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Maria Beatriz Machado

CIRURGIA TORÁCICA – AULA 01 – AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA E TOMOGRAFICA DO TÓRAX


1. AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA
1.1. RAIO-X
 O que devemos observar para verificar se a posição do paciente está correta?
 A ficha de identificação deve ficar no lado direito superior do raio x
 O formato do coração: O coração faz uma saliência maior para o lado esquerdo (com exceção de paciente com
situs inversus).
 Presença de bolha gástrica: Deve ficar no lado esquerdo, sob o diafragma.
 Quando pedimos um raio x, devemos sempre especificar qual o tipo de imagem que queremos, se é PA, AP, PERFIL..
 RAIO X PA – POSTEROARTERIOR: O paciente encosta o peito no filme, e o raio fica atrás do paciente, vindo de trás
para frente.
 RAIO X AP – ANTEROPOSTERIOR: Não é rotineiro.
 RAIO X PERFIL: Deve sempre pedir o lado do raio x para localizar melhor o problema.
 Existem duas alterações básicas no raio x:
 Opacidade: São áreas mais esbranquiçadas no raio x  Quanto maior a densidade do tecido (partes moles,
coração, ossos), maior a entrada de raios na estrutura, e mais esbranquiçada ela fica.
 Transparência: São áreas mais escuras no raio x  Quanto menos denso o tecido, menor é a entrada de raios, e
menos esbranquiçada ela fica.
1.2. TÉCNICA
 É importante a quantidade de radiação.
 Quando a quantidade de radiação é muito alta, ela queima o filme (fica muito escuro), e isso dificulta observar
detalhes no exame radiológico.
 Quando a quantidade de radiação é muito baixa, a imagem fica toda branca.
 Deve-se ter muito cuidado com o posicionamento do paciente, porque caso ele fique em posicionamento incorreto, a
imagem pode não ficar fidedigna, e pode ocorrer, por exemplo, do coração pode ficar aumentado, simulando uma
cardiomegalia, ou o mediastino pode ficar deslocado, etc.
1.3. AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA DO TÓRAX (RESUMO)
 Posicionamento correto da imagem:
 Identificação do paciente
 Posição da “bolha” gástrica
 Formato do coração (desde que não tenha “situs inversus”)
 Técnica radiológica:
 Quantidade de radiação utilizada
 Posicionamento do paciente: Para fazer o exame, e para ter cuidado em relação a rotação do paciente
1.4. OBSERVAÇÃO DAS ESTRUTURAS DO TÓRAX
 A avaliação é feita por partes, observando as estruturas torácicas de fora para dentro.
1. Partes moles:
 Teremos pele, tecido subcutâneo, tecido gorduroso e musculatura.
 O exame radiológico simples não é adequado para ver pequenos detalhes em partes móveis, e por isso só é possível
observar grandes alterações como massas grandes, objetos estranhos etc.
 OBS: Lembrar que no raio x do sexo feminino, teremos a imagem das mamas no exame.
Maria Beatriz Machado

2. Parte óssea:
 Teremos os arcos costais, omoplata, vértebras, clavículas, esterno.. Observar principalmente a regularidade da parte
óssea.
 O raio-x simples não é um exame adequado para verificar pequenas alterações ósseas, apenas grandes alterações
como achatamento de vértebra, lesão osteolítica grande..
 Devemos observar:
 Costelas (formato, tamanho, número, etc)  No raio x de PA, os arcos costais posteriores aparecem mais que os
anteriores.
 Importante ver a regularidade óssea das clavículas.
 Ainda podemos utilizar as clavículas para verificar se o paciente ficou em posição correta para o exame. As
cabeças das clavículas devem estar simetricamente ao lado do esterno.
 Avaliação do esterno é melhor se for feita em perfil: Devemos observar manúbrio, corpo e apêndice xifoide.
 Avaliar formato e posicionamento das vértebras.
3. Diafragma:
 Devemos observar a posição e formato (frente e perfil).
 Geralmente os diafragmas possuem concavidade voltada para cima.
 A altura do direito para o esquerdo é simétrica, porém eventualmente o lado direito pode ser mais alto que o
esquerdo até 2cm (até essa medida é normal).
 Lembrar que a bolha gástrica fica logo abaixo do diafragma esquerdo.
4. Mediastino:
 Devemos observar:
 Posição da traqueia e aorta
 Tamanho do coração
 Alargamento
 Posicionamento
 O mediastino deve ser centralizado, levemente mais proeminente para o hemitórax esquerdo.
 As posições da traqueia e da aorta também servem para posicionar o mediastino.
 A crosta da aorta no exame radiológico normal tem seu botão levemente do lado esquerdo.
 O que está na parte anterior do coração? É o ventrículo direito. O ventrículo esquerdo fica por trás  O professor
disse que isso poderia estar na prova.
5. Pulmões e cavidade pleural
 Devemos observar:
 Tamanho dos pulmões: Teoricamente os pulmões são do mesmo tamanho, mas como o coração ocupa uma
porção do hemitórax esquerdo, o pulmão esquerdo acaba perdendo tamanho.
 Seios costofrênicos e cardiofrênicos
 Vascularização
 Posição dos hilos: De onde saem os brônquios, veias, artérias e vasos linfáticos. Geralmente os hilos são na
mesma altura. A aparência deles deve ser semelhante.
 Lesões pulmonares
 Localização da lesão
Maria Beatriz Machado

 Alterações pulmonares básicas:


 Opacidade: A opacidade pleural geralmente é homogênea (fica tudo bem branco), o que serve para diferenciar da
opacidade pulmonar, que é heterogênea (não fica tudo tão branco, parece que raspou o local).
 Hipertransparência (fica muito preto)
 Quando há uma opacidade pulmonar, é preciso definir a sua localização, e no raio x de PA geralmente é difícil
identificar o local correto. É preciso o raio x de perfil para verificar o local exato da opacidade, em qual lobo ela se
encontra.
2. AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA
 O exame radiológico simples é o que mais se faz, o exame tomográfico por ser mais complexo, caro e por expor o
paciente a uma radiação muito grande, é pedido somente quando necessário  Não é um exame de rotina!
 Quando há alguma alteração no raio x simples, e precisa detalhar melhor a alteração, é pedido o exame tomográfico.
 Não há muitos problemas de posicionamento do paciente na tomografia, porque a própria máquina coloca o
direcionamento no filme, ou seja, coloca os lados na imagem.
 Nesse tipo de exame não é necessário pedir o tipo de imagem como no raio x, basta apenas especificar de qual local
queremos a tomografia, por exemplo, crânio, abdome, tórax, etc.
 No exame tomográfico, entre opacidade e transparência temos uma coloração cinza, que é dada por diferenças da
mesma substância, por exemplo, material purulento ou sangue dão uma tonalidade acinzentada bem mais carregada
que um líquido aquoso.
 No exame tomográfico não há perigo de aplicar muita ou pouca radiação, porque é a própria máquina que calcula a
quantidade necessária de acordo com o tamanho e peso do indivíduo.
 Quando verificamos no exame radiológico que há alargamento de mediastino, e quando há suspeita de gânglios
aumentados no mediastino, é MUITO importante realizar uma tomografia para verificar o que está causando o
alargamento.
 Na janela do mediastino vemos os vasos do mediastino e traqueia. Se descermos abaixo do diafragma, visualizaremos
o aspecto do fígado e baço.
 A tomografia é muito boa para visualizar alterações de parênquima.
 A imagem de uma fibrose pulmonar se parece com a imagem de partes moles e mediastino.

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