.
cio da Cunha Perestrelo, António 4 — Álvaro de Pina Cardoso casou em Montemor-o-Velho
da Cunha, André da Cunha, Luís com D. Andreza de Andrade.
da Cunha Perestrelo e D. Maria Tiveram:
Perestrelo. 5 — Rui de Pina, Moço Fidalgo da Casa Real
5 — Padre Baltazar de Pina Cardoso, que serviu com o Duque de Caminha e
clérigo de missa que depois foi frade Ter- Marquês de Vila Real. Casou a 1.º vez
ceiro de S. Francisco e a sua Ordem o em Ceuta com D. Inês... de quem teve
expulsou (3). Foi preso pelo Santo Ofício uma filha que morreu pequena e casou 2.2
(Processo N.º 8.111 da Inquisição de vez com D. Luisa Gomes, de quem teve:
Coimbra). 6 — Rui de Pina
5 — Padre Francisco de Pina Mascarenhas, sa- 6 — Mateus de Pina
cerdote de missa. 6 — D. Maria de Pina
(1) Menciono apenas os números dos processos crimes da Inquisição de
6 — Miguel de Pina
Coimbra que têm importância para o estudo genealógico desta família. 6—D.F.... que era menina de peito
(2) Esta ascendência é dada no depoimento de Manuel Álvares Pedrosa. à data da morte do pai.
No seu, Frei Francisco do Sacramento dá apenas a filiação deste Bento, omi- Vivia este Rui de Pina em Montemór-o-
tindo-lhe os avós e bisavós. O Santo Ofício classificou estes Perestrelos de -Velho, nas suas casas da Rua da Praça e
cristãos-velhos e a D. Antónia Mascarenhas de cristã-nova.
no estio vivia na sua Quinta do Vidual.
(5) Nem mesmo no processo do Santo Ofício se diz qual a Ordem a que
pertencia e o motivo da expulsão. Só o processo do sobrinho Agostinho de
Foi preso pelo Santo Ofício da Inquisição
Pina indica que este padre era frade terceiro de S, Francisco, e relaxado à Justiça Secular, foi queimado

106 197
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LUIS DE BIVAR GUERRA


UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

vivo em Auto de Fé, no ano de 1623 com Francisco de Pina Perestrelo, filho de Fran-
48 anos de idade. (Processo N.º 1.823 da cisco de Pina, o Velho e de sua mulher
Inquisição de Coimbra). D. Violante Arrais Perestrela.
5 — Paulo de Pina, casou com D. Brites, filha Deste casamento teve D. Isabel de Pina os
do Dr. Navarro, Lente em Coimbra, e teve seguintes filhos:
geração. Foi preso pelo Santo Ofício e 6 — Francisco de Pina de Melo, de
relaxado à Justiça Secular. quem nada de sabe.
5 — Amaro de Pina casou com uma D. Joana... 6 — João de Melo que foi Executor-mór
da qual teve dois filhos. e casou em Vila Franca de Xira
Foi também preso pelo Santo Ofício e igual- com D. Maria da Gama, filha de
mente relachado à Justiça Secular. Lizuarte Lobo da Gama. Deste
5 — Miguel de Pina que morreu menino. casal foi filho único Francisco de
5 — D. Joana, freira em Semide. Melo e Pina, marido de D. Luisa
5 — D. Gracia, freira em Semide. Leite, filha de Jerónimo Leite Pe-
5 — D. Maria, que morreu freira em Semide. reira.
5 — D. Sebastiana que morreu freira no Mos- 6 — Tomé de Melo que morreu sem
teiro de Campos. descendência.
S — Isabel Luisa da Fonseca, casou com Antó- 6 — Frei Guilherme de Pina, Religioso
nio Azurar Loução. Viviam em Montemor- Professo da Ordem de S. Bernardo,
-0-Velho. morador no Mosteiro de Alcobaça.
Pais de: 6 — D, Isabel de Melo, freira professa
6 — Gaspar de Azurar, preso pelo Santo no Mosteiro de Campos.
Ofício de Coimbra, abjurou em 6 — D. Margarida de Melo casou com
forma e saíu absolvido em 10 de seu parente Manuel da Fonseca
Maio de 1625. (Processo N.º 6.775, Pinto, filho de Antão da Fonseca
da Inquisição de Coimbra). Pinto e neto paterno do Dr. Ma-
6 — D. Maria de Azurar. nuel da Fonseca Pinto como adiante
4— D. Isabel de Pina casou com seu primo Manuel de se verá,
Pina de Melo, filho de António de Pina e de sua D. Margarida de Melo foi uma das
mulher D. Filipa de Melo. mais infelizes vitimas da sanha
Tiveram: odiosa e sem tréguas da Inquisição.
5 — Bernardo de Melo, que viveu em Monte- Presa por suspeitas de judaismo

mor-o-Velho é deixou de uma tal Maria de que talvez jamais tivesse praticado
Mendonça um filho natural chamado Ber- —foi principalmente incriminada
nardo de Melo. por descender de Fernão de la Pla-
5 — D. Filipa de Pina foi religiosa professa no çuela. Não lhe valeu o facto de
Mosteiro de Campos. muitos oútros descendentes da-
5— D. Juliana de Melo que foi casada com quele seu 4.º avô serem pessoas

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LUIZ DE BIVAR GUERRA . | UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

de alta posição social na nobresa Sequeira já viúvo de D. Joana da Fonseca.


Ambos
e no clero e até no Santo Ofício. os genealógicos atribuem a esta D. Isabel da
Fon-
Morreu de «asma» nos cárceres seca o filho que Fernão Rodrigues de Sequeira
teve
da Inquisição de Coimbra, mártir de nome Rui Fernandes de Sequeira que se casou
imulada ao ódio mais feroz que, duas vezes; a 1.º com D. Encensa Mendes, filha de
em nome da Fé, serviu às mais João Dias Mendes e sobrinha do Tesoureiro da Alfân-
torpes infâmias e às mais vis con- dega de Lisboa Lopo Roiz Mendes, e a 2.º vez casou
juras. O seu processo, agitado e com D. Inês de Sotomaior e Moscoso, filha de Paio
célebre, serve hoje para demons- Sorred de Montenegro e de sua mulher D. Maria de
trar como o sangue cristão-novo Sotomaior.
está exuberantemente misturado Este Rui Fernandes de Sequeira teve do 1.º casa-
em quase todas as famílias portu- mento um filho Luís Pereira de Sequeira que casou
guesas e para provar que muitos com D. Filipa de Castro (!), e deste matrimónio
dos grandes patriotas, dos bons nasceu um filho, Rui Fernandes de Sequeira que foi
portugueses, fidalgos ou plebeus e casado com D. Francisca Luisa de Toledo (2), de
católicos convictos vivem ignoran- quem nasceram Luís António e António Luís de Se-
tes e alheios à sua parcela de san- queira. Do seu 2.º casamento com D. Inês de Soto-
gue cristão-novo. Todos os que maior e Moscoso teve Rui Fernandes de Sequeira
lerem esse processo e o estudarem um filho e uma filha. O filho chamou-se Luís de
à luz da razão devem decerto per- Moscoso Sequeira e Moura, foi casado com D. Cata-
guntar a si próprios como eu per- rina de Abreu (5), e não lhe dão descendência. A filha
guntei: «Que mal ou benefício chamou-se D. Mariana de Moscoso Osório que foi
poderia vir à Nação ou à fé cató- mulher do Desembargador João de Frias Salazar e
lica, com a culpabilidade daquela deles foi filho Rodrigo Salazar Moscoso, Fidalgo da
velhinha de 70 anos que o ódio de Casa Real, Morgado do Cartaxo, e marido de D. Maior
raça ofereceu em holocausto à de Gusmão, filha de D. Luís Coutinho, o Cavaco.
hipocrisia. Julgaram-na em Con- Deste casamento de Rodrigo de Salazar Moscoso
selho do Santo Oficio um Inquisi- com esta D. Maria de Gusmão, descende a família
dor e vários deputados, pois três Salazar Moscoso, dos Viscondes de Estremoz (+)
deles eram cristãos-novos mais hoje representados pela família Saraga.
percentados que a ré. |
No Santo Ofício da Inquisição o |
seu processo queE tem o N.º 7.062 | (1) Filha de Lopo Álvares de Moura e de D. Maria de Castro, filha esta
.
do Comendador das Alcáçovas, D, Pedro Manuel.
de Coimbra, foi alvo de estudo (2) Filha de António Abreu de Sousa e de D, Joana de Meneses.
do grande Camilo Castelo Branco. (3) Filha do Desembargador Jerónimo Pimenta de Abreu e de sua mulher
3 — D. Isabel da Fonseca querem Manuel Álvares Pedrosa D. Ana de Sousa.
e Frei Francisco do Sacramento que tivesse sido
(4) Não confundir com a família Esquívei, dos Viscondes de Estremoz e
segunda mulher de seu cunhado Fernão Rodrigues de Bairões de Arruda cuja ascendência é diferente.

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LUIZ DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

HI — Dr. Manuel da Fonseca Pinto, por alcunha o «Quebra Cabres- cias e conseguiram que fosse julgado como reabili-
tos». Foi Corregedor da Corte. Casou com D. Margarida tado. Foi casado com D. Violante Chama Mascare-
Brum da Silveira, filha de António Brum, o Velho, e de sua | nhas de quem teve duas filhas que foram freiras e
mulher D. Bárbara da Silveira, ambos moradores na Ilha de um filho chamado Manuel da Fonseca Pinto que casou
'S. Miguel. Co com sua prima D. Margarida de Melo à qual já lon-
Manuel Álvares Pedrosa, no seu depoimento declarou que gamente me referi atrás e que morreu nos Cárceres
ignorava se este casal tinha descendência, no entanto, numa da Inquisição (Processo 7.062 da Inquisição de
genealogia da sua autoria e feita de seu punho, que conheço Coimbra).
e consultei, a qual foi feita precisamente na mesma altura em 4— João da Fonseca Pinto, chamado o «das ervas» foi
que depôs, o genealogista desenvolve-a completamente. Fel- preso pelo Santo Olício. Casou duas vezes, a pri-
gueiras Gaio indica-a no título de Pintos $ 283. Aqui a dou meira com D. Marta da Cunha, filha bastarda do
cotejada pela genealogia que deu no seu processo crime do Padre João Gomes da Cunha de Macedo, Prior de
Santo Ofício um filho do casal, Antão da Fonseca Pinto, de Tábua e de uma mulher livre chamada Brites Car-
quem adiante trato. doso (1).
Foram portanto sens filhos: Casou segunda vez com D. Isabel de Abreu, cristã-
4 — Afonso Fernandes da Fonseca, Senhor da Honta de -nova, presa e penitenciada pelo Santo Ofício, filha
Nogueira, o qual casou em Lamego com D. Catarina de Manuel de Abreu.
Teixeira Rebelo. Teve do primeiro casamento:
Foi muita a descendência que ficou deste casal e 5 — Frei José da Fonseca, frade Jerónimo.
pode seguir-se em Felgueiras Gaio nos títulos Pinto à 5 — Simão da Fonseca que foi preso pelo Santo
8 11,13 e 70; Leites, $ 22; Carvalhos 88 49e 118; Ofício onde confessou suas culpas e foi
no Livro de Ouro da Nobresa, pelos Drs. Rui Dique | condenado às galés e sequestro em seus
Travassos Valdez e Domingos de Araújo Afonso, no bens, mais tarde obteve perdão. Morreu
Volume I págs. 383 e 440 e no Volume III págs. 494, | sem geração.
finalmente nos «Fidalgos e Morgados de Vila Real», | 5— D. Ana da Cunha, mulher de Diogo de
Volume III págs. 163, 212, 219 e 224 e Volume II | Pina Mascarenhas (2).
págs. 162, o que toca a muitas das mais destacadas | Teve do segundo matrimónio uma filha:
famílias portuguesas e a casas da maior nobreza, | 5—D. Maria da Fonseca que viveu em Mi-
tais como Marquezes de Castelo Melhor, Casa do | randa do Corvo, casada com Marçal de
Covêlo de Canelas (Lacerdas Pintos), Casas do Ta- Macedo.
buado e de Quintela, Morgados de Ramalde (Porto),
Casa de Bordonhos e Penaventosa, Casa de Bóbeda
(Pizarros), Casa de Quintela e Torre de Novães, etc.
4 — Simão da Fonseca que morreu solteiro.
4 — Inquisição
Antão da Fonseca Pinto que morreu nos Cárceres da
de Coimbra a 5 de Agosto de 1626 (Pro- | (1) Ele próprio o declarou nas contraditas apresentadas no Santo Ofício
NELA | isicão de Coimb D is d a quando da prisão de seu filho.
cesso N.º 1.709, Inquisição de Coimbra). Depois da (2) Cristovão Alão de Morais, na Pedatura Lusitana, truta-os no título de
sua morte os seus parentes moveram todas as influên- | Cunhas de Palhavã.

202 | 208
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LUIS DE BIVAR GUERRA


UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

8 4.º com Marcos Pinto, filho de Ruy Vaz de Meirele e de


D. Brites Teixeira Pinto, e a segunda vez com seu
Il — Inês Dias, filha de Fernão de la Plaçuela. cunhado Diogo de Meireles, filho dos mesmos pais.
Casou em Vila Real com Rui Cam (!), filho de Álvaro Pires Teve do 1.º marido dois filhos cuja descendência
Cão e de D. Briolanja da Nóbrega. pode seguir-se em «Fidalgos e Morgados de Vila
“Tiveram os filhos seguintes: Real» por Júlio Teixeira, a págs. 509 e 519 N.º 5 do
3 — Pedro Cam da Nóbrega, foi famoso capitão na India seu Volume III; do 2.º marido teve um filho e uma
no tempo de D. Francisco de Almeida. Casou em filha cujas descendências podem seguir-se na mesma
Évora com D. Brites Figueira de Azevedo (2), filha obra, no Volume I a págs. 68 e continua no mesmo
de Manuel Figueira. volume a págs. 61 N.º 10, com as correcções a
Tiveram: págs. 49 do Volume IV e com continuação no Vo-
4— D. Maria de Azevedo Cam, herdeira de lume Il a págs. 63 N.º 10 e Volume III a págs. 403
seus pais e mulher de Henrique Henriques N.º 4 (1).
Pinto, Trinchante do Duque de Bragança 3 — Licenciado António Cam, que foi Juiz de Fora em
D. João. Montemor-o-Novo e aí casou com D. Margarida
Foram seus filhos: Freire, de quem teve um filho chamado António.
5 — Luís de Miranda Henriques, que 3 — Padre João Cam que foi Cónego da Sé de Miranda
foi o pai do Desembargador do eo 1.º Vigário Geral da mesma Diocese.
Paço e Deputado do Santo Ofício, Deixou uma filha bastarda D. Joana Cabral que foi
Francisco de Miranda Henriques (?). duas vezes casada; a primeira com Diogo Pinto
5— D. Joana Henriques que foi mulher Freire e a segunda com Manuel de Abreu, de Vila
de D. Gonçalo da Costa, Atmeiro- Real, filho de Álvaro de Abreu, Do primeiro marido
-mór de Filipe 2.º e que morreu teve um filho que morreu sem geração e uma filha
sem geração. chamada Maria Pinto que foi mulher de Francisco de
3 — Diogo Cam, foi letrado e casou duas vezes, Aguiar, de quem há geração (2).
A primeira vez foi casado com uma mulher de Mon- Do segundo marido teve esta D. Joana Cabral seis
temor-o-Velho a quem Álvares Pedrosa diz ignorar o filhos, a saber: Bernardo de Abreu, Manuel de Abreu,
nome e teve dela um filho chamado Simão Cam.
A segunda vez foi casado com D. Maria da Ponte (1) Advirta-se porém que Júlio Teixeira a págs. 508 do Vol. 3.º, decerto
de quem teve uma única filha chamada Inês Dias por lapso, dá errada filiação a D. Inês Dias Cam, tanto quanto lhe troca o ape-
Cam que também casou duas vezes, a primeira vez lido Dias por Pires a págs. 68 do seu 1,º Volume.
(2) De facto, o Dr. Júlio Teixeira, a págs. 518 do seu Volume III, sob o
N.º 3 dá-nos o casamento em S. Dinis, de Vila Real, a 5 de Fevereiro de 1587, de
(1) Irmã da mulher de Garcia Fernandes de la Plaçuela, no Il do & 1.9, Francisco Pinto de Aguiar com D. Maria Pereira Pinto, filha de D. Joana Cabral
(2) O Dr. Júlio Teixeira a págs. 67 do seu 1.º Vol. chama-lhe Brites Fer- e de seu marido Diogo Pinto Pereira e neta materna do Padre João Cam. A des-
reira Figueiroa e a diz filha de Manuel Figueiroa, mas como não cita a fonte não cendência dá o mesmo autor na continuação desse título de Pintos de Aguiar que
posso optar pela sua afirmação. corre no referido volume desde págs. 518 até 521 e que por João de Aguiar,
(8) O parentesco de Francisco de Miranda Henriques com Fernão de la págs. 519 N.º 4/5 segue a págs. 27 do mesmo volume, em Moutinhos de Aguiar e
Plaçuela foi invocado pelos advogados de D. Margarida de Melo a fim de nega- consequentemente se completa com a genealogia indicada pelo mesmo autor a
rem a origem judaica dos Plaçuelas. págs. 371, N.º 3 do 1.º Volume.

204 205
y”: BIVAR CUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

Diogo de Abreu, Maria de Abreu, Joana de Abreu e 3 — D. Leonor Cam mulher de Afonso Botelho, dos Lugos
Brites de Abreu. (sic) que tiveram a Mecia Correa mulher de Francisco
Manuel Álvares Pedrosa nada mais diz, mas somos Vilela que foram pais de: António Botelho do Ama-
mais felizes com a obra tão citada já, do Dr. Júlio ral, Frei Diogo Botelho, frade de S. Domingos e de
Teixeira que a págs. 274 do seu volume IV nos dá D. Maria Correa, mulher de Pero Pinto de Barros,
- notícia de dois dos filhos de D. Joana Cabral e de com descendência.
Manuel de Abreu, continuando com a descendência É difícil estudar a descendência desta Leonor Cam
por D. Maria de Abreu até págs. 276, e tem ainda casada com Afonso Botelho. Felgueiras Gaio trata-os
seguimento a págs. 268 N.º 5 e seguintes até págs. no seu título de Botelhos, no$ 11, N.º 12. O Dr. Júlio
273 do Volume IV — Teixeiras Cabrais da Casa de Teixeira desenvolve-a no seu Volume 1 respectiva-
Mondrões e o mesmo por outra linha a págs. 92 N.º 3 mente a págs. 58 N.º 3 e seguintes, 136 e seguintes,
e seguintes do Volume 3.º e finalmente no Anuário 153 e seguintes, 157 N.º 6 e seguintes e 162 N.º 1 e
da Nobreza, Ano | — 1958 — de págs. 477 a 480 no seguintes, mas cria-nos novamente embaraços porque
título Cirne Madureira. a págs. 58 N.º 3 diz que D. Leonor Cam foi 2.º mu-
3— Fernão Cam que morreu solteiro indo da viagem lher de Afonso Botelho, o Novo, filho de Pedro Bo-
para a Índia. telho e de D. Catarina Álvares Taveira; na pág. 136
3 — Rui Cam que foi para a Índia. diz que ela foi mulher de Afonso Botelho Ribeiro,
3— D. isabel Cam que foi mulher de Gaspar Telxeira, filho de Diogo Roiz de Barros e de D. Isabel Ribeiro
de Antas, filho de Gastão Teixeira que depois de Botelho (1).
viúvo foi padre da Companhia de Jesus e martirizado Ora, o certo é que os Botelhos, de Vila Real, como
indo para o Brasil (1). os Botelhos em geral, não podem nem devem ser
estudados no âmbito de umas simples notas remis-
(1) Eis um problema que só à face de documentos pode ser estudado e sivas como estas que dou. A obra do distinto ge-
esclarecido, Tanto Álvares Pedrosa como Frei Francisco do Sacramento, para
não citar mais dois ou três genealógicos, dizem que se chamava Isabel Cam a de casamento de D. Maria Cam com Manuel Botelho Carneiro, aparece Gaspar
mulher de Gaspar Teixeira, filho de Gastão Teixeira e dão-na por filha de Rui Teixeira casado com Isabel Cam,
Cam e de D. Inês Dias de la Plaçuela. Não cita o Dr. Júlio Teixeira a fonte informativa genealógica que utilisou
O Dr. Júlio Teixeira encontrou o assento de casamento de Gaspar Teixeira de maneira que se fica na dúvida se Gaspar Teixeira foi duas vezes casado, uma
com Maria Cam, filha de Mecia Cam e de Francisco de Lemos, neta materna de com Maria Cam e outra com Isabel Cam, isto é, com uma neta e uma bisneta de
Garcia Fernandes de la Plaçuela e de D. Briolanja da Nóbrega ou Cam. Encon- Fenão de la Plaçuela ou se apenas com uma delas e qual.
trou assentos dos filhos onde decerto se dizem esses nomes para os pais. O facto de vários genealogistas fazerem Gaspar Teixeira casado com a
Parece portanto que os assentos devem fazer mais fé do que a opinião dos Isabel Cam, filha de D. Inês Dias de la Plaçuela e de Rui Cam, ainda mais com-
genealogistas que os não encontraram. Porém, o Dr. Júlio Teixeira a págs. 355 plica agora o problema porque isto vem coincidir com aquilo que encontrou Júlio
do seu Volume II, sob o N.º 5, dá-nos um Pedro Teixeira de Gouveia como neto Teixeira nas duas citações que da sua obra acabo de fazer. Portanto, de qual-
de Gaspar Teixeira e de D. Isabel Cam da Nóbrega; a págs. 137 N.o 3 do quer maneira os descendentes de Gaspar Teixeira, ou por Mecia Cam ou por
Volume I diz que a primeira mulher de António Botelho do Amaral, D. Cecília Isabel Cam, encontra-se em Júlio Teixeira nas citações referidas e nas que atrás
Teixeira, era filha de Gaspar Teixeira, da Casa d'Anta e de sua mulher D. Isabel deixei ao referir-me a Maria Cam, no $ 1.º, Já numa outra nota dissemos que o
Cam, neta paterna de Gastão Teixeira e materna de Rui Cam e de D. Inês Dias caminho seguro são os assentos paroquiais e os processos de Habilitações para
de la Plaçuela. Mas, a págs. 153 do mesmo Volume | já chama Maria Cam à Ordens, para o Santo Ofício e os processos crimes da Inquisição. Novamente
mulher de Gaspar Teixeira, mãe da Cecília Teixeira e a págs. 322 do 1.º Volume, aconselhamos este estudo.
desta vez (já o verificamos noutra nota) com a comprovação dada por um assento (1) O que confirma a págs. 90 N.º 2e 109 N.º 1,

206 207
| DE BIVAR GUERRA UM CADERNO DE CRISTÃOS-NOVOS DE BARCELOS

nealogista Coronel Costa Veiga e o exaustivo traba- Quanto ao João Mendes da Guarda, dizem-nos os nobiliários:
— Casou com D. Izabel Pereira, f.? de Álvaro Pereira de Souzel, e seguem-
lho do Senhor Visconde de Botelho, sobre alguns
-lhes a descendência.
ramos dessa famíliv, são o bastante para se com-
preender o que tal estudo implica de consulta docu- Nota n.º 22, pág. 311
mental, Um ramo dos Botelhos, de Vila Real que
estou estudando, para um livro que trago em prepa- Deste Duarte Brandão não damos a descendência porque não nos dá o
texto qualquer certeza e ainda porque num brilhantíssimo trabalho já dele tratou
ração, bem me demonstra o cuidado que é preciso
recentemente o Senhor Marquês de S. Payo. «Um aventureiro português na
pôr para chegar a conclusões certas ou lógicas e guerra das Duas Rosas».
verosimeis, pelo menos. Assim, dada a contusão
que estabelecem as divergências que apontei, limito- Nota n.º 23, pág. 312
-me a remeter os leitores, no que respeita à des-
O 8 4.º do tít.o 17.º dá-nos outra família que não tratamos de desenvolver
cendência em questão, para os «Fidalgos e Morga-
por se basear apenas em tradição. Contudo parece-nos plausível e acertada a
dos de Vila Real», Volume I págs. 58, 136, 153, 157 hipótese apresentada no manuscrito na parte final deste parágrafo.
e 162, não sem a recomendação de estudarem o que
aí se diz, comparando com outros autores, outras Nota n.º 24, pág. 312 -
obras e mais seguramente com documentos.
Felgueiras Gaio no tít.o respectivo pretende demonstrar a falsidade da cos-
Apenas a título informativo direi que no processo de
tela semita de Isabel Pinheiro. Parece-me muito contestável quanto afirma e
Santo Ofício de D. Margarida de Melo a que atrás deduz, mas porque nenhuma razão temos para afirmar o rumor de que o Caderno
aludi, se diz que o Deputado do mesmo Tribunal, dá conta, deixamos sem anotação de descendência este $ 5.º do tít.º 17.º.
Ascaneo Teixeira de Azevedo, é apontado como
tendo sido casado com uma D, Guiomar de Barros, Nota n.º 25, pág. 310
filha de D. Maria Correia Botelho, neta materna de
Cristovão Alão de Morais na pág. 226 do !.º Vol. do Tumo 2 (da nova
Mecia Correia Botelho e de seu marido Francisco edição), diz que esta Catarina de Figueiredo, tratada no n.º 1 do tit.o 15.0 deste
Vilela, bisneta por esta avó de Leonor Cam e de caderno, era natural de Basto e filha de António de Barros e sua mulher Catarina
seu marido Afonso Botelho, terceira neta de Inês de Freitas e numa nota depois riscada por outro punho acrescenta «dos Piolhos
Dias Cam que era filha de Fernão de la Plaçuela. de Rabo, por sua mãe q era x. n.». Dá, Alão, descendência a esta Catarina de
Ora, Ascaneo Teixeira de Azevedo, figura nos «Fi- Figueiredo.
dalgos e Morgados de Vila Real», a págs. 266 do
Volume IV, onde se lhe dá a descendência,

Nota n.º 21, pág. 311

Sobre este $ 2.º do Tit.º 17.º do Caderno apenas procuraremos a descen-


dência do filho de Fernão Esteves, João Mendes. Quanto à filha D, Inês, porque
o que dela se diz está velado por simples letras maiúsculas não quer a minha
pena, por muitas razões que me são de grande veneração e respeito, desdobrá-
-las nas palavras que representam. Também por outro lado, não quer a nossa
preocupação da fidelidade histórica omitir uma só linha das que nos propuzemos
revelar em publicação diplomática. Assim, aí ficam tal como estão no original e
sem comentários,

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